SlideShare a Scribd company logo
1 of 19
Download to read offline
Entrevista: Andrea Tornielli em um en-
contro comovente com o Papa Francisco
Em entrevista concedida a Zenit, o escritor comenta que a humildade e o exemplo de Francisco
deveria tocar a todos
Terça-feira, 19/jan/2016 – Deborah Castellano Lubov –
Estamos prestes a chegar
bem perto do coração do
Papa. Andrea Tornielli diz
que este é o seu desejo com
o livro-entrevista com o San-
to Padre, “O Nome de Deus
é a misericórdia”, que foi
lançado em 86 países na
última terça-feira.
O jornalista italiano, que
conhece o Papa Francisco há
algum tempo, foi entrevista-
do por ZENIT após o lança-
mento do livro, na Augusti-
nianum, Vaticano. O evento
de lançamento foi aberto
com as palavras do Secretá-
rio de Estado, Cardeal Pietro
Parolin; do diretor da Livra-
ria Vaticana (LEV), padre
Giuseppe Costa; e com o
internacionalmente conhe-
cido, amado vencedor do
Oscar, o ator italiano Rober-
to Benigni, sempre lembra-
do por seus pulos em cima
das cadeiras quando ganhou
o Oscar por “A Vida é Bela”.
A apresentação foi modera-
da pelo Diretor de Imprensa
da Santa Sé, Pe. Federico
Lombardi.
Durante sua conversa com
Zenit, Tornielli comparti-
lhou alguns detalhes do
tempo que passou com o
Santo Padre e o que apren-
deu com o Pontífice. Ele
também refletiu sobre o que
devemos extrair de seu tra-
balho e aplicar em nossas
próprias vidas.
20/JAN/2016 Edição 1675
O que importa, explicou o
Vaticanista, é como Francis-
co está abrindo portas, como
ele tem o poder de tocar a
vida de cada pessoa, pesso-
almente, e nos convida a
fazer o que o Evangelho nos
convida a fazer.
Além de falar sobre o que foi
mais marcante no seu en-
contro com o Papa, Tornielli
explica o que ele acredita ser
o grande fruto deste livro no
que diz respeito à misericór-
dia. Ele também comenta
porque questões controver-
sas deveriam ou não apare-
cer no texto e reafirma que
as palavras de Francisco so-
bre a misericórdia não são
diferentes daquelas de seus
antecessores.
***
ZENIT: Como este livro
pode ser útil para quem
lê-lo? O que ele comuni-
ca?
Tornielli: Eu não acho que
é um livro necessário. Eu
acho que nós precisamos da
mensagem da misericórdia.
O Papa explica isso muito
bem, como dito em sua ho-
milia no dia 1 de janeiro so-
bre a violência, contraste e
conflitos, neste tipo de Ter-
ceira Guerra Mundial, em
diferentes partes do mundo,
nós precisamos de miseri-
córdia. Portanto, este livro é
um canal da misericórdia.
Ele mostra que a misericór-
dia é maior do que todas as
dificuldades do mundo e
isso significa que precisamos
desta mensagem. Eu fui to-
cado por esta mensagem de
perdão, ou mensagem de
misericórdia, que é maior do
que todas as dificuldades do
mundo. Fui tocado porque
esta mensagem de perdão,
esta mensagem de miseri-
córdia não é apenas para
uma pessoa, para a família,
mas também para a socie-
dade, para as nações, para a
relação entre os estados e,
por isso, pode ter conse-
quências políticas. É algo
que, por exemplo, para as
pessoas que estão presas,
que precisam de perdão, é
sem igual…. Não há justiça
sem perdão.
ZENIT: A mensagem de
misericórdia do Papa
Francisco dá continui-
dade à de seus anteces-
sores?
Tornielli: Absolutamente,
porque antes de tudo, come-
çou no século passado. O
Papa João Paulo II nos dei-
xou a mensagem de Santa
Maria Faustina e a mensa-
gem da misericórdia. Tam-
bém o Papa Bento XVI falou
sobre a misericórdia. Abso-
lutamente, está em conti-
nuidade com seus anteces-
sores. E claro, na minha
opinião, cada Papa destaca
alguma coisa. É a tradição
da Igreja.
Mas Francisco não está des-
tacando algo que está fora
ou é diferente da mensagem
cristã, mas que está dentro e
é essencial. É interessante
como muitas vezes neste
livro ele cita os Padres da
Igreja dos primeiros séculos.
Não é uma novidade. Não é
uma invenção do Papa Fran-
cisco ou dos papas do século
passado, mas cada papa em
cada nova situação destaca-
ria uma mensagem específi-
ca da fé cristã.
ZENIT: Apesar de al-
guns dizerem que não
há ‘novidades’ a respeito
de questões controver-
sas, porque o Papa não
tocou a doutrina, como
resulta pastoralmente?
Tornielli: Eu só menciono
uma coisa sobre a doutrina
da Igreja, mas não há per-
guntas ou respostas sobre
questões controversas, por-
que eu quero que este livro
represente uma porta aberta
e a possibilidade de um en-
contro com o coração do
Papa sobre a misericórdia.
Por essa razão não há ques-
tões controversas, incluindo
a questão dos divorciados
recasados.
ZENIT: Para você, como
foi a experiência de sen-
tar-se com o Papa Fran-
cisco? Passar este tempo
com ele?
Tornielli: Foi ótimo e eu
fiquei muito tocado por seu
testemunho pessoal. Sua
capacidade de testemunhar
a face de um Deus que está
tentando todas as possibili-
dades para chegar perto do
povo, para dar o dom do
perdão, e esta é a mensagem
mais importante do livro, eu
acho. Falando sobre suas
experiências, sua vida pes-
soal, ficou claro para mim
como ele testemunha esta
atitude.
ZENIT: Tem algo que o
Papa Francisco disse
que fez você refletir so-
bre sua própria vida?
Tornielli: Cada página des-
te livro me tocou. Por exem-
plo, ele é um homem humil-
de e explicou muito bem a
necessidade de ser humilde,
porque a diferença entre o
pecador e o corrupto não é a
qualidade dos pecados, não
é a quantidade, mas é a ati-
tude da pessoa, porque o
pecador é humilde e precisa
de perdão. Os corruptos,
não.
ZENIT: Como pai, você
tem algum conselho pa-
ra os pais ou sobre a vi-
da familiar?
Tornielli: Um conselho
pessoal, eu diria que perce-
ber a necessidade deste tipo
de atenção com relação a
vida das pessoas próximas a
você, como indica o Santo
Padre. Isto foi comovente.
Quando começamos a falar,
estava quente, mês de julho.
Ele me disse para tirar o
terno, porque estava muito
quente, depois disso, ele viu
que eu tinha três gravadores
diferentes, mas não tinha
folhas de papel para tomar
notas. Então, ele me deu
uma folha de papel. “Você
não tem nenhum papel para
tomar notas”. São coisas
simples, mas é sobre a ne-
cessidade de realmente dar
atenção para a pessoa que
está diante de você.
ZENIT: Por último, o
que você espera com es-
te livro?
Tornielli: Eu espero que
este livro leve a uma melhor
compreensão do coração do
Papa. Com este livro, o Papa
está tentando falar do fundo
de seu coração ao coração
das pessoas, crentes e não
crentes.
ZENIT: Existe alguma
coisa particular sobre a
misericórdia que você
gostaria de destacar?
Tornielli: Eu fiquei muito
tocado pelo fato de que ele
se identifica como pecador,
mas como um pecador que
recebeu o perdão. E isso é
importante porque sem a
experiência de reconhecer-
nos pecadores e perdoados,
não é possível dar o perdão e
a misericórdia como o Evan-
gelho nos diz
Por que Nossa Senhora é a mãe das
famílias?
Terça-feira, 19/jan/2016 – Dom Vital Corbellini –
A Igreja dá a Maria o título
de Mãe de Deus por ter ge-
rado na carne o Filho de
Deus. Deus é Criador de
modo que nele não possui
uma mãe, nele não há início
e nem fim; é infinito, mas
pelo fato de que Jesus Cris-
to, Filho de Deus nasceu no
ventre de Maria, vem lhe
dado a Ela(Maria), o título
de mãe de Deus, por causa
da encarnação do Verbo.
Esta festa sempre é celebra-
da no primeiro dia do ano. A
homenagem possui referên-
cias com a Igreja dos primei-
ros séculos, porque percebeu
em Maria uma mulher dife-
rente, a qual viveu a graça de
Deus. Maria diz sim ao pla-
no de Deus à salvação da
humanidade. Dessa forma
vem exaltada como uma mu-
lher que recebeu o Salvador,
o Redentor. Alguns padres
da Igreja, os primeiros escri-
tores cristãos tiveram em
mente o mistério da encar-
nação do Verbo como graça
concedida à Mãe do Filho de
Deus em vista do bem de
toda a humanidade.
1. Maria, templo puro do
Criador
Rábula de Edessa (Hinos
litúrgicos, 1-5), Bispo na Sí-
ria, do século V, formulou
louvores a Maria, como Mãe
do Criador, Mãe de Deus.
Ele afirmou que Maria é to-
da santa, e tem um esplên-
dido tesouro de todo o mun-
do; é luz irradiante, cujo
significado é salve. Ela é
saudada pelo anjo, como
predileta por Aquele que ti-
rou os pecados do mundo e
redimiu a todas as pessoas.
2. Qual é louvor dado?
Rábula levantou uma per-
gunta: Como vos louvare-
mos, ó humilde pessoa, tu
que concedes a todos os fiéis
ajuda e força? As pessoas
olham para Maria e esperam
de ti, a salvação, vinda do
Salvador. Nós fiéis vos lou-
vamos como trono angelical
e como explicação do amor
de Deus no tempo.
3. Ajuda os pobres
Ela é invocada sobre todos
os pobres. Maria olha para
os filhos e as filhas da terra,
como pessoas que se apro-
ximam do fim da sua exis-
tência. Desta forma é preciso
a superação do pecado para
não cair na perdição. Inter-
ceda por nós, pecadores e
pecadoras, junto ao vosso
Filho Jesus Cristo, a fim de
que não caiamos na maldade
e volta-nos ó bendita, en-
quanto tomas o teu Unigêni-
to, o Filho de Deus nascido
de ti, para que tenha pieda-
de de nós pela tua santa ora-
ção.
Maria é vista como nave que
leva os seres humanos à no-
va vida. Ela é fortificação
santa na qual desceu o rei
dos reis para habitar nela e
no mundo, Jesus Cristo.
Oferece-nos o teu Unigênito,
o Filho nascido de vós, e ou-
ças todas as súplicas de vos-
sos filhos.
4. Intercessora junto a
Jesus Cristo
Maria é percebida como san-
ta e intercessora junto ao
Unigênito, pelos pecadores
que nela buscam refúgio. O
fato é que todos os flagelos
da qual a geração precedente
foi atingida podem nos atin-
gir. Dessa forma nós nos
refugiamos em vós, Ó Maria,
para poder gritar ao teu Fi-
lho dizendo-lhe: Tu que pu-
nes os corações soberbos, ó
Cristo, saras com a tua mise-
ricórdia e adquira-nos com a
tua graça e tenha misericór-
dia de nós.
5. Oração à Maria
João Damasceno (Homilia
sobre a morte de Maria 3,5),
presbítero sírio, séculos VII
e VIII tinha presente o pedi-
do dos seres humanos a Je-
sus por intercessão de Ma-
ria, da salvação, da liberta-
ção dos vícios da alma, de
sarar os males do corpo, pa-
ra ter uma vida tranquila e
de ter uma vida à luz do Es-
pírito Santo. O presbítero
João pede para que Maria
nos dê a graça do fervor do
amor para com o seu Filho e
fazer com que a nossa vida
resulte a Ele agradável. Con-
cede-nos a graça de após
esta vida, participarmos da
bem-aventurança da vida
eterna. Dessa forma, vendo
resplandecer nela a glória do
seu Filho, possamos cantar
hinos sagrados na alegria
eterna, junto com aqueles e
aquelas que celebram dig-
namente as solenidades do
Espírito, em honra Daquele
que por meio seu, operou a
nossa salvação, Cristo, Filho
de Deus e nosso Deus, na
qual seja dada glória e poder
junto com o Pai e o Espírito
vivificador.
6. Maria carrega Deus
Santo Efrém, diácono sírio,
do século IV, afirmou que
Maria é para nós um céu,
porque carrega Deus. A di-
vindade altíssima de fato se
abaixou e nela tomou habi-
tação; nela se fez pequena
para fazer-nos grandes. Em
Maria, os ditos dos profetas
e dos justos cumpriram-se.
Dela surgiu para nós a luz,
Jesus Cristo a fim de elimi-
nar as trevas do pecado e da
morte.
7. A terra foi renovada
Quando Maria disse sim ao
plano do Altíssimo, Deus
entrou na humanidade. Para
Santo Efrém este dia foi de
renovação, de bênçãos em
relação a Adão e à Eva por-
que com o seu pecado leva-
ram à morte o mundo, mas o
Senhor do mundo deu-nos
em Maria uma vida nova. Se
o maligno, por obra da ser-
pente, derramou o veneno
no ouvido de Eva; o Benigno
se abaixou na sua misericór-
dia e através do ouvido, en-
trou em Maria. Pela mesma
porta na qual entrou a mor-
te, entrou também a vida
que eliminou a morte. Os
braços de Maria carregaram
aquele que é saudado pelos
querubins, o Deus que o
universo não pode abraçar,
foi abraçado e carregado por
Maria.
8. O nascimento de Cris-
to em Maria
Cirilo de Alexandria, bispo
do século V, tem presente a
maravilha do nascimento de
Jesus Cristo em Maria. Ele
vindo à realidade humana,
esteve unido a Deus. O Ver-
bo encarnando-se na Bem
aventurada Virgem fez do
corpo dela, o próprio tem-
plo; aquele que nasceu dela
era do ponto de vista exteri-
or, homem, mas intimamen-
te Deus verdadeiro. Ele sen-
do Deus na realidade, desti-
nou a si, ao momento de
revestir-se da humanidade,
na plenitude dos tempos,
uma maneira de nascer di-
versa de qualquer outro.
Cristo Jesus é por Maria
verdadeiro homem e por
Deus, verdadeiro Deus.
Conclusão
Nós percebemos a eleição de
Deus a Maria para estar sem
pecado para gerar na carne o
Filho de Deus sem o pecado,
como dom e como missão.
Maria ensina-nos a acolher
sempre Jesus. Ela nos mos-
tra Deus, porque carrega
Deus em seu coração e o
mostra a todos nós. Vivamos
o espírito de Maria para
anunciar Jesus em nosso
coração, na família, na co-
munidade e na sociedade.
Dessa forma o Natal é todo o
dia, porque Deus nasce con-
tinuamente em nós, assim
como nasceu no ventre vir-
ginal de Maria.
Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)
CNBB lança livro “Cartas de São João
Paulo II aos sacerdotes”
Livro disponibiliza as cartas redigidas por João Paulo II durante seu pontificado
Terça-feira, 19/jan/2016 –
A Confe-
rência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) lançou o
livro Cartas de São João
Paulo II aos sacerdotes”.
Fruto de cartas redigidas
pelo papa São João Paulo II
ao mundo inteiro, por ocasi-
ão das Quintas-Feiras San-
tas de cada ano, o livro reú-
ne os pensamentos e o dese-
jo do papa de confiar suas
convicções aos sacerdotes.
“No início do meu novo
ministério na Igreja, sinto
a profunda necessidade
de me dirigir a vós, a to-
dos vós sem exceção, sa-
cerdotes, quer diocesanos
quer religiosos, que sois
meus irmãos em virtude
do sacramento da Ordem.
Penso incessantemente
em vós e rezo por vós
(...)”, disse o papa em sua
primeira carta redigida ao
mundo inteiro.
A primeira carta do papa
foi escrita em 1976. Nela o
pontífice manifestava o de-
sejo de confiar alguns de
seus pensamentos, dada “a
iminência da Quinta-Feira
Santa, o dia da festa anual
do Sacerdócio”.
Nos anos posteriores, sem-
pre nas Quintas-Feiras San-
tas, João Paulo continuou
escrevendo novas cartas e,
assim, foi até o final de seu
pontificado. Sua última car-
ta foi escrita em 2005, pou-
co antes de seu falecimento
e nela, o papa direciona o
olhar dos sacerdotes para
Maria: “Quem pode melhor
do que Maria, fazer-nos sa-
borear a grandeza do misté-
rio Eucarístico? (...)”.
Segundo o arcebispo de Sal-
vador (BA) e vice-presidente
da Conferência Nacional dos
Bispos no Brasil (CNBB),
dom Murilo Krieger, a leitu-
ra dessas cartas deve ser
feita com o mesmo amor que
foram escritas: “Elas expres-
sam a imensa paixão por
Jesus Cristo que dominava o
coração do Papa São João
Paulo II. Colocando os seus
ensinamentos em prática,
eles ajudarão o nosso povo a
se convencer de que, real-
mente, Deus é fiel, pois co-
mo lhe prometeu, Ele lhe dá
sacerdotes segundo o Seu
Coração”.
Os capítulos do livro estão
divididos de acordo com os
anos em que as cartas foram
escritas. O livro está dispo-
nível nas Edições CNBB, ou
pelo site.
Papa: transmitir a misericórdia de
Deus é missão comum aos cristãos
Na catequese de hoje, Papa falou da Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos, enfatizando a partilha do Batismo e a missão
de levar a misericórdia de Deus
Quarta-feira, 20/jan/2016 – Jéssica Marçal –
A catequese do Papa Fran-
cisco nesta quarta-feira, 20,
foi dedicada à unidade entre
os cristãos, tendo em vista
que na Itália e em alguns
outros países se celebra a
Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos desde
segunda-feira, 18. Sem se
distanciar do ciclo de cate-
queses sobre misericórdia,
Francisco enfatizou que
transmitir a misericórdia de
Deus aos outros é uma mis-
são comum aos cristãos.
O Santo Padre explicou que
nesta Semana, os cristãos
são convidados a redescobrir
a graça do Batismo, um dos
pontos de unidade, e ir além
das divisões. Segundo ele,
partilhar o Batismo significa
reconhecer que todos são
pecadores e precisam de
salvação. O Batismo chama
os cristãos ao encontro com
o Deus vivo, cheio de miseri-
córdia, acrescentou.
Francisco reconheceu que
todos acabam fazendo a ex-
periência do egoísmo que
leva à divisão, mas partir
novamente do Batismo sig-
nifica reencontrar a fonte da
misericórdia, que é fonte de
esperança para todos, pois
ninguém está excluído da
misericórdia de Deus.
