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A DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Prof.ª Patrícia Almeida Alves
História A – CMB 2009/2010
Com o final da Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se uma política global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes
pólos (denominadas na época superpotências): EUA e URSS.
Formadas por ideais distintos, ambos os pólos de poder tinham como principal meta a difusão de seus sistemas políticos
e culturais no resto do mundo.
Os EUA defendiam a política capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em
contrapartida, a URSS enfatizava o socialismo como resposta ao domínio burguês e solução dos problemas sociais.
A RECONSTRUÇÃO DO
PÓS-GUERRA
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das
superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul receberam forte influência cultural e económica
americana; a maior parte da Ásia e o leste europeu, sob domínio soviético.
1. A Conferência de Ialta
Em Fevereiro de 1945, realizou-se em Ialta, nas margens do Mar Negro, a mais importante de
todas as cimeiras pelos reflexos que as suas conclusões vieram a ter na definição da nova
ordem internacional.
Churchill, Estaline e Roosevelt chegaram a acordo sobre questões importantes como:
A divisão da Alemanha em 4 zonas de ocupação, tuteladas administrativamente pelos
comandos militares dos EUA, da Inglaterra, da França e da URSS;
Bloqueio de Berlim
(Junho/1948 - Maio/1949)
A realização de uma Conferência em São Francisco para a criação de uma organização
mundial – as Nações Unidas;
A fixação das fronteiras da Polónia com integração na URSS de territórios a leste,
conforme reclamava Estaline;
A redefinição das fronteiras dos territórios ocupados pelos exércitos nazis, em
consequência da sua libertação.
A celebração de eleições livres nos Estados subtraídos à ocupação nazi;
supervisionadas pelas potências vencedoras;
A divisão da Coreia em duas zonas de influência – o Norte, da URSS, e o Sul, dos EUA;
Confirmação da superintendência política da Sérvia, na pessoa do marechal Tito, sobre
as restantes nações integrantes da Federação Jugoslava;
Estabeleceu-se a quantia de 20 000 milhões de dólares, proposta por Estaline, como base
das reparações da guerra a pagar pela Alemanha.
2. A Conferência de Potsdam.
Realizou-se logo a seguir a capitulação da Alemanha, em Julho de 1945, com o
objectivo de obter novos avanços no caminho de uma paz duradoura.
As divergências de interesses estratégicos acabaram por inviabilizar o consenso sobre
soluções definitivas para os países vencidos, pelo que apenas se conseguiu a confirmação das
deliberações tomadas em Ialta e foram tomadas novas medidas relativamente à Alemanha,
na condição de derrotada, nomeadamente:
A “desnazificação” com a extinção do partido nazi e julgamento dos criminosos de
guerra, para o que foi criado o Tribunal Internacional de Nuremberga;
O valor das indemnizações de guerra a pagar aos Aliados;
A definição de um estatuto especial para Berlim, a capital da Alemanha, que por
força da divisão do território, ficou encravada na área de influência soviética.
Berlim e Viena vieram também a ser também divididas em quatro zonas de ocupação;
A confirmação de novas fronteiras e a redefinição do mapa político da Europa, sobretudo da
Europa Central e de Leste, com prejuízo para os antigos estados-satélites da Alemanha e claro
benefício para a URSS;
A desmilitarização e consequente destruição das indústrias bélicas que tinham suportado o
nazismo.
Em 1947 realizaram-se os tratados de paz, em Paris, nos quais se aprovaram as
resoluções de Ialta e Potsdam e se definiu o novo mapa político da Europa.
O novo traçado da Europa decorrente das conferências de paz não conseguiu esconder a divisão
do Velho Continente em duas zonas perfeitamente delimitadas:
A ocidente do meridiano 12, uma Europa atlântica destruída e reconstruída graças às ajudas
económicas dos EUA em cuja esfera de influência acabará por cair;
A leste do referido meridiano, uma Europa também destruída, liberta da ocupação nazi graças à
acção do Exército Vermelho e onde governos comunistas pro-soviéticos ascendem ao poder:
Ω a Hungria, a Roménia, a Polónia, a Bulgária, a Checoslováquia (actuais República Checa e
Eslováquia);
Ω a República Democrática Alemã (actualmente extinta após a reunificação da Alemanha);
Ω a Albânia e a Jugoslávia (actualmente desmembrada em estados independentes) também
aderiram ao regime socialista, mas afastaram-se da esfera soviética.
Europa no quadro da Guerra Fria
(1945-1992)
Esta clara divisão da Europa acaba por reforçar a desconfiança relativamente às posições
de Estaline sobre a evolução política dos países de Leste e o consequente endurecimento de
posições dos dois blocos geopolíticos em que o mundo se apresentava dividido.
EUA e URSS eram possuidores de duas visões do mundo opostas, mesmo antagónicas, e
são consequentemente portadores da vontade de impor os respectivos modelos mediante a
aplicação de projectos “restauradores” que dificilmente se coadunam com a gestão estratégica
do poder e a noção clássica de equilíbrio que predominava entre os países europeus.
O equilíbrio das forças internacionais passou a ser “orquestrado” por duas hegemonias
em confronto latente. Progressivamente as suas posições vão-se extremando até se cavar um
cisma profundo entre os dois antigos aliados, a que a historiografia designou por Guerra Fria.

