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CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG
Ano III- Vol. I – Nº 1 – jul./dez. 2016- ISSN 2358-4971
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
C122
Cadernos didáticos PET História UFCG *recurso eletrônico+ /
Regina Coelli Gomes Nascimento (organizadora). ─ Campina
Grande: EDUFCG, 2016-.
v. : il. color.
Modo de Acesso: http://modulosdidaticos.blogspot.com.br
ISSN: 2358-4971
1. História - Universidade. 2. Ensino. 3. Pesquisa e Extensão. I. Nascimento, Regina
Coelli Gomes. II. Título.
CDU 378.4(091)
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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SUMÁRIO
Apresentação ..................................................................................................................05
ENEM 2016 – informações gerais..................................................................................06
Competência de área 01 — Compreender os elementos culturais que constituem as
identidade ................................................................................................................ ....08
Competência de área 02 — Compreender as transformações dos espaços geográficos
como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.................................20
Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições
sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movi-
mentos sociais. ...............................................................................................................31
Competência de área 04 — Entender as transformações técnicas e tecnológicas e
seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vi-
da social...........................................................................................................................39
Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valo-
rizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação conscien-
te do indivíduo na sociedade. .........................................................................................51
Competência de área 6 — Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas
interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográfico .............................63
Anexo .........................................................................................................................................75
“Carpe diem. Aproveitem o dia meninos. Façam de suas vi-
das uma coisa extraordinária.”
Fragmento do filme SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS <https://www.youtube.com/
watch?v=Fak3xydNvYM > Acesso em 10.08.2015
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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Caro estudante,
Atualmente o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é utilizado como critério de
seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para
Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como cri-
tério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vesti-
bular. O ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade
básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino
médio em anos anteriores.
Foi pensando nessa abrangência, relevância para a formação do grupo e a necessidade de
estreitarmos os laços com o ensino básico que o PET Historia UFCG, iniciou em 2011, o projeto
―ENEM - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de
História‖. E nesse sentido, este quarto módulo foi elaborado com o objetivo de facilitar a com-
preensão da proposta do ENEM para a área de CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGI-
AS, melhorando o desempenho dos participantes em seus estudos dentro e fora da oficina.
Contamos com sua participação para que possamos aprimorar este módulo em edições futuras e
esperamos que suas notas reflitam seu esforço, dedicação, tempo de estudo e que seus sonhos e
objetivos sejam alcançados.
Organizadoras e revisoras
Regina Coelli Gomes Nascimento
Tutora/PET História
Rozeane Albuquerque Lima
Doutorando PPGH/UFPE
Autores (as) Petianos
Aldrey Ribeiro de Brito
Ana Carolina Monteiro Paiva
Ayrton Adilson Barbosa F. da Silva Alves
Jean Lucas Marinho Cavalcanti
Jhon Lennon de Jesus Ferreira
José Adriano de Oliveira Barbosa
Karl Marx Henrique de Oliveira
Kézia Jaiane Porfírio da Silva
Larissa Albuquerque M. Almeida
Lorrane Rangel Agra Lopes
Lucas Tadeu Borges Viana
Paulo Montini de A. Souza Júnior
Rayan Fernades Pereira
Roberta dos Santos Araújo
Valber Nunes da Silva Mendes
Viviane Carneiro de Oliveira
Wendna Mayse Amorim Chaves
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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QUAL O CONTEÚDO DAS PROVAS?
O conteúdo das provas do Enem é definido a partir de matrizes de referência em quatro
áreas do conhecimento:
COMO COMEÇOU O ENEM?
ENEM 2016 – INFORMAÇÕES GERAIS
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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DICAS
a) Inscrição
Fique atento ao período de inscrições. Você pode se inscrever no Enem 2016, exclusivamente pela
internet, entre as 10h do dia 09 de maio de 2016 às 23h59 do dia 20 de maio de 2016.
Leia o edital com atenção e preencha todos os campos solicitados de forma precisa. Lembre-se que a
responsabilidade pelas informações é dos participantes.
Mantenha seus dados de contato (e-mail e telefone) atualizados. O Inep poderá enviar informações
importantes sobre o exame e as comunicações são feitas pelos contatos informados na inscrição.
Alterações nos dados cadastrais, opção de cidade de provas ou de língua estrangeira serão permitidas
apenas durante o período de inscrição.
b) Cartão de confirmação
O cartão de confirmação de inscrição estará disponível para impressão na Página do Participante,
com as seguintes informações:
- número de inscrição;
- data, hora e local de realização das provas;
- indicação do (s) atendimento (s) especializado (s) e/ou do (s) atendimento (s) específico (s), devida-
mente solicitado (s) no ato da inscrição, quando for o caso;
- opção de língua estrangeira; e
- solicitação de certificação, quando for o caso.
Para obter o cartão, o participante deve acessar o endereço eletrônico enem.inep.gov.br/participante.
É preciso informar CPF e senha.
c) Como são as provas
O Enem é composto por quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação.
Confira os dias das provas:
5 de novembro de 2016 (sábado)
- Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Química, Física e Biologia).
Tempo para as provas: 4 horas e 30 minutos
6 de novembro de 2016 (domingo)
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira, Artes,
Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação);
- Redação e;
- Matemática e suas Tecnologias.
Tempo para as provas: 5 horas e 30 minutos.
d) No dia da prova
Os portões de acesso são abertos às 12h e fecham às 13h, horário de Brasília. Recomenda-se que to-
dos os participantes cheguem ao local de prova até as 12h (horário de Brasília), já que é proibida a
entrada após o fechamento dos portões.
Depois que os portões fecharem, às 13h, uma série de procedimentos de segurança é realizada. As
provas têm início às 13h30.
IMPORTANTE!
- Verifique com antecedência, na Página do Participante, a validação da inscrição e o local de realiza-
ção das provas.
- Faça o trajeto até o local com antecedência e evite atrasos no dia DA aplicação.
IMPORTANTE!
Verifique com antecedência, na página do participante, a validação da inscrição e o local de realiza-
ção das provas.
Faça o trajeto até o local com antecedência e evite atrasos no dia da aplicação.
Disponível em <http://enem.inep.gov.br/dicas.html > Acesso em 12/09/2016
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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COMPETÊNCIA DE ÁREA 01 — COMPREENDER OS ELEMENTOS CULTURAIS
QUE CONSTITUEM AS IDENTIDADES.
José Adriano de Oliveira Barbosa (adrianoolivera33@gmail.com)
Karl Marx Henrique de Oliveira (karlmarxhenrique@hotmail.com)
Lorrane Rangel Agra Lopes (lorranerangelagralopes@gmail.com)
Em nossa sociedade, em diversos períodos da história o ser humano se fez esta per-
gunta: quem sou eu? Não é algo fácil de se responder. Para isso é preciso refletirmos sobre
identidade, mas então o que é identidade? Temos três definições de identidade pelo sociólo-
go Stuart Hall (1992): a primeira é o sujeito do iluminismo, que seria o individuo que se
identifica a partir do seu lugar de nascença e que não muda aquilo que é no decorrer de sua
vida; a segunda é o sujeito o sujeito sociológico, que constrói sua identidade a partir do con-
tato com a sociedade, mesmo tendo sua essência, ela pode mudar no decorrer da vida; e a
terceira é o sujeito pós-moderno que não possui identidade fixa e transita em diversas identi-
dades, não sendo mais um sujeito definido pelo próprio reconhecimento, mas pelas identifi-
cações, ou seja pela maneira como somos interpretados e representados nas culturas em nos-
sa volta.
Para compreender a sociedade em nossa volta é preciso falar sobre cultura, então
oque é essa identidade cultural? Cultura é a maneira como determinados grupos se identifi-
cam e compartilham elementos culturais limitados em um mesmo território e que os unem.
Esses elementos tem a capacidade de ter significados diversos, que promovem a comunhão
de um grupo, a exemplo da bíblia como um símbolo e os católicos enquanto comunidade
cultural. As identidades são mutáveis e se relacionam com a cultura, somando ainda mais
elementos diferentes através do tempo. A medida em que essa identidades individuais se
aproximam por semelhança, afastam outros pela diferença, gerando distinções, e estabele-
cendo identidades de grupo. Fazendo com que cada indivíduo seja socialmente cobrado a
assumir uma posição indentitária diante da sociedade, ―ou você é isso ou aquilo‖.
As identidades também são construídas com base naquilo que você identifica em si
mesmo e o que te torna diferente do outro. A cultura exerce um papel de lente através da
qual os diferentes grupos enxergam o mundo, ou seja, fornece significado e sentido para o
mundo, o qual envolve muitas vezes valores morais.
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
9
vezes no decorrer da história, como o contato entre portugueses e índios no Brasil, na relação
linguística e cultural, além da mudança comportamental como o hábito de se vestir e religiosi-
dade, a transformação cultural também aconteceu do lado oposto, sendo o português também
afetado pelo contato indígena.
O maior contato entre pessoas e informações amplia o sentimento de pertencimento
a um grupo. A incorporação de novos elementos, como palavra ou comportamentos (Ketchup,
Chicletes, Almofada ou Boyzinho) por esses grupos nos tempos atuais acontece de maneira
mais dinâmica, ressignificando elementos para essa cultura. A imagem 1 representa como gru-
pos indígenas que sofreram mudanças culturais
muito fortes, não deixaram de existir ou de ser
indígenas, mas se incorporaram à sociedade mo-
derna.
A Indústria Cultural pode sugerir o compor-
tamento dos indivíduos e, assim, influenciar a cul-
tura à medida em que esta também pode ser vista
como uma forma de mediação política e prática de
poder. O contato com as diferentes mídias sejam
internet, rádio, tv, cinema, livros e jornais também
podem se relacionados a esse processo da constru-
ção das identidades. Mesmo assim os processos de
formação da identidade social não estão sujeitos apenas a influências externas, mas também à
formação do ―eu‖. Temos então a mídia como aparelho ideológico que pode influir na constru-
ção das identidades com base em mecanismo de identificação.
Com tanta diversidade dessas identidades relacionadas à globalização, se fala em
perda cultural ou, como o sociólogo Bauman (2005) defende, a aculturação. Nesse choque
constante entre culturas a fusão de elementos e um fator inevitável. Assim, como pensar em
uma pureza cultural é algo que não existe, essa perda ou ressignificação implicaria na alteração
de um conjunto de elementos que se caracterizam a cultura tal qual ela é. No Brasil, festas co-
mo o carnaval são vividas de diferentes maneiras de Norte a Sul do país: em Pernambuco com
o frevo e no Rio de Janeiro com o samba, e assim, mesmo compartilhando de um mesmo terri-
tório, língua e história, os grupos e identidades sociais se diferenciam. Mesmo com essa diver-
sidade, fatores como o preconceito ainda estão presentes na sociedade contemporânea, seja ra-
cial, ou religiosos, ideológico e sexual.
Imagem 1: Disponível em
<http://1.bp.blogspot.com/-2I9FYDOVBLA/UXE
-CfwsF0I/AAAAAAAAnfM/73rZqmQQgkg/
s1600/indio+moderno.jpg> Acessado em 24 de
Março de 2016.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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TEXTO PARA REFLEXÃO
O Brasil é um país caracterizado por sua multiculturalidade. Desde a sua colonização
com os portugueses, entre os séculos XVI e XIX, o projeto colonial incluiu nesta terra ín-
dios, negros africanos e portugueses europeus. A escravidão negra, no entanto, acentuou de-
sigualdades raciais e sociais - especialmente raciais- no Brasil. Mesmo após a abolição da
escravidão, assinada pela Princesa Isabel através da Lei Áurea (1888), os negros foram rele-
gados a um segundo plano no convívio em sociedade.
Livres, os negros povoaram os subúrbios urbanos. Muitos, sem perspectiva de vida, prefe-
riam ficar sob o domínio de seu senhor do que tentar uma "nova vida" em condições desfa-
voráveis. Sob esse aspecto, especialmente no Rio de Janeiro, em 1908, início do século XX,
o governo tomava medidas para modernizar a então capital do país. Para isso, criou-se uma
política de reurbanização desalojando os negros e mulatos de suas habitações em prol de
uma nova cidade: moderna e bela. Não é a toa que o grande pano de fundo para esta política
é a Belle Époque na França durante o séc. XIX.
Os sinais da Belle Époque brasileira não visaram apenas o aspecto urbano da cidade do
Rio de Janeiro. As manifestações culturais das massas populares também foram alvos destas
mudanças. O carnaval em especial foi uma delas: Alguns festejos de origem negra como o
entrudo- comemoração pública na qual os negros participavam como coadjuvantes, nas fes-
tas de momo ou em brincadeiras com água de cheiro- foram colocados na ilegalidade, a elite
da época pretendia "desafricanizar" o carnaval. Desta maneira, o corso europeu e a serpenti-
na foram adaptados ao carnaval brasileiro. Carros alegóricos desfilavam pelas principais ruas
das cidade, como símbolos de condição social. Enquanto isso, restava aos pobres acompa-
nhar de longe estas festividades.
Imagem 2: Cortiços eram ambientes favoráveis à pro-
liferação de pestes. Com predominância negra, estes
espaços foram visados na reurbanização da cidade.
Entrada de habitações coletivas 1906. Foto: MALTA,
Augusto. Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
Belle Époque: período na história da França que co-
meçou no fim do séc XIX e durou até a primeira guer-
ra mundial. Caracterizava-se por ser uma época de
relativa paz entre a França e a Europa e pelo floresci-
mento da arte e da arquitetura.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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Entretanto, lentamente, tal realidade iria mudar. Em 1920, foi fundado o Grêmio Recreativo
Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, liderado por pessoas de origem humilde. As-
sim, o corso europeu das elites cariocas perdiam espaço para os desfiles populares de escolas de
samba originários de favelas e periferias.
É importante ressaltar as particularidades que os festejos de carnaval adquirem em determina-
das regiões do país. Como o carnaval de Parintins-AM, com a disputa entre o Boi Garantindo e o
Boi Caprichoso; O caboclo de lança, em Pernambuco- PE, resultado da mistura de cultura afro-
ameríndia, e outras manifestações populares como a Folia de Reis e o Bumba meu boi, também
existentes em Recife. As desigualdades apontadas em festejos populares são apenas reflexos do
quanto era forte a discriminação racial naquela época, como ainda o é hoje em dia.
Mesmo após um século do fim da escravidão no Brasil, a população negra ainda sofre com
este passado cruel. O recente episódio na Faculdade de
Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em
São Paulo, foi pichado com uma frase racista: "Lugar de
negro não é no Mackenzie é no presídio", de igual modo
como as declarações do jornalista da TV Globo, Alexan-
dre Garcia, declarou que o "Brasil não era racista até
criarem as cotas."
(Disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/
pichacao-racista-e-encontrada-em-banheiro-do-mackenzie-em-
sp.html> Acesso em 10/09/2016)
Declarações como estas indicam o nível alarman-
te, ainda existente, de desigualdade racial em nosso país.
Entretanto, movimentos como o dia da consciência negra (20/10) consistem em ato de resistência
da cultura, crenças e sobretudo visibilidade do povo negro na sociedade. Desta maneira, as ações
coletivas tendem a criar uma identidade, um nível de pertencimento, a uma causa, no caso, a ne-
gra.
O Brasil ainda não atingiu um nivelamento social no que diz respeito a questões raciais. A
presença do racismo é extremamente contundente em nossa sociedade e devem ser reorientada
através da educação. Leis como a 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão do ensino da
História e cultura Afro-Brasileira na grade curricular, tanto em rede de ensino privados ou
públicos, nos níveis fundamental e médio; tornam-se um grande passo para apagar este estig-
ma de nossa sociedade, que é o racismo.
Imagem 3: (Corso carnavalesco
realizado em 1928, em frente a
grande fábrica de refrescos, de Íta-
lo Ferarri, em Ourinhos, São Paulo.
Fonte: Autoclassic)
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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TEXTO DE APOIO
A partir do advento da globalização,
assim como a popularização da internet
através de vídeos e sites, estes espaços
não ficaram inertes, não foram apenas
ocupados, mas sim ressignificados co-
mo espaços de agenciamento de uma minoria em busca dos seus direitos e da problematiza-
ção de seus ideais, ocorrendo o mesmo movimento com os blogs. Blogueiras crespas e ca-
cheadas em busca da valorização das suas descendências, começam a realizar resistências,
passam ou passaram por um processo chamado transição, consistindo na decisão de pôr fim
a um padrão: ―a ditadura do liso‖ e voltando à naturalidade capilar e incentivam suas leito-
ras a passarem pelo mesmo processo de aceitação.
Ferro
Primeiro o ferro marca
A violência nas costas
Depois o ferro alisa os cabelos
Na verdade o que se precisa
É jogar o ferro fora
É quebrar todos os elos
Dessa corrente
De desespero
(Cuti in Batuque de Tocaia, 1982)
Imagem 4: Disponível em
<https:www.facebook.com/1704752256425040/photos/
a.1704761656424100.1073741828.1704752256425040/174
2697422630523/?type=3&theater> Acesso: 30 de março
de 2016.
Imagem 5: Disponível em < http://
lendoferozmen-
te.blogspot.com.br/2015/12/resenha-
mulheres-carol-rossetti.html > Acesso:
29 de março de 2016.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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A afirmação da identidade negra vem como um ato político, como uma construção cul-
tural e social a partir das suas diversas dimensões. Destaca-se que por muito tempo, a identi-
dade negra foi subjugada em relação ao padrão europeu, porém, ao compreender a identida-
de como um processo de construção social, percebemos a importância da sua afirmação nos
dias atuais.
Neste contexto, de (re)afirmação e (re)construção da identidade, percebemos a impor-
tância dos blogs e suas campanhas de emponderamento da mulher negra, através do crescen-
te movimento de escrespamento das mesmas. O padrão de beleza estabelecido pela mídia
caracteriza-se por um branqueamento, ou seja, há uma relação de inferioridade quando não
se encontra este padrão. O negro, assim, é retratado como submisso ou marginalizado. Nesta
busca por representação se enquadram estas jovens blogueiras, na fuga de um padrão pré-
estabelecido com o crescente número de adeptas à transição capilar ou ao big chop (grande
corte). Como percebemos no depoimento a seguir:
Imagem 6: Disponível em < https://www.facebook.com/kindumbadaana/photos/
a.396303223781254.94668.396040817140828/504620226282886/?type=3&theater> Acesso: 30 de março de
2016.
―Quando comecei com essa coisa de deixar meu cabelo cachear novamente (sim, na época
era apenas uma ―coisa‖), eu não fazia ideia dos rumos que essa decisão iriam tomar. A
princípio, eu só queria ter meus cachos de volta, mas aos poucos fui percebendo a impor-
tância da aceitação, não só do meu cabelo, mas também das minhas raízes.‖ ―(Nascimento,
2014) Disponível em < http://cacheia.com/2014/06/cabelo-cacheado-crespo-identidade-ou-
modinha/ > Acesso: 30 de Março 2016 01:30
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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APRENDA FAZENDO
Questão 29– ENEM 2011
Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado a par-
tir da análise do vestuário do casal retratado acima?
(A) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do tra-
balho urbano.
(B) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de ele-
mentos culturais de origem africana.
(C) O uso de sapatos é um importante elemento de diferenciação social entre negros liber-
tos ou em melhores condições na ordem escravocrata.
(D) A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo
europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros.
(E) A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como finalidade demarcar
Foto de Militão, São Paulo, 1879.
ALENCASTRO, L. F. (org). História
da vida privada no Brasil. Império: a
corte e a modernidade nacional. São
Paulo: Cia. das Letras, 1997.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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Questão 12- ENEM 2013
No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popu-
laridade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em
relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados
pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em
jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos colo-
niais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas
nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões
para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes,
poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constante-
mente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto,
mostra que o carnaval representava um momento em que as
(A) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.
(B) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
(C) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
(D) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
(E) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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SAIBA MAIS
ANTIGOS CARNAVAIS O endereço eletrônico traz uma breve aborda-
gem da história do carnaval, desde os seus
primórdios, na Grécia, até aos desfiles de es-
cola de samba. Também é possível ter acesso
a antigas marchinhas que embalavam os foli-
ões em tempo de carnaval.
