A crise financeira teve origem nos EUA devido a empréstimos de alto risco concedidos a famílias de baixa renda com hipotecas como garantia. Quando as taxas de juro subiram, muitas famílias não puderam pagar as prestações e os preços das casas caíram, deixando o valor da hipoteca acima do valor real da propriedade. Isso levou a problemas de liquidez nos bancos americanos que se espalharam para a Europa, e medidas adicionais podem ser necessárias.
1. A origem do 11 de Setembro económico Miguel Jardim - Coordenador do projecto Ecomoniz
2. A crise financeira actual tem raízes nos EUA mas alastra-se rapidamente além fronteiras. A razão fulcral para esta crise prende-se com as operações de crédito de risco elevado – subprime-, concedido pela banca norte americana a famílias com fracos recursos financeiros e cuja principal garantia consistia na hipoteca do imóvel. De forma alucinante e desenfreada as Instituições Financeiras, sem se preocupar com uma avaliação racional da capacidade de endividamento dos seus clientes concederam crédito a 100% do valor do bem a adquirir. Este crédito “fácil” encontrou justificação nas baixas taxas de juro praticadas na economia norte americana, medida encontrada para estimular o mercado imobiliário e assim atenuar os efeitos do 11 de Setembro.
3. Os alicerces deste sistema de crédito “às cegas” começou a ruir a partir do momento em que a Reserva Federal Americana, imperiosamente, teve de subir as taxas de juro. As prestações dos empréstimos subiram e muitas famílias deixaram de poder saldar as suas dívidas. Ao mesmo tempo o valor dos imóveis começou a cair passando o valor da hipoteca a ser superior ao valor real do imóvel adquirido com a operação de empréstimo. Actualmente a taxa de incumprimento dos créditos nos EUA situa-se nos 15%, razão pela qual as Instituições Financeiras Americanas apresentam graves dificuldades de liquidez.
4. Sucede que os mercados estão interligados, havendo muitos bancos europeus com investimentos significativos em produtos financeiros americanos, não se sabendo neste momento muito bem qual será a atitude do BCE e dos Estados Europeus perante este cenário de contágio. A injecção de liquidez proposta pelo plano Paulson, parece ser uma boa solução mas será suficientemente eficaz para debelar uma crise causada pelos desvarios do sistema financeiro americano?