Este documento discute vários tópicos relacionados à psicologia clínica, psicologia forense e psicologia da saúde. Apresenta as definições e objetivos destas áreas, bem como as funções dos psicólogos nelas. Explica como a psicologia forense se aplica no sistema jurídico e a psicologia clínica no diagnóstico e tratamento de problemas comportamentais e emocionais.
2. Introdução
Temas a abordar:
♥ Psicologia Forense;
♥ Psicologia Clínica;
♥ Psicologia Forense vs. Psicologia Clínica;
♥ Psicologia da Saúde;
♥ Psicologia da Saúde vs. Psicologia Clínica;
♥ Quais as funções e os perfis dos psicólogos destas áreas?
3. Psicologia Forense
A criminalidade é um tema atual e tem vindo a aumentar ao longo dos tempos.
Tem como objetivo proteger-nos e é desenvolvida dentro da área da psicologia aplicada.
Esta vertente procura compreender a mente do criminoso de maneira a prever e evitar
comportamentos que este pode ter.
A psicologia forense, também pode ser chamada de jurídica ou criminal.
4. O que é ?
Este ramo da Psicologia dedica-se às situações que se apresentam,
sobretudo, nos tribunais e que envolvem o contexto das leis.
A Psicologia Forense é o estudo dos comportamentos, pensamentos,
intenções e reações dos criminosos.
Consiste na aplicação dos conhecimentos psicológicos ao serviço do direito.
5. Dedica-se à proteção da sociedade e à defesa dos direitos do cidadão, através
da perspetiva psicológica.
6. Quando surgiu?
Começou em 1940, quando os E.U.A. criaram um Departamento
de Serviços Estratégicos, no qual foi encarregue ao
psicanalista William L. Langer ’s a difícil tarefa de elaborar um
perfil de Adolf Hitler.
Após a 2ª Guerra Mundial, o psicólogo britânico Lionel Haward,
enquanto trabalhava para a Royal Air Force, elaborou uma lista de
características que os criminosos de guerra nazi podiam exibir.
7. Em 1950, o psiquiatra James A. Brussel elaborou um perfil preciso de
um bombista que tinha aterrorizado Nova Iorque.
Esta ciência nasceu da necessidade de legislação apropriada para os
casos dos indivíduos considerados doentes mentais e que tenham
cometido atos criminosos, pequenos ou graves delitos.
8. Como é aplicada?
Tenta construir o percurso de vida do indivíduo criminoso e todos os
processos psicológicos que o possam ter conduzido à criminalidade,
tentando descobrir a raiz do problema.
Consiste na aplicação dos conhecimentos psicológicos em diversas
atividades relacionadas à aplicação das leis, como disputas judiciais pela
guarda de crianças, homicídios, crimes sexuais, entre outras.
9. O Psicólogo Forense
A atividade do psicólogo desenvolve-se nas instituições direta ou indiretamente
relacionadas com o crime (estabelecimentos prisionais, tribunais, centros de
custódia de menores, estruturas policiais e outras.)
Podem-se encontrar peritos nesta área em instituições hospitalares do tipo
psiquiátrico.
Um psicólogo formado nesta área tem que dominar os conhecimentos que dizem
respeito à psicologia em si, e também os conhecimentos referentes às leis civis e
criminais.
Deve ser um bom clínico e possuir um conhecimento pormenorizado da
psicopatologia.
10. Competências do Psicólogo Forense
Avaliar:
Falsas memórias em depoimentos de testemunhas;
Situações de stress dos agentes da polícia e dos guardas prisionais;
O tratamento dos reclusos nos estabelecimentos prisionais.
11. Prestar apoio:
Na seleção e formação de pessoal e guardas prisionais;
Aos reclusos em situação de liberdade condicional ;
Às vítimas de violência doméstica, de abusos sexuais e de outras
formas coação e violência;
À polícia na definição de perfis psicológicos que ajudem à
identificação e captura de criminosos e na investigação de crimes.
12. Fazer diagnósticos e proposta de terapia a reclusos que apresentam
alterações comportamentais;
Participar num diagnóstico da imputabilidade de um acusado;
Testemunhar em tribunal, como especialista.
14. Uma rapariga, durante o funeral de sua mãe, conheceu um rapaz
que nunca tinha visto antes.
Achou-o tão maravilhoso que acreditou ser o homem da sua vida.
Apaixonou-se por ele e começaram um namoro que durou uma
semana.
Sem mais nem menos, o rapaz sumiu e nunca mais foi visto.
Dias depois, a rapariga matou a própria irmã.
Questão: Qual o motivo de a rapariga ter matado sua própria
irmã?
