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SONETO DO AMIGOSONETO DO AMIGO
(Vinícius de Moraes)
Enfim, depois de tanto erro passado
tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao ladoÉ bom sentá-lo novamente ao lado
com olhos que contêm o olhar antigocom olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribuladoSempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples eUm bicho igual a mim, simples e
humanohumano
Sabendo se mover e comoverSabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprioE a disfarçar com o meu próprio
engano.engano.
Um amigo: um ser que a vida nãoUm amigo: um ser que a vida não
explicaexplica
Que só se vai ao ver o outroQue só se vai ao ver o outro
nascernascer
E o espelho da minha almaE o espelho da minha alma
multiplicamultiplica
Um amigo: um ser que a vida nãoUm amigo: um ser que a vida não
explicaexplica
Que só se vai ao ver o outroQue só se vai ao ver o outro
nascernascer
E o espelho da minha almaE o espelho da minha alma
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  • 1. SONETO DO AMIGOSONETO DO AMIGO (Vinícius de Moraes)
  • 2. Enfim, depois de tanto erro passado tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo nunca perdido, sempre reencontrado.
  • 3. É bom sentá-lo novamente ao ladoÉ bom sentá-lo novamente ao lado com olhos que contêm o olhar antigocom olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribuladoSempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo.E como sempre singular comigo.
  • 4. Um bicho igual a mim, simples eUm bicho igual a mim, simples e humanohumano Sabendo se mover e comoverSabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprioE a disfarçar com o meu próprio engano.engano.
  • 5. Um amigo: um ser que a vida nãoUm amigo: um ser que a vida não explicaexplica Que só se vai ao ver o outroQue só se vai ao ver o outro nascernascer E o espelho da minha almaE o espelho da minha alma multiplicamultiplica
  • 6. Um amigo: um ser que a vida nãoUm amigo: um ser que a vida não explicaexplica Que só se vai ao ver o outroQue só se vai ao ver o outro nascernascer E o espelho da minha almaE o espelho da minha alma multiplicamultiplica