4. A gestação e a fecundação do ser humano
O que gera um ser humano?
Mitos que se perpetuam até hoje
Crenças que mudam de acordo com a cultura
e a história de cada povo
Busca do entendimento através do
sobrenatural
6. Visão masculina
Gestação = efetivação da união entre casais
Direito ao dote (aumento de riqueza e poder)
Geração de mais homens = fortelecimento dos
exércitos
Destino da mulher definido pela maternidade
10% morriam de parto e de suas sequelas
Nem todo parto tinha um final feliz
Abstinência sexual na gravidez
Pouca compreensão do fenômeno pelos sábios da
época
7. Novas especulações
Teoria seminista (mulher = caixa vazia)
Procriação e educação da prole como bens
do casamento
A obrigação da mãe em
relação à prole era a de
colocar no mundo os
filhos e gerar
continuamente até a
morte.
8. No final da Idade Média, todas as práticas e
conhecimentos acerca da gravidez, do parto
e do puerpério eram de domínio exclusivo
das mulheres.
Acesso ao quarto das parturientes era vetado
aos homens.
9. Os meios de intervenção das parteiras eram
limitados.
Cesarianas autorizadas em mulheres mortas,
para retirar filho vivo, a partir do século XIII
Eram desconhecidos: a episiotomia, as
poções para acelerar as contrações e o
fórceps.
Diagnóstico difícil -> movimentos do feto
10. 1ª cesárea em vida (ou seu esboço), foi
realizada na Suíça, em 1500, na cidade
de Sigershauferr, pelo cidadão Jacob
Nufer, que não era médico, e vivia de
castrar porcas. Desesperado com o
sofrimento da mulher apelou para as
"parteiras" da época e para os
cirurgiões-barbeiros, que se recusaram
a ajudá-lo. Apelou então para as
autoridades que, sem opções,
permitiram a sua intervenção, ajudado
por duas parteiras.
Obteve êxito, ao que se sabe.
11. Do século XIV ao século XVI, o papel da
mulher na gestação foi pouco considerado.
No final do século XVI e início do XVII,
porém, alguns intelectuais tentavam
comprovar que ambos os sexos eram
perfeitos, cada um com seu valor intrínseco.
A mulher era agora vista como um ser
valetudinário*, cabendo ao médico aliviar sua
dor e convencê-la a aceitar, sem revolta, a
sua condição desfavorável e frágil.
*Valetudinário: indivíduo de compleição muito fraca, doentio,
enfermo, achacadiço, ou até inválido.
12.
13. A fecundação foi esclarecida
Preocupação com os sinais e sintomas de
gravidez e o tempo de duração da mesma.
A gestação não tinha duração fixa (7 a 11
meses)
14. Avanços médicos x Cultura católica do século
XIX
A elevada mortalidade materno-infantil
tornava a maternidade uma situação de risco
natural e as mulheres grávidas deviam
tornar-se objeto de vigilância ativa e de
respeito religioso.
Medicina propunha a proteção da mulher:
Insenção dos trabalhos pesados;
Limitação de passatempos;
Controle da gravidez e da mulher.
15. Foram estabelecidos cuidados preventivos,
nessa época.
A gravidez tornou-se um tabu, quando então
as mulheres não saíam de casa e se
mostravam o menos possível.
Falar sobre o parto era proibido.
16. A medicalização da gestação, iniciada no
século XVIII, impunha-se maciçamente, mas
ainda não havia garantias de diminuição da
mortalidade e do sofrimento materno.
Estatísticas: mortalidade feminina
Final do século XIX, mulheres buscam meios
para controlar as gestações e os
nascimentos.
Gestação ainda era subjugada ao médico!!!
17. Mulheres no mercado de trabalho
Métodos anticoncepcionais
Lutas feministas
Reapropriação do corpo e da sexualidade =
domínio da fecundidade.
Domínio médico sobre a gestação e o
nascimento
Final do século XX: fertilização in vitro.