15. Se a tua resposta foi esta:
- Ela matou a irmã, porque esperava que o rapaz pudesse
aparecer novamente no funeral.
pensas como um psicopata.
Este é um famoso teste psicológico Americano para
reconhecer a
mente de assassinos em séries (Serial Killers).
Para um psicopata, os fins justificam sempre os meios.
16. O que é um psicopata/ assassino em série?
É um indivíduo com um perfil psicopatológico que comete e repete sempre
os mesmos crimes.
São bastante meticulosos e, normalmente, deixam uma espécie de assinatura
(marca) nos crimes que cometem.
Muitos deles apresentam a Síndrome de Édipo – apresentada por Freud –
que se carateriza, muito genericamente, por uma enorme afeição à mãe.
17. Síndrome de Estocolmo – estado psicológico em que, por
exemplo, as vítimas de sequestro criam laços afetivos com o
raptor. Surge como tentativa de aproximação das vítimas ao
raptor.
Exemplo : Natascha Kampusch.
18.
19. Psicologia clínica
A psicologia clínica é uma vertente da
psicologia especializada no desenvolvimento e
aplicação das técnicas terapêuticas e de
diagnóstico, para a identificação e tratamento dos
distúrbios comportamentais.
20. Segundo Brito (2008), “a Psicologia
Clínica nascida nos anos 50 nos EUA,
começou por se afirmar como alternativa ao
modelo médico, propondo-se procurar a
explicação dos comportamentos visíveis numa
natureza psíquica invisível e com uma
interioridade metafórica.”
21. O que é?
Esta ciência visa sempre a individualidade do sujeito, procurando explicar o seu
funcionamento psicológico como um todo.
Considera e encara a atitude do indivíduo na sua perspetiva particular, fazendo o
levantamento das maneiras de ser e de reagir numa determinada situação.
Assim, procura estabelecer o seu sentido e a sua origem para descobrir os conflitos
que os motivam e o modo de resolvê-los.
22. Qual o objetivo?
O objetivo principal do método
clínico é diagnosticar a causa de uma
perturbação e encontrar uma solução
para o seu tratamento, através do seu
único instrumento próprio, a
entrevista clínica, e através de uma
variedade de técnicas, tal como a
utilização do método dos testes
(psicometria), das técnicas projetivas
(psicanálise) e do método da
observação utilizado pelos mais
diversos ramos da psicologia.
23. Entrevista clínica
A entrevista clínica procura o "encontro" do psicólogo com o indivíduo,
proporcionando uma observação direta dos:
comportamentos do sujeito;
diferentes modos de reação;
É formada por um conjunto de sessões, ao longo das quais se
pretende realizar a história do sujeito.
24. História do sujeito
A história clínica de um sujeito é composta por imensos elementos, tais como:
a identificação pessoal do sujeito (nome, morada, ocupação, etc.);
a queixa principal (motivo da consulta);
a história da doença que o leva à consulta e das doenças anteriores (mesmo que
não sejam do foro psicológico, o psicólogo tem que ter conhecimento da saúde
global do seu paciente);
a sua situação social e sistema de valores;
a sua história familiar (tipo de relacionamentos, doenças comuns na família, etc.)
25. Para além da história do sujeito fornecida por ele próprio e pelo testemunho
daqueles que com ele convivem, há também a necessidade de utilizar a
introspeção (descrição das suas próprias experiências, sentimentos e conflitos)
para obter as confidências espontâneas e provocadas que ajudarão na leitura e
análise clínica da problemática do indivíduo.
26. Psicologia Clinica Psicologia Criminal
• Que especialidades as unem e separam?
Semelhanças:
• Psicologias onde se aplicam os princípios psicológicos de diagnóstico e de
tratamento de problemas emocionais e comportamentais a um âmbito
diversificado e complexo de situações.
Diferenças:
• Enquanto um psicólogo clínico trabalha num hospital mental, centro de saúde ou
clínica, um psicólogo forense trabalha em tribunais de menores, em prisões ou em
clínicas de reabilitação de dependências.
27. Psicologia da saúde
A psicologia da saúde é um ramo da psicologia clínica que
aplica princípios psicológicos e tem como objetivo
promover o bem-estar físico e a saúde.
De acordo com Matarazzo a Psicologia da Saúde agrega o
conhecimento educacional, científico e profissional da
disciplina Psicologia para utilizá-lo na promoção e
manutenção da saúde, na prevenção e no tratamento da
doença.
28. Surge…
A psicologia da saúde surge como uma área de
intervenção psicológica que não só inclui a saúde física
e a saúde mental, como abrange todo o campo da
medicina e o transcende, em direção aos fatores
sociais, económicos e culturais relacionados com a
saúde e a doença.
