Impactos da convergência e da virtualização nos fabricantes de redes ópticas
1. IMPACTOS DA CONVERGÊNCIA E DA VIRTUALIZAÇÃO
NOS FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS
Nicholas Gimenes
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Estes slides foram elaborados a partir da monografia apresentada como
exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Marketing
Organizacional pelo Instituto de Economia da Unicamp, sob orientação
do Profº Drº Paulo Sérgio de Arruda Ignácio, em Nov/2013.
2. TÓPICOS
1. MUDANÇAS ESTRUTURAIS DO SETOR
2. DEMANDA
3. TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS
4. FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS
5. RESUMO
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4. DESENVOLVIMENTO DAS REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
CONVERGÊNCIA: Fusão de múltiplas redes em uma única rede IP
ACHATAMENTO: Fusão das diferentes camadas (convergência packet-optical)
VIRTUALIZAÇÃO (SDN/NFV): Controle via software com padrão aberto, virtualização das
funcionalidades de rede e utilização de hardware commoditizado, proporcionando mais
agilidade, flexibilidade, automação e redução de custos.
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6. Até a déc de 90, a oferta de voz, vídeo e dados ocorria de forma separada,
por redes distintas e especializadas.
A substituição gradual das redes comutadas por circuitos e comutadas por
pacotes IP possibilitou a oferta integrada dos serviços de voz, vídeo e dados.
Esta convergência de tecnologias de rede e de serviços propiciou a
convergência dos setores de telecomunicações, TI e mídia, e impactou
profundamente as operadoras e os fabricantes de equipamentos de rede.
CONVERGÊNCIA DIGITAL
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9. As empresas de segmentos distintos (Telecom, TI, Mídia) passam a competir
e a colaborar na oferta de novos serviços.
CONVERGÊNCIA DIGITAL
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11. A banda larga propiciou a oferta online de apps/conteúdos por empresas de TI/mídia.
Os operadores viram a ARPU (Average Revenue per User) diminuir, em função da menor
utilização de voz e SMS (que perdem atratividade frente às redes sociais, mensagens
instantâneas e VoIP),
enquanto a taxa de utilização de suas redes cresceu exponencialmente (principalmente,
em virtude de video streaming e file sharing)
e os mercados de origem se tornaram mais restritos para aquisição de assinantes,
pela penetração quase universal da banda larga nos países desenvolvidos
2013
Digital
Services
Access
Messaging
Voice
CONVERGÊNCIA DIGITAL
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12. Esse cenário suscitou a discussão sobre a Neutralidade da Rede, na qual as operadoras
argumentam que deveria ser permitido tratar de forma diferenciada os pacotes,
viabilizando a oferta por QoS (Quality of Service), de acordo com o que for utilizado
Além disso, discutem se os investimentos para atingir as metas de universalização e
qualidade impostas pela ANATEL deveriam ser compartilhados com as empresas de TI e
Mídia (LICKS, 2012).
A discussão configura um grande problema para agências reguladoras, pois a inspeção dos
pacotes pelas operadoras e oferta de banda de acordo com o serviço poderia limitar as
inovações no setor e suscitar preocupações sobre privacidade.
CONVERGÊNCIA DIGITAL - NEUTRALIDADE DA REDE
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Fonte: ESTADÃO, 2011
13. A convergência tecnológica, a padronização e modularização dos equipamentos
promoveu uma uniformização, deixando os competidores com poucos diferenciais
entre si.
Para enfrentar a comoditização do hardware e a consolidação das operadoras, os
fornecedores de equipamentos estão:
se dedicando mais intensamente às atividades de P&D (com importância cada
vez maior do desenvolvimento de software),
Terceirizando as atividades rotineiras de produção,
oferecendo soluções integradas e dando maior enfoque aos serviços
(treinamentos, consultorias, integração de sistemas, gestão de redes),
além de atender diretamente empresas de outros segmentos (TI, Mídia,
pequenos provedores, Utilities, Defesa, Financeiro, Prefeituras, Universidades,
Institutos de Pesquisa, entre outros).
CONVERGÊNCIA DIGITAL
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14. MUDANÇAS NA ERA DA CONVERGÊNCIA
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Fonte: Adaptado de CAPELLA FILHO, 2006; FRANSMAN, 2001
22. Criam ofertas de conteúdos, aplicativos e plataformas online de forma independente da
oferta de rede pelas operadoras.
Serviços de VoIP e redes sociais estão substituindo a utilização dos serviços de SMS e Voz,
minando a principal fonte de receita das operadoras. Vídeos online e cloud computing
requerem grandes investimentos em infra-estrutura pelas operadoras.
