Aula ministrada na disciplina Ergonomia e Interação Humano-Computador do curso de graduação em Desenho Industrial - Mídias Digitais da PUC-Rio. Semestre: 2016.1
Arquitetura de Informação: história, definição e seus elementos
1. Aula ministrada na disciplina Ergonomia e Interação Humano-Computador do
curso de Graduação em Desenho Industrial - Mídias Digitais
2. Oi, eu sou a Luciana!
Quem sou eu
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Formação
Graduação (2003-2010)
Desenho Industrial-
Programação Visual
UFRJ
Especialização (2013-2014)
Ergodesign de Interfaces:
Usabilidade e Arquitetura de
Informação
PUC-Rio
Mestrado em Design (2015-hoje)
Ergonomia, Usabilidade e
Interação Humano-Computador
PUC-Rio
Atuação
Jornal O Globo (2006-2012)
Designer de Interface &
Infografista
Elogroup (2012-2015)
Designer de Interface &
Interação
UERJ (2015-hoje)
Designer de Interface &
Interação
3. A Arquitetura da Informação tem sua origem no campo da Ciência da Informação,
o qual estuda a “ação mediadora entre a informação e o conhecimento do indivíduo,
assim como as transformações vindas do aprendizado pessoal em um sentido que passa
do mundo interno para externo do indivíduo”.
Por isso, para entendermos a Arquitetura de Informação precisamos compreender
antes o conceito de dado, informação e conhecimento.
(TEIXEIRA, 2014, p.33)
Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
4. Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
5. Dado:
Elemento, princípio ou
quantidade conhecida
que serve de base à
solução de um
problema. Podem ser
descritos por formações
formais e estruturais.
(MICHAELIS ONLINE, 2016;
TEIXEIRA, 2014, p.36)
Informação:
É o significado que
um ser humano
atribui a dados por
meio de convenções
usadas em suas
representações.
(RABAÇA & BARBOSA,
1995)
Conhecimento:
Mistura fluida de
experiência
estruturada, valores,
informação contextual
e discernimento
especializado que
fornece um parâmetro
para avaliar e
incorporar novas
experiências em
informação.
(TEIXEIRA, 2014, p.37)
Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
6. Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Dado Informação Sabedoria
PRODUTORES CONSUMIDORES CONTEXTO
(local, global, pessoal)
EXPERIÊNCIA
Conhecimento
Estímulo Entendimento
- Pesquisa
- Criação
- Coleta
- Descoberta
- Apresentação
- Organização
- Conversação
- Narrativa
- Integração
- Contemplação
- Avaliação
- Interpretação
- Retrospectiva
Espectro da Compreensão. (SHEDROFF apud WURMAN, 2001, p.27)
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O termo “Arquitetura de
Informação (AI)” ganha
um maior destaque com
Richard Saul Wurman, em
um artigo publicado na
American Institute of
Architecture Journal (AIA).
Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Xerox PARC reúne um grupo
de cientistas da informação e
cientistas naturais para
organizarem uma
“Arquitetura de Informação”
Arquitetura é “a
estrutura conceitual e o
comportamento
funcional que diferencia
a organização do fluxo
de dados e controles,
projetos lógicos e
implementação física”
AI como ferramenta para o
design e criação de sistemas
de informação.
Rosenfeld & Morville
focam no uso da AI
para estruturar e
organizar o conteúdo
de websites
(Baseado no esquema de RONDA LEÓN, 2008)
1970
1964 1975
Anos 80
1998
8. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
1970
1964 1975
Anos 80
1998
(Baseado no esquema de RONDA LEÓN, 2008)
VISÃO INTEGRADAVISÃO DA ANÁLISE
E DESENHO DE
SISTEMAS
VISÃO DO DESENHO DE INFORMAÇÃO
9. Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
Com a explosão da internet, o
volume de conteúdo produzido
em relação ao tempo
aumentou consideravelmente e
mais ainda após o surgimento
e a popularização de
dispositivos móveis
(smartphones e tablets). Somos
expostos a esta quantidade de
dados e informação
constantemente.
Mas será que realmente os
vemos e os compreendemos?
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
10. “The way that information is presented in these different channels has yet to be
fully explored, so you have both opportunity and catastrophe. The opportunity is
that there is so much information; the catastrophe is that 99 percent of it isn’t
meaningful or understandable.”
