OS FILHOS DOS IMIGRANTES:
Jovens em trânsito no início do século XXI
(1990-2009)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial e último para obtenção do grau de Mestre em História.
Os filhos dos imigrantes: jovens entre dois mundos
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5. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI (1990-2009) Por fim, aborda os sonhos, planos e as expectativas destes jovens para um futuro muitas vezes incerto. Assim, este trabalho procura compreender o processo histórico e os fatores socioeconômicos e culturais do fenômeno da migração moderna, procurando desvendar as dinâmicas da formação da identidade, da linguagem específica e das peculiaridades da vida entre dois mundos, fornecendo assim, novos olhares que servirão como diálogo para outros estudos dos campos da História do Tempo Presente e História das Migrações que tenham como alvo a segunda geração de imigrantes brasileiros.
6. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI (1990-2009) Porque a escolha da cidade de Governador Valadares como ponto de partida? Existem hoje muitos estudos sobre a relação da cidade com a dinâmica da migração, mas poucos destes estudos referem-se especificamente à segunda geração. Há também uma motivação pessoal em relação à cidade. Natural de Governador Valadares, pude observar vários amigos e colegas deixando o convívio diário na escola e na vizinhança para acompanhar seus pais na aventura migratória.
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9. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI Apresentando os jovens entrevistados Gerson foi entrevistado na sua casa, no bairro Santa Rita, em Governador Valadares. Completou dezoito anos em janeiro de 2009 e trabalha atualmente como professor de inglês em uma escola de línguas, perto da sua casa. Trabalho este, inclusive, como ressaltou o próprio entrevistado, conseguido por causa da sua experiência migratória.
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12. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI O MUNDO DA ESCOLA “O que eu aprendi primeiro foi dizer ‘eu não entendo nada” Desta forma percebemos que a escola, espaço que Portes sinaliza como um dos instrumentos mais importantes para a inserção do imigrante na nova sociedade, exclui, segrega, não ensina a língua como deveria o que num certo sentido pode contribuir para que, contraditoriamente, ao invés de confirmar-se como um instrumento de inclusão, o espaço escolar acaba tornando-se uma arena onde as ambigüidades e angustias da condição de jovem migrante são acentuadas. Arlington Elementary School, Lawrence, MA – Pátio Central
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16. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI O Mundo do Trabalho “Se você trabalhar pesado você vai ganhar ‘dinheiro pesado’. Se você quiser trabalhar tranqüilo você só vai ganhar um ‘dinheiro tranqüilo’ Em síntese, podemos perceber como o imigrante, mesmo ainda muito jovem, é construído pelo trabalho, conforme afirma Sayad. No caso dos brasileiros, essa fala é recorrente e emerge a imagem de brasileiro como povo trabalhador, que constrói nossa identificação nos EUA distintiva em relação a outros grupos de imigrantes. Entretanto, vale destacar que o imigrante brasileiro trabalha mais e recebe menos, não tem seguridade social, é indocumentado, não tem nenhuma assistência e, no caso de acidente de trabalho, deixa de ganhar. Então essa preferência pelo trabalhador brasileiro, deve ser situada no contexto de exploração da mão de obra imigrante dentro do mercado secundário de trabalho, ou seja, embora não sintam a discriminação do patrão a própria condição de trabalho é discriminatória, ressaltando que não há adolescentes americanos na construção civil.
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19. OS FILHOS DOS IMIGRANTES: Jovens em trânsito no início do século XXI CONSIDERAÇÕES FINAIS: OS PLANOS PARA O FUTURO Ah, eu tinha uns amigos que nasceram aqui e foram prá lá que falaram que nunca mais voltariam aqui (Brasil). Eles achavam lá melhor, eles achavam o Brasil muito ruim. Igual a última vez que eu vim mesmo, nossa eu tive muitos amigos que falaram pra mim não voltar pra cá, falando para mim ficar que lá era melhor, falando que lá o estudo é melhor... falavam que o Brasil era ruim. Eu não concordava muito com isso. Eu gosto do Brasil né. Eu gosto de lá também, mas eu gosto mais daqui. Gostaria de voltar um dia sim... mas um dia, agora não. Para te falar a verdade, pra ser sincero mesmo, eu não sei o que eu quero...