O documento discute a inserção do vídeo digital na educação escolar. Ele apresenta a pesquisa realizada em uma escola de Campina Grande sobre o uso do aplicativo Windows Movie Maker para produzir vídeos sobre organelas citoplasmáticas. Os resultados mostraram que os alunos se sentiram mais satisfeitos e interessados na aprendizagem de Biologia após produzirem os vídeos em grupos. A autora conclui que a abordagem colaborativa e o uso de tecnologias motivaram os alunos e contribuí
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O Vídeo Digital Como Recurso Multimídia Integrado Ao Contexto Escolar
1. O vídeo digital como recurso multimídia
integrado ao contexto escolar
Autora: Maria Lúcia Serafim
UEPB
maluserafim@gmail.com
http://luciaserafim.blogspot.com
2. 1. Conversa Inicial
2. Objetivo do estudo
3. Questões do estudo
4. Referencial Literário
• Método, Participantes e Design da Pesquisa
• Material e Aparatos
• Produção
• Resultados e Discussão
• Implicações e Limitações
• Referências
3. Conversa Inicial
As transformações desencadeadas no mundo pelo
desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação
.
apontam necessidades que mexem e modificam a ação e o pensamento
.
da humanidade .O s sistemas e ferramentas informatizados são mais do
que simples veículos de transmissão de informações. Oferecem poder de
interação entre os participantes dos processos comunicativos, que se
caracterizam como hipermídias, reúnem várias mídias num suporte
computacional potencialmente capazes de ampliar os sentidos e as
habilidades envolvidas em sua utilização - potencializando novas
aprendizagens nas pessoas.
Pesquisa realizada durante estudo Monográfico como aluna na Especialização em
Educação e Novas Tecnologias na UEPB
4. Exigências da sociedade atual sobre a educação
que prepare o aluno para enfrentar novas situações a
cada dia;
que deixe de ser sinônimo de transferência de
informações e adquira caráter de renovação constante, visto
que o aprendizado não ocorre apenas em períodos pré-
fixados, mas durante todo o processo de vida das pessoas.
5. O professor neste contexto
O que ele faz em sua prática pedagógica do computador e
das ferramentas multimídia em sala de aula depende:
em parte, de como ele entende esse processo de
transformação da sociedade;
e de como ele se sente em relação a isso, se ele vê todo
esse processo como algo benéfico, que pode ser favorável ao
seu trabalho;
ou se ele se sente ameaçado e acuado por essas
mudanças.
6. Objetivos do estudo
Intervir na prática
Discutir e analisar no escolar, tendo em vista, a
contexto da sociedade crença de que a inserção
da multimídia através do
da informação e da vídeo digital integrado ao
comunicação aspectos trabalho docente, nos
da prática pedagógica conteúdos escolares gere
do professor, frente a possibilidades de
motivação e atitudes
exigências de uma colaborativas no processo
educação informacional de aprendizagem dos
e multimídia. alunos.
7. Questões do estudo
Como será que educador está se apropriando e modificando sua prática
pedagógica, seu modo de ensinar a partir da presença das tecnologias da
informação e da comunicação e multimídia ?
Será que os alunos da escola investigada estão tendo informação, acesso e
vivência com multimídia em seu processo de aprendizagem?
Pode-se afirmar que o uso de vídeos digitais através de ferramentas
tecnológicas de criação, autoria e edição, possa vir a contribuir para o
processo de motivação e colaboração na aprendizagem dos alunos nas
disciplinas escolares ?
8. Referencial literário
Autores que analisam
as TDICs como Moran (1995) - “o vídeo é sensorial, visual,
potencializadoras de linguagem falada, linguagem musical e
escrita. Linguagens que interagem
novos textos, novas superpostas, interligadas, somadas, não
formas de pensar, separadas.Daí a sua força.”
novas práticas
pedagógicas; Silva (2000)- a sala de aula interativa e
uma análise sobre as confusas formas de se
utilizar o computador numa concepção de
reprodução do ensino enciclopédico que dá
lugar a centralidade do professor “Torno a
repetir: a autoria do professor é mais do que
nunca solicitada”.