“A partilha dessa graça (do
Batismo) cria uma ligação
indissolúvel entre nós cris-
tãos, de forma que no Ba-
tismo podemos nos conside-
rar todos irmãos, somos po-
vo santo de Deus mesmo
que por causa de nossos pe-
cados não sejamos um povo
plenamente unido”.
Para os cristãos, acrescentou
o Santo Padre, anunciar a
força do Evangelho e parti-
lhar as obras de misericór-
dia, corporais e espirituais, é
uma experiência concreta de
fraternidade. “Temos uma
missão em comum que é
aquela de transmitir a mise-
ricórdia recebida aos outros,
partindo dos mais pobres e
abandonados”.
Francisco concluiu a audiên-
cia pública com os fiéis pe-
dindo que, nesta Semana de
Oração, eles rezem para que
todos os discípulos de Cristo
encontrem, juntos, um mo-
do de levar a misericórdia do
Pai a todos os cantos da ter-
ra.
De mais de 2 mil aparições marianas
registradas, só 16 foram reconhecidas
pelo Vaticano. Confira lista
Postado em 19/jan/2016 por Carmadélio –
É inegável que a devoção à
Virgem Maria esteja esten-
dida pelo mundo inteiro.
Assim o revelam suas inu-
meráveis invocações e tam-
bém os abundantes teste-
munhos sobre sua mediação
a favor daqueles que a invo-
cam com grande fervor. É tal
o impacto que por séculos
tem gerado a Mãe de Deus
na Fé dos crentes, que inclu-
sive recentemente a revista
norte-americana National
Geographic destacou a figu-
ra da Santíssima Virgem
Maria como “a mulher mais
poderosa do Mundo”.
Dentro deste fenômeno ma-
riano, o que mais chama a
atenção são suas aparições:
mais de 2 mil registradas em
todo o mundo, segundo o
website „The Miracle Hun-
ter‟ (www.miraclehunter.co
m), que reúne os relatos,
histórias, testemunhos e
frequência de milagres, en-
tre eles as aparições maria-
nas, que se registraram ao
longo dos séculos, tudo ba-
seado nas investigações de
Michael O‟Neill.
De acordo com o website, a
primeira aparição da Virgem
da qual se tem dados, é a de
Nossa Senhora do Pilar de
Zaragoza, na Espanha, que
apareceu ao Apóstolo Santi-
ago o Maior às margens do
rio Ebro no ano 40 depois de
Cristo. De acordo com a tra-
dição, esta aparição tem um
selo particular diante das
demais, já que a Mãe de
Deus se apresentou em
“carne mortal” ao apóstolo
padroeiro da Espanha.
O certo é que diante des-
tes acontecimentos a
Igreja Católica sempre
foi muito prudente e de
todas as aparições mari-
anas, o Vaticano somen-
te reconheceu 16 e 28
contam com a aprovação
dos Bispos locais.
Prudência que está muito
bem explicada no Catecismo
da Igreja Católica, onde se
expõem: “Ao longo dos sécu-
los houve revelações chama-
das „privadas‟, algumas das
quais foram reconhecidas
pela autoridade da Igreja.
Estas, no entanto, não per-
tencem ao depósito da Fé.
Sua função não é a de „me-
lhorar‟ ou „completar‟ a Re-
velação definitiva de Cristo,
mas a de ajudar a vivê-la
mais plenamente em uma
certa época da história. Gui-
ado pelo Magistério da Igre-
ja, o sentir dos fiéis (sensus
fidelium) sabe discernir e
acolher o que nestas revela-
ções constitui uma chamada
autêntica de Cristo ou de
seus Santos à Igreja”.
Tal como se expõem no web-
site „The Miracle Hunter‟,
durante o Concílio de Trento
(1545-1563) se estabeleceu
que o Bispo local é a primei-
ra e principal autoridade
para julgar a autenticidade
de uma aparição mariana;
quer dizer, se reconhece que
sua mensagem não é contrá-
ria à Fé já a moral, e a Vir-
gem Maria pode ser venera-
da de uma maneira especial.
Aqui a aprovação do Vatica-
no não é necessária para
assinalar que a aparição é
autêntica, mas, depois de
uma aprovação episcopal,
este pode realizar uma de-
claração oficial, ou, após um
tempo, efetuar uma visita
papal coroando a imagem ou
presenteando com uma rosa
de ouro.
Entre as aparições ma-
rianas que contam com
reconhecimento da San-
ta Sé, se encontram a da
Virgem de Guadalupe,
no México (fato ocorri-
do em 1531); a de Nossa
Senhora de Siluva, na
Lituânia (1608); a Vir-
gem da Medalha Mila-
grosa na França (1830);
Nossa Senhora de Sión
em Roma, Itália (1842);
a Virgem de La Salette
(1846) e Lourdes (1858)
na França; Nossa Se-
nhora de Gietzwald na
Polônia (1877); a Virgem
de Fátima, Portugal
(1917), e a Mãe do Mun-
do de Kibeho, Rwanda
(1981), para mencionar
algumas.
Sobre Medjugorje, na Bosnia
e Herzegovina, a Igreja se
mantêm prudente seguindo
o parecer dos Bispos da Iu-
goslávia (país que se dividiu
após as guerras), que em
1991 assinalaram que “não é
possível estabelecer que
houve aparições ou revela-
ções sobrenaturais”. Para
este sucesso em 2010 foi
constituída a partir do Vati-
cano uma comissão interna-
cional, sob a autoridade da
Congregação da Doutrina da
Fé, que tem a cargo deter-
minar a sobrenaturalidade
ou não do fenômeno.
Arcebispo de Nova Iorque: a grande
maioria dos americanos não apoia a
agenda abortista
Terça-feira, 19/jan/2016 –
A poucos dias da Grande
Marcha pela Vida que acon-
tecerá nos Estados Unidos, o
Arcebispo de Nova Iorque,
Cardeal Timothy Dolan,
afirmou que a maioria da
população não apoia a ideo-
logia extrema do aborto nem
deseja que esta seja financi-
ada com dinheiro público,
mas coincide com os gran-
des objetivos do movimento
pró-vida a fim de que prote-
jam aos não nascidos.
Em um recente artigo, o
Cardeal convidou os ameri-
canos para participar da
Campanha 9 dias pela Vida,
como preparação para a
Grande Marcha pela Vida
que acontecerá no dia 22 de
janeiro em Washington
D.C., por ocasião dos 43
anos da despenalização do
aborto por parte do Tribunal
Supremo em 1973.
“Esta data não pode ser ce-
lebrada, mas nos oferece
uma oportunidade para fa-
zer um balanço. Para per-
guntar-nos até que ponto
chegamos quarenta e três
anos depois das decisões Rói
x Wade e Doe x Bolton do
Tribunal Supremo; e para
onde devemos ir”, indicou.
No texto, o Arcebispo assi-
nalou que embora seja apro-
vado por muitas elites políti-
cas e culturais, o aborto con-
tinua sendo “tão polêmico
como sempre”.
A maioria da população é
contra a legalização do abor-
to por qualquer razão, como
também o seu financiamen-
to com “o uso de dinheiro
dos contribuintes”, indicou,
referindo-se ao escândalo
que geraram os vídeos da
Planned Parenthood, através
dos quais é possível ver seus
diretores negociando a ven-
da de partes de corpos de
bebês abortados.
“A grande maioria dos ame-
ricanos não estão compro-
metidos com esta ideologia
extrema. Eles não veem o
feto como uma doença ou
um tumor”.
Entretanto, embora muitos
apoiem os objetivos impor-
tantes do movimento pró-
vida, “não se identificam
como „pró-vida‟, um fato que
nos leva a analisar a maneira
na qual apresentamos nossa
visão pró-vida aos outros”,
assinalou.
Nesse sentido, o Cardeal
Dolan exortou: “Deve haver
um maior esforço por ser
melhores mensageiros” da
causa pró-vida, que não é
política nem partidária, mas
parte da visão moral que
marca o grande valor de ca-
da ser humano.
“Devemos celebrar a liber-
dade humana, sempre re-
cordando os outros que esta
liberdade é a nossa, desta
forma podem escolher li-
vremente o bem; e que para
desfrutar desta liberdade,
cada um de nós, em primei-
ro lugar devemos permitir
viver”.
“Especialmente neste Ano
da Misericórdia, recordamos
com o Papa Francisco que
cada vida humana é criada
por um Deus cujo amor é
infinito, e que esse mesmo
amor é fonte da misericórdia
e do perdão sem limites para
todos”, indicou.
Do mesmo modo, assegurou
que a Igreja, por meio do
ministério de cura do Proje-
to Raquel, continuará ofere-
cendo “este presente da mi-
sericórdia e da reconciliação
de Deus a todos aqueles que
estiveram envolvidos no
aborto”.
“Que Deus abençoe nossos
esforços por defender a vida
humana!”, concluiu o Car-
deal Dolan.
Você toma decisões por medo ou
por amor?
A pergunta que não quer calar: você pretende controlar sua vida ou confiar em Deus?
Terça-feira, 19/jan/2016 – Padre Carlos Padilla –
Às vezes deixo de fazer as
coisas por achar que não é a
hora certa, ou porque me dá
medo de errar na tentativa.
Às vezes paro e deixo de lu-
tar, de amar, de me entre-
gar.
Em um ato egoísta, penso
em mim, nos meus planos,
nos meus desejos. Olho para
mim, para as minhas neces-
sidades, para o que me falta,
para o que me alegra.
Tenho receio de que minhas
ações não se tornem reali-
dade por causa do medo da
vida. Me dá medo perder
aquilo por que anseio, per-
der o que tenho. O medo às
vezes nos acorrenta.
Em um momento da saga
Star Wars, o Mestre Yoda
diz a Anakin: “O medo é o
caminho para o lado negro.
O medo leva a raiva, a raiva
leva ao ódio, o ódio leva ao
sofrimento”.
O medo que temos pode nos
levar à raiva, a lutar para
não perder o que amamos. O
medo pode nos fechar em
nós mesmos e pode acabar
provocando aquilo que mais
tememos.
É verdade, gostaríamos de
ser poderosos como Deus,
ser como deuses. Poder con-
trolar a vida e a morte. Mas
somos frágeis. Somos de-
pendentes de um Deus que
nos ama e nos conduz. Te-
mos medo e muitas vezes
não somos livres para amar.
O medo de perder o que
mais ama, a vida da sua es-
posa, leva Anakin a evitar
sua morte usando qualquer
método. Ele quer ter poder
para salvar sua vida, para
que nunca morra.
Na verdade, o coração deseja
um amor eterno, uma vida
eterna. É assim que Anakin
passa para o lado negro,
achando que dessa maneira
possuiria um conhecimento
mais profundo da vida e da
morte.
O medo o leva à raiva, e a
raiva o afasta daquela a
quem tanto ama. E então, ao
passar para o mal, provoca a
morte da sua mulher, que já
não quer continuar vivendo.
Sempre que penso nesse
momento do filme, vejo a
força das nossas escolhas.
Optar pelo bem ou pelo mal.
Querer controlar a vida e a
morte ou confiar em um
Deus que nos conduz.
O que escolhemos nos forma
e nos transforma. Nos torna
melhores ou piores pessoas.
Nossas decisões marcam
quem somos e o que pode-
mos chegar a ser.
Mas o medo muitas vezes
decide nossas escolhas. En-
tão reflita: como você lida
com seus medos ao pensar
no futuro? O que você tem
mais medo de perder? Você
confia em um Deus miseri-
cordioso que ama você com
loucura e jamais deixará
seus passos se perderem?…
Um grande testemunho sobre
a Eucaristia
A linda história de uma menina de apenas 11 anos de idade
Segunda-feira, 18/jan/2016 – Prof. Felipe Aquino –
Alguns meses antes de sua
morte, o Bispo Fulton J.
Sheen foi entrevistado pela
rede nacional de televisão:
“Bispo Sheen, milhares de
pessoas em todo o mundo
inspiram-se em você. Em
quem você se inspirou? Foi
por acaso em algum Papa?”.
O Bispo Sheen respondeu
que sua maior inspiração
não foi um Papa, um Carde-
al, ou outro Bispo, sequer
um sacerdote ou freira. Foi
uma menina chinesa de onze
anos de idade.
Explicou que quando os co-
munistas apoderaram-se da
China, prenderam um sa-
cerdote em sua própria rei-
toria, próximo à Igreja. O
sacerdote observou assusta-
do, de sua janela, como os
comunistas invadiram o
templo e dirigiram-se ao
santuário. Cheios de ódio
profanaram o tabernáculo,
pegaram o cálice e, atirando-
o ao chão, espalharam-se as
hóstias consagradas.
Eram tempos de perseguição
e o sacerdote sabia exata-
mente quantas hóstias havia
no cálice: trinta e duas.
Quando os comunistas reti-
raram-se, talvez não tives-
sem percebido, ou não pres-
taram atenção, a uma meni-
ninha, que rezando na parte
detrás da igreja, viu tudo o
que ocorreu. À noite, a pe-
quena regressou e, escapan-
do da guarda posta na reito-
ria, entrou no templo. Ali,
fez uma hora santa de ora-
ção, um ato de amor para
reparar o ato de ódio. De-
pois de sua hora santa, en-
trou no santuário, ajoelhou-
se, e inclinando-se para
frente, com sua língua rece-
beu Jesus na Sagrada Co-
munhão. (Naquele tempo
não era permitido aos leigos
tocar a Eucaristia com suas
mãos).
A pequena continuou re-
gressando a cada noite, fa-
zendo sua hora santa e rece-
bendo Jesus Eucarístico na
língua. Na trigésima noite,
depois de haver consumido
a última hóstia, acidental-
mente fez um barulho que
despertou o guarda. Este
correu atrás dela, agarrou-a,
e golpeou-a até mata-la com
a parte posterior de sua ar-
ma.
Este ato de martírio heroico
foi presenciado pelo sacer-
dote enquanto, profunda-
mente abatido, olhava da
janela de seu quarto conver-
tido em cela.
Quando o Bispo Sheen escu-
tou o relato, inspirou-se de
tal maneira que prometeu a
Deus que faria uma hora
santa de oração diante de
Jesus Sacramentado todos
os dias, pelo resto de sua
vida. Se aquela pequena pô-
de dar testemunho com sua
vida da real e bela Presença
do seu Salvador no Santís-
simo Sacramento então, o
bispo via-se obrigado ao
mesmo. Seu único desejo
desde então seria atrair o
mundo ao Coração ardente
de Jesus no Santíssimo Sa-
cramento.
A pequena ensinou ao Bispo
o verdadeiro valor e zelo que
se deve ter pela Eucaristia;
como a fé pode sobrepor-se
a todo medo e como o ver-
dadeiro amor a Jesus na Eu-
caristia deve transcender a
própria vida.
Uma sugestão…
ORAÇÃO PARA ANTES
DA COMUNHÃO – (São
Tomás de Aquino)
Ó DEUS eterno e todo pode-
roso, eis que me aproximo
do Sacramento de Vosso
Filho único, Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Impuro, venho à fonte da
misericórdia; cego, à luz da
eterna claridade, pobre e
indigente, ao Senhor do Céu
e da terra.
Imploro pois a abundância
de Vossa imensa liberalida-
de para que Vos digneis cu-
rar minha fraqueza, lavar
minhas manchas, iluminar
minha cegueira, enriquecer
minha pobreza, e vestir mi-
nha nudez.
Que eu receba o Pão dos An-
jos, o Rei dos Reis e o Se-
nhor dos Senhores, com o
respeito e a humildade, a
pureza e a fé, o propósito e a
intenção que convém à sal-
vação de minha alma.
Dai-me receber não só o Sa-
cramento do Corpo e do
Sangue do Senhor, mas
também Seu efeito e sua for-
ça.
Ó Deus de mansidão, dai-me
acolher com tais disposições
o corpo que Vosso Filho úni-
co, Nosso Senhor JESUS
CRISTO, recebeu da Virgem
Maria, que eu seja incorpo-
rado a Seu corpo místico e
contado entre seus mem-
bros.
Ó Pai cheio de amor, fazei
que, recebendo agora o Vos-
so Filho sob o véu do sacra-
mento, possa na eternidade
contemplá-lo face a face. Ele
que Convosco vive e reina na
unidade do ESPIRITO SAN-
TO. Amém.
ORAÇÃO PARA DEPOIS
DA COMUNHÃO – (São
Tomás de Aquino)
Eu Vos dou graças, ó Senhor
Pai Santo, DEUS eterno e
todo poderoso, porque sem
mérito algum de minha par-
te, mas somente pela con-
descendência de Vossa mi-
sericórdia, Vos dignastes
saciar-me a mim pecador,
Vosso indigno servo, com o
sagrado Corpo e precioso
Sangue de Vosso Filho Nos-
so Senhor JESUS CRISTO.
E peço que esta santa comu-
nhão não me seja motivo de
castigo, mas salutar garantia
de perdão.
Seja para mim armadura da
fé, escudo de boa vontade e
libertação dos meus vícios.
Extinga em mim a concupis-
cência e os maus desejos,
aumente a caridade e a paci-
ência, a humildade e a obe-
diência e todas as virtudes.
Defenda-me eficazmente
contra as ciladas dos inimi-
gos, tanto visíveis como in-
visíveis.
Pacifique inteiramente todas
as minhas paixões, unindo-
me firmemente a Vós, DEUS
uno e verdadeiro, feliz con-
sumação de meu destino.
E peço que Vos digneis con-
duzir-me, a mim pecador, a
aquele inefável convívio em
que Vós com o Vosso FILHO
e o ESPÍRITO SANTO, Sois
para os Vossos Santos a luz
verdadeira, a plena sacieda-
de e a eterna alegria, a ven-
tura completa e a felicidade
perfeita.
Por CRISTO Nosso Senhor.
Amém.
“É lícita a objeção de consciência
sobre as leis contra a imigração”, diz
cardeal Kasper
Quarta-feira, 20/jan/2016 –
O teólogo inspirador do Ju-
bileu admoesta: “As leis es-
tatais serão observadas,
mas não são o último crité-
rio do ser cristão. A miseri-
córdia vai além. E quem
pede para ser acolhido tem
o direito de viver num ambi-
ente sadio e livre”.
O cardeal Walter Kasper é
o teólogo da misericórdia. E,
em nome da misericórdia,
diz: também as leis podem
vir em segundo plano, a par-
tir daquelas que se referem
à imigração. Ao cardeal, au-
tor do livro que Bergoglio
citou no seu primeiro Ânge-
lus como Pontífice, inspira-
dor do sínodo sobre a fa-
mília e do Ano santo ex-
traordinário, foi confiada
também a primeira de uma
série de catequeses jubila-
res organizadas pelo Ponti-
fício Conselho para a No-
va Evangelização.
A entrevista é de Andrea
Gualtieri, publicada por La
Repubblica, 18-01-2016. A
tradução é de Benno Dis-
chinger.
“A acolhida – afirmou na-
quela ocasião Kasper – é
uma obra de misericórdia e
