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Brasil, 2010
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE
BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES
PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C
NAS CAPITAIS DO BRASIL
NORDESTE
SUL
CENTRO-OESTE
SUDESTE
NORTE
Brasil, 2010
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE
BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES
PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C
NAS CAPITAIS DO BRASIL
Coordenação Geral
Universidade de Pernambuco
Núcleo de Pós-Graduação
Apoio Financeiro
Ministério da Saúde
Organização Pan-Americana de Saúde
EQUIPE:
Coordenação Nacional:
Leila Maria Moreira Beltrão Pereira (Coordenação Clínica)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade
de Pernambuco e Instituto do Fígado de Pernambuco.
Ricardo Arraes de Alencar Ximenes (Coordenação de Epidemiologia)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade
de Pernambuco e Departamento de Medicina Tropical
Universidade Federal de Pernambuco.
Regina Célia Moreira (Coordenação de Laboratório)
Instituto Adolfo Lutz, São Paulo.
Coordenação Nacional do Trabalho de Campo e Estatística
Maria Cynthia Braga (Trabalho de Campo)
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz
Ulisses Ramos Montarroyos (Estatística)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco
Universidade de Pernambuco
COORDENAÇÃO REGIONAL
Norte
Deborah Crespo (Coordenação Clínica)
Ministério Público de Belém
Alex de Assis dos Santos (Coordenação de Epidemiologia)
Instituto Bioestatístico de Ciência e Tecnologia
Nordeste
Luiz Cláudio Arraes de Alencar (Coordenação Clínica)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco
Universidade de Pernambuco
Maria Luiza Carvalho de Lima (Coordenação de Epidemiologia)
Departamento Medicina Social
Universidade Federal de Pernambuco
Centro-Oeste
Marília Dalva Turchi (Coordenação Clínica)
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Universidade Federal de Goiás
Celina Maria Turchi Martelli (Coordenação de Epidemiologia)
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Universidade Federal de Goiás
Distrito Federal
Marcelo Abrahão Costa (Coordenação Clínica)
Hospital de Base do Distrito Federal Brasília
Edgar Hamman (Coordenação de Epidemiologia)
Faculdade de Ciências da Saúde
Universidade de Brasília.
Sul
Gabriela Coral (Coordenação Clínica)
Fundação Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre
Airton Tetelbom Stein (Coordenação de Epidemiologia)
Fundação Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre
Sudeste
Gerusa Maria Figueiredo (Coordenação Clínica)
Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria
de Estado de Saúde de São Paulo
Maria Regina Alves Cardoso (Coordenação de Epidemiologia)
Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo
COORDENAÇÃO ESTADUAL: Piauí Mato Grosso do Sul
Conceição Sá (Clínico) José Ivan Albuquerque Aguiar
REGIÃO NORTE Carlos Henrique Costa (Clínico)
(Epidemiologista) Eugenio de Barros (Epidemiologia)
Acre Gilza Bastos dos Santos
Cirley Maria de Oliveira Lobato Maranhão (Laboratório)
(Clínico) Arnaldo de Jesus Dominici (Clínico)
Mônica de Breu Moraies Maria das Graças Aragão Distrito Federal
Marcelo Costa (Clínico)(Epidemiologista) (Epidemiologista)
Edgar Merchán HamannJanaina Mazaro (Laboratório) Elizabeth de Souza Lima
(Epidemiologia)(Laboratório)
Amapá Lídia Maria Pinto Luna (Laboratório)
Maria de Nazaré Miranda de Ceará
SULCavalcante (Clínico) José Milton de Castro Lima (Clínico)
Clóvis Omar Sá Mirande José Wellington Oliveira Lima
Paraná(Epidemiologista) (Epidemiologista)
Dominique Muzillo (Clínico)Márcia Socorro Cavalcante Porcy Maria do Carmo Vidal Gadelha Lima
Lucimar Bozza (Epidemiologista)(Laboratório) (Laboratório)
Yatiyo Matsui Moriya (Laboratório)
Amazonas Rio Grande do Norte
Santa CatarinaAna Ruth Silva de Araújo (Clínico) Gilmar Amorim (Clínico)
Esther Dantas (Clínico)Márcia Araújo BarretoMarlúcia da Silva Garrido Ana Cristina Vidor (Epidemiologista)
(Epidemiologista)(Epidemiologista) Ana Duarte Cardoso (Laboratório)
Márcia Noronha Barbosa
Paraíba(Laboratório) Rio Grande do Sul
Manoel Jaime Xavier Filho (Clínico) Alexandro Alves (Clínico)
Jória Viana GuerreiroPará Maria Eugênia Pinto
(Epidemiologista)Raimundo Aldo Tavares (Clínico) (Epidemiologista)
Maria de Fátima Chaves Oliveira Zenaida Marion Alves Nunes Lyra
Alagoas(Epidemiologista) Vidal (Laboratório)Maria Rosileide Bezerra AlvesJosé Américo Lozich de Aquino
(Clínico)(Laboratório) SUDESTE
Dayse Mércia Cavalcante de
Oliveira (Epidemiologista)Rondônia São Paulo
Ivoneide Moreira de Oliveira BarrosoJuan Miguel Villalobos Salcedo Flair Carrilho (Clínico)
(Laboratório)(Clínico) Antônio Alci Barone
Fábio Luiz Storer (Epidemiologista) (Epidemiologista)
Sergipe Ângela Maria Miranda Spina
Tereza Virgínia Nascimento (Clínico)Roraima (Laboratório)
Lúcia Tavares (Epidemiologista)Luiz Renerys de Lima Pinheiro
(Clínico) Rio de Janeiro
BahiaJacqueline de Aguiar Barros Cristiane Nogueira (Clínico)
Raymundo Paraná (Clínico)(Epidemiologista) Mariza Miranda Theme Filha
José Tavares Neto (Epidemiologista)Juliana Cristina Ferreira (Epidemiologista)Maria Alice Sant`Anna Zarife
(Laboratório) Carlos Augusto da Silva Fernandes
(Laboratório)
(Laboratório)
Tocantins
CENTRO-OESTENádja Duarte Oliveira Souza Belo Horizonte
(Clínico) Rosângela Teixeira (Clínico)Goiás
Arlete Lopes da Cunha Otoni Keli Bahia FelicíssimoFlúvia Pereira Amorim da Silva
(Epidemiologista) (Epidemiologista)(Epidemiologia)
Gisele Christina O. Silva Sônia Conceição Diniz (Laboratório)Rodrigo Sebba Aires (Clínico)
(Laboratório) Beatriz Maranhão Bariani
Vitória
(Laboratório) Moacir Soprani (Clínico)NORDESTE
Angélica Espinosa (Epidemiologista)
Mato Grosso: Patrícia Rolim Prates (Laboratório)Pernambuco Francisco José Dutra Souto (Clínico)
Demócrito Miranda (Clínico) Jesus Fernando Fontes
Zulma Medeiros (Epidemiologista)
(Epidemiologia)Maria Mabel M. Melo (Laboratório)
Vergínia Correia de Azevedo e Silva
(Laboratório)
APRESENTAÇÃO
O relatório apresenta os resultados do Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos Vírus das
Hepatites A, B e C nas Capitais do Brasil, desenvolvido a partir de uma demanda da Secretaria de Vigilância à Saúde,
do Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Panamericana de Saúde. Esse Inquérito vem preencher uma
lacuna de conhecimento sobre os padrões epidemiológicos das hepatites virais no país, uma vez que os mesmos
vinham sendo avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e grupos especiais
ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas.
O trabalho congregou um grande numero de profissionais de saúde de diferentes locais e instituições em todas
as regiões do Brasil. A coordenação nacional, clínica e epidemiológica, foi exercida pelo grupo da Universidade de
Pernambuco, acrescido de um coordenador de laboratório do Instituto Adolfo Lutz. As coordenações regionais
ficaram a cargo de um clínico e um epidemiologista, e as coordenações locais (em cada uma das capitais dos
estados) tiveram a mesma estruturação da equipe nacional. A ação integrada de todos esses profissionais, desde a
fase de planejamento até a operacionalização da pesquisa e consolidação dos bancos de dados, e o rigor
metodológico utilizado viabilizaram a execução do trabalho e garantiram a qualidade dos dados obtidos.
O relatório compreende todas as etapas da pesquisa incluindo o detalhamento da metodologia utilizada, das
atividades de campo e dos resultados obtidos para cada uma das macrorregiões do país e Distrito Federal. Os
instrumentos utilizados (questionários, manuais e fichas de acompanhamento) são apresentados em anexo. Para
melhor interpretação dos resultados, recomenda-se uma leitura prévia da metodologia e, em particular, do plano de
análise.
A responsabilidade de divulgação dos resultados no meio acadêmico, incluindo congressos científicos e
publicação em periódicos, é dos investigadores responsáveis pela pesquisa e a citação dos resultados por outros
interessados deverá referenciar esse relatório e/ou os artigos publicados. Acreditamos que as informações obtidas
são de fundamental importância para subsidiar a formulação ou reorientação de políticas publicas.
Leila M. B. Pereira Ricardo A. de A. Ximenes Regina Célia Moreira
Coordenadora Nacional Coordenador Nacional Coordenadora Nacional
Clínica Epidemiologista Laboratório
ÍNDICE
Introdução
Objetivos
Metodologia
Resultado do Inquérito das Hepatites A, B e C – Brasil
Região Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Distrito Federal
Região Sudeste
Região Sul
Analise Comparativa
Anexo I: Hepatite B entre indivíduos não vacinados
Anexo II: Questionários
Anexo III: Manuais
09
11
12
25
37
55
74
92
110
127
145
160
200
211
INTRODUÇÃO
Estudos sorológicos de base populacional das hepatites virais têm mostrado a diversidade de padrões
epidemiológicos quanto ao risco de infecção, relacionados aos atributos individuais e às variações locais e
temporais no risco de infecção. Esses estudos têm gerado informações cruciais para os programas nacionais de
controle. Nos EUA, as duas pesquisas nacionais de hepatite B e C permitiram estimar o número de indivíduos
cronicamente infectados e levaram a uma maior compreensão dos padrões de risco associados ao uso de drogas
1, 2-5
ilícitas e comportamento sexual ao longo do tempo .
6
Atualmente, o sistema nacional de vigilância determina a notificação compulsória dos casos de hepatite A, B e C .
Dados do sistema de notificação de casos a partir da vigilância passiva não são suficientemente confiáveis para
estimar as taxas de infecção na população, uma vez que um grande número de infecções são assintomáticas e a
etiologia dos casos sintomáticos notificados nem sempre pode ser confirmada. Assim, os padrões epidemiológicos
de HBV e HCV no Brasil têm sido avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e
7-11
grupos especiais ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas . Estes estudos anteriores
sugerem grandes variações na distribuição da doença de uma região brasileira para outra, com alta prevalência de
12
infecção por hepatite B e co-circulação do vírus Delta na região Amazônica . No entanto, a prevalência de hepatite na
população geral é desconhecida e não há informações precisas sobre a freqüência da infecção ou sobre a
existência de variações no padrão de fatores de risco de uma região brasileira para outra.
A hepatite viral é a causa mais importante de doença hepática e as hepatites B e C podem potencialmente evoluir
para hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular, aumentando assim a mortalidade por doenças crônicas do
13, 14
fígado e a incidência de carcinoma hepatocelular .
A vacina contra a Hepatite B tem provado ser uma ferramenta importante na prevenção da infecção e a Organização
15
Mundial de Saúde recomenda a inclusão da vacina contra hepatite B nos programas nacionais de imunização .
Além disso, tem sido proposta a inclusão de adultos não vacinados e sob risco de infecção por hepatite B, de forma a
atingir todos que procuram proteção contra a hepatite B, mesmo quando fatores de risco específicos não são
16
identificados . Atualmente, o Programa Nacional de Imunização tem recomendado e disponibilizado gratuitamente a
17
vacina contra o HBV para bebês, crianças e adolescentes, além de grupos de risco conhecidos .
Com relação à hepatite A, as estratégias de vacinação variam de acordo com a gravidade da endemia, sendo a
18
vacinação universal recomendada em áreas de endemicidade baixa e intermediária .
No Brasil, a vacina contra HAV não é preconizada universalmente pelo Programa Nacional de Imunizações e apenas
uma pequena proporção da população tem acesso à mesma. Em uma análise parcial dos resultados desse
inquérito, a hepatite A foi classificada como de endemicidade intermediária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do
19
Brasil .
A avaliação da magnitude das hepatites virais é uma tarefa particularmente difícil em um país como o Brasil, o qual
2
possui uma população de aproximadamente 190 milhões, distribuída em um imenso território de 8.511.965 km . Por
outro lado, tem havido um crescente acúmulo de experiência na condução de inquéritos nacionais no país. Por
exemplo, o suplemento de saúde da "Pesquisa Nacional por Amostra de domicilio" (Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, é possivelmente o inquérito de
saúde mais abrangente já realizado na população brasileira com 14 anos de idade ou mais, e outras experiências
bem sucedidas incluem a "Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição-PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e
20
Nutrição) e a Pesquisa de Demografia e Saúde (DHS) . Deve-se ressaltar o desafio adicional colocado em inquéritos
sorológicos, devido à logística necessária para a coleta de sangue, transporte, armazenamento e a realização dos
testes laboratoriais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Introdução 09
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Introdução 10
Apoiado em experiências bem sucedidas e considerando a relevância das informações para o planejamento de
estratégias de controle, o Ministério da Saúde lançou um inquérito domiciliar nacional com o intuito de estimar a
prevalência das hepatites A, B e C e identificar os genótipos mais freqüentes de HBV e HCV entre os moradores das
capitais brasileiras e do Distrito Federal. Também objetivou identificar a exposição por via sanguínea,
comportamentos sexuais de risco, uso de álcool e drogas ilícitas e fatores socioeconômicos analisados no nível
individual, do agregado familiar e de área. Este relatório apresenta a metodologia e os principais resultados do
Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV). Corresponde ao primeiro levantamento nacional de hepatites virais já
realizado na América Latina.
Referências
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Oswaldo Cruz. 2001;96:751-5.
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Brazil: a multi-center serosurvey. J Med Virol. 2008;80:53-7.
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brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2008; 11:159-67.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Objetivos Gerais 11
OBJETIVOS GERAIS
1. Estimar a prevalência das infecções virais A, B e C, por meio dos marcadores virais, para o conjunto das capitais
em cada macrorregião e Distrito Federal, compreendendo as faixas etárias de 5 a 19 anos para a HAV e de 10 a 69
anos para as HBV e HCV, avaliando variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;
2. Identificar grupos de risco segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Estimar a prevalência dos marcadores sorológicos para as hepatites virais A, B e C
2. Identificar os portadores do anti-HCV, detectar o HCV-RNA entre os portadores e os genótipos virais;
3. Verificar a associação entre fatores de risco biológicos, socioeconômicos e epidemiológicos com a ocorrência
de marcadores virais para as hepatites A, B e C na população e estimar a magnitude dessa associação;
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 12
METODOLOGIA
1. Desenho e população de estudo
Trata-se de uma pesquisa domiciliar de base populacional, através da qual a seroprevalência dos seguintes
marcadores sorológicos para hepatite A, B e C foram estimados: anti-HAV IgG, HBsAg, Anti-HBc IgG, Anti-HBs e
anti -HCV. Potenciais fatores de risco biológicos, epidemiológicos e sócio-econômicos também foram pesquisados.
A população alvo compreendeu todos os indivíduos com idade entre 5 a 69 anos, residentes em domicílios
particulares em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, no período do estudo.