PROVEDORES DE APLICAÇÕES E CONTEÚDOS (TI + MÍDIA + WEB)
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Fonte: Adaptado de MONTEIRO, 2012
23. PAPEL DO GOVERNO
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O governo brasileiro é ciente do efeito multiplicador das telecomunicações
na produtividade nos demais setores e vem implantando políticas para
promover o desenvolvimento e a universalização da banda larga.
Setorial 60 anos. Complexo Eletrônico. BNDES
24. Entre os principais instrumentos de apoio ao setor, estão:
os incentivos (Lei do Bem, Lei da Informática, Lei da Inovação, REPNBL),
financiamentos (FINEP, BNDES, FAPS),
poder de compra com a reativação da TELEBRÁS e criação do Programa
Nacional de Banda Larga (PNBL),
e a Lei das Licitações (12.349/2010) que estabelece a preferência para
equipamentos nacionais em editais públicos até 25% mais caros do que o
concorrente estrangeiro de menor preço, desde que comprovadas a
geração de empregos, investimentos em P&D e arrecadação de tributos.
PAPEL DO GOVERNO
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25. BENEFÍCIOS COM O AUMENTO DA PENETRAÇÃO E VELOCIDADE DA BANDA LARGA
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26. No entanto, é importante destacar que a carga tributária nos serviços de
telecomunicações do país ainda está entre as maiores do mundo, alcançando
mais de 40% da receita líquida.
CARGA TRIBUTÁRIA
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
27. A balança comercial do setor de telecomunicações apresentou grandes
déficits nos últimos anos, refletindo a dependência cada vez maior de
fornecedores estrangeiros, principalmente na área de componentes.
BALANÇA COMERCIAL - TELECOMUNICAÇÕES
DÉFICITS NA BALANÇA COMERCIAL
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
28. A balança comercial do setor de telecomunicações apresentou grandes
déficits nos últimos anos, refletindo a dependência cada vez maior de
fornecedores estrangeiros, principalmente na área de componentes.
BALANÇA COMERCIAL - TELECOMUNICAÇÕES
DÉFICITS NA BALANÇA COMERCIAL
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
29. De acordo com a previsão do BNDES, ainda serão investidos mais R$ 125 bilhões
entre 2014 e 2017, isto é, 39% a mais do que no período de 2009 a 2012.
INVESTIMENTOS E A FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
30. De acordo com a previsão do BNDES, ainda serão investidos mais R$ 125 bilhões
entre 2014 e 2017, isto é, 39% a mais do que no período de 2009 a 2012.
FUNDOS SETORIAIS: FUST, FISTEL e FUNTTEL
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
49. Segundo as previsões da Cisco, o tráfego da internet brasileira em 2017 será 297x
maior do que toda a Internet brasileira de 2005, com um tráfego médio de 9
Tbps, alcançando 28 Tbps nos horários de pico , isto equivale a 23 milhões de
pessoas assistindo simultaneamente vídeos em HD pela internet.
USO DA INTERNET NO BRASIL
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Fonte: TELEBRASIL, 2013
50. A telefonia móvel alcança quase todo o território brasileiro
COBERTURA NO BRASIL
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Fonte: Extraído de TELETIME, 2011
51. Banda Larga:
79% dos pontos de
acesso estão
concentrados
nas regiões Sul e
Sudeste
COBERTURA NO BRASIL
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52. Apenas 6% tem acesso
ACESSO À INTERNET DA POPULAÇÃO MAIS POBRE
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53. De acordo com o levantamento realizado pelo Procon, em 2012 os
serviços de telecomunicações estiveram entre os maiores volumes de
reclamações no órgão, representando 21,7% do total.
QUALIDADE DO SERVIÇO
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Fonte: Adaptado de SOUSA, SOUZA e KUBOTA, 2013
54. CABOS ÓPTICOS SUBMARINOS COM PASSAGEM NO BRASIL
*em cinza são os cabos previstos
para depois de 2013.
Cabos Ópticos Planejados para 2014/2015
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56. A comunicação por fibras ópticas apresenta muitas vantagens:
menor custo por bit transmitido;
maior capacidade e alcance de transmissão;
menor degradação do sinal e latência;
menor consumo de energia;
maior vida útil (mais de 20 anos);
matéria-prima abundante (areia);
maior escalabilidade (não é preciso substituir o cabo óptico);
maior segurança e flexibilidade
(a fibra óptica é um meio físico confinado que dificulta a interceptação de dados; é
fina, leve. Além disso é resistente a choques, a interferências eletromagnéticas, à
corrosão, à umidade e não é inflamável);
REDES ÓPTICAS - VANTAGENS
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58. REDES ÓPTICAS
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Parte da difusão das comunicações ópticas se deve à tecnologia DWDM com detecção coerente,
que vêm substituindo o TDM e permite a transmissão de mais de 100 canais simultâneos em
diferentes comprimentos de onda (cores) a uma taxa de 100 Gb/s,
em diversas topologias (P2P, Anel, Mesh, entre outras).