Disponível em <http://
www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/
diadecarnaval7.html
> Acesso:30 de março de 2016
PRECONCEITUOSO O canal de humor do Youtube chamado Parafer-
nália, produziu um vídeo veiculado na mesma
mídia social no qual se refere as agressões sofri-
das por aqueles que tem sua identidade ferida de
algum modo. Esse vídeo mostra que em nosso
cotidiano está enraizado o preconceito com ne-
gros, gays, mulheres... e vai ser uma batalha difí-
cil, mas não impossível de acabar. Disponível
em <https://www.youtube.com/watch?
v=d6_4ilanc5c
> Acesso:30 de março de 2016
Menina Bonita do Laço de Fita Conta a história de um coelhinho que se apai-
xona por uma menina negra e quer saber o
segredo de sua beleza. A menina inventa mil
histórias, até que sua mãe esclarece ao coelhi-
nho que a cor da pele da menina é uma heran-
ça de seus antepassados, que também eram
negros. Disponível em <http://
portal.mec.gov.br/dmdocuments/
orientacoes_etnicoraciais.pdf > Acesso:30 de
março de 2016
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
17
RESPOSTAS COMENTADAS
Questão 29:— ENEM (2011)
Na sociedade escravista colonial brasileira a indumentária era utilizada frequentemente co-
mo marca de distinção social. Assim que alforriados, os negros libertos procuravam comprar
sapatos para se diferenciar dos escravos que eram proibidos de usá-los.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra C
Globo Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2011/
questoes/29.html> Acesso: 30 de março de 2016
Questão 12 — ENEM (2013)
O entrudo consistia em uma manifestação cultural carnavalesca de origem medieval, que
chegou ao Brasil no período colonial e que tinha grande adesão principalmente entre as clas-
ses populares. Como é apresentado no texto, as elites se opunham a essa prática considerada
ofensiva, pois era no entrudo que as classes populares liberavam seus sentimentos ao ocupa-
rem as ruas da cidade para realizar uma série de brincadeiras. A partir de 1840, a elite brasi-
leira passou a criar campanhas pelo fim do entrudo, pois pretendia festejar o carnaval sem ter
contato com as classes populares.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra C
Globo Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/
questoes/12.html> Acesso: 30 de março de 2016 D
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
18
REFERÊNCIAS
Disponível em <http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/07/maria-julia-coutinho-maju-e-
vitima-de-racismo-no-facebook.html> Acessado em 30 de março de 2016 01:50
Disponível em <http://cacheia.com/palestras/> Acesso: 30 de março de 2016 15:31
Disponível em <http://cacheia.com/2014/06/cabelo-cacheado-crespo-identidade-ou-
modinha/> Acessado em 30 de março de 2016 01:52
Disponível em <http://historiahoje.com/racismo-e-carnaval-na-belle-epoque/> Acessado em
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CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
19
SANTOS. Marcio André. Negritudes posicionadas: as muitas formas da identidade negra no Brasil.
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Imagem 2: Disponível em <http://www.ifch.unicamp.br/cecult/mapas/corticos/
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a.1704761656424100.1073741828.1704752256425040/1742697422630523/?
type=3&theater> Acesso: 30 de março de 2016.
Imagem 5: Disponível em <http://lendoferozmente.blogspot.com.br/2015/12/resenha-
mulheres-carol-rossetti.html> Acesso: 30 de março de 2016.
Imagem 6: Disponível em <https://www.facebook.com/kindumbadaana/photos/
a.396303223781254.94668.396040817140828/504620226282886/?type=3&theater> Aces-
so: 30 de março de 2016.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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COMPETÊNCIA DE ÁREA 02 — COMPREENDER AS TRANSFORMAÇÕES DOS
ESPAÇOS GEOGRÁFICOS COMO PRODUTO DAS RELAÇÕES SOCIOECO-
NÔMICAS E CULTURAIS DE PODER
Desde que apareceu na arena da história, o povo judeu
tem se caracterizado pela sua conturbada estadia nos terri-
tórios onde se dispôs a viver, inclusive na própria terra de
Israel.
O primeiro grande acontecimento que levou os judeus a viverem em um território que
não era o seu de origem foi a partir da invasão dos assírios ao reino de Israel, comandados
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA
RELEMBRE
-Migração é o movimento de
entrada ou saída de indivíduos
em países diferentes ou dentro
de um mesmo país (de um esta-
do para o outro, de uma cidade
para a outra).
-Imigração é a entrada de es-
trangeiros em um país; estabe-
lecimento de indivíduos em ci-
dade, estado ou região do seu
próprio país, que não é de sua
origem.
-Emigração é a saída espontâ-
nea de um país; movimentação
de uma para outra região dentro
de um mesmo país; sair de um
país ou lugar onde se vive para
viver em outro, provisória ou
definitivamente.
IMAGEM 1 - Fluxo migratório judaico ao longo do tempo .
Disponível em:< http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras
-historia/diaspora-descubra-como-judeus-se-espalharam-pelo-
Aldrey Ribeiro de Brito (Aldreylinkinpark@hotmail.com)
Lucas Tadeu Borges Viana (lucastadeuborgesviana@gmail,com)
Viviane Carneiro de Oliveira (viviioliveira@hotmail.com)
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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por Sargão II (R. 721–705 a.C.), fazendo com que
grande parte das tribos fossem levadas cativas, o que
levou, mais tarde, ao desaparecimento destas. Se-
gundo Paul Johnson, as tribos remanescentes, que
seriam Judá, Benjamin e parte da tribo de Levi (que
formavam o reino de Judá) foram invadidas e leva-
das cativas pelos babilônicos, sob o reinado de Na-
bucodonosor II (604 a.C. – 562 a.C.), dando início à
primeira diáspora do povo judeu.
Porém, a segunda diáspora foi a que mais con-
tribuiu para a sua dispersão em todo mundo, pois foi
a partir daí que os judeus passaram a viver fora de
sua terra natal até os dias de hoje. Com a ocupação
dos romanos na Judéia, houve a segunda destruição do templo sagrado e da cidade de Jeru-
salém culminando com a expulsão deste povo do seu território em torno do ano 70 d.C. Foi
com a segunda diáspora que os judeus se espalharam pelos países africanos, árabes e princi-
palmente pelo leste europeu, que viria a se chamar Ashkenazim, e pela Península Ibérica,
que se chamaria sefaradim, estas formam as duas maiores vertentes judaicas.
Sua fixação nos países hospedeiros foi marcada muitas vezes por perseguição siste-
mática e constante de modo que os judeus foram isolados em guetos, para que fossem man-
tidos longe da população nativa, evitando, com isso, a miscigenação e assimilação com este
povo. Essas perseguições fizeram com que estes migrassem de um local para outro tentando
encontrar paz nos novos lares que se estabeleciam. Com a inquisição ibérica, por exemplo,
vários judeus migraram para o norte da África e também para a Holanda, para que lá pudes-
sem exercer livremente sua religião, longe dos tribunais do santo ofício.
Porém foi durante a segunda guerra mundial que houve a maior imigração judaica em
massa. Nesta época, várias pessoas, percebendo a tensão e crescente hostilidade na Europa
no que diz respeito ao antisemitismo, acharam melhor deixar este continente e sair em desti-
no às Américas e para a terra da Palestina. A partir de agora nos deteremos mais especifica-
mente neste assunto.
IMAGEM 2 - Diáspora Judaica rumo ao
Novo Mundo .Disponível em: <http://
www.coisasjudaicas.com/2011/11/cripto-
judaismo.html>. Acesso em 26 de Março em
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E MI-
GRAÇÃO JUDAICA
A segunda Guerra Mundial trouxe consequên-
cias sérias para toda a população do planeta, mas
nenhum povo sofreu tanto quanto os judeus. Com
base nas informações encontradas no site Enci-
clopédia do Holocausto, de 1939 à 1945, o povo
semita foi duramente perseguido, culminando no
horror que foi o Holocausto, caracterizado como
ação de extermínio dos judeus realizada pelos
alemães sob o domínio de Adolf Hitler. Os ale-
mães acreditavam na superioridade de raça, onde
a única raça pura seria ariana e estes, como membros dela, deveriam comandar o mundo.
Nesse sentido, os judeus eram considerados inferiores, devendo serem exterminados. Assim,
a Europa não era mais um lugar seguro para o povo judaico e, para fugir dos nazistas, gran-
des levas migracionais ocorreram durante a II Guerra Mundial. Em meio a tantas dificulda-
des para encontrar refúgios, tornou-se opção migrar para os destinos menos explorados, a
exemplo do Brasil, China, Colômbia, entre outros países (geralmente os países subdesenvol-
vidos ou em desenvolvimento). Outro tipo de solução encontrada foram as imigrações ile-
gais, a Aliyah Bet. Tal medida era um grito de desespero, num mundo onde tornava-se cada
vez mais difícil assumir a identidade judaica, se até mesmo os países contrários à ideologia
nazista negavam-se a receber o grande contingente populacional de judeus. Os movi-
mentos migratórios trazem em si grandes cargas de dificuldades e ao invés de haver uma
solidariedade para com os refugiados, é percebido que muitas vezes ocorre o inverso: a ne-
gação dos povos que buscam fugir dos horrores da guerra em países que não estão sofrendo
tão diretamente quanto as áreas de confronto. Tal fato é verificado até mesmo na atualidade.
Passados setenta e um anos da II Guerra Mundial, observamos o horror da Guerra Civil na
Síria, considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a ―maior crise huma-
nitária‖, com uma imensa leva de refugiados tentando deslocar-se para outras áreas.
IMAGEM 3—CHARGE. Disponível
em:<http://www.midiaindependente.org/pt/
red/2006/09/360420.shtml> Acesso em 26 de
Março em 2016
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TEXTO PARA REFLEXÃO
ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: FLUXO POPULACIONAIS AO LONGO DA HIS-
TORIA E ATUAL CASO SÍRIO
Filippo Grandi, promovido a Alto Comissá-
rio da Agência da Organização das Nações Uni-
das para Refugiados (ACNUR), após sua nomea-
ção em janeiro do ano vigente, sinalizou: ―A
combinação de múltiplos conflitos e o desloca-
mento em massa resultante, desafios recentes ao
asilo, o abismo de financiamento entre necessida-
des humanitárias e recursos e a crescente xenofo-
bia é muito perigosa‖. Especialista em relações
internacionais, assume o cargo em um período
conturbado, onde o mundo revive problemas liga-
dos a migrações populacionais.
Segundo estimativas da ACNUR, realizadas durante o ano passado, indivíduos que se sen-
tiram forçados a abandonar seus locais de residência chegaram a mais de 59,5 milhões. O núme-
ro é o maior desde a imigração preponderantemente judaica no contexto da Segunda Guerra
Mundial. Entre 1933 e 1940, milhões de refugiados da Alemanha, da Polônia e de países bálticos
tentavam fugir do nazismo e também se depararam com fronteiras fechadas. Neste sentido, as
provocações propostas por Guy Sorman, jornalista, escritor e cientista político francês mostram-
se pertinentes: ―Não é o Holocausto, ou pelo menos ainda não. Como será chamada, daqui a al-
guns anos, essa maré humana que está arrebentando na Europa? Como tal fenômeno aparecerá
em nossos livros de História?‖
Desta vez, o maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da violenta guerra civil em
curso no país, pondo sua integridade física e psicológica em risco nas travessias sobre botes aci-
ma da capacidade prevista das embarcações e em condições extremamente insalubres, almejan-
do atravessar o mar mediterrâneo atrás da sobrevivência. É de suma importância entender, no
que tange aos imigrantes, que é preciso ir além dos discursos que os caracterizam como invaso-
res, logo nada ou muito pouco tem a acrescentar aos países hospedeiros e chegam somente para
ser vistos como ―concorrentes no tocante à busca por empregos.‖
IMAGEM 4- Filippo Grandi tomando pos-
se em cargo na ONU. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/novo-alto-comissario-
assume-direcao-da-agencia-da-onu-para-
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Já é hora de desenvolver um pla-
no que vise soluções permanentes para
crise humanitária na qual vivemos e
também é necessário não ignorarmos
mais o debate que urge em ser realizado.
COMO A ORGANIZAÇÃO DAS NACÕES UNIDAS (ONU) ESTÁ SE POSICIO-
NANDO FRENTE A QUESTÃO
Com vistas à melhor resolução do problema que assola todo globo terrestre , na última
quarta (dia 30 de março de 2016) aconteceu, na cidade de Genebra, uma reunião extraordi-
nária de alto nível promovida pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugi-
ados (ACNUR), que teve como ponto de partida e principal deliberação propor soluções
para necessidades de sírios que fogem da guerra. Na reunião se fizeram presentes represen-
tações de cerca de 80 países, dez organizações internacionais e 24 organizações não gover-
namentais.
Entre as figuras de destaque podemos citar o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
e o novo alto comissário da ACNUR, Filippo Grandi, além de representantes de governos
que acolhem os refugiados. O principal objetivo foi apresentar perspectivas inovadoras
acerca da questão, estudos de caso de sucesso, e este se mostrou ser o adequado espaço para
que os governos em todo o mundo pudessem fazer parte da busca de soluções aos refugia-
dos sírios. Entre as medidas discutidas estavam o aumento das opções para os refugiados
sírios chegarem a outros países por meio de programas de admissão humanitária ou outros
procedimentos legais, entre eles: vistos humanitários, patrocínio privado, bolsas de estudos
ou estágios, esquemas de trabalho e transferência por razões médicas.
No que concerne o Brasil, desde 2013, foi criado um Comitê Nacional para Refugia-
dos (CONARE), e esse trabalha no intuito de facilitar a emissão de vistos de entrada de ci-
dadãos sírios no nosso país, bem como melhor remanejamento dos mesmos.
IMAGEM 5- Sírios arriscam suas vidas
atravessando o mar mediterrâneo. Disponí-
vel em <:http://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/reuters/2014/06/06/italia-diz-ter-
resgatado-no-mar-mais-de-2500-imigrantes-
desde-quinta-feira.htm>. Acesso em 29 de
Abril de 2016
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TEXTO DE APOIO:
MAUS, A HISTÓRIA DE UM SOBREVIVENTE – ART SPIEGELMAN
Arthur (Art) Spiegelman nasceu em Estocolmo, Suécia,
em 1949. Filho de um sobrevivente do Holocausto, Vladek
Spiegelman, Art conta a dura história de vida do seu pai duran-
te a II Guerra Mundial, perante a perseguição de Hitler contra
os judeus, relatando claramente e em primeira mão, o cotidiano
de um homem que conseguiu sobreviver ao horror do Holo-
causto.
Não é um tema fácil de se falar com naturalidade, afinal,
nunca o mundo viveu com tanta intensidade a maldade huma-
na como ocorreu nessa época. O desenvolvimento tecnológico
proporcionou a existência de uma das guerras mais duras da
história da humanidade. É esse contexto que Vladek Spiegel-
man viveu em Maus. A partir da narrativa de seu filho, Art
Spiegelman, acompanhamos o cotidiano dos momentos mais importantes e decisivos na vida de
Vladek durante a guerra.
O quadrinho, que retrata os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como
porcos e os americanos como cães, tenta distanciar o leitor da crueldade e horrores desumanos e
guiá-lo, por meio dessas representações dos homens como animais, apenas pelo caminho da fá-
bula. Inclusive, Maus significa rato em Alemão. Embora a tentativa de suavizar o terror, é difícil
não se espantar com a crueldade dos métodos nazistas ao lembrar que não são ratinhos, nem ga-
tos, mas de fato humanos. A história se alterna entre passado e presente, mas também foca na
vida interior dos personagens, refletindo a confusão que o holocausto deixou em cada um.
No decorrer do livro, percebe-se como as diversas situações enfrentadas pelo protagonista
na luta pela sobrevivência vão mudando o caráter da personagem. Vladek ao mesmo tempo que
era destemido, tornou-se, após o fim do Holocausto, um velho racista e mesquinho. Apesar disso,
a história não perde seu brilho. A narrativa alterna entre uma conversa de pai e filho, com flash-
backs quando o pai começa a contar o que aconteceu no seu passado, indo desde como conheceu
a mãe de Art até ao final da guerra. No "presente" a história abrange também o relacionamento
pai-filho e as suas complicações. Todavia, sua luta pela sobrevivência, sua habilidade e inteligên-
cia proporcionaram situações de vida melhores que a imensa maioria dos judeus viviam.
IMAGEM 6 - Disponível em:
<http://
www.oepitafio.com/2013/02/
resenha-maus-historia-de-um.html>.
Acesso em 29 de Março em 2016
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APRENDA FAZENDO
QUESTÃO 45— ENEM 2011
As migrações tradicionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX,
expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema
também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e
distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho,
em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radical-
mente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente
diversas. IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na
formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos
migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos
são
A- a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.
B- a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.
C- o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.
D- a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.
E- a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.
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QUESTÃO 21 — ENEM 2006
O relatório anual (2002) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômi-
co (OCDE) revela transformações na origem dos fluxos migratórios. Observa- se aumento
das migrações de chineses, filipinos, russos e ucranianos com destino aos países-membros
da OCDE. Também foi registrado aumento de fluxos migratórios provenientes da América
Latina.
Disponível em: Trends in international migration – 2002
internet: www.ocde.org> (com adaptações)
No mapa seguinte, estão destacados, com a cor preta, os países que mais receberam esses
fluxos migratórios em 2002.
As migrações citadas estão relacionadas, principalmente, à
a) ameaça de terrorismo em países pertencentes à OCDE.
b) política dos países mais ricos de incentivo à imigração.
c) perseguição religiosa em países muçulmanos.
d) repressão política em países do Leste Europeu.
e) busca de oportunidades de emprego.
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SAIBA MAIS
SITE
A plataforma digital da ANCUR (Agência da
Organização das Nações Unidas para Refugia-
dos) pretende servir de ferramenta para o desen-
volvimento e promoção do direito dos refugia-
dos e refugiadas. Confira mais informações em:
<http://www.acnur.org/t3/portugues/> . Acesso
em 30 de Março de 2016.
DOCUMENTÁRIO O documentário ―O eterno Judeu‖, foi feito em
1940 na Alemanha nazista, como um meio bas-
tante eficiente de propaganda antissemita. Mos-
tra a população judaica, sempre os acusando
injustamente de coisas negativas, como povo
não civilizado, e trazendo a falsa ideia de uma
conspiração semita para dominar o mundo, é
um documentário racista, mas tudo isso tinha
uma razão, colocar a população alemã da época
contra os judeus, pois como disse o próprio mi-
nistro da propaganda do Reich na Alemanha
nazista ―uma mentira repetida mil vezes torna-
se verdade‖. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=rgMco9soMos>.
Acesso em 30 de Março de 2016.
LIVRO O diário de Anne Frank foi escrito por uma cri-
ança judia nascida na Alemanha, mas sua famí-
lia forçada a abandonar este país imigrou para a
Holanda. O diário de Anne Frank é um docu-
mento escrito por alguém que sofreu na própria
pele o antissemitismo e suas consequências ne-
fastas. Disponível em: <http://
youtruth.weebly.com/uploads/1/3/1/8/1318459/
o_diario_de_anne_frank_-
portuguese.pdf> .Acesso em 30 de Março de
2016.
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QUESTÃO 45- ENEM 2011
As migrações são intensificadas nos momentos de crises econômicas, em que grandes mas-
sas populacionais buscam melhores condições de vida, emprego, etc. Contudo, esses movi-
mentos também aumentam a xenofobia no país receptor, obrigando os governantes a cria-
rem barreiras para dificultar a entrada de imigrantes.
Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2011/questoes/45.html>.Acesso
em 29 de março de 2016.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra A
QUESTÂO 21- ENEM 2006
Os maiores fluxos migratórios têm ocorrido de países pobres em direção aos países mais
desenvolvidos, como EUA, Canadá, Austrália e países da Europa Ocidental, principalmente
em busca de oportunidade de emprego.
Disponível em: < http://www1.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/
enem/2006/enem2006.pdf> Acesso em 30 de abril de 2015
ALTERNATIVA CORRETA: Letra E
RESPOSTAS COMENTADAS
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REFERÊNCIAS
Disponível em : <http://www.bbc.com/portuguese/
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Disponível em: <http://www.brasilpost.com.br/raphael-tsavkko-garcia/precisamos-falar-sobre-
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Disponível em : <http://geografandoemfoco.blogspot.com.br/2011/09/nao-confunda-migracao-
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Disponível em : <http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/le-monde/2015/09/11/
depoimento-os-refugiados-de-hoje-sao-como-meu-pai-fugindo-do-nazismo.htm>. Acesso em 24
de março de 2016
Disponível em : <http://www.infoescola.com/geografia/imigracao-e-emigracao/>. Acesso em 27
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Disponível em : <http://www.significados.com.br/holocausto/. >Acesso em 27 de março de 2016.
Disponível em : <https://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007681> .
Acesso em 27 de março de 2016.
Disponível em: http://aspalavrasfugiram.blogspot.com.br/2014/01/resenha-maus-art-
spiegelman.html . Acesso em 30 de abril de 2016.
LISTA DE IMAGENS
IMAGEM 1 - Fluxo migratório judaico ao longo do tempo . Disponível em:< http://
guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/diaspora-descubra-como-judeus-se-espalharam-
pelo-mundo-743351.shtml> Acesso em 29 de Abril em 2016.
IMAGEM 2 - Diáspora Judaica rumo ao Novo Mundo .Disponível em: <http://
www.coisasjudaicas.com/2011/11/cripto-judaismo.html>. Acesso em 26 de Março em 2016
IMAGEM 3- CHARGE. Disponível em:<http://www.midiaindependente.org/pt/
red/2006/09/360420.shtml>. Acesso em 26 de Março em 2016
IMAGEM 4 - - Filippo Grandi tomando posse em cargo na ONU. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/novo-alto-comissario-assume-direcao-da-agencia-da-onu-para-refugiados/>
Acesso em 26 de Março em 2016
IMAGEM 5 - Sírios arriscam suas vidas atravessando o mar mediterrâneo. Disponível em
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
31
Ana Carolina Monteiro Paiva (anacarolina.mont@hotmail.com)
Paulo Montini de Assis Souza Júnior (paulomontini93@hotmail.com)
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA
COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – COMPREENDER A PRODUÇÃO E O PAPEL HISTÓRI-
CO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E ECONÔMICAS, ASSOCIANDO-AS
AOS DIFERENTES GRUPOS, CONFLITOS E MOVIMENTOS SOCIAIS.
Imagem 01. Disponível em: <http://
blog.planalto.gov.br/assunto/mulheres/> Acesso
em: 31 de mar. 2016.
Imagem 02. . Disponível em: <http://
www.marchamundialdasmulheres.org.br/marcha-
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news.yahoo.com/argentina-rights-activist-finds-
stolen-grandson-35-years-195604950.html> Aces-
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memoriasdaditadura.org.br/mulheres/> Acesso em:
31 de mar. 2016.
