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Água para análises químicas e clínicas
A água de abastecimento urbano ("água de torneira") não tem pureza suficiente
para muitas aplicações específicas como uso em laboratórios, preparação do
banho de hemodiálise, produção de medicamentos e alguns produtos químicos
específicos, produção de determinados componentes eletrônicos, alimento de
caldeiras, sistemas de geração de vapor, sistemas de refrigeração etc.
(Eymard de Meira Breda,2001)
A água é um reagente utilizado na maioria dos testes laboratoriais e por isso
deve seguir um padrão de controle de qualidade rigoroso. O fornecimento
urbano de água apresenta moléculas orgânicas, íons inorgânicos, partículas,
coloides, gases, bactérias e seus produtos, que podem alterar os resultados
dos exames laboratoriais e causar eventuais erros e falhas mecânicas em
equipamentos analíticos. Para remover essas impurezas, é necessário recorrer
a uma combinação de tecnologias de purificação. Há várias organizações que
especificam normas sobre a água reagente, a fim de minimizar sua
interferência nos ensaios laboratoriais. A maioria dos laboratórios utiliza as
normas estabelecidas pelo Clinica and Laboratory Standards Institute (CLSI)
que classifica a água em: clinical laboratory reagent water (CLRW), special
reagent water (SRW) e instrumental feed water (IFW). O monitoramento da
qualidade é realizado pela determinação de resistividade, condutividade,
carbono orgânico total (TOC), controle microbiológico e endotoxinas. Os
parâmetros são avaliados de acordo com a periodicidade estabelecida pela
norma utilizada.( Maria Elizabete Mendes et al,2011)
O NCCLS especificou quatro tipos de água, de acordo com suas respectivas
aplicações, que são definidos a seguir:
Água Tipo I: pode ser considerada como a água de qualidade “ideal”, isto é,
a água com a melhor qualidade possível de ser obtida com a tecnologia
disponível atualmente para tratamento e purificação de água. Deve ser usada
em métodos de análise que requeiram mínima interferência e máximas
precisão e exatidão (absorção atômica, espectrometria de emissão de chama,
traços de metais, procedimentos enzimáticos sensíveis a traços de metais,
eletroforese, cromatografia líquida de alta resolução, fluorometria);
preparação de soluções-padrão e de soluções tampão; processos onde a
presença de microorganismos deve ser mínima.
A água tipo I: deve ser usada no momento em que é produzida; não deve ser
estocada, pois sua resistividade diminui, podendo ocorrer lixiviação de metais
e/ou compostos orgânicos do frasco de estocagem e também
desenvolvimento / contaminação bacteriana.
Água Tipo II: métodos analíticos e processos onde é tolerada a presença de
bactérias: reagentes em geral, sistemas de microbiologia e métodos /
processos aos quais não é necessário o uso da água tipo I e da água para
aplicações especiais.
Água Tipo III: para lavagem de vidraria em geral, produção de água de maior
grau de pureza e preparação de culturas bacteriológicas.
Água para Aplicações Especiais: utilizada em procedimentos que requerem
a remoção de contaminantes específicos - remoção de pirogênicos para
cultura de tecidos / células e remoção de traços de orgânicos para
cromatografia líquida de alta resolução.
.( Maria Elizabete Mendes et al,2011)
ÁGUA REAGENTE TIPO I
Esta água é a ideal para a utilização geral em Laboratórios Clínicos. Quando obtida por
processos adequados e estocada corretamente, não produz nenhuma interferência na
preparação dos reagentes ou execução das metodologias mais sofisticadas no Laboratório
Clínico.
Sua resistência específica deve ser ≥ 10 megohm/cm.
ÁGUA REAGENTE TIPO II
Esta água pode ser usada quando a presença de bactérias é tolerada, como nos testes de
rotina que não necessitam água reagente do tipo I ou água reagente especial.
É a água reagente que sempre temos em nossos laboratórios e pode ser usada para dissolver
os nossos soros controles, preparar os reagentes e diluir as amostras.