9. Referencial literário
Mayer (2005) que trata da
aprendizagem multimídia
“multimedia learning is defined as
learrning from words (pictures
...e ao uso do vídeo (illustrations, photos, maps,
digital na educação na
contextualização de graphs, na imation, or vídeo)”
aprendizagem multimídia
gerando projetos e
investigações, exploração Lévy (1993) ...a multimídia irá
de aplicativos disponíveis exigir equipes de autores, um
na rede virtual.
verdadeiro trabalho coletivo”.
10. MÉTODO, PARTICIPANTES E DESIGN DA PESQUISA
A pesquisa foi exploratória e Realizada em campo
descritiva, com apoio da estatística escolar na cidade de
descritiva, utilizando para avaliação Campina Grande, nos
variável do tipo qualitativa e tabelas meses de maio e junho
de distribuição de freqüências; de 2008. Aliou
figuras e tabelas feitas com o aspectos quantitativos,
software Excel. mediante observação e
intervenção direta do
pesquisador.
11. Aplicação de
questionários com os
alunos em etapas,
sendo uma anterior a
produção digital, e
outra após a produção
do vídeo digital, num
período de 15 dias
letivos e verificou o
nível de satisfação e
motivação do aluno
diante desta prática
interventiva.
DESIGN DA PESQUISA
12. MATERIAL E APARATOS
Na vivência das etapas do trabalho utilizou-se:
Recursos tecnológicos de mediação como laboratório da escola, sala
de aula dos alunos, data show, Cds, câmeras digitais, computador
com sistema operacional Windows 2003 e o aplicativo Windows
Movie Maker.
14. É um simples mais bem potente O programa pode ser usado para
software de edição de vídeo, sendo ainda organizar vídeos produzidos por
em parte desconhecido como ferramenta filmadoras e câmeras fotográficas ou
gratuita do sistema operacional Windows. mesmo para montar apresentações com
imagens estáticas. Só é preciso ter os
O programa evoluiu imensamente clipes de vídeo e as fotos no
desde sua versão inicial em 2000, computador.
incluída no Windows Millennium até a
atual versão (2.1) no Windows XP e Após salvo, pode ser visto pelo
Windows Vista, hoje se pode dizer que Windows media player, ou pode ser
cobre um alto percentual de uso para as copiado em CD, pois o Movie Maker
necessidades do chamado cineasta salva os vídeos em formato WMV e AVI.
caseiro, permitindo basicamente só com Envolve algumas etapas simples
o mouse realizar funções complexas ao como: Transferência de conteúdo para
criar filmes com trilha sonora, letreiros e o Windows Movie Maker, editar o
efeitos especiais. projeto, visualizar o projeto, enviar o
filme terminado.
15. PRODUÇÃO
O grande grupo foi divido em quatro grupos de trabalho e produção para
exploração do aplicativo;
Idealizar o projeto, tendo à mão, no micro, todos os itens para incluir no filmes:
clipes de vídeo em arquivos MPG, fotos e músicas MP3 para a trilha sonora;
Para narrações de voz, um microfone conectado ao computador, pesquisas de
aprofundamento do assunto em estudo “Organelas citoplasmáticas”, escolhas de
cenas, sons e imagens e estruturação de papeis dos alunos;
A professora vivenciou os processos de criação de vídeo, com o aplicativo
assunto “organelas citoplasmática” – construção de vídeo aula;
A etapa de produção suscitou o uso do aparato tecnológico para edição do vídeo
e finalização do produto que foi gravado em Cds, resultando em quatro
apresentações multimídias para socialização do conhecimento e das experiências
colaborativas e motivacionais vivenciadas.