2. Amostragem
a) Domínios do estudo
O Brasil é composto de cinco diferentes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
A região Norte inclui os Estados do Acre (Rio Branco), Amapá (Macapá), Roraima (Boa Vista), Rondônia (Porto Velho),
Amazonas (Manaus), Pará (Belém) e Tocantins (Palmas). A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10
a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de 350.189, 762.940 e 2.306.227 habitantes, respectivamente.
A região Nordeste abrange nove Estados: Bahia (Salvador), Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió), Pernambuco
(Recife), Paraíba (João Pessoa), Rio Grande do Norte (Natal), Ceará (Fortaleza), Piauí (Teresina), Maranhão (São Luis).
A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10 a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de
943.033, 2.054.539 e 6.210.495 habitantes, respectivamente.
A região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás (Goiânia), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Mato
Grosso (Cuiabá). A população nos mesmos grupos de idade nas capitais do Centro-Oeste, segundo IBGE/Censo
2000, era de 397.740, 866.536 e 2.619.378 habitantes, respectivamente.
A região Sudeste é composta pelos Estados de São Paulo (São Paulo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Espírito Santo
(Vitória) e Minas Gerais (Belo Horizonte), com população, nos mesmos grupos de idade, de 1.745.661, 3.803.187 e
11.496.336 habitantes, respectivamente.
A Região Sul abrange os Estados do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e Paraná
(Curitiba), com população, nos mesmos grupos de idade, de 305.652, 665.908 e 2.012.918, respectivamente.
O Distrito Federal está localizado na região Centro-Oeste e a população para os grupos de idade mencionados eram
de 182.537, 387.831 e 1.188.413, respectivamente, segundo o IBGE/Censo 2000.
Tendo em vista a importância de se estimar a prevalência da infecção pela hepatite A, B e C no âmbito macro-regional
e nacional e para diferentes grupos etários, a população residente nas capitais estaduais e no Distrito Federal foi
dividida em domínios de estudo, conforme descrito acima.
A população residente na zona urbana das capitais, segundo os domínios do estudo, é apresentada na Tabela 1.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 13
Tabela 1: População residente na zona urbana das capitais, segundo domínios de estudo, IBGE – Censo 2000.
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
Macrorregião
Idade (anos)
350.189
943.033
1.745.661
305.652
397.740
182.537
5 a 9 10 a 19
762.940
2.054.539
3.803.187
665.908
866.536
387.831
20 a 69
2.306.227
6.210.495
11.496.336
2.012.918
2.619.378
1.188.413
a) Tamanho da amostra de indivíduos para cada domínio de estudo
Para estimar a prevalência de indivíduos com hepatite A, B ou C, a seguinte fórmula foi utilizada para calcular o
tamanho da amostra para cada domínio de estudo:
onde,
n : tamanho estimado da amostra0
= P(1-P): variância das características do estudo (hepatite A, B or C) na população
: variância da distribuição amostral de p (prevalência de hepatite A, B or C)
O nível de confiança de 95% foi utilizado. As Tabelas 2 e 3 apresentam os outros parâmetros utilizados para calcular os
tamanhos de amostra para os domínios de estudo. Os tamanhos das amostras foram ajustados utilizando n = n :0
0,80, admitindo-se uma taxa de resposta de 80%.
Tabela 2: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho
estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo da hepatite A.0
*corresponde a 3% do valor da proporção
Tabela 3: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho
estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo das hepatites B e C.0
*corresponde a 20% do valor da proporção, com exceção do Distrito Federal que corresponde a 30%
2
2
p
n
s
s
=
2
s
2
ps
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
Macrorregião
P
92,8
76,5
53,6
51,2
76,5
76,5
5 a 9 10 a 19
92,8
76,5
53,6
51,2
76,5
76,5
2
2,784
2
2,295
2
1,608
2
1,536
2
2,295
2
2,295
5 a 9 10 a 19
2
2,784
2
2,295
2
1,608
2
1,536
2
2,295
2
2,295
86
342
962
1059
342
342
86
342
962
1059
342
342
5 a 9 10 a 19 5 a 9 10 a 19
108
428
1203
1324
428
428
108
428
1203
1324
428
428
nn0*
2
ps
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
Macrorregião
P
10 a 19 20 a 69 10 a 19 20 a 69 10 a 19 10 a 1920 a 69 20 a 69
nn0*
0,0212
0,0119
0,0143
0,0100
0,0104
0,0090
0,0212
0,0119
0,0143
0,0100
0,0104
0,0090
2
0,0042
2
0,0024
2
0,0029
2
0.0020
2
0,0021
2
0,0027
2
0,0042
2
0,0024
2
0,0029
2
0.0020
2
0,0021
2
0,0027
1155
2075
1723
2475
2378
1124
1155
2075
1723
2475
2378
1124
1443
2594
2154
3094
2973
1405
1443
2594
2154
3094
2973
1405
2
ps
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 14
Os tamanhos de amostra foram calculados com base na prevalência esperada de positividade para o HBsAg,
1, 2
anticorpos anti-HCV e anti-HAV para cada macro-região,tomando como referência estudos anteriores .
A prevalência da hepatite A foi estimada, com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal,
para as faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos. Da mesma forma, a prevalência de hepatite B e hepatite C foi estimada
com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal para as faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69
anos.
O processo de amostragem utilizado neste estudo foi o de conglomerados. A precisão observada não dependeu,
portanto, apenas do número de indivíduos selecionados na amostra, mas dependeu, também. do grau de
homogeneidade da variável de estudo dentro dos clusters (unidades primárias de amostragem - UPA's), e do
número médio de indivíduos selecionados em cada UPA.
a) O tamanho da amostra de domicílios para cada domínio de estudo
A população residente na área de estudo foi identificada considerando os domicílios ocupados no momento da
pesquisa. Uma amostra aleatória dos domicílios de cada capital estadual e do Distrito Federal foi, portanto,
selecionada. Todos os indivíduos nas faixas etárias estudadas, residentes nos domicílios selecionados, eram
elegíveis para inclusão nas amostras.
O número de domicílios que deveriam ser visitados para que o tamanho da amostra de indivíduos fosse atingido foi
determinado a partir da estimativa do número médio de indivíduos por domicílio para cada grupo etário. O maior
tamanho de amostra de domicílios foi o de menor prevalência de hepatite e da faixa etária com menor frequência de
indivíduos na população estudada. Para exemplificar, a figura 1 mostra o calculo do número estimado de domicílios
necessários para alcançar a amostra de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos no Nordeste e Recife.
Figura 1. Estratégia adotada para estimar o número de domicílios para alcançar o tamanho da amostra de indivíduos –
caso da Região Nordeste, Brasil.
No entanto, se todos os moradores dos domicílios sorteados fossem incluídos no inquérito, os tamanhos das
amostras para os outros grupos etários seriam muito superiores ao tamanho da amostra calculado, o que resultaria
em custos excessivos. Por esta razão, foram obtidas sub-amostras de moradores, segundo faixa etária, dos
domicílios selecionados.
As amostras para cada domínio do estudo foram divididas entre as capitais dos Estados utilizando-se uma fração
constante de amostragem (f = n ÷ N, onde f: fração de amostragem para o domínio i; n: tamanho da amostra para oi i i i i
domínio i e N: população do domínio i), de modo que o tamanho da amostra de cada capital de Estado fossei
proporcional à população de cada capital. A Tabela 4 mostra as frações de amostragem de cada domínio de estudo,
enquanto que a Tabela 5 apresenta a distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião,
segundo as capitais, e o tamanho de amostra de domicílios do Distrito Federal.
Tabela 4. Fração de amostragem de domicílios para cada macrorregião e Distrito Federal e faixa etária estudada para
hepatites A, B e C
Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C
Macrorregião
Hepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Norte
Rio Branco
Macapá
Manaus
Belém
Porto Velho
Boa Vista
Palmas
Nordeste
Maceió
Salvador
Fortaleza
São Luís
João Pessoa
Recife
Teresina
Natal
Aracajú
285
19
20
100
92
27
16
11
1.167
92
296
238
93
69
171
77
81
52
130
9
9
46
42
12
7
5
536
42
136
110
42
32
78
35
37
24
1.738
121
122
618
561
158
92
66
3.722
289
943
762
293
220
544
246
257
169
575
40
40
205
185
52
31
22
1.231
96
312
252
97
73
180
81
85
56
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 15
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
Macrorregião
Hepatite A
5 a 9 10 a 19
0,0003
0,0005
0,0002
0,0043
0,0011
-
0,0001
0,0002
0,0001
0,0020
0,0005
-
20 a 69
0,0019
0,0014
0,0013
0,0039
0,0061
-
10 a 19
0,0006
0,0005
0,0004
0,0013
0,0020
-
Hepatite B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 16
Macrorregião
Hepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Sudeste
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Sul
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Centro-Oeste
Goiânia
Cuiabá
Campo Grande
Distrito Federal
3.792
59
433
1.242
2.058
4.396
2.041
450
1.905
1.296
649
263
384
1.236
1.741
27
199
570
945
2.017
937
206
874
595
297
121
177
566
3.116
48
356
1.021
1.691
4719
2.189
483
2.047
4.112
2.060
835
1.217
1.860
1.031
16
118
338
559
1.561
724
160
677
1.361
682
276
403
615
A Tabela 6 apresenta a distribuição proporcional da amostra (estimada) de indivíduos por capital e o
tamanho da amostra do Distrito Federal.
Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C
Macrorregião
Hepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Norte
Rio Branco
Macapá
Manaus
Belém
Porto Velho
Boa Vista
Palmas
Nordeste
Maceió
Salvador
Fortaleza
São Luís
João Pessoa
Recife
Teresina
Natal
Aracajú
112
7
8
40
37
10
6
4
428
34
103
90
37
25
60
30
30
19
108
7
8
40
37
10
6
4
428
34
103
90
37
25
60
30
30
19
1490
97
108
538
490
128
77
52
2.594
204
624
547
222
153
364
182
181
118
1443
97
108
538
490
128
77
52
2.594
204
624
547
222
153
364
182
181
118
Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 17
Macrorregião
Hepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Sudeste
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Sul
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Centro-Oeste
Goiânia
Cuiabá
Campo Grande
Distrito Federal
1203
19
143
375
666
1324
639
138
547
428
209
92
127
428
1203
19
143
375
666
1324
639
138
548
428
209
92
127
428
2.154
33
256
671
1.193
3.094
1.493
322
1.279
2.973
1.450
643
880
1.405
2.154
33
256
671
1.193
3.094
1.493
322
1.279
2.973
1.450
643
880
1.405
a) Os procedimentos de amostragem
A amostra do estudo foi selecionada por meio de processo de amostragem por conglomerados, estratificada e em
múltiplos estágios, com base nos dados do censo do IBGE para o ano de 2000.
O setor censitário é a menor unidade geográfica disponível para a qual existem dados dos residentes com
características socioeconômicas semelhantes e é composto por aproximadamente 300 famílias (aproximadamente
1.000 habitantes).
Para melhorar a eficiência da amostragem, os setores censitários foram, quando necessário, divididos ou agrupados
de tal forma que o coeficiente de variação para as suas dimensões não excedesse 10%. Dessa forma, as UPAs
poderiam ser constituídas por um único setor censitário, uma fração de um setor censitário, ou um agrupamento de
setores censitários. Mais detalhes do processo de amostragem podem ser vistos no Manual de amostragem, anexo III.
As UPAs foram, então, ordenadas de acordo com o número de anos de escolaridade do chefe da família para garantir
que todos os grupos socioeconômicos da população estivessem representados na amostra. Esta variável foi escolhida
porque está fortemente correlacionada com a renda e fornece informações mais confiáveis do que última.
Na primeira etapa de amostragem, uma amostra sistemática foi tomada a partir desta lista ordenada das UPAs, com
probabilidade proporcional ao tamanho ( número de residentes permanentes), em cada capital e no Distrito Federal.
Na segunda etapa foram sorteados os quarteirões, com probabilidade proporcional ao tamanho, (número de
domicílios) em cada uma das UPAs selecionadas na primeira etapa. A terceira etapa envolveu a amostragem
sistemática de domicílios dentro dos quarteirões selecionados usando uma lista de endereços residenciais fornecidos
pelo IBGE. Todos os moradores nos domicílios selecionados, nas faixas etárias consideradas para o estudo, foram
incluídos na pesquisa.
As amostras foram sorteadas com igual probabilidade em cada domínio de estudo em três etapas. A fração de
amostragem total foi aplicada em cada capital, portanto, f = n ÷ N , onde f é a fração amostral para a macro-região khk hk k hk
e faixa etária h, a n é o tamanho da amostra em número de domicílios para a macro-região k e faixa etária h, N é ohk k
número total de domicílios na macro-região k.
Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 18
.Para cada capital, o primeiro passo no processo de amostragem foi selecionar a maior amostra de domicílios
usando a seguinte equação:
Onde,
f : fração amostral global para o maior tamanho da amostra na capital kk
a: número total de UPAs a serem selecionadas no primeiro estágio
M:número de domicilios na UPA ii
b: número de unidades secundárias de amostragem (USA) a serem sorteadas em cada UPA
selecionada.
M :número de domicílios na USA j da UPA iij
c: número de domicílios a serem sorteados em cada USA selecionada.
Para selecionar as menores amostras em cada capital, um sistema de sub-amostras foi sorteado a partir da amostra
inicial usando a seguinte fração de amostragem (Figura 2):
onde,
f fração amostral global para o grupo etário h na capital kbk:
f : fração amostral global para a maior amostra na capital kk
d: número de domicílios a serem sorteados da maior amostra selecionada inicialmente.
n: número de domicílios sorteados na maior amostra inicialmente selecionada;l
Figura 2. Instrumento de controle das subamostras segundo tipo de hepatite e faixa etária de estudo.
iji
ij
i
i
k
M
c
M
bM
M
aM
f ´´=
å
l
khk
n
d
ff ´=
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 19
1. Marcadores sorológicos e co-variáveis
Para a pesquisa de todos os marcadores sorológicos, foram utilizados kits comerciais - Axsym® (ABBOT
Laboratories), pelo método do ensaio imunoenzimático por microparticulas. Para este estudo, foram considerados
os seguintes marcadores sorológicos:
Hepatite A: Para a determinação da prevalência da hepatite A, foram pesquisados os anticorpos totais. O teste
positivo indica infecção atual ou passada pelo HAV.
Figura 3. Fluxograma da sorologia
para diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite A.
Hepatite B: anticorpos para o antígeno do core do vírus da hepatite B (anti-HBc) foram pesquisados utilizando o
teste imunoenzimático. Testes positivos para esse marcador, foram interpretados como infecção pelo HBV, atual ou
passada. Nas amostras positivas para o anti-HBc, também foram pesquisados os anticorpos contra o antígeno de
superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs) e, nas amostras negativas para esse marcador, foi realizado o teste para a
detecção do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Amostras com resultados limítrofes foram retestadas e os
resultados indeterminados foram excluídos da análise.
As amostras HBsAg positivas foram também testadas para HBV-DNA e genotipagem. A Nested-PCR foi realizada
utilizando a técnica padrão.
Figura 4. Fluxograma da sorologia
para diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite B.
Hepatite C: todas as amostras foram testadas para o anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV), utilizando o
mesmo método. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram resultados maior ou igual a 1,2 na
relação densidade ótica e “cut off” (DO/CO).A detecção de HCV-RNA pela técnica da nested Polymerase Chain
Reaction – nested PCR - foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 20
Figura 5. Fluxograma
da sorologia para diagnóstico
da infecção pelo vírus da hepatite C.