Sua resistência específica deve ser > 2,0 megohm/cm.
ÁGUA REAGENTE TIPO III
Pode ser usada para rinsar frascos de vidro ou lavagens preliminares de outros recipientes que
necessitem no final, tratamento com água tipo I ou II. Também pode ser utilizada como água
original, para a obtenção de água de alto grau de pureza.
Sua resistência específica deve ser > 0,1 megohm/cm.
ÁGUA REAGENTE ESPECIAL
Deve ser preparada e utilizada quando há necessidade de que sejam removidos determinados
contaminantes, de acordo com a utilização proposta. Ex.: água para preparar soluções
injetáveis, exames microssomais, HPLC, etc.
Este tipo de água é obtido com a utilização de dois ou mais processos de purificação, que
permitam a eliminação de todo e qualquer contaminante da água. Ela não deve conter íons,
substâncias orgânicas, silicatos, bactérias ou substâncias em suspensão.
(PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE
=EDUCAÇÃO CONTINUADA=
ÁGUA REAGENTE NO LABORATÓRIO CLÍNICO)
Obtenção da água grau reagente:
• Água tipo III
▫ Destilação simples(H2O rede)
▫ Osmose reversa
▫ Deionização
• Água tipo II
▫ Redestilação da H2O tipo III
▫ Deionização de água destiladaRA
LA Água tipo I
Osmose inversa
▫ H2O tipo II +
Deionização
▫ Depois filtração
membrana com poros 0,2μm
▫ Finalidade da filtraçãoRemover materiais
particuladosBORATÓRIO
Tipo III
▫ Limpeza de vidraria
▫ Análises qualitativas
▫ Preparo de H2O tipo I e II
• Tipo II
▫ Preparação de soluções e corantes
▫ Análises microbiológicas
Tipo I
▫ Teste de esterilidade(indústria farmacêutica)
▫ Espetrofotometria de absorção atômica (EAA)
▫ Cromatografia liquida de alta eficiência(HPLC)
▫ Cultivo de células
Água grau para reagente

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Água reagente para laboratórios clínicos

  • 1. Água para análises químicas e clínicas A água de abastecimento urbano ("água de torneira") não tem pureza suficiente para muitas aplicações específicas como uso em laboratórios, preparação do banho de hemodiálise, produção de medicamentos e alguns produtos químicos específicos, produção de determinados componentes eletrônicos, alimento de caldeiras, sistemas de geração de vapor, sistemas de refrigeração etc. (Eymard de Meira Breda,2001) A água é um reagente utilizado na maioria dos testes laboratoriais e por isso deve seguir um padrão de controle de qualidade rigoroso. O fornecimento urbano de água apresenta moléculas orgânicas, íons inorgânicos, partículas, coloides, gases, bactérias e seus produtos, que podem alterar os resultados dos exames laboratoriais e causar eventuais erros e falhas mecânicas em equipamentos analíticos. Para remover essas impurezas, é necessário recorrer a uma combinação de tecnologias de purificação. Há várias organizações que especificam normas sobre a água reagente, a fim de minimizar sua interferência nos ensaios laboratoriais. A maioria dos laboratórios utiliza as normas estabelecidas pelo Clinica and Laboratory Standards Institute (CLSI) que classifica a água em: clinical laboratory reagent water (CLRW), special reagent water (SRW) e instrumental feed water (IFW). O monitoramento da qualidade é realizado pela determinação de resistividade, condutividade, carbono orgânico total (TOC), controle microbiológico e endotoxinas. Os parâmetros são avaliados de acordo com a periodicidade estabelecida pela norma utilizada.