O aprimoramento das tecnologias de modulação, detecção, correção de erros, amplificação,
comutação, multiplexação, além dos avanços na fotônica e na nanotecnologia indicam que serão
possíveis redes de transporte All-Optical (com mínima conversão para sinais elétricos), permitindo
a transmissão de um número ainda maior de canais, com uso mais eficiente do espectro, em taxas
e distâncias maiores, e com menor consumo de energia.
Fonte: Extraído de REGO,
LOURAL, et al., 2011
59. Os avanços nas comunicações ópticas tornaram o seu uso atraente em redes de
acesso, levando a conexão via fibra óptica até a casa do usuário final FTTH com a
tecnologia GPON, disponibilizando uma banda compartilhada de 2.5 Gb/s para os
assinantes e a oferta convergente de triple play (VoIP, IPTV e banda larga).
REDES ÓPTICAS - FTTx
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60. Os equipamentos de comunicação óptica eram especializadas em transporte e suas redes eram estáticas e
comutadas por circuitos, enquanto que o roteamento e a comutação eram realizados por outras camadas
de equipamentos comutados por pacotes, com baixa capacidade de transmissão.
A incorporação de TI nos equipamentos ópticos introduziu recursos de comutação, construindo redes
ópticas de alta capacidade, mais flexíveis e dinâmicas, e achatando as camadas de rede.
CONVERGÊNCIA PACKET-OPTICAL
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Fonte: Adaptado
de VISCARDI, 2011
61. Entre as principais abordagens nos
equipamentos para redes ópticas
de pacotes estão o IPoDWDM que
consiste em adicionar portas de
comunicação óptica aos
roteadores,
e o P-OTN cujo conceito é oposto,
adicionando funcionalidades de
comutação e roteamento aos
equipamentos de comunicação
óptica.
CONVERGÊNCIA PACKET-OPTICAL
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62. A estimativa é de que o mercado global de equipamentos de comunicação óptica
alcançará 20 bilhões de dólares em 2018, 100% maior do que em 2013.
DEMANDA POR EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO ÓPTICA
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64. Os avanços na fotônica estão proporcionando o desenvolvimento de “sistemas
WDM em um chip”, ou seja, circuitos fotônicos integrados com capacidade de
transmissão, de recepção e de comutação óptica. Entre os principais benefícios
estão a redução de custo, de espaço e do consumo de energia.
PIC – PHOTONIC INTEGRATED CHIP
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Fonte: INFINERA, 2011
65. Apesar do êxito nos esforços de padronização e interoperação, os controles internos
dos equipamentos de rede ainda são softwares fechados em hardware proprietário
O protocolo OpenFlow é um padrão aberto para programar dispositivos de rede
genéricos, controlando-os a partir de um servidor remoto de alta capacidade.
SOFTWARE-DEFINED NETWORKS
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66. Entre os principais benefícios estão:
Ambiente de inovação mais aberto, com maior possibilidade de desenvolver soluções inovadoras de rede
por startups, operadores de rede, provedores de serviços e comunidade acadêmica;
Redução no CAPEX e OPEX por alocação dinâmica e otimizada de recursos, por utilização de hardware mais
simples e pela automação de funções;
Serviços baseados na virtualização dos recursos de rede (Network-as-a-Service) e incorporação rápida de
novas funcionalidades (atualizando apenas o software de controle central ou o firmware dos
equipamentos);
OpenFlow permite a configuração de fatias de rede, garantindo a operação isolada entre o tráfego
operacional e o tráfego experimental, ou visualizar diferentes camadas de rede com uma única rede virtual;
SOFTWARE-DEFINED NETWORKS
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67. A difusão das SDNs desloca mais o valor da indústria do hardware para software. Uma vez
que as interfaces seriam abertas, fornecedores como Cisco, Juniper, Huawei, entre outros,
verão as barreiras de entrada caírem para competidores externos ao segmento.
SOFTWARE-DEFINED NETWORKS
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72. As técnicas de inteligência artificial têm possibilitado redes com capacidade de
auto-configuração, auto-proteção, auto-recuperação e auto-otimização, que
aprende com dados históricos e usa modelos preditivos.
