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Relatório de Diagnóstico e tratamento da dor muscular mastigatória 
Aluna: Luana Chagas Miguel 
Disciplina: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial 
Professor: Marcelo Gomes 
Nova Friburgo, 4 de Setembro de 2014
Introdução 
O texto referenciado, aborda as dores que atingem os músculos mastigatórios, e 
os desafios da área médica em compreender a relação das dores faciais e referidas com 
este grupo muscular. Assim como estabelecer paralelos e possíveis diagnósticos 
diferenciais de doenças neoplásicas, infecciosas, neurológicas e até mesmo, à dores 
semelhantes a articulares, que atingem diversos grupamentos musculares.
Resumo 
Com a progressão da medicina e seus respectivos estudos, foi elucidado que o 
processo de dor é algo complexo e multi­fatorial 
e envolve diversas 
experiências/consequências físicas e emocionais para o indivíduo. No que relaciona­se 
à 
dor muscular mastigatória, foi fundamental a conclusão de que esta, não seria 
ocasionada somente por influência mecânica e funcional, e que os processos envolvidos 
na mesma, são demasiadamente complexos. 
Por um longo período de tempo, acreditou­se 
que a teoria do ciclo vicioso 
“dor­espasmo­dor” 
era a explicação para a dor no grupamento dos músculos 
mastigatórios. Atualmente, a teoria aceita para explicar a dor muscular demonstra que a 
dor persistente gera efeitos no sistema motor, ocasionando mudança na postura, 
expressão facial e trabalho físico. Além disso, aborda que quando um nociceptor recebe 
o estímulo doloroso, há a inibição de neurônios motores agonistas e ativação dos 
neurônios motores antagonistas, produzindo assim, uma espécie de reflexo àquele 
estímulo. Levando­nos 
a concluir, que as funções musculares adaptam­se 
ao processo de 
dor, evitando assim, possíveis lesões nos músculos. 
A dor muscular pode possui diversas etiologias, como : traumatismos, doenças 
metabólicas, neurológicas e até infeccições. Porém a causa mais recorrente é a 
Sindrome Dolorosa Miofascial (SDM). 
Uma das principais causas de dores de cabeça ou na face de origem mandibular, 
a dor muscular mastigatória, afeta em sua maioria indivíduos do sexo feminino, e 
fatorores biológicos, sociais e até comportamentais devem ser analisados. O diagnóstico 
desta, só pode ser realizado através do questionário RDC/TMD (Research Diagnostic 
Criteria for Temporomandibular Disorders). 
O diagnóstico de dores musculares faciais é um tanto difícil, pois além de haver 
diversos níveis de complexidade, há também o percalço de a dor não possuir causa 
específica e/ou não ser funcional. Um exemplo disto, é a SDM, que é uma doença 
sistêmica, porém há um padrão de dor referida dos ombros e região cervical para 
cabeça, face e dentes. Por isso deve ser incluída como um diagnóstico diferencial à 
dores faciais, assim como a Fibromialgia (condição que afeta também a musculatura 
mastigatória). 
A ativação de nociceptores dá­se 
quando há estímulos dolorosos. Estes, ativam a 
produção de substâncias algiogênicas, ou seja, que promovem a sensação de dor, 
através de microlesões existentes nos músculos. 
A mudança no sistema endógeno de nocicepção propicia a desinibição de áreas 
como a formação reticular ascendente, que é responsável pela modulação de estímulos
relevantes e irrelevantes, contribuindo para desordens psicológicas, motoras e sensitivas 
(hiperalgesia). 
Um obstáculo no tratamento de dores musculares, é que esta pode ser referida, ou 
seja, em um local diferente de sua origem. A dor dos músculos da mastigação, pode ser 
irradiada para os dentes, cabeça, face e pescoço.O exame clínico criterioso, aliado à 
aplicação de técnicas, como palpação muscular, que deve detectar hiperalgesia, pode 
ajudar no diagnóstico. 
Assim como em todo o corpo, na face há os chamados pontos­gatilho 
ou trigger 
points que ao ser palpados, promovem um processo de sensibilização central , 
seguindo­se 
a um estímulo periférico, ocasionando a dor em pontos difusos. Além disso, 
foi relatado que nas áreas dolorosas, há a diminuição da sensibilidade, e que aliado ao 
tamanho reduzido dos músculos mastigatórios, estes fatores podem atrapalhar no exame 
clínico. 
