2. Introdução
Em “Emílio, ou da Educação”, Rousseau acompanha o jovem
Emílio, como seu tutor, afim de lhe mostrar como se deve educar o
cidadão ideal. Para ele, o homem natural é tudo, é a unidade
numérica, que não possui relação consigo mesmo ou com seus
semelhantes. O homem civil não passa de uma unidade fracionária
presa ao denominador e cujo valor está relacionado com o todo,
que é o corpo social. A obra também, inclui alguns conselhos sobre
como lidar com as crianças.
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3. Educação Pública Versus Educação Doméstica
• A instituição pública não se relaciona aos
tradicionais colégios, pois segundo
Rousseau, a educação só serve para fazer
homens de duas caras, que tentam
subordinar os outros e no final, acabam
não subordinando nada, senão a si mesmos;
• A educação doméstica ou da natureza,
consiste em acompanhar a evolução do
homem natural, fazendo com que nada seja
feito.
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4. Homem Natural
Na ordem social, a educação só é útil na medida
em que a carreira acorde com a vocação dos
pais. Na ordem natural, sendo os homens todos
iguais, sua vocação comum é o estado do
homem. Que se destine o aluno à carreira
militar, advocacia, pouco importa. Antes da
vocação dos pais, a natureza chama-o para a vida
humana.
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5. Homem Civil
O homem civil nasce, vive e morre na
escravidão. Ao nascer, o envolvem em um
cueiro e ao morrer, o envolvem em um caixão.
Enquanto ele conserva sua figura humana, está
acorrentado à nossas instituições.
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6. A Criança e a Forma Como Era Tratada
• Ao nascer, as criança recebem uma “nova cadeia”. Elas são
enrolas em faixas e são deitadas com a cabeça imóvel e as
pernas alongadas. A criança então, faz esforços inúteis de se
libertar, fazendo com que lhes esgotem as forças ou que
tenham seu progresso atrasado.
• O costume da mãe desprezar seu principal dever, não
amamentando seus filhos é bem antigo. Essas crianças, eram
entregues a mulheres mercenárias, que eram conhecidas
como amas.
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7. A Criança e a Forma Como Era Tratada
• Sob o cuidado de suas amas, as crianças acabam
desenvolvendo um carinho especial por elas e da mesma
forma as amas desenvolviam amor pelas crianças, filhas de
suas senhoras.
• Para remediar tal inconveniente, era ensinado as crianças a
desprezar suas amas, as tratando como verdadeiras criadas.
Terminado seu serviço, a criança era retirada dos cuidados
das amas.
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8. A Criança e a Forma Como Era Tratada
• A mãe, enganava-se então, ao pensar que poderia substituir a
ama. Ao invés de ter um filho amoroso, ela tinha um filho
ingrato, que desprezava quem lhe deu a vida, tal qual quem
lhe deu o leite.
• O pai, com seus negócios, funções e deveres não participa
integralmente da educação dos filhos, pagando a outros
homens para prodigalizar os cuidados que lhe cabem. Os
governantes (tutores) cumprem tal função. No entanto não
são como mercenários, são como amigos do pai.
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9. A Criança e a Forma Como Era Tratada
Figura 1: Criança e sua ama de
leite. Figura 2: Criança e seu tutor.
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10. A Criança e a Forma Como Era Tratada
• Quando essa criança, escrava e tirana cheia de conhecimentos
e desprovida de sentidos, igualmente débil de corpo e alma é
jogada no mundo mostrando seu orgulho e seus vícios faz
com que se deplorem a miséria e perversidades humanas.
• Esse homem formado de uma fantasia é diferente do homem
da natureza que é o homem tal qual veio ao mundo, que não
é largado, que tem como preceptores os próprios pais, pois o
homem natural quando pequeno será mais bem educado por
um pai judicioso e limitado do que pelo mais hábil preceptor
do mundo.
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11. Homem Natural X Homem Civil
• É importante a livre movimentação desde o nascimento;
• O vínculo com a mãe durante a amamentação é fundamental
no desenvolvimento da criança;
• O pai tem a responsabilidade de educar seus filhos;
• Deve-se permitir à criança, apenas aquilo que ela suporta, lhe
proporcionando aquilo que lhe falta e que não pode suprir
sozinha;
• Também deve-se proporcionar à criança, o que é útil a ela e
saber distinguir o que é de sua natureza e o que é de sua vontade
através da linguagem.
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12. Cidadão Ideal
• Rousseau cria um aluno imaginário, chamado Emílio,
que é órfão, mas mesmo que tivesse pais, deveria honrá-los,
obedecendo apenas seu preceptor.
• Emílio também não devia se separar de seu preceptor
sem consentimento, pois a partir do momento em que se
separassem, cada um construiria seu pequeno sistema
particular.
• Contudo, quando ambos percebem que devem passar a
vida juntos, importa-lhes fazerem se amar mutuamente.
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13. Cidadão Ideal
• Emílio é um menino sadio e normal. Seu preceptor não queria
ter que lidar com uma criança inútil a si mesma e aos outros,
que só se ocupasse em se conservar e cujo corpo prejudicasse
a educação da alma. É preciso que o corpo tenha vigor para
obedecer à alma.
• Com base nisto, o autor se posiciona contra a medicina,
afirmando que se trata de uma das artes mais perniciosas aos
homens. Para ele, os locais onde mais existem homens
saudáveis, são aqueles em que não há médicos.
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14. Cidadão Ideal
• Deste modo, o preceptor de Emílio não queria que
outros estragassem sua obra, educando-o sozinho. A
menos que sua vida se encontrasse em perigo evidente,
neste caso um médico não poderia fazer pior do que
matá-lo.
• Também era necessário que Emílio tivesse uma boa
ama, pois ele não deveria ter outra governante senão ela,
assim como não se deveria ter outro preceptor senão seu
governante. 14
15. Cidadão Ideal
• Emílio foi habituado a conhecer diferentes objetos e
ruídos: começou com uma arma de fogo, depois uma
pistola, tiros de fuzil, bombas, canhões, até as mais
terríveis detonações.
• Emílio é criado no campo, pois desta forma poderá falar
um francês tão puro e bem articulado quanto seu
governante, já que ele se sente obrigado a se expressa
alto, para poder conseguir aquilo que quer.
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16. Conclusão
O que Rousseau nos mostra com esta obra, é que a educação do homem
começa com seu nascimento, antes de falar e de compreender, ele se
instrui. Desta forma, devemos deixar com que o bebê viva novas
experiências, pra que ele seja senhor de si mesmo, não tendo medo na
idade adulta de algo que conheceu na infância e fazendo sempre a sua
vontade logo que tenha uma.
O verdadeiro motivo das regras impostas por Rousseau, no método de
educação do homem, está em conceder às crianças mais liberdade
verdadeira, em deixá-las agirem por si mesmas, exigindo menos dos
outros. Assim, elas se acostumam desde cedo, a subordinar seus desejos a
suas forças e sentirão pouco a privação do que não estiver em seu poder.
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