REDES AUTONÔMICAS E COGNITIVAS
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74. As 10 empresas com maior market share global em receitas de equipamentos ópticos
(transporte e comutação) representam 86% do mercado.
4 estão sediadas nos EUA (Ciena, Cisco, Tellabs e Infinera),
2 na China (Huawei, ZTE), 2 no Japão (Fujitsu, NEC) e
2 na Europa (Alcatel-Lucent na França e a NSN na Finlândia).
A soma do market share da Ciena, Alcatel-Lucent e Huawei equivale a mais de 51%.
A Huawei detém 1/4 do market share e supera a soma das 4 americanas mencionadas.
CONCORRENTES – MERCADO DE REDES ÓPTICAS
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75. As 10 empresas com maior market share global em receitas de equipamentos ópticos
(transporte e comutação) representam 86% do mercado.
4 estão sediadas nos EUA (Ciena, Cisco, Tellabs e Infinera),
2 na China (Huawei, ZTE), 2 no Japão (Fujitsu, NEC) e
2 na Europa (Alcatel-Lucent na França e a NSN na Finlândia).
A soma do market share da Ciena, Alcatel-Lucent e Huawei equivale a mais de 51%.
A Huawei detém 1/4 do market share e supera a soma das 4 americanas mencionadas.
CONCORRENTES – MERCADO DE REDES ÓPTICAS
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76. LÍDERES POR CADA CRITÉRIO – NA VISÃO DAS OPERADORAS
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77. Dentre os 10 fabricantes, poucos apresentam forte atuação e expertise em
equipamentos de comutação e roteamento
COMPETÊNCIAS EM REDES ÓPTICAS E REDES DE DADOS
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84. No período, a Huawei superou a Alcatel-
Lucent e se tornou líder absoluta do mercado
de comunicações ópticas, aumentando seu
market share em mais de 70% e conquistando
1/4 das receitas globais do mercado em 2012
com boa lucratividade e endividamento
dentro da média das empresas pesquisadas.
O percentual das receitas investido em P&D
aumenta todo ano, e adquiriu competências
profundas entre as camadas L0 e L3. Oferece
uma gama completa de soluções de
conectividade, a um preço extremamente
competitivo. Assim como a ZTE, obtém forte
apoio do governo chinês, com financiamentos
bilionários, um imenso mercado interno para
se apoiar, vasta base de fornecedores locais
de componentes e mão de obra de baixo
custo.
85. Após a fusão entre a Alcatel e a Lucent em
2006, a nova empresa perdeu mais de 30% de
market share, apresentou lucratividade
negativa em todos os anos com exceção de
2011 e endividamento acima da média das
empresas pesquisadas. No entanto, ainda
detém o 2º maior market share global em
faturamento, tem presença em mais de 130
países, possui sólidas competências entre as
camadas L0 e L3, portfólio amplo e integrado,
e produtos com excelente aceitação entre as
operadoras.
86. Apesar da pequena presença no mercado
óptico (market share de 5%), adquiriu
empresas de comunicação óptica, é líder
global em equipamentos de comunicação de
dados, seguida pela Huawei, Alcatel-Lucent,
Juniper (HOWARD, 2013). A Cisco dispõe de
competências sólidas da camada 0 à camada
3 e é a empresa com maior lucratividade
anual entre as empresas pesquisadas, possui
endividamento abaixo da média e realiza altos
investimentos em Marketing e Vendas.
87. Apesar de ser bem menor do que as gigantes
Huawei e Alcatel-Lucent, a Ciena aumentou o
percentual das receitas investido em P&D,
Marketing e Vendas, e dobrou sua participação
no mercado, alcançando a 3ª posição em
faturamento no mercado óptico. A Ciena
acumula competências da camada L0 à
camada L3 (após aquisição da Nortel) e os seus
produtos são percebidos como de boa
qualidade pelas principais operadoras. No
entanto, a lucratividade da empresa nos anos
seguintes à crise econômica de 2008 foi
negativa e o endividamento cresceu
significativamente, chegando a 105% em 2012.
88. De acordo com o gráfico é possível observar um
crescimento significativo na participação de
mercado, principalmente devido ao preço
competitivo dos produtos. A presença global da
ZTE é ampla, com atuação em mais de 160
países. O percentual das receitas investido em
P&D, marketing e vendas ainda é abaixo da
média das empresas pesquisadas, embora
tenha crescido nos últimos anos. A
lucratividade anual caiu no período e o
endividamento aumentou, colocando-se acima
da média.
