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Lição 3
"E não duvidou da promessa de Deus
por incredulidade, mas foi fortificado
na fé, dando glória a Deus"(Rm 4.20).
A justificação dos pecados diante de
Deus ocorre somente pela fé.
Romanos 4.17-22
17- (como está escrito: Por pai de muitas nações te
constitui.), perante aquele no qual creu, a saber,
Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas
que não são como se já fossem.
18- O qual, em esperança, creu contra a esperança
que seria feito pai de muitas nações, conforme o
que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19- E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o
seu próprio corpo já amortecido (pois era já de
quase cem anos), nem tampouco para o
amortecimento do ventre de Sara.
20- E não duvidou da promessa de Deus por
incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando
glória a Deus;
21- e estando certíssimo de que o que ele tinha
prometido também era poderoso para o fazer.
22- Pelo que isso lhe foi também imputado como
justiça.
Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela
fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1— 4.25. Esses
textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em
favor da justificação pela fé, independente das obras. Para uma
melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do
apóstolo será dividida em três partes: a justificação manifestada, a
justificação contestada e a justificação exemplificada.
A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da
argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação
somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de
Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para
conosco.
1. Um culpado que é
inocentado. Em Romanos
3.21, lemos: "Mas, agora,
se manifestou, sem a lei, a
justiça de Deus, tendo o
testemunho da Lei e dos
Profetas." Paulo nos
mostra como Deus se
revelou para alcançar os
gentios e judeus. Os
gentios estavam debaixo
da ira de Deus, porque
falharam em conhecê-lo.
Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não
conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo
manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar
manifesto ou visível ou conhecido o que estava
escondido ou era desconhecido.
Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande
amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma
figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu
pensamento.
O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no
contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado
por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos
então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.
2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o
verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por
Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua
grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No
contexto neotestamentário tem o sentido de libertar
mediante o preço de um resgate.
No mundo antigo um
escravo podia ser resgatado
mediante o pagamento de
um preço. É exatamente isso
que Deus fez.
Enviou Jesus Cristo para
resgatar o homem que
estava preso em seus delitos
e pecados (Ef 2.1,2). Tanto
judeus como gentios
deveriam se conscientizar
dessa realidade. Ninguém
pode se autolibertar.
3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para
elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura
extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso
pode ser visto no texto: "Ao qual Deus propôs para propiciação pela
fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos
pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus" (Rm 3.25).
A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao
termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo
Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado.
No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de
algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse
expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não
podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e
exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus
que foi sacrificado por nós.
1. A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o
seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao
método da diatribe, se adiantando em responder as contestações
que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. "Onde está, logo, a
jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da
fé" (Rm 3.27).
A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o
justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava
dizia não faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então
do orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus
e das boas obras que praticavam?
Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas
palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu
devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino
da justificação "pela fé somente" era bem difícil de digerir.
Não é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos
vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a doutrina da
justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça
de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que "o homem é
justificado pela fé, sem as obras da lei" (Rm 3.28).
2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda
indagação que Paulo procura responder é a seguinte: "É,
porventura. Deus somente dos judeus? E não o é também dos
gentios? Também dos gentios, certamente" (Rm 3.29).
Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do
primeiro século o exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé
revela que Deus não é somente Dos judeus, que se achavam
privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas dos
gentios também.
Deus não é uma divindade nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a
Terra. Não há dúvidas de que Paulo tinha em mente o shema
judaico quando argumentou sobre esse assunto: "Ouve, Israel, o
SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR“ (Dt 6.4). Se Deus é o único
Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o
Deus dos gentios também. Não podemos cair no erro de achar que
Deus é nossa propriedade exclusiva.
3. A justificação se opõe ao antinomismo."Anulamos, pois, a lei
pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei"
(Rm 3.31). Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro
dessa seção.
Os judeus legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e
acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem
mais nenhum sentido. Paulo estaria ensinando que a justificação
pela fé tornara a lei desprezível?
A resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha
a unção de servir de condutora até Cristo, mas com os homens que
se mostraram incapazes de cumpri-la. Nem judeu nem tampouco
gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.
Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer
tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta
àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo,
nosso Senhor.
1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de
Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca
Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas
obras. A antiga tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a
Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela.
Ele a teria guardado por
"antecipação", pois
segundo o judaísmo,
apoiando-se em Gênesis
17.23, Abraão é
circuncidado como sinal
da aliança entre ele e
Deus. Da mesma forma o
sacrifício de Isaque
confirmaria tal crença (Gn
22). Em outras palavras,
as obras justificaram
Abraão.
Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia
ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em
Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser
circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei.
0 que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez
por ele. Esse é o princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo
que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.
2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança
Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma
grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria
como herança a terra e faria do seu servo uma bênção para todos
os povos (Gn 12.1-3).
Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a
justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de
que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era
circuncidado (Rm4.10-15).
A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas
promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para
Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da
obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam
falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na teologia de
Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão
e a fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível
as coisas impossíveis.
Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das
promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já "amortecido"
pelo fato de sua idade avançada, e dessa
forma recompensou a sua fé.
A sua fé, mesmo contra as evidências externas,
garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da
mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o
Filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua
vida também serão cumpridas (Rm 4.23,25).
Chegamos ao final de uma importante lição sobre a doutrina da
justificação pela fé. Nesta lição aprendemos que Paulo recorreu a
experiência do patriarca Abraão para argumentar contra a crença
judaica que associava a aceitação das obras como garantia de
justificação diante de Deus.
Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o velho patriarca
não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus.
As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança,
decorrem exclusivamente

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Justificação, Somente Pela Fé em Jesus Cristo

  • 2. "E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus"(Rm 4.20).
  • 3. A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.
  • 4. Romanos 4.17-22 17- (como está escrito: Por pai de muitas nações te constitui.), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem. 18- O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
  • 5. 19- E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. 20- E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;
  • 6. 21- e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. 22- Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.
  • 7. Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1— 4.25. Esses textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em favor da justificação pela fé, independente das obras. Para uma melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do apóstolo será dividida em três partes: a justificação manifestada, a justificação contestada e a justificação exemplificada.
  • 8. A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para conosco.
  • 9. 1. Um culpado que é inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: "Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas." Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo.
  • 10. Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido.
  • 11. Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento.
  • 12. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.
  • 13. 2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um resgate.
  • 14. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar.
  • 15. 3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: "Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus" (Rm 3.25).
  • 16. A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado.
  • 17. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.
  • 18. 1. A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao método da diatribe, se adiantando em responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. "Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé" (Rm 3.27).
  • 19. A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então do orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam?
  • 20. Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação "pela fé somente" era bem difícil de digerir.
  • 21. Não é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que "o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei" (Rm 3.28).
  • 22. 2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda indagação que Paulo procura responder é a seguinte: "É, porventura. Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente" (Rm 3.29).
  • 23. Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do primeiro século o exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé revela que Deus não é somente Dos judeus, que se achavam privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também.
  • 24. Deus não é uma divindade nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de que Paulo tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR“ (Dt 6.4). Se Deus é o único Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade exclusiva.
  • 25. 3. A justificação se opõe ao antinomismo."Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei" (Rm 3.31). Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção.
  • 26. Os judeus legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível?
  • 27. A resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a unção de servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.
  • 28. Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor.
  • 29. 1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela.
  • 30. Ele a teria guardado por "antecipação", pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gênesis 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22). Em outras palavras, as obras justificaram Abraão.
  • 31. Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei. 0 que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.
  • 32. 2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3).
  • 33. Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm4.10-15).
  • 34. A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
  • 35. 3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível as coisas impossíveis.
  • 36. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já "amortecido" pelo fato de sua idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé.
  • 37. A sua fé, mesmo contra as evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas (Rm 4.23,25).
  • 38. Chegamos ao final de uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de justificação diante de Deus.
  • 39. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus. As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem exclusivamente