PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Autismo
1. Autismo
O Autismo é um transtorno de desenvolvimento, definido por
alterações presentes desde idades muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade.
O autismo é caracterizado por prejuízos em três grandes
áreas do desenvolvimento: comunicação, interação social e
de comportamento. Existe uma ampla e complexa
variabilidade de sinais presentes em cada uma das três
áreas.
DIFICULDADE DE COMUNICAÇÃO : geralmente é a
primeira característica que os pais ou médicos podem
observar nas crianças. A criança pode apresentar atraso ou
ausência total de linguagem falada; pode aparecer a fala de
maneira pouco funcional, de forma estereotipada, por
exemplo, repetições de palavras ou falas e jargões de filmes,
propagandas, etc.; muitas vezes usa o adulto como forma de
conseguir o que quer ( pega pela mão e leva até o objeto de
desejo). Por vezes a fala ainda pode aparecer de forma
adequada porém apresentando dificuldade na iniciação e na
troca dialógica.
DIFICULDADE INTERAÇÃO SOCIAL: a criança apresenta
dificuldade em se relacionar com crianças da mesma idade;
apresenta prejuízo na comunicação não verbal,
especialmente na atenção compartilhada ( dividir a atenção
entre um ‘parceiro social’ e um objeto ou evento que seja de
interesse tanto da criança como do parceiro); o olhar
adequado, social também é deficitário, a criança tem
dificuldade em estabelecer e manter o contato visual; falta
interesse em compartilhar prazeres ou realizações, bem
como expressões faciais adequadas e contextualizadas.
DIFICULDADES COMPORTAMENTAIS: as crianças autistas
podem apresentar características como interesse restrito a
objetos ou assuntos, criação de rituais em atividades da vida
diária, resistência a mudanças de rotina, estereotipias verbais
2. ou motoras, interesses sensoriais não usuais, dificuldade no
uso da imaginação e no uso funcional de objetos e
brinquedos.
Hoje estima-se segundo uma pesquisa americana que 1 a
cada 110 crianças são diagnosticadas com autismo. As
manifestações do transtorno variam muito, e independente
do grau/ severidade e comprometimento da criança, o
diagnostico deve ser realizado o mais rápido possível, quanto
antes a criança começar todo o tratamento terapêutico
melhores serão os prognósticos.
Mais um ano está começando, novos alunos, sala de aula
cheia e um aluno autista. O que fazer?
O professor se questiona, será que vou ser capaz de ajudálo? Como posso ajudar? Até onde posso exigir do meu
aluno?
Em primeiro lugar é preciso entender o que é o autismo e
suas principais características.
O autismo é um transtorno do desenvolvimento que se
manifesta através das dificuldades nas três áreas do
desenvolvimento.
Interação social- A criança apresenta dificuldades em manter
contato visual, brincar compartilhado, falta interesse em
compartilhar prazeres ou realizações.
3. Comunicação- Geralmente é a primeira característica a ser
observada, a criança pode apresentar ausência total da fala,
atraso na fala, fala de forma ininteligível ou de maneira
ecolalica, não funcional.
Dificuldades comportamentais- Interesse restrito a objetos ou
partes particulares dos objetos como por exemplo,girar a
roda de um carrinho por horas ao invés de explorar o
brinquedo como um todo.Resistência a mudança de rotinas,
estereotipias (movimentos repetitivos) e dificuldade no uso da
imaginação.
Depois de entender o autismo o próximo passo é não rotular
o aluno,é preciso observar e atentar-se para as
características pessoais do aluno,verificar como ele se
comporta diante das atividades pedagógicas e só então
estabelecer metas,partindo sempre do que o aluno já sabe.
O vinculo afetivo e a motivação é essencial para uma
inclusão com qualidade. O professor deve sempre buscar e
manter contato visual com aluno, estimular a comunicação,
propor atividade inclusivas com toda a turma, propiciar e
mediar as brincadeiras entre o grupo, usar sempre uma
linguagem simples, clara e firme.
Utilize todos os recursos disponíveis para ensinar,
computadores, livros, músicas. Observe os interesses da
criança, e utilize-os como motivadores para facilitar a
aprendizagem, penetre no mundo autista para entender
como esta criança aprende. Para muitas destas crianças o
estímulo auditivo, visual ou tátil pode ser muito reforçador e
controla o comportamento de atenção da criança durante as
atividades.
É fundamental ter um material adaptado que facilite a
aprendizagem e ajude a criança a ficar atenta e realizar as
atividades com motivação e atenção, dispensando a ajuda
intrusiva do professor. Por exemplo, ao observar que a
criança se interessa por um determinado desenho animado
(pica-pau), o professor pode adaptar atividades de
4. matemática com imagens desta animação para a criança
parear com os números. Outra mudança importante, além da
confecção do material, é a disponibilização no ambiente de
dicas visuais, ordem e previsibilidade são muito importantes,
as pistas visuais irão ajudar a criança a prever os efeitos do
seu ambiente e reduzir o medo do desconhecido (Quadro de
rotina,cartolinas com palavras escritas),dicas auditivas
(vinhetas que cantem o que a criança precisa fazer, instrução
verbal),dicas gestuais(gestos que indiquem o que a criança
precisa fazer) e por fim dicas físicas(o professor pega na mão
da criança para ela poder realizar a atividade),é importante
salientar que essas dicas devem ser retiradas gradualmente
para garantirmos a independência nas atividades.
Algumas dessas crianças apresentam comportamentos
disruptivos (birra exagerada, onde a criança apresenta
dificuldade para se acalmar, desencadeando
comportamentos autolesivos e/ou heterolesivos), é
importante investigar a razão deste comportamento, onde
ocorre, quando e em qual situação ou na presença de quem
ou do que este comportamento aparece. Diante desta
situação,mantenha a calma e não se altere,redirecione o
comportamento do aluno chamando sua atenção com algo
que a criança goste, por exemplo, um brinquedo, mantenha o
tom da voz baixo ou não verbalize neste momento, evite
perguntas como: o que você quer?Espere um pouco,
calma!Estas perguntas podem reforçar o comportamento e
aumentar a probabilidade de o comportamento voltar
acontecer em uma escala maior. É de extrema importância o
relato destes acontecimentos para a família e para a equipe
terapêutica que acompanha a criança, a troca de
informações entre as pessoas que participam da vida desta
criança vai ajudar entender determinados comportamentos e
juntos encontrar soluções para os mesmos.
E no final não há nada mais gratificante do que receber um
sorriso de uma criança e saber que você fez parte do
processo de ensino e aprendizagem deste sorriso.
5. Como dizia Paulo Freire “Ensinar é criar possibilidades para
a construção do conhecimento. Quem ensina aprende ao
ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
Neide Soares – Equipe de Pedagogia