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―É MELHOR MORRER NA LUTA DO QUE MORRER DE FOME‖:
MARGARIDAS EM MARCHA
Igualdade em termos políticos, liberdade
de ação e luta pelos direitos dos trabalhadores
e trabalhadoras rurais no Brasil: foram estas
algumas das pautas defendidas pela líder sindi-
cal paraibana Margarida Maria Alves, em ple-
na vigência do regime militar brasileiro. Presi-
denta do Sindicato de Trabalhadores Rurais da
cidade de Alagoa Grande desde 1973, Margari-
da já havia encaminhado à justiça cerca de 73
ações trabalhistas, em grande parte cobrando
das autoridades direitos trabalhistas para as tra-
balhadoras rurais, quando foi assassinada por um matador de aluguel enviado por usineiros do
brejo paraibano.
A data de sua morte, 12 de agosto de 1983, tornou
-se um símbolo político de tal forma que desde o ano
2000 as ―Margaridas‖, como denominam-se trabalhado-
ras rurais de todo o Brasil, vão às ruas reivindicar às au-
toridades direitos e justiças, encaminhando pautas aos
representantes dos poderes públicos, alertando para as
condições de trabalho no campo. Apesar da Constitui-
ção Federal de 1988 dar maiores garantias de direitos
às mulheres (ver quadro), as trabalhadoras do campo
ainda lutam pelo seu reconhecimento enquanto categoria social, defendendo o acesso à terra e à
saúde, a agricultura familiar, o fim da violência sexista e o direito ao trabalho. A mobilização
da Marcha das Margaridas, também um projeto feminista, busca acima de tudo a valorização
da vida, a superação das desigualdades e o aprofundamento da democracia.
Imagem 05. Disponível em: <http://fatoafato.com/
viewnoticias.php?cod=10402> Acesso em: 31 de
Imagem 06. Disponível em: <https://
andradetalis.wordpress.com/2014/12/page/7/
―Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade... I. homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.‖
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso
em: 31 de mar. 2016.
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TEXTO PARA REFLEXÃO
―MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO‖
Assim definiam-se as novas organiza-
ções civis que emergiam na segunda metade
do século XX. Feministas, grupos do movi-
mento negro e militantes dos direitos dos ho-
mossexuais engajavam-se nas lutas de
―libertação‖, ancorados pela intensa transfor-
mação cultural do período e pelo pensamento
inovador de intelectuais como Simone de
Beauvoir e Martin Luther King. A juventude,
inspirada pela influência de tais pensadores e em meio à efervescência dos anos 1960, com seus
festivais de música e de cinema e os grandes encontros estudantis, expandiam os novos ideais da
década.
Para a juventude latino-americana que aspirava maiores liberdades na vida pessoal, a che-
gada das ditaduras foi uma tragédia. Em países como Brasil e Argentina, uma estudante que por-
tasse em sua bolsa pílulas anticoncepcionais era qualificada como ―subversiva‖, representando
uma ameaça aos ―bons costumes‖ pregados pelo Estado. Não raro, mulheres brasileiras entra-
vam na militância política: para derrubar o regime ditatorial muitas acabavam pegando em ar-
mas; outras, ao exilarem-se, entravam em contato com as teses feministas, formando numerosos
grupos no exterior e comprometendo-se na luta pelas ―liberdades democráticas.‖
Na Argentina, mães de desaparecidos po-
líticos reuniram-se pela primeira vez em 1977
na Praça de Maio, centro de Buenos Aires, para
cobrar do então ditador Jorge Videla informa-
ções sobre o paradeiro de seus filhos, prática
que se estende até hoje e abarca, em suas mani-
festações, questões referentes não apenas aos
desaparecidos políticos do regime militar argen-
tino, mas também lutas políticas e sociais do
presente, iniciando relações de amizade e apro-
ximações com inúmeras ONGs, movimentos
sociais e personalidades de todo o mundo.
Imagem 07. Disponível em: <http://www.quien.net/
abuelas-de-plaza-de-mayo.php> Acesso em: 31 de
Imagem 08. Disponível em:
<http://3001periododitatorialbrasileiro.blogspot.co
m.br/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
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TEXTO DE APOIO
―Todas as mulheres sofrem opressão, até as
mulheres brancas, particularmente mulheres
brancas pobres, e especialmente indígenas,
mexicanas, porto-riquenhas e negras ameri-
canas, cuja opressão é triplicada comparada
a qualquer uma das mencionadas acima.”
A frase, retirada de um dos primeiros textos
do feminismo negro publicado no fim da dé-
cada de 1960 nos EUA, explicita uma lacuna
dos movimentos feministas: há espaço, real-
mente, para todas as mulheres nesses grupos?
A questão racial nas décadas de 1950-60 foram uma temática de discussão especial
nos EUA: a busca por direitos civis, tais como direito ao voto e acesso ao ensino superior
para a população negra ganhava corpo no país, no qual ativistas como Martin Luther King e
Malcom X ganhavam voz na mídia e expandiam, em nível internacional, seus discursos. A
mulher negra, porém, continuava vítima de sexismo por parte da sociedade, encontrando-se
a par desta e muitas vezes não encontrando representatividade nos próprios movimentos de
direitos civis. Tal situação levou à formação dos primeiros movimentos feministas negro,
que buscavam demandas diferentes das causas feministas ―tradicionais‖.
No Brasil, seu início se deu no final
da década de 1970, a partir da demanda
das mulheres negras feministas: o movi-
mento negro tinha sua face sexista e impe-
dia que as ativistas negras ocupassem po-
sições de igualdade junto aos homens ne-
gros; por outro lado, o movimento femi-
nista tinha sua face racista, preterindo as
discussões de recorte racial e privilegiando
as pautas que contemplavam somente as
mulheres brancas.
Imagem 09. Disponível em: <http://
blogueirasnegras.org/tag/mulheres/> Acesso em:
31 de mar. 2016.
Imagem 10. Disponível em: <https://www.hrw.org/
topic/womens-rights> Acesso em: 31 de mar. 2016.
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APRENDA FAZENDO
QUESTÃO 13 (prova Azul; 2013)
Na imagem da década de 1930, há uma crítica
à conquista de um direito pelas mulheres, re-
lacionado com a
A) Redivisão do trabalho doméstico.
B) Liberdade de orientação sexual.
C) Garantia da equiparação salarial.
D) Aprovação do direito ao divórcio.
E) Obtenção da participação eleitoral.
QUESTÃO 42 (prova Azul; 2015)
Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico
define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civiliza-
ção que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o fe-
minino.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1980.
Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um mo-
vimento social que teve como marca o(a)
A) Ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.
B) Pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.
C) Organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero.
D) Oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos.
E) Estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.
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SAIBA MAIS...
Persépolis (2000)
História em quadrinhos autobiográfica da iraniana Marja-
ne Satrapi, retrata o período da infância/pré-adolescência
de sua autora no Irã durante a Revolução Islâmica que
abalou o país em meados da década de 1970. Em meio à
transformação política, novos hábitos e costumes tentam
ser impostos pelo novo governo. Valores familiares e so-
ciais são explorados na história feita por Satrapi, que não
hesita em expor suas opiniões sobre todas as transforma-
ções e imposições do novo regime.
As Sufragistas (Suffragette).
O filme As Sufragistas (2015) retrata a luta de um grupo
de mulheres pelo direito ao voto na Inglaterra do início
do século XX, a partir das diferentes posturas da militân-
cia feminista, enfatizando a mobilização coletiva das in-
tegrantes por uma luta maior.
Trailer disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=e88IJJv7PLQ> Acesso em: 30 de abr. 2016.
Mulheres: Memórias da ditadura.
O portal, desenvolvido pelo Instituto Vladimir Herzog,
busca difundir em larga escala conteúdos sobre o período
do regime ditatorial, voltando-se principalmente às novas
gerações. É possível aprofundar-se em temas como femi-
nismo e resistência feminina durante o período da ditadu-
ra militar.
Disponível em: <http://memoriasdaditadura.org.br/
As Mina na História
A página no Facebook foi criada por Sigrid Beatriz Vara-
nis Ortega, em junho de 2015, com o objetivo de resgatar
a memória e o trabalho de mulheres que transformaram o
mundo, e ainda assim acabaram apagadas da História.
Disponível em: <https://www.facebook.com/
asminasnahistoria> Acesso em: 30 de abr. de 2016
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RESPOSTAS COMENTADAS
QUESTÃO 13.
A charge ironiza o ganho do direito ao voto feminino no Brasil. Instituído em 1932, a
partir do Código Eleitoral provisório, promulgado no primeiro governo de Getúlio Vargas, o
voto feminino só veio instituir-se no país após pressão das mulheres por seus direitos.
A busca feminina por direitos como trabalho e voto inserem-se no cenário da chamada
―primeira onda‖ feminista, iniciada em países como Estados Unidos e Inglaterra na virada
do século XIX pro XX.
Nesse período, surge a luta das ―suffragettes‖, mulheres que defendiam o direito ao
voto e uma maior participação feminina na tomada de decisões políticas.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra E
QUESTÃO 42.
A questão faz referência à escritora e ativista feminista Simone de Beauvoir, que pro-
curava desconstruir o conceito de ―feminino‖ , apontando este como uma construção social
num cenário de dominação masculina.
O livro O Segundo Sexo tornou-se uma das principais fontes de inspiração para a orga-
nização de diversos movimentos feministas ao redor do mundo, além de ser um dos respon-
sáveis pela popularização do movimento na década de 1960, durante a chamada ―segunda
onda‖ feminista.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra C.
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REFERÊNCIAS
BIROLI, Flávia. O feminismo como um projeto transformador: as vozes das Margari-
das. Disponível em: <http://blogdaboitempo.com.br/2015/08/28/o-feminismo-como-
projeto-transformador-as-vozes-das-margaridas/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
JARID, Arraes. Feminismo negro: sobre minorias dentro da minoria. Disponível em:
<http://revistaforum.com.br/digital/135/feminismo-negro-sobre-minorias-dentro-da-
minoria/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
MORAES, Maria Lygia Quartim de. O feminismo político do século XX. Disponível em:
<http://blogdaboitempo.com.br/2015/03/09/o-feminismo-politico-do-seculo-xx/> Acesso
em: 31 de mar. 2016.
Imagem 01– Disponível em: : <http://blog.planalto.gov.br/assunto/mulheres/> Acesso em:
31 de mar. 2016.
Imagem 02. . Disponível em: <http://www.marchamundialdasmulheres.org.br/marcha-das-
margaridas-70-mil-mulheres-nas-ruas-por-democracia-justica-com-autonomia-igualdade-e-
liberdade/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
Imagem 03. Disponível em: <http://news.yahoo.com/argentina-rights-activist-finds-stolen-
grandson-35-years-195604950.html> Acesso em: 31 de mar. 2016.
Imagem 04. Disponível em: <http://memoriasdaditadura.org.br/mulheres/> Acesso em: 31
de mar. 2016.
Imagem 05. Disponível em: <http://fatoafato.com/viewnoticias.php?cod=10402> Acesso
em: 31 de mar. 2016
Imagem 06. Disponível em: <https://andradetalis.wordpress.com/2014/12/page/7/> Acesso
em: 31 de mar. 2016.
Imagem 07. Disponível em: <http://www.quien.net/abuelas-de-plaza-de-mayo.php> Aces-
so em: 31 de mar. 2016.
Imagem 08. Disponível em: <http://3001periododitatorialbrasileiro.blogspot.com.br/>
Acesso em: 31 de mar. 2016.
Imagem 09. Disponível em: <http://blogueirasnegras.org/tag/mulheres/> Acesso em: 31 de
mar. 2016.
Imagem 10. Disponível em: <https://www.hrw.org/topic/womens-rights> Acesso em: 31 de
mar. 2016.
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COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 — ENTENDER AS TRANSFORMAÇÕES TÉCNICAS E
TECNOLÓGICAS E SEU IMPACTO NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO, NO DESEN-
VOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E NA VIDA SOCIAL.
Ayrton Adilson Barbosa Ferreira da Silva Alves (ayrtonadilson@gmail.com)
Jhon Lennon de Jesus Ferreira (jhonjesus5@gmail.com)
Wendna Mayse Amorim Chaves (mayseamorim@hotmail.com)
Imagem 1. A agricultura tradicional foi o
tipo original de agricultura, e tem sido pra-
ticada há milhares de anos. Imagem 01. Dis-
ponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/
Agronomy> Acesso em: 30 de mar. 2016.
Imagem 2. Campo de batata monoculti-
vado. Disponível em: <https://
en.wikipedia.org/wiki/Monoculture> Acesso
em: 30 de mar. 2016.
Imagem 03. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnicaAula.html?aula=6334>Acesso em:
O início da agricultura ocorreu no perí-
odo neolítico cerca de 4.000 anos antes
de Cristo. Esse momento ficou conheci-
do como revolução neolítica ou revolu-
ção agrícola. A partir desse ponto co-
meçou a transição do nomadismo para o
sedentarismo, ou seja, o homem come-
çou a se fixar em um lugar, construir
melhores habitações, se dedicar à agri-
cultura e à fabricação de instrumentos
de bronze e prata. Devido essa mudan-
ça ter ocorrido antes da invenção da es-
crita
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não é possível saber exatamente o momento em que isso ocorreu, contudo, as datas são
calculadas a partir dos instrumentos agrícolas encontrados. A diversidade de técnicas im-
plantadas ao longo de 6.000 anos a agricultura permitiram o desenvolvimento desta nas
mais diversas partes do mundo, contribuindo para a criação de represas e canais que pos-
sibilitaram o aumento das zonas de produção, além dos novos sistemas de produção co-
mo o sistema de rotação de culturas na Idade Média, que permitiu uma reutilização mais
eficiente da terra.
O início da Revolução Industrial (1760) foi essencial para modernização dos pro-
cesso alimentícios. Produtos enlatados, utilização de máquinas na colheita e a monocultu-
ra tomaram a ordem do dia, a produção tornou-se cada vez mais rápida e quantitativa.
Vender era o foco principal e isso consumiu ainda mais da força dos camponeses como
também da terra.
CRESCENTE FÉRTIL é o nome dado a uma região
do Oriente Médio, historicamente habitada por diver-
sos povos e civilizações desde os mais primitivos está-
gios de evolução do homem moderno. Seu nome deri-
va precisamente do fato dessa região, em forma de lua
crescente, ser extremamente propícia à agricultura,
literalmente "rasgando" áreas desérticas completamen-
te inóspitas, impróprias para povoamento constante e
estável. (Imagem 4).Adaptado de: <http://
www.infoescola.com/geografia/crescente-fertil/>
ROTAÇÃO TRIENAL DE CULTURAS
A rotação trienal de culturas foi
uma técnica
de agricultura praticada na Idade
Média. Consistia em dividir um
campo de cultivo em três partes,
utilizando-as para diferentes cultu-
ras de forma rotativa para melhor
aproveitamento do solo. (Imagem
5).
Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Rota%C3%A7%C3%A3o_trienal_de_culturas>
Acesso em: 30 mar. 2016
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Com a Revolução Verde houve uma explosão na produção de alimentos, as plantações
tinham a adição de fertilizantes industriais, mecanização, utilização de pesticidas e herbicida
em larga escala. Essas medidas levaram a uma explosão na produção de alimentos. O princi-
pal idealizador do projeto, Norman Borlaug ganhou o premio Nobel da paz pelos seus esfor-
ços na luta contra a fome, entretanto, nem tudo saiu como planejado, pois, alguns problemas
começaram a surgir com mais frequência. O uso de pesticidas matou grande parte das pragas
mas, com o passar do tempo, elas se tornaram mais resistentes. Além disso, é importante
considerar a grande quantidade de veneno que ingerimos diretamente ao consumir alimentos
tratados com produtos químicos.
É nesse contexto que os movimentos ambientalistas vão se impor contra os agrotóxi-
cos e os alimentos transgênicos, exigindo uma alimentação com menos quantidade de agro-
tóxicos, incentivando a agricultura orgânica e boicotando os alimentos transgênicos, além de
protestar contra a expansão da monocultura.
Imagem 6. Uso de pesticidas em planta-
ção. Disponível em: <http://
plumaslibres.com.mx/2015/03/21/oms-
califica-a-cinco-pesticidas-como-
cancerigenos-son-muy-utilizados/> Aces-
O que é a agricultura orgânica?
São sistemas sustentáveis de agricultura que
não permitem o uso de produtos químicos
sintéticos prejudiciais para a saúde humana
e para o meio ambiente, tais como cer-
tos fertilizantes e agrotóxicos sintéticos,
nem de organismos geneticamente modifica-
dos. (Imagem 7). Adaptado de: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura_org%C3%
A2nica> Acesso em 30 mar. 2016
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TEXTO PARA REFLEXÃO
UM POUCO DE LITERATURA...
O romance ―Usina‖ de José Lins do
Rego retrata uma sociedade onde as rela-
ções de poder eram baseadas em relações
pessoais, tais quais: a endogamia, a especia-
lização regional das condições de vida, de
habitação e de dieta; além das restrições so-
ciais às relações sexuais. Sociedade regida
pelos rígidos códigos da consanguinidade e
ameaçada no inicio do século XX (décadas
de 20 e 40) pela dissolução das hierarquias
tradicionais de classe, de raça e de sexo.
Nesse período, a democratização da socie-
dade, assim como da política brasileira, de-
sestabilizaram as relações de poder da anti-
ga aristocracia local, proporcionando o sur-
gimento de novos grupos sociais (comerciantes, industriais, operários, a classe média) que,
ao emergirem do processo de modernização da sociedade, proporcionaram a alteração de
suas relações sociais, culturais, econômicas, de trabalho e de gênero, colaborando, assim,
com o surgimento de uma sociedade de indivíduos que passavam a possuir direitos e deve-
res, desligados das relações definidas como hierarquicamente superior.
Neste ínterim o romance nos mostra a utopia de se restituir um mundo que ficou
para trás. E por não poder revivê-lo, vemos a narrativa como ―uma forma de vingança con-
tra aqueles que levaram a dissolução das relações sociais tradicionais‖. Por isso José Lins
espalha em suas páginas dor, doença, melancolia, aleijões, tristezas, loucuras
(ALBUQUERQUE JR, 1999: 131).
(Texto adaptado: DALAVALLE, I; MATOSO, R. O. A importância da preser-
vação da memória por meio dos museus. Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 3, p. 237-242,
jul./set. 2010. Disponível em: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188-10476-1-PB.pdf>
Acesso em: 30/03/16).
Usina é o antepenúltimo livro do "Ciclo da cana-
de-açúcar" do escritor brasileiro José Lins do
Rego, seguido por Fogo Morto. (Imagem 8). Dis-
ponível em: <https://www.google.com.br/search?
sa=X&biw=1366&bih=623&q=Usina+(livro)
&stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLRT9c3NEr
KLUnLzjVU4gbzjAorK8tStHic8vOzgzNTUssT
K4sBozPD2ysAAAA&ved=0ahUKEwiB05-
ogOzLAhXMkZAKHer3D9cQxA0IcjAQ Aces-
so em: 31/03/16.
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O romance ―Usina‖, pode ser tomado como a narrativa de um processo de destrui-
ção, e ao mesmo tempo, um esforço de reconstrução de seu espaço interior e exterior a par-
tir de fragmentos de vida que não mais existem. (Adaptado de: http://www.seer.ufu.br/
index.php/neguem/article/view/13599/15331 Caderno Espaço Feminino - Uberlândia-MG -
v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online 1981-3082).
TEXTO DE APOIO
―O HOMEM É AQUILO QUE COME‖: ALIMENTAÇÃO MODERNA E PRODUTOS
TRANSGÊNICOS
Você já se perguntou o que significa a letra ―T‖ dentro de um triângulo presente nas embala-
gens de produtos industrializados? Por acaso, você tem o hábito de ler as embalagens para saber de
quais ingredientes determinado alimento é constituído? No supermercado, você é capaz de identifi-
car quais produtos foram feitos a partir de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados)? O
consumidor pode não saber, mas a letra ―T‖ ilustrada na figura 1 é utilizada para indicar os produ-
tos geneticamente modificados, ou seja, os alimentos transgênicos.
Apesar de todas as informações contidas em rótulos de alimentos, o consumidor final sente-
se inseguro em relação ao produto, mesmo contando com várias regulamentações que controlam e
determinam que tipo de produto está sendo vendido. Isso acontece porque alguns consumidores
não se sentem esclarecidos sobre as informações contidas em rótulos que, em sua maioria, são fa-
bricados em outro idioma ou, até mesmo pelo fato de se tratar de ingredientes desconhecidos por
quem consome.
A rotulação exigida nas embalagens de alimentos transgênicos é necessária para que quem o
consome tenha consciência do tipo de alimento que está ingerindo. Alguns cientistas, ambientalistas
e até mesmo críticos desse processo defendem a divulgação do rótulo contendo o símbolo do trans-
gênico para que o consumidor tenha a liberdade de escolher que tipo de produto pretende comprar.
Após o crescimento gigantesco da produção agrícola no Brasil, principalmente a partir da década de
1970/80, quando a tecnologia desenvolvida deu as bases para o crescimento industrial, muitos dos
alimentos consumidos passaram a ser oriundos desse setor.
Imagem 9. Disponível em: >>http://
www.oquevocefezpeloplanetahoje.com.
br/tag/alimentos-transgenicos/<< Aces-
so em: 29/03/16.