justiça que vai além das leis
estatais”. Uma admoestação
que chega junto com a jor-
nada consagrada como Ju-
bileu dos migrantes: “O
Ano Santo da misericór-
dia – explica Kasper – re-
corda o que ensinam o Anti-
go e Novo Testamento: de-
vemos acolher como irmãos
e irmãs aqueles que che-
gam de opressões e perse-
guições. E antes ainda de
entender se devam ou não
ser considerados refugia-
dos, devemos recordar que
são seres humanos e como
tais têm o direito de viver
num ambiente sadio e livre.
É claro que os imigrantes
devem respeitar as regras
da sociedade que os acolhe,
mas nós devemos ser aber-
tos porque isto nos pede
a misericórdia cristã”.
Eis a entrevista.
Eminência, o senhor invo-
ca conduta de abertura:
como julga as tensões
europeias para a suspen-
são da livre circulação
sancionada pelo tratado
de Schengen e o tom ace-
so da campanha eleitoral
USA sobre os temas da
imigração?
As leis estatais serão obser-
vadas, mas elas não são o
último critério do ser cristão.
A misericórdia vai além. O
Estado não pode comandar
a misericórdia. Neste senti-
do as leis estabelecem um
nível mínimo de regras de
convivência, a misericórdia
vai além. E somente a mise-
ricórdia dá certo calor à
nossa sociedade, sem ela e
sem compaixão viveremos
numa sociedade muito fria.
Quer dizer que se pode
invocar uma objeção de
consciência diante das
leis que impõem rejeitar
os migrantes?
Sim, existe uma questão de
consciência. Devemos
questionar-nos se um ho-
mem que não tem os docu-
mentos pode ser reenviado
a um País onde é persegui-
do. É claro que um Estado
tem o direito de requerer os
documentos aos migrantes,
mas há sempre espaço para
a consciência pessoal.
O que responde a quem
afirma que a acolhida põe
em risco a segurança dos
Países?
Não se pode dizer que to-
dos os imigrantes são um
risco para a segurança e
não se pode esconder que
também entre os cidadãos
do lugar há perigos poten-
ciais. E então é preciso ser
prudentes, mas também
abertos. Não se pode fixar
uma prioridade entre acolhi-
da e segurança: há um equi-
líbrio que os governos de-
vem encontrar. Mas, a segu-
rança não pode tornar-se
um ídolo. E se deve recor-
dar que também é um peri-
go não ser acolhedores, não
ser misericordiosos.
Em nome da segurança,
da França partiu um apelo
para os hebreus de não
endossarem a kippah para
evitar expor-se como al-
vos. O que pensa a respei-
to?
Entendo a prudência, mas
se deve defender um direito
fundamental. Não pode ser
proibido mostrar que se per-
tence a uma religião: sem-
pre se deve reivindicar a li-
berdade religiosa, é uma
questão de respeito e tole-
rância recíproca. Também
os cristãos se encontram
nestas condições: em mui-
tos países islâmicos não
podem endossar uma cruz.
E por quê? Nós nos deve-
mos empenhar a respeitar
as tradições dos outros,
mas também as nossas de-
vem ser tuteladas.
Considera que a Europa
esteja sofrendo um con-
tragolpe no processo de
integração?
Um tempo a Europa era ho-
mogênea, agora devemos
aprender a conviver en-
tre religiões diversas. Mas,
isto pode ser um enriqueci-
mento, também se pode
aprender dos outros. E nós
cristãos, que nos tornamos
demasiado tímidos, pode-
mos, por exemplo, aprender
dos muçulmanos a coragem
de professar publicamente a
nossa religião: isto é um
desafio para nós.
A propósito de desafios: o
Papa solicitou a cada pa-
róquia hospedar pelo me-
nos uma família de imi-
grantes, mas uma pesqui-
sa da revista Espresso
denunciou as dificuldades
de quem bate nos conven-
tos e os dados da Funda-
ção Migrantes da Confe-
rência Episcopal Italiana -
CEI revelam que na Itália –
não só paróquias, mas
também comunidades,
conventos e santuários -
hospedam ao todo 27 mil
pessoas. Não crê que a
resposta tenha sido de-
masiado tímida?
Entendo que em alguns ca-
sos haja problemas organi-
zativos, mas as paróquias
devem conseguir hospedar
pelo menos uma família:
uma solução sempre se en-
contra. A gente às vezes é
um pouco reservada diante
de forasteiros, mas eu creio
que conhecendo os imigran-
tes como pessoas, olhando-
os na face, vendo as crian-
ças que sofrem, surge a
compaixão e o muro desmo-
rona. Talvez ainda devamos
aprender a verdadeira mise-
ricórdia. Há uma regra de
ouro: devo sempre pergun-
tar-me o que quereria se
fosse eu a encontrar-me
numa situação de necessi-
dade. Esta regra é uma he-
rança de toda a humanidade
que chega do Evangelho.
Nós cristãos devemos estar
prontos a testemunhá-la.
Segundo um movimento organizado,
"o Papa não faz nada certo”
Quarta-feira, 20/jan/2016 –
Não é coisa de todos os
dias escrever um livro-en-
trevista com um papa. E
agora para Andrea Torni-
elli, vaticanista italiano de
prestígio de 51 anos de ida-
de, pai de três filhos, não
pára de tocar o telefone:
mídias ao redor do mundo
querendo saber como foi
isso.
A entrevista é de Elisabetta
Piqué, publicada por La
Nación, 17-01-2016. A tra-
dução é de Evlyn Louise
Zilch.
“O nome de Deus é mise-
ricórdia”, seu livro-entre-
vista com Francisco sobre
um tema central de seu pon-
tificado, a misericórdia,
saiu à venda esta semana,
logo após ser apresentado
em Roma com a presença
incomum de Roberto Beni-
gni, o diretor, ator e come-
diante italiano que ganhou a
fama com “A vida é bela”.
Em um lançamento mundial,
o livro foi publicado em 86
países. Diretor do Vatican
Insider, site de informação
especializada do La Stam-
pa e autor de 60 livros, Tor-
nielli contou como se geriu
o que certamente será um
best-seller mundial. Quando
questionado sobre as apa-
rentes resistências ao ponti-
ficado reformista de Fran-
cisco, por outro lado, ob-
servou a existência de um
movimento organizado que
o ataca sistematicamente.
“O que me surpreende é
que todos os dias encon-
tram algo para poder criti-
car. Para este movimento, o
papa não faz nada certo,
qualquer coisa que diga ou
faça”, disse ele.
Eis a entrevista.
Como nasceu a ideia do
livro?
Quando o Papa anunciou
que convocaria um Jubileu
Extraordinário da Miseri-
córdia pensei que seria
bom ter uma conversa com
ele a sós sobre este assun-
to, tornando fazendo-o falar
sobre a sua experiência de
misericórdia, a razão da im-
portância da misericórdia
em sua vida e o papel que
ela teve em seu sacerdócio
e episcopado. Então eu es-
crevi para ele, propus um
diálogo sobre isso. No co-
meço não me disse nem
que sim nem que não, que-
ria entender do que se tra-
tava e ver o resultado. Fi-
nalmente conversamos e
devo dizer que ele gostou.
Quanto tempo durou a
entrevista?
Não muito, somente uma
tarde, duas ou três horas.
Foi em Santa Marta. Ao
retornar de viagem do
Equador, Bolívia e Para-
guai, em julho passado.
Embora tenha havido muito
trabalho após a troca de
textos via e-mail e algumas
ligações para ajustes e al-
gumas correções.
O que mais te causou im-
pacto neste encontro?
Duas coisas. A primeira é a
delicadeza, a ternura, com a
qual o Papa fala das pesso-
as, das situações. Por
exemplo, quando conta da
mãe de família que se pros-
tituía, a qual uma vez lhe
disse “obrigada” porque
sempre a havia chamado de
“senhora”.
A segunda é que das suas
respostas emerge o rosto de
um Deus que faz de tudo
para sair ao encontro; uma
mensagem muito linda, vi-
brante, positiva.
Você acredita que o Papa
conseguirá transmitir a
sua mensagem de miseri-
córdia e sua visão da Igre-
ja que não condena, mas
que cura feridas? Porque,
apesar de sua popularida-
de, enfrenta uma forte re-
sistência interna...
Eu acho que é muito neces-
sária esta mensagem de
misericórdia, que precisa-
mos de uma Igreja que seja
próxima, quem saiba abra-
çar. O Papa conseguirá
transmitir sua mensagem de
misericórdia se padres e
bispos e os próprios cristãos
começarem a levar a sério
as palavras dele e a colocá-
las em prática. Porque as
resistências, na cúria e na
Igreja, todos os papas dos
últimos 70 anos as tiveram,
pois isso não é uma novida-
de.
Mas nos últimos meses
aconteceram coisas que
nunca antes tinha sido
vistas, como a carta que
durante o último sínodo
escrevam 13 cardeais ao
Papa, desafiando sua au-
toridade e quase o acu-
sando de manipulação.
Quando Paulo VI publicou a
encíclica Humanae Vitae
também houve críticas for-
tíssimas. Mas, de fato, no
sínodo houve um momento
de tensão. E me parece que
também existe um movi-
mento organizado que usa
todos os meios, inclusive a
internet, para espalhar dis-
córdia e críticas ao Papa. O
que me surpreende é que
todos os dias encontram
algo para poder criticar. Pa-
ra este movimento o Pa-
pa não faz nada certo, seja
o que quer que diga ou faça.
Surpreendo-me muito, e es-
ta insistência fala às claras
de um preconceito, porque
depois não leva em conta o
que realmente ele disse ou
fez, então encerra-se em
um clichê.
Estas críticas diárias a
Francisco, sobretudo em
blogs que o acusam de
ser populista, ambíguo em
relação à doutrina e de
estar dessacralizando o
papado, elas podem che-
gar a prejudicá-lo?
Quando as críticas não são
sinceras, mas feitas com
base em preconceitos,
quando se tornam sistemá-
ticas, até mesmo ridículas,
por sua insistência e por sua
inconsistência, ao final se
voltam contra aqueles que
as fazem.
Livro afirma que síndrome do pânico
tem cura – sem remédios
Médico sugere que desejo de poder na atualidade está ligado aos crescentes casos de
descontrole
Quarta-feira, 20/jan/2016 – Helena Carnieri –
A síndrome do pânico é um
daqueles eventos psicosso-
máticos que ainda são cer-
cados de forte preconceito.
Quem sofre com ele ouve
que é desequilibrado, não
tem controle de si mesmo,
enfim, que não passa de um
“fricote”. Para o médico An-
tonio Marques, a síndrome
do pânico tem cura, e esse é
o título do livro que lança
pela editora Barany.
De acordo com Marques, o
transtorno surge basicamen-
te pelo desejo de poder mais,
de dominar a natureza e os
semelhantes. Localiza-se no
inconsciente da pessoa, sen-
do que a ansiedade é a pri-
meira a surgir, no nível da
consciência, seguida pela
depressão subconsciente.
LIVRO
Síndrome do Pânico tem
Cura
Antonio Marques. Ed. Ba-
rany. 96pp., R$30. 2015.
Apesar de trazer sugestões
que assustam – como trata-
mento com picada de abe-
lhas e explicações centradas
na antroposofia, que inclu-
em movimentações da alma
em relação ao corpo –, a ba-
se da teoria parece pertinen-
te aos dias de hoje. Trata-se
de valorizar a percepção do
corpo mais do que buscar o
conforto passageiro de re-
médios. Que, claro, são ne-
cessários, mas nem sempre
resolvem o problema.
Conheça medidas que podem
salvar a vida de um bebê
Para trazer algumas orientações a fim de evitar tragédias num caso de asfixia, con-
versamos com a socorrista e fisioterapeuta ergonomista Thaise Novaes Glaser, que
trabalha como instrutora de primeiros socorros e suporte básico de vida
Quarta-feira, 23/dez/2015 – Renata Squissardi Rosa –
A asfixia é a primeira causa
de morte, entre os acidentes,
de crianças de até um ano
no Brasil. Causada pela in-
suficiência de oxigenação no
organismo, ela pode ser con-
sequência de vários fatores,
sendo o principal deles a
obstrução mecânica de vias
aéreas (quando o bebê se
engasga com líquidos, ali-
mentos ou pequenos obje-
tos).
Para trazer algumas orienta-
ções a fim de evitar tragé-
dias num caso de asfixia,
conversamos com a socorris-
ta e fisioterapeuta ergono-
mista Thaise Novaes Glaser,
que trabalha como instruto-
ra de primeiros socorros e
suporte básico de vida.
“Quando os pais estão pre-
parados e sabem como agir,
um atendimento imediato e
correto pode favorecer em
até 80% a sobrevida do be-
bê”, afirma Thaise.
Por que o engasgo
acontece?
O engasgamento consiste no
bloqueio (completo ou par-
cial) de vias aéreas e em
qualquer falha na comunica-
ção de elevação ou abaixa-
mento da epiglote, que serve
como uma “porta” que se
movimenta para permitir a
passagem de ar para os pul-
mões ou de alimentos para o
esôfago. Outra forma de en-
gasgamento é por refluxo do
leite, comum também para
os bebês que não arrotam
após mamar.
Como evitar?
A melhor forma de evitar o
engasgamento com alimen-
tos ou objetos pequenos é a
prevenção. Cortar bem os
alimentos para reduzir seu
tamanho e não deixar obje-
tos pequenos ao alcance dos
bebês. Quanto ao engasga-
mento por leite, o ideal é
colocar o bebê na posição de
arrotar após a mamada, dei-
xando-o de 5 a 10 minutos
nesta posição ou até que o ar
saia pela boca do bebê.
Como agir?
A insuficiência de oxigena-
ção pode ter consequências
graves, como a parada respi-
ratória que pode evoluir pa-
ra uma parada cardíaca. A
cada minuto em parada,
uma pessoa pode perder até
10% da sua capacidade vital.
O cérebro também sofre
com a falta de oxigenação e,
quanto mais tempo exposto
a esse fator, mais chances de
apresentar danos cerebrais.
Diante disso, a aplicação de
manobras de desobstrução
realizadas de forma imediata
e eficaz pode fazer toda a
diferença para a vida do be-
bê. É importante lembrar
que as manobras de desobs-
trução iniciadas pelos pais
são fundamentais, mas não
substituem o atendimento
médico especializado.
Após identificar o
engasgamento, inicie a
manobra de desobstru-
ção para bebês:
 Bigstock.
Coloque o bebê de bruços
em cima do seu antebraço
[como na foto no topo
desta reportagem], com a
cabeça mais baixa que o
corpo, usando sua mão
para sustentar a cabeça
do bebê (use sua coxa
como apoio).
 Dê 5 batidas com o “cal-
canhar da mão” na região
entre as escápulas.
 Vire o bebê de frente para
você (mantendo a cabeça
mais baixa que o corpo) e
com dois dedos faça 5
compressões no “osso do
peito” ou região entre os
mamilos.
 Este ciclo deve ser repeti-
do até que o objeto ou
alimento seja expelido e o
bebê volte a respirar ou
até que chegue o serviço
médico especializado.
Nesses casos o maior
inimigo é o tempo.
O momento de pedir
ajuda
Além de chamar ajuda espe-
cializada imediatamente,
manter a calma – por mais
assustadora que seja a situa-
ção – é fundamental. Os pais
precisam estar calmos e cen-
trados, para identificar os
sintomas e executar as ma-
nobras de desobstrução de
forma adequada e eficaz.
“Quando os pais estão
preparados e sabem
como agir, um atendi-
mento imediato e cor-
reto pode favorecer em
até 80% a sobrevida do
bebê.”
Assim que o bebê apresentar
sinais de engasgamento (di-
ficuldade para respirar, cho-
ro fraco, tosse fraca, colora-
ção da pele vermelha que
pode mudar e ficar roxa), os
pais devem pedir ajuda ime-
diatamente no 192 (Serviço
de Atendimento Móvel de
Urgência – Samu). Enquan-
to o serviço especializado
está a caminho da ocorrên-
cia, os pais podem e devem
iniciar as manobras de de-
sobstrução. Conforme a gra-
vidade do quadro, o bebê
pode precisar de um suporte
avançado e por isso é tão
importante que o serviço
especializado seja chamado.
Prevenção
Primeiro conheça a impor-
tância desse tipo de urgên-
cia. “Se formos perguntar
para um grupo de pais e
mães se seus filhos já deram
„sustos‟ devido a engasga-
mento com leite, alimentos
ou brinquedos, praticamente
100% vão responder que
sim. Portanto, além de ado-
tar meios de prevenção, os
pais e os responsáveis de-
vem buscar orientação pro-
fissional através de palestras
e treinamentos especializa-
dos em primeiros socorros
para atender crianças e be-
bês.”
Busque orientação
“A busca em livros e internet
favorece este tipo de acesso
e orientação. Mas é impor-
tante tomar cuidado quanto
à fonte e data dos textos. A
área da saúde tem eventuais
variações de diretrizes e pro-
tocolos, que precisam ser
constantemente atualizados,
interpretados e aplicados da
maneira correta. ”
Mais informações: contato
pelo e-mail conta-
to.sbvtraining@gmail.com p
ara saber sobre palestras de
primeiros socorros específi-
cas para atender gestantes,
mães e pais de Curitiba e
Região Metropolitana.
A cena da cura do homem com a mão paralisada parece quase o co-
mentário vivo e eficaz disso que lemos no Evangelho da liturgia de on-
tem: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”.
A rígida observância do repouso sabático por parte do judaísmo, mesmo
querendo exaltar o primado do culto a Deus, podia transformar-se em
uma capa de chumbo que estrangulava, em vez de ajudar, o respeito à
fé e à caridade. Por isto, Jesus nos indica uma religiosidade não funda-
mentalista, mas vital e generosa para com o próximo e o seu “desdém” e
a sua “tristeza” podem, por isso, golpear também a mesquinharia de cer-
tos cristãos.
Evangelho do dia
Mc 3, 1-6

