Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 79-80
1.
2. Nas três primeiras linhas (ll. 1-3) há
discurso
a) indireto.
b) direto e indireto.
c) direto livre.
d) indireto livre.
e) direto livre e indireto livre.
3. Disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis, Falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta, E quando será isso, padre, quis
Baltasar saber,
4. Disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis: «falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta». «E quando será isso, padre»,
quis Baltasar saber.
5. — Falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta —
disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis.
— E quando será isso, padre? — quis
Baltasar saber.
discurso direto
discurso indireto
6. O pronome «lhe» (l. 4) tem como
referente
a) ‘a corte’ (4).
b) ‘Baltasar’.
c) ‘Bartolomeu’.
d) ‘curiosidade’ (l. 4).
e) ‘usos’ (4).
8. A anáfora «outro» (l. 14) reporta-se a
a) «Sete-Sóis» (13).
b) «Bartolomeu Lourenço» (15).
c) «trabalho» (14).
d) «o padre» (10).
e) «moço de quinze anos» (18).
9. porém são duas diferentes vidas, a de
Sete-Sóis trabalho e guerra, uma
acabada, outro que terá de recomeçar, a
de […]
10. porém são duas diferentes vidas, a de
Sete-Sóis trabalho e guerra, esta
acabada, aquele que terá de recomeçar,
a de […]
11. Segundo as ll. 9-25, Bartolomeu
a) era aldrabão.
b) tinha qualidades intelectuais
indiscutíveis.
c) prometera muito, mas, na verdade,
falhara.
d) tinha agora quinze anos.
e) era mais velho que Baltasar.
12. O espanto de Baltasar (l. 6) advinha de
Bartolomeu
a) voar.
b) poder ser da Inquisição e, ao mesmo
tempo, conhecer o rei.
c) ter acesso ao rei e, simultaneamente,
conhecer Sebastiana.
d) conhecer Blimunda e o rei.
e) ser da Inquisição.
13. Pode falar com el-rei, espantou-se
Baltasar, e acrescentou, Pode falar a el-
rei e conhecia a mãe de Blimunda, que
foi condenada pela Inquisição, que padre
é este padre
14. Já na p. 298, ficamos a saber que o rei
autorizara Bartolomeu a fazer as suas
experiências
a) numa pedreira.
b) em Aveiro.
c) nos arredores de Lisboa.
d) sob a jurisdição do Santo Ofício.
e) em Mafra.
15. na quinta do duque de Aveiro, a S.
Sebastião da Pedreira
16.
17. No início do texto, o que Bartolomeu
procurara apurar («o teu caso», p. 297,
l. 3) era a possibilidade de Baltasar
a) casar com Blimunda.
b) ter um espigão novo.
c) ter uma pensão.
d) ter uma casa.
e) ter gancho benzido.
18. João Francisco era da família de
a) D. João V.
b) Bartolomeu.
c) D. Maria Ana.
d) Baltasar.
e) Blimunda.
19. Álvaro Diogo era
a) pai de Blimunda.
b) irmão de Bartolomeu.
c) cunhado de Baltasar.
d) irmão de António Diogo.
e) irmão de Baltasar.
20. Bartolomeu Lourenço era
a) músico, padre, inventor.
b) cientista, orador, soldado.
c) inventor, voador, músico.
d) padre, orador, inventor.
e) jornalista, padre, jurista.
21. Depois da guerra, Baltasar
a) esteve poucos dias em Lisboa,
seguindo logo para Mafra.
b) parou em Lisboa apenas para comer e
seguiu para Mafra.
c) fixou-se em Lisboa, nunca mais
saindo da cidade.
d) passou anos em Lisboa, até seguir
para Mafra.
e) dirigiu-se a Coimbra, ao encontro de
Bartolomeu.
22. Baltasar chegou a trabalhar como
a) escriba.
b) camareiro-mor.
c) almeida.
d) empresário.
e) talhante.
23. Aquando da epidemia de febre amarela,
Baltasar e Blimunda
a) instalaram-se em Coimbra.
b) percorriam as ruas de Lisboa.
c) fugiram para Mafra.
d) não saíram de casa.
e) adoeceram.