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Para incentivar o aceleramento da produção e diversificar cada vez mais a quantidade
de produtos, as industrias contaram não apenas com o desenvolvimento de técnicas para a
agricultura, como também com a área da ciência genética que possibilitou o uso de semen-
tes resistentes a pragas, sem necessariamente ter que ser utilizados agrotóxicos ou pestici-
das.
Se de um lado há quem discorde do uso de sementes geneticamente modificadas por
acreditar que os transgênicos não são seguros para o uso humano e animal, levam ao aumen-
to da utilização de pesticidas e causam danos ao meio ambiente, por outro, há quem defen-
da o poder potencializador desses grãos e argumentam, ainda, que a agricultura feita a partir
desse processo pode produzir alimentos suficientes para erradicar a fome do mundo.
O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneti-
camente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Contudo, é também o país que mais utiliza agrotóxicos na produção alimentar. Dentre esses
grãos, destacam-se soja, milho, feijão, mamão papaia, laranja-pêra e algodão. Também
ocorreram modificações em alimentos como o tomate — agora com maior durabilidade —-
e na batata, mais resistente a pragas.
Segundo Anderson Galvão, representante do ISAA (International Service for the Ac-
quisition of Agri-biotech Applications) no Brasil, ―os transgênicos permitiram a intensifica-
ção da produção global e, principalmente, brasileira, contribuindo para evitar que a agricul-
tura disputasse área com reservas de biodiversidade nos 27 países em que são cultivados".
(Adaptado de <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/02/brasil-e-o-2-pais-que-
mais-cultiva-transgenicos-diz-estudo.html> Acesso em: 31/03/16.)
VOCÊ SABIA?
Símbolo que identifica alimentos transgênicos pode ser
extinto. Projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputa-
dos e à espera de votação no Senado altera a apresenta-
ção de produtos alimentícios, retirando a letra que indica
a presença de transgênicos. Imagem 10.
Disponível em: >>http://www.correiobraziliense.com.br/app/
noticia/cidades/2015/06/08/interna_cidadesdf,485816/simbolo-que-
identifica-alimentos-transgenicos-pode-ser-extinto.shtml<< Acesso
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A alimentação moderna tem contado com o ―aperfeiçoamento‖ de grãos e de outros
alimentos para beneficiar a população sempre diante de gigantescas vitrines que os seduzem
para o consumo acelerado de produtos industrializados, que acarretam problemas à saúde
devido à quantidade de química que fazem parte de sua composição. A globalização, junta-
mente com a modernização do setor agrícola, possibilitou o aumento e aparecimento de res-
taurantes e indústrias que oferecem uma variedade de pratos suculentos e deliciosos, muitos
deles prejudiciais ao organismo humano, como também até mesmo ao meio ambiente. São
alimentos enlatados, plastificados, sempre envoltos de alguma embalagem que, além de ex-
trair da natureza matéria-prima para sua fabricação, muitos deles passam pelo processo de
produção que faz uso massivo de produtos químicos.
No tocante à agricultura familiar, de subsistência, o pequeno agricultor para manter
sua produção necessita de pequenos empréstimos ou de alguma assistência do governo atra-
vés de programas sociais. Neste caso, os programas de assistência social, principalmente os
de distribuição de grãos, utilizam sementes geneticamente modificadas, o que obriga o ho-
mem do campo a fazer uso desse produto, transformando, assim, sua alimentação.
O que são alimentos transgênicos? São frutos de modificações embrionárias realizadas
em laboratório, pela inserção de pelo menos um gene de uma outra espécie. Alguns dos
motivos de modificação desses alimentos são para que as plantas possam resistir às pragas
(insetos, fungos, vírus e bactérias), agrotóxicos e herbicidas.
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/DavidMoreiraPerry/alimentos-transgnicos-enfermagem-david-
moreira > Acesso em: 29/03/16.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
46
APRENDA FAZENDO
QUESTÃO 04 — ENEM 2015 CADERNO AZUL
Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao
A) elevado preço das mercadorias no comércio.
B) aumento da demanda por produtos naturais.
C) crescimento da produção de alimentos.
D) hábito de adquirir derivados industriais.
E) uso de agrotóxicos nas plantações.
QUESTÃO 37 — ENEM 2011 CADERNO AZUL
No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita de cana-de-açúcar tem sido induzi-
da também pela legislação ambiental que proíbe a realização de queimadas em áreas
próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcoo-
leiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de
hectares cultivados com cana-de-açúcar.
BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura
brasileira no período de 1990-2000. Revista de Economia Agrícola. V. 49 (1), 2002.
O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica que integram o
processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas,
uma mudança decorrente desse processo é a
A) perda de nutrientes do solo devido à utilização constate de máquinas.
B) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.
C) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.
D) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.
E) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.
Imagem 11. Disponível em: <http://www.arionaurocartuns.com.br/charge_alimentos.shtml> Acesso
em 30/03/16.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
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SAIBA MAIS
Neste vídeo, o JC Debate discute uma mudança
aprovada na Câmara dos Deputados que acaba
com a obrigatoriedade dos fabricantes de ali-
mentos transgênicos a colocarem um selo com
um "T" nas embalagens. Tempo de duração: 30
minutos e 46 segundos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=AIahJ3LEdB8> Acesso em: 30/03/16.
O TRAMAS (Trabalho, Meio Ambiente e Saú-
de) vem desde 1996 construindo o Núcleo en-
quanto um espaço de encontro, formação e prá-
xis de pessoas que comungam o desejo de dedi-
car-se a processos históricos de emancipação
humana e social a partir da Universidade. Tem
como foco as inter-relações entre Produção,
Trabalho, Ambiente e Saúde, abordadas numa
perspectiva crítica no contexto da civilização do
capital.
Disponível em: <http://www.tramas.ufc.br/?
O Veneno Está na Mesa, documentário do cine-
asta Silvio Tendler, traz o relato de especialis-
tas e agricultores e coloca em xeque o atual
modelo de produção de alimentos. O fato de o
Brasil ser um dos maiores consumidores de
agrotóxicos motivou-o a falar sobre o tema.
Disponível em: <http://despertarcoletivo.com/
o-veneno-esta-na-mesa/> Acesso em: 30/03/16.
O livro Primavera Silenciosa, publicado em
outubro de 1962 pela bióloga norte- americana
Rachel Carson, aborda os perigos que os pesti-
cidas sintéticos oferecem tanto para a natureza
como para os seres humanos. É considerada
uma referência da ética ambiental, por incenti-
var todas as gerações a reavaliarem a sua rela-
ção com a natureza e a repensarem a utilização
desenfreada de produtos químicos. Disponível
em: <https://
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
48
RESPOSTAS COMENTADAS
QUESTÃO 04 — ENEM 2015 CADERNO AZUL
A charge ilustra de forma bem humorada a preocupação com a utilização de agrotóxicos
no campo brasileiro. Nos últimos anos tem sido progressivo o uso de fertilizantes, adubos
químicos e uso de pesticidas no Brasil, com o objetivo de aumentar a produtividade, a
despeito dos prejuízos que tais substancias podem causar à saúde humana. Produtos agrí-
colas como pimentão, alface e morango estão entre os campeões no uso desses produtos.
(Adaptado de: <http://vestibular.uol.com.br/provas-e-correcoes/2015/acompanhe-a-
correcao-comentada-do-enem-2015/#amarela-1-41> Acesso em: 30/03/16).
ALTERNATIVA CORRETA: Letra E
QUESTÃO 37 — ENEM 2011 CADERNO AZUL
A racionalização da produção com as restrições impostas às queimadas, além de assegurar
à produção sustentabilidade ambiental, possibilita o aproveitamento das folhas e do baga-
ço da cana.
ALTERNATIVA CORRETA: Letra B
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
49
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE JR., D. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: Fundação Joa-
quim Nabuco e Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 1999.
CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. São Paulo: companhia melhoramentos, 1962.
DALAVALLE, I; MATOSO, R. O. A importância da preservação da memória por meio
dos museus. Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 3, 2010.
REGO, José Lins do. Usina. 12. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
SITES CONSULTADOS
Resumo sobre o livro ―Usina‖. Disponível em: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188-
10476-1-PB.pdf> Acesso em: 30/03/16).
Resumo sobre o livro ―Usina‖. (Adaptado de: <http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/
article/view/13599/15331> Acesso em 30/03/16. Caderno Espaço Feminino - Uberlândia-
MG - v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online 1981-3082).
Documentário 1: JC Debate. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=AIahJ3LEdB8> Acesso em: 30/03/16.
Documentário 2: O veneno está na mesa. Disponível em: <http://despertarcoletivo.com/o-
veneno-esta-na-mesa/> Acesso em: 30/03/16.
Imagem 1 — Pintura rupestre. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Agronomy>
Acesso em: 30 de mar. 2016.
Imagem 2 — Campo de batatas. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/
Monoculture> Acesso em: 30 de mar. 2016.
Imagem 3 — Seres humanos sedentarizados. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=6334>Acesso em: 30 de mar.
2016.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
50
Imagem 4 — Crescente fértil. Disponível em: <http://www.infoescola.com/geografia/
crescente-fertil/> Acesso em: 30 de mar. 2016.
Imagem 5 — Rotação trienal de culturas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
Rota%C3%A7%C3%A3o_trienal_de_culturas> Acesso em: 30 mar. 2016.
Imagem 6 — Uso de pesticidas em plantação. Disponível em: <http://
plumaslibres.com.mx/2015/03/21/oms-califica-a-cinco-pesticidas-como-cancerigenos-son-
muy-utilizados/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
Imagem 7 — O que é a agricultura orgânica? Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/Agricultura_org%C3%A2nica> Acesso em 30 mar. 2016.
Imagem 8 — Usina. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?
sa=X&biw=1366&bih=623&q=Usina+(livro)
&stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLRT9c3NErKLUnLzjVU4gbzjAorK8tStHic8vOzgzN
TUssTK4sBozPD2ysAAAA&ved=0ahUKEwiB05-
ogOzLAhXMkZAKHer3D9cQxA0IcjAQ Acesso em: 31/03/16.
Imagem 9 — Símbolo transgênico. Disponível em: >>http://
www.oquevocefezpeloplanetahoje.com.br/tag/alimentos-transgenicos/<< Acesso em:
29/03/16.
Imagem 10 — Alimento transgênico. Disponível em: >>http://
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/06/08/interna_cidadesdf,485816/
simbolo-que-identifica-alimentos-transgenicos-pode-ser-extinto.shtml<< Acesso em:
29/03/16.
Imagem 11 — Charge. Disponível em: <http://www.arionaurocartuns.com.br/
charge_alimentos.shtml> Acesso em 30/03/16.
Texto adaptado de: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188-10476-1-PB.pdf> Acesso
em: 30/03/16).
Texto adaptado de: http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/13599/15331
Caderno Espaço Feminino - Uberlândia-MG - v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online
1981-3082).
Texto adaptado de: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/02/brasil-
e-o-2-pais-que-mais-cultiva-transgenicos-diz-estudo.html> Acesso em: 31/03/16.
Site: O TRAMAS (Trabalho, Meio Ambiente e Saúde) Disponível em: <http://
www.tramas.ufc.br/?page_id=66> Acesso em: 30/03/16.
Site: PDF - Primavera silenciosa. Disponível em: <https://
biowit.files.wordpress.com/2010/11/primavera_silenciosa_-_rachel_carson_-_pt.pdf >
Acesso em: 30/03/16.
Questão 04 ENEM (Comentário). Adaptado de: <http://vestibular.uol.com.br/provas-e-
correcoes/2015/acompanhe-a-correcao-comentada-do-enem-2015/#amarela-1-41> Acesso
em: 30/03/16).
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
51
Kézia Jaiane Porfírio da Silva ( keziajaiane@gmail.com)
Rayan Fernades Pereira (rayan.fernando.pereira.br@live.com)
Valber Nunes da Silva Mendes (valbermendes@live.com)
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA
Atenas era uma cidade-estado grega que estava situada na parte central da Península da
Ática, a poucos quilômetros do mar Egeu. A história política dessa Pólis — como eram conhe-
cidas as cidades estado — passou por diversas transformações até chegar no cenário atual. Co-
mo entender essas mudanças dos problemas da antiguidade à atualidade? Veremos adiante.
Em um primeiro momento os atenienses foram governados por um rei (Monarquia) que
detinha grande poder e influência. Mas, com o tempo e por meio de guerras, este modelo foi
suplantado por uma oligarquia. Na oligarquia aqueles que eram ricos e bem-nascidos, ou seja,
os Eupátridas, governavam de acordo com seus interesses. Foi nesta época que a vida dos mais
pobres se tornou bem difícil: A escassez de terras
férteis, que estavam sob a posse dos governantes,
somada a um surto de crescimento populacional em-
pobreceu ainda mais grande parte da população. Fo-
me e escravidão por dividas eram constantes.
Escravizados, enfrentando dificuldades agrá-
rias e comandados por ricos que não se importavam
com eles, os atenienses apoiaram uma mudança na
forma de governo. Pisístrato tomou o poder da mão
dos aristocratas e assumiu ―o trono‖ como um tira-
no. O primeiro tirano governou visando melhorar a
vida da população, mas seus sucessores foram mani-
pulados pelos Eupátridas, o que gerou um clima de
insatisfação entre várias camadas sociais. Revoltado, o povo tomou o poder. É nesse contexto
em que a democracia surgiu. A democracia é uma forma de governo onde os cidadãos partici-
pam, direta ou indiretamente, das decisões políticas. A democracia ateniense era direta: A po-
pulação era livre
Imagem 1 disponível em: <
http://4.bp.blogspot.com/-KzqoVUfFV1E/
UUXz9j0ejaI/AAAAAAAAAFI/nTL-
XbgZALA/s1600/hh.jpg > Acesso em: 1 de
COMPETÊNCIA DE ÁREA 5: UTILIZAR OS CONHECIMENTOS HISTÓRICOS PARA
COMPREENDER E VALORIZAR OS FUNDAMENTOS DA CIDADANIA E DA DEMO-
CRACIA, FAVORECENDO UMA ATUAÇÃO CONSCIENTE DO INDIVÍDUO
NA SOCIEDADE.
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
52
para votar e discutir todo e qualquer tipo de proposta que fosse apresentada na Ágora. Por um
lado, só quem poderia votar eram os homens maiores de vinte e um anos. As mulheres, crianças,
escravos e estrangeiros não possuíam qualquer poder ou influência.
Apesar dos limites que vimos, estabeleceram-se na Grécia as bases para o sistema político
ocidental, baseado na Democracia Representativa. A partir dela, o povo exprime sua vontade
elegendo, através do voto, representantes para tomar as decisões em favor da maioria. Por isso
que o voto deve ser universal: para que todos os cidadãos possam exprimir a sua vontade, colo-
cando alguém capacitado que o represente. No entanto, parte significativa da população tem ven-
dido seu direito de escolha e decisão por barganhas e favores. Isto faz com que os políticos que
assumem o poder descumpram a confiança depositada através do voto e, ao invés de representar
o povo e a maioria, legislem em benefício próprio.
Foi o que aconteceu, por exemplo, nos últimos anos na Grécia. Há muitos anos o governo
grego gastou mais do que tinha, ano após ano as dívidas contraídas foram superiores ao montante
que havia sido arrecadado com os impostos. Assim, a situação foi ficando cada vez pior e a saída
encontrada pelas autoridades foi realizar empréstimos para quitar os débitos. A cada empréstimo
realizado, uma nova dívida era contraída e os gastos não eram controlados.
Podemos perceber que neste momento a população não participou das decisões, pois eram
os representantes, eleitos pelo povo, quem as tomavam. Resultado: em 2008, quando a crise imo-
biliária dos EUA afetou a economia mundial e os juros dispararam, os bancos que emprestaram
dinheiro a Grécia, começaram a cobrar, e caro.
A Troika (uma associação financeira formada pelo FMI, Banco Central Europeu e Comis-
são Europeia) ainda concordou em continuar emprestando somas bilionárias desde que o primei-
ro ministro grego tomasse medidas de ajuste econômico e fiscal. De início, exigiram que fossem
feitas reformas na previdência, depois afirmaram que seria necessário legalizar as demissões em
massa, cortar gastos com programas sociais e aumentar os impostos.
Toda essa situação gerou uma crise sem precedentes, eis alguns pontos mais alarmantes desta
situação:
 O desemprego chegou a 26%. Entre os mais jovens essa taxa era de 60%;
 Estima-se que 800 mil gregos não tinham acesso a serviços médicos;
 Centenas de empresas declararam falência em todas as regiões do país;
A população mais pobre, foi a que mais sofreu com esta realidade. Em desespero, e bus-
cando uma alternativa, nas eleições, escolheram outro governo para o poder em 2015,
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
53
Alexis Tsipras venceu as eleições com a missão de pôr fim ao ajuste fiscal e propor melhores condi-
ções sociais para a população. No entanto, o cenário não era favorável: os índices da dívida chegaram
a 177% do PIB nacional, isto é, se tudo que fosse produzido no país fosse destinado ao pagamento da
dívida ainda assim não seria possível saná-la.
Diante deste impasse, o primeiro mi-
nistro convocou um referendo (participação
direta do povo, para confirmar ou rejeitar
alguma medida do governo) para saber a
opinião da população. A questão era se o
país devia ou não aceitar as condições im-
postas pela Troika para pagamento da dúvi-
da, No dia 15 de julho de 2015 os gregos
disseram ―não‖ ao capital financeiro que
queria interferir diretamente na soberania
popular. Naquele ano os gregos lutaram,
assim como haviam lutado na antiguidade,
pelo direito de decidirem o que é melhor
para sua nação.
Atualmente, a Grécia está encami-
nhando uma recuperação que perpassa todos os setores. Ao passo que, a permanência no bloco da
União Europeia impõe regras para esse novo momento de reajuste da sociedade, tendo em vista que a
Troika exerce a função de controle econômico aos países pertencentes ao bloco, isto é, a batalha dos
gregos ainda continua ganhando novos capítulos em relação ao capital transnacional e financeiro das
elites europeias.
TEXTO PARA REFLEXÃO
―Ditadura Militar Brasileira: Democracia ou Autoritarismo?‖
Democracia é um termo utilizado para designar uma forma de governo na qual o poder político
é praticado pelo povo através do voto ou sufrágio universal. Nesta forma de governo, o povo elege os
seus representantes que serão responsáveis por representa-los, tomando decisões importantes para o
benefício do todo. Por outro lado, o autoritarismo configura-se como sendo o oposto da democracia,
sendo que nesta outra forma de governo o poder é exercido de forma a impor seus ideais para um
conjunto de pessoas utilizando de coerção para leva-los à obediência ainda que por meio de mecanis-
mos de força.
Imagem 2 disponível em: < http://s2.glbimg.com/jQ-
YGS4HyMSZxG_iPmArju7fOu4=/e.glbimg.com/og/qed/f/
original/2015/07/05/grecia-comemoracao1.jpg Acesso em
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971
54
A partir das definições apresentadas é possível realizarmos uma breve análise de como o
poder político foi exercido no período intitulado de Ditadura Militar no Brasil. Para tal é preciso
compreendermos o que foi a ditadura? Quando ocorreu? E quem foram seus principais represen-
tantes? Essas são indagações básicas para entendermos esse momento da história política do
nosso país. A ditadura militar ou golpe de 64, como costuma ser retratada por muitos, foi um
movimento organizado em função da insatisfação com o poder político que estava em vigor, o
governo de João Goulart (1961-1964), o qual antes de assumir o poder executivo , foi o vice pre-
sidente do Jânio Quadros. Goulart ou Jango, assumiu uma posição de reformista que causou in-
quietações nos seus opositores conservadores e até mesmo nos EUA, os quais temiam que Jango
com suas ideias de reforma na economia e em outros setores da administração pública brasileira,
fosse responsável por desencadear um golpe comunista no país.
Fato é que essa desestabilidade política abriu caminho para a tomada do poder por um
grupo de militares no ano de 1964 estendendo-se até 1985. O primeiro militar eleito pelo Con-
gresso para assumir a presidência foi o Marechal Castelo Branco (1964-1967), na sequência vie-
ram, Costa e Silva (1967-1969), Governo da Junta Militar (de agosto de 1969 a outubro do mes-
mo ano), Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e, encerrando o período de governo dos mili-
tares, Figueiredo (1979-1985). A princípio o Marechal Castelo Branco ascendeu ao poder com
um discurso democrático, entretanto, logo apareceu em seu governo os traços do autoritarismo
político, quadro este que pode ser percebido não apenas em seu período de gestão, mas foi uma
característica predominante em todo o regime militar brasileiro. As repressões, os mandados de
cassação aos opositores, as cenas de tortura que são por vezes relembradas, a censura, enfim, de
modo geral, isso foi o que caracterizou a ditadura militar no Brasil. Nesse sentido não podemos
afirmar que nesse momento histórico de nosso país tenha havido a presença da democracia, já
que por definição, esta, nada tem que ver com o modelo de governo descrito.
Imagem disponível em: <https://
www.google.com.br/search?
espv=2&rlz=1C1VFKB_enBR629BR629&
biw=1600&bih=731&tbm=isch&q=ditadur
a+militar+torturas&revid=1891585584&sa
=X&ved=0ahUKEwiP7YSQybTMAhUHh
ZAKHVRkBMcQ1QIIHA#imgrc=0jibxLS
K7tASpM%3A> Acesso em: 29/04/2016.