More Related Content

What's hot

Lição 13 o cultivo das relações interpessoais
Lição 13 o cultivo das relações interpessoaisLição 13 o cultivo das relações interpessoais
Lição 13 o cultivo das relações interpessoaisRODRIGO FERREIRA
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...ParoquiaDeSaoPedro
 
A família católica, 13 edição, junho 2014
A família católica, 13 edição, junho 2014A família católica, 13 edição, junho 2014
A família católica, 13 edição, junho 2014Thiago Guerino
 
Ir sol setembro e outubro - 2014
Ir sol   setembro e outubro - 2014Ir sol   setembro e outubro - 2014
Ir sol setembro e outubro - 2014Mauro Moraes
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...ParoquiaDeSaoPedro
 
A família católica, 25 edição. junho 2015
A família católica, 25 edição. junho 2015A família católica, 25 edição. junho 2015
A família católica, 25 edição. junho 2015A Família Católica
 
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora AparecidaEspiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora AparecidaMarcelo Monti Bica
 
Terço Mensagem de Fátima
Terço Mensagem de FátimaTerço Mensagem de Fátima
Terço Mensagem de FátimaJMVSobreiro
 
O Exemplo de Joana de Cusa
O Exemplo de Joana de CusaO Exemplo de Joana de Cusa
O Exemplo de Joana de CusaHelio Cruz
 
Novena aos pastorinhos guiao dos misterios
Novena aos pastorinhos guiao dos misteriosNovena aos pastorinhos guiao dos misterios
Novena aos pastorinhos guiao dos misteriosJMVSobreiro
 

What's hot (20)

Jornal outubro
Jornal outubroJornal outubro
Jornal outubro
 
Lição 13 o cultivo das relações interpessoais
Lição 13 o cultivo das relações interpessoaisLição 13 o cultivo das relações interpessoais
Lição 13 o cultivo das relações interpessoais
 
Espiral 62
Espiral 62Espiral 62
Espiral 62
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
 
Espiral 63
Espiral 63Espiral 63
Espiral 63
 
A família católica, 13 edição, junho 2014
A família católica, 13 edição, junho 2014A família católica, 13 edição, junho 2014
A família católica, 13 edição, junho 2014
 
Ir sol setembro e outubro - 2014
Ir sol   setembro e outubro - 2014Ir sol   setembro e outubro - 2014
Ir sol setembro e outubro - 2014
 
Jornal agosto
Jornal agostoJornal agosto
Jornal agosto
 
Revista dezembro-2018
Revista dezembro-2018Revista dezembro-2018
Revista dezembro-2018
 
Espiral 59
Espiral 59Espiral 59
Espiral 59
 
Espiral 13 14
Espiral 13 14Espiral 13 14
Espiral 13 14
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Junho ...
 