16. Resultados e Discussão
6% 6%
16% 19%
9%
19%
25%
►concentração na aula
►estudar regularmente
►gostar de biologia
►explicação e roteiro da professora
►interesse pela biologia
►prestar atenção e estudar em casa
►ter facilidade com as disciplinas que exigem leitura
Figura 1– Fatores que fazem o aluno obter resultados satisfatórios em Biologia
17. Resultados e Discussão
13%
0% 49%
16%
Sim
Não
Casa
Escola
100% 13%
Lan house
9% 0%
Outros
Escola e lan
Em casa e lan
Figura 2- Usam o computador
Figura 3- Local onde o aluno usa o computador
18. 6%
16% 28%
Resultados e Discussão
28% 9%
13%
Interessante, pois a aula será interativa e proveitosa e
facilita o aprendizado
é uma renovação contemporanea
servirá como reforço para a aprendizagem
ajudará na aprendizagem criando meio alternativo de
aprender
ajuda no conteúdo e na aprendizagem do aplicativo
tecnológico
maneira divertida de aprender
Figura 4-Sobre o uso de aplicativo multimídia para produzir vídeo em Biologia
19. Resultados e Discussão
0% 13%
0%
0%
0%
Fácil 13%
74%
Acessivel
Dificil
100% Sintetizar idéias
Pesquisar e selecionar com crítica
Selecionar imagens válidas
Selecionar texto e imagem relacionadas
Compreender o detalhamento do conteúdo
Figura 5-Opinião sobre o uso do Figura 6– Em que ajudou a produção do vídeo sobre
Movie Maker citoplasma celular
20. 25%
100%
Resultados e Discussão
25%
0%
0% 0%
0% 0%
50%
Desenvolvimento o pensamento crítico
Encontrar imagens adequadas ao conteúdo
Melhora do discurso
Problemas técnicos
Pesquisar e organizar as informações Favorecimento de visão mais prática da disciplina
Informações na internet contendo contradições
Outros Mobilizou habilidade musical e relacionamento com
as pessoas
Figura 8- Em que favoreceu produzir vídeo
Figura 7- Dificuldades para desenvolver o
em Biologia
vídeo
21. Resultados e Discussão
50%
0%
Sim
Sim Não
Não Em parte
50% 50%
Outros
0%
50%
Figura 9- Preocupação em elaborar Figura 10 - Realização do vídeo aumentou
roteiro do filme interesse por Biologia
22. 15%
Resultados e Discussão
31%
31%
23%
Trabalhar em equipe é importante para a interação
social
Trabalhos com produção de vídeo trazem iniciativa e
boa convivência
Promove a co-responsabilidade entre os membros da
equipe
Propicia trabalho colaborativo
Figura 11– Opiniões dos alunos quanto
ao trabalho em grupos
23. 0% 13%
Resultados e Discussão
13%
49%
25%
0%
Trouxe maior gosto pelo tema
Forma dinamica de aprender
Bom metodo para aprender
Oportunidade do aluno se auto-desafiar na busca de imagem e
texto relativo ao tema
O aluno é produtor de um filme
Exigiu o empenho do aluno em produzir filme em biologia
Figura 12 –A metodologia com a mediação do aplicativo Movie Maker
foi Desafiante por quê
24. 16 16
20 Altamente Insatisfeito
Resultados e Discussão
15 Insatisfeito
10 Nem Satisfeito nem Insatisfeito
5 0 0 0 Satisfeito
0
Altamente Satisfeito
Figura 13 -Nível de satisfação do aluno com a produção de vídeo , conferindo-lhe autoria.
Número Mínimo Máximo Média Desvio
Altamente Insatisfeito 1 0 1 5 0 0
Insatisfeito 2 0 1 5 0 0
Nem Satisfito Nem insatisfeito 3 0 1 5 0 0
Satisfeito 4 16 1 5 2,50 0,5
Altmente Satisfeito 5 16 1 5 2,50 0,5
Tabela 1- Descrição estatística por Score da média do nível de satisfação dos alunos
25. 24
25
AI
Resultados e Discussão
20
I
15 NS I
8 S
10
AS
5
0 0 0
0
Figura 14 - Nível de satisfação com a aprendizagem
em Biologia
Nº Minino Máximo Média Desvio
Altamente Insatisfeito 1 0 1 5 0 0
Insatisfeito 2 0 1 5 0 0
Nem Satisfito Nem insatisfeito 3 0 1 5 0 0
Satisfeito 4 8 1 5 1,00 0,25
Altmente Satisfeito 5 24 1 5 3,75 1,25
Tabela 02- Descrição Estatística por Score- satisfação com a aprendizagem em
Bologia
26. IMPLICAÇÕES E LIMITAÇÕES
A intervenção pedagógica foi para os implicados no estudo uma oportunidade de
vivenciarem uma relação de aprendizagem ativa, que gerou aprendizado tanto do
aplicativo, da disciplina como aprendizagem de situações didáticas que envolveram
alunos e professora em trabalho colaborativo e motivacional na apresentação,
revisão e aprofundamento dos conteúdos de Biologia.