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A reconstrucao posguerra

  • 1. A DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA Prof.ª Patrícia Almeida Alves História A – CMB 2009/2010
  • 2.
  • 3. Com o final da Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se uma política global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes pólos (denominadas na época superpotências): EUA e URSS. Formadas por ideais distintos, ambos os pólos de poder tinham como principal meta a difusão de seus sistemas políticos e culturais no resto do mundo. Os EUA defendiam a política capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida, a URSS enfatizava o socialismo como resposta ao domínio burguês e solução dos problemas sociais. A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA
  • 4. Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul receberam forte influência cultural e económica americana; a maior parte da Ásia e o leste europeu, sob domínio soviético.
  • 5. 1. A Conferência de Ialta Em Fevereiro de 1945, realizou-se em Ialta, nas margens do Mar Negro, a mais importante de todas as cimeiras pelos reflexos que as suas conclusões vieram a ter na definição da nova ordem internacional. Churchill, Estaline e Roosevelt chegaram a acordo sobre questões importantes como: A divisão da Alemanha em 4 zonas de ocupação, tuteladas administrativamente pelos comandos militares dos EUA, da Inglaterra, da França e da URSS; Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)
  • 6. A realização de uma Conferência em São Francisco para a criação de uma organização mundial – as Nações Unidas; A fixação das fronteiras da Polónia com integração na URSS de territórios a leste, conforme reclamava Estaline; A redefinição das fronteiras dos territórios ocupados pelos exércitos nazis, em consequência da sua libertação. A celebração de eleições livres nos Estados subtraídos à ocupação nazi; supervisionadas pelas potências vencedoras; A divisão da Coreia em duas zonas de influência – o Norte, da URSS, e o Sul, dos EUA; Confirmação da superintendência política da Sérvia, na pessoa do marechal Tito, sobre as restantes nações integrantes da Federação Jugoslava; Estabeleceu-se a quantia de 20 000 milhões de dólares, proposta por Estaline, como base das reparações da guerra a pagar pela Alemanha.
  • 7. 2. A Conferência de Potsdam. Realizou-se logo a seguir a capitulação da Alemanha, em Julho de 1945, com o objectivo de obter novos avanços no caminho de uma paz duradoura. As divergências de interesses estratégicos acabaram por inviabilizar o consenso sobre soluções definitivas para os países vencidos, pelo que apenas se conseguiu a confirmação das deliberações tomadas em Ialta e foram tomadas novas medidas relativamente à Alemanha, na condição de derrotada, nomeadamente: A “desnazificação” com a extinção do partido nazi e julgamento dos criminosos de guerra, para o que foi criado o Tribunal Internacional de Nuremberga; O valor das indemnizações de guerra a pagar aos Aliados; A definição de um estatuto especial para Berlim, a capital da Alemanha, que por força da divisão do território, ficou encravada na área de influência soviética.
  • 8. Berlim e Viena vieram também a ser também divididas em quatro zonas de ocupação; A confirmação de novas fronteiras e a redefinição do mapa político da Europa, sobretudo da Europa Central e de Leste, com prejuízo para os antigos estados-satélites da Alemanha e claro benefício para a URSS; A desmilitarização e consequente destruição das indústrias bélicas que tinham suportado o nazismo. Em 1947 realizaram-se os tratados de paz, em Paris, nos quais se aprovaram as resoluções de Ialta e Potsdam e se definiu o novo mapa político da Europa.
  • 9. O novo traçado da Europa decorrente das conferências de paz não conseguiu esconder a divisão do Velho Continente em duas zonas perfeitamente delimitadas: A ocidente do meridiano 12, uma Europa atlântica destruída e reconstruída graças às ajudas económicas dos EUA em cuja esfera de influência acabará por cair; A leste do referido meridiano, uma Europa também destruída, liberta da ocupação nazi graças à acção do Exército Vermelho e onde governos comunistas pro-soviéticos ascendem ao poder: Ω a Hungria, a Roménia, a Polónia, a Bulgária, a Checoslováquia (actuais República Checa e Eslováquia); Ω a República Democrática Alemã (actualmente extinta após a reunificação da Alemanha); Ω a Albânia e a Jugoslávia (actualmente desmembrada em estados independentes) também aderiram ao regime socialista, mas afastaram-se da esfera soviética.
  • 10. Europa no quadro da Guerra Fria (1945-1992)
  • 11. Esta clara divisão da Europa acaba por reforçar a desconfiança relativamente às posições de Estaline sobre a evolução política dos países de Leste e o consequente endurecimento de posições dos dois blocos geopolíticos em que o mundo se apresentava dividido. EUA e URSS eram possuidores de duas visões do mundo opostas, mesmo antagónicas, e são consequentemente portadores da vontade de impor os respectivos modelos mediante a aplicação de projectos “restauradores” que dificilmente se coadunam com a gestão estratégica do poder e a noção clássica de equilíbrio que predominava entre os países europeus. O equilíbrio das forças internacionais passou a ser “orquestrado” por duas hegemonias em confronto latente. Progressivamente as suas posições vão-se extremando até se cavar um cisma profundo entre os dois antigos aliados, a que a historiografia designou por Guerra Fria.