A família católica, 25 edição. junho 2015
A família católica, 25 edição. junho 2015A família católica, 25 edição. junho 2015
A família católica, 25 edição. junho 2015
 
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora AparecidaEspiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
Espiritualidade das irmãs franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
 
Espiral 58
Espiral 58Espiral 58
Espiral 58
 
Espiral 49
Espiral 49Espiral 49
Espiral 49
 
Terço Mensagem de Fátima
Terço Mensagem de FátimaTerço Mensagem de Fátima
Terço Mensagem de Fátima
 
O Exemplo de Joana de Cusa
O Exemplo de Joana de CusaO Exemplo de Joana de Cusa
O Exemplo de Joana de Cusa
 
Novena aos pastorinhos guiao dos misterios
Novena aos pastorinhos guiao dos misteriosNovena aos pastorinhos guiao dos misterios
Novena aos pastorinhos guiao dos misterios
 
Jornal junho
Jornal junhoJornal junho
Jornal junho
 

Similar to 1675

Amos r binney-compendio_de_teologia (4)
Amos r binney-compendio_de_teologia (4)Amos r binney-compendio_de_teologia (4)
Amos r binney-compendio_de_teologia (4)Luiza Dayana
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)Amos r binney-compendio_de_teologia (5)
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)Luiza Dayana
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)Amos r binney-compendio_de_teologia (1)
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)Luiza Dayana
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)Amos r binney-compendio_de_teologia (2)
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)Luiza Dayana
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)Amos r binney-compendio_de_teologia (3)
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)Luiza Dayana
 
Amos r binney-compendio_de_teologia
Amos r binney-compendio_de_teologiaAmos r binney-compendio_de_teologia
Amos r binney-compendio_de_teologiaLuiza Dayana
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...ParoquiaDeSaoPedro
 
Jornal dezembro 2015 janeiro 2016
Jornal dezembro 2015    janeiro 2016Jornal dezembro 2015    janeiro 2016
Jornal dezembro 2015 janeiro 2016saojosepascom
 
Irmão sol especial
Irmão sol especialIrmão sol especial
Irmão sol especialMauro Moraes
 
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014Pascom Paroquia Nssc
 
Domingo da Palavra de Deus 2021
Domingo da Palavra de Deus 2021Domingo da Palavra de Deus 2021
Domingo da Palavra de Deus 2021Jc Bento
 

Similar to 1675 (20)

Jornal setembro (3)
Jornal setembro (3)Jornal setembro (3)
Jornal setembro (3)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (4)
Amos r binney-compendio_de_teologia (4)Amos r binney-compendio_de_teologia (4)
Amos r binney-compendio_de_teologia (4)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)Amos r binney-compendio_de_teologia (5)
Amos r binney-compendio_de_teologia (5)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)Amos r binney-compendio_de_teologia (1)
Amos r binney-compendio_de_teologia (1)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)Amos r binney-compendio_de_teologia (2)
Amos r binney-compendio_de_teologia (2)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)Amos r binney-compendio_de_teologia (3)
Amos r binney-compendio_de_teologia (3)
 
Amos r binney-compendio_de_teologia
Amos r binney-compendio_de_teologiaAmos r binney-compendio_de_teologia
Amos r binney-compendio_de_teologia
 
Jornal fevereiro
Jornal fevereiroJornal fevereiro
Jornal fevereiro
 
405
405405
405
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Outubr...
 
Jornal dezembro 2015 janeiro 2016
Jornal dezembro 2015    janeiro 2016Jornal dezembro 2015    janeiro 2016
Jornal dezembro 2015 janeiro 2016
 
424
424424
424
 
Revista OCDS SEPT-OCT 2015
Revista OCDS SEPT-OCT  2015Revista OCDS SEPT-OCT  2015
Revista OCDS SEPT-OCT 2015
 
Santa Catarina de Sena
Santa Catarina de SenaSanta Catarina de Sena
Santa Catarina de Sena
 
Edição n. 55 do CH Noticias - Janeiro/2020
Edição n. 55 do CH Noticias - Janeiro/2020Edição n. 55 do CH Noticias - Janeiro/2020
Edição n. 55 do CH Noticias - Janeiro/2020
 
Irmão sol especial
Irmão sol especialIrmão sol especial
Irmão sol especial
 
1º ANO DE EUCARISTIA
1º ANO DE EUCARISTIA1º ANO DE EUCARISTIA
1º ANO DE EUCARISTIA
 
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014
Jornal Novos Horizontes - Fevereiro 2014
 
Domingo da Palavra de Deus 2021
Domingo da Palavra de Deus 2021Domingo da Palavra de Deus 2021
Domingo da Palavra de Deus 2021
 
Espiral 64
Espiral 64Espiral 64
Espiral 64
 

Recently uploaded

Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024
Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024
Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024mikaelfoxdevs
 
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024mikaelfoxdevs
 
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdfRenandantas16
 
material sobre poesia de Hilda Hilst, poeta
material sobre poesia de Hilda Hilst, poetamaterial sobre poesia de Hilda Hilst, poeta
material sobre poesia de Hilda Hilst, poetaBeth282646
 
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkkl
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkklIdentidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkkl
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkklWellington Sousa
 
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questõesProva da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questõesBeth282646
 

Recently uploaded (6)

Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024
Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024
Catálogo Feminino Four Jeans de 03 04 2024
 
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024
Catálogo Bones de Four Jeans de 24 03 2024
 
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf
019348000101011 (27)vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv.pdf
 
material sobre poesia de Hilda Hilst, poeta
material sobre poesia de Hilda Hilst, poetamaterial sobre poesia de Hilda Hilst, poeta
material sobre poesia de Hilda Hilst, poeta
 
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkkl
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkklIdentidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkkl
Identidade e Gênero A(1).pptkkkkkkkkkkkl
 
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questõesProva da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
 