Cadernos Didáticos Jul/Dez. 2016
Cadernos Didáticos Jul/Dez. 2016
Cadernos Didáticos Jul/Dez. 2016
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Cadernos Didáticos Jul/Dez. 2016

  • 1. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG Ano III- Vol. I – Nº 1 – jul./dez. 2016- ISSN 2358-4971
  • 2. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 3 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG C122 Cadernos didáticos PET História UFCG *recurso eletrônico+ / Regina Coelli Gomes Nascimento (organizadora). ─ Campina Grande: EDUFCG, 2016-. v. : il. color. Modo de Acesso: http://modulosdidaticos.blogspot.com.br ISSN: 2358-4971 1. História - Universidade. 2. Ensino. 3. Pesquisa e Extensão. I. Nascimento, Regina Coelli Gomes. II. Título. CDU 378.4(091)
  • 3. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 4 SUMÁRIO Apresentação ..................................................................................................................05 ENEM 2016 – informações gerais..................................................................................06 Competência de área 01 — Compreender os elementos culturais que constituem as identidade ................................................................................................................ ....08 Competência de área 02 — Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.................................20 Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movi- mentos sociais. ...............................................................................................................31 Competência de área 04 — Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vi- da social...........................................................................................................................39 Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valo- rizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação conscien- te do indivíduo na sociedade. .........................................................................................51 Competência de área 6 — Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográfico .............................63 Anexo .........................................................................................................................................75 “Carpe diem. Aproveitem o dia meninos. Façam de suas vi- das uma coisa extraordinária.” Fragmento do filme SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS <https://www.youtube.com/ watch?v=Fak3xydNvYM > Acesso em 10.08.2015
  • 4. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 5 Caro estudante, Atualmente o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como cri- tério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vesti- bular. O ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. Foi pensando nessa abrangência, relevância para a formação do grupo e a necessidade de estreitarmos os laços com o ensino básico que o PET Historia UFCG, iniciou em 2011, o projeto ―ENEM - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História‖. E nesse sentido, este quarto módulo foi elaborado com o objetivo de facilitar a com- preensão da proposta do ENEM para a área de CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGI- AS, melhorando o desempenho dos participantes em seus estudos dentro e fora da oficina. Contamos com sua participação para que possamos aprimorar este módulo em edições futuras e esperamos que suas notas reflitam seu esforço, dedicação, tempo de estudo e que seus sonhos e objetivos sejam alcançados. Organizadoras e revisoras Regina Coelli Gomes Nascimento Tutora/PET História Rozeane Albuquerque Lima Doutorando PPGH/UFPE Autores (as) Petianos Aldrey Ribeiro de Brito Ana Carolina Monteiro Paiva Ayrton Adilson Barbosa F. da Silva Alves Jean Lucas Marinho Cavalcanti Jhon Lennon de Jesus Ferreira José Adriano de Oliveira Barbosa Karl Marx Henrique de Oliveira Kézia Jaiane Porfírio da Silva Larissa Albuquerque M. Almeida Lorrane Rangel Agra Lopes Lucas Tadeu Borges Viana Paulo Montini de A. Souza Júnior Rayan Fernades Pereira Roberta dos Santos Araújo Valber Nunes da Silva Mendes Viviane Carneiro de Oliveira Wendna Mayse Amorim Chaves
  • 5. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 6 QUAL O CONTEÚDO DAS PROVAS? O conteúdo das provas do Enem é definido a partir de matrizes de referência em quatro áreas do conhecimento: COMO COMEÇOU O ENEM? ENEM 2016 – INFORMAÇÕES GERAIS
  • 6. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 7 DICAS a) Inscrição Fique atento ao período de inscrições. Você pode se inscrever no Enem 2016, exclusivamente pela internet, entre as 10h do dia 09 de maio de 2016 às 23h59 do dia 20 de maio de 2016. Leia o edital com atenção e preencha todos os campos solicitados de forma precisa. Lembre-se que a responsabilidade pelas informações é dos participantes. Mantenha seus dados de contato (e-mail e telefone) atualizados. O Inep poderá enviar informações importantes sobre o exame e as comunicações são feitas pelos contatos informados na inscrição. Alterações nos dados cadastrais, opção de cidade de provas ou de língua estrangeira serão permitidas apenas durante o período de inscrição. b) Cartão de confirmação O cartão de confirmação de inscrição estará disponível para impressão na Página do Participante, com as seguintes informações: - número de inscrição; - data, hora e local de realização das provas; - indicação do (s) atendimento (s) especializado (s) e/ou do (s) atendimento (s) específico (s), devida- mente solicitado (s) no ato da inscrição, quando for o caso; - opção de língua estrangeira; e - solicitação de certificação, quando for o caso. Para obter o cartão, o participante deve acessar o endereço eletrônico enem.inep.gov.br/participante. É preciso informar CPF e senha. c) Como são as provas O Enem é composto por quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. Confira os dias das provas: 5 de novembro de 2016 (sábado) - Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e; - Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Química, Física e Biologia). Tempo para as provas: 4 horas e 30 minutos 6 de novembro de 2016 (domingo) - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação); - Redação e; - Matemática e suas Tecnologias. Tempo para as provas: 5 horas e 30 minutos. d) No dia da prova Os portões de acesso são abertos às 12h e fecham às 13h, horário de Brasília. Recomenda-se que to- dos os participantes cheguem ao local de prova até as 12h (horário de Brasília), já que é proibida a entrada após o fechamento dos portões. Depois que os portões fecharem, às 13h, uma série de procedimentos de segurança é realizada. As provas têm início às 13h30. IMPORTANTE! - Verifique com antecedência, na Página do Participante, a validação da inscrição e o local de realiza- ção das provas. - Faça o trajeto até o local com antecedência e evite atrasos no dia DA aplicação. IMPORTANTE! Verifique com antecedência, na página do participante, a validação da inscrição e o local de realiza- ção das provas. Faça o trajeto até o local com antecedência e evite atrasos no dia da aplicação. Disponível em <http://enem.inep.gov.br/dicas.html > Acesso em 12/09/2016
  • 7. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 8 COMPETÊNCIA DE ÁREA 01 — COMPREENDER OS ELEMENTOS CULTURAIS QUE CONSTITUEM AS IDENTIDADES. José Adriano de Oliveira Barbosa (adrianoolivera33@gmail.com) Karl Marx Henrique de Oliveira (karlmarxhenrique@hotmail.com) Lorrane Rangel Agra Lopes (lorranerangelagralopes@gmail.com) Em nossa sociedade, em diversos períodos da história o ser humano se fez esta per- gunta: quem sou eu? Não é algo fácil de se responder. Para isso é preciso refletirmos sobre identidade, mas então o que é identidade? Temos três definições de identidade pelo sociólo- go Stuart Hall (1992): a primeira é o sujeito do iluminismo, que seria o individuo que se identifica a partir do seu lugar de nascença e que não muda aquilo que é no decorrer de sua vida; a segunda é o sujeito o sujeito sociológico, que constrói sua identidade a partir do con- tato com a sociedade, mesmo tendo sua essência, ela pode mudar no decorrer da vida; e a terceira é o sujeito pós-moderno que não possui identidade fixa e transita em diversas identi- dades, não sendo mais um sujeito definido pelo próprio reconhecimento, mas pelas identifi- cações, ou seja pela maneira como somos interpretados e representados nas culturas em nos- sa volta. Para compreender a sociedade em nossa volta é preciso falar sobre cultura, então oque é essa identidade cultural? Cultura é a maneira como determinados grupos se identifi- cam e compartilham elementos culturais limitados em um mesmo território e que os unem. Esses elementos tem a capacidade de ter significados diversos, que promovem a comunhão de um grupo, a exemplo da bíblia como um símbolo e os católicos enquanto comunidade cultural. As identidades são mutáveis e se relacionam com a cultura, somando ainda mais elementos diferentes através do tempo. A medida em que essa identidades individuais se aproximam por semelhança, afastam outros pela diferença, gerando distinções, e estabele- cendo identidades de grupo. Fazendo com que cada indivíduo seja socialmente cobrado a assumir uma posição indentitária diante da sociedade, ―ou você é isso ou aquilo‖. As identidades também são construídas com base naquilo que você identifica em si mesmo e o que te torna diferente do outro. A cultura exerce um papel de lente através da qual os diferentes grupos enxergam o mundo, ou seja, fornece significado e sentido para o mundo, o qual envolve muitas vezes valores morais. PARA COMEÇAR A HISTÓRIA
  • 8. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 9 vezes no decorrer da história, como o contato entre portugueses e índios no Brasil, na relação linguística e cultural, além da mudança comportamental como o hábito de se vestir e religiosi- dade, a transformação cultural também aconteceu do lado oposto, sendo o português também afetado pelo contato indígena. O maior contato entre pessoas e informações amplia o sentimento de pertencimento a um grupo. A incorporação de novos elementos, como palavra ou comportamentos (Ketchup, Chicletes, Almofada ou Boyzinho) por esses grupos nos tempos atuais acontece de maneira mais dinâmica, ressignificando elementos para essa cultura. A imagem 1 representa como gru- pos indígenas que sofreram mudanças culturais muito fortes, não deixaram de existir ou de ser indígenas, mas se incorporaram à sociedade mo- derna. A Indústria Cultural pode sugerir o compor- tamento dos indivíduos e, assim, influenciar a cul- tura à medida em que esta também pode ser vista como uma forma de mediação política e prática de poder. O contato com as diferentes mídias sejam internet, rádio, tv, cinema, livros e jornais também podem se relacionados a esse processo da constru- ção das identidades. Mesmo assim os processos de formação da identidade social não estão sujeitos apenas a influências externas, mas também à formação do ―eu‖. Temos então a mídia como aparelho ideológico que pode influir na constru- ção das identidades com base em mecanismo de identificação. Com tanta diversidade dessas identidades relacionadas à globalização, se fala em perda cultural ou, como o sociólogo Bauman (2005) defende, a aculturação. Nesse choque constante entre culturas a fusão de elementos e um fator inevitável. Assim, como pensar em uma pureza cultural é algo que não existe, essa perda ou ressignificação implicaria na alteração de um conjunto de elementos que se caracterizam a cultura tal qual ela é. No Brasil, festas co- mo o carnaval são vividas de diferentes maneiras de Norte a Sul do país: em Pernambuco com o frevo e no Rio de Janeiro com o samba, e assim, mesmo compartilhando de um mesmo terri- tório, língua e história, os grupos e identidades sociais se diferenciam. Mesmo com essa diver- sidade, fatores como o preconceito ainda estão presentes na sociedade contemporânea, seja ra- cial, ou religiosos, ideológico e sexual. Imagem 1: Disponível em <http://1.bp.blogspot.com/-2I9FYDOVBLA/UXE -CfwsF0I/AAAAAAAAnfM/73rZqmQQgkg/ s1600/indio+moderno.jpg> Acessado em 24 de Março de 2016.
  • 9. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 10 TEXTO PARA REFLEXÃO O Brasil é um país caracterizado por sua multiculturalidade. Desde a sua colonização com os portugueses, entre os séculos XVI e XIX, o projeto colonial incluiu nesta terra ín- dios, negros africanos e portugueses europeus. A escravidão negra, no entanto, acentuou de- sigualdades raciais e sociais - especialmente raciais- no Brasil. Mesmo após a abolição da escravidão, assinada pela Princesa Isabel através da Lei Áurea (1888), os negros foram rele- gados a um segundo plano no convívio em sociedade. Livres, os negros povoaram os subúrbios urbanos. Muitos, sem perspectiva de vida, prefe- riam ficar sob o domínio de seu senhor do que tentar uma "nova vida" em condições desfa- voráveis. Sob esse aspecto, especialmente no Rio de Janeiro, em 1908, início do século XX, o governo tomava medidas para modernizar a então capital do país. Para isso, criou-se uma política de reurbanização desalojando os negros e mulatos de suas habitações em prol de uma nova cidade: moderna e bela. Não é a toa que o grande pano de fundo para esta política é a Belle Époque na França durante o séc. XIX. Os sinais da Belle Époque brasileira não visaram apenas o aspecto urbano da cidade do Rio de Janeiro. As manifestações culturais das massas populares também foram alvos destas mudanças. O carnaval em especial foi uma delas: Alguns festejos de origem negra como o entrudo- comemoração pública na qual os negros participavam como coadjuvantes, nas fes- tas de momo ou em brincadeiras com água de cheiro- foram colocados na ilegalidade, a elite da época pretendia "desafricanizar" o carnaval. Desta maneira, o corso europeu e a serpenti- na foram adaptados ao carnaval brasileiro. Carros alegóricos desfilavam pelas principais ruas das cidade, como símbolos de condição social. Enquanto isso, restava aos pobres acompa- nhar de longe estas festividades. Imagem 2: Cortiços eram ambientes favoráveis à pro- liferação de pestes. Com predominância negra, estes espaços foram visados na reurbanização da cidade. Entrada de habitações coletivas 1906. Foto: MALTA, Augusto. Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Belle Époque: período na história da França que co- meçou no fim do séc XIX e durou até a primeira guer- ra mundial. Caracterizava-se por ser uma época de relativa paz entre a França e a Europa e pelo floresci- mento da arte e da arquitetura.
  • 10. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 11 Entretanto, lentamente, tal realidade iria mudar. Em 1920, foi fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, liderado por pessoas de origem humilde. As- sim, o corso europeu das elites cariocas perdiam espaço para os desfiles populares de escolas de samba originários de favelas e periferias. É importante ressaltar as particularidades que os festejos de carnaval adquirem em determina- das regiões do país. Como o carnaval de Parintins-AM, com a disputa entre o Boi Garantindo e o Boi Caprichoso; O caboclo de lança, em Pernambuco- PE, resultado da mistura de cultura afro- ameríndia, e outras manifestações populares como a Folia de Reis e o Bumba meu boi, também existentes em Recife. As desigualdades apontadas em festejos populares são apenas reflexos do quanto era forte a discriminação racial naquela época, como ainda o é hoje em dia. Mesmo após um século do fim da escravidão no Brasil, a população negra ainda sofre com este passado cruel. O recente episódio na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, foi pichado com uma frase racista: "Lugar de negro não é no Mackenzie é no presídio", de igual modo como as declarações do jornalista da TV Globo, Alexan- dre Garcia, declarou que o "Brasil não era racista até criarem as cotas." (Disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/ pichacao-racista-e-encontrada-em-banheiro-do-mackenzie-em- sp.html> Acesso em 10/09/2016) Declarações como estas indicam o nível alarman- te, ainda existente, de desigualdade racial em nosso país. Entretanto, movimentos como o dia da consciência negra (20/10) consistem em ato de resistência da cultura, crenças e sobretudo visibilidade do povo negro na sociedade. Desta maneira, as ações coletivas tendem a criar uma identidade, um nível de pertencimento, a uma causa, no caso, a ne- gra. O Brasil ainda não atingiu um nivelamento social no que diz respeito a questões raciais. A presença do racismo é extremamente contundente em nossa sociedade e devem ser reorientada através da educação. Leis como a 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão do ensino da História e cultura Afro-Brasileira na grade curricular, tanto em rede de ensino privados ou públicos, nos níveis fundamental e médio; tornam-se um grande passo para apagar este estig- ma de nossa sociedade, que é o racismo. Imagem 3: (Corso carnavalesco realizado em 1928, em frente a grande fábrica de refrescos, de Íta- lo Ferarri, em Ourinhos, São Paulo. Fonte: Autoclassic)
  • 11. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 12 TEXTO DE APOIO A partir do advento da globalização, assim como a popularização da internet através de vídeos e sites, estes espaços não ficaram inertes, não foram apenas ocupados, mas sim ressignificados co- mo espaços de agenciamento de uma minoria em busca dos seus direitos e da problematiza- ção de seus ideais, ocorrendo o mesmo movimento com os blogs. Blogueiras crespas e ca- cheadas em busca da valorização das suas descendências, começam a realizar resistências, passam ou passaram por um processo chamado transição, consistindo na decisão de pôr fim a um padrão: ―a ditadura do liso‖ e voltando à naturalidade capilar e incentivam suas leito- ras a passarem pelo mesmo processo de aceitação. Ferro Primeiro o ferro marca A violência nas costas Depois o ferro alisa os cabelos Na verdade o que se precisa É jogar o ferro fora É quebrar todos os elos Dessa corrente De desespero (Cuti in Batuque de Tocaia, 1982) Imagem 4: Disponível em <https:www.facebook.com/1704752256425040/photos/ a.1704761656424100.1073741828.1704752256425040/174 2697422630523/?type=3&theater> Acesso: 30 de março de 2016. Imagem 5: Disponível em < http:// lendoferozmen- te.blogspot.com.br/2015/12/resenha- mulheres-carol-rossetti.html > Acesso: 29 de março de 2016.
  • 12. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 13 A afirmação da identidade negra vem como um ato político, como uma construção cul- tural e social a partir das suas diversas dimensões. Destaca-se que por muito tempo, a identi- dade negra foi subjugada em relação ao padrão europeu, porém, ao compreender a identida- de como um processo de construção social, percebemos a importância da sua afirmação nos dias atuais. Neste contexto, de (re)afirmação e (re)construção da identidade, percebemos a impor- tância dos blogs e suas campanhas de emponderamento da mulher negra, através do crescen- te movimento de escrespamento das mesmas. O padrão de beleza estabelecido pela mídia caracteriza-se por um branqueamento, ou seja, há uma relação de inferioridade quando não se encontra este padrão. O negro, assim, é retratado como submisso ou marginalizado. Nesta busca por representação se enquadram estas jovens blogueiras, na fuga de um padrão pré- estabelecido com o crescente número de adeptas à transição capilar ou ao big chop (grande corte). Como percebemos no depoimento a seguir: Imagem 6: Disponível em < https://www.facebook.com/kindumbadaana/photos/ a.396303223781254.94668.396040817140828/504620226282886/?type=3&theater> Acesso: 30 de março de 2016. ―Quando comecei com essa coisa de deixar meu cabelo cachear novamente (sim, na época era apenas uma ―coisa‖), eu não fazia ideia dos rumos que essa decisão iriam tomar. A princípio, eu só queria ter meus cachos de volta, mas aos poucos fui percebendo a impor- tância da aceitação, não só do meu cabelo, mas também das minhas raízes.‖ ―(Nascimento, 2014) Disponível em < http://cacheia.com/2014/06/cabelo-cacheado-crespo-identidade-ou- modinha/ > Acesso: 30 de Março 2016 01:30
  • 13. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 14 APRENDA FAZENDO Questão 29– ENEM 2011 Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado a par- tir da análise do vestuário do casal retratado acima? (A) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do tra- balho urbano. (B) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de ele- mentos culturais de origem africana. (C) O uso de sapatos é um importante elemento de diferenciação social entre negros liber- tos ou em melhores condições na ordem escravocrata. (D) A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros. (E) A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como finalidade demarcar Foto de Militão, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
  • 14. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 15 Questão 12- ENEM 2013 No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popu- laridade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos colo- niais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles. Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constante- mente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as (A) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. (B) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. (C) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. (D) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. (E) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
  • 15. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 16 SAIBA MAIS ANTIGOS CARNAVAIS O endereço eletrônico traz uma breve aborda- gem da história do carnaval, desde os seus primórdios, na Grécia, até aos desfiles de es- cola de samba. Também é possível ter acesso a antigas marchinhas que embalavam os foli- ões em tempo de carnaval. Disponível em <http:// www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/ diadecarnaval7.html > Acesso:30 de março de 2016 PRECONCEITUOSO O canal de humor do Youtube chamado Parafer- nália, produziu um vídeo veiculado na mesma mídia social no qual se refere as agressões sofri- das por aqueles que tem sua identidade ferida de algum modo. Esse vídeo mostra que em nosso cotidiano está enraizado o preconceito com ne- gros, gays, mulheres... e vai ser uma batalha difí- cil, mas não impossível de acabar. Disponível em <https://www.youtube.com/watch? v=d6_4ilanc5c > Acesso:30 de março de 2016 Menina Bonita do Laço de Fita Conta a história de um coelhinho que se apai- xona por uma menina negra e quer saber o segredo de sua beleza. A menina inventa mil histórias, até que sua mãe esclarece ao coelhi- nho que a cor da pele da menina é uma heran- ça de seus antepassados, que também eram negros. Disponível em <http:// portal.mec.gov.br/dmdocuments/ orientacoes_etnicoraciais.pdf > Acesso:30 de março de 2016
  • 16. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 17 RESPOSTAS COMENTADAS Questão 29:— ENEM (2011) Na sociedade escravista colonial brasileira a indumentária era utilizada frequentemente co- mo marca de distinção social. Assim que alforriados, os negros libertos procuravam comprar sapatos para se diferenciar dos escravos que eram proibidos de usá-los. ALTERNATIVA CORRETA: Letra C Globo Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2011/ questoes/29.html> Acesso: 30 de março de 2016 Questão 12 — ENEM (2013) O entrudo consistia em uma manifestação cultural carnavalesca de origem medieval, que chegou ao Brasil no período colonial e que tinha grande adesão principalmente entre as clas- ses populares. Como é apresentado no texto, as elites se opunham a essa prática considerada ofensiva, pois era no entrudo que as classes populares liberavam seus sentimentos ao ocupa- rem as ruas da cidade para realizar uma série de brincadeiras. A partir de 1840, a elite brasi- leira passou a criar campanhas pelo fim do entrudo, pois pretendia festejar o carnaval sem ter contato com as classes populares. ALTERNATIVA CORRETA: Letra C Globo Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/ questoes/12.html> Acesso: 30 de março de 2016 D
  • 17. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 18 REFERÊNCIAS Disponível em <http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/07/maria-julia-coutinho-maju-e- vitima-de-racismo-no-facebook.html> Acessado em 30 de março de 2016 01:50 Disponível em <http://cacheia.com/palestras/> Acesso: 30 de março de 2016 15:31 Disponível em <http://cacheia.com/2014/06/cabelo-cacheado-crespo-identidade-ou- modinha/> Acessado em 30 de março de 2016 01:52 Disponível em <http://historiahoje.com/racismo-e-carnaval-na-belle-epoque/> Acessado em 31 de Março de 2016, às 11:28. Disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/pichacao-racista-e- encontrada-em-banheiro-do-mackenzie-em-sp.html> Acessado em 31 de Março de 2016, às 11:40. Disponível em <http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/10/ao-falar-sobre-racismo- alexandre-garcia-faz-o-comentario-mais-ignorante-do-ano.html> Acessado em 31 de Março de 2016, às 11:41. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm> Acessado em 31 de Março de 2016, às 11:41. GRALHA DE SOUZA, Fernando. A Belle Époque Carioca: Imagens da modernidade na obra de Au- gusto Malta. 2008. Disponível em <http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2009/12/Fernando- Gralha.pdf> Acessado em 31 de Março de 2016. HALL, STUART. A identidade cultural na pós-modernidade, DP&A Editora, 1ª edição em 1992, Rio de Janeiro, 11ª edição em 2006, tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro . MATOS, Édila Maria dos Santos. Cachear e Encrespar: moda ou resistência? Um estudo sobre a construção identitária do cabelo afrodescendente em blogs. 2015. Disponível em <http://bdm.unb.br/ bitstream/10483/12124/1/2015_EdilaMariadosSantosMatos.pdf> Acessado em 30 de março de 2016. MONTEIRO, EDEMAR SOUZA. CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NO CONTEXTO SOCIOCUL- TURAL DOS SUJEITOS. Revista Fórum Identidades. Itabaiana - PB, 2011. Disponível em <http://200.17.141.110/periodicos/revista_forum_identidades/revistas/ ARQ_FORUM_IND_10/FORUM_V10_04.pdf> Acessado em 26 de Março de 2016. PATRIOTA, LÚCIA MARIA . Cultura, identidade cultural e globalização. João Pessoa Agosto de 2002. Disponível em <http://www.cchla.ufpb.br/caos/numero4/04patriota.pdf> Acessado em 25 de março de 2016.