29. A sua atuação passa pelos:
Sistemas de saúde;
Prevenção de acidentes rodoviários e domésticos;
Política de saúde para divulgar medidas de segurança, de não exclusão social, de
aprendizagem sobre controlo do stress, mudança de estilos de vida, entre outras.
30. Os objetivos são:
A promoção e manutenção da saúde e à prevenção da doença;
Difundir uma visão biopsicossocial de cada indivíduo;
Contribuir para a melhoria do bem-estar psicológico e da qualidade de vida;
Contribuir para a redução de internamentos hospitalares;
Diminuição da utilização de medicamentos;
Utilização mais adequada dos serviços e recursos de saúde.
31. Nas consultas…
O psicólogo faz o que se denomina por reabilitação psicológica, através da qual são
ensinadas técnicas de bem-estar e métodos de controlo da doença.
Por exemplo, no caso das pessoas com pressão arterial elevada, pode fornecer
métodos como o relaxamento ou a meditação que levem a alterações e
melhoramentos do estilo de vida.
32. É de salientar que é nesta área de intervenção que suscita as maiores dúvidas e
confusões de papeis profissionais entre psiquiatra, psicólogo clinico (da saúde) e
psicanalista.
33. Psicanalista - profissional apto a praticar a
psicoterapia psicanalítica. Não necessita de
uma formação específica para exercer esta
função, ou seja, pode ser um médico, um
psicólogo, um sociólogo, etc. Trabalha para
instituições que coordenam a prática da
psicanálise, que o ajudarão a apurar a sua
função. Saliente-se que este profissional adere
ao método psicoterapêutico de Freud.
Psiquiatra- é diplomado em medicina, faz o
diagnóstico de patologias individuais e
prescreve medicamentos, aplicando métodos
físicos e químicos complementados por
psicoterapia no tratamento de distúrbios
mentais.
Psicólogo clinico- é o profissional que
escolhe um ou vários métodos
psicoterapêuticos para intervir de forma
não medicamentosa nos problemas do
âmbito clinico.
34. O que é ser um Psicólogo da Saúde?
Ser um psicólogo de saúde é estar sempre preparado com estratégias
que ajudem a lidar com:
o A dor;
o Reduzir a ansiedade;
o intervir em situações de luto
o Doenças terminais;
Para tentar promover a melhor qualidade de vida possível.
35. Em Portugal…
No momento, um psicólogo da saúde, em Portugal, tem sérias limitações à sua
atuação por falta de regulamentação politica que reconheça a sua importância a
tempo integral e a nível institucionalizado de forma mais generalizada.
36. Como se diferencia Psicologia da Saúde
da Psicologia Clinica?
A denominação de Psicologia Clínica surgiu historicamente antes da Psicologia da
Saúde e é vocacionada para a compreensão de problemas psicológicos subjacentes às
perturbações mentais.
Tradicionalmente, a Psicologia Clínica tinha, então, como intuito colaborar no
“tratamento” psiquiátrico de várias enfermidades, promovendo a adaptação psicológica
a essas perturbações e a expressão emocional.
37. A Psicologia da Saúde só surgiu nos anos 70 e dirigiu o seu campo de ação para a
promoção da saúde e prevenção da doença, evitando comportamentos que tenham vindo a
ser identificados como promotores de doenças, tais como:
oa má alimentação;
oo uso de tabaco;
o a falta de exercício físico.
Contudo, o aumento das doenças crónicas associadas a esses mesmos comportamentos –
“epidemia comportamental”- levou a que a Psicologia da Saúde começasse também a
procurar resposta na adaptação psicossocial e prevenção secundária e terciária aos vários tipos
que caracterizavam a nossa era ( exemplos: cancro e doenças cardiovasculares), promovendo
e estimulando a qualidade de vida possível.
38. Atualmente, esta divisão está a perder
o seu sentido, pois ela insiste numa
divisão mente-corpo que é artificial.
Desta forma, hoje faz mais sentido
falar-se em Psicologia Clinica da Saúde.
39. Para terminar…
Qual o significado da psicologia? Como definir este campo de estudo?
A Psicologia é o estudo científico dos processos mentais e do comportamento do ser
humano e as suas interações com o ambiente físico e social. A palavra provém dos
termos gregos psico(alma ou atividade mental) e logía(estudo).
Procura descrever sensações, emoções, pensamentos, perceções e outros estados
motivadores do comportamento humano.
40. Conclusão
Com a realização deste trabalho, compreendemos:
as grandes diferenças entre os diversos tipos de psicologias em estudo, assim como
a função de cada uma delas na sociedade;
a diferença entre os diversos docentes que trabalham em prol destas psicologias e
quais os perfis adequados para se exercer estas profissões.