Informação e conhecimento na era digital:
origem da Arquitetura de Informação
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(WURMAN, 2001, p.9)
15. O que é Arquitetura de Informação?
A Information Architecture Institute (IAI) define Arquitetura de Informação como:
A prática de decidir como arrumar as partes de algo para serem
compreendidas. Ela está nos websites que usamos, nos apps e softwares que
baixamos, nos materiais impressos que encontramos e até mesmo nos lugares
físicos que passamos o tempo.
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
(IAI, 2016)
16. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Arquitetura de Informação também pode ser definida como:
Um novo campo do webdesign que difere do design ou da programação visual
pelo fato de focalizar a estrutura do website, e não sua funcionalidade ou seu
aspecto gráfico.
Seu objetivo é a construção de websites fáceis de usar, que preencham
as necessidades dos clientes e os objetivos dos usuários.
O que é Arquitetura de Informação?
(VAN DIJCK, 2003 apud SANTA ROSA e MORAES, 2012, p.25)
17. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
O que é Arquitetura de Informação?
AGNER (2007 e 2009) e diz que:
A arquitetura de informação tem surgido como uma importante metadisciplina,
preocupada com o projeto, a implementação e a manutenção de espaços
informacionais digitais para o acesso humano, a navegação e o uso.
O seu foco é o projeto de estruturas para fornecer aos usuários que procuram
informação os recursos necessários para transformar suas necessidades
informacionais em ações e atingir os objetivos com sucesso.
(AGNER, 2007, p.66; 2009, p.89)
18. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
O que é Arquitetura de Informação?
Já para ROSENFELD, MORVILLE e ARANGO (2015), resumir Arquitetura de Informação
em uma única definição é impossível devido a sua complexidade. Para os autores, AI é:
1. O design estrutural de ambientes informacionais compartilhados;
2. A combinação de sistemas de organização, rotulagem, busca e
navegação em websites e intranets;
3. A arte e a ciência de adequar em produtos a informação e a experiência
a fim de melhorar a usabilidade e a capacidade de encontrar uma informação;
4. Uma disciplina e comunidade emergente com práticas focadas em trazer
para o meio digital os princípios de design e arquitetura.
(ROSENFELD et al., 2015, p.24)
19. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
O que é Arquitetura de Informação?
CONTEÚDO USUÁRIOS
CONTEXTO
AI
Objetivos de negócio,
financiamentos, política,
cultura, tecnologia,
recursos e limitações
Audiência, tarefas,
necessidades,
comportamento de busca
de informações,
experiências
Tipos de
documentos/dados,
objetos de
conteúdo, volume,
estrutura existente
As três esferas da Arquitetura de Informação. (ROSENFELD et al., 2015, p.32)
20. O que é Arquitetura de Informação?
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Modelo em T de Boersma, mostrando os eixos verticais que compõem o UX Design. (RESMINI E ROSATI, 2011, p.15)
21. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
O que é Arquitetura de Informação?
22. O papel do Arquiteto de Informação
Design:
Projetar soluções que reconciliam as necessidades dos usuários, os objetivos do
negócio e as capacidades da tecnologia.
Gestão:
Gerenciar as equipes multidisciplinares, que projetam e implementam as soluções.
Monitorar e avaliar equipes, definir tarefas do projeto, cronograma, recursos
humanos e financeiros.
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
(AGNER, 2007, p.85)
23. O papel do Arquiteto de Informação
Pesquisa:
Realizar pesquisas com usuários, utilizando técnicas como entrevistas,
questionários, grupos de discussão, estudos etnográficos e testes de usabilidade.
Mediação:
Educar, advogar e traduzir os requisitos do projeto para as audiências internas.
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
(AGNER, 2007, p.85; MORROGH, 2003, apud AGNER, 2007, p.85)
24. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Componentes da Arquitetura de Informação
SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO
SISTEMAS DE ROTULAÇÃO
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO
SISTEMAS DE BUSCA
25. Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
Componentes da Arquitetura de Informação
Determina como é apresentada a organização e a categorização do conteúdo. É
dividido entre estruturas e esquemas.
Estruturas:
São o tipo de relação entre itens e grupos: podem ser taxonomias, bancos de
dados ou redes.