A contribuição desta pesquisa pode sinalizar à formação docente, desafios reais
que os avanços tecnológicos recentes projetam na prática pedagógica e na
educação, como também apresenta a sala de aula como um lugar à multimídia e
ao vídeo digital, podendo ser ação motivadora favorável ao processo de
aprendizagem dos alunos em disciplinas escolares.
27. Os softwares, programas e os computadores desenvolvidos permitem que
sejam calculadas e simuladas cenas (imagens e sons) sintéticas cada vez mais
realistas. Sem dúvida estes avanços interessam à pesquisa educacional e
propõem um quadro pedagógico para as novas tecnologias. O desafio está em
que a mudança de concepção, diz respeito às aprendizagens não somente as
tecnologias. Mas do que ensinar trata-se de fazer aprender.
A construção de vídeo digital com os conteúdos de Biologia, deram suporte a
aprendizagem na opinião dos alunos, ao ser empregado para tratar da revisão de
conceitos, solução de problemas e o desenvolvimento do projeto do vídeo em
grupos.
28. – Para Moran (2007, p. 47) “ Há atividades que facilitam a organização
e outras a superação”. Sobre a utilização de vídeo na escola,
apresenta dois focos:
Quando o vídeo provoca, sacode, causa inquietação e serve como abertura
para um tema, é um estímulo em nossa inércia (...).
Quando o vídeo serve para confirmar uma teoria, uma síntese, um olhar
específico com o qual já estamos trabalhando, é ele que ilustra, amplia,
exemplifica.
• O estudo realizado desejou atingir o segundo foco, pela relevância de
superação de modelo estabelecido para um mais inovador e pela busca
de sistematizar organizações em grupo para favorecer maior
aprendizagem, conhecimento e uso do aplicativo multimídia.
29. Acredita-se que as mudanças necessárias devem ser conduzidas no
âmbito de um empreendimento pedagógico que:
... se conduz no referencial das teorias de aprendizagem que tornam
este processo uma rede colaborativa, onde a interação educação e
tecnologias digitais favorecem a ação pedagógica colaborativa,
podendo ser o uso e aplicação do vídeo digital uma possibilidade
possível.
30. Como afirma Freire (1996, p.38)
a tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como
ser humano a irrecusável prática de interligar, desafiar o educando
com quem se comunica e a quem se comunica, produzir sua
compreensão do que vem sendo comunicado. Não há
inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação e
que não se funde na dialogicidade. O pensar certo por isso é
dialógico e não polêmico.
31. Referências
D’AVILA, Cristina M. Pedagogia cooperativa e EAD: uma aliança Possível. Revista da
FAEBRA: Educação e contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. 20, p.273-285, jul./dez.,
2003.
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991
_____________. Pedagogia da autonomia :saberes necessários à prática docente.
São Paulo: Paz e Terra, 1996
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo. EPU, 1986.
LÉVY, Pierre. As tecnologias inteligência: O futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro, 34, 1993.
MAYER, Richard E.The Cambridge Handbook of Multimedia Learning. 3rd ed. Edited
by Richard E. Mayer. Universty of Califórnia, Santa Bárbara, 2005.
32. Referências
MAYER, Richard E. Multimédia Learning: Are you asking the right
questions.Educational Psychologis., Lawrence ErlbaumAssociates, v. 32, n.
1, p. 1-19, 2001.
MORAN, José M. O vídeo na sala de aula- Comunicação e educação. São
Paulo. São Paulo (2): Jan./abr. 1995
______________ A educação que desejamos: Novos desafios e como
chegar lá. Campinas, SP: Papirus, 2007.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.
VEIGA NETO, A. Olhares. In: M. V. Costa. Caminhos investigativos. Novos
olhares na pesquisa em educação. (pp. 19-35). Porto Alegre: Mediação.
WALKER, R. (2004). Editorial Cambridge Journal of Education, 34(2),
139-142.
33. Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social
e historicamente, nos tornamos capazes de aprender.
Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma
ventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais
rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender
para nós é construir, reconstruir, constatar para
mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à
aventura do espírito. (Paulo Freire, p. 68)
Freire Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, Paz e Terra 1996.
OBRIGADO!!!
Prof. Ms. Lúcia Serafim – http://luciaserafim.blogspot.com
maluserafim@gmail.com