24. Um dos espetáculos descritos na
primeira metade da obra é
a) uma espécie de wrestling entre anões.
b) uma tourada com touros de morte.
c) um jogo semelhante ao futebol.
d) uma corrida de cavalos.
e) uma corrida de galgos.
25. Quando o conhecemos, Baltasar, depois da
guerra, chegava a Lisboa, vindo
a) do Porto.
b) do Alentejo.
c) de Chaves, triste devido ao mau
resultado do Sporting.
d) de Chaves.
e) da Holanda.
26. A certa altura, o narrador
a) informa que, desde a promessa de edificação
do convento, passaram dois anos até que a
rainha engravidasse.
b) insinua que a rainha já estaria grávida antes
mesmo da promessa feita pelo rei.
c) insinua que a rainha poderia ter dormido com
um franciscano.
d) põe a hipótese de Maria Bárbara ser filha de
Madre Paula.
e) diz-nos que a rainha tivera relações sexuais
com o cunhado.
27. Agora não se vá dizer que, por segredos de
confissão divul-gados, souberam os
arrábidos que a rainha estava grávida
antes mesmo que ela o participasse ao rei.
Agora não se vá dizer que D. Maria Ana,
por ser tão piedosa senhora, concordou
calar-se o tempo bastante para aparecer
com o chamariz da promessa o escolhido e
virtuoso frei António. Agora não se vá dizer
que el-rei contará as luas que decorrerem
desde a noite do voto ao dia em que nascer
o infante, e as achará completas. Não se
diga mais do que ficou dito.
28. Marta Maria é
a) mãe de Bartolomeu.
b) filha de Maria Ana.
c) sogra de Blimunda.
d) a Marta do 12.º 1.ª.
e) pai de Sebastiana.
29. Scarlatti viera para Portugal como
a) padre e orador.
b) mestre da infanta.
c) cozinheiro do rei.
d) arquiteto do convento.
e) cantor castrado.
30. Scarlatti levaria para a quinta onde se
construía a passarola
a) uma rosa.
b) um malmequer.
c) um violino.
d) um cravo.
e) diversas plantas.
34. 1.1 (p. 297):
Nascimento no Brasil;
Viagem para Portugal, ainda jovem;
Proteção de D. João V;
Experiências para construções para voar;
Estudos em Coimbra;
Viagens pela Europa;
Perseguição por Inquisição;
Partida para Espanha.
36. TPC — Lê o texto expositivo «O rosto
e as máscaras da heteronímia» (p. 142).
37.
38. Cerca de metade deste poema é uma
série de declarações da estranheza do
poeta por si mesmo («Não sei quantas
almas tenho»; «Continuamente me
estranho»; «Nunca me vi nem achei»;
«Diverso, móbil e só, não sei sentir-me
onde estou»).
39. Entretanto, os versos «Sou minha
própria paisagem» e «vou lendo / como
páginas meu ser» servem de metáfora
da necessidade que o poeta tem de se
auto-analisar. Também remetem para a
fragmentação do eu, na medida em que
parecem supor uma consciência
exterior ao próprio poeta (que o
pudesse observar de fora).
42. No primeiro momento (as duas
primeiras estrofes), o sujeito poético
reconhece-se como um ser multifacetado,
que continuamente se vai revelando,
resultando daí uma espécie de
desencanto consigo mesmo («Nunca me
vi nem achei»). Este ser excessivo vai
criar uma grande inquietação no sujeito
poético («Quem tem alma não tem calma»,
«Não sei sentir-me onde estou») e, ao
mesmo tempo, uma distanciação,
responsável por uma postura passiva em
relação ao desfile dos outros eus.
43. O segundo momento (última estrofe),
introduzido pelo conector «por isso»,
constitui uma sequência relativamente ao
primeiro, tentativa de conhecimento de si
próprio como se de um livro se tratasse:
«vou lendo / Como páginas, meu ser». O
resultado é, porém, um estranhamento,
acabando por responsabilizar Deus pelo ato
de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de
humildade, o sujeito poético não atribui a si
próprio o mérito do ato de criação. Saliente-
se ainda a atitude de alheamento do poeta,
responsável pelo sentimento de solidão.
44. Os sentimentos que dominam o sujeito
poético são a angústia e a inquietação,
provocados pela incapacidade de controlar
as várias manifestações do seu eu. As
expressões que melhor documentam este
estado de espírito são «Quem tem alma não
tem calma» e «Assisto à minha passagem /
Diverso, móbil e só». O verso que melhor
sintetiza o conteúdo do poema é
«Continuamente me estranho».
