O documento resume as principais pragas da mandioca e batata-doce, incluindo o mandarová, percevejo da renda e ácaro verde na mandioca, e as brocas da raiz e das ramas na batata-doce. Detalha as características, ciclo de vida, danos causados e métodos de controle para cada praga.
Manejo integrado de pragas da mandioca e batata-doce
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE CIENCIAS AGRARIAS
DOUTORADO EM PROTEÇÃO DE PLANTAS
MANEJO
INTEGRADO DE
PRAGAS DA
MANDIOCA
E
BATATA DOCE
Lourdes Regina Lopes Batista
13. INTRODUÇÃO
38.256 t.
SUDESTE
55.571 t.
NORDESTE
38.256 t.
SUL
4.886 t. REGIÕES/
ESTADOS
ÁREA
(1000ha)
PRODUÇÃO
(10000T)
PRODUTIVIDA
DE (Kg/ha)
PARTICIPAÇÃO
%
CENTRO OESTE
760 t. Nordeste
772
8.505
11.017
32,6
498
7.628
15.317
29,2
294
5.890
20.034
22,6
Sudeste
149
2.803
18.812
10,7
Centrooeste
74
1.279
17.284
4,9
NORTE
FONTE: IBGE, SEAB/DERAL, 2012
NORDESTE
Norte
166 t. Sul
17. MANDAROVÁ
• Erinnyis ello ello
• Ordem: Lepidoptera
• Família: Sphingidae
• Uma das pragas mais pejudiciais
Fonte: Araujo, 2010
18. MANDAROVÁ
• Ovo
Cópula ocorre durante a noite
Liberação ocorre dois dias apos cópula
Grandes sobre as folhas
Fonte: Leite e Alves
19. MANDAROVÁ
• Início: difícil de ser vista na planta
• Desenvolvidas, coloração: variada
• Cinco estádios - 12 a 15 dias
• 75% - quinto ínstar
Fonte: Campos, 2010
20. MANDAROVÁ
• Mariposas 90 mm
• Cor cinza com faixas pretas no abdome
• Maiores infestações de dezembro a março
Fonte:Forestry Images, 2010
22. MANDAROVÁ
CONTROLE
• Inspeções periódicas das lavouras
• Aração da área para novos plantios
• Eliminação das plantas invasoras
• Rotação de culturas
• Catação manual e destruição das lagartas.
23. MANDIOCA
CONTROLE
• Inseticida biológico - Bacillus thuringiensis
• Baculovirus erinnyis:
- Cinco a sete lagartas pequenas por planta
- Maceração de lagartas infectadas
- Seis dias para morrer
25. PERCEVEVO DA RENDA
• Vatiga illudens
• Ordem:Hemiptera
• Família: Tingidae
• Hábito sugador
• Américas do Sul e Central
Fonte: Michael C. Thomas,2009
26. PERCEVEVO DA RENDA
OVO
• Postura endofítica
NINFA
• Período ninfal: 13,5 dias, em média
• Cinco ínstares
• Coloração branca
27. PERCEVEVO DA RENDA
Adulto
• Recém-emergido é branco
• 3 mm de comprimento.
• Longevidade: 53 dias, em média
Fonte:: Thaiany Regina , 2013
28. PERCEVEVO DA RENDA
• Adultos e as ninfas:
- Face inferior das folhas
- Partes basal e mediana
• Ataque: períodos secos
• Dispersão: vento
29. PERCEVEVO DA RENDA
INJÚRIAS
• Pequenas pontuações amarelas- Marrom-avermelhada.
• Na face inferior - pequenos pontos, de cor preta, que
correspondem aos Excrementos dos insetos
30. PERCEVEVO DA RENDA
CONTROLE
• Resistência varietal
Cruz das Almas - 49 variedades promissoras
Distrito Federal:
variedades mansas (Mantiqueira e Jaçanã)
X
bravas (IAC-12829 e EAB-629)
31. PERCEVEVO DA RENDA
• Controle biológico
a)– com insetos
IN: Hyaliodes vitreus – BA
H. beckeri – DF
b) – com fungos
- Beauveria bassiana,
- Metarhizium anisopliae
- Sporothrix insectorum
34. ÁCARO VERDE
• A fêmea adulta 0,4 mm de comprimento
• Ovo a adulto dura cerca de 10 dias
• Período de oviposição 16 dias
• Postura de cerca de 5 ovos por fêmea
35. ÁCARO VERDE
• Manchas cloróticas,
• pontuações e
bronzeamento no limbo,
• morte das gemas
• deformações e
queda das folhas
36. ÁCARO VERDE
CONTROLE
• Cultivares resistentes e/ou tolerantes
• Controle cultural
1) destruição de plantas hospedeiras;
2) inspeções periódicas
3) destruição dos restos de cultura
4) Material de plantio sadio
5) distribuição adequada das plantas no
campo, para reduzir a disseminação dos
ácaros.
