2. Objetivos
1. Verificar o comportamento de um diodo ao ser submetido a uma tensão
em CC.
2. Obter a curva característica do diodo
Material Usado
1 Multímetro digital
1 Matriz de pontos
1 Fonte de tensão variável
2 Cabos jacaré
1 Diodo IN4007
1 Resistor de 100 de 1W
Fios para conexões
Introdução Teórica
O diodo semicondutor é um dispositivo ou componente eletrônico
composto de cristal semicondutor de silício ou germânio numa película
cristalina cujas faces opostas são dopadas por diferentes gases durante sua
formação.É o tipo mais simples de componente eletrônico semicondutor, usado
como retificador de corrente elétrica. Possui uma queda de tensão de
aproximadamente, 0,3 V (germânio) e 0,7 V (silício). Figuras 1 e 2.
Figura 1: Diodo retificador.
3. Figura 2: Exemplos de diodos (escala em centímetros).
A dopagem do diodo semicondutor e os cristias P e N
A dopagem no diodo é feita pela introdução de elementos dentro de
cristais tetravalentes, normalmente feitos de silício e germânio. Dopando esses
cristais com elementos trivalentes, obtêm-se átomos com sete elétrons na
camada de valência, que necessitam de mais um elétron para a neutralização
(cristal P). Para a formação do cristal P, utiliza-se principalmente os elementos
boro e índio. Dopando os cristais tetravalentes com elementos pentavalentes,
obtêm-se átomos neutralizados (com oito elétrons na camada de valência) e
um elétron excedente (cristal N). Para a formação do cristal N, utiliza-se
principalmente o elemento Fósforo. Quanto maior a intensidade da dopagem,
maior a condutibilidade dos cristais, pois suas estruturas apresentam um
número maior de portadores livres (lacunas e elétrons livres) e poucas
impurezas que impedem a condução da corrente elétrica. Outro fator que
influencia na condução desses materiais é a temperatura. Quanto maior é a
temperatura de um diodo, maior a condutibilidade, pelo fato de que a energia
térmica ter a capacidade de quebrar algumas ligações covalentes da estrutura,
acarretando no aparecimento de mais portadores livres para a condução de
corrente elétrica.
4. Após dopadas, cada face dos dois tipos de cristais (P e N) tem uma
determinada característica diferente da oposta, gerando regiões de condução
do cristal, uma com excesso de elétrons, outra com falta destes (lacunas).
Entre ambas, há uma região de equilíbrio por recombinação de cargas
positivas e negativas, chamada de região de depleção (a qual possui uma
barreira de potencial).
Polariação do diodo
A polarização do diodo é dependente da polarização da fonte geradora.
A polarização é direta quando o pólo positivo da fonte geradora entra em
contato com o lado do cristal P (chamado de anodo) e o pólo negativo da fonte
geradora entra em contato com o lado do cristal N (chamado de cátodo).
Assim, se a tensão da fonte geradora for maior que a tensão interna do
diodo, os portadores livres se repelirão por causa da polaridade da fonte
geradora e conseguirão ultrapassar a junção P-N, movimentando-os e
permitindo a passagem de corrente elétrica. A polarização é indireta quando o
inverso ocorre. Neste caso surge uma atração das lacunas do anodo (cristal P)
pela polarização negativa da fonte geradora e uma atração dos elétrons livres
do cátodo (cristal N) pela polarização positiva da fonte geradora, sem existir um
fluxo de portadores livres na junção P-N, ocasionando no bloqueio da corrente
elétrica.
Pelo fato de que os diodos fabricados não são ideais(contém
impurezas), a condução de corrente elétrica no diodo (polarização direta) sofre
uma resistência menor que 1 ohm. O bloqueio de corrente elétrica no diodo
(polarização inversa) não é total devido novamente pela presença de
impurezas, tendo uma pequena corrente que é conduzida na ordem de
microampéres, chamada de corrente de fuga. Na figura 3 é mostrado o gráfico
do diodo.
5. Figura 3: Gráfico de comportamento do diodo.
Comportamento em circuitos
O diodo é um componente elétrico que permite que a corrente
atravesse-o num sentido com muito mais facilidade do que no outro. Diodos
semicondutores são simbolizados em diagramas esquemáticos como na figura
abaixo. O termo "diodo" é habitualmente reservado a dispositivos para sinais
baixos, com correntes iguais ou menores a 1A. O símbolo do diodo é mostrado
na figura 4.