  • 18. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 19 SANTOS. Marcio André. Negritudes posicionadas: as muitas formas da identidade negra no Brasil. Disponível em: <http://www.cp2.g12.br/UAs/se/departamentos/sociologia/ pespectiva_sociologica/Numero4/Artigos/marcio_andre.pdf> Acessado em 30 de março de 2016. Imagens: Imagem 1: Disponível em <http://1.bp.blogspot.com/-2I9FYDOVBLA/UXE-CfwsF0I/ AAAAAAAAnfM/73rZqmQQgkg/s1600/indio+moderno.jpg> Acessado em 24 de Março de 2016. Imagem 2: Disponível em <http://www.ifch.unicamp.br/cecult/mapas/corticos/ cortimagens1.html> Acesso em 31 de Março de 2016. Imagem 3: Disponível em <http://cocada-preta.blogspot.com.br/2012/01/origem-do- carnaval.html> Acesso em 31 de Março de 2016. Imagens 4: Disponível em <https:www.facebook.com/1704752256425040/photos/ a.1704761656424100.1073741828.1704752256425040/1742697422630523/? type=3&theater> Acesso: 30 de março de 2016. Imagem 5: Disponível em <http://lendoferozmente.blogspot.com.br/2015/12/resenha- mulheres-carol-rossetti.html> Acesso: 30 de março de 2016. Imagem 6: Disponível em <https://www.facebook.com/kindumbadaana/photos/ a.396303223781254.94668.396040817140828/504620226282886/?type=3&theater> Aces- so: 30 de março de 2016.
  • 19. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 20 COMPETÊNCIA DE ÁREA 02 — COMPREENDER AS TRANSFORMAÇÕES DOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS COMO PRODUTO DAS RELAÇÕES SOCIOECO- NÔMICAS E CULTURAIS DE PODER Desde que apareceu na arena da história, o povo judeu tem se caracterizado pela sua conturbada estadia nos terri- tórios onde se dispôs a viver, inclusive na própria terra de Israel. O primeiro grande acontecimento que levou os judeus a viverem em um território que não era o seu de origem foi a partir da invasão dos assírios ao reino de Israel, comandados PARA COMEÇAR A HISTÓRIA RELEMBRE -Migração é o movimento de entrada ou saída de indivíduos em países diferentes ou dentro de um mesmo país (de um esta- do para o outro, de uma cidade para a outra). -Imigração é a entrada de es- trangeiros em um país; estabe- lecimento de indivíduos em ci- dade, estado ou região do seu próprio país, que não é de sua origem. -Emigração é a saída espontâ- nea de um país; movimentação de uma para outra região dentro de um mesmo país; sair de um país ou lugar onde se vive para viver em outro, provisória ou definitivamente. IMAGEM 1 - Fluxo migratório judaico ao longo do tempo . Disponível em:< http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras -historia/diaspora-descubra-como-judeus-se-espalharam-pelo- Aldrey Ribeiro de Brito (Aldreylinkinpark@hotmail.com) Lucas Tadeu Borges Viana (lucastadeuborgesviana@gmail,com) Viviane Carneiro de Oliveira (viviioliveira@hotmail.com)
  • 20. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 21 por Sargão II (R. 721–705 a.C.), fazendo com que grande parte das tribos fossem levadas cativas, o que levou, mais tarde, ao desaparecimento destas. Se- gundo Paul Johnson, as tribos remanescentes, que seriam Judá, Benjamin e parte da tribo de Levi (que formavam o reino de Judá) foram invadidas e leva- das cativas pelos babilônicos, sob o reinado de Na- bucodonosor II (604 a.C. – 562 a.C.), dando início à primeira diáspora do povo judeu. Porém, a segunda diáspora foi a que mais con- tribuiu para a sua dispersão em todo mundo, pois foi a partir daí que os judeus passaram a viver fora de sua terra natal até os dias de hoje. Com a ocupação dos romanos na Judéia, houve a segunda destruição do templo sagrado e da cidade de Jeru- salém culminando com a expulsão deste povo do seu território em torno do ano 70 d.C. Foi com a segunda diáspora que os judeus se espalharam pelos países africanos, árabes e princi- palmente pelo leste europeu, que viria a se chamar Ashkenazim, e pela Península Ibérica, que se chamaria sefaradim, estas formam as duas maiores vertentes judaicas. Sua fixação nos países hospedeiros foi marcada muitas vezes por perseguição siste- mática e constante de modo que os judeus foram isolados em guetos, para que fossem man- tidos longe da população nativa, evitando, com isso, a miscigenação e assimilação com este povo. Essas perseguições fizeram com que estes migrassem de um local para outro tentando encontrar paz nos novos lares que se estabeleciam. Com a inquisição ibérica, por exemplo, vários judeus migraram para o norte da África e também para a Holanda, para que lá pudes- sem exercer livremente sua religião, longe dos tribunais do santo ofício. Porém foi durante a segunda guerra mundial que houve a maior imigração judaica em massa. Nesta época, várias pessoas, percebendo a tensão e crescente hostilidade na Europa no que diz respeito ao antisemitismo, acharam melhor deixar este continente e sair em desti- no às Américas e para a terra da Palestina. A partir de agora nos deteremos mais especifica- mente neste assunto. IMAGEM 2 - Diáspora Judaica rumo ao Novo Mundo .Disponível em: <http:// www.coisasjudaicas.com/2011/11/cripto- judaismo.html>. Acesso em 26 de Março em
  • 21. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 22 SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E MI- GRAÇÃO JUDAICA A segunda Guerra Mundial trouxe consequên- cias sérias para toda a população do planeta, mas nenhum povo sofreu tanto quanto os judeus. Com base nas informações encontradas no site Enci- clopédia do Holocausto, de 1939 à 1945, o povo semita foi duramente perseguido, culminando no horror que foi o Holocausto, caracterizado como ação de extermínio dos judeus realizada pelos alemães sob o domínio de Adolf Hitler. Os ale- mães acreditavam na superioridade de raça, onde a única raça pura seria ariana e estes, como membros dela, deveriam comandar o mundo. Nesse sentido, os judeus eram considerados inferiores, devendo serem exterminados. Assim, a Europa não era mais um lugar seguro para o povo judaico e, para fugir dos nazistas, gran- des levas migracionais ocorreram durante a II Guerra Mundial. Em meio a tantas dificulda- des para encontrar refúgios, tornou-se opção migrar para os destinos menos explorados, a exemplo do Brasil, China, Colômbia, entre outros países (geralmente os países subdesenvol- vidos ou em desenvolvimento). Outro tipo de solução encontrada foram as imigrações ile- gais, a Aliyah Bet. Tal medida era um grito de desespero, num mundo onde tornava-se cada vez mais difícil assumir a identidade judaica, se até mesmo os países contrários à ideologia nazista negavam-se a receber o grande contingente populacional de judeus. Os movi- mentos migratórios trazem em si grandes cargas de dificuldades e ao invés de haver uma solidariedade para com os refugiados, é percebido que muitas vezes ocorre o inverso: a ne- gação dos povos que buscam fugir dos horrores da guerra em países que não estão sofrendo tão diretamente quanto as áreas de confronto. Tal fato é verificado até mesmo na atualidade. Passados setenta e um anos da II Guerra Mundial, observamos o horror da Guerra Civil na Síria, considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a ―maior crise huma- nitária‖, com uma imensa leva de refugiados tentando deslocar-se para outras áreas. IMAGEM 3—CHARGE. Disponível em:<http://www.midiaindependente.org/pt/ red/2006/09/360420.shtml> Acesso em 26 de Março em 2016
  • 22. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 23 TEXTO PARA REFLEXÃO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: FLUXO POPULACIONAIS AO LONGO DA HIS- TORIA E ATUAL CASO SÍRIO Filippo Grandi, promovido a Alto Comissá- rio da Agência da Organização das Nações Uni- das para Refugiados (ACNUR), após sua nomea- ção em janeiro do ano vigente, sinalizou: ―A combinação de múltiplos conflitos e o desloca- mento em massa resultante, desafios recentes ao asilo, o abismo de financiamento entre necessida- des humanitárias e recursos e a crescente xenofo- bia é muito perigosa‖. Especialista em relações internacionais, assume o cargo em um período conturbado, onde o mundo revive problemas liga- dos a migrações populacionais. Segundo estimativas da ACNUR, realizadas durante o ano passado, indivíduos que se sen- tiram forçados a abandonar seus locais de residência chegaram a mais de 59,5 milhões. O núme- ro é o maior desde a imigração preponderantemente judaica no contexto da Segunda Guerra Mundial. Entre 1933 e 1940, milhões de refugiados da Alemanha, da Polônia e de países bálticos tentavam fugir do nazismo e também se depararam com fronteiras fechadas. Neste sentido, as provocações propostas por Guy Sorman, jornalista, escritor e cientista político francês mostram- se pertinentes: ―Não é o Holocausto, ou pelo menos ainda não. Como será chamada, daqui a al- guns anos, essa maré humana que está arrebentando na Europa? Como tal fenômeno aparecerá em nossos livros de História?‖ Desta vez, o maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da violenta guerra civil em curso no país, pondo sua integridade física e psicológica em risco nas travessias sobre botes aci- ma da capacidade prevista das embarcações e em condições extremamente insalubres, almejan- do atravessar o mar mediterrâneo atrás da sobrevivência. É de suma importância entender, no que tange aos imigrantes, que é preciso ir além dos discursos que os caracterizam como invaso- res, logo nada ou muito pouco tem a acrescentar aos países hospedeiros e chegam somente para ser vistos como ―concorrentes no tocante à busca por empregos.‖ IMAGEM 4- Filippo Grandi tomando pos- se em cargo na ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/novo-alto-comissario- assume-direcao-da-agencia-da-onu-para-
  • 23. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 24 Já é hora de desenvolver um pla- no que vise soluções permanentes para crise humanitária na qual vivemos e também é necessário não ignorarmos mais o debate que urge em ser realizado. COMO A ORGANIZAÇÃO DAS NACÕES UNIDAS (ONU) ESTÁ SE POSICIO- NANDO FRENTE A QUESTÃO Com vistas à melhor resolução do problema que assola todo globo terrestre , na última quarta (dia 30 de março de 2016) aconteceu, na cidade de Genebra, uma reunião extraordi- nária de alto nível promovida pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugi- ados (ACNUR), que teve como ponto de partida e principal deliberação propor soluções para necessidades de sírios que fogem da guerra. Na reunião se fizeram presentes represen- tações de cerca de 80 países, dez organizações internacionais e 24 organizações não gover- namentais. Entre as figuras de destaque podemos citar o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o novo alto comissário da ACNUR, Filippo Grandi, além de representantes de governos que acolhem os refugiados. O principal objetivo foi apresentar perspectivas inovadoras acerca da questão, estudos de caso de sucesso, e este se mostrou ser o adequado espaço para que os governos em todo o mundo pudessem fazer parte da busca de soluções aos refugia- dos sírios. Entre as medidas discutidas estavam o aumento das opções para os refugiados sírios chegarem a outros países por meio de programas de admissão humanitária ou outros procedimentos legais, entre eles: vistos humanitários, patrocínio privado, bolsas de estudos ou estágios, esquemas de trabalho e transferência por razões médicas. No que concerne o Brasil, desde 2013, foi criado um Comitê Nacional para Refugia- dos (CONARE), e esse trabalha no intuito de facilitar a emissão de vistos de entrada de ci- dadãos sírios no nosso país, bem como melhor remanejamento dos mesmos. IMAGEM 5- Sírios arriscam suas vidas atravessando o mar mediterrâneo. Disponí- vel em <:http://noticias.uol.com.br/ultimas- noticias/reuters/2014/06/06/italia-diz-ter- resgatado-no-mar-mais-de-2500-imigrantes- desde-quinta-feira.htm>. Acesso em 29 de Abril de 2016
  • 24. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 25 TEXTO DE APOIO: MAUS, A HISTÓRIA DE UM SOBREVIVENTE – ART SPIEGELMAN Arthur (Art) Spiegelman nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1949. Filho de um sobrevivente do Holocausto, Vladek Spiegelman, Art conta a dura história de vida do seu pai duran- te a II Guerra Mundial, perante a perseguição de Hitler contra os judeus, relatando claramente e em primeira mão, o cotidiano de um homem que conseguiu sobreviver ao horror do Holo- causto. Não é um tema fácil de se falar com naturalidade, afinal, nunca o mundo viveu com tanta intensidade a maldade huma- na como ocorreu nessa época. O desenvolvimento tecnológico proporcionou a existência de uma das guerras mais duras da história da humanidade. É esse contexto que Vladek Spiegel- man viveu em Maus. A partir da narrativa de seu filho, Art Spiegelman, acompanhamos o cotidiano dos momentos mais importantes e decisivos na vida de Vladek durante a guerra. O quadrinho, que retrata os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como porcos e os americanos como cães, tenta distanciar o leitor da crueldade e horrores desumanos e guiá-lo, por meio dessas representações dos homens como animais, apenas pelo caminho da fá- bula. Inclusive, Maus significa rato em Alemão. Embora a tentativa de suavizar o terror, é difícil não se espantar com a crueldade dos métodos nazistas ao lembrar que não são ratinhos, nem ga- tos, mas de fato humanos. A história se alterna entre passado e presente, mas também foca na vida interior dos personagens, refletindo a confusão que o holocausto deixou em cada um. No decorrer do livro, percebe-se como as diversas situações enfrentadas pelo protagonista na luta pela sobrevivência vão mudando o caráter da personagem. Vladek ao mesmo tempo que era destemido, tornou-se, após o fim do Holocausto, um velho racista e mesquinho. Apesar disso, a história não perde seu brilho. A narrativa alterna entre uma conversa de pai e filho, com flash- backs quando o pai começa a contar o que aconteceu no seu passado, indo desde como conheceu a mãe de Art até ao final da guerra. No "presente" a história abrange também o relacionamento pai-filho e as suas complicações. Todavia, sua luta pela sobrevivência, sua habilidade e inteligên- cia proporcionaram situações de vida melhores que a imensa maioria dos judeus viviam. IMAGEM 6 - Disponível em: <http:// www.oepitafio.com/2013/02/ resenha-maus-historia-de-um.html>. Acesso em 29 de Março em 2016
  • 25. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 26 APRENDA FAZENDO QUESTÃO 45— ENEM 2011 As migrações tradicionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radical- mente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas. IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são A- a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração. B- a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes. C- o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes. D- a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados. E- a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.
  • 26. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 27 QUESTÃO 21 — ENEM 2006 O relatório anual (2002) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômi- co (OCDE) revela transformações na origem dos fluxos migratórios. Observa- se aumento das migrações de chineses, filipinos, russos e ucranianos com destino aos países-membros da OCDE. Também foi registrado aumento de fluxos migratórios provenientes da América Latina. Disponível em: Trends in international migration – 2002 internet: www.ocde.org> (com adaptações) No mapa seguinte, estão destacados, com a cor preta, os países que mais receberam esses fluxos migratórios em 2002. As migrações citadas estão relacionadas, principalmente, à a) ameaça de terrorismo em países pertencentes à OCDE. b) política dos países mais ricos de incentivo à imigração. c) perseguição religiosa em países muçulmanos. d) repressão política em países do Leste Europeu. e) busca de oportunidades de emprego.
  • 27. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 28 SAIBA MAIS SITE A plataforma digital da ANCUR (Agência da Organização das Nações Unidas para Refugia- dos) pretende servir de ferramenta para o desen- volvimento e promoção do direito dos refugia- dos e refugiadas. Confira mais informações em: <http://www.acnur.org/t3/portugues/> . Acesso em 30 de Março de 2016. DOCUMENTÁRIO O documentário ―O eterno Judeu‖, foi feito em 1940 na Alemanha nazista, como um meio bas- tante eficiente de propaganda antissemita. Mos- tra a população judaica, sempre os acusando injustamente de coisas negativas, como povo não civilizado, e trazendo a falsa ideia de uma conspiração semita para dominar o mundo, é um documentário racista, mas tudo isso tinha uma razão, colocar a população alemã da época contra os judeus, pois como disse o próprio mi- nistro da propaganda do Reich na Alemanha nazista ―uma mentira repetida mil vezes torna- se verdade‖. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=rgMco9soMos>. Acesso em 30 de Março de 2016. LIVRO O diário de Anne Frank foi escrito por uma cri- ança judia nascida na Alemanha, mas sua famí- lia forçada a abandonar este país imigrou para a Holanda. O diário de Anne Frank é um docu- mento escrito por alguém que sofreu na própria pele o antissemitismo e suas consequências ne- fastas. Disponível em: <http:// youtruth.weebly.com/uploads/1/3/1/8/1318459/ o_diario_de_anne_frank_- portuguese.pdf> .Acesso em 30 de Março de 2016.