Informações sobre as co-variáveis no nível individual e familiar foram obtidas por meio de questionário (Vide
Questionário do domicilio, Questionário do chefe da família, Questionário do adolescente e adulto, Questionário da
criança, Anexos II) e as variáveis do nível da área (setor censitário) recuperadas a partir de um subconjunto dos dados
do censo do IBGE (Tabela 7).
Tabela 7. Variáveis estudadas nos níveis individual, de domicílio e de área.
Variáveis sócio-demográficas
Sexo
Idade
Saber ler e escrever
Anos de escolaridade
Trabalho remunerado
Renda
Relato do status vacinal
Via de transmissão sanguínea
Hospitalização
Transfusão sanguínea
Cirurgia
Tratamento dentário
Trabalho em serviço de saúde
Tatuagem
Piercing
Compartilhamento de objetos cortantes
Comportamento sexual
Início de vida sexual
Parceiro homossexual
Outro parceiro além do atual
Antecedente de Doença
sexualmente transmissível
Parceiro atual teve hepatite
Relacionamento prévio com
portador de hepatite B
Uso de drogas e álcool
História de uso de droga fumada
História de uso de droga inalada (cola)
História de uso de droga cheirada
História de uso de droga injetável
História de uso de seringa de vidro
Consumo de álcool
Casa própria
Abastecimento d´água
Água encanada no interior
do domicílio
Abastecimento regular d´água
Destino dos dejetos
Destino do lixo
Responsável pelo domicílio sabe ler e
escrever
Anos de escolaridade do responsável
pelo domicílio
Trabalho remunerado do responsável
pelo domicílio
Renda do responsável pelo domicílio
% de pessoas responsáveis pelos
domicílios - Não alfabetizadas
% de mulheres responsáveis pelos
domicílios - Não alfabetizadas
% de pessoas residentes não
alfabetizados - 15 a 19 anos
% de mulheres responsáveis pelos
domicílios
% domicílio com rede geral
% domicílios com destino do lixo -
coletado por serviço de limpeza
Número de indivíduos por domicílio
Nível individual Nível de domicílio Área
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 21
a) Métodos laboratoriais
Durante a visita domiciliar, amostras de sangue foram coletadas, transportadas e armazenadas de acordo com
procedimentos normatizados. Os anticorpos totais para hepatite A foram detectados usando um kit comercial de
imunoensaio enzimático (EIA HAVAB, Abbott Laboratories, Abbott Park IL) nos laboratórios centrais de saúde pública.
Os exames laboratoriais foram validados e o controle de qualidade monitorado. Amostras de sangue foram testadas
para anticorpos da hepatite B antígeno (anti-HBc) utilizando ensaio imunoenzimático - ELISA (AxSym, Abbott
Laboratories) nos laboratórios centrais de saúde pública. Amostras soropositivas para anti-HBc foram testadas para
o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Ambos os testes foram realizados utilizando a mesma técnica
(AxSym, Abbott Laboratories). Resultados borderline foram retestados e os resultados indeterminados excluídos das
análises.
Para levantar a prevalência da infecção pelo HCV nessa população, todas as amostras foram testadas por ELISA
automatizado - (micropartícula Enzime Immunoassay - MEIA -) ABBOTT AXSYM ™ diagnóstico, na Alemanha. As
amostras com resultados positivos ou indeterminados foram também testadas por um outro teste ELISA de terceira
geração (DiaSorin ™, Saluggia Marcos, Vercelli, Itália).
As amostras positivas para o HBV e HCV foram genotipadas.
23
Amostras HBsAg positivas foram também genotipadas. Nested-PCR foi realizada como descrito por Kaneko et al .,
24
com algumas modificações. A região S foi amplificada de acordo com a técnica padrão para a identificação do
genótipo do HBV. Reações de seqüenciamento para caracterização de cepas virais foram realizadas utilizando PCR
25
segundo método já descrito . A genotipagem foi analisada através da comparação das seqüências obtidas com
outras seqüências conhecidas de diferentes genótipos do HBV depositados no GenBank, usando os programas
Edit Seq e MegAlign do pacote DNAstar (LaserGene, Inc.).
A detecção de HCV-RNA PCR foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados. A
transcriptase reversa - nested Polymerase Chain Reaction foi utilizada para amplificar um fragmento do 5'UTR do
genoma do HCV.
1. A coleta de dados: logística
O inquérito foi desenvolvido de forma colaborativa envolvendo Universidades, Secretarias Estaduais de Saúde e
laboratórios estaduais de referência. A equipe de investigação responsável pelo estudo incluiu um grupo formado
por epidemiologistas, clínicos, pessoal de laboratório e pesquisadores de campo de cada local, juntamente com a
coordenação regional e nacional. O estudo teve o apoio do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de
Saúde. Visando assegurar a colaboração e participação da comunidade, líderes locais foram contactados e
informações sobre a pesquisa foram divulgadas através de jornais locais, rádio e televisão, antes do início do trabalho
de campo.
Epidemiologistas e clínicos compuseram os três níveis de coordenação da pesquisa (estadual, regional e nacional),
enquanto coordenadores do laboratório e de campo participaram no âmbito nacional e local. O treinamento dos
epidemiologistas e clínicos, regionais e locais, e do coordenador do laboratório local foi realizado pela equipe
nacional. Foram elaborados manuais específicos para o treinamento de pessoal (Vide Manual de campo, Manual do
entrevistador, Manual do coletador, Anexos III).
As equipes locais também incluíram entrevistadores, flebotomistas, digitadores e motoristas.
O coordenador local da epidemiologia foi responsável pela padronização e treinamento dos entrevistadores em
todos os procedimentos envolvidos na coleta dos dados. Os coordenadores clínicos padronizaram e treinaram os
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 22
flebotomistas para coleta de sangue. O coordenador clínico estadual também foi responsável pela entrega dos
resultados de laboratório aos participantes, encaminhando os que apresentavam resultados positivos aos serviços
de referência para a orientação e tratamento, quando necessário. Esses coordenadores enviavam relatórios
semanais sobre o desenvolvimento do estudo ao coordenador regional.
Os coordenadores de campo locais organizavam as atividades diárias e distribuição das entrevistas de acordo com
o endereço das casas sorteadas, disponibilizando os mapas da área e indicando a faixa etária do morador a ser
entrevistado em cada domicílio.
Os entrevistadores, juntamente com os flebotomistas, eram instruídos a visitar as famílias e, após se certificarem que
um ou mais moradores tinha a faixa etária exigida, a explicar os objetivos do estudo e a obter a assinatura do termo de
consentimento informado.
Em caso de recusa, uma segunda visita era feita pelo coordenador de campo e, se a recusa era confirmada, a família
recebia a visita do clinico. Domicílios fechados eram visitados pelo menos duas vezes em diferentes ocasiões.
O trabalho de campo foi realizado de acordo com o calendário aprovado, a começar pelo Nordeste, Centro-Oeste e
Distrito Federal (2005-2006), seguido das regiões Sul e Sudeste (2007-2008), e, posteriormente, a região Norte
(2008-2009).
2. Controle de qualidade
Vários esforços foram empreendidos para padronizar os procedimentos nas capitais dos 26 Estados e no Distrito
Federal. Manuais foram redigidos com instruções sobre como conduzir o trabalho de campo, entrevistas, coleta de
sangue, processamento e armazenamento do sangue coletado e o processo de amostragem.
Os questionários foram testados em estudo piloto antes da aprovação da versão final e uma sub-amostra de
domicílios foi revisitada para checar a aplicação do questionário.
Para os testes sorológicos, utilizou-se o mesmo kit comercial e a mesma máquina em todas as capitais. O controle
de qualidade foi realizado nos laboratórios de referência, para todos os resultados positivos para as hepatites B e C, e
para uma amostra de 10% dos resultados negativos (para as hepatites B e C ) e dos resultados positivos para hepatite
A.
As fases iniciais do trabalho de campo foram supervisionadas pelos coordenadores nacionais e regionais em todas
as capitais. As atividades de campo e de laboratório realizadas em todas as capitais foram monitoradas pela equipe
nacional, por meio de relatórios semanais enviados pela coordenação local. (Vide instrumento de acompanhamento
no anexo IV).
3. Análise
Os dados foram digitados em dupla entrada, no Epi-Info versão 6.04, para a verificação de validação e consistência,
antes da análise estatística (vide Manual de entrada de dados, anexo III). As prevalências da soropositividade e seus
respectivos intervalos de confiança de 95% (IC) para a infecção pelas hepatites A, B e C foram calculadas(corrigidas
pelo efeito de desenho) para cada macro-região e Distrito Federal, por grupo etário. Para algumas análises, as
macro-regiões e/ou faixas etárias foram agrupadas e, nestes casos, a ponderação foi aplicada tendo em vista as
diferentes frações de amostragem adotadas para os domínios de estudo.
A distribuição por idade da população suscetível para cada tipo de hepatite foi estimada utilizando-se um modelo
catalítico simples para estimar a força de infecção.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 23
Os fatores de risco para cada tipo de infecção por hepatite foram inicialmente investigados através de análises
bivariadas, separadamente para cada grupo etário. Para estimar a magnitude dessas associações, o odds ratio com
seus respectivos IC 95% foram calculados. Modelos de regressão logística múltipla com efeito aleatório foram
usados para o ajuste recíproco das variáveis. Um modelo multinível foi proposto para avaliar o risco individual, familiar
e em nível de área, utilizando modelos lineares generalizados e latentes mistos (Generalized Linear and Latent Mixed
Models - GLLAMM) no Stata 9.2 (Stata Corp., College Station,U.S.A.).
4. Aspectos éticos
De acordo com a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em todas as
regiões brasileiras. Todos os indivíduos foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de
consentimento informado. Os resultados dos testes laboratoriais foram entregues confidencialmente aos
participantes. Os resultados negativos para todos os tipos de hepatite ou resultados positivos para o anti-HAV IgG
e/ou anti-HBc total e/ou anti-HBs (que indicam imunidade contra a hepatite A e B, respectivamente) foram enviados
via correio. Os resultados dos casos positivos de hepatite B (HBsAg positivo) e da hepatite C (anti-HCV positivos)
foram entregues pessoalmente pelo coordenador clinico, que foi responsável pela realização de uma avaliação
criteriosa desses indivíduos com sorologia positiva e, quando indicado, eles foram encaminhados para tratamento
específico no serviço de referência em cada capital de Estado ou no Distrito Federal. Indivíduos soronegativos para o
HBV foram encaminhados ao serviço público de saúde para a vacinação.
REFERÊNCIAS
1. Lyra LG, Damasceno AP, Cotrim P, Mota E, Silva L. Prevalence of antibody to hepatitis B virus in an urban population of Northeast Brazil. Rev Inst Med
Trop São Paulo 1986; 28:406-9.
2. Fonseca JC. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C no Brasil. GED Gastroenterol Endosc Dig 1999; 18 Suppl 1:S3-S8.
3. Kaneko S, Miller RH, Feinstone SM, Unoura M, Kobayashi K, Hattori N, et al. Detection of serum hepatitis B virus DNA in patients with chronic hepatitis
using the polymerase chain reaction assay. Proc Natl Acad Sci U S A 1989; 86:312-6.
4. Sitnik R, Pinho JR, Bertolini DA, Bernardini AP, Da Silva LC, Carrilho FJ. Hepatitis B virus genotypes and precore and core mutants in Brazilian patients. J
Clin Microbiol 2004; 42:2455-60.
5. Sanger F, Nicklen S, Coulson AR. DNA sequencing with chain-terminating inhibitors. Proc Natl Acad Sci U S A 1977; 74:5463-7.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 24
A metodologia do INHV –Brasil foi publicada em setembro de 2010 nos Cadernos de Saúde Pública, volume 26,
número 9, páginas 1.693 a 1.704, e parcialmente traduzida com autorização dos editores da revista
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 25
INQUÉRITO NACIONAL DE HEPATITES VIRAIS BRASIL
I. Introdução
Os dados apresentados para o Brasil referem-se aos dados obtidos para as capitais das cinco macrorregiões
brasileiras e o Distrito Federal. Para agrupamento dos dados das diferentes regiões foi utilizada uma ponderação
com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem. Quando diferentes grupos etários foram agrupados
também se utilizou o mesmo mecanismo de correção.
A figura 1 mostra a localização das capitais nas macrorregiões e a tabela mostra a população estudada por faixa
etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 6.468 indivíduos selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e
19.634 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e anti-HCV). Foram visitados 10.672 domicílios,
selecionados nos 858 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o esquema amostral usado para selecionar
os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.
Figura 1. Localização das capitais e Distrito federal e população por faixa etária e amostra estudada para a exposição à
infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e C, referente ao conjunto das capitais do Brasil.
População e amostra
Capitais do Brasil e
Distrito Federal
População de 5 a 9 anos
População de 10 a 19 anos
População de 20 a 69 anos
Número de setores censitários selecionados
Número de domicílios pesquisados - Hepatite A
Número de domicílios pesquisados - Hepatite B e C
População estudada - Hepatite A
População estudada - Hepatite B e C
3.364.506
7.565.695
23.686.695
858
4.233
9.671
6.468
19.634
Boa Vista
Manaus
Rio Branco Porto Velho
Macapá
Belém
São Luis
Cuiabá
Campo
Grande
Palmas
Brasília
Goiânia
Teresina
Natal
João Pessoa
Recife
Maceió
Aracajú
Salvador
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Florianópolis
Porto
Alegre
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV:
Gráfico 1. Soro prevalência global por faixa etária de anticorpos, anti-HAV. Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos
etários).
O resultado global da prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais
do Brasil foi de 39,5% (IC95% 36,5% - 42,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 27,0%
(IC95% 23,5% -30,5%) e de 44,1% (IC 95% 40,4% - 47,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados
apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da
hepatite A. Esses resultados colocam o conjunto das capitais do Brasil como região de intermediária endemicidade.
A interpretação dos resultados da prevalência global da infecção pelo HAV deve levar em conta que a amostragem
do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos, do
conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal. As prevalências apresentadas foram
ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas
de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do
conjunto das capitais do Brasil.
III. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg)
Gráfico 2. Soro prevalência global por faixa etária da hepatite viral B (anti-HBC). Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos
etários.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 26
*
*
**
*
**
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 27
O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das
capitais do Brasil foi de 7,4% (IC95% 6,8% - 8,0%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de
1,1% (IC% 0,9% -1,4%) e de 11,6% (IC 95% 10,7% - 12,4%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 2). Esses resultados
apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da
hepatite B.
Para o marcador HBsAg a prevalência global referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 0,37% (IC95% (0,25% -
0,50%), classificando o conjunto das capitais do Brasil, como região de baixa endemicidade. A prevalência de
HBsAg foi de 0,055% (IC95% 0,012% - 0,10%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,60% (IC 95% 0,41% - 0,78%) para os
grupos de 20 a 69 anos (gráfico 3).
Gráfico 3. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos
etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 76,7% na faixa etária de 10 a
69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência global dos marcadores anti-HBc e AgHbs deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal.
As prevalências dos marcadores anti-HBc, AgHbs apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.
IV. Cobertura vacinal contra a hepatite B
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com a registrada no cartão. As tabelas 1 e 2 apresentam a
cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo e o valor preditivo dessa informação
quando comparada ao cartão vacinal (para os indivíduos que informaram o status vacinal e apresentaram o cartão).
*
**
Tabela 1. Cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo
Quando avaliados apenas os indivíduos que informaram sobre o status vacina, verifica-se que a maior cobertura
vacinal foi a da Região Norte, aproximadamente 75%, seguida das Regiões Sudeste e Sul com cobertura em torno de
50%.