37. ÁCARO VERDE
• INIMIGOS NATURAIS
Neozygites sp
Diversos ácaros benéficos da família Phytoseiidae;
46. INTRODUÇÃO
CARACTERISTICAS
• É de fácil cultivo
• Permite colheita prolongada
• Apresenta resistência a pragas e doenças
• É mecanizável
• É protetora do solo
50. BROCA-DA-RAIZ
ovos:
• Ovóides
• Amarelo a amarelo-acinzentado
• Depositados individualmente em cavidades
rasas nas raízes tuberosas, e coberto com
fezes
Fonte: EMBRAPA,2008
51. BROCA-DA-RAIZ
• Larva : São branco sem pernas e menos
de 1 cm de comprimento.
Fonte:Tsuguo Kohama, 2013
53. BROCA-DA-RAIZ
• Adulto :
- 3 a 5mm de comprimento
- marrom avermelhado
- corpo compacto
- cerdas curtas
- cabeça é pequena
- manchas claras
Fonte:Keiji Yasuda, 2013
54. BROCA-DA-RAIZ
• Apodrecem ou mostram-se com o aspecto
físico, cheiro e sabor bastante alterados,
tornado-se imprestáveis para o consumo.
Fonte:Keiji Yasuda, 2013
55. BROCA-DA-RAIZ
• Orifícios de saída de adultos de E.
postfasciatus, gorgulhos no infestada raiz
batata doce
Fonte:Keiji Yasuda, 2013
56. BROCA-DA-RAIZ
Controle Cultural
•
•
•
•
•
Material sadio para plantio.
Rotação de culturas.
Amontoa solo ao redor da base de plantas
Preenchimento de fissuras do solo.
Aplicando irrigação suficiente para prevenir ou
reduzir o fendilhamento do solo.
64. BROCA-DAS-RAMAS
• Percebe-se o ataque às hastes pelo seu
entumecimento, pelas rachaduras e
presença de orifícios de saída do inseto
• Na galeria formada no interior da haste
são encontrados excrementos típicos,
larvas, fios de seda e até casulos
• Murchamento e secamento das ramas
que se soltam facilmente da planta
65. BROCA-DAS-RAMAS
CONTROLE
• Plantio de material de propagação (ramas ou
raízes tuberosas) sadio
• Produção de ramas em viveiros
• Eliminação dos restos de cultura
• Plantio de variedades resistentes
• Rotação de culturas
Planta heliófila –necessita de muita luz
Faixa temperatura - 25 a 30oC (médiaanual).
contém a substância linamarina (no látex, notadamente na casca da raiz e nas folhas) em teor elevado; essa substância transforma-se em ácido cianídrico (altamente tóxico) no estômago do homem e dos animais
sistema de policultivo, ou seja, mistura de mandioca com outras espécies alimentares de ciclo curto, principalmente feijão, milho e amendoim.
Normalmente se recomenda o plantio de maio a outubro, qualquer epoca desde que haja umidade suficiente para garantir a brotação das hastes.
A posição do tolete na cova é horizontal a uma profundidade de cinco a dez centímetros, cobrindo-o com uma leve camada de terra.
forragem de alto poder calórico
a Bahia contribui com cerca de 17% da produção do Bra
Emergencia-desenvolvimento foliar e formaçao do sistema radicular (raizes fibrosas começam a crescer)- desenvolvimento de ramos e folhas- translocaçao de carboidratos para raizes - dormencia
das pragas mais importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais
cópula ocorre durante a noite, nas primeiras 24 horas após a emergência dos adultos, a liberação desses ovos ocorre dois dias depois da cópula
No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se com a folha. Quando completamente desenvolvidas, a coloração das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde, castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura. A lagarta passa por cinco estádios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área é consumida no quinto ínstar.