1675

  • 1. Entrevista: Andrea Tornielli em um en- contro comovente com o Papa Francisco Em entrevista concedida a Zenit, o escritor comenta que a humildade e o exemplo de Francisco deveria tocar a todos Terça-feira, 19/jan/2016 – Deborah Castellano Lubov – Estamos prestes a chegar bem perto do coração do Papa. Andrea Tornielli diz que este é o seu desejo com o livro-entrevista com o San- to Padre, “O Nome de Deus é a misericórdia”, que foi lançado em 86 países na última terça-feira. O jornalista italiano, que conhece o Papa Francisco há algum tempo, foi entrevista- do por ZENIT após o lança- mento do livro, na Augusti- nianum, Vaticano. O evento de lançamento foi aberto com as palavras do Secretá- rio de Estado, Cardeal Pietro Parolin; do diretor da Livra- ria Vaticana (LEV), padre Giuseppe Costa; e com o internacionalmente conhe- cido, amado vencedor do Oscar, o ator italiano Rober- to Benigni, sempre lembra- do por seus pulos em cima das cadeiras quando ganhou o Oscar por “A Vida é Bela”. A apresentação foi modera- da pelo Diretor de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi. Durante sua conversa com Zenit, Tornielli comparti- lhou alguns detalhes do tempo que passou com o Santo Padre e o que apren- deu com o Pontífice. Ele também refletiu sobre o que devemos extrair de seu tra- balho e aplicar em nossas próprias vidas. 20/JAN/2016 Edição 1675
  • 2. O que importa, explicou o Vaticanista, é como Francis- co está abrindo portas, como ele tem o poder de tocar a vida de cada pessoa, pesso- almente, e nos convida a fazer o que o Evangelho nos convida a fazer. Além de falar sobre o que foi mais marcante no seu en- contro com o Papa, Tornielli explica o que ele acredita ser o grande fruto deste livro no que diz respeito à misericór- dia. Ele também comenta porque questões controver- sas deveriam ou não apare- cer no texto e reafirma que as palavras de Francisco so- bre a misericórdia não são diferentes daquelas de seus antecessores. *** ZENIT: Como este livro pode ser útil para quem lê-lo? O que ele comuni- ca? Tornielli: Eu não acho que é um livro necessário. Eu acho que nós precisamos da mensagem da misericórdia. O Papa explica isso muito bem, como dito em sua ho- milia no dia 1 de janeiro so- bre a violência, contraste e conflitos, neste tipo de Ter- ceira Guerra Mundial, em diferentes partes do mundo, nós precisamos de miseri- córdia. Portanto, este livro é um canal da misericórdia. Ele mostra que a misericór- dia é maior do que todas as dificuldades do mundo e isso significa que precisamos desta mensagem. Eu fui to- cado por esta mensagem de perdão, ou mensagem de misericórdia, que é maior do que todas as dificuldades do mundo. Fui tocado porque esta mensagem de perdão, esta mensagem de miseri- córdia não é apenas para uma pessoa, para a família, mas também para a socie- dade, para as nações, para a relação entre os estados e, por isso, pode ter conse- quências políticas. É algo que, por exemplo, para as pessoas que estão presas, que precisam de perdão, é sem igual…. Não há justiça sem perdão. ZENIT: A mensagem de misericórdia do Papa Francisco dá continui- dade à de seus anteces- sores? Tornielli: Absolutamente, porque antes de tudo, come- çou no século passado. O Papa João Paulo II nos dei- xou a mensagem de Santa Maria Faustina e a mensa- gem da misericórdia. Tam- bém o Papa Bento XVI falou sobre a misericórdia. Abso- lutamente, está em conti- nuidade com seus anteces- sores. E claro, na minha opinião, cada Papa destaca alguma coisa. É a tradição da Igreja. Mas Francisco não está des- tacando algo que está fora ou é diferente da mensagem cristã, mas que está dentro e é essencial. É interessante como muitas vezes neste livro ele cita os Padres da Igreja dos primeiros séculos. Não é uma novidade. Não é uma invenção do Papa Fran- cisco ou dos papas do século passado, mas cada papa em cada nova situação destaca- ria uma mensagem específi- ca da fé cristã. ZENIT: Apesar de al- guns dizerem que não há ‘novidades’ a respeito de questões controver- sas, porque o Papa não tocou a doutrina, como resulta pastoralmente? Tornielli: Eu só menciono uma coisa sobre a doutrina da Igreja, mas não há per- guntas ou respostas sobre questões controversas, por- que eu quero que este livro represente uma porta aberta e a possibilidade de um en- contro com o coração do Papa sobre a misericórdia. Por essa razão não há ques- tões controversas, incluindo a questão dos divorciados recasados. ZENIT: Para você, como foi a experiência de sen- tar-se com o Papa Fran- cisco? Passar este tempo com ele? Tornielli: Foi ótimo e eu fiquei muito tocado por seu testemunho pessoal. Sua capacidade de testemunhar a face de um Deus que está tentando todas as possibili- dades para chegar perto do povo, para dar o dom do perdão, e esta é a mensagem mais importante do livro, eu acho. Falando sobre suas experiências, sua vida pes- soal, ficou claro para mim como ele testemunha esta atitude. ZENIT: Tem algo que o Papa Francisco disse que fez você refletir so- bre sua própria vida? Tornielli: Cada página des- te livro me tocou. Por exem- plo, ele é um homem humil- de e explicou muito bem a necessidade de ser humilde,
  • 3. porque a diferença entre o pecador e o corrupto não é a qualidade dos pecados, não é a quantidade, mas é a ati- tude da pessoa, porque o pecador é humilde e precisa de perdão. Os corruptos, não. ZENIT: Como pai, você tem algum conselho pa- ra os pais ou sobre a vi- da familiar? Tornielli: Um conselho pessoal, eu diria que perce- ber a necessidade deste tipo de atenção com relação a vida das pessoas próximas a você, como indica o Santo Padre. Isto foi comovente. Quando começamos a falar, estava quente, mês de julho. Ele me disse para tirar o terno, porque estava muito quente, depois disso, ele viu que eu tinha três gravadores diferentes, mas não tinha folhas de papel para tomar notas. Então, ele me deu uma folha de papel. “Você não tem nenhum papel para tomar notas”. São coisas simples, mas é sobre a ne- cessidade de realmente dar atenção para a pessoa que está diante de você. ZENIT: Por último, o que você espera com es- te livro? Tornielli: Eu espero que este livro leve a uma melhor compreensão do coração do Papa. Com este livro, o Papa está tentando falar do fundo de seu coração ao coração das pessoas, crentes e não crentes. ZENIT: Existe alguma coisa particular sobre a misericórdia que você gostaria de destacar? Tornielli: Eu fiquei muito tocado pelo fato de que ele se identifica como pecador, mas como um pecador que recebeu o perdão. E isso é importante porque sem a experiência de reconhecer- nos pecadores e perdoados, não é possível dar o perdão e a misericórdia como o Evan- gelho nos diz Por que Nossa Senhora é a mãe das famílias? Terça-feira, 19/jan/2016 – Dom Vital Corbellini – A Igreja dá a Maria o título de Mãe de Deus por ter ge- rado na carne o Filho de Deus. Deus é Criador de modo que nele não possui uma mãe, nele não há início e nem fim; é infinito, mas pelo fato de que Jesus Cris- to, Filho de Deus nasceu no ventre de Maria, vem lhe dado a Ela(Maria), o título de mãe de Deus, por causa da encarnação do Verbo. Esta festa sempre é celebra- da no primeiro dia do ano. A homenagem possui referên- cias com a Igreja dos primei- ros séculos, porque percebeu em Maria uma mulher dife- rente, a qual viveu a graça de Deus. Maria diz sim ao pla- no de Deus à salvação da humanidade. Dessa forma vem exaltada como uma mu- lher que recebeu o Salvador, o Redentor. Alguns padres da Igreja, os primeiros escri- tores cristãos tiveram em mente o mistério da encar- nação do Verbo como graça concedida à Mãe do Filho de Deus em vista do bem de toda a humanidade. 1. Maria, templo puro do Criador Rábula de Edessa (Hinos litúrgicos, 1-5), Bispo na Sí- ria, do século V, formulou louvores a Maria, como Mãe do Criador, Mãe de Deus. Ele afirmou que Maria é to- da santa, e tem um esplên- dido tesouro de todo o mun- do; é luz irradiante, cujo
  • 4. significado é salve. Ela é saudada pelo anjo, como predileta por Aquele que ti- rou os pecados do mundo e redimiu a todas as pessoas. 2. Qual é louvor dado? Rábula levantou uma per- gunta: Como vos louvare- mos, ó humilde pessoa, tu que concedes a todos os fiéis ajuda e força? As pessoas olham para Maria e esperam de ti, a salvação, vinda do Salvador. Nós fiéis vos lou- vamos como trono angelical e como explicação do amor de Deus no tempo. 3. Ajuda os pobres Ela é invocada sobre todos os pobres. Maria olha para os filhos e as filhas da terra, como pessoas que se apro- ximam do fim da sua exis- tência. Desta forma é preciso a superação do pecado para não cair na perdição. Inter- ceda por nós, pecadores e pecadoras, junto ao vosso Filho Jesus Cristo, a fim de que não caiamos na maldade e volta-nos ó bendita, en- quanto tomas o teu Unigêni- to, o Filho de Deus nascido de ti, para que tenha pieda- de de nós pela tua santa ora- ção. Maria é vista como nave que leva os seres humanos à no- va vida. Ela é fortificação santa na qual desceu o rei dos reis para habitar nela e no mundo, Jesus Cristo. Oferece-nos o teu Unigênito, o Filho nascido de vós, e ou- ças todas as súplicas de vos- sos filhos. 4. Intercessora junto a Jesus Cristo Maria é percebida como san- ta e intercessora junto ao Unigênito, pelos pecadores que nela buscam refúgio. O fato é que todos os flagelos da qual a geração precedente foi atingida podem nos atin- gir. Dessa forma nós nos refugiamos em vós, Ó Maria, para poder gritar ao teu Fi- lho dizendo-lhe: Tu que pu- nes os corações soberbos, ó Cristo, saras com a tua mise- ricórdia e adquira-nos com a tua graça e tenha misericór- dia de nós. 5. Oração à Maria João Damasceno (Homilia sobre a morte de Maria 3,5), presbítero sírio, séculos VII e VIII tinha presente o pedi- do dos seres humanos a Je- sus por intercessão de Ma- ria, da salvação, da liberta- ção dos vícios da alma, de sarar os males do corpo, pa- ra ter uma vida tranquila e de ter uma vida à luz do Es- pírito Santo. O presbítero João pede para que Maria nos dê a graça do fervor do amor para com o seu Filho e fazer com que a nossa vida resulte a Ele agradável. Con- cede-nos a graça de após esta vida, participarmos da bem-aventurança da vida eterna. Dessa forma, vendo resplandecer nela a glória do seu Filho, possamos cantar hinos sagrados na alegria eterna, junto com aqueles e aquelas que celebram dig- namente as solenidades do Espírito, em honra Daquele que por meio seu, operou a
  • 5. nossa salvação, Cristo, Filho de Deus e nosso Deus, na qual seja dada glória e poder junto com o Pai e o Espírito vivificador. 6. Maria carrega Deus Santo Efrém, diácono sírio, do século IV, afirmou que Maria é para nós um céu, porque carrega Deus. A di- vindade altíssima de fato se abaixou e nela tomou habi- tação; nela se fez pequena para fazer-nos grandes. Em Maria, os ditos dos profetas e dos justos cumpriram-se. Dela surgiu para nós a luz, Jesus Cristo a fim de elimi- nar as trevas do pecado e da morte. 7. A terra foi renovada Quando Maria disse sim ao plano do Altíssimo, Deus entrou na humanidade. Para Santo Efrém este dia foi de renovação, de bênçãos em relação a Adão e à Eva por- que com o seu pecado leva- ram à morte o mundo, mas o Senhor do mundo deu-nos em Maria uma vida nova. Se o maligno, por obra da ser- pente, derramou o veneno no ouvido de Eva; o Benigno se abaixou na sua misericór- dia e através do ouvido, en- trou em Maria. Pela mesma porta na qual entrou a mor- te, entrou também a vida que eliminou a morte. Os braços de Maria carregaram aquele que é saudado pelos querubins, o Deus que o universo não pode abraçar, foi abraçado e carregado por Maria. 8. O nascimento de Cris- to em Maria Cirilo de Alexandria, bispo do século V, tem presente a maravilha do nascimento de Jesus Cristo em Maria. Ele vindo à realidade humana, esteve unido a Deus. O Ver- bo encarnando-se na Bem aventurada Virgem fez do corpo dela, o próprio tem- plo; aquele que nasceu dela era do ponto de vista exteri- or, homem, mas intimamen- te Deus verdadeiro. Ele sen- do Deus na realidade, desti- nou a si, ao momento de revestir-se da humanidade, na plenitude dos tempos, uma maneira de nascer di- versa de qualquer outro. Cristo Jesus é por Maria verdadeiro homem e por Deus, verdadeiro Deus. Conclusão Nós percebemos a eleição de Deus a Maria para estar sem pecado para gerar na carne o Filho de Deus sem o pecado, como dom e como missão. Maria ensina-nos a acolher sempre Jesus. Ela nos mos- tra Deus, porque carrega Deus em seu coração e o mostra a todos nós. Vivamos o espírito de Maria para anunciar Jesus em nosso coração, na família, na co- munidade e na sociedade. Dessa forma o Natal é todo o dia, porque Deus nasce con- tinuamente em nós, assim como nasceu no ventre vir- ginal de Maria. Dom Vital Corbellini Bispo de Marabá (PA) CNBB lança livro “Cartas de São João Paulo II aos sacerdotes” Livro disponibiliza as cartas redigidas por João Paulo II durante seu pontificado Terça-feira, 19/jan/2016 –
  • 6. A Confe- rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o livro Cartas de São João Paulo II aos sacerdotes”. Fruto de cartas redigidas pelo papa São João Paulo II ao mundo inteiro, por ocasi- ão das Quintas-Feiras San- tas de cada ano, o livro reú- ne os pensamentos e o dese- jo do papa de confiar suas convicções aos sacerdotes. “No início do meu novo ministério na Igreja, sinto a profunda necessidade de me dirigir a vós, a to- dos vós sem exceção, sa- cerdotes, quer diocesanos quer religiosos, que sois meus irmãos em virtude do sacramento da Ordem. Penso incessantemente em vós e rezo por vós (...)”, disse o papa em sua primeira carta redigida ao mundo inteiro. A primeira carta do papa foi escrita em 1976. Nela o pontífice manifestava o de- sejo de confiar alguns de seus pensamentos, dada “a iminência da Quinta-Feira Santa, o dia da festa anual do Sacerdócio”. Nos anos posteriores, sem- pre nas Quintas-Feiras San- tas, João Paulo continuou escrevendo novas cartas e, assim, foi até o final de seu pontificado. Sua última car- ta foi escrita em 2005, pou- co antes de seu falecimento e nela, o papa direciona o olhar dos sacerdotes para Maria: “Quem pode melhor do que Maria, fazer-nos sa- borear a grandeza do misté- rio Eucarístico? (...)”. Segundo o arcebispo de Sal- vador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, a leitu- ra dessas cartas deve ser feita com o mesmo amor que foram escritas: “Elas expres- sam a imensa paixão por Jesus Cristo que dominava o coração do Papa São João Paulo II. Colocando os seus ensinamentos em prática, eles ajudarão o nosso povo a se convencer de que, real- mente, Deus é fiel, pois co- mo lhe prometeu, Ele lhe dá sacerdotes segundo o Seu Coração”. Os capítulos do livro estão divididos de acordo com os anos em que as cartas foram escritas. O livro está dispo- nível nas Edições CNBB, ou pelo site. Papa: transmitir a misericórdia de Deus é missão comum aos cristãos Na catequese de hoje, Papa falou da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, enfatizando a partilha do Batismo e a missão de levar a misericórdia de Deus Quarta-feira, 20/jan/2016 – Jéssica Marçal – A catequese do Papa Fran- cisco nesta quarta-feira, 20, foi dedicada à unidade entre os cristãos, tendo em vista que na Itália e em alguns outros países se celebra a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos desde segunda-feira, 18. Sem se