Apesar de similaridades da dor muscular com a articular, há manifestações 
clínicas que sugerem problemas musculares, como: limitação da amplitude dos 
movimentos mandibulares, travamento mandibular,irregularidade dos movimentos 
(adaptação funcional à dor), área edemaciada, alterações comportamentais, entre outros. 
De acordo com a American Academy of Orofacial Pain, há critérios que devem 
ser seguidos para a identificação de dores miofasciais : 
1. Localização da dor: pode ser unilateral, migratória ou bilateral. A recorrência 
da dor pode ocasionar o espalhamento da mesma para região cervical e craniana. 
Geralmente, a dor é referida para região auricular, ângulo da mandibula, face, fundo de 
olho, têmpora e nuca. 
2. Intesidade da dor: leve a moderada, podendo ser intensa na fase aguda. 
3.Qualidade da dor: pode apresentar pontadas, cansaço, pressão, queimação ou 
espamos na região dolorida. 
4.Dor durante os movimentos mandibulares: fundamental na identificação das 
dores musculares. 
5.Limitação dolorosa dos movimentos mandibulares: quando o músculo sofre 
isquemia, fadiga ou inflamação. 
6.Palpação Muscular: deve haver hiperalgesia e reprodução da dor referida do 
paciente.
Conclusão 
Por fim, concluo que o diagnóstico das dores do grupamento muscular 
mastigatório é um campo desconhecido por grande parte dos cirurgiões­dentistas. 
O 
processo de dor nos indivíduos, especificamente neste grupamento, apresenta­se 
de 
forma complexa, pois na maioria dos casos, não possui causas específicas. 
As dores miofasciais podem ser mascaradas por outras patologias, o que dificulta 
ainda mais o tratamento dessas desordens. O conhecimento sobre técnicas clínicas 
como, palpação múscular minusciosa de cada músculo, observação de fatores locais ou 
sistêmicos, avaliação de aspectos psicosomáticos e comportamentais, assim como 
testes de resistência mastigatória, podem viabilizar o tratamento dessas desordens, 
evitando assim, a cronificação da dor no paciente.
Diagnóstico e tratamento da dor muscular mastigatória

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Diagnóstico e tratamento da dor muscular mastigatória

  • 1. Relatório de Diagnóstico e tratamento da dor muscular mastigatória Aluna: Luana Chagas Miguel Disciplina: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Professor: Marcelo Gomes Nova Friburgo, 4 de Setembro de 2014
  • 2. Introdução O texto referenciado, aborda as dores que atingem os músculos mastigatórios, e os desafios da área médica em compreender a relação das dores faciais e referidas com este grupo muscular. Assim como estabelecer paralelos e possíveis diagnósticos diferenciais de doenças neoplásicas, infecciosas, neurológicas e até mesmo, à dores semelhantes a articulares, que atingem diversos grupamentos musculares.