Tabela 2. Valor preditivo da informação do indivíduo sobre vacinação contra a hepatite B, quando comparada à
informação registrada no cartão vacinal
O valor preditivo positivo do relato de vacinação contra a hepatite B, quando comparado com a informação registrada
no cartão, foi superior a 80% em todas as regiões. Ressalte-se que esse valor poderá estar superestimado se
aqueles indivíduos que apresentaram o cartão vacinal fornecerem informações mais fidedignas do que aqueles que
não dispõem do cartão.
V. Hepatite C
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HCV
Gráfico 4. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral C (HCV). Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 28
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos
etários.
*
**
O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das
capitais do Brasil foi de foi de 1,38% (IC95% 1,12% - 1,64%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a
19 foi de 0,75% (IC% 0,53% - 0,98%) e de 1,56% (IC 95% 1,28% - 1,91%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4).
A interpretação dos resultados da prevalência global do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade
do teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
As prevalências do marcador anti-HCV foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo
tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados
podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.
As soroprevalências de anticorpos anti-HCV foram semelhantes nas diferentes regiões, atingindo valores de até 1%
na faixa etária de 10 a 19 anos, e de até 2% na faixa etária de 20 a 69; exceção feita à Região Norte onde, nessa última
faixa etária, esses valores foram um pouco mais elevados.
2. Fatores associados à exposição ao HCV:
O delineamento do projeto foi concebido para estudar os fatores de risco para a hepatite C no total população
estudada, e não por macrorregiões. Esta definição foi estabelecida no protocolo original devido às baixas
prevalências esperadas. Apresentamos abaixo, a distribuição dos potenciais fatores de risco para hepatite C por
Região e, em seguida, a análise, para o Brasil, dos fatores associados à positividade para o anti-HCV.
a. Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B (e hepatite C) em todas as regiões do Brasil é
apresentada na tabela 3. Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, a freqüência de transfusão sanguínea foi
menor na Região Norte onde 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea e maior na
Região Sul onde essa freqüência foi de 7,8% (6,9% – 8,7%); tatuagem foi mais freqüente nas Regiões Sudeste e Sul
com percentuais de 10,7% (9,5% – 12,0%) e 12,2% (11,0% – 13,4%), respectivamente; a freqüência do uso de droga
cheirada foi maior na Região Sul, 5,9% (5,1% – 6,8%), e menor na Região Nordeste, 1,6% (1,0% – 2,1%), enquanto que
a freqüência de uso de droga injetável diferiu pouco entre as regiões. Quanto à vida sexual, a média de idade em que
ocorreu a primeira relação sexual foi de 16 a 17 anos em todas as regiões; o uso de preservativo foi referido com mais
freqüência, em torno de 40%, nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal; relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo foi referido com uma freqüência inferior a 4% em todas as regiões; história de
doença venérea foi informada em 5 a 10% dos indivíduos em todas as regiões. Um percentual de 3,4% (2,8% – 4,0%)
informou história de relação sexual com parceiro com hepatite na Região Sul, sendo essa freqüência apenas
ligeiramente mais baixa nas demais regiões.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 29
Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C nas Macrorregiões do Brasil e Distrito
Federal*
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C, Região Centro-Oeste
(continuação)*.
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
b. Fatores associados à exposição ao HCV
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HCV e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Variáveis biológicas: Não observou-se uma associação entre soropositividade para o anti-HCV e sexo. Verificou-
se que a chance de soropositividade aumenta com a idade (tabela 4).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 30
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características biológicas–BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect).
** Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) com idade.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: De uma maneira geral não foi observada uma
associação entre as varáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HCV. Apenas para
os indivíduos que vivem em situação de extrema pobreza, vivendo em domicílios que não são ligados à rede pública
de esgoto e não possuem fossa, é que foi verificada uma maior chance de positividade para o anti-HCV (tabela 5).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do domicílio - BRASIL
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não foi
observada uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HCV e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo (tabelas 6 e 7). Observa-se uma
significância estatística (p-valor) limítrofe para analfabetismo do chefe da família ou do indivíduo e uma menor chance
de infecção para os indivíduos que tem curso superior.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 31
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 32
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do chefe da
família - BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 33
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram submetidos
à transfusão alguma vez na vida e aqueles que foram hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior
chance de soropositividade para o anti-HCV. Os valores de p foram limítrofes para as variáveis tatuagem e
compartilhamento de objetos cortantes (para essa ultima a direção da associação foi contrária à esperada). Para as
demais variáveis desse grupo a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 8).
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas à via de
transmissão sanguínea – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 34
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: O parceiro atual já ter tido hepatite e ter tido parceiro que já
apresentou doença venérea, apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade
para o anti-HCV, porém a direção das associações foi em sentido inverso. Para as demais variáveis a associação
com anti-HCV não foi estatisticamente significante.
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas a via de
transmissão sexual – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 35
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e aqueles que fizeram uso
de seringa de vidro apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HCV. Para a variável cheirar cola o valor
de p da associação foi limítrofe e não foi verificada uma associação com o uso de bebida alcoólica.
Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas ao uso de drogas – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 36
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: idade, uso de droga cheirada, uso de droga
injetável e uso de seringa de vidro e destino dos dejetos.
Tabela 11. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão:
Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações
podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou
deixem de aparecer pelo mesmo motivo.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HCV. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. As variáveis uso de droga cheirada, uso de droga injetável e
uso de seringa de vidro são potencialmente ligadas ao mecanismo de transmissão. Finalmente, permaneceu
também no modelo uma variável socioeconômica, sugerindo uma associação entre soropositividade para o anti-
HCV com uma situação de extrema pobreza. Essas variáveis expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas..
NORTE
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 38
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE – Censo 2000. A Região Norte, apresenta uma população tatal de 12.879.100 habitantes das quais
residem nas capitais 414.281 na faixa etária de 5 a 9 anos, 860.922 na faixa etária de 10 a 19 e 2.093.269 na faixa
etária de 20 a 69 anos.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e
C, referente ao conjunto das capitais da Região Norte, Brasil.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados
apresentados para o Norte referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 13/10/2008 com término em 18/05/2009. A tabela abaixo apresenta o tamanho
da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19
anos foram atingidos, respectivamente, 114% e 139,5% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas
etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 97,3% e 94,1% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra estimada, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico,
segundo faixa etária e tipo de hepatite. Região Norte, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
III.Hepatite A:
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de
58,3% (IC95% 49,4% - 67,2%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 28,7% (IC% 16,2% -
38,3%) e de 67,5% (IC 95% 59,8% a 80,0%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Norte como região de intermediária
endemicidade.
Faixa etáriaPrevalência (IC(95%))5 a 9 anos28,7% (16,2% - 38,3%)10 a 19 anos67,5% (59,8% - 80,0%)5 a 19
anos58,3% (49,4% - 67,2%).
Gráfico 1.Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária - Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma
partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das
diferentes capitais.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição
da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 6,2 per 100 pessoa/ano.
Tabela 3.
Soroprevalência
de anticorpos
anti-HAV por idade.
Região Norte, Brasil.
*
**
Região Norte 39
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Igráfico 2. Soroprevalência de anticopos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Norte,
Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade, estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Norte, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Observa-se uma proporção de indivíduos do sexo feminino de 45,4% e 57,6% de pesquisados na faixa etária de 10 a
19 anos. Verifica-se que 78,3% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 27,8% estão ligados à rede
de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,6
anos.
Região Norte 40
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Itabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de
confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Idade e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com
soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade. (Tabelas 5 e 6).
Região Norte 41
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.
Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível domiciliar: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e as variáveis do nível domiciliar (tabelas 7 e 8).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
*
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
Região Norte 42
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável
pela família. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: A variável mulheres responsáveis pelo domicilio (%), apresentou uma associação inversa e
estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de
residência. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área:
mulheres responsáveis pelo domicílio (%). (Tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 43
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos
níveis individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Norte como região de intermediária
endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 6,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,
estimada através do modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível
individual, expressa pela escolaridade do indivíduo. Nas áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres
responsável pelo domicilio é maior, é menor a chance de soropositividade para o anti-HAV sugerindo que, na Região
Norte, esta situação possa estar relacionada com melhor condição socioeconômica. Indivíduos com menor
escolaridade e áreas onde é menor o percentual de mulheres responsáveis pelo domicilio se tornam-se alvos
prioritários para as ações de controle.
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência dos marcadores da Hepatite B (Anti-HBC e HBsAg)
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de
10,9% (IC95%: 8,87% - 12,9%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 - 19 foi de 0,94% (IC 95% 0,45%
- 1,54%) e de 14,7% (IC 95% 12,2% - 17,8%) para o grupo de 20 - 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 44
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 0,63% (IC95% (0,22% -
1,04%), classificando o conjunto das capitais do Norte, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a
19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69
anos a prevalência foi de 0,92% (IC95% (0,32% - 1,53%) (gráfico 5).
Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelos tamanhos dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc. O percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,4 % na faixa etária de 10 a
69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Norte.
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais,. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte.
*
**
*
**
Região Norte 45
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Norte foi apresentada na tabela 11. Verifica-se
que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 9,1%
(7,6% – 10,6%) fez tatuagem, 3,5% (2,6% – 4,4%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,12% – 0,69%) fez uso de droga
injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,2 ±3,6 anos, 24,9% (22,8%
– 27,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,5% (1,8% – 3,2%) informou ter tido relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo e 7,9% (6,6% – 9,2%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,0%
(2,2% – 3,8%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Norte, Brasil.
Região Norte 46
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 24,53% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. (tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre presença de fossa no domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em
domicílios que possuem fossa têm uma menor chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
Região Norte 47
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio.
Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade. Verifica-se uma menor chance
de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes não são analfabetos. Também se observou
uma associação com trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os
indivíduos que não a têm. (tabelas 14 e 15)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 48
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às
características socioeconômicas do chefe da família. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e soropositividade para o anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 49
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 50
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo
sexo, ou ter tido outro parceiro apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade
para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 51
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas apresentaram maior chance de
soropositividade ao anti-HBc.
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do domicílio: destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo:
analfabetismo e trabalho em atividade remunerada; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sexual: ter
tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo; relacionadas ao uso de drogas: uso de drogas
fumadas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 52
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Norte como região de baixa endemicidade
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados apontam para a importância da transmissão
sexual na Região Norte. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não
indagar diretamente se os indivíduos já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se
já tinham tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que
permite captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do
mesmo sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos
prioritários para intervenção. Embora tenha sido observada uma associação com variável relacionada ao uso de
drogas, verifica-se que a mesma não está diretamente ligada a mecanismos de transmissão. Assim uma maior
chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito
podem estar ligado a comportamentos que implicam em um maior risco de transmissão e que não foram captados
pelas demais variáveis. Quanto às condições socioeconômicas, a associação entre soropositividade para o anti-
HBc e analfabetismo sugere uma maior oportunidade de exposição ao vírus para indivíduos com piores condições; a
menor chance de positividade para individuos que não exercem atividade remunerada, bem como para aqueles que
residem em domicílios que possuem fossa não tem um significado claro. Todas essas variáveis expressam os
grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 53
V. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Norte foi de 2,102% (1,409 – 2.796). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,999% (0,362
– 1,637) e de 3,220% (2,029 – 4,411) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) – Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos do populacionais. Os resultados podem ser
considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte. Conforme delineamento da pesquisa os
fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não havendo poder estatístico para avaliação
por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C - Brasil).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
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Região Norte 54
NORDESTE
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
I. Introdução
De acordo com os dados do IBGE para o ano 2000 a Região Nordeste apresenta uma população total de 47.692.349
habitantes, dos quais residem nas capitais, 943.033 na faixa etária de 5 a 9 anos, 2.054.539 na faixa etária de 10 a 19 e
5.358.923 na faixa etária de 20 a 69 anos.
A tabela 1 mostra a população estudada por faixa etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 634 indivíduos
selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e 3.650 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e
anti-HCV). Foram visitados 1.371 domicílios para a seleção da amostra da hepatite A e 1.695 domicílios para as
hepatites B e C. Os domicílios foram selecionados nos 274 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o
esquema amostral usado para selecionar os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao conjunto das capitais da Região Nordeste, Brasil.
Os dados apresentados para o Nordeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais. Como, na
amostragem, se utilizou uma partilha proporcional, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos
dados das diferentes capitais. Diversamente, quando diferentes grupos etários foram agrupados utilizou-se uma
ponderação com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem.
II.Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 25/08/2004 com término em 30/06/2005. As tabelas abaixo apresentam o
tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e
10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86,5% e 105% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas
faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 90,5% e 91,5% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Região Nordeste, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 56
III. Hepatite A:
1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de
53,1% (IC95% 47,5% - 58,7%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 41,3% (IC% 34,2% -
48,4%) e de 57,4% (IC 95% 50,3% - 64,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o
aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária
endemicidade.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma
partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das
diferentes capitais.
Gráfico 1. Soroprevalênciade anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Nordeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição
da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 5,3 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Nordeste, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
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Região Nordeste 57
Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região
Nordeste, Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A, por idade estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Nordeste, Brasil.
2.Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 58
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Nordeste,
Brasil.
Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada
na faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 92% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 49,1%
estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários
amostrados foi de 6 anos.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p.
Devido ao efeito do desenho a razão de produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma
associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou
com a idade (tabela 5 e 6).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 59
Ttabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.
Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Indivíduos com idade > 7anos
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família. Para as demais varáveis desse nível a associação
não foi estatisticamente significante (tabela 7 e 8).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 60
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade
do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente
significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que para as duas últimas a associação foi inversa (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do
chefe da família e renda do chefe da família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) (tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
Região Nordeste 61
Estudo soroprevalencia das hepatites a b c
Estudo soroprevalencia das hepatites a b c
Estudo soroprevalencia das hepatites a b c
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  • 1. Brasil, 2010 ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C NAS CAPITAIS DO BRASIL NORDESTE SUL CENTRO-OESTE SUDESTE NORTE
  • 2. Brasil, 2010 ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C NAS CAPITAIS DO BRASIL Coordenação Geral Universidade de Pernambuco Núcleo de Pós-Graduação
  • 3. Apoio Financeiro Ministério da Saúde Organização Pan-Americana de Saúde
  • 4. EQUIPE: Coordenação Nacional: Leila Maria Moreira Beltrão Pereira (Coordenação Clínica) Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade de Pernambuco e Instituto do Fígado de Pernambuco. Ricardo Arraes de Alencar Ximenes (Coordenação de Epidemiologia) Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade de Pernambuco e Departamento de Medicina Tropical Universidade Federal de Pernambuco. Regina Célia Moreira (Coordenação de Laboratório) Instituto Adolfo Lutz, São Paulo. Coordenação Nacional do Trabalho de Campo e Estatística Maria Cynthia Braga (Trabalho de Campo) Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz Ulisses Ramos Montarroyos (Estatística) Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade de Pernambuco
  • 5. COORDENAÇÃO REGIONAL Norte Deborah Crespo (Coordenação Clínica) Ministério Público de Belém Alex de Assis dos Santos (Coordenação de Epidemiologia) Instituto Bioestatístico de Ciência e Tecnologia Nordeste Luiz Cláudio Arraes de Alencar (Coordenação Clínica) Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade de Pernambuco Maria Luiza Carvalho de Lima (Coordenação de Epidemiologia) Departamento Medicina Social Universidade Federal de Pernambuco Centro-Oeste Marília Dalva Turchi (Coordenação Clínica) Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Universidade Federal de Goiás Celina Maria Turchi Martelli (Coordenação de Epidemiologia) Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Universidade Federal de Goiás Distrito Federal Marcelo Abrahão Costa (Coordenação Clínica) Hospital de Base do Distrito Federal Brasília Edgar Hamman (Coordenação de Epidemiologia) Faculdade de Ciências da Saúde Universidade de Brasília. Sul Gabriela Coral (Coordenação Clínica) Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Airton Tetelbom Stein (Coordenação de Epidemiologia) Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Sudeste Gerusa Maria Figueiredo (Coordenação Clínica) Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Maria Regina Alves Cardoso (Coordenação de Epidemiologia) Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo
  • 6. COORDENAÇÃO ESTADUAL: Piauí Mato Grosso do Sul Conceição Sá (Clínico) José Ivan Albuquerque Aguiar REGIÃO NORTE Carlos Henrique Costa (Clínico) (Epidemiologista) Eugenio de Barros (Epidemiologia) Acre Gilza Bastos dos Santos Cirley Maria de Oliveira Lobato Maranhão (Laboratório) (Clínico) Arnaldo de Jesus Dominici (Clínico) Mônica de Breu Moraies Maria das Graças Aragão Distrito Federal Marcelo Costa (Clínico)(Epidemiologista) (Epidemiologista) Edgar Merchán HamannJanaina Mazaro (Laboratório) Elizabeth de Souza Lima (Epidemiologia)(Laboratório) Amapá Lídia Maria Pinto Luna (Laboratório) Maria de Nazaré Miranda de Ceará SULCavalcante (Clínico) José Milton de Castro Lima (Clínico) Clóvis Omar Sá Mirande José Wellington Oliveira Lima Paraná(Epidemiologista) (Epidemiologista) Dominique Muzillo (Clínico)Márcia Socorro Cavalcante Porcy Maria do Carmo Vidal Gadelha Lima Lucimar Bozza (Epidemiologista)(Laboratório) (Laboratório) Yatiyo Matsui Moriya (Laboratório) Amazonas Rio Grande do Norte Santa CatarinaAna Ruth Silva de Araújo (Clínico) Gilmar Amorim (Clínico) Esther Dantas (Clínico)Márcia Araújo BarretoMarlúcia da Silva Garrido Ana Cristina Vidor (Epidemiologista) (Epidemiologista)(Epidemiologista) Ana Duarte Cardoso (Laboratório) Márcia Noronha Barbosa Paraíba(Laboratório) Rio Grande do Sul Manoel Jaime Xavier Filho (Clínico) Alexandro Alves (Clínico) Jória Viana GuerreiroPará Maria Eugênia Pinto (Epidemiologista)Raimundo Aldo Tavares (Clínico) (Epidemiologista) Maria de Fátima Chaves Oliveira Zenaida Marion Alves Nunes Lyra Alagoas(Epidemiologista) Vidal (Laboratório)Maria Rosileide Bezerra AlvesJosé Américo Lozich de Aquino (Clínico)(Laboratório) SUDESTE Dayse Mércia Cavalcante de Oliveira (Epidemiologista)Rondônia São Paulo Ivoneide Moreira de Oliveira BarrosoJuan Miguel Villalobos Salcedo Flair Carrilho (Clínico) (Laboratório)(Clínico) Antônio Alci Barone Fábio Luiz Storer (Epidemiologista) (Epidemiologista) Sergipe Ângela Maria Miranda Spina Tereza Virgínia Nascimento (Clínico)Roraima (Laboratório) Lúcia Tavares (Epidemiologista)Luiz Renerys de Lima Pinheiro (Clínico) Rio de Janeiro BahiaJacqueline de Aguiar Barros Cristiane Nogueira (Clínico) Raymundo Paraná (Clínico)(Epidemiologista) Mariza Miranda Theme Filha José Tavares Neto (Epidemiologista)Juliana Cristina Ferreira (Epidemiologista)Maria Alice Sant`Anna Zarife (Laboratório) Carlos Augusto da Silva Fernandes (Laboratório) (Laboratório) Tocantins CENTRO-OESTENádja Duarte Oliveira Souza Belo Horizonte (Clínico) Rosângela Teixeira (Clínico)Goiás Arlete Lopes da Cunha Otoni Keli Bahia FelicíssimoFlúvia Pereira Amorim da Silva (Epidemiologista) (Epidemiologista)(Epidemiologia) Gisele Christina O. Silva Sônia Conceição Diniz (Laboratório)Rodrigo Sebba Aires (Clínico) (Laboratório) Beatriz Maranhão Bariani Vitória (Laboratório) Moacir Soprani (Clínico)NORDESTE Angélica Espinosa (Epidemiologista) Mato Grosso: Patrícia Rolim Prates (Laboratório)Pernambuco Francisco José Dutra Souto (Clínico) Demócrito Miranda (Clínico) Jesus Fernando Fontes Zulma Medeiros (Epidemiologista) (Epidemiologia)Maria Mabel M. Melo (Laboratório) Vergínia Correia de Azevedo e Silva (Laboratório)
  • 7. APRESENTAÇÃO O relatório apresenta os resultados do Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos Vírus das Hepatites A, B e C nas Capitais do Brasil, desenvolvido a partir de uma demanda da Secretaria de Vigilância à Saúde, do Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Panamericana de Saúde. Esse Inquérito vem preencher uma lacuna de conhecimento sobre os padrões epidemiológicos das hepatites virais no país, uma vez que os mesmos vinham sendo avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e grupos especiais ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas. O trabalho congregou um grande numero de profissionais de saúde de diferentes locais e instituições em todas as regiões do Brasil. A coordenação nacional, clínica e epidemiológica, foi exercida pelo grupo da Universidade de Pernambuco, acrescido de um coordenador de laboratório do Instituto Adolfo Lutz. As coordenações regionais ficaram a cargo de um clínico e um epidemiologista, e as coordenações locais (em cada uma das capitais dos estados) tiveram a mesma estruturação da equipe nacional. A ação integrada de todos esses profissionais, desde a fase de planejamento até a operacionalização da pesquisa e consolidação dos bancos de dados, e o rigor metodológico utilizado viabilizaram a execução do trabalho e garantiram a qualidade dos dados obtidos. O relatório compreende todas as etapas da pesquisa incluindo o detalhamento da metodologia utilizada, das atividades de campo e dos resultados obtidos para cada uma das macrorregiões do país e Distrito Federal. Os instrumentos utilizados (questionários, manuais e fichas de acompanhamento) são apresentados em anexo. Para melhor interpretação dos resultados, recomenda-se uma leitura prévia da metodologia e, em particular, do plano de análise. A responsabilidade de divulgação dos resultados no meio acadêmico, incluindo congressos científicos e publicação em periódicos, é dos investigadores responsáveis pela pesquisa e a citação dos resultados por outros interessados deverá referenciar esse relatório e/ou os artigos publicados. Acreditamos que as informações obtidas são de fundamental importância para subsidiar a formulação ou reorientação de políticas publicas. Leila M. B. Pereira Ricardo A. de A. Ximenes Regina Célia Moreira Coordenadora Nacional Coordenador Nacional Coordenadora Nacional Clínica Epidemiologista Laboratório
  • 8. ÍNDICE Introdução Objetivos Metodologia Resultado do Inquérito das Hepatites A, B e C – Brasil Região Norte Região Nordeste Região Centro-Oeste Distrito Federal Região Sudeste Região Sul Analise Comparativa Anexo I: Hepatite B entre indivíduos não vacinados Anexo II: Questionários Anexo III: Manuais 09 11 12 25 37 55 74 92 110 127 145 160 200 211
  • 9. INTRODUÇÃO Estudos sorológicos de base populacional das hepatites virais têm mostrado a diversidade de padrões epidemiológicos quanto ao risco de infecção, relacionados aos atributos individuais e às variações locais e temporais no risco de infecção. Esses estudos têm gerado informações cruciais para os programas nacionais de controle. Nos EUA, as duas pesquisas nacionais de hepatite B e C permitiram estimar o número de indivíduos cronicamente infectados e levaram a uma maior compreensão dos padrões de risco associados ao uso de drogas 1, 2-5 ilícitas e comportamento sexual ao longo do tempo . 6 Atualmente, o sistema nacional de vigilância determina a notificação compulsória dos casos de hepatite A, B e C . Dados do sistema de notificação de casos a partir da vigilância passiva não são suficientemente confiáveis para estimar as taxas de infecção na população, uma vez que um grande número de infecções são assintomáticas e a etiologia dos casos sintomáticos notificados nem sempre pode ser confirmada. Assim, os padrões epidemiológicos de HBV e HCV no Brasil têm sido avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e 7-11 grupos especiais ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas . Estes estudos anteriores sugerem grandes variações na distribuição da doença de uma região brasileira para outra, com alta prevalência de 12 infecção por hepatite B e co-circulação do vírus Delta na região Amazônica . No entanto, a prevalência de hepatite na população geral é desconhecida e não há informações precisas sobre a freqüência da infecção ou sobre a existência de variações no padrão de fatores de risco de uma região brasileira para outra. A hepatite viral é a causa mais importante de doença hepática e as hepatites B e C podem potencialmente evoluir para hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular, aumentando assim a mortalidade por doenças crônicas do 13, 14 fígado e a incidência de carcinoma hepatocelular . A vacina contra a Hepatite B tem provado ser uma ferramenta importante na prevenção da infecção e a Organização 15 Mundial de Saúde recomenda a inclusão da vacina contra hepatite B nos programas nacionais de imunização . Além disso, tem sido proposta a inclusão de adultos não vacinados e sob risco de infecção por hepatite B, de forma a atingir todos que procuram proteção contra a hepatite B, mesmo quando fatores de risco específicos não são 16 identificados . Atualmente, o Programa Nacional de Imunização tem recomendado e disponibilizado gratuitamente a 17 vacina contra o HBV para bebês, crianças e adolescentes, além de grupos de risco conhecidos . Com relação à hepatite A, as estratégias de vacinação variam de acordo com a gravidade da endemia, sendo a 18 vacinação universal recomendada em áreas de endemicidade baixa e intermediária . No Brasil, a vacina contra HAV não é preconizada universalmente pelo Programa Nacional de Imunizações e apenas uma pequena proporção da população tem acesso à mesma. Em uma análise parcial dos resultados desse inquérito, a hepatite A foi classificada como de endemicidade intermediária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do 19 Brasil . A avaliação da magnitude das hepatites virais é uma tarefa particularmente difícil em um país como o Brasil, o qual 2 possui uma população de aproximadamente 190 milhões, distribuída em um imenso território de 8.511.965 km . Por outro lado, tem havido um crescente acúmulo de experiência na condução de inquéritos nacionais no país. Por exemplo, o suplemento de saúde da "Pesquisa Nacional por Amostra de domicilio" (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, é possivelmente o inquérito de saúde mais abrangente já realizado na população brasileira com 14 anos de idade ou mais, e outras experiências bem sucedidas incluem a "Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição-PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e 20 Nutrição) e a Pesquisa de Demografia e Saúde (DHS) . Deve-se ressaltar o desafio adicional colocado em inquéritos sorológicos, devido à logística necessária para a coleta de sangue, transporte, armazenamento e a realização dos testes laboratoriais. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Introdução 09
  • 10. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Introdução 10 Apoiado em experiências bem sucedidas e considerando a relevância das informações para o planejamento de estratégias de controle, o Ministério da Saúde lançou um inquérito domiciliar nacional com o intuito de estimar a prevalência das hepatites A, B e C e identificar os genótipos mais freqüentes de HBV e HCV entre os moradores das capitais brasileiras e do Distrito Federal. Também objetivou identificar a exposição por via sanguínea, comportamentos sexuais de risco, uso de álcool e drogas ilícitas e fatores socioeconômicos analisados no nível individual, do agregado familiar e de área. Este relatório apresenta a metodologia e os principais resultados do Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV). Corresponde ao primeiro levantamento nacional de hepatites virais já realizado na América Latina. Referências 1. Coleman PJ, McQuillan GM, Moyer LA, Lambert SB, Margolis HS. Incidence of hepatitis B virus infection in the United States, 1976-1994: estimates from the National Health and Nutrition Examination Surveys. J Infect Dis. 1998;178:954-9. 2. McQuillan GM, Kruszon-Moran D, Kottiri BJ, Curtin LR, Lucas JW, Kington RS. Racial and ethnic differences in the seroprevalence of 6 infectious diseases in the United States: data from NHANES III, 1988-1994. Am J Public Health. 2004;94:1952-8. 3. Alter MJ, Kruszon-Moran D, Nainan OV, et al. The prevalence of hepatitis C virus infection in the United States, 1988 through 1994. N Engl J Med. 1999;341:556-62. 4. Armstrong GL, Wasley A, Simard EP, McQuillan GM, Kuhnert WL, Alter MJ. The prevalence of hepatitis C virus infection in the United States, 1999 through 2002. Ann Intern Med. 2006;144:705-14. 5. Stern RK, Hagan H, Lelutiu-Weinberger C, et al. The HCV Synthesis Project: scope, methodology, and preliminary results. BMC Med Res Methodol. 2008;8:62. 6. Ministerio da Saude. Guia de Vigilância Epidemiológica. In: Secretaria de Vigilância em Saúde, editor. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. 7. Souto FJ, Fontes CJ, Gaspar AM. Prevalence of hepatitis B and C virus markers among malaria-exposed gold miners in Brazilian Amazon. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2001;96:751-5. 8. Nascimento MC, Mayaud P, Sabino EC, Torres KL, Franceschi S. Prevalence of hepatitis B and C serological markers among first-time blood donors in Brazil: a multi-center serosurvey. J Med Virol. 2008;80:53-7. 9. Zarife MA, Silva LK, Silva MB, et al. Prevalence of hepatitis C virus infection in north-eastern Brazil: a population-based study. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2006;100:663-8. 10. Tapia-Conyer R, Santos JI, Cavalcanti AM, et al. Hepatitis A in Latin America: a changing epidemiologic pattern. Am J Trop Med Hyg. 1999;61:825-9. 11. Almeida LM, Werneck GL, Cairncross S, Coeli CM, Costa MC, Coletty PE. The epidemiology of hepatitis A in Rio de Janeiro: environmental and domestic risk factors. Epidemiol Infect. 2001;127:327-33. 12. Viana S, Parana R, Moreira RC, Compri AP, Macedo V. High prevalence of hepatitis B virus and hepatitis D virus in the western Brazilian Amazon. Am J Trop Med Hyg. 2005;73:808-14. 13. Shepard CW, Simard EP, Finelli L, Fiore AE, Bell BP. Hepatitis B virus infection: epidemiology and vaccination. Epidemiol Rev. 2006;28:112-25. 14. Shepard CW, Finelli L, Alter MJ. Global epidemiology of hepatitis C virus infection. Lancet Infect Dis. 2005;5:558-67. 15. World Health Organization. Hepattis B vaccine. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2005. 16. CDC. A Comprehensive Immunization Strategy to Eliminate Transmission of Hepatitis B Virus Infection in the United States. Morbidity and Mortality Weekly Report. 2006;55 17. Secretaria de Saúde de São Paulo. Hepatitis B vaccine. Revista de Saúde Pública. 2006;40:1137-40. 18. Jacobsen KH, Koopman JS. Declining hepatitis A seroprevalence: a global review and analysis. Epidemiol Infect. 2004;132:1005-22. 19. Ximenes RAA, Martelli CMT, Merchán-Hamann E, et al. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast and Central-west regions of Brazil. International Journal of Epidemiology. 2008;37:852-61. 20. Malta DC, Leal MdC, Costa MFL, Neto OLdM. Inquéritos Nacionais de Saúde: experiência acumulada e proposta para o inquérito de saúde brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2008; 11:159-67.