(AGNER, 2009, p.97)
SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO
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TAXONOMIA
29. De baixo para cima (Bottom-Up)
Componentes da Arquitetura de Informação
De cima para baixo (Top-Down)
(GARRETT, 2011, p.90)
- Necessidades dos Usuários
- Objetivos do Site / Negócio
- Conteúdo necessário
- Funcionalidades
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SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO –ABORDAGENS DA ESTRUTURA
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Componentes da Arquitetura de Informação
Esquemas:
São regras para apresentação de itens específicos e podem ser classificados em
ambíguos e exatos.
Esquema Ambíguo:
Baseiam na ambiguidade da
linguagem e na subjetividade.
Podem ser ordenados por:
- Temas
- Tarefas
- Públicos-alvo
- Metáforas
- Esquemas híbridos (mistura dos
demais elementos)
(AGNER, 2009, p.98)
Esquema Exato:
Dividem a informação entre seções
bem definidas e mutuamente
excludentes, tornando óbvia a
localização dos itens. Podem ser:
- Alfabético
- Cronológico
- Geográfico
- Sequencial
SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO
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Componentes da Arquitetura de Informação
Definem signos verbais (terminologia) e visuais para cada elemento informativo e de
suporte à navegação do usuário. São criados considerando-se o conhecimento da
empresa, as convenções do domínio, o espaço disponível e a compreensão pelo
usuário, entre outros fatores.
(AGNER, 2009, p.97 e p.99)
SISTEMAS DE ROTULAÇÃO
43. Componentes da Arquitetura de Informação
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO
Especificam formas de se mover através do espaço informacional. A função da
navegação é mostrar claramente por onde o usuário caminhará na Arquitetura
de Informação.
(AGNER, 2009, p.97; WODTKE, 2009, p.189; ROSENFELD et al., 2015, p.177)
Existem 3 tipos principais de navegação: global, local e contextual.
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48. Componentes da Arquitetura de Informação
SISTEMAS DE BUSCA
Os sistemas de busca são aplicações de software com um modelo no qual os
usuários expressam sua necessidade de informação ao digitar perguntas na
caixa de entrada. Podem utilizar linguagem natural ou operadores booleanos.
Determinam as perguntas que o usuário pode fazer e as respostas que irá obter
no banco de dados.
(WODTKE, 2009, p.104)
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
The end goal is to be three things: fast, easy, and magic (that word again!).
(AGNER, 2009, p.97 e p.102)
56. Bibliografia
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
AGNER, L. Ergodesign e arquitetura de informação: trabalhando com o usuário. Rio de Janeiro:
Quarter, 2006. ISBN: 978-85-7812-0 17-7.
AGNER, L.; MORAES, A. Arquitetura de Informação e Governo Eletrônico: Diálogo Cidadãos-Estado
na World Wide Web – Estudo de Caso e Avaliação Ergonômica de Usabilidade de Interfaces
Humano-Computador. Rio de Janeiro, 2007. 354p. Tese de Doutorado – Departamento de Artes
e Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
GARRETT, J.J. The Elements of User Experience: User-centered design for the web and beyond. 2a
ED. Berkley: New Riders, 2011. 172p. ISBN: 978-0-321-68368-7.
RONDA LEÓN, R. Arquitectura de Información: análisis histórico-conceptual. No Solo Usabilidad
journal, 28 abr. 2009. Disponível em: <http://
www.nosolousabilidad.com/articulos/historia_arquitectura_informacion.htm>
RESMINI,A.; ROSATI, L. Pervasive information architecture : designing cross-channel user
experiences. Morgan Kaufmann, USA, 2011. 250p. ISBN: 978-0-12-382094-5.
57. Bibliografia
Luciana M. S. Nunes PUC-RIO | Ergonomia e Interação Humano-Computador | 2016.1
ROSENFELD, L.; MORVILLE, P.; ARANGO, J. Information Architecture: For the Web and Beyond.
O'Reilly Media, 4th edition, 2015. 400p. ISBN: 978-1491911686.
SANTA-ROSA, J.G.; MORAES, A. Avaliação e projeto no design de interface. - 1a ED. Teresópolis:
2AB, 2012.192p. ISBN: 978-85-86695-46-9.
TEIXEIRA, E.A.S. Design de Interação. Rio de Janeiro, 5W, 2014. ISBN: 978-85-66031-66-9.
WODTKE, C. Information Architecture: Blueprints for the Web. New Riders, 2nd edition, 2009.
318p. ISBN: 978-0321600806.
WURMAN, R.S. Information Anxiety 2. Que; 2nd edition, 2001. 350p. ISBN: 0789724103.