45. A nível formal verifica-se uma certa
regularidade estrófica (três oitavas),
métrica (redondilha maior) e rimática
(rima cruzada e emparelhada), a qual nos
pode remeter para a ideia de regulari-
dade de fragmentação do eu poético.
Esta regularidade a nível formal pode
justificar-se ainda por uma necessidade
de busca de unidade.
46.
47. a. Com a introdução do conector «por
isso» (v. 17),
1. o enunciador estabelece um nexo de
causalidade.
48. b. Com a utilização do adjetivo «alheio»
(v. 17),
7. o enunciador contribui com
informação não essencial para a sua
caracterização.
49. c. Com o uso do complexo verbal «vou
lendo» (v. 17),
2. o enunciador confere à ação uma ideia
de continuidade.
50. d. Com o recurso a «como» (v. 18),
4. o enunciador estabelece uma relação
de comparação.
51. e. Com o uso de aspas em «Fui eu?» (v.
23),
5. o enunciador isola uma passagem
discursiva em discurso direto.
55. (Fernando Pessoa / Ana Lains, Paulo Loureiro)
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê.
Quem sente não é quem é.
56. Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce, e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
57. Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo, «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.
58.
59. a.
O poeta observa-se atentamente / e
reconhece a sua multiplicação em
«pessoas diversas».
O poeta não só se observa atentamente /
mas também reconhece a sua
multiplicação em «pessoas diversas».
60. b.
O sujeito poético recorre à repetição
expressiva dos adjetivos «disperso /
dispersas» e «diverso / diversas» / a fim
de que [para que] reforce a ideia de
fragmentação do «eu».
61. c.
A personalidade do eu lírico divide-se em
«pedaços», / que o transformam num ser
«impreciso e diverso», / como o universo
se dispersa por vários elementos.
Assim como o universo se dispersa por
vários elementos, / também a
personalidade do eu lírico se divide em
«pedaços», / que o transformam num ser
«impreciso e diverso».
62. Como o universo se dispersa por vários
elementos, / [assim] a personalidade do
eu lírico se divide em «pedaços», / que o
transformam num ser «impreciso e
diverso».
63.
64.
65.
66.
67. (Mário de Sá-Carneiro / Adriana Calcanhoto)
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
fevereiro de 1914
68.
69.
70. Comente a opinião, a seguir transcrita,
sobre a teoria do fingimento poético em
Pessoa ortónimo, referindo-se a poemas
relevantes para o tema em análise. Escreva
um texto de oitenta a cento e vinte palavras.
«É na poesia ortónima que o Pessoa ‘restante’, o que
não cabe nos heterónimos laboriosamente inventados,
se afirma e ‘normaliza’: é então que ele ‘faz’ de si e os
seus poemas são ‘chaves’ para compreender o seu
extraordinário universo literário.»
António Mega Ferreira, Visão do Século — As Grandes Figuras do Mundo nos
Últimos Cem Anos, Linda-a-Velha, Visão, 1999
71. A criação poética de Pessoa é, como
aponta Mega Ferreira, um «extraordinário
universo literário», composto por uma
diversidade de eus que não passam de
simulações na procura de uma verdadeira
identidade.
«Fingir é conhecer-se» diz o poeta
dos poetas. E, então, na base da criação
de uma nova teoria artística, assume que
«o poeta é um fingidor» («Autopsicogra-
fia»), é aquele que racionaliza «a dor que
deveras sente» para a dar aos outros.
72. «Fingir é conhecer-se» diz o poeta dos poetas. E,
então, na base da criação de uma nova teoria
artística, assume que «o poeta é um fingidor»
(«Autopsicogra-fia»), é aquele que racionaliza «a
dor que deveras sente» para a dar aos outros.
Assim, um poema é um produto intelectual,
cujo processo implica uma distanciação do
real, como o refere Pessoa em «Isto»: «Por
isso escrevo em meio / Do que não está ao
pé, / Livre do meu enleio, / Sério do que
não é. / Sentir? Sinta quem lê!».
73.
74.
75. TPC — Lê o texto expositivo «O
rosto e as máscaras da heteronímia» (p.
142).