Figura 4: Símbolo do diodo.
Quando colocado em um simples circuito bateria-lâmpada, o diodo
permite ou impede corrente através da lâmpada, dependendo da polaridade da
tensão aplicada, como na figura 5.
6. (a) (b)
Figura 5: Diodo em polarização direta (a) e inversa (b).
Na figura 5a o diodo está diretamente polarizado, há corrente e a
lâmpada fica acesa. Na figura 5b o diodo está inversamente polarizado, não há
corrente, logo a lâmpada fica apagada.
O diodo funciona como uma chave de acionamento automático (fechada
quando o diodo está diretamente polarizado e aberta quando o diodo está
inversamente polarizado). A diferença mais substancial é que, quando
diretamente polarizado, há uma queda de tensão no diodo muito maior do que
aquela que geralmente se observa em chaves mecânicas (no caso do diodo de
silício, 0,7 V). Assim, uma fonte de tensão de 10 V, polarizando diretamente um
diodo em série com uma resistência, faz com que haja uma queda de tensão
de 9,3 V na resistência, pois 0,7 V ficam no diodo. Na polarização inversa,
acontece o seguinte: o diodo faz papel de uma chave aberta, já que não circula
corrente, não haverá tensão no resistor, a tensão fica toda retida no diodo, ou
seja, nos terminais do diodo há uma tensão de 10 V.
A principal função de um diodo semicondutor, em circuitos retificadores
de corrente, é transformar corrente alternada em corrente contínua pulsante.
Como no semiciclo negativo de uma corrente alternada o diodo faz a função de
uma chave aberta, não passa corrente elétrica no circuito (considerando o
“sentido convencional de corrente”, do “positivo” para o “negativo”). A principal
função de um diodo semicondutor, em circuitos de corrente contínua, é
controlar o fluxo da corrente, permitindo que a corrente elétrica circule apenas
em um sentido.
Testes com o diodo
Os diodos, assim como qualquer componente eletrônico, operam em
determinadas correntes elétricas que são especificadas em seu invólucro ou
são dadas pelo fabricante em folhetos técnicos. Além da corrente, a voltagem
inversa (quando o diodo está polarizado inversamente) também é um fator que
7. deve ser analisado para a montagem de um circuito e que tem suas
especificicações fornecidas pelo fabricante. Se ele for alimentado com uma
corrente ou tensão inversa superior a que ele suporta, o diodo pode ser
danificado, ficando em curto ou em aberto. Utilizando de um ohmímetro ou um
multímetro com teste de diodo, pode-se verificar se ele está com defeito.
Colocando-se as pontas de prova desses aparelhos nas extremidades
do diodo (cátodo e ânodo), verifica-se que existe condução quando se coloca a
ponteira positiva no ânodo e a negativa no cátodo, além de indicar isolação
quando ocorre o inverso. Assim o díodo está em perfeitas condições de
operação e com isso é possível a localização do cátodo e do ânodo, porém se
os aparelhos de medição indicarem condução dos dois caminhos do díodo, ele
está defeituoso e em curto. Se os aparelhos de medição indicarem isolação
nos dois caminhos, ele também está defeituoso e em aberto.
Aplicações
O fenômeno da condutividade em um só sentido é aproveitado como um
chaveamento da corrente elétrica para a retificação de sinais senoidais,
portanto, este é o efeito diodo semicondutor tão usado na eletrônica, pois
permite que a corrente flua entre seus terminais apenas numa direção. Esta
propriedade é utilizada em grande número de circuitos eletrônicos e nos
retificadores.
Os retificadores são circuitos elétricos que convertem a tensão CA (AC)
em tensão CC (DC). CA vem de Corrente alternada, significa que os elétrons
circulam em dois sentidos, CC (DC), Corrente contínua, isto é circula num só
sentido. A certa altura, o potencial U , formado a partir da junção n e p não
deixa os eletrons e lacunas movimentarem-se, este processo dá-se devida
assimetria de cargas existente.
Procedimento Experimental
1. Monte o circuito da figura 6, meça VR e VD e obtenha ID pela equação:
ID = VR/R
Com os dados obtidos preencha a tabela 1.
8. Figura 6: Circuito com o diodo em polarização direta
Tabela 1: Caracterização de um circuito com diodo em polarização
reversa.
VC (V) VR (V) ID (A) VD (V)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
4,0
5,0
6,0
8,0
10,0