  • 7. distanciar do ciclo de cate- queses sobre misericórdia, Francisco enfatizou que transmitir a misericórdia de Deus aos outros é uma mis- são comum aos cristãos. O Santo Padre explicou que nesta Semana, os cristãos são convidados a redescobrir a graça do Batismo, um dos pontos de unidade, e ir além das divisões. Segundo ele, partilhar o Batismo significa reconhecer que todos são pecadores e precisam de salvação. O Batismo chama os cristãos ao encontro com o Deus vivo, cheio de miseri- córdia, acrescentou. Francisco reconheceu que todos acabam fazendo a ex- periência do egoísmo que leva à divisão, mas partir novamente do Batismo sig- nifica reencontrar a fonte da misericórdia, que é fonte de esperança para todos, pois ninguém está excluído da misericórdia de Deus. “A partilha dessa graça (do Batismo) cria uma ligação indissolúvel entre nós cris- tãos, de forma que no Ba- tismo podemos nos conside- rar todos irmãos, somos po- vo santo de Deus mesmo que por causa de nossos pe- cados não sejamos um povo plenamente unido”. Para os cristãos, acrescentou o Santo Padre, anunciar a força do Evangelho e parti- lhar as obras de misericór- dia, corporais e espirituais, é uma experiência concreta de fraternidade. “Temos uma missão em comum que é aquela de transmitir a mise- ricórdia recebida aos outros, partindo dos mais pobres e abandonados”. Francisco concluiu a audiên- cia pública com os fiéis pe- dindo que, nesta Semana de Oração, eles rezem para que todos os discípulos de Cristo encontrem, juntos, um mo- do de levar a misericórdia do Pai a todos os cantos da ter- ra. De mais de 2 mil aparições marianas registradas, só 16 foram reconhecidas pelo Vaticano. Confira lista Postado em 19/jan/2016 por Carmadélio – É inegável que a devoção à Virgem Maria esteja esten- dida pelo mundo inteiro. Assim o revelam suas inu- meráveis invocações e tam- bém os abundantes teste- munhos sobre sua mediação a favor daqueles que a invo- cam com grande fervor. É tal
  • 8. o impacto que por séculos tem gerado a Mãe de Deus na Fé dos crentes, que inclu- sive recentemente a revista norte-americana National Geographic destacou a figu- ra da Santíssima Virgem Maria como “a mulher mais poderosa do Mundo”. Dentro deste fenômeno ma- riano, o que mais chama a atenção são suas aparições: mais de 2 mil registradas em todo o mundo, segundo o website „The Miracle Hun- ter‟ (www.miraclehunter.co m), que reúne os relatos, histórias, testemunhos e frequência de milagres, en- tre eles as aparições maria- nas, que se registraram ao longo dos séculos, tudo ba- seado nas investigações de Michael O‟Neill. De acordo com o website, a primeira aparição da Virgem da qual se tem dados, é a de Nossa Senhora do Pilar de Zaragoza, na Espanha, que apareceu ao Apóstolo Santi- ago o Maior às margens do rio Ebro no ano 40 depois de Cristo. De acordo com a tra- dição, esta aparição tem um selo particular diante das demais, já que a Mãe de Deus se apresentou em “carne mortal” ao apóstolo padroeiro da Espanha. O certo é que diante des- tes acontecimentos a Igreja Católica sempre foi muito prudente e de todas as aparições mari- anas, o Vaticano somen- te reconheceu 16 e 28 contam com a aprovação dos Bispos locais. Prudência que está muito bem explicada no Catecismo da Igreja Católica, onde se expõem: “Ao longo dos sécu- los houve revelações chama- das „privadas‟, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Estas, no entanto, não per- tencem ao depósito da Fé. Sua função não é a de „me- lhorar‟ ou „completar‟ a Re- velação definitiva de Cristo, mas a de ajudar a vivê-la mais plenamente em uma certa época da história. Gui- ado pelo Magistério da Igre- ja, o sentir dos fiéis (sensus fidelium) sabe discernir e acolher o que nestas revela- ções constitui uma chamada autêntica de Cristo ou de seus Santos à Igreja”. Tal como se expõem no web- site „The Miracle Hunter‟, durante o Concílio de Trento (1545-1563) se estabeleceu que o Bispo local é a primei- ra e principal autoridade para julgar a autenticidade de uma aparição mariana; quer dizer, se reconhece que sua mensagem não é contrá- ria à Fé já a moral, e a Vir- gem Maria pode ser venera- da de uma maneira especial. Aqui a aprovação do Vatica- no não é necessária para assinalar que a aparição é autêntica, mas, depois de uma aprovação episcopal, este pode realizar uma de- claração oficial, ou, após um tempo, efetuar uma visita papal coroando a imagem ou presenteando com uma rosa de ouro. Entre as aparições ma- rianas que contam com reconhecimento da San- ta Sé, se encontram a da Virgem de Guadalupe, no México (fato ocorri- do em 1531); a de Nossa Senhora de Siluva, na Lituânia (1608); a Vir- gem da Medalha Mila- grosa na França (1830); Nossa Senhora de Sión em Roma, Itália (1842); a Virgem de La Salette (1846) e Lourdes (1858) na França; Nossa Se- nhora de Gietzwald na Polônia (1877); a Virgem de Fátima, Portugal (1917), e a Mãe do Mun- do de Kibeho, Rwanda
  • 9. (1981), para mencionar algumas. Sobre Medjugorje, na Bosnia e Herzegovina, a Igreja se mantêm prudente seguindo o parecer dos Bispos da Iu- goslávia (país que se dividiu após as guerras), que em 1991 assinalaram que “não é possível estabelecer que houve aparições ou revela- ções sobrenaturais”. Para este sucesso em 2010 foi constituída a partir do Vati- cano uma comissão interna- cional, sob a autoridade da Congregação da Doutrina da Fé, que tem a cargo deter- minar a sobrenaturalidade ou não do fenômeno. Arcebispo de Nova Iorque: a grande maioria dos americanos não apoia a agenda abortista Terça-feira, 19/jan/2016 – A poucos dias da Grande Marcha pela Vida que acon- tecerá nos Estados Unidos, o Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal Timothy Dolan, afirmou que a maioria da população não apoia a ideo- logia extrema do aborto nem deseja que esta seja financi- ada com dinheiro público, mas coincide com os gran- des objetivos do movimento pró-vida a fim de que prote- jam aos não nascidos. Em um recente artigo, o Cardeal convidou os ameri- canos para participar da Campanha 9 dias pela Vida, como preparação para a Grande Marcha pela Vida que acontecerá no dia 22 de janeiro em Washington D.C., por ocasião dos 43 anos da despenalização do aborto por parte do Tribunal Supremo em 1973. “Esta data não pode ser ce- lebrada, mas nos oferece uma oportunidade para fa- zer um balanço. Para per- guntar-nos até que ponto chegamos quarenta e três anos depois das decisões Rói x Wade e Doe x Bolton do Tribunal Supremo; e para onde devemos ir”, indicou. No texto, o Arcebispo assi- nalou que embora seja apro- vado por muitas elites políti- cas e culturais, o aborto con- tinua sendo “tão polêmico como sempre”. A maioria da população é contra a legalização do abor- to por qualquer razão, como também o seu financiamen- to com “o uso de dinheiro dos contribuintes”, indicou, referindo-se ao escândalo que geraram os vídeos da Planned Parenthood, através dos quais é possível ver seus diretores negociando a ven- da de partes de corpos de bebês abortados.
  • 10. “A grande maioria dos ame- ricanos não estão compro- metidos com esta ideologia extrema. Eles não veem o feto como uma doença ou um tumor”. Entretanto, embora muitos apoiem os objetivos impor- tantes do movimento pró- vida, “não se identificam como „pró-vida‟, um fato que nos leva a analisar a maneira na qual apresentamos nossa visão pró-vida aos outros”, assinalou. Nesse sentido, o Cardeal Dolan exortou: “Deve haver um maior esforço por ser melhores mensageiros” da causa pró-vida, que não é política nem partidária, mas parte da visão moral que marca o grande valor de ca- da ser humano. “Devemos celebrar a liber- dade humana, sempre re- cordando os outros que esta liberdade é a nossa, desta forma podem escolher li- vremente o bem; e que para desfrutar desta liberdade, cada um de nós, em primei- ro lugar devemos permitir viver”. “Especialmente neste Ano da Misericórdia, recordamos com o Papa Francisco que cada vida humana é criada por um Deus cujo amor é infinito, e que esse mesmo amor é fonte da misericórdia e do perdão sem limites para todos”, indicou. Do mesmo modo, assegurou que a Igreja, por meio do ministério de cura do Proje- to Raquel, continuará ofere- cendo “este presente da mi- sericórdia e da reconciliação de Deus a todos aqueles que estiveram envolvidos no aborto”. “Que Deus abençoe nossos esforços por defender a vida humana!”, concluiu o Car- deal Dolan. Você toma decisões por medo ou por amor? A pergunta que não quer calar: você pretende controlar sua vida ou confiar em Deus? Terça-feira, 19/jan/2016 – Padre Carlos Padilla – Às vezes deixo de fazer as coisas por achar que não é a hora certa, ou porque me dá medo de errar na tentativa. Às vezes paro e deixo de lu- tar, de amar, de me entre- gar. Em um ato egoísta, penso em mim, nos meus planos, nos meus desejos. Olho para mim, para as minhas neces- sidades, para o que me falta, para o que me alegra. Tenho receio de que minhas ações não se tornem reali- dade por causa do medo da
  • 11. vida. Me dá medo perder aquilo por que anseio, per- der o que tenho. O medo às vezes nos acorrenta. Em um momento da saga Star Wars, o Mestre Yoda diz a Anakin: “O medo é o caminho para o lado negro. O medo leva a raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento”. O medo que temos pode nos levar à raiva, a lutar para não perder o que amamos. O medo pode nos fechar em nós mesmos e pode acabar provocando aquilo que mais tememos. É verdade, gostaríamos de ser poderosos como Deus, ser como deuses. Poder con- trolar a vida e a morte. Mas somos frágeis. Somos de- pendentes de um Deus que nos ama e nos conduz. Te- mos medo e muitas vezes não somos livres para amar. O medo de perder o que mais ama, a vida da sua es- posa, leva Anakin a evitar sua morte usando qualquer método. Ele quer ter poder para salvar sua vida, para que nunca morra. Na verdade, o coração deseja um amor eterno, uma vida eterna. É assim que Anakin passa para o lado negro, achando que dessa maneira possuiria um conhecimento mais profundo da vida e da morte. O medo o leva à raiva, e a raiva o afasta daquela a quem tanto ama. E então, ao passar para o mal, provoca a morte da sua mulher, que já não quer continuar vivendo. Sempre que penso nesse momento do filme, vejo a força das nossas escolhas. Optar pelo bem ou pelo mal. Querer controlar a vida e a morte ou confiar em um Deus que nos conduz. O que escolhemos nos forma e nos transforma. Nos torna melhores ou piores pessoas. Nossas decisões marcam quem somos e o que pode- mos chegar a ser. Mas o medo muitas vezes decide nossas escolhas. En- tão reflita: como você lida com seus medos ao pensar no futuro? O que você tem mais medo de perder? Você confia em um Deus miseri- cordioso que ama você com loucura e jamais deixará seus passos se perderem?… Um grande testemunho sobre a Eucaristia A linda história de uma menina de apenas 11 anos de idade Segunda-feira, 18/jan/2016 – Prof. Felipe Aquino – Alguns meses antes de sua morte, o Bispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela rede nacional de televisão: “Bispo Sheen, milhares de pessoas em todo o mundo inspiram-se em você. Em quem você se inspirou? Foi por acaso em algum Papa?”. O Bispo Sheen respondeu que sua maior inspiração não foi um Papa, um Carde- al, ou outro Bispo, sequer um sacerdote ou freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade. Explicou que quando os co- munistas apoderaram-se da China, prenderam um sa- cerdote em sua própria rei- toria, próximo à Igreja. O sacerdote observou assusta- do, de sua janela, como os comunistas invadiram o templo e dirigiram-se ao santuário. Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram o cálice e, atirando-
  • 12. o ao chão, espalharam-se as hóstias consagradas. Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exata- mente quantas hóstias havia no cálice: trinta e duas. Quando os comunistas reti- raram-se, talvez não tives- sem percebido, ou não pres- taram atenção, a uma meni- ninha, que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que ocorreu. À noite, a pe- quena regressou e, escapan- do da guarda posta na reito- ria, entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de ora- ção, um ato de amor para reparar o ato de ódio. De- pois de sua hora santa, en- trou no santuário, ajoelhou- se, e inclinando-se para frente, com sua língua rece- beu Jesus na Sagrada Co- munhão. (Naquele tempo não era permitido aos leigos tocar a Eucaristia com suas mãos). A pequena continuou re- gressando a cada noite, fa- zendo sua hora santa e rece- bendo Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima noite, depois de haver consumido a última hóstia, acidental- mente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela, agarrou-a, e golpeou-a até mata-la com a parte posterior de sua ar- ma. Este ato de martírio heroico foi presenciado pelo sacer- dote enquanto, profunda- mente abatido, olhava da janela de seu quarto conver- tido em cela. Quando o Bispo Sheen escu- tou o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus Sacramentado todos os dias, pelo resto de sua vida. Se aquela pequena pô- de dar testemunho com sua vida da real e bela Presença do seu Salvador no Santís- simo Sacramento então, o bispo via-se obrigado ao mesmo. Seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração ardente de Jesus no Santíssimo Sa- cramento. A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o ver- dadeiro amor a Jesus na Eu- caristia deve transcender a própria vida. Uma sugestão… ORAÇÃO PARA ANTES DA COMUNHÃO – (São Tomás de Aquino) Ó DEUS eterno e todo pode- roso, eis que me aproximo do Sacramento de Vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade, pobre e indigente, ao Senhor do Céu e da terra. Imploro pois a abundância de Vossa imensa liberalida- de para que Vos digneis cu- rar minha fraqueza, lavar minhas manchas, iluminar minha cegueira, enriquecer minha pobreza, e vestir mi- nha nudez. Que eu receba o Pão dos An- jos, o Rei dos Reis e o Se- nhor dos Senhores, com o respeito e a humildade, a pureza e a fé, o propósito e a intenção que convém à sal- vação de minha alma. Dai-me receber não só o Sa- cramento do Corpo e do Sangue do Senhor, mas também Seu efeito e sua for- ça. Ó Deus de mansidão, dai-me acolher com tais disposições o corpo que Vosso Filho úni- co, Nosso Senhor JESUS CRISTO, recebeu da Virgem Maria, que eu seja incorpo- rado a Seu corpo místico e contado entre seus mem- bros. Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora o Vos-
  • 13. so Filho sob o véu do sacra- mento, possa na eternidade contemplá-lo face a face. Ele que Convosco vive e reina na unidade do ESPIRITO SAN- TO. Amém. ORAÇÃO PARA DEPOIS DA COMUNHÃO – (São Tomás de Aquino) Eu Vos dou graças, ó Senhor Pai Santo, DEUS eterno e todo poderoso, porque sem mérito algum de minha par- te, mas somente pela con- descendência de Vossa mi- sericórdia, Vos dignastes saciar-me a mim pecador, Vosso indigno servo, com o sagrado Corpo e precioso Sangue de Vosso Filho Nos- so Senhor JESUS CRISTO. E peço que esta santa comu- nhão não me seja motivo de castigo, mas salutar garantia de perdão. Seja para mim armadura da fé, escudo de boa vontade e libertação dos meus vícios. Extinga em mim a concupis- cência e os maus desejos, aumente a caridade e a paci- ência, a humildade e a obe- diência e todas as virtudes. Defenda-me eficazmente contra as ciladas dos inimi- gos, tanto visíveis como in- visíveis. Pacifique inteiramente todas as minhas paixões, unindo- me firmemente a Vós, DEUS uno e verdadeiro, feliz con- sumação de meu destino. E peço que Vos digneis con- duzir-me, a mim pecador, a aquele inefável convívio em que Vós com o Vosso FILHO e o ESPÍRITO SANTO, Sois para os Vossos Santos a luz verdadeira, a plena sacieda- de e a eterna alegria, a ven- tura completa e a felicidade perfeita. Por CRISTO Nosso Senhor. Amém. “É lícita a objeção de consciência sobre as leis contra a imigração”, diz cardeal Kasper Quarta-feira, 20/jan/2016 – O teólogo inspirador do Ju- bileu admoesta: “As leis es- tatais serão observadas, mas não são o último crité- rio do ser cristão. A miseri- córdia vai além. E quem pede para ser acolhido tem o direito de viver num ambi- ente sadio e livre”. O cardeal Walter Kasper é o teólogo da misericórdia. E, em nome da misericórdia, diz: também as leis podem vir em segundo plano, a par- tir daquelas que se referem à imigração. Ao cardeal, au- tor do livro que Bergoglio citou no seu primeiro Ânge- lus como Pontífice, inspira- dor do sínodo sobre a fa- mília e do Ano santo ex- traordinário, foi confiada também a primeira de uma série de catequeses jubila- res organizadas pelo Ponti- fício Conselho para a No- va Evangelização. A entrevista é de Andrea Gualtieri, publicada por La Repubblica, 18-01-2016. A tradução é de Benno Dis- chinger. “A acolhida – afirmou na- quela ocasião Kasper – é uma obra de misericórdia e justiça que vai além das leis estatais”. Uma admoestação que chega junto com a jor- nada consagrada como Ju- bileu dos migrantes: “O Ano Santo da misericór-