  • 11. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Objetivos Gerais 11 OBJETIVOS GERAIS 1. Estimar a prevalência das infecções virais A, B e C, por meio dos marcadores virais, para o conjunto das capitais em cada macrorregião e Distrito Federal, compreendendo as faixas etárias de 5 a 19 anos para a HAV e de 10 a 69 anos para as HBV e HCV, avaliando variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas; 2. Identificar grupos de risco segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas; OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Estimar a prevalência dos marcadores sorológicos para as hepatites virais A, B e C 2. Identificar os portadores do anti-HCV, detectar o HCV-RNA entre os portadores e os genótipos virais; 3. Verificar a associação entre fatores de risco biológicos, socioeconômicos e epidemiológicos com a ocorrência de marcadores virais para as hepatites A, B e C na população e estimar a magnitude dessa associação;
  • 12. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 12 METODOLOGIA 1. Desenho e população de estudo Trata-se de uma pesquisa domiciliar de base populacional, através da qual a seroprevalência dos seguintes marcadores sorológicos para hepatite A, B e C foram estimados: anti-HAV IgG, HBsAg, Anti-HBc IgG, Anti-HBs e anti -HCV. Potenciais fatores de risco biológicos, epidemiológicos e sócio-econômicos também foram pesquisados. A população alvo compreendeu todos os indivíduos com idade entre 5 a 69 anos, residentes em domicílios particulares em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, no período do estudo. 2. Amostragem a) Domínios do estudo O Brasil é composto de cinco diferentes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A região Norte inclui os Estados do Acre (Rio Branco), Amapá (Macapá), Roraima (Boa Vista), Rondônia (Porto Velho), Amazonas (Manaus), Pará (Belém) e Tocantins (Palmas). A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10 a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de 350.189, 762.940 e 2.306.227 habitantes, respectivamente. A região Nordeste abrange nove Estados: Bahia (Salvador), Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió), Pernambuco (Recife), Paraíba (João Pessoa), Rio Grande do Norte (Natal), Ceará (Fortaleza), Piauí (Teresina), Maranhão (São Luis). A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10 a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de 943.033, 2.054.539 e 6.210.495 habitantes, respectivamente. A região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás (Goiânia), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Mato Grosso (Cuiabá). A população nos mesmos grupos de idade nas capitais do Centro-Oeste, segundo IBGE/Censo 2000, era de 397.740, 866.536 e 2.619.378 habitantes, respectivamente. A região Sudeste é composta pelos Estados de São Paulo (São Paulo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Espírito Santo (Vitória) e Minas Gerais (Belo Horizonte), com população, nos mesmos grupos de idade, de 1.745.661, 3.803.187 e 11.496.336 habitantes, respectivamente. A Região Sul abrange os Estados do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e Paraná (Curitiba), com população, nos mesmos grupos de idade, de 305.652, 665.908 e 2.012.918, respectivamente. O Distrito Federal está localizado na região Centro-Oeste e a população para os grupos de idade mencionados eram de 182.537, 387.831 e 1.188.413, respectivamente, segundo o IBGE/Censo 2000. Tendo em vista a importância de se estimar a prevalência da infecção pela hepatite A, B e C no âmbito macro-regional e nacional e para diferentes grupos etários, a população residente nas capitais estaduais e no Distrito Federal foi dividida em domínios de estudo, conforme descrito acima. A população residente na zona urbana das capitais, segundo os domínios do estudo, é apresentada na Tabela 1.
  • 13. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 13 Tabela 1: População residente na zona urbana das capitais, segundo domínios de estudo, IBGE – Censo 2000. Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Distrito Federal Macrorregião Idade (anos) 350.189 943.033 1.745.661 305.652 397.740 182.537 5 a 9 10 a 19 762.940 2.054.539 3.803.187 665.908 866.536 387.831 20 a 69 2.306.227 6.210.495 11.496.336 2.012.918 2.619.378 1.188.413 a) Tamanho da amostra de indivíduos para cada domínio de estudo Para estimar a prevalência de indivíduos com hepatite A, B ou C, a seguinte fórmula foi utilizada para calcular o tamanho da amostra para cada domínio de estudo: onde, n : tamanho estimado da amostra0 = P(1-P): variância das características do estudo (hepatite A, B or C) na população : variância da distribuição amostral de p (prevalência de hepatite A, B or C) O nível de confiança de 95% foi utilizado. As Tabelas 2 e 3 apresentam os outros parâmetros utilizados para calcular os tamanhos de amostra para os domínios de estudo. Os tamanhos das amostras foram ajustados utilizando n = n :0 0,80, admitindo-se uma taxa de resposta de 80%. Tabela 2: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo da hepatite A.0 *corresponde a 3% do valor da proporção Tabela 3: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo das hepatites B e C.0 *corresponde a 20% do valor da proporção, com exceção do Distrito Federal que corresponde a 30% 2 2 p n s s = 2 s 2 ps Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Distrito Federal Macrorregião P 92,8 76,5 53,6 51,2 76,5 76,5 5 a 9 10 a 19 92,8 76,5 53,6 51,2 76,5 76,5 2 2,784 2 2,295 2 1,608 2 1,536 2 2,295 2 2,295 5 a 9 10 a 19 2 2,784 2 2,295 2 1,608 2 1,536 2 2,295 2 2,295 86 342 962 1059 342 342 86 342 962 1059 342 342 5 a 9 10 a 19 5 a 9 10 a 19 108 428 1203 1324 428 428 108 428 1203 1324 428 428 nn0* 2 ps Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Distrito Federal Macrorregião P 10 a 19 20 a 69 10 a 19 20 a 69 10 a 19 10 a 1920 a 69 20 a 69 nn0* 0,0212 0,0119 0,0143 0,0100 0,0104 0,0090 0,0212 0,0119 0,0143 0,0100 0,0104 0,0090 2 0,0042 2 0,0024 2 0,0029 2 0.0020 2 0,0021 2 0,0027 2 0,0042 2 0,0024 2 0,0029 2 0.0020 2 0,0021 2 0,0027 1155 2075 1723 2475 2378 1124 1155 2075 1723 2475 2378 1124 1443 2594 2154 3094 2973 1405 1443 2594 2154 3094 2973 1405 2 ps
  • 14. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 14 Os tamanhos de amostra foram calculados com base na prevalência esperada de positividade para o HBsAg, 1, 2 anticorpos anti-HCV e anti-HAV para cada macro-região,tomando como referência estudos anteriores . A prevalência da hepatite A foi estimada, com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal, para as faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos. Da mesma forma, a prevalência de hepatite B e hepatite C foi estimada com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal para as faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69 anos. O processo de amostragem utilizado neste estudo foi o de conglomerados. A precisão observada não dependeu, portanto, apenas do número de indivíduos selecionados na amostra, mas dependeu, também. do grau de homogeneidade da variável de estudo dentro dos clusters (unidades primárias de amostragem - UPA's), e do número médio de indivíduos selecionados em cada UPA. a) O tamanho da amostra de domicílios para cada domínio de estudo A população residente na área de estudo foi identificada considerando os domicílios ocupados no momento da pesquisa. Uma amostra aleatória dos domicílios de cada capital estadual e do Distrito Federal foi, portanto, selecionada. Todos os indivíduos nas faixas etárias estudadas, residentes nos domicílios selecionados, eram elegíveis para inclusão nas amostras. O número de domicílios que deveriam ser visitados para que o tamanho da amostra de indivíduos fosse atingido foi determinado a partir da estimativa do número médio de indivíduos por domicílio para cada grupo etário. O maior tamanho de amostra de domicílios foi o de menor prevalência de hepatite e da faixa etária com menor frequência de indivíduos na população estudada. Para exemplificar, a figura 1 mostra o calculo do número estimado de domicílios necessários para alcançar a amostra de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos no Nordeste e Recife. Figura 1. Estratégia adotada para estimar o número de domicílios para alcançar o tamanho da amostra de indivíduos – caso da Região Nordeste, Brasil.
  • 15. No entanto, se todos os moradores dos domicílios sorteados fossem incluídos no inquérito, os tamanhos das amostras para os outros grupos etários seriam muito superiores ao tamanho da amostra calculado, o que resultaria em custos excessivos. Por esta razão, foram obtidas sub-amostras de moradores, segundo faixa etária, dos domicílios selecionados. As amostras para cada domínio do estudo foram divididas entre as capitais dos Estados utilizando-se uma fração constante de amostragem (f = n ÷ N, onde f: fração de amostragem para o domínio i; n: tamanho da amostra para oi i i i i domínio i e N: população do domínio i), de modo que o tamanho da amostra de cada capital de Estado fossei proporcional à população de cada capital. A Tabela 4 mostra as frações de amostragem de cada domínio de estudo, enquanto que a Tabela 5 apresenta a distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e o tamanho de amostra de domicílios do Distrito Federal. Tabela 4. Fração de amostragem de domicílios para cada macrorregião e Distrito Federal e faixa etária estudada para hepatites A, B e C Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito Federal para o estudo das hepatites A, B e C Macrorregião Hepatite A 5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19 Hepatite B e C Norte Rio Branco Macapá Manaus Belém Porto Velho Boa Vista Palmas Nordeste Maceió Salvador Fortaleza São Luís João Pessoa Recife Teresina Natal Aracajú 285 19 20 100 92 27 16 11 1.167 92 296 238 93 69 171 77 81 52 130 9 9 46 42 12 7 5 536 42 136 110 42 32 78 35 37 24 1.738 121 122 618 561 158 92 66 3.722 289 943 762 293 220 544 246 257 169 575 40 40 205 185 52 31 22 1.231 96 312 252 97 73 180 81 85 56 Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 15 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Distrito Federal Macrorregião Hepatite A 5 a 9 10 a 19 0,0003 0,0005 0,0002 0,0043 0,0011 - 0,0001 0,0002 0,0001 0,0020 0,0005 - 20 a 69 0,0019 0,0014 0,0013 0,0039 0,0061 - 10 a 19 0,0006 0,0005 0,0004 0,0013 0,0020 - Hepatite B e C
  • 16. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 16 Macrorregião Hepatite A 5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19 Hepatite B e C Sudeste Vitória Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Sul Curitiba Florianópolis Porto Alegre Centro-Oeste Goiânia Cuiabá Campo Grande Distrito Federal 3.792 59 433 1.242 2.058 4.396 2.041 450 1.905 1.296 649 263 384 1.236 1.741 27 199 570 945 2.017 937 206 874 595 297 121 177 566 3.116 48 356 1.021 1.691 4719 2.189 483 2.047 4.112 2.060 835 1.217 1.860 1.031 16 118 338 559 1.561 724 160 677 1.361 682 276 403 615 A Tabela 6 apresenta a distribuição proporcional da amostra (estimada) de indivíduos por capital e o tamanho da amostra do Distrito Federal. Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito Federal para o estudo das hepatites A, B e C Macrorregião Hepatite A 5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19 Hepatite B e C Norte Rio Branco Macapá Manaus Belém Porto Velho Boa Vista Palmas Nordeste Maceió Salvador Fortaleza São Luís João Pessoa Recife Teresina Natal Aracajú 112 7 8 40 37 10 6 4 428 34 103 90 37 25 60 30 30 19 108 7 8 40 37 10 6 4 428 34 103 90 37 25 60 30 30 19 1490 97 108 538 490 128 77 52 2.594 204 624 547 222 153 364 182 181 118 1443 97 108 538 490 128 77 52 2.594 204 624 547 222 153 364 182 181 118 Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação)
  • 17. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 17 Macrorregião Hepatite A 5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19 Hepatite B e C Sudeste Vitória Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Sul Curitiba Florianópolis Porto Alegre Centro-Oeste Goiânia Cuiabá Campo Grande Distrito Federal 1203 19 143 375 666 1324 639 138 547 428 209 92 127 428 1203 19 143 375 666 1324 639 138 548 428 209 92 127 428 2.154 33 256 671 1.193 3.094 1.493 322 1.279 2.973 1.450 643 880 1.405 2.154 33 256 671 1.193 3.094 1.493 322 1.279 2.973 1.450 643 880 1.405 a) Os procedimentos de amostragem A amostra do estudo foi selecionada por meio de processo de amostragem por conglomerados, estratificada e em múltiplos estágios, com base nos dados do censo do IBGE para o ano de 2000. O setor censitário é a menor unidade geográfica disponível para a qual existem dados dos residentes com características socioeconômicas semelhantes e é composto por aproximadamente 300 famílias (aproximadamente 1.000 habitantes). Para melhorar a eficiência da amostragem, os setores censitários foram, quando necessário, divididos ou agrupados de tal forma que o coeficiente de variação para as suas dimensões não excedesse 10%. Dessa forma, as UPAs poderiam ser constituídas por um único setor censitário, uma fração de um setor censitário, ou um agrupamento de setores censitários. Mais detalhes do processo de amostragem podem ser vistos no Manual de amostragem, anexo III. As UPAs foram, então, ordenadas de acordo com o número de anos de escolaridade do chefe da família para garantir que todos os grupos socioeconômicos da população estivessem representados na amostra. Esta variável foi escolhida porque está fortemente correlacionada com a renda e fornece informações mais confiáveis do que última. Na primeira etapa de amostragem, uma amostra sistemática foi tomada a partir desta lista ordenada das UPAs, com probabilidade proporcional ao tamanho ( número de residentes permanentes), em cada capital e no Distrito Federal. Na segunda etapa foram sorteados os quarteirões, com probabilidade proporcional ao tamanho, (número de domicílios) em cada uma das UPAs selecionadas na primeira etapa. A terceira etapa envolveu a amostragem sistemática de domicílios dentro dos quarteirões selecionados usando uma lista de endereços residenciais fornecidos pelo IBGE. Todos os moradores nos domicílios selecionados, nas faixas etárias consideradas para o estudo, foram incluídos na pesquisa. As amostras foram sorteadas com igual probabilidade em cada domínio de estudo em três etapas. A fração de amostragem total foi aplicada em cada capital, portanto, f = n ÷ N , onde f é a fração amostral para a macro-região khk hk k hk e faixa etária h, a n é o tamanho da amostra em número de domicílios para a macro-região k e faixa etária h, N é ohk k número total de domicílios na macro-região k. Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação).