  • 3. Resumo Com a progressão da medicina e seus respectivos estudos, foi elucidado que o processo de dor é algo complexo e multi­fatorial e envolve diversas experiências/consequências físicas e emocionais para o indivíduo. No que relaciona­se à dor muscular mastigatória, foi fundamental a conclusão de que esta, não seria ocasionada somente por influência mecânica e funcional, e que os processos envolvidos na mesma, são demasiadamente complexos. Por um longo período de tempo, acreditou­se que a teoria do ciclo vicioso “dor­espasmo­dor” era a explicação para a dor no grupamento dos músculos mastigatórios. Atualmente, a teoria aceita para explicar a dor muscular demonstra que a dor persistente gera efeitos no sistema motor, ocasionando mudança na postura, expressão facial e trabalho físico. Além disso, aborda que quando um nociceptor recebe o estímulo doloroso, há a inibição de neurônios motores agonistas e ativação dos neurônios motores antagonistas, produzindo assim, uma espécie de reflexo àquele estímulo. Levando­nos a concluir, que as funções musculares adaptam­se ao processo de dor, evitando assim, possíveis lesões nos músculos. A dor muscular pode possui diversas etiologias, como : traumatismos, doenças metabólicas, neurológicas e até infeccições. Porém a causa mais recorrente é a Sindrome Dolorosa Miofascial (SDM). Uma das principais causas de dores de cabeça ou na face de origem mandibular, a dor muscular mastigatória, afeta em sua maioria indivíduos do sexo feminino, e fatorores biológicos, sociais e até comportamentais devem ser analisados. O diagnóstico desta, só pode ser realizado através do questionário RDC/TMD (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders). O diagnóstico de dores musculares faciais é um tanto difícil, pois além de haver diversos níveis de complexidade, há também o percalço de a dor não possuir causa específica e/ou não ser funcional. Um exemplo disto, é a SDM, que é uma doença sistêmica, porém há um padrão de dor referida dos ombros e região cervical para cabeça, face e dentes. Por isso deve ser incluída como um diagnóstico diferencial à dores faciais, assim como a Fibromialgia (condição que afeta também a musculatura mastigatória). A ativação de nociceptores dá­se quando há estímulos dolorosos. Estes, ativam a produção de substâncias algiogênicas, ou seja, que promovem a sensação de dor, através de microlesões existentes nos músculos. A mudança no sistema endógeno de nocicepção propicia a desinibição de áreas como a formação reticular ascendente, que é responsável pela modulação de estímulos
  • 4. relevantes e irrelevantes, contribuindo para desordens psicológicas, motoras e sensitivas (hiperalgesia). Um obstáculo no tratamento de dores musculares, é que esta pode ser referida, ou seja, em um local diferente de sua origem. A dor dos músculos da mastigação, pode ser irradiada para os dentes, cabeça, face e pescoço.O exame clínico criterioso, aliado à aplicação de técnicas, como palpação muscular, que deve detectar hiperalgesia, pode ajudar no diagnóstico. Assim como em todo o corpo, na face há os chamados pontos­gatilho ou trigger points que ao ser palpados, promovem um processo de sensibilização central , seguindo­se a um estímulo periférico, ocasionando a dor em pontos difusos. Além disso, foi relatado que nas áreas dolorosas, há a diminuição da sensibilidade, e que aliado ao tamanho reduzido dos músculos mastigatórios, estes fatores podem atrapalhar no exame clínico. Apesar de similaridades da dor muscular com a articular, há manifestações clínicas que sugerem problemas musculares, como: limitação da amplitude dos movimentos mandibulares, travamento mandibular,irregularidade dos movimentos (adaptação funcional à dor), área edemaciada, alterações comportamentais, entre outros. De acordo com a American Academy of Orofacial Pain, há critérios que devem ser seguidos para a identificação de dores miofasciais : 1. Localização da dor: pode ser unilateral, migratória ou bilateral. A recorrência da dor pode ocasionar o espalhamento da mesma para região cervical e craniana. Geralmente, a dor é referida para região auricular, ângulo da mandibula, face, fundo de olho, têmpora e nuca. 2. Intesidade da dor: leve a moderada, podendo ser intensa na fase aguda. 3.Qualidade da dor: pode apresentar pontadas, cansaço, pressão, queimação ou espamos na região dolorida. 4.Dor durante os movimentos mandibulares: fundamental na identificação das dores musculares. 5.Limitação dolorosa dos movimentos mandibulares: quando o músculo sofre isquemia, fadiga ou inflamação. 6.Palpação Muscular: deve haver hiperalgesia e reprodução da dor referida do paciente.
  • 5. Conclusão Por fim, concluo que o diagnóstico das dores do grupamento muscular mastigatório é um campo desconhecido por grande parte dos cirurgiões­dentistas. O processo de dor nos indivíduos, especificamente neste grupamento, apresenta­se de forma complexa, pois na maioria dos casos, não possui causas específicas. As dores miofasciais podem ser mascaradas por outras patologias, o que dificulta ainda mais o tratamento dessas desordens. O conhecimento sobre técnicas clínicas como, palpação múscular minusciosa de cada músculo, observação de fatores locais ou sistêmicos, avaliação de aspectos psicosomáticos e comportamentais, assim como testes de resistência mastigatória, podem viabilizar o tratamento dessas desordens, evitando assim, a cronificação da dor no paciente.