  • 28. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 29 QUESTÃO 45- ENEM 2011 As migrações são intensificadas nos momentos de crises econômicas, em que grandes mas- sas populacionais buscam melhores condições de vida, emprego, etc. Contudo, esses movi- mentos também aumentam a xenofobia no país receptor, obrigando os governantes a cria- rem barreiras para dificultar a entrada de imigrantes. Disponível em: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2011/questoes/45.html>.Acesso em 29 de março de 2016. ALTERNATIVA CORRETA: Letra A QUESTÂO 21- ENEM 2006 Os maiores fluxos migratórios têm ocorrido de países pobres em direção aos países mais desenvolvidos, como EUA, Canadá, Austrália e países da Europa Ocidental, principalmente em busca de oportunidade de emprego. Disponível em: < http://www1.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/ enem/2006/enem2006.pdf> Acesso em 30 de abril de 2015 ALTERNATIVA CORRETA: Letra E RESPOSTAS COMENTADAS
  • 29. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 30 REFERÊNCIAS Disponível em : <http://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2015/09/150910_vizinhos_refugiados_lk.> Acesso em 27 de março de 2016. Disponível em: <http://www.brasilpost.com.br/raphael-tsavkko-garcia/precisamos-falar-sobre- imigracao_b_7129478.html> .Acesso em 24 de março de 2016 Disponível em : <http://geografandoemfoco.blogspot.com.br/2011/09/nao-confunda-migracao- imigracao-ou.html>. Acesso em 27 de março de 2016. Disponível em : <http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/le-monde/2015/09/11/ depoimento-os-refugiados-de-hoje-sao-como-meu-pai-fugindo-do-nazismo.htm>. Acesso em 24 de março de 2016 Disponível em : <http://www.infoescola.com/geografia/imigracao-e-emigracao/>. Acesso em 27 de março de 2016. Disponível em : <http://www.significados.com.br/holocausto/. >Acesso em 27 de março de 2016. Disponível em : <https://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007681> . Acesso em 27 de março de 2016. Disponível em: http://aspalavrasfugiram.blogspot.com.br/2014/01/resenha-maus-art- spiegelman.html . Acesso em 30 de abril de 2016. LISTA DE IMAGENS IMAGEM 1 - Fluxo migratório judaico ao longo do tempo . Disponível em:< http:// guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/diaspora-descubra-como-judeus-se-espalharam- pelo-mundo-743351.shtml> Acesso em 29 de Abril em 2016. IMAGEM 2 - Diáspora Judaica rumo ao Novo Mundo .Disponível em: <http:// www.coisasjudaicas.com/2011/11/cripto-judaismo.html>. Acesso em 26 de Março em 2016 IMAGEM 3- CHARGE. Disponível em:<http://www.midiaindependente.org/pt/ red/2006/09/360420.shtml>. Acesso em 26 de Março em 2016 IMAGEM 4 - - Filippo Grandi tomando posse em cargo na ONU. Disponível em: <https:// nacoesunidas.org/novo-alto-comissario-assume-direcao-da-agencia-da-onu-para-refugiados/> Acesso em 26 de Março em 2016 IMAGEM 5 - Sírios arriscam suas vidas atravessando o mar mediterrâneo. Disponível em
  • 30. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 31 Ana Carolina Monteiro Paiva (anacarolina.mont@hotmail.com) Paulo Montini de Assis Souza Júnior (paulomontini93@hotmail.com) PARA COMEÇAR A HISTÓRIA COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – COMPREENDER A PRODUÇÃO E O PAPEL HISTÓRI- CO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E ECONÔMICAS, ASSOCIANDO-AS AOS DIFERENTES GRUPOS, CONFLITOS E MOVIMENTOS SOCIAIS. Imagem 01. Disponível em: <http:// blog.planalto.gov.br/assunto/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 02. . Disponível em: <http:// www.marchamundialdasmulheres.org.br/marcha- das-margaridas-70-mil-mulheres-nas-ruas-por- democracia-justica-com-autonomia-igualdade-e- Imagem 03. Disponível em: <http:// news.yahoo.com/argentina-rights-activist-finds- stolen-grandson-35-years-195604950.html> Aces- Imagem 04. Disponível em: <http:// memoriasdaditadura.org.br/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
  • 31. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 32 ―É MELHOR MORRER NA LUTA DO QUE MORRER DE FOME‖: MARGARIDAS EM MARCHA Igualdade em termos políticos, liberdade de ação e luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil: foram estas algumas das pautas defendidas pela líder sindi- cal paraibana Margarida Maria Alves, em ple- na vigência do regime militar brasileiro. Presi- denta do Sindicato de Trabalhadores Rurais da cidade de Alagoa Grande desde 1973, Margari- da já havia encaminhado à justiça cerca de 73 ações trabalhistas, em grande parte cobrando das autoridades direitos trabalhistas para as tra- balhadoras rurais, quando foi assassinada por um matador de aluguel enviado por usineiros do brejo paraibano. A data de sua morte, 12 de agosto de 1983, tornou -se um símbolo político de tal forma que desde o ano 2000 as ―Margaridas‖, como denominam-se trabalhado- ras rurais de todo o Brasil, vão às ruas reivindicar às au- toridades direitos e justiças, encaminhando pautas aos representantes dos poderes públicos, alertando para as condições de trabalho no campo. Apesar da Constitui- ção Federal de 1988 dar maiores garantias de direitos às mulheres (ver quadro), as trabalhadoras do campo ainda lutam pelo seu reconhecimento enquanto categoria social, defendendo o acesso à terra e à saúde, a agricultura familiar, o fim da violência sexista e o direito ao trabalho. A mobilização da Marcha das Margaridas, também um projeto feminista, busca acima de tudo a valorização da vida, a superação das desigualdades e o aprofundamento da democracia. Imagem 05. Disponível em: <http://fatoafato.com/ viewnoticias.php?cod=10402> Acesso em: 31 de Imagem 06. Disponível em: <https:// andradetalis.wordpress.com/2014/12/page/7/ ―Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es- trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... I. homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.‖ Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 31 de mar. 2016.
  • 32. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 33 TEXTO PARA REFLEXÃO ―MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO‖ Assim definiam-se as novas organiza- ções civis que emergiam na segunda metade do século XX. Feministas, grupos do movi- mento negro e militantes dos direitos dos ho- mossexuais engajavam-se nas lutas de ―libertação‖, ancorados pela intensa transfor- mação cultural do período e pelo pensamento inovador de intelectuais como Simone de Beauvoir e Martin Luther King. A juventude, inspirada pela influência de tais pensadores e em meio à efervescência dos anos 1960, com seus festivais de música e de cinema e os grandes encontros estudantis, expandiam os novos ideais da década. Para a juventude latino-americana que aspirava maiores liberdades na vida pessoal, a che- gada das ditaduras foi uma tragédia. Em países como Brasil e Argentina, uma estudante que por- tasse em sua bolsa pílulas anticoncepcionais era qualificada como ―subversiva‖, representando uma ameaça aos ―bons costumes‖ pregados pelo Estado. Não raro, mulheres brasileiras entra- vam na militância política: para derrubar o regime ditatorial muitas acabavam pegando em ar- mas; outras, ao exilarem-se, entravam em contato com as teses feministas, formando numerosos grupos no exterior e comprometendo-se na luta pelas ―liberdades democráticas.‖ Na Argentina, mães de desaparecidos po- líticos reuniram-se pela primeira vez em 1977 na Praça de Maio, centro de Buenos Aires, para cobrar do então ditador Jorge Videla informa- ções sobre o paradeiro de seus filhos, prática que se estende até hoje e abarca, em suas mani- festações, questões referentes não apenas aos desaparecidos políticos do regime militar argen- tino, mas também lutas políticas e sociais do presente, iniciando relações de amizade e apro- ximações com inúmeras ONGs, movimentos sociais e personalidades de todo o mundo. Imagem 07. Disponível em: <http://www.quien.net/ abuelas-de-plaza-de-mayo.php> Acesso em: 31 de Imagem 08. Disponível em: <http://3001periododitatorialbrasileiro.blogspot.co m.br/> Acesso em: 31 de mar. 2016.
  • 33. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 34 TEXTO DE APOIO ―Todas as mulheres sofrem opressão, até as mulheres brancas, particularmente mulheres brancas pobres, e especialmente indígenas, mexicanas, porto-riquenhas e negras ameri- canas, cuja opressão é triplicada comparada a qualquer uma das mencionadas acima.” A frase, retirada de um dos primeiros textos do feminismo negro publicado no fim da dé- cada de 1960 nos EUA, explicita uma lacuna dos movimentos feministas: há espaço, real- mente, para todas as mulheres nesses grupos? A questão racial nas décadas de 1950-60 foram uma temática de discussão especial nos EUA: a busca por direitos civis, tais como direito ao voto e acesso ao ensino superior para a população negra ganhava corpo no país, no qual ativistas como Martin Luther King e Malcom X ganhavam voz na mídia e expandiam, em nível internacional, seus discursos. A mulher negra, porém, continuava vítima de sexismo por parte da sociedade, encontrando-se a par desta e muitas vezes não encontrando representatividade nos próprios movimentos de direitos civis. Tal situação levou à formação dos primeiros movimentos feministas negro, que buscavam demandas diferentes das causas feministas ―tradicionais‖. No Brasil, seu início se deu no final da década de 1970, a partir da demanda das mulheres negras feministas: o movi- mento negro tinha sua face sexista e impe- dia que as ativistas negras ocupassem po- sições de igualdade junto aos homens ne- gros; por outro lado, o movimento femi- nista tinha sua face racista, preterindo as discussões de recorte racial e privilegiando as pautas que contemplavam somente as mulheres brancas. Imagem 09. Disponível em: <http:// blogueirasnegras.org/tag/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 10. Disponível em: <https://www.hrw.org/ topic/womens-rights> Acesso em: 31 de mar. 2016.
  • 34. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 35 APRENDA FAZENDO QUESTÃO 13 (prova Azul; 2013) Na imagem da década de 1930, há uma crítica à conquista de um direito pelas mulheres, re- lacionado com a A) Redivisão do trabalho doméstico. B) Liberdade de orientação sexual. C) Garantia da equiparação salarial. D) Aprovação do direito ao divórcio. E) Obtenção da participação eleitoral. QUESTÃO 42 (prova Azul; 2015) Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civiliza- ção que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o fe- minino. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1980. Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um mo- vimento social que teve como marca o(a) A) Ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual. B) Pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho. C) Organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero. D) Oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos. E) Estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.
  • 35. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 36 SAIBA MAIS... Persépolis (2000) História em quadrinhos autobiográfica da iraniana Marja- ne Satrapi, retrata o período da infância/pré-adolescência de sua autora no Irã durante a Revolução Islâmica que abalou o país em meados da década de 1970. Em meio à transformação política, novos hábitos e costumes tentam ser impostos pelo novo governo. Valores familiares e so- ciais são explorados na história feita por Satrapi, que não hesita em expor suas opiniões sobre todas as transforma- ções e imposições do novo regime. As Sufragistas (Suffragette). O filme As Sufragistas (2015) retrata a luta de um grupo de mulheres pelo direito ao voto na Inglaterra do início do século XX, a partir das diferentes posturas da militân- cia feminista, enfatizando a mobilização coletiva das in- tegrantes por uma luta maior. Trailer disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=e88IJJv7PLQ> Acesso em: 30 de abr. 2016. Mulheres: Memórias da ditadura. O portal, desenvolvido pelo Instituto Vladimir Herzog, busca difundir em larga escala conteúdos sobre o período do regime ditatorial, voltando-se principalmente às novas gerações. É possível aprofundar-se em temas como femi- nismo e resistência feminina durante o período da ditadu- ra militar. Disponível em: <http://memoriasdaditadura.org.br/ As Mina na História A página no Facebook foi criada por Sigrid Beatriz Vara- nis Ortega, em junho de 2015, com o objetivo de resgatar a memória e o trabalho de mulheres que transformaram o mundo, e ainda assim acabaram apagadas da História. Disponível em: <https://www.facebook.com/ asminasnahistoria> Acesso em: 30 de abr. de 2016
  • 36. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 37 RESPOSTAS COMENTADAS QUESTÃO 13. A charge ironiza o ganho do direito ao voto feminino no Brasil. Instituído em 1932, a partir do Código Eleitoral provisório, promulgado no primeiro governo de Getúlio Vargas, o voto feminino só veio instituir-se no país após pressão das mulheres por seus direitos. A busca feminina por direitos como trabalho e voto inserem-se no cenário da chamada ―primeira onda‖ feminista, iniciada em países como Estados Unidos e Inglaterra na virada do século XIX pro XX. Nesse período, surge a luta das ―suffragettes‖, mulheres que defendiam o direito ao voto e uma maior participação feminina na tomada de decisões políticas. ALTERNATIVA CORRETA: Letra E QUESTÃO 42. A questão faz referência à escritora e ativista feminista Simone de Beauvoir, que pro- curava desconstruir o conceito de ―feminino‖ , apontando este como uma construção social num cenário de dominação masculina. O livro O Segundo Sexo tornou-se uma das principais fontes de inspiração para a orga- nização de diversos movimentos feministas ao redor do mundo, além de ser um dos respon- sáveis pela popularização do movimento na década de 1960, durante a chamada ―segunda onda‖ feminista. ALTERNATIVA CORRETA: Letra C.
  • 37. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 38 REFERÊNCIAS BIROLI, Flávia. O feminismo como um projeto transformador: as vozes das Margari- das. Disponível em: <http://blogdaboitempo.com.br/2015/08/28/o-feminismo-como- projeto-transformador-as-vozes-das-margaridas/> Acesso em: 31 de mar. 2016. JARID, Arraes. Feminismo negro: sobre minorias dentro da minoria. Disponível em: <http://revistaforum.com.br/digital/135/feminismo-negro-sobre-minorias-dentro-da- minoria/> Acesso em: 31 de mar. 2016. MORAES, Maria Lygia Quartim de. O feminismo político do século XX. Disponível em: <http://blogdaboitempo.com.br/2015/03/09/o-feminismo-politico-do-seculo-xx/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 01– Disponível em: : <http://blog.planalto.gov.br/assunto/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 02. . Disponível em: <http://www.marchamundialdasmulheres.org.br/marcha-das- margaridas-70-mil-mulheres-nas-ruas-por-democracia-justica-com-autonomia-igualdade-e- liberdade/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 03. Disponível em: <http://news.yahoo.com/argentina-rights-activist-finds-stolen- grandson-35-years-195604950.html> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 04. Disponível em: <http://memoriasdaditadura.org.br/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 05. Disponível em: <http://fatoafato.com/viewnoticias.php?cod=10402> Acesso em: 31 de mar. 2016 Imagem 06. Disponível em: <https://andradetalis.wordpress.com/2014/12/page/7/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 07. Disponível em: <http://www.quien.net/abuelas-de-plaza-de-mayo.php> Aces- so em: 31 de mar. 2016. Imagem 08. Disponível em: <http://3001periododitatorialbrasileiro.blogspot.com.br/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 09. Disponível em: <http://blogueirasnegras.org/tag/mulheres/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 10. Disponível em: <https://www.hrw.org/topic/womens-rights> Acesso em: 31 de mar. 2016.
  • 38. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 39 COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 — ENTENDER AS TRANSFORMAÇÕES TÉCNICAS E TECNOLÓGICAS E SEU IMPACTO NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO, NO DESEN- VOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E NA VIDA SOCIAL. Ayrton Adilson Barbosa Ferreira da Silva Alves (ayrtonadilson@gmail.com) Jhon Lennon de Jesus Ferreira (jhonjesus5@gmail.com) Wendna Mayse Amorim Chaves (mayseamorim@hotmail.com) Imagem 1. A agricultura tradicional foi o tipo original de agricultura, e tem sido pra- ticada há milhares de anos. Imagem 01. Dis- ponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/ Agronomy> Acesso em: 30 de mar. 2016. Imagem 2. Campo de batata monoculti- vado. Disponível em: <https:// en.wikipedia.org/wiki/Monoculture> Acesso em: 30 de mar. 2016. Imagem 03. Disponível em: <http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/ fichaTecnicaAula.html?aula=6334>Acesso em: O início da agricultura ocorreu no perí- odo neolítico cerca de 4.000 anos antes de Cristo. Esse momento ficou conheci- do como revolução neolítica ou revolu- ção agrícola. A partir desse ponto co- meçou a transição do nomadismo para o sedentarismo, ou seja, o homem come- çou a se fixar em um lugar, construir melhores habitações, se dedicar à agri- cultura e à fabricação de instrumentos de bronze e prata. Devido essa mudan- ça ter ocorrido antes da invenção da es- crita
  • 39. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 40 não é possível saber exatamente o momento em que isso ocorreu, contudo, as datas são calculadas a partir dos instrumentos agrícolas encontrados. A diversidade de técnicas im- plantadas ao longo de 6.000 anos a agricultura permitiram o desenvolvimento desta nas mais diversas partes do mundo, contribuindo para a criação de represas e canais que pos- sibilitaram o aumento das zonas de produção, além dos novos sistemas de produção co- mo o sistema de rotação de culturas na Idade Média, que permitiu uma reutilização mais eficiente da terra. O início da Revolução Industrial (1760) foi essencial para modernização dos pro- cesso alimentícios. Produtos enlatados, utilização de máquinas na colheita e a monocultu- ra tomaram a ordem do dia, a produção tornou-se cada vez mais rápida e quantitativa. Vender era o foco principal e isso consumiu ainda mais da força dos camponeses como também da terra. CRESCENTE FÉRTIL é o nome dado a uma região do Oriente Médio, historicamente habitada por diver- sos povos e civilizações desde os mais primitivos está- gios de evolução do homem moderno. Seu nome deri- va precisamente do fato dessa região, em forma de lua crescente, ser extremamente propícia à agricultura, literalmente "rasgando" áreas desérticas completamen- te inóspitas, impróprias para povoamento constante e estável. (Imagem 4).Adaptado de: <http:// www.infoescola.com/geografia/crescente-fertil/> ROTAÇÃO TRIENAL DE CULTURAS A rotação trienal de culturas foi uma técnica de agricultura praticada na Idade Média. Consistia em dividir um campo de cultivo em três partes, utilizando-as para diferentes cultu- ras de forma rotativa para melhor aproveitamento do solo. (Imagem 5). Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Rota%C3%A7%C3%A3o_trienal_de_culturas> Acesso em: 30 mar. 2016
  • 40. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 41 Com a Revolução Verde houve uma explosão na produção de alimentos, as plantações tinham a adição de fertilizantes industriais, mecanização, utilização de pesticidas e herbicida em larga escala. Essas medidas levaram a uma explosão na produção de alimentos. O princi- pal idealizador do projeto, Norman Borlaug ganhou o premio Nobel da paz pelos seus esfor- ços na luta contra a fome, entretanto, nem tudo saiu como planejado, pois, alguns problemas começaram a surgir com mais frequência. O uso de pesticidas matou grande parte das pragas mas, com o passar do tempo, elas se tornaram mais resistentes. Além disso, é importante considerar a grande quantidade de veneno que ingerimos diretamente ao consumir alimentos tratados com produtos químicos. É nesse contexto que os movimentos ambientalistas vão se impor contra os agrotóxi- cos e os alimentos transgênicos, exigindo uma alimentação com menos quantidade de agro- tóxicos, incentivando a agricultura orgânica e boicotando os alimentos transgênicos, além de protestar contra a expansão da monocultura. Imagem 6. Uso de pesticidas em planta- ção. Disponível em: <http:// plumaslibres.com.mx/2015/03/21/oms- califica-a-cinco-pesticidas-como- cancerigenos-son-muy-utilizados/> Aces- O que é a agricultura orgânica? São sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, tais como cer- tos fertilizantes e agrotóxicos sintéticos, nem de organismos geneticamente modifica- dos. (Imagem 7). Adaptado de: <https:// pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura_org%C3% A2nica> Acesso em 30 mar. 2016
  • 41. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 42 TEXTO PARA REFLEXÃO UM POUCO DE LITERATURA... O romance ―Usina‖ de José Lins do Rego retrata uma sociedade onde as rela- ções de poder eram baseadas em relações pessoais, tais quais: a endogamia, a especia- lização regional das condições de vida, de habitação e de dieta; além das restrições so- ciais às relações sexuais. Sociedade regida pelos rígidos códigos da consanguinidade e ameaçada no inicio do século XX (décadas de 20 e 40) pela dissolução das hierarquias tradicionais de classe, de raça e de sexo. Nesse período, a democratização da socie- dade, assim como da política brasileira, de- sestabilizaram as relações de poder da anti- ga aristocracia local, proporcionando o sur- gimento de novos grupos sociais (comerciantes, industriais, operários, a classe média) que, ao emergirem do processo de modernização da sociedade, proporcionaram a alteração de suas relações sociais, culturais, econômicas, de trabalho e de gênero, colaborando, assim, com o surgimento de uma sociedade de indivíduos que passavam a possuir direitos e deve- res, desligados das relações definidas como hierarquicamente superior. Neste ínterim o romance nos mostra a utopia de se restituir um mundo que ficou para trás. E por não poder revivê-lo, vemos a narrativa como ―uma forma de vingança con- tra aqueles que levaram a dissolução das relações sociais tradicionais‖. Por isso José Lins espalha em suas páginas dor, doença, melancolia, aleijões, tristezas, loucuras (ALBUQUERQUE JR, 1999: 131). (Texto adaptado: DALAVALLE, I; MATOSO, R. O. A importância da preser- vação da memória por meio dos museus. Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 3, p. 237-242, jul./set. 2010. Disponível em: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188-10476-1-PB.pdf> Acesso em: 30/03/16). Usina é o antepenúltimo livro do "Ciclo da cana- de-açúcar" do escritor brasileiro José Lins do Rego, seguido por Fogo Morto. (Imagem 8). Dis- ponível em: <https://www.google.com.br/search? sa=X&biw=1366&bih=623&q=Usina+(livro) &stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLRT9c3NEr KLUnLzjVU4gbzjAorK8tStHic8vOzgzNTUssT K4sBozPD2ysAAAA&ved=0ahUKEwiB05- ogOzLAhXMkZAKHer3D9cQxA0IcjAQ Aces- so em: 31/03/16.
  • 42. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 43 O romance ―Usina‖, pode ser tomado como a narrativa de um processo de destrui- ção, e ao mesmo tempo, um esforço de reconstrução de seu espaço interior e exterior a par- tir de fragmentos de vida que não mais existem. (Adaptado de: http://www.seer.ufu.br/ index.php/neguem/article/view/13599/15331 Caderno Espaço Feminino - Uberlândia-MG - v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online 1981-3082). TEXTO DE APOIO ―O HOMEM É AQUILO QUE COME‖: ALIMENTAÇÃO MODERNA E PRODUTOS TRANSGÊNICOS Você já se perguntou o que significa a letra ―T‖ dentro de um triângulo presente nas embala- gens de produtos industrializados? Por acaso, você tem o hábito de ler as embalagens para saber de quais ingredientes determinado alimento é constituído? No supermercado, você é capaz de identifi- car quais produtos foram feitos a partir de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados)? O consumidor pode não saber, mas a letra ―T‖ ilustrada na figura 1 é utilizada para indicar os produ- tos geneticamente modificados, ou seja, os alimentos transgênicos. Apesar de todas as informações contidas em rótulos de alimentos, o consumidor final sente- se inseguro em relação ao produto, mesmo contando com várias regulamentações que controlam e determinam que tipo de produto está sendo vendido. Isso acontece porque alguns consumidores não se sentem esclarecidos sobre as informações contidas em rótulos que, em sua maioria, são fa- bricados em outro idioma ou, até mesmo pelo fato de se tratar de ingredientes desconhecidos por quem consome. A rotulação exigida nas embalagens de alimentos transgênicos é necessária para que quem o consome tenha consciência do tipo de alimento que está ingerindo. Alguns cientistas, ambientalistas e até mesmo críticos desse processo defendem a divulgação do rótulo contendo o símbolo do trans- gênico para que o consumidor tenha a liberdade de escolher que tipo de produto pretende comprar. Após o crescimento gigantesco da produção agrícola no Brasil, principalmente a partir da década de 1970/80, quando a tecnologia desenvolvida deu as bases para o crescimento industrial, muitos dos alimentos consumidos passaram a ser oriundos desse setor. Imagem 9. Disponível em: >>http:// www.oquevocefezpeloplanetahoje.com. br/tag/alimentos-transgenicos/<< Aces- so em: 29/03/16.