  • 14. dia – explica Kasper – re- corda o que ensinam o Anti- go e Novo Testamento: de- vemos acolher como irmãos e irmãs aqueles que che- gam de opressões e perse- guições. E antes ainda de entender se devam ou não ser considerados refugia- dos, devemos recordar que são seres humanos e como tais têm o direito de viver num ambiente sadio e livre. É claro que os imigrantes devem respeitar as regras da sociedade que os acolhe, mas nós devemos ser aber- tos porque isto nos pede a misericórdia cristã”. Eis a entrevista. Eminência, o senhor invo- ca conduta de abertura: como julga as tensões europeias para a suspen- são da livre circulação sancionada pelo tratado de Schengen e o tom ace- so da campanha eleitoral USA sobre os temas da imigração? As leis estatais serão obser- vadas, mas elas não são o último critério do ser cristão. A misericórdia vai além. O Estado não pode comandar a misericórdia. Neste senti- do as leis estabelecem um nível mínimo de regras de convivência, a misericórdia vai além. E somente a mise- ricórdia dá certo calor à nossa sociedade, sem ela e sem compaixão viveremos numa sociedade muito fria. Quer dizer que se pode invocar uma objeção de consciência diante das leis que impõem rejeitar os migrantes? Sim, existe uma questão de consciência. Devemos questionar-nos se um ho- mem que não tem os docu- mentos pode ser reenviado a um País onde é persegui- do. É claro que um Estado tem o direito de requerer os documentos aos migrantes, mas há sempre espaço para a consciência pessoal. O que responde a quem afirma que a acolhida põe em risco a segurança dos Países? Não se pode dizer que to- dos os imigrantes são um risco para a segurança e não se pode esconder que também entre os cidadãos do lugar há perigos poten- ciais. E então é preciso ser prudentes, mas também abertos. Não se pode fixar uma prioridade entre acolhi- da e segurança: há um equi- líbrio que os governos de- vem encontrar. Mas, a segu- rança não pode tornar-se um ídolo. E se deve recor- dar que também é um peri- go não ser acolhedores, não ser misericordiosos. Em nome da segurança, da França partiu um apelo para os hebreus de não endossarem a kippah para evitar expor-se como al- vos. O que pensa a respei- to? Entendo a prudência, mas se deve defender um direito fundamental. Não pode ser proibido mostrar que se per- tence a uma religião: sem- pre se deve reivindicar a li- berdade religiosa, é uma questão de respeito e tole- rância recíproca. Também os cristãos se encontram nestas condições: em mui- tos países islâmicos não podem endossar uma cruz. E por quê? Nós nos deve- mos empenhar a respeitar as tradições dos outros, mas também as nossas de- vem ser tuteladas. Considera que a Europa esteja sofrendo um con- tragolpe no processo de integração? Um tempo a Europa era ho- mogênea, agora devemos aprender a conviver en- tre religiões diversas. Mas, isto pode ser um enriqueci- mento, também se pode aprender dos outros. E nós cristãos, que nos tornamos demasiado tímidos, pode- mos, por exemplo, aprender dos muçulmanos a coragem de professar publicamente a nossa religião: isto é um desafio para nós. A propósito de desafios: o Papa solicitou a cada pa- róquia hospedar pelo me- nos uma família de imi- grantes, mas uma pesqui- sa da revista Espresso denunciou as dificuldades de quem bate nos conven- tos e os dados da Funda- ção Migrantes da Confe- rência Episcopal Italiana - CEI revelam que na Itália – não só paróquias, mas também comunidades, conventos e santuários - hospedam ao todo 27 mil pessoas. Não crê que a resposta tenha sido de- masiado tímida? Entendo que em alguns ca- sos haja problemas organi- zativos, mas as paróquias devem conseguir hospedar pelo menos uma família:
  • 15. uma solução sempre se en- contra. A gente às vezes é um pouco reservada diante de forasteiros, mas eu creio que conhecendo os imigran- tes como pessoas, olhando- os na face, vendo as crian- ças que sofrem, surge a compaixão e o muro desmo- rona. Talvez ainda devamos aprender a verdadeira mise- ricórdia. Há uma regra de ouro: devo sempre pergun- tar-me o que quereria se fosse eu a encontrar-me numa situação de necessi- dade. Esta regra é uma he- rança de toda a humanidade que chega do Evangelho. Nós cristãos devemos estar prontos a testemunhá-la. Segundo um movimento organizado, "o Papa não faz nada certo” Quarta-feira, 20/jan/2016 – Não é coisa de todos os dias escrever um livro-en- trevista com um papa. E agora para Andrea Torni- elli, vaticanista italiano de prestígio de 51 anos de ida- de, pai de três filhos, não pára de tocar o telefone: mídias ao redor do mundo querendo saber como foi isso. A entrevista é de Elisabetta Piqué, publicada por La Nación, 17-01-2016. A tra- dução é de Evlyn Louise Zilch. “O nome de Deus é mise- ricórdia”, seu livro-entre- vista com Francisco sobre um tema central de seu pon- tificado, a misericórdia, saiu à venda esta semana, logo após ser apresentado em Roma com a presença incomum de Roberto Beni- gni, o diretor, ator e come- diante italiano que ganhou a fama com “A vida é bela”. Em um lançamento mundial, o livro foi publicado em 86 países. Diretor do Vatican Insider, site de informação especializada do La Stam- pa e autor de 60 livros, Tor- nielli contou como se geriu o que certamente será um best-seller mundial. Quando questionado sobre as apa- rentes resistências ao ponti- ficado reformista de Fran- cisco, por outro lado, ob- servou a existência de um movimento organizado que o ataca sistematicamente. “O que me surpreende é que todos os dias encon- tram algo para poder criti- car. Para este movimento, o papa não faz nada certo, qualquer coisa que diga ou faça”, disse ele. Eis a entrevista. Como nasceu a ideia do livro? Quando o Papa anunciou que convocaria um Jubileu Extraordinário da Miseri- córdia pensei que seria bom ter uma conversa com ele a sós sobre este assun- to, tornando fazendo-o falar sobre a sua experiência de misericórdia, a razão da im- portância da misericórdia em sua vida e o papel que ela teve em seu sacerdócio e episcopado. Então eu es- crevi para ele, propus um diálogo sobre isso. No co- meço não me disse nem que sim nem que não, que- ria entender do que se tra- tava e ver o resultado. Fi- nalmente conversamos e devo dizer que ele gostou. Quanto tempo durou a entrevista? Não muito, somente uma tarde, duas ou três horas. Foi em Santa Marta. Ao retornar de viagem do Equador, Bolívia e Para- guai, em julho passado. Embora tenha havido muito trabalho após a troca de textos via e-mail e algumas ligações para ajustes e al- gumas correções. O que mais te causou im- pacto neste encontro?
  • 16. Duas coisas. A primeira é a delicadeza, a ternura, com a qual o Papa fala das pesso- as, das situações. Por exemplo, quando conta da mãe de família que se pros- tituía, a qual uma vez lhe disse “obrigada” porque sempre a havia chamado de “senhora”. A segunda é que das suas respostas emerge o rosto de um Deus que faz de tudo para sair ao encontro; uma mensagem muito linda, vi- brante, positiva. Você acredita que o Papa conseguirá transmitir a sua mensagem de miseri- córdia e sua visão da Igre- ja que não condena, mas que cura feridas? Porque, apesar de sua popularida- de, enfrenta uma forte re- sistência interna... Eu acho que é muito neces- sária esta mensagem de misericórdia, que precisa- mos de uma Igreja que seja próxima, quem saiba abra- çar. O Papa conseguirá transmitir sua mensagem de misericórdia se padres e bispos e os próprios cristãos começarem a levar a sério as palavras dele e a colocá- las em prática. Porque as resistências, na cúria e na Igreja, todos os papas dos últimos 70 anos as tiveram, pois isso não é uma novida- de. Mas nos últimos meses aconteceram coisas que nunca antes tinha sido vistas, como a carta que durante o último sínodo escrevam 13 cardeais ao Papa, desafiando sua au- toridade e quase o acu- sando de manipulação. Quando Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae também houve críticas for- tíssimas. Mas, de fato, no sínodo houve um momento de tensão. E me parece que também existe um movi- mento organizado que usa todos os meios, inclusive a internet, para espalhar dis- córdia e críticas ao Papa. O que me surpreende é que todos os dias encontram algo para poder criticar. Pa- ra este movimento o Pa- pa não faz nada certo, seja o que quer que diga ou faça. Surpreendo-me muito, e es- ta insistência fala às claras de um preconceito, porque depois não leva em conta o que realmente ele disse ou fez, então encerra-se em um clichê. Estas críticas diárias a Francisco, sobretudo em blogs que o acusam de ser populista, ambíguo em relação à doutrina e de estar dessacralizando o papado, elas podem che- gar a prejudicá-lo? Quando as críticas não são sinceras, mas feitas com base em preconceitos, quando se tornam sistemá- ticas, até mesmo ridículas, por sua insistência e por sua inconsistência, ao final se voltam contra aqueles que as fazem. Livro afirma que síndrome do pânico tem cura – sem remédios Médico sugere que desejo de poder na atualidade está ligado aos crescentes casos de descontrole Quarta-feira, 20/jan/2016 – Helena Carnieri – A síndrome do pânico é um daqueles eventos psicosso- máticos que ainda são cer- cados de forte preconceito. Quem sofre com ele ouve que é desequilibrado, não tem controle de si mesmo, enfim, que não passa de um “fricote”. Para o médico An- tonio Marques, a síndrome do pânico tem cura, e esse é
  • 17. o título do livro que lança pela editora Barany. De acordo com Marques, o transtorno surge basicamen- te pelo desejo de poder mais, de dominar a natureza e os semelhantes. Localiza-se no inconsciente da pessoa, sen- do que a ansiedade é a pri- meira a surgir, no nível da consciência, seguida pela depressão subconsciente. LIVRO Síndrome do Pânico tem Cura Antonio Marques. Ed. Ba- rany. 96pp., R$30. 2015. Apesar de trazer sugestões que assustam – como trata- mento com picada de abe- lhas e explicações centradas na antroposofia, que inclu- em movimentações da alma em relação ao corpo –, a ba- se da teoria parece pertinen- te aos dias de hoje. Trata-se de valorizar a percepção do corpo mais do que buscar o conforto passageiro de re- médios. Que, claro, são ne- cessários, mas nem sempre resolvem o problema. Conheça medidas que podem salvar a vida de um bebê Para trazer algumas orientações a fim de evitar tragédias num caso de asfixia, con- versamos com a socorrista e fisioterapeuta ergonomista Thaise Novaes Glaser, que trabalha como instrutora de primeiros socorros e suporte básico de vida Quarta-feira, 23/dez/2015 – Renata Squissardi Rosa – A asfixia é a primeira causa de morte, entre os acidentes, de crianças de até um ano no Brasil. Causada pela in- suficiência de oxigenação no organismo, ela pode ser con-
  • 18. sequência de vários fatores, sendo o principal deles a obstrução mecânica de vias aéreas (quando o bebê se engasga com líquidos, ali- mentos ou pequenos obje- tos). Para trazer algumas orienta- ções a fim de evitar tragé- dias num caso de asfixia, conversamos com a socorris- ta e fisioterapeuta ergono- mista Thaise Novaes Glaser, que trabalha como instruto- ra de primeiros socorros e suporte básico de vida. “Quando os pais estão pre- parados e sabem como agir, um atendimento imediato e correto pode favorecer em até 80% a sobrevida do be- bê”, afirma Thaise. Por que o engasgo acontece? O engasgamento consiste no bloqueio (completo ou par- cial) de vias aéreas e em qualquer falha na comunica- ção de elevação ou abaixa- mento da epiglote, que serve como uma “porta” que se movimenta para permitir a passagem de ar para os pul- mões ou de alimentos para o esôfago. Outra forma de en- gasgamento é por refluxo do leite, comum também para os bebês que não arrotam após mamar. Como evitar? A melhor forma de evitar o engasgamento com alimen- tos ou objetos pequenos é a prevenção. Cortar bem os alimentos para reduzir seu tamanho e não deixar obje- tos pequenos ao alcance dos bebês. Quanto ao engasga- mento por leite, o ideal é colocar o bebê na posição de arrotar após a mamada, dei- xando-o de 5 a 10 minutos nesta posição ou até que o ar saia pela boca do bebê. Como agir? A insuficiência de oxigena- ção pode ter consequências graves, como a parada respi- ratória que pode evoluir pa- ra uma parada cardíaca. A cada minuto em parada, uma pessoa pode perder até 10% da sua capacidade vital. O cérebro também sofre com a falta de oxigenação e, quanto mais tempo exposto a esse fator, mais chances de apresentar danos cerebrais. Diante disso, a aplicação de manobras de desobstrução realizadas de forma imediata e eficaz pode fazer toda a diferença para a vida do be- bê. É importante lembrar que as manobras de desobs- trução iniciadas pelos pais são fundamentais, mas não substituem o atendimento médico especializado. Após identificar o engasgamento, inicie a manobra de desobstru- ção para bebês:  Bigstock. Coloque o bebê de bruços em cima do seu antebraço [como na foto no topo desta reportagem], com a cabeça mais baixa que o corpo, usando sua mão para sustentar a cabeça do bebê (use sua coxa como apoio).  Dê 5 batidas com o “cal- canhar da mão” na região entre as escápulas.  Vire o bebê de frente para você (mantendo a cabeça mais baixa que o corpo) e com dois dedos faça 5 compressões no “osso do peito” ou região entre os mamilos.  Este ciclo deve ser repeti- do até que o objeto ou alimento seja expelido e o bebê volte a respirar ou até que chegue o serviço médico especializado. Nesses casos o maior inimigo é o tempo. O momento de pedir ajuda Além de chamar ajuda espe- cializada imediatamente, manter a calma – por mais assustadora que seja a situa- ção – é fundamental. Os pais precisam estar calmos e cen- trados, para identificar os sintomas e executar as ma- nobras de desobstrução de forma adequada e eficaz. “Quando os pais estão preparados e sabem como agir, um atendi- mento imediato e cor- reto pode favorecer em até 80% a sobrevida do bebê.” Assim que o bebê apresentar sinais de engasgamento (di- ficuldade para respirar, cho-
  • 19. ro fraco, tosse fraca, colora- ção da pele vermelha que pode mudar e ficar roxa), os pais devem pedir ajuda ime- diatamente no 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu). Enquan- to o serviço especializado está a caminho da ocorrên- cia, os pais podem e devem iniciar as manobras de de- sobstrução. Conforme a gra- vidade do quadro, o bebê pode precisar de um suporte avançado e por isso é tão importante que o serviço especializado seja chamado. Prevenção Primeiro conheça a impor- tância desse tipo de urgên- cia. “Se formos perguntar para um grupo de pais e mães se seus filhos já deram „sustos‟ devido a engasga- mento com leite, alimentos ou brinquedos, praticamente 100% vão responder que sim. Portanto, além de ado- tar meios de prevenção, os pais e os responsáveis de- vem buscar orientação pro- fissional através de palestras e treinamentos especializa- dos em primeiros socorros para atender crianças e be- bês.” Busque orientação “A busca em livros e internet favorece este tipo de acesso e orientação. Mas é impor- tante tomar cuidado quanto à fonte e data dos textos. A área da saúde tem eventuais variações de diretrizes e pro- tocolos, que precisam ser constantemente atualizados, interpretados e aplicados da maneira correta. ” Mais informações: contato pelo e-mail conta- to.sbvtraining@gmail.com p ara saber sobre palestras de primeiros socorros específi- cas para atender gestantes, mães e pais de Curitiba e Região Metropolitana. A cena da cura do homem com a mão paralisada parece quase o co- mentário vivo e eficaz disso que lemos no Evangelho da liturgia de on- tem: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”. A rígida observância do repouso sabático por parte do judaísmo, mesmo querendo exaltar o primado do culto a Deus, podia transformar-se em uma capa de chumbo que estrangulava, em vez de ajudar, o respeito à fé e à caridade. Por isto, Jesus nos indica uma religiosidade não funda- mentalista, mas vital e generosa para com o próximo e o seu “desdém” e a sua “tristeza” podem, por isso, golpear também a mesquinharia de cer- tos cristãos. Evangelho do dia Mc 3, 1-6