Suas mariposas são grandes com cerca de 90 mm de comprimento e são de cor cinza com
faixas pretas no abdome, em certos anos aparecem em grande número e em outros quase não
aparecem, geralmente há maiores infestações de dezembro a março e suas lagartas variam de
verde a preta podendo atingir até100 mm de comprimento e são bastante atraídas pela luz o
que nos será muito útil.
A prática da aração da área para novos plantios contribui entre outras vantagens, no enterrio profundo de algumas pupas, enquanto outras ficam na superfície do solo expostas aos raios solares e aos inimigos naturais. A eliminação das plantas invasoras, especialmente as euforbiáceas, presentes na plantação ou em suas imediações, é outra prática recomendada, as quais servem de hospedeiras à praga. No caso de ataques contínuos do mandarová em uma região, recomenda-se a rotação de culturas, já que ao desaparecer o hospedeiro mais prolífero, diminui a população da praga. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais, também tornam o controle mais eficiente. Em áreas pequenas, recomenda-se a catação manual e destruição das lagartas.
O inseticida biológico seletivo à base de Bacillus thuringiensis tem mostrado grande eficiência no controle do mandarová, principalmente quando aplicado em lagartas com tamanho entre 5 mm e 3,5 cm de comprimento, ou seja, quando as lagartas estão entre o primeiro e terceiro ínstares.Outro agente biológico de grande eficiência no controle do mandarová é o Baculovirus erinnyis, um vírus que ataca as lagartas. O controle deve ser feito quando forem encontradas de cinco a sete lagartas pequenas por planta. O B. erinnyis pode ser obtido pela maceração de lagartas infectadas na lavoura, as quais apresentam-se descoradas, com perda dos movimentos e da capacidade alimentar, encontrando-se dependuradas nos pecíolos das folhas. Deve-se levar em consideração que as lagartas infectadas levam cerca de seis dias para morrer, porém, a partir do quarto
Os principais inimigos naturais do mandarová são microhimenópteros dos gêneros Trichogramma e Telenomus que parasitam os ovos, ao passo que o predador de ovos é Chrysopa. O díptero Chetogena floridensis parasita as lagartas e as vespas Polistes e Polybia agem como predadores
O percevejo de renda é uma praga de hábito sugador que ataca a cultura da mandioca em diversos países das Américas do Sul e Central, não tendo sido ainda registrado na África, nem na Ásia. Várias espécies já foram identificadas; no Brasil predomina Vatiga illudens, também encontrada na região do Caribe.
Subordem sternorrinco
A postura é endofítica, ou seja, os ovos ficam inseridos no parênquima foliar
A ninfa passa por cinco ínstares até alcançar a fase adulta. É de coloração branca e um pouco menor que o adulto. Período ninfal: 13,5 dias, em média
O adulto recém-emergido é branco, adquirindo em seguida uma cor acinzentada, medindo aproximadamente 3 mm de comprimento. Longevidade: 53 dias, em média
Os adultos e as ninfas (fase jovem do inseto) são encontrados sobre a face inferior das folhas localizadas nas partes basal e mediana da planta, mas quando o ataque é severo, podem chegar até as apicais.
O ataque ocorre principalmente durante os períodos secos, agravando-se com as secas prolongadas.
A dispersão ocorre pelo vento. As correntes aéreas podem levar este inseto entre campos de mandioca e também a distâncias mais longas.
O dano é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, cujos sinais de ataque manifestam-se por pontuações amarelas pequenas que se tornam de cor arrom-avermelhada. Na face inferior das folhas aparecem inúmeros pontos pequenos, de cor preta, que correspondem aos excrementos dos insetos. Quando a infestação é severa, pode ocorrer o desfolhamento da planta.O dano na folhagem pode causar redução na taxa de fotossíntese e queda das folhas inferiores, porém quando a infestação é severa, pode ocorrer o desfolhamento total da planta. Pode ainda ocorrer reduções no terço superior da parte aérea e no rendimento de raízes, a depender da variedade utilizada, estágio de desenvolvimento da planta, intensidade e duração do ataque. Pesquisas desenvolvidas em Planaltina, DF, indicaram uma perda de 50% no terço superior da parte aérea e de 21% no rendimento de raízes. O ataque do percevejo de renda pode ser confundido com o do ácaro rajado, Tetranychus urticae, entretanto a diferença está em que no ataque de V. illudens observam-se a presença de excrementos na face inferior das folhas, o que
não é observado quando o ataque é do ácaro rajado.