  • 43. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 44 Para incentivar o aceleramento da produção e diversificar cada vez mais a quantidade de produtos, as industrias contaram não apenas com o desenvolvimento de técnicas para a agricultura, como também com a área da ciência genética que possibilitou o uso de semen- tes resistentes a pragas, sem necessariamente ter que ser utilizados agrotóxicos ou pestici- das. Se de um lado há quem discorde do uso de sementes geneticamente modificadas por acreditar que os transgênicos não são seguros para o uso humano e animal, levam ao aumen- to da utilização de pesticidas e causam danos ao meio ambiente, por outro, há quem defen- da o poder potencializador desses grãos e argumentam, ainda, que a agricultura feita a partir desse processo pode produzir alimentos suficientes para erradicar a fome do mundo. O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneti- camente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Contudo, é também o país que mais utiliza agrotóxicos na produção alimentar. Dentre esses grãos, destacam-se soja, milho, feijão, mamão papaia, laranja-pêra e algodão. Também ocorreram modificações em alimentos como o tomate — agora com maior durabilidade —- e na batata, mais resistente a pragas. Segundo Anderson Galvão, representante do ISAA (International Service for the Ac- quisition of Agri-biotech Applications) no Brasil, ―os transgênicos permitiram a intensifica- ção da produção global e, principalmente, brasileira, contribuindo para evitar que a agricul- tura disputasse área com reservas de biodiversidade nos 27 países em que são cultivados". (Adaptado de <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/02/brasil-e-o-2-pais-que- mais-cultiva-transgenicos-diz-estudo.html> Acesso em: 31/03/16.) VOCÊ SABIA? Símbolo que identifica alimentos transgênicos pode ser extinto. Projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputa- dos e à espera de votação no Senado altera a apresenta- ção de produtos alimentícios, retirando a letra que indica a presença de transgênicos. Imagem 10. Disponível em: >>http://www.correiobraziliense.com.br/app/ noticia/cidades/2015/06/08/interna_cidadesdf,485816/simbolo-que- identifica-alimentos-transgenicos-pode-ser-extinto.shtml<< Acesso
  • 44. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 45 A alimentação moderna tem contado com o ―aperfeiçoamento‖ de grãos e de outros alimentos para beneficiar a população sempre diante de gigantescas vitrines que os seduzem para o consumo acelerado de produtos industrializados, que acarretam problemas à saúde devido à quantidade de química que fazem parte de sua composição. A globalização, junta- mente com a modernização do setor agrícola, possibilitou o aumento e aparecimento de res- taurantes e indústrias que oferecem uma variedade de pratos suculentos e deliciosos, muitos deles prejudiciais ao organismo humano, como também até mesmo ao meio ambiente. São alimentos enlatados, plastificados, sempre envoltos de alguma embalagem que, além de ex- trair da natureza matéria-prima para sua fabricação, muitos deles passam pelo processo de produção que faz uso massivo de produtos químicos. No tocante à agricultura familiar, de subsistência, o pequeno agricultor para manter sua produção necessita de pequenos empréstimos ou de alguma assistência do governo atra- vés de programas sociais. Neste caso, os programas de assistência social, principalmente os de distribuição de grãos, utilizam sementes geneticamente modificadas, o que obriga o ho- mem do campo a fazer uso desse produto, transformando, assim, sua alimentação. O que são alimentos transgênicos? São frutos de modificações embrionárias realizadas em laboratório, pela inserção de pelo menos um gene de uma outra espécie. Alguns dos motivos de modificação desses alimentos são para que as plantas possam resistir às pragas (insetos, fungos, vírus e bactérias), agrotóxicos e herbicidas. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/DavidMoreiraPerry/alimentos-transgnicos-enfermagem-david- moreira > Acesso em: 29/03/16.
  • 45. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 46 APRENDA FAZENDO QUESTÃO 04 — ENEM 2015 CADERNO AZUL Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao A) elevado preço das mercadorias no comércio. B) aumento da demanda por produtos naturais. C) crescimento da produção de alimentos. D) hábito de adquirir derivados industriais. E) uso de agrotóxicos nas plantações. QUESTÃO 37 — ENEM 2011 CADERNO AZUL No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita de cana-de-açúcar tem sido induzi- da também pela legislação ambiental que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcoo- leiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000. Revista de Economia Agrícola. V. 49 (1), 2002. O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica que integram o processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente desse processo é a A) perda de nutrientes do solo devido à utilização constate de máquinas. B) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita. C) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo. D) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte. E) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas. Imagem 11. Disponível em: <http://www.arionaurocartuns.com.br/charge_alimentos.shtml> Acesso em 30/03/16.
  • 46. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 47 SAIBA MAIS Neste vídeo, o JC Debate discute uma mudança aprovada na Câmara dos Deputados que acaba com a obrigatoriedade dos fabricantes de ali- mentos transgênicos a colocarem um selo com um "T" nas embalagens. Tempo de duração: 30 minutos e 46 segundos. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=AIahJ3LEdB8> Acesso em: 30/03/16. O TRAMAS (Trabalho, Meio Ambiente e Saú- de) vem desde 1996 construindo o Núcleo en- quanto um espaço de encontro, formação e prá- xis de pessoas que comungam o desejo de dedi- car-se a processos históricos de emancipação humana e social a partir da Universidade. Tem como foco as inter-relações entre Produção, Trabalho, Ambiente e Saúde, abordadas numa perspectiva crítica no contexto da civilização do capital. Disponível em: <http://www.tramas.ufc.br/? O Veneno Está na Mesa, documentário do cine- asta Silvio Tendler, traz o relato de especialis- tas e agricultores e coloca em xeque o atual modelo de produção de alimentos. O fato de o Brasil ser um dos maiores consumidores de agrotóxicos motivou-o a falar sobre o tema. Disponível em: <http://despertarcoletivo.com/ o-veneno-esta-na-mesa/> Acesso em: 30/03/16. O livro Primavera Silenciosa, publicado em outubro de 1962 pela bióloga norte- americana Rachel Carson, aborda os perigos que os pesti- cidas sintéticos oferecem tanto para a natureza como para os seres humanos. É considerada uma referência da ética ambiental, por incenti- var todas as gerações a reavaliarem a sua rela- ção com a natureza e a repensarem a utilização desenfreada de produtos químicos. Disponível em: <https://
  • 47. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 48 RESPOSTAS COMENTADAS QUESTÃO 04 — ENEM 2015 CADERNO AZUL A charge ilustra de forma bem humorada a preocupação com a utilização de agrotóxicos no campo brasileiro. Nos últimos anos tem sido progressivo o uso de fertilizantes, adubos químicos e uso de pesticidas no Brasil, com o objetivo de aumentar a produtividade, a despeito dos prejuízos que tais substancias podem causar à saúde humana. Produtos agrí- colas como pimentão, alface e morango estão entre os campeões no uso desses produtos. (Adaptado de: <http://vestibular.uol.com.br/provas-e-correcoes/2015/acompanhe-a- correcao-comentada-do-enem-2015/#amarela-1-41> Acesso em: 30/03/16). ALTERNATIVA CORRETA: Letra E QUESTÃO 37 — ENEM 2011 CADERNO AZUL A racionalização da produção com as restrições impostas às queimadas, além de assegurar à produção sustentabilidade ambiental, possibilita o aproveitamento das folhas e do baga- ço da cana. ALTERNATIVA CORRETA: Letra B
  • 48. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 49 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE JR., D. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: Fundação Joa- quim Nabuco e Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 1999. CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. São Paulo: companhia melhoramentos, 1962. DALAVALLE, I; MATOSO, R. O. A importância da preservação da memória por meio dos museus. Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 3, 2010. REGO, José Lins do. Usina. 12. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. SITES CONSULTADOS Resumo sobre o livro ―Usina‖. Disponível em: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188- 10476-1-PB.pdf> Acesso em: 30/03/16). Resumo sobre o livro ―Usina‖. (Adaptado de: <http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/ article/view/13599/15331> Acesso em 30/03/16. Caderno Espaço Feminino - Uberlândia- MG - v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online 1981-3082). Documentário 1: JC Debate. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=AIahJ3LEdB8> Acesso em: 30/03/16. Documentário 2: O veneno está na mesa. Disponível em: <http://despertarcoletivo.com/o- veneno-esta-na-mesa/> Acesso em: 30/03/16. Imagem 1 — Pintura rupestre. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Agronomy> Acesso em: 30 de mar. 2016. Imagem 2 — Campo de batatas. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/ Monoculture> Acesso em: 30 de mar. 2016. Imagem 3 — Seres humanos sedentarizados. Disponível em: <http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=6334>Acesso em: 30 de mar. 2016.
  • 49. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 50 Imagem 4 — Crescente fértil. Disponível em: <http://www.infoescola.com/geografia/ crescente-fertil/> Acesso em: 30 de mar. 2016. Imagem 5 — Rotação trienal de culturas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Rota%C3%A7%C3%A3o_trienal_de_culturas> Acesso em: 30 mar. 2016. Imagem 6 — Uso de pesticidas em plantação. Disponível em: <http:// plumaslibres.com.mx/2015/03/21/oms-califica-a-cinco-pesticidas-como-cancerigenos-son- muy-utilizados/> Acesso em: 31 de mar. 2016. Imagem 7 — O que é a agricultura orgânica? Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/ wiki/Agricultura_org%C3%A2nica> Acesso em 30 mar. 2016. Imagem 8 — Usina. Disponível em: <https://www.google.com.br/search? sa=X&biw=1366&bih=623&q=Usina+(livro) &stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLRT9c3NErKLUnLzjVU4gbzjAorK8tStHic8vOzgzN TUssTK4sBozPD2ysAAAA&ved=0ahUKEwiB05- ogOzLAhXMkZAKHer3D9cQxA0IcjAQ Acesso em: 31/03/16. Imagem 9 — Símbolo transgênico. Disponível em: >>http:// www.oquevocefezpeloplanetahoje.com.br/tag/alimentos-transgenicos/<< Acesso em: 29/03/16. Imagem 10 — Alimento transgênico. Disponível em: >>http:// www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/06/08/interna_cidadesdf,485816/ simbolo-que-identifica-alimentos-transgenicos-pode-ser-extinto.shtml<< Acesso em: 29/03/16. Imagem 11 — Charge. Disponível em: <http://www.arionaurocartuns.com.br/ charge_alimentos.shtml> Acesso em 30/03/16. Texto adaptado de: <file:///C:/Users/Brunno/Downloads/3188-10476-1-PB.pdf> Acesso em: 30/03/16). Texto adaptado de: http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/13599/15331 Caderno Espaço Feminino - Uberlândia-MG - v. 27, n. 1 - Jan/Jun. 2014 – ISSN online 1981-3082). Texto adaptado de: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/02/brasil- e-o-2-pais-que-mais-cultiva-transgenicos-diz-estudo.html> Acesso em: 31/03/16. Site: O TRAMAS (Trabalho, Meio Ambiente e Saúde) Disponível em: <http:// www.tramas.ufc.br/?page_id=66> Acesso em: 30/03/16. Site: PDF - Primavera silenciosa. Disponível em: <https:// biowit.files.wordpress.com/2010/11/primavera_silenciosa_-_rachel_carson_-_pt.pdf > Acesso em: 30/03/16. Questão 04 ENEM (Comentário). Adaptado de: <http://vestibular.uol.com.br/provas-e- correcoes/2015/acompanhe-a-correcao-comentada-do-enem-2015/#amarela-1-41> Acesso em: 30/03/16).
  • 50. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 51 Kézia Jaiane Porfírio da Silva ( keziajaiane@gmail.com) Rayan Fernades Pereira (rayan.fernando.pereira.br@live.com) Valber Nunes da Silva Mendes (valbermendes@live.com) PARA COMEÇAR A HISTÓRIA Atenas era uma cidade-estado grega que estava situada na parte central da Península da Ática, a poucos quilômetros do mar Egeu. A história política dessa Pólis — como eram conhe- cidas as cidades estado — passou por diversas transformações até chegar no cenário atual. Co- mo entender essas mudanças dos problemas da antiguidade à atualidade? Veremos adiante. Em um primeiro momento os atenienses foram governados por um rei (Monarquia) que detinha grande poder e influência. Mas, com o tempo e por meio de guerras, este modelo foi suplantado por uma oligarquia. Na oligarquia aqueles que eram ricos e bem-nascidos, ou seja, os Eupátridas, governavam de acordo com seus interesses. Foi nesta época que a vida dos mais pobres se tornou bem difícil: A escassez de terras férteis, que estavam sob a posse dos governantes, somada a um surto de crescimento populacional em- pobreceu ainda mais grande parte da população. Fo- me e escravidão por dividas eram constantes. Escravizados, enfrentando dificuldades agrá- rias e comandados por ricos que não se importavam com eles, os atenienses apoiaram uma mudança na forma de governo. Pisístrato tomou o poder da mão dos aristocratas e assumiu ―o trono‖ como um tira- no. O primeiro tirano governou visando melhorar a vida da população, mas seus sucessores foram mani- pulados pelos Eupátridas, o que gerou um clima de insatisfação entre várias camadas sociais. Revoltado, o povo tomou o poder. É nesse contexto em que a democracia surgiu. A democracia é uma forma de governo onde os cidadãos partici- pam, direta ou indiretamente, das decisões políticas. A democracia ateniense era direta: A po- pulação era livre Imagem 1 disponível em: < http://4.bp.blogspot.com/-KzqoVUfFV1E/ UUXz9j0ejaI/AAAAAAAAAFI/nTL- XbgZALA/s1600/hh.jpg > Acesso em: 1 de COMPETÊNCIA DE ÁREA 5: UTILIZAR OS CONHECIMENTOS HISTÓRICOS PARA COMPREENDER E VALORIZAR OS FUNDAMENTOS DA CIDADANIA E DA DEMO- CRACIA, FAVORECENDO UMA ATUAÇÃO CONSCIENTE DO INDIVÍDUO NA SOCIEDADE.
  • 51. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 52 para votar e discutir todo e qualquer tipo de proposta que fosse apresentada na Ágora. Por um lado, só quem poderia votar eram os homens maiores de vinte e um anos. As mulheres, crianças, escravos e estrangeiros não possuíam qualquer poder ou influência. Apesar dos limites que vimos, estabeleceram-se na Grécia as bases para o sistema político ocidental, baseado na Democracia Representativa. A partir dela, o povo exprime sua vontade elegendo, através do voto, representantes para tomar as decisões em favor da maioria. Por isso que o voto deve ser universal: para que todos os cidadãos possam exprimir a sua vontade, colo- cando alguém capacitado que o represente. No entanto, parte significativa da população tem ven- dido seu direito de escolha e decisão por barganhas e favores. Isto faz com que os políticos que assumem o poder descumpram a confiança depositada através do voto e, ao invés de representar o povo e a maioria, legislem em benefício próprio. Foi o que aconteceu, por exemplo, nos últimos anos na Grécia. Há muitos anos o governo grego gastou mais do que tinha, ano após ano as dívidas contraídas foram superiores ao montante que havia sido arrecadado com os impostos. Assim, a situação foi ficando cada vez pior e a saída encontrada pelas autoridades foi realizar empréstimos para quitar os débitos. A cada empréstimo realizado, uma nova dívida era contraída e os gastos não eram controlados. Podemos perceber que neste momento a população não participou das decisões, pois eram os representantes, eleitos pelo povo, quem as tomavam. Resultado: em 2008, quando a crise imo- biliária dos EUA afetou a economia mundial e os juros dispararam, os bancos que emprestaram dinheiro a Grécia, começaram a cobrar, e caro. A Troika (uma associação financeira formada pelo FMI, Banco Central Europeu e Comis- são Europeia) ainda concordou em continuar emprestando somas bilionárias desde que o primei- ro ministro grego tomasse medidas de ajuste econômico e fiscal. De início, exigiram que fossem feitas reformas na previdência, depois afirmaram que seria necessário legalizar as demissões em massa, cortar gastos com programas sociais e aumentar os impostos. Toda essa situação gerou uma crise sem precedentes, eis alguns pontos mais alarmantes desta situação:  O desemprego chegou a 26%. Entre os mais jovens essa taxa era de 60%;  Estima-se que 800 mil gregos não tinham acesso a serviços médicos;  Centenas de empresas declararam falência em todas as regiões do país; A população mais pobre, foi a que mais sofreu com esta realidade. Em desespero, e bus- cando uma alternativa, nas eleições, escolheram outro governo para o poder em 2015,
  • 52. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 53 Alexis Tsipras venceu as eleições com a missão de pôr fim ao ajuste fiscal e propor melhores condi- ções sociais para a população. No entanto, o cenário não era favorável: os índices da dívida chegaram a 177% do PIB nacional, isto é, se tudo que fosse produzido no país fosse destinado ao pagamento da dívida ainda assim não seria possível saná-la. Diante deste impasse, o primeiro mi- nistro convocou um referendo (participação direta do povo, para confirmar ou rejeitar alguma medida do governo) para saber a opinião da população. A questão era se o país devia ou não aceitar as condições im- postas pela Troika para pagamento da dúvi- da, No dia 15 de julho de 2015 os gregos disseram ―não‖ ao capital financeiro que queria interferir diretamente na soberania popular. Naquele ano os gregos lutaram, assim como haviam lutado na antiguidade, pelo direito de decidirem o que é melhor para sua nação. Atualmente, a Grécia está encami- nhando uma recuperação que perpassa todos os setores. Ao passo que, a permanência no bloco da União Europeia impõe regras para esse novo momento de reajuste da sociedade, tendo em vista que a Troika exerce a função de controle econômico aos países pertencentes ao bloco, isto é, a batalha dos gregos ainda continua ganhando novos capítulos em relação ao capital transnacional e financeiro das elites europeias. TEXTO PARA REFLEXÃO ―Ditadura Militar Brasileira: Democracia ou Autoritarismo?‖ Democracia é um termo utilizado para designar uma forma de governo na qual o poder político é praticado pelo povo através do voto ou sufrágio universal. Nesta forma de governo, o povo elege os seus representantes que serão responsáveis por representa-los, tomando decisões importantes para o benefício do todo. Por outro lado, o autoritarismo configura-se como sendo o oposto da democracia, sendo que nesta outra forma de governo o poder é exercido de forma a impor seus ideais para um conjunto de pessoas utilizando de coerção para leva-los à obediência ainda que por meio de mecanis- mos de força. Imagem 2 disponível em: < http://s2.glbimg.com/jQ- YGS4HyMSZxG_iPmArju7fOu4=/e.glbimg.com/og/qed/f/ original/2015/07/05/grecia-comemoracao1.jpg Acesso em
  • 53. CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ano III - Volume I – Nº 1 – jul./dez. 2016 - ISSN 2358-4971 54 A partir das definições apresentadas é possível realizarmos uma breve análise de como o poder político foi exercido no período intitulado de Ditadura Militar no Brasil. Para tal é preciso compreendermos o que foi a ditadura? Quando ocorreu? E quem foram seus principais represen- tantes? Essas são indagações básicas para entendermos esse momento da história política do nosso país. A ditadura militar ou golpe de 64, como costuma ser retratada por muitos, foi um movimento organizado em função da insatisfação com o poder político que estava em vigor, o governo de João Goulart (1961-1964), o qual antes de assumir o poder executivo , foi o vice pre- sidente do Jânio Quadros. Goulart ou Jango, assumiu uma posição de reformista que causou in- quietações nos seus opositores conservadores e até mesmo nos EUA, os quais temiam que Jango com suas ideias de reforma na economia e em outros setores da administração pública brasileira, fosse responsável por desencadear um golpe comunista no país. Fato é que essa desestabilidade política abriu caminho para a tomada do poder por um grupo de militares no ano de 1964 estendendo-se até 1985. O primeiro militar eleito pelo Con- gresso para assumir a presidência foi o Marechal Castelo Branco (1964-1967), na sequência vie- ram, Costa e Silva (1967-1969), Governo da Junta Militar (de agosto de 1969 a outubro do mes- mo ano), Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e, encerrando o período de governo dos mili- tares, Figueiredo (1979-1985). A princípio o Marechal Castelo Branco ascendeu ao poder com um discurso democrático, entretanto, logo apareceu em seu governo os traços do autoritarismo político, quadro este que pode ser percebido não apenas em seu período de gestão, mas foi uma característica predominante em todo o regime militar brasileiro. As repressões, os mandados de cassação aos opositores, as cenas de tortura que são por vezes relembradas, a censura, enfim, de modo geral, isso foi o que caracterizou a ditadura militar no Brasil. Nesse sentido não podemos afirmar que nesse momento histórico de nosso país tenha havido a presença da democracia, já que por definição, esta, nada tem que ver com o modelo de governo descrito. Imagem disponível em: <https:// www.google.com.br/search? espv=2&rlz=1C1VFKB_enBR629BR629& biw=1600&bih=731&tbm=isch&q=ditadur a+militar+torturas&revid=1891585584&sa =X&ved=0ahUKEwiP7YSQybTMAhUHh ZAKHVRkBMcQ1QIIHA#imgrc=0jibxLS K7tASpM%3A> Acesso em: 29/04/2016.