3. «Um filme com poucas estrelas é
garantia quase certa de um par de horas
de alheamento deste mundo e de fruição
simples.»
= os filmes com avaliações negativas
propiciam bons momentos (infere-se que
os com muitas estrelas nem por isso)
4. «Muitas das sessões ficam prenhes de
casais apaixonados e pipocas, devido às
(poucas) estrelas que os críticos dão às
películas.»
= os melhores filmes são aqueles de que
os críticos não gostam
5. «Não sabemos se acontecerá o mesmo
com os livros.»
mas vai perceber-se que sim, também
entre os críticos literários e os leitores
normais não há sintonia.
6. É certo que o espaço para a crítica de
livros vem diminuindo, mas esse não é o
maior problema:
«No pouco espaço que ainda persiste
parece haver demasiados redatores […]
incapazes de falar de igual para igual
com o público»
7. Não falam «de igual para igual com
público», porque se perdem «em
diatribes, considerações e referências
[inacessíveis ao leitor comum]».
13. A razão é devido à falta
É devido à falta
A razão é a falta de
14.
15. Ainda antes da análise do livro, há
um parágrafo de introdução (ll. 1-20), em
torno do assunto «Como os escritores
veem a (sua relação com a) literatura».
São referidos exemplos concretos:
16. Da geração anterior Da nova geração
Nos EUA Bret Easton Ellis
Em Portugal Paulo Castilho,
Hélia Correia,
Ana Teresa Pereira
João Tordo
17. Quanto a uma especificidade,
escrever desapaixonadamente, Tordo só
será comparável a alguém da geração
anterior: Gabriela Llansol.
18. Passa-se à análise da escrita de João
Tordo (ll. 21-74)
Em geral —
Livros publicados:
1. O Livro dos Homens sem Luz, 2004
2. O Hotel Memória, 2007
3. As Três Vidas, 2008
4. O Bom Inverno, 2010
20. Sobre O Bom Inverno —
Género: thriller
Categorias narrativas***
narrador*: autodiegético; português, jovem, coxo
* lembra-se-nos ainda que narrador ≠ autor
21. espaço: entre Portugal (Lisboa) e Hungria
(Budapeste), mas sobretudo Itália
(Sabaudia**)
** este local é relevante e funciona
parodicamente
personagens: conhecidas num congresso
em Budapeste
ação («plot»): em bom ritmo
desenlace: cfr. Donna Tartt, A História Secreta
(entre ambas as obras haverá intertextualidade)
22. *** o próprio romance comenta estes
aspetos de narratologia nos rodapés no final
das secções
25. Não me preocupo com a literatura
remete para o sujeito da enunciação
(deítico pessoal)
26. Se queremos fazer o que cá se chama
literatura
remete para o espaço da enunciação
(deítico espacial)
? remete para o sujeito da enunciação
(? deítico pessoal)
27. Mas Tordo é o primeiro da sua geração a
demarcar-se sem complexos da aura do
escritor
29. No dia em que [Tordo] decidiu
escrever o primeiro romance, O Livro dos
Homens sem Luz, [ele] mandou …
30.
31. TPC — Traz indicação (referência
bibliográfica completa, por favor) do livro
que estejas a ler ou vás ler. Entretanto,
porei em Gaveta de Nuvens indicações
sobre o assunto.