18. Desde o final do século XIX, uma série
de descobertas científicas e tecnológicas
passaram a abalar os fundamentos
tradicionais da divisão do trabalho e do
poder entre os sexos, fazendo recuar a
mortalidade e diminuindo,
consideravelmente, a parte ocupada
pela gestação e amamentação na vida
das mulheres.
Os riscos de mortalidade e de morbidade
maternas e infantis foram fortemente
reduzidos no decorrer do século XX
(COSTA-LASCOUX, 1990).
19. Importância da tecnologia, da monitorização,
da medicina fetal, entre outras, para a
diminuição da mortalidade infantil e
materna.
Entretanto, é importante estarmos alertas
quanto à medicalização da gestação, para
não tornar a mulher um objeto e fragmentar
suas experiências, na medida em que as
tecnologias e condutas hospitalares podem
criar um ambiente desumano, além de poder
reduzir a mulher a uma incubadora do novo
ser, não a considerando como um ser humano
que gera outro.
21. Sem esquecer os avanços tecnológicos,
constata-se que existe uma tendência na
atualidade pela busca de práticas do
cuidado, que valorizem os sentimentos e
significados que envolvem o nascimento.
É importante organizarmos práticas que
aproximam mais as pessoas, valorizando as
experiências das mulheres em sua
totalidade, complexidade e singularidade.
22. O contexto histórico-social da atenção à
saúde materna e neonatal é permeado por
movimentos históricos e sociais.
Condições de vida e realidades de saúde
diferentes = determinantes sociais de saúde
A atenção à saúde materna, neonatal e do
lactente é resultante da análise de dados
epidemiológicos e das transformações
demográficas pelas quais a população vem
passando com o decorrer do tempo.
23. Há décadas, as mulheres vêm reivindicando para
que a atenção à sua saúde não se restrinja ao
ciclo gravídico puerperal.
Os serviços de saúde no Brasil, ao longo de sua
história vêm prestando assistência através de
programas sociais a grupos considerados
específicos.
A mulher e a criança por serem consideradas
pertencentes a um grupo de alta vulnerabilidade
biológica, social e de maior expressão em nível
populacional, sempre receberam assistência
através desses programas.
24. Toda a assistência é voltada para a
preservação da capacidade reprodutora da
mulher.
Reconhecimento institucional pelo Estado
brasileiro, dos direitos das mulheres e da
busca da eliminação da discriminação de
gênero.
Luta por políticas públicas igualitárias e
transformadoras de práticas institucionais.
25.
26. Não pode haver contato com animais de estimação
durante a gravidez!
Pintar o cabelo faz mal para a saúde do bebê.
Banho quente durante a gestação é prejudicial.
Bebidas alcoólicas devem ser evitadas na gravidez.
Azeite de oliva é ótimo para evitar estrias durante
a gravidez.
Os seios ficam flácidos após a amamentação.
É arriscado sexo na gravidez porque pode
machucar a criança.
Se a grávida carregar medalhas no pescoço, a
criança nasce com marcas na pele.
Beber cerveja preta ajuda a mulher a ter mais
leite.
MITO!
MITO!
MITO!
MITO!
MITO!
MITO!
VERDADE!
VERDADE!
VERDADE!
27. As complicações da gestação, parto e
puerpério (período que sucede o parto)
constituem a décima causa de mortes em
mulheres. Com um acompanhamento pré-
natal e atenção ao parto adequados,
consegue-se evitar a maior parte dessas
mortes.
28. “A força da maternidade, é maior que as leis
da natureza”. (Barbara Kingsolver)
“A maternidade tem um efeito muito
humanizador. Tudo se torna reduzido ao
essencial”. (Meryl Streep)
“Pode-se secar um coração de mulher, a
seiva de todos os amores, mas nunca se
extinguirá o amor materno”. (Júlio Dantas)
“A maternidade é o magno sacrifício da
mulher, o seu desdobramento incondicional
para a multiplicação da espécie, a
santificação do lar num sofrimento contínuo
e imensurável”. (Francisca Praguer Fróes)
29. “A maternidade tem o preço
determinado por Deus, preço que
nenhum homem pode ousar diminuir ou
não entender” (Helen Hunt Jackson)