( Maria Elizabete Mendes et al,2011) O NCCLS especificou quatro tipos de água, de acordo com suas respectivas aplicações, que são definidos a seguir: Água Tipo I: pode ser considerada como a água de qualidade “ideal”, isto é, a água com a melhor qualidade possível de ser obtida com a tecnologia disponível atualmente para tratamento e purificação de água. Deve ser usada em métodos de análise que requeiram mínima interferência e máximas precisão e exatidão (absorção atômica, espectrometria de emissão de chama, traços de metais, procedimentos enzimáticos sensíveis a traços de metais, eletroforese, cromatografia líquida de alta resolução, fluorometria); preparação de soluções-padrão e de soluções tampão; processos onde a presença de microorganismos deve ser mínima. A água tipo I: deve ser usada no momento em que é produzida; não deve ser estocada, pois sua resistividade diminui, podendo ocorrer lixiviação de metais e/ou compostos orgânicos do frasco de estocagem e também desenvolvimento / contaminação bacteriana. Água Tipo II: métodos analíticos e processos onde é tolerada a presença de bactérias: reagentes em geral, sistemas de microbiologia e métodos / processos aos quais não é necessário o uso da água tipo I e da água para aplicações especiais. Água Tipo III: para lavagem de vidraria em geral, produção de água de maior grau de pureza e preparação de culturas bacteriológicas. Água para Aplicações Especiais: utilizada em procedimentos que requerem a remoção de contaminantes específicos - remoção de pirogênicos para cultura de tecidos / células e remoção de traços de orgânicos para cromatografia líquida de alta resolução.
  • 2. .( Maria Elizabete Mendes et al,2011) ÁGUA REAGENTE TIPO I Esta água é a ideal para a utilização geral em Laboratórios Clínicos. Quando obtida por processos adequados e estocada corretamente, não produz nenhuma interferência na preparação dos reagentes ou execução das metodologias mais sofisticadas no Laboratório Clínico. Sua resistência específica deve ser ≥ 10 megohm/cm. ÁGUA REAGENTE TIPO II Esta água pode ser usada quando a presença de bactérias é tolerada, como nos testes de rotina que não necessitam água reagente do tipo I ou água reagente especial. É a água reagente que sempre temos em nossos laboratórios e pode ser usada para dissolver os nossos soros controles, preparar os reagentes e diluir as amostras. Sua resistência específica deve ser > 2,0 megohm/cm. ÁGUA REAGENTE TIPO III Pode ser usada para rinsar frascos de vidro ou lavagens preliminares de outros recipientes que necessitem no final, tratamento com água tipo I ou II. Também pode ser utilizada como água original, para a obtenção de água de alto grau de pureza. Sua resistência específica deve ser > 0,1 megohm/cm. ÁGUA REAGENTE ESPECIAL Deve ser preparada e utilizada quando há necessidade de que sejam removidos determinados contaminantes, de acordo com a utilização proposta. Ex.: água para preparar soluções injetáveis, exames microssomais, HPLC, etc. Este tipo de água é obtido com a utilização de dois ou mais processos de purificação, que permitam a eliminação de todo e qualquer contaminante da água. Ela não deve conter íons, substâncias orgânicas, silicatos, bactérias ou substâncias em suspensão. (PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE =EDUCAÇÃO CONTINUADA= ÁGUA REAGENTE NO LABORATÓRIO CLÍNICO) Obtenção da água grau reagente: • Água tipo III ▫ Destilação simples(H2O rede) ▫ Osmose reversa ▫ Deionização • Água tipo II ▫ Redestilação da H2O tipo III ▫ Deionização de água destiladaRA LA Água tipo I Osmose inversa ▫ H2O tipo II + Deionização ▫ Depois filtração membrana com poros 0,2μm
  • 3. ▫ Finalidade da filtraçãoRemover materiais particuladosBORATÓRIO Tipo III ▫ Limpeza de vidraria ▫ Análises qualitativas ▫ Preparo de H2O tipo I e II • Tipo II ▫ Preparação de soluções e corantes ▫ Análises microbiológicas Tipo I ▫ Teste de esterilidade(indústria farmacêutica) ▫ Espetrofotometria de absorção atômica (EAA) ▫ Cromatografia liquida de alta eficiência(HPLC) ▫ Cultivo de células Água grau para reagente