  • 18. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 18 .Para cada capital, o primeiro passo no processo de amostragem foi selecionar a maior amostra de domicílios usando a seguinte equação: Onde, f : fração amostral global para o maior tamanho da amostra na capital kk a: número total de UPAs a serem selecionadas no primeiro estágio M:número de domicilios na UPA ii b: número de unidades secundárias de amostragem (USA) a serem sorteadas em cada UPA selecionada. M :número de domicílios na USA j da UPA iij c: número de domicílios a serem sorteados em cada USA selecionada. Para selecionar as menores amostras em cada capital, um sistema de sub-amostras foi sorteado a partir da amostra inicial usando a seguinte fração de amostragem (Figura 2): onde, f fração amostral global para o grupo etário h na capital kbk: f : fração amostral global para a maior amostra na capital kk d: número de domicílios a serem sorteados da maior amostra selecionada inicialmente. n: número de domicílios sorteados na maior amostra inicialmente selecionada;l Figura 2. Instrumento de controle das subamostras segundo tipo de hepatite e faixa etária de estudo. iji ij i i k M c M bM M aM f ´´= å l khk n d ff ´=
  • 19. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 19 1. Marcadores sorológicos e co-variáveis Para a pesquisa de todos os marcadores sorológicos, foram utilizados kits comerciais - Axsym® (ABBOT Laboratories), pelo método do ensaio imunoenzimático por microparticulas. Para este estudo, foram considerados os seguintes marcadores sorológicos: Hepatite A: Para a determinação da prevalência da hepatite A, foram pesquisados os anticorpos totais. O teste positivo indica infecção atual ou passada pelo HAV. Figura 3. Fluxograma da sorologia para diagnóstico da infecção pelo vírus da hepatite A. Hepatite B: anticorpos para o antígeno do core do vírus da hepatite B (anti-HBc) foram pesquisados utilizando o teste imunoenzimático. Testes positivos para esse marcador, foram interpretados como infecção pelo HBV, atual ou passada. Nas amostras positivas para o anti-HBc, também foram pesquisados os anticorpos contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs) e, nas amostras negativas para esse marcador, foi realizado o teste para a detecção do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Amostras com resultados limítrofes foram retestadas e os resultados indeterminados foram excluídos da análise. As amostras HBsAg positivas foram também testadas para HBV-DNA e genotipagem. A Nested-PCR foi realizada utilizando a técnica padrão. Figura 4. Fluxograma da sorologia para diagnóstico da infecção pelo vírus da hepatite B. Hepatite C: todas as amostras foram testadas para o anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV), utilizando o mesmo método. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram resultados maior ou igual a 1,2 na relação densidade ótica e “cut off” (DO/CO).A detecção de HCV-RNA pela técnica da nested Polymerase Chain Reaction – nested PCR - foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados.
  • 20. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 20 Figura 5. Fluxograma da sorologia para diagnóstico da infecção pelo vírus da hepatite C. Informações sobre as co-variáveis no nível individual e familiar foram obtidas por meio de questionário (Vide Questionário do domicilio, Questionário do chefe da família, Questionário do adolescente e adulto, Questionário da criança, Anexos II) e as variáveis do nível da área (setor censitário) recuperadas a partir de um subconjunto dos dados do censo do IBGE (Tabela 7). Tabela 7. Variáveis estudadas nos níveis individual, de domicílio e de área. Variáveis sócio-demográficas Sexo Idade Saber ler e escrever Anos de escolaridade Trabalho remunerado Renda Relato do status vacinal Via de transmissão sanguínea Hospitalização Transfusão sanguínea Cirurgia Tratamento dentário Trabalho em serviço de saúde Tatuagem Piercing Compartilhamento de objetos cortantes Comportamento sexual Início de vida sexual Parceiro homossexual Outro parceiro além do atual Antecedente de Doença sexualmente transmissível Parceiro atual teve hepatite Relacionamento prévio com portador de hepatite B Uso de drogas e álcool História de uso de droga fumada História de uso de droga inalada (cola) História de uso de droga cheirada História de uso de droga injetável História de uso de seringa de vidro Consumo de álcool Casa própria Abastecimento d´água Água encanada no interior do domicílio Abastecimento regular d´água Destino dos dejetos Destino do lixo Responsável pelo domicílio sabe ler e escrever Anos de escolaridade do responsável pelo domicílio Trabalho remunerado do responsável pelo domicílio Renda do responsável pelo domicílio % de pessoas responsáveis pelos domicílios - Não alfabetizadas % de mulheres responsáveis pelos domicílios - Não alfabetizadas % de pessoas residentes não alfabetizados - 15 a 19 anos % de mulheres responsáveis pelos domicílios % domicílio com rede geral % domicílios com destino do lixo - coletado por serviço de limpeza Número de indivíduos por domicílio Nível individual Nível de domicílio Área
  • 21. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 21 a) Métodos laboratoriais Durante a visita domiciliar, amostras de sangue foram coletadas, transportadas e armazenadas de acordo com procedimentos normatizados. Os anticorpos totais para hepatite A foram detectados usando um kit comercial de imunoensaio enzimático (EIA HAVAB, Abbott Laboratories, Abbott Park IL) nos laboratórios centrais de saúde pública. Os exames laboratoriais foram validados e o controle de qualidade monitorado. Amostras de sangue foram testadas para anticorpos da hepatite B antígeno (anti-HBc) utilizando ensaio imunoenzimático - ELISA (AxSym, Abbott Laboratories) nos laboratórios centrais de saúde pública. Amostras soropositivas para anti-HBc foram testadas para o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Ambos os testes foram realizados utilizando a mesma técnica (AxSym, Abbott Laboratories). Resultados borderline foram retestados e os resultados indeterminados excluídos das análises. Para levantar a prevalência da infecção pelo HCV nessa população, todas as amostras foram testadas por ELISA automatizado - (micropartícula Enzime Immunoassay - MEIA -) ABBOTT AXSYM ™ diagnóstico, na Alemanha. As amostras com resultados positivos ou indeterminados foram também testadas por um outro teste ELISA de terceira geração (DiaSorin ™, Saluggia Marcos, Vercelli, Itália). As amostras positivas para o HBV e HCV foram genotipadas. 23 Amostras HBsAg positivas foram também genotipadas. Nested-PCR foi realizada como descrito por Kaneko et al ., 24 com algumas modificações. A região S foi amplificada de acordo com a técnica padrão para a identificação do genótipo do HBV. Reações de seqüenciamento para caracterização de cepas virais foram realizadas utilizando PCR 25 segundo método já descrito . A genotipagem foi analisada através da comparação das seqüências obtidas com outras seqüências conhecidas de diferentes genótipos do HBV depositados no GenBank, usando os programas Edit Seq e MegAlign do pacote DNAstar (LaserGene, Inc.). A detecção de HCV-RNA PCR foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados. A transcriptase reversa - nested Polymerase Chain Reaction foi utilizada para amplificar um fragmento do 5'UTR do genoma do HCV. 1. A coleta de dados: logística O inquérito foi desenvolvido de forma colaborativa envolvendo Universidades, Secretarias Estaduais de Saúde e laboratórios estaduais de referência. A equipe de investigação responsável pelo estudo incluiu um grupo formado por epidemiologistas, clínicos, pessoal de laboratório e pesquisadores de campo de cada local, juntamente com a coordenação regional e nacional. O estudo teve o apoio do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde. Visando assegurar a colaboração e participação da comunidade, líderes locais foram contactados e informações sobre a pesquisa foram divulgadas através de jornais locais, rádio e televisão, antes do início do trabalho de campo. Epidemiologistas e clínicos compuseram os três níveis de coordenação da pesquisa (estadual, regional e nacional), enquanto coordenadores do laboratório e de campo participaram no âmbito nacional e local. O treinamento dos epidemiologistas e clínicos, regionais e locais, e do coordenador do laboratório local foi realizado pela equipe nacional. Foram elaborados manuais específicos para o treinamento de pessoal (Vide Manual de campo, Manual do entrevistador, Manual do coletador, Anexos III). As equipes locais também incluíram entrevistadores, flebotomistas, digitadores e motoristas. O coordenador local da epidemiologia foi responsável pela padronização e treinamento dos entrevistadores em todos os procedimentos envolvidos na coleta dos dados. Os coordenadores clínicos padronizaram e treinaram os
  • 22. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 22 flebotomistas para coleta de sangue. O coordenador clínico estadual também foi responsável pela entrega dos resultados de laboratório aos participantes, encaminhando os que apresentavam resultados positivos aos serviços de referência para a orientação e tratamento, quando necessário. Esses coordenadores enviavam relatórios semanais sobre o desenvolvimento do estudo ao coordenador regional. Os coordenadores de campo locais organizavam as atividades diárias e distribuição das entrevistas de acordo com o endereço das casas sorteadas, disponibilizando os mapas da área e indicando a faixa etária do morador a ser entrevistado em cada domicílio. Os entrevistadores, juntamente com os flebotomistas, eram instruídos a visitar as famílias e, após se certificarem que um ou mais moradores tinha a faixa etária exigida, a explicar os objetivos do estudo e a obter a assinatura do termo de consentimento informado. Em caso de recusa, uma segunda visita era feita pelo coordenador de campo e, se a recusa era confirmada, a família recebia a visita do clinico. Domicílios fechados eram visitados pelo menos duas vezes em diferentes ocasiões. O trabalho de campo foi realizado de acordo com o calendário aprovado, a começar pelo Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal (2005-2006), seguido das regiões Sul e Sudeste (2007-2008), e, posteriormente, a região Norte (2008-2009). 2. Controle de qualidade Vários esforços foram empreendidos para padronizar os procedimentos nas capitais dos 26 Estados e no Distrito Federal. Manuais foram redigidos com instruções sobre como conduzir o trabalho de campo, entrevistas, coleta de sangue, processamento e armazenamento do sangue coletado e o processo de amostragem. Os questionários foram testados em estudo piloto antes da aprovação da versão final e uma sub-amostra de domicílios foi revisitada para checar a aplicação do questionário. Para os testes sorológicos, utilizou-se o mesmo kit comercial e a mesma máquina em todas as capitais. O controle de qualidade foi realizado nos laboratórios de referência, para todos os resultados positivos para as hepatites B e C, e para uma amostra de 10% dos resultados negativos (para as hepatites B e C ) e dos resultados positivos para hepatite A. As fases iniciais do trabalho de campo foram supervisionadas pelos coordenadores nacionais e regionais em todas as capitais. As atividades de campo e de laboratório realizadas em todas as capitais foram monitoradas pela equipe nacional, por meio de relatórios semanais enviados pela coordenação local. (Vide instrumento de acompanhamento no anexo IV). 3. Análise Os dados foram digitados em dupla entrada, no Epi-Info versão 6.04, para a verificação de validação e consistência, antes da análise estatística (vide Manual de entrada de dados, anexo III). As prevalências da soropositividade e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC) para a infecção pelas hepatites A, B e C foram calculadas(corrigidas pelo efeito de desenho) para cada macro-região e Distrito Federal, por grupo etário. Para algumas análises, as macro-regiões e/ou faixas etárias foram agrupadas e, nestes casos, a ponderação foi aplicada tendo em vista as diferentes frações de amostragem adotadas para os domínios de estudo. A distribuição por idade da população suscetível para cada tipo de hepatite foi estimada utilizando-se um modelo catalítico simples para estimar a força de infecção.
  • 23. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 23 Os fatores de risco para cada tipo de infecção por hepatite foram inicialmente investigados através de análises bivariadas, separadamente para cada grupo etário. Para estimar a magnitude dessas associações, o odds ratio com seus respectivos IC 95% foram calculados. Modelos de regressão logística múltipla com efeito aleatório foram usados para o ajuste recíproco das variáveis. Um modelo multinível foi proposto para avaliar o risco individual, familiar e em nível de área, utilizando modelos lineares generalizados e latentes mistos (Generalized Linear and Latent Mixed Models - GLLAMM) no Stata 9.2 (Stata Corp., College Station,U.S.A.). 4. Aspectos éticos De acordo com a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em todas as regiões brasileiras. Todos os indivíduos foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de consentimento informado. Os resultados dos testes laboratoriais foram entregues confidencialmente aos participantes. Os resultados negativos para todos os tipos de hepatite ou resultados positivos para o anti-HAV IgG e/ou anti-HBc total e/ou anti-HBs (que indicam imunidade contra a hepatite A e B, respectivamente) foram enviados via correio. Os resultados dos casos positivos de hepatite B (HBsAg positivo) e da hepatite C (anti-HCV positivos) foram entregues pessoalmente pelo coordenador clinico, que foi responsável pela realização de uma avaliação criteriosa desses indivíduos com sorologia positiva e, quando indicado, eles foram encaminhados para tratamento específico no serviço de referência em cada capital de Estado ou no Distrito Federal. Indivíduos soronegativos para o HBV foram encaminhados ao serviço público de saúde para a vacinação. REFERÊNCIAS 1. Lyra LG, Damasceno AP, Cotrim P, Mota E, Silva L. Prevalence of antibody to hepatitis B virus in an urban population of Northeast Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo 1986; 28:406-9. 2. Fonseca JC. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C no Brasil. GED Gastroenterol Endosc Dig 1999; 18 Suppl 1:S3-S8. 3. Kaneko S, Miller RH, Feinstone SM, Unoura M, Kobayashi K, Hattori N, et al. Detection of serum hepatitis B virus DNA in patients with chronic hepatitis using the polymerase chain reaction assay. Proc Natl Acad Sci U S A 1989; 86:312-6. 4. Sitnik R, Pinho JR, Bertolini DA, Bernardini AP, Da Silva LC, Carrilho FJ. Hepatitis B virus genotypes and precore and core mutants in Brazilian patients. J Clin Microbiol 2004; 42:2455-60. 5. Sanger F, Nicklen S, Coulson AR. DNA sequencing with chain-terminating inhibitors. Proc Natl Acad Sci U S A 1977; 74:5463-7.
