O documento discute os efeitos do uso excessivo de tecnologia por crianças na educação. Apesar de alguns benefícios alegados, como melhor rendimento e acesso à informação, o documento argumenta que o uso de computadores na escola pode prejudicar o desenvolvimento das crianças, levando a problemas de saúde mental e dificuldades de aprendizagem offline. A autora defende que as escolas devem ensinar crianças a usarem tecnologia com moderação, enquanto priorizam métodos tradicionais de aprendizagem offline.
2. A infância virtual e seus contratempos
educacionais
• Diversas são as formas de tecnologia encontradas, hoje, dentro das escolas.
• As crianças, antes mesmo de aprender a andar, já sabem tirar uma “selfie” ou
passar as fotos em um celular.
• Entretanto, se tantos são os benefícios, se o acesso às informações são tão
práticos e rápidos, por que parece que, cada vez mais, os jovens não sabem
efetuar pesquisas, escrevem mal, têm preguiça de leituras mais densas e,
muitas vezes, não conseguem argumentar ou debater sobre determinados
assuntos?
3. A crença dos benefícios do uso de computadores
em escolas
• Ouve-se muito que adicionar os
computadores ao ambiente escolar
é necessário por diversos fatores,
incluindo:
1) Melhoria de rendimento dos alunos;
2) Aceleração do desenvolvimento da
criança;
3) Conhecimento tecnológico do
futuro;
• Entretanto, esses fatores são
rebatidos por nós, tecnófobos, com
os seguintes argumentos:
1) Qual rendimento será melhorado?
Matemático? Físico? De leitura?
2) Até que ponto isso seria positivo?
Pular fases ou passar por elas de
maneira desnaturada seria um
benefício à criança?
3) A criança não teria nenhum outro
acesso às tecnologias?
4. A crença dos benefícios do uso de computadores
em escolas
4) Ambiente menos rígido para o
aprendizado;
5) Aumentam o interesse dos
estudantes por outras culturas;
6) Inserção na sociedade
contemporânea;
7) Acesso mais rápido e completo à
todo tipo de informação;
4) Mas o ambiente escolar não é o
segundo principal local onde as
crianças aprendem os valores das
regras e disciplinas?
5) Interesse online e não interesse quando
pessoalmente?
6) A criança será menos inserida em
sociedade se sua escola não tiver
computadores?
7) Qual informação é essencial e
absolutamente importante para o
conhecimento das crianças?
5. • Como foi possível observar, as questões colocadas como benéficas para o
uso dos computadores em escolas são várias, entretanto são para se pensar.
• Apesar da melhoria de rendimento para algumas matérias, por despertar a
atenção do indivíduo com suas cores e sua praticidade, observa-se alunos
escrevendo com erros de português grotescos ou utilizando o muito comum
Ctrl+C, Ctrl+V, incapazes ou com dificuldades enormes de escrever e de
desenvolver uma redação.
6. • Observa-se, também, a grande incidência na procura de psicólogos e
psiquiatras para os transtornos que vem aparecendo. Autismos,
Hiperatividade, uso de medicamentos como Ritalina, ou “droga da
obediência”. A criança deve acompanhar o grande número de informações,
ter horários para tudo, ser hiper ativa, mas ao mesmo tempo se fecha em seu
mundo tecnológico, sem livros para ler e criar com o pensamento, e sem
amigos reais para conversar. Seria uma coincidência?
7. • As escolas sempre tiveram o papel de acrescentar à educação já recebida
em casa. Seria possível uma criança nascer e ficar 100% sem conhecimento
algum sobre os novos aparelhos eletrônicos ou sobre a internet?
• As escolas podem entrar com o papel de mostrar que as duas coisas podem
andar juntas, sem, contudo, mergulhar no mesmo abismo de limitações em
telas pequenas, que barram imaginação e pensamento.
8. • Quem sabe: Em vez de tablets e computadores para leitura, que a criança
tenha livros? Em vez de computadores e calculadora para fazer contas, que
ela use o lápis e a borracha? Em vez de textos digitados, que ela escreva à
mão e aprenda o que está errado ou certo através de um ser humano que,
com atenção profissional, pode ensiná-la?
• Assim, quando for necessário que a criança faça uso do computador, ela não
será dependente dele. Utilizará com precisão e segurança. Saberá escrever
por si mesma, terá seus próprios argumentos e o aparelho será apenas um
facilitador ou instrumento de trabalho. Não será sua vida.
9. Referências
SETZER, Valdermar W. Uma revisão de argumentos a favor do uso de
computadores na educação elementar. São Paulo, nov. 1998. Disponível em:
<http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/argsport.html>. Acesso em: 25 de setembro de
2014.
ALVES, A. S. Os computadores e a Educação: aspectos gerais. Folha informativa
do Projeto Computação no Ensino da Matemática, nº 5, mai. 1987. Disponível em:
<http://www.mat.uc.pt/~jaimecs/nonius/nonius5_1.html>. Acesso em: 25 de setembro
de 2014.
Imagens retiradas do site Google.