O documento descreve a jornada de aprendizagem de costura industrial de uma estudante ao longo de um curso profissionalizante. Ela aprendeu várias técnicas de costura, como costurar linhas paralelas, fazer colarinhos, punhos e bainhas. Embora inicialmente achasse as aulas difíceis, com o tempo ela melhorou sua habilidade e confiança para confeccionar roupas completas do início ao fim.
1. Centro de Formação Profissional da indústria Têxtil,
Vestuário, Confeção e Lanifícios
Costura Industrial
No início do curso eu achava que as aulas de confeção eram muitas e em certa
parte, “perda de tempo”, era isso que eu dizia. Mas com o decorrer do tempo pude ter a
noção de ia muito mais além do que simplesmente costurar. As aulas eram simples como
costurar linhas paralelas… mas tão complicadas ao mesmo tempo, elas entortavam
sozinhas!!!
Aprendi as nomenclaturas, tipos de costura, aprendi a utilizar as máquinas de ponto
preso, corta e cose, máquina de fazer casas, de pregar botões, o ferro e a prensa. Coisas
pequenas e grandes que dão muito jeito que conferem qualidade, eficácia e agilidade ao
produto final.
Fui aos poucos descobrindo que conseguia confecionar uma peça do princípio ao
fim, as formadoras cada vez exigindo mais perfeição. Por isso antes mesmo de saber
costurar eu já era pós graduada em descosturar. Na minha saia da atividade integradora
ainda precisei de bastante ajuda das formadoras, o que me deixou um pouco chateada, pois
não senti que tinha sido feita por mim. Que vergonha, nem mesmo na hora de pregar as
molas à mão eu sabia como fazer.
Aprendi a fazer colarinhos, punhos, malhetes simples, duplo, bainha, costura de
borracha, fazer casas, pregar botões e fechos. Fiz uma camisa rosa e uma florida que
tinham acabamentos diferentes e parecia que a cada peça que fazia ou a cada aula eu
começava a pegar mais o jeito diminuindo o tempo e aumentando a qualidade. E como as
aulas de modelação refletem nas aulas de confeção, nota-se a importância de detalhes na
hora da execução do molde final, enfim deixar tudo impecável de maneira a levantar o
mínimo de dúvidas possíveis ou erros.
Como já era de se imaginar, o nível de exigência na qualidade do trabalho foi
aumentando, os cantos bem-feitos, pespontos, valores de costura corretos, importância de
embeber sem franzir e a sequência operatória devidamente respeitada.
A minha camisa da atividade integradora foi uma camisa simples, mas posso dizer
que foi feita somente por mim. A gola ficou perfeita, com cantos e acabamentos muito
bons.
Marianna Capuano
2. Centro de Formação Profissional da indústria Têxtil,
Vestuário, Confeção e Lanifícios
Já nos vestidos, executamos dois vestidos do início ao fim, conseguimos com que a
modelação e a confeção estivessem mais ou menos equiparados, sentia-me cada vez mais
apta e independente nas aulas.
No vestido com manga bateau, aprendi a pregar as mangas que são executadas de
maneira diferente, um pouco mais complexa que as mangas normais, fez-me um bocado de
confusão mas por fim deu certo. Tive que praticar um pouco mais os fechos agora já que
no módulo das saias onde foi ensinado a aplica-los eu faltei em algumas aulas. No fim
resultou bem e o vestido ficou bem executado.
Em seguida um vestido com trespasse xadrez, gola, bolsos e cinto nas costas. O
tecido era um pouco mais complicado e de início tive um pouco mais de dificuldade. No
lateral tive que casar o xadrez, o bolso metido foi onde tive um pouco mais de dificuldade
mais exatamente na hora de abrir e virar, a pala, cortei um pouco mais e quase que não
consegui consertar.
Passando para o vestido da atividade integradora, fiquei contente com a escolha do
meu vestido. Para eliminar a costura da bainha decidi que seria duplo o tecido eliminando
o forro. O tecido utilizado foi a cambraia, tecido normalmente utilizado em camisaria e o
tecido da cintura era um tafetá grosso, resultou bem o contraste.
O módulo das calças foi muito curto e não tivemos tempo de aprender muita coisa,
os atrasos dos vestidos consumiram tempo.
Mudaram muitas coisas no CITEX, quer dizer, agora MODATEX. A formadora
Alice Alves que estava connosco desde o princípio do curso foi embora e agora a
formadora Isaura Campos estava a nos dar aulas. Muito mais rígida e perfecionista, agora
sim eu me formei em descosturar… Mas com ela tornei-me mais autossuficiente à força.
Dizia-me sempre para parar de perguntar e pensar… Assim terminamos o módulo das
calças com uma frente de uma calça pronta, já que logo que voltamos as aulas de confeção
fomos direto para a peça da atividade integradora.
Encontrei um tecido muito giro, que inocentemente achei que seria mais fácil de
coser por ter elastano, sei lá, achei que seria possível fazer umas batotas puxando um
pouco aqui e um pouco ali... Ai como me enganei, casar as costuras das costas foi terrível.
Coloquei viés por dentro da cintura, fecho invisível nas pernas.
Chegando mais cedo e saindo mais tarde, a minha calça ficou finalmente pronta.
Logo no começo do módulo dos casacos, a formadora explicou como seria divido o
tempo. Acho que se isso tivesse sido feito desde o começo teria sido tudo mais organizado.
Marianna Capuano
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Vestuário, Confeção e Lanifícios
Começamos pelo casaco de senhora todo forrado, a gola foi a parte que gastei mais
tempo, por causa do encontro de costuras. A manga tem que ser pregada com cuidado para
ter o caimento correto, não podendo puxar nem levantar. O bolso de dois vivos foi uma
etapa que completei com uma certa precaução extra, tanto por ter que fazer o corte e virar
que ainda não me sentia segura, quanto ao pregar os vivos e ter de deixá-los direitinhos.
Quando lembro das costureiras do Atelier des Créateur’s, que fiz o estágio antes de
começar o curso do MODATEX, e da maneira como faziam um casaco diferente do outro
sem nenhum problema, tiro meu chapéu para elas!
Em seguida fiz um blusão de criança, forrado com tecido e pasta de enchimento,
unindo os dois no corta e cose, aprendi diferentes acabamentos. Tais como a maneira de
pregar o punho, colocar o elástico na cintura, pregar a gola. Pude concluir, como já tinha
sido dito pela formadora, que é muito menos complexo de se executar esse tipo de peça.
Ao terminar as duas já estava mesmo a tempo de começar o meu casaco da
atividade integradora. Um modelo que parecia muito simples mas ainda tive alguns
problemas para encontrar as ombreiras que dessem o caimento desejado, como queria que
as mangas fossem treladadas, não poderiam ser muito grossas. No origami atrás, mais
exatamente no valor de costura, fiz uma tira de entretela e fui colando com o ferro para
deixar uma costura mais firme e bonita. Aprendi isso com um alfaiate e realmente ficou
bom.
Espero nessa reflexão ter explanado com clareza a minha evolução no curso
relativamente as minhas competências adquiridas na área da confeção. A troca de
informação entre colegas, coisas que tinha aprendido antes e achei que nunca utilizaria, a
paciência e o apoio das formadoras. Foi com um pouco de tudo isso que eu acho que
aprendi todos os dias. Sei que ainda tenho muito o que melhorar, mas hoje já me sinto apta
a fazer uma peça do início ao fim… Mas vamos com calma, ainda tenho muito a
aprender!!!
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
Marianna Capuano