  • 24. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Metodologia 24 A metodologia do INHV –Brasil foi publicada em setembro de 2010 nos Cadernos de Saúde Pública, volume 26, número 9, páginas 1.693 a 1.704, e parcialmente traduzida com autorização dos editores da revista
  • 25. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 25 INQUÉRITO NACIONAL DE HEPATITES VIRAIS BRASIL I. Introdução Os dados apresentados para o Brasil referem-se aos dados obtidos para as capitais das cinco macrorregiões brasileiras e o Distrito Federal. Para agrupamento dos dados das diferentes regiões foi utilizada uma ponderação com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem. Quando diferentes grupos etários foram agrupados também se utilizou o mesmo mecanismo de correção. A figura 1 mostra a localização das capitais nas macrorregiões e a tabela mostra a população estudada por faixa etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 6.468 indivíduos selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e 19.634 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e anti-HCV). Foram visitados 10.672 domicílios, selecionados nos 858 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o esquema amostral usado para selecionar os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE. Figura 1. Localização das capitais e Distrito federal e população por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e C, referente ao conjunto das capitais do Brasil. População e amostra Capitais do Brasil e Distrito Federal População de 5 a 9 anos População de 10 a 19 anos População de 20 a 69 anos Número de setores censitários selecionados Número de domicílios pesquisados - Hepatite A Número de domicílios pesquisados - Hepatite B e C População estudada - Hepatite A População estudada - Hepatite B e C 3.364.506 7.565.695 23.686.695 858 4.233 9.671 6.468 19.634 Boa Vista Manaus Rio Branco Porto Velho Macapá Belém São Luis Cuiabá Campo Grande Palmas Brasília Goiânia Teresina Natal João Pessoa Recife Maceió Aracajú Salvador Vitória Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre
  • 26. II. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV: Gráfico 1. Soro prevalência global por faixa etária de anticorpos, anti-HAV. Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões. **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos etários). O resultado global da prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 39,5% (IC95% 36,5% - 42,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 27,0% (IC95% 23,5% -30,5%) e de 44,1% (IC 95% 40,4% - 47,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite A. Esses resultados colocam o conjunto das capitais do Brasil como região de intermediária endemicidade. A interpretação dos resultados da prevalência global da infecção pelo HAV deve levar em conta que a amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos, do conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil. III. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg) Gráfico 2. Soro prevalência global por faixa etária da hepatite viral B (anti-HBC). Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões. **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos etários. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 26 * * ** * **
  • 27. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 27 O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 7,4% (IC95% 6,8% - 8,0%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,1% (IC% 0,9% -1,4%) e de 11,6% (IC 95% 10,7% - 12,4%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 2). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B. Para o marcador HBsAg a prevalência global referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 0,37% (IC95% (0,25% - 0,50%), classificando o conjunto das capitais do Brasil, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de 0,055% (IC95% 0,012% - 0,10%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,60% (IC 95% 0,41% - 0,78%) para os grupos de 20 a 69 anos (gráfico 3). Gráfico 3. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões. **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos etários. Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 76,7% na faixa etária de 10 a 69 anos. A interpretação dos resultados da prevalência global dos marcadores anti-HBc e AgHbs deve levar em conta que a amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69 anos, do conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal. As prevalências dos marcadores anti-HBc, AgHbs apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil. IV. Cobertura vacinal contra a hepatite B O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com a registrada no cartão. As tabelas 1 e 2 apresentam a cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo e o valor preditivo dessa informação quando comparada ao cartão vacinal (para os indivíduos que informaram o status vacinal e apresentaram o cartão). * **
  • 28. Tabela 1. Cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo Quando avaliados apenas os indivíduos que informaram sobre o status vacina, verifica-se que a maior cobertura vacinal foi a da Região Norte, aproximadamente 75%, seguida das Regiões Sudeste e Sul com cobertura em torno de 50%. Tabela 2. Valor preditivo da informação do indivíduo sobre vacinação contra a hepatite B, quando comparada à informação registrada no cartão vacinal O valor preditivo positivo do relato de vacinação contra a hepatite B, quando comparado com a informação registrada no cartão, foi superior a 80% em todas as regiões. Ressalte-se que esse valor poderá estar superestimado se aqueles indivíduos que apresentaram o cartão vacinal fornecerem informações mais fidedignas do que aqueles que não dispõem do cartão. V. Hepatite C 1. Soroprevalência de anticorpos anti-HCV Gráfico 4. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral C (HCV). Brasil. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 28 *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões. **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos etários. * **
  • 29. O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de foi de 1,38% (IC95% 1,12% - 1,64%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,75% (IC% 0,53% - 0,98%) e de 1,56% (IC 95% 1,28% - 1,91%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). A interpretação dos resultados da prevalência global do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada. As prevalências do marcador anti-HCV foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil. As soroprevalências de anticorpos anti-HCV foram semelhantes nas diferentes regiões, atingindo valores de até 1% na faixa etária de 10 a 19 anos, e de até 2% na faixa etária de 20 a 69; exceção feita à Região Norte onde, nessa última faixa etária, esses valores foram um pouco mais elevados. 2. Fatores associados à exposição ao HCV: O delineamento do projeto foi concebido para estudar os fatores de risco para a hepatite C no total população estudada, e não por macrorregiões. Esta definição foi estabelecida no protocolo original devido às baixas prevalências esperadas. Apresentamos abaixo, a distribuição dos potenciais fatores de risco para hepatite C por Região e, em seguida, a análise, para o Brasil, dos fatores associados à positividade para o anti-HCV. a. Caracterização da amostra A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B (e hepatite C) em todas as regiões do Brasil é apresentada na tabela 3. Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, a freqüência de transfusão sanguínea foi menor na Região Norte onde 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea e maior na Região Sul onde essa freqüência foi de 7,8% (6,9% – 8,7%); tatuagem foi mais freqüente nas Regiões Sudeste e Sul com percentuais de 10,7% (9,5% – 12,0%) e 12,2% (11,0% – 13,4%), respectivamente; a freqüência do uso de droga cheirada foi maior na Região Sul, 5,9% (5,1% – 6,8%), e menor na Região Nordeste, 1,6% (1,0% – 2,1%), enquanto que a freqüência de uso de droga injetável diferiu pouco entre as regiões. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação sexual foi de 16 a 17 anos em todas as regiões; o uso de preservativo foi referido com mais freqüência, em torno de 40%, nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal; relação com parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo foi referido com uma freqüência inferior a 4% em todas as regiões; história de doença venérea foi informada em 5 a 10% dos indivíduos em todas as regiões. Um percentual de 3,4% (2,8% – 4,0%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite na Região Sul, sendo essa freqüência apenas ligeiramente mais baixa nas demais regiões. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 29
  • 30. Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C nas Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal* *Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect). Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C, Região Centro-Oeste (continuação)*. *Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect). b. Fatores associados à exposição ao HCV São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HCV e variáveis socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade. Variáveis biológicas: Não observou-se uma associação entre soropositividade para o anti-HCV e sexo. Verificou- se que a chance de soropositividade aumenta com a idade (tabela 4). Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 30
  • 31. Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características biológicas–BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect). ** Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) com idade. Variáveis relacionadas às características do domicílio: De uma maneira geral não foi observada uma associação entre as varáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HCV. Apenas para os indivíduos que vivem em situação de extrema pobreza, vivendo em domicílios que não são ligados à rede pública de esgoto e não possuem fossa, é que foi verificada uma maior chance de positividade para o anti-HCV (tabela 5). Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do domicílio - BRASIL *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não foi observada uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HCV e variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo (tabelas 6 e 7). Observa-se uma significância estatística (p-valor) limítrofe para analfabetismo do chefe da família ou do indivíduo e uma menor chance de infecção para os indivíduos que tem curso superior. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 31
  • 32. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 32 Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do chefe da família - BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect). Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo – BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
  • 33. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 33 Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram submetidos à transfusão alguma vez na vida e aqueles que foram hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HCV. Os valores de p foram limítrofes para as variáveis tatuagem e compartilhamento de objetos cortantes (para essa ultima a direção da associação foi contrária à esperada). Para as demais variáveis desse grupo a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 8). Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas à via de transmissão sanguínea – BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
  • 34. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 34 Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: O parceiro atual já ter tido hepatite e ter tido parceiro que já apresentou doença venérea, apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HCV, porém a direção das associações foi em sentido inverso. Para as demais variáveis a associação com anti-HCV não foi estatisticamente significante. Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas a via de transmissão sexual – BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
  • 35. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 35 Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e aqueles que fizeram uso de seringa de vidro apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HCV. Para a variável cheirar cola o valor de p da associação foi limítrofe e não foi verificada uma associação com o uso de bebida alcoólica. Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas ao uso de drogas – BRASIL. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
  • 36. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 36 Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: idade, uso de droga cheirada, uso de droga injetável e uso de seringa de vidro e destino dos dejetos. Tabela 11. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas condições socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) 3. Conclusão: Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou deixem de aparecer pelo mesmo motivo. O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com soropositividade para o anti-HCV. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o passar do tempo e a permanência da soropositividade. As variáveis uso de droga cheirada, uso de droga injetável e uso de seringa de vidro são potencialmente ligadas ao mecanismo de transmissão. Finalmente, permaneceu também no modelo uma variável socioeconômica, sugerindo uma associação entre soropositividade para o anti- HCV com uma situação de extrema pobreza. Essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas..
  • 37. NORTE Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
  • 38. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 38 I. Introdução O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os dados do IBGE – Censo 2000. A Região Norte, apresenta uma população tatal de 12.879.100 habitantes das quais residem nas capitais 414.281 na faixa etária de 5 a 9 anos, 860.922 na faixa etária de 10 a 19 e 2.093.269 na faixa etária de 20 a 69 anos. Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e C, referente ao conjunto das capitais da Região Norte, Brasil. Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados apresentados para o Norte referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais. II. Trabalho de Campo O trabalho de campo foi iniciado em 13/10/2008 com término em 18/05/2009. A tabela abaixo apresenta o tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 114% e 139,5% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 97,3% e 94,1% do tamanho da amostra. Tabela 2. Tamanho da amostra estimada, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa etária e tipo de hepatite. Região Norte, Brasil.
  • 39. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C III.Hepatite A: 1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 58,3% (IC95% 49,4% - 67,2%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 28,7% (IC% 16,2% - 38,3%) e de 67,5% (IC 95% 59,8% a 80,0%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Norte como região de intermediária endemicidade. Faixa etáriaPrevalência (IC(95%))5 a 9 anos28,7% (16,2% - 38,3%)10 a 19 anos67,5% (59,8% - 80,0%)5 a 19 anos58,3% (49,4% - 67,2%). Gráfico 1.Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária - Região Norte, Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das diferentes capitais. A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva corresponde a uma incidência de 6,2 per 100 pessoa/ano. Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Norte, Brasil. * ** Região Norte 39
  • 40. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Igráfico 2. Soroprevalência de anticopos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Norte, Brasil. Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade, estimada pelo modelo catalítico simples. Região Norte, Brasil. 2. Fatores associados à Hepatite A a) Caracterização geral da amostra As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e área) são apresentadas na tabela 4. Observa-se uma proporção de indivíduos do sexo feminino de 45,4% e 57,6% de pesquisados na faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 78,3% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 27,8% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,6 anos. Região Norte 40
  • 41. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Itabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil. b) Fatores associados à exposição ao HAV: São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2. Nível individual: Idade e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade. (Tabelas 5 e 6). Região Norte 41
  • 42. Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Nível domiciliar: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HAV e as variáveis do nível domiciliar (tabelas 7 e 8). Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) * Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C * Região Norte 42
  • 43. Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela família. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Nível de área: A variável mulheres responsáveis pelo domicilio (%), apresentou uma associação inversa e estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. (tabela 9). Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de residência. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect). Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram estimados através do modelo multinível. Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área: mulheres responsáveis pelo domicílio (%). (Tabela 10). Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 43
  • 44. Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos níveis individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) 3. Conclusão Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Norte como região de intermediária endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 6,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos, estimada através do modelo catalítico simples. Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível individual, expressa pela escolaridade do indivíduo. Nas áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres responsável pelo domicilio é maior, é menor a chance de soropositividade para o anti-HAV sugerindo que, na Região Norte, esta situação possa estar relacionada com melhor condição socioeconômica. Indivíduos com menor escolaridade e áreas onde é menor o percentual de mulheres responsáveis pelo domicilio se tornam-se alvos prioritários para as ações de controle. IV. Hepatite B 1. Soroprevalência dos marcadores da Hepatite B (Anti-HBC e HBsAg) A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 10,9% (IC95%: 8,87% - 12,9%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 - 19 foi de 0,94% (IC 95% 0,45% - 1,54%) e de 14,7% (IC 95% 12,2% - 17,8%) para o grupo de 20 - 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 44
  • 45. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Norte, Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) ** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários. Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 0,63% (IC95% (0,22% - 1,04%), classificando o conjunto das capitais do Norte, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a 19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69 anos a prevalência foi de 0,92% (IC95% (0,32% - 1,53%) (gráfico 5). Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Norte, Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelos tamanhos dos grupos etários. Para a subamostra positiva ao anti-HBc. O percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,4 % na faixa etária de 10 a 69 anos. A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Norte. As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais,. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte. * ** * ** Região Norte 45
  • 46. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C 2. Fatores associados à exposição ao HBV: a) Caracterização da amostra A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Norte foi apresentada na tabela 11. Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 9,1% (7,6% – 10,6%) fez tatuagem, 3,5% (2,6% – 4,4%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,12% – 0,69%) fez uso de droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,2 ±3,6 anos, 24,9% (22,8% – 27,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,5% (1,8% – 3,2%) informou ter tido relação com parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 7,9% (6,6% – 9,2%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,0% (2,2% – 3,8%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite. Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Norte, Brasil. Região Norte 46
  • 47. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade. Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise apresentada abaixo por três motivos: 1) 24,53% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados. Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. (tabela 12). Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade. Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre presença de fossa no domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em domicílios que possuem fossa têm uma menor chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13). Região Norte 47
  • 48. Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade. Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes não são analfabetos. Também se observou uma associação com trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os indivíduos que não a têm. (tabelas 14 e 15) Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 48
  • 49. Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do chefe da família. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e soropositividade para o anti-HBc. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 49
  • 50. Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 50
  • 51. Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo, ou ter tido outro parceiro apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante. Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 51
  • 52. Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc. Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada são apresentados abaixo: Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características socioeconômicas do domicílio: destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo: analfabetismo e trabalho em atividade remunerada; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sexual: ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo; relacionadas ao uso de drogas: uso de drogas fumadas. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 52
  • 53. Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Norte, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) 3. Conclusão A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Norte como região de baixa endemicidade O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na Região Norte. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não indagar diretamente se os indivíduos já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se já tinham tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que permite captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos prioritários para intervenção. Embora tenha sido observada uma associação com variável relacionada ao uso de drogas, verifica-se que a mesma não está diretamente ligada a mecanismos de transmissão. Assim uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito podem estar ligado a comportamentos que implicam em um maior risco de transmissão e que não foram captados pelas demais variáveis. Quanto às condições socioeconômicas, a associação entre soropositividade para o anti- HBc e analfabetismo sugere uma maior oportunidade de exposição ao vírus para indivíduos com piores condições; a menor chance de positividade para individuos que não exercem atividade remunerada, bem como para aqueles que residem em domicílios que possuem fossa não tem um significado claro. Todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Norte 53
  • 54. V. Hepatite C 1. Soroprevalência da exposição ao HCV: O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 2,102% (1,409 – 2.796). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,999% (0,362 – 1,637) e de 3,220% (2,029 – 4,411) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6). Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) – Região Norte, Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários. A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada. A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos do populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte. Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C - Brasil). Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C * ** Região Norte 54
  • 55. NORDESTE Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
  • 56. I. Introdução De acordo com os dados do IBGE para o ano 2000 a Região Nordeste apresenta uma população total de 47.692.349 habitantes, dos quais residem nas capitais, 943.033 na faixa etária de 5 a 9 anos, 2.054.539 na faixa etária de 10 a 19 e 5.358.923 na faixa etária de 20 a 69 anos. A tabela 1 mostra a população estudada por faixa etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 634 indivíduos selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e 3.650 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e anti-HCV). Foram visitados 1.371 domicílios para a seleção da amostra da hepatite A e 1.695 domicílios para as hepatites B e C. Os domicílios foram selecionados nos 274 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o esquema amostral usado para selecionar os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE. Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C, referente ao conjunto das capitais da Região Nordeste, Brasil. Os dados apresentados para o Nordeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais. Como, na amostragem, se utilizou uma partilha proporcional, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das diferentes capitais. Diversamente, quando diferentes grupos etários foram agrupados utilizou-se uma ponderação com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem. II.Trabalho de Campo O trabalho de campo foi iniciado em 25/08/2004 com término em 30/06/2005. As tabelas abaixo apresentam o tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86,5% e 105% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 90,5% e 91,5% do tamanho da amostra. Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa etária e tipo de hepatite. Região Nordeste, Brasil. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Nordeste 56
  • 57. III. Hepatite A: 1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de 53,1% (IC95% 47,5% - 58,7%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 41,3% (IC% 34,2% - 48,4%) e de 57,4% (IC 95% 50,3% - 64,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária endemicidade. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das diferentes capitais. Gráfico 1. Soroprevalênciade anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Nordeste, Brasil. *Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários. A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva corresponde a uma incidência de 5,3 por 100 pessoas/ano. Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Nordeste, Brasil. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C * ** Região Nordeste 57
  • 58. Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Nordeste, Brasil. Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A, por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Nordeste, Brasil. 2.Fatores associados à Hepatite A a) Caracterização geral da amostra As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e área) são apresentadas na tabela 4. Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Nordeste 58
  • 59. Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Nordeste, Brasil. Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada na faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 92% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 49,1% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6 anos. b) Fatores associados à exposição ao HAV: São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho a razão de produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2. Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade (tabela 5 e 6). Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Nordeste 59
  • 60. Ttabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região Nordeste, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas. Região Nordeste, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade ** Indivíduos com idade > 7anos Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família. Para as demais varáveis desse nível a associação não foi estatisticamente significante (tabela 7 e 8). Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região Nordeste, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C Região Nordeste 60
  • 61. Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela família. Região Nordeste, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que para as duas últimas a associação foi inversa (tabela 9). Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Nordeste, Brasil. *Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect). Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram estimados através do modelo multinível. Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do chefe da família e renda do chefe da família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) (tabela 10). Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C * Região Nordeste 61