¾ Resistência varietal
A utilização de variedades mais tolerantes ao ataque da praga consiste no melhor meio de controle.
Avaliações preliminares efetuadas no Banco de Germoplasma de Mandioca da Embrapa Mandioca e Fruticultura
indicaram que a resistência varietal pode estar disponível, mas ainda falta pesquisa para implementar esta tecnologia. Em
Cruz das Almas, BA, foram encontradas 49 variedades promissoras ao ataque do percevejo de renda.
Em variedades de mandioca no Distrito Federal, observou-se que as variedades mansas (Mantiqueira e Jaçanã)
foram mais infestadas que as bravas (IAC-12829 e EAB-629).
¾ Controle biológico
a) – com insetos Hemiptera: Miridae
Já foram identificados inimigos naturais; no Brasil foi registrada a ocorrência dos predadores Hyaliodes vitreus (na
Bahia) e H. beckeri (no Distrito Federal), porém em baixa incidência. Pesquisas são necessárias para comprovar sua
eficiência.
b) – com fungos
Atualmente a Embrapa Cerrados está desenvolvendo pesquisas comparando métodos de produção dos fungos
Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Sporothrix insectorum para o controle biológico do percevejo de renda da
mandioca, além de teste de eficiência desses fungos no controle do percevejo em casa telada e no campo. Resultados
preliminares indicam que o fungo B. bassiana é o mais promissor, quando formulado em óleo emulsionável e água. Novos
experimentos serão realizados para confirmação dos resultados obtidos. Testes de armazenamento desses fungos formulados
em óleo emulsionável ou na forma de esporos puros e secos estão sendo conduzidos para se determinar o período de
validade do produto.
Protocrisálida,
deutocrisálida e teliocrisálida são períodos de
imobilidade ou crisálida nos quais ocorrem
transformações morfológicas e fisiológicas
relacionadas às mudanças de fases
são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese.
Até o momento não há nenhum produto registrado para o controle químico de ácaros da mandioca
STERNORRYNCHA
três seguintes são inativos e sésseis, em forma de
escama e com asas desenvolvidas internamente, popularmente chamados de ninfas.
cuja substância é açucarada e comumente chamada de “mel” ou “mela” pelo agricultor, consiste na presença de um fungo conhecido como fumagina, que reduz a capacidade fotossintética da planta.
A parte comercial se constitui de raízes de reserva que se formam ao longo do ciclo da planta, sem apresentar um momento específico de colheita, tratando-se portanto de uma planta de ciclo perene. Assim sendo, a colheita pode ser parcelada, antecipada, ou retardada, de acordo com a conveniência do produtor, levando-se em conta porém, que a antecipação corresponde à produção de raízes de menor tamanho e que o retardamento implica em maior incidência de pragas, além da formação de raízes acima dos padrões comerciais.
Müller e Börger – 1940, citado por Woolfe (1992), que descobriu que a presença de fitoalexinas, extraída pela primeira vez nesta planta, funcionavam como antibióticos naturais. Quando as raízes são danificadas por fungos patogênicos, tais como Ceratocystis fimbriata (CLARK; MOYER, 1988) ou Fusarium solani (WILSON, 1973) ou então invadidas por brocas como Euscepes postfasciatus (URITANI et al. 1975), a planta reage ao ataque, produzindo uma variedade de sesquiterpenos que tornam o tecido vegetal amargo e com odor forte (SCHNEIDER et al., 1984).
A cultura é instalada em camalhões ou leiras que devem ser construídas em nível, formando um eficiente sistema de controle da erosão, podendo portanto ocupar áreas marginais e de topografia acidentada. A planta apresenta ainda um crescimento rápido, cobrindo completamente o solo a partir de aproximadamente 45 dias do plantio.