89. A Nokia Solutions and Networks (antiga joint-
venture entre Nokia-Siemens criada em 2007,
adquirida integralmente pela Nokia em 2013)
apresentou lucratividade negativa em todos os
anos entre 2008 e 2012, e um market share do
faturamento global abaixo de 5%. Tem uma boa
presença mundial, alcançando 150 países e é a
vice-líder no mercado de infraestrutura móvel
(TÉRAL e WEBB, 2013), atrás somente da
Ericsson e à frente da Huawei e da Alcatel-
Lucent.
90. A Tellabs, além de pequena no meio de gigantes
como Huawei e Alcatel-Lucent, vem
apresentando nos últimos anos lucratividade
negativa e perda de market share, no entanto,
aumentou agressivamente o percentual das
receitas investido em P&D (destinando cerca de
25%) e manteve o endividamento bem abaixo da
média das empresas pesquisadas.
91. Apesar da pequena participação no mercado
global e da lucratividade negativa nos últimos
anos, a Infinera é um forte player nos EUA,
investe um grande percentual das receitas em
P&D, em Marketing e Vendas, e entrou na lista
dos preferidos das grandes operadoras. É uma
das empresas mais à frente no desenvolvimento
de PICs e SDNs em redes ópticas.
92. A gigante japonesa, apesar de manter uma boa
fatia das receitas globais no mercado (cerca de
7%), de realizar altos investimento em Marketing
e Vendas e de preservar uma pequena
lucratividade positiva, não tem como foco
principal o segmento óptico e o percentual das
receitas investido é baixo em relação à média das
empresas pesquisadas. Dispõe de competências
profundas em componentes e microeletrônica e
ampla presença global, atuando em mais de 160
países.
93. Outra grande empresa do Japão, a NEC
manteve nos últimos anos a participação de
5% no faturamento global do mercado. Apesar
dos altos investimentos em marketing e
vendas, investe um percentual das receitas em
P&D abaixo da média das empresas
pesquisadas, e sua atuação é concentrada no
Japão e diluída em diversos segmentos
tecnológicos.
96. RESUMO
Até a década de 80, antes da fase de convergência e da abertura dos mercados, os
fabricantes de equipamentos de rede eram parte de um sistema de inovação fechado,
dominado pelo monopólio estatal, com foco na produção de hardware para redes estáticas
e comutadas por circuitos, especializadas para cada serviço.
Atualmente, os fabricantes enfrentam um ambiente com forte competição (principalmente
das chinesas Huawei e ZTE) em um sistema de inovação aberto e global, com altos
investimentos em P&D e economias de escala, padronização tecnológica, segmentos
variados de clientes (Operadoras, TI, Mídia, ISPs, Utilities, Financeiro, Defesa, Prefeituras),
diferenciação através de softwares e serviços, e foco em redes ópticas convergentes e
comutadas por pacotes.
Além disso, precisam se posicionar frente a inovações tecnológicas complexas como a
fotônica e os sistemas autonômicos cognitivos, e com potencial disruptivo como as
SDN/NFV, que possibilitam a utilização de hardware comoditizado, virtualização de
funcionalidades de rede e controle via programação em padrão aberto.
A qualidade e o acesso à infraestrutura de comunicação é um fator crucial para a
capacidade de inovação, competitividade e qualidade de vida nos países, e tanto governos
como empresas compreendem que é necessário ampliar e aprimorar as redes de
comunicação.
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97. RESUMO
O governo brasileiro vem realizando uma série de medidas de apoio ao desenvolvimento do
setor (leis de incentivo, lei de preferência nacional nas licitações, poder de compra,
financiamento e subvenções), à interação entre universidades-empresas, ao aumento da
participação nos órgãos de padronização e à redução da dependência de componentes
importados.
As projeções de crescimento do tráfego e o aumento na expectativa dos usuários indicam
uma demanda maior por capacidade de sistemas de comunicação óptica, e também por
mais flexibilidade e simplicidade, através da convergência e virtualização das redes e da
integração dos serviços.
Para aproveitar as oportunidades desta fase dinâmica e superar os desafios, os fabricantes
estão investindo mais em P&D e em Marketing & Vendas (cerca de 30% das receitas),
oferecem soluções integradas com softwares e serviços, buscam ampliar competências nas
camadas de rede superiores (L2/L3), colaboram entre si e com empresas de outros
segmentos, intensificam a relação universidade-governo-empresa, procuram diversificar a
base de clientes para além de operadoras de rede (comercializando diretamente com
empresas de TI, Mídia, ISPs, Utilities, Financeiro, Defesa, Prefeituras, Universidades, entre
outras), entrar em mercados emergentes, e desenvolver o potencial das inovações
tecnológicas da fotônica, das SDNs/NFVs e dos sistemas autonômicos cognitivos.
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