SlideShare a Scribd company logo
1 of 14
Download to read offline
DOCUMENTO de
POSICIONAMENTO
Nº 5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS
PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS
EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E
CONSIDERAÇÕES
FEVEREIRO 2012
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 2
O PRESENTE DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO FOI ELABORADO
POR:
AUTORES:
J.JAVIER SOLDEVILLA AGREDA
Enfermeiro. Antropólogo. Doutor pela Universidad de Santiago de
Compostela. UGC de Enfermedades Infecciosas. Hospital de San Pedro.
Professor da EUE de Logroño. Director do GNEAUPP.
FRANCISCO PEDRO GARCÍA FERNANDEZ
Enfermeiro. Mestre em Investigación e Innovación en Salud y Calidad de
Vida. Doutor pela Universidade de Jaén. Coordinador da Unidad de
Estrategia de Cuidados. Complejo hospitalario de Jaén. Membro
Consultivo GNEAUPP.
TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS:
LOURDES MUÑOZ HIDALGO
Enfermeira na Unidade de Saúde Familiar Cruz de Celas, Coimbra, Portugal.
Mestre em Gestão e Investigação nos Cuidados das Feridas Crónicas. (Universidad de
Cantabria).
Especialista em Cuidado e Tratamento de UPP e Feridas Crónicas pelo GNEAUPP.
Membro do GNEAUPP, ELCOS e EWMA.
Como citar este documento:
Soldevilla-Agreda, JJ. Garcia-Fernández, FP. Avaliação técnica de materiais
preventivos e terapêuticos em feridas crónicas: guia e considerações. Serie
Documentos de Posicionamiento GNEAUPP nº5. (Segunda Edición). Grupo
Nacional para el Estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas
Crónicas. Logroño. 2012
®2012 GNEAUPP- 2ª edición
Edición y producción: GNEAUPP
Imprime: GNEAUPP
Os autores do documento e o Grupo Nacional para el estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y
Heridas Crónicas, firmemente convencidos de que o conhecimento deve circular livremente, autorizam a
utilização do presente documento para fines científicos e/ou educativos sem fins lucrativos.
É proibida a reprodução total ou parcial do mesmo sem a autorização dos proprietários intelectuais do
documento quando utilizado com a finalidade de obtenção de alguma remuneração, económica ou em
géneros.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 3
ÍNDICE
1. Introdução 4
2. Fase inicial dos concursos de provisionamento de materiais:
folhas de prescrições e especificações técnicas
5
3. Critérios científicos para a eleição dos diferentes produtos 6
4. Procura da evidência interna: a prova clínica 7
4.1. Análise de produtos de aplicação tópica 8
4.2 Análise de superfícies especiais de manejo da pressão 9
5. Análise da rentabilidade (custo-benefício) 11
6. Exemplo de uma análise para a eleição de um produto 12
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 4
1. INTRODUÇÃO.
Tendo em conta a dispersão, heterogeneidade e falta de critérios no processo
de avaliação de materiais preventivos e terapêuticos para feridas crónicas em
muitas organizações, instituições, áreas, de saúde ou sociais.
Considerando o défice e inconstante participação dos profissionais e
comissões de trabalho neste processo de avaliação, que assenta amiúde em
órgãos unipessoais ou colegiais alheios à pratica preventiva ou terapêutica das
feridas crónicas.
Perante as reiteradas denuncias de clínicos de distintos níveis assistenciais
das carências ou inadequação de materiais “essenciais” entre o arsenal
fornecido por concurso nas suas organizações.
Diante a solicitude de profissionais em exercício, especialistas neste âmbito do
cuidado, de umas linhas básicas que orientem a sua atuação para participar
em alguma fase ou em todo o processo de avaliação técnica destes aludidos
materiais.
Como uma ferramenta mais que facilite a erradicação de possíveis praticas
censuráveis -de favor ou pouco transparentes- entre alguns profissionais com
poder para decidir e algum pouco hesitante representante da industria do
sector, que possam transgredir os mais básicos códigos de boa pratica, éticos
e deontológicos vigentes em ambos os sectores.
Perante o novo modelo imperante de compras unificadas de materiais nas
Organizações, Áreas e inclusive Sistemas de Saúde, que não possa permitir
avaliações tendenciosas e/ou sem a participação dos profissionais envolvidos e
especialistas no tema.
Em solidariedade com a necessidade de eficiência ditada por uma situação
económica de recursos limitados e com a obrigação moral de medir o custo das
nossas intervenções.
Pela frequência e pertinência destas considerações e para uma aproximação
até a normatização-normalização da participação integral dos profissionais de
saúde e dos grupos específicos de trabalhos acreditados no âmbito das feridas
crónicas, no processo de avaliação técnica de materiais preventivos e
terapêuticos em ferida crónicas, se atualiza este documento de posicionamento
número 5 do GNEAUPP , elaborado em maio de 2006.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 5
2. FASE INICIAL DOS CONCURSOS DE APROVISIONAMENTO DOS
MATERIAIS: FOLHAS DE PRESCRIÇÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS.
Entende-se que os profissionais de saúde que têm responsabilidades direta
sobre a prevenção e o cuidado dos utentes com úlceras por pressão e outras
feridas crónicas, devem participar ativamente na seleção de materiais, antes da
convocatória dos concursos de aprovisionamento.
As pessoas que têm a responsabilidade final da atenção ao utente devem ser
os que estabelecem, consensualmente com as organizações, o número mínimo
de famílias de produtos que devem deter, para que se permitam as garantias
mínimas de qualidade exigíveis à prevenção e ao cuidado, bem como, os
mínimos e comuns critérios técnicos que devem ser incluídos.
Logo, as organizações devem buscar a participação dos especialistas, que
formam parte das comissões de feridas, na seleção de materiais previa
convocatória, passando os responsáveis de compras dos centros (áreas ou
sistemas), de interlocutores exclusivos, como ocorre em demasiadas ocasiões,
a co-responsáveis complementares de uma comissão técnica de avaliação.
Desde o Grupo Nacional para el Estudio y Asesoramiento en Úlceras por
Presión y Heridas Crónicas entendemos que a implicação dos profissionais e
das comissões no processo de avaliação deve ser integral, não só de procura
de provas científicas (evidência externa) ou de participação em ensaios clínicos
(evidencia interna) contudo devem participar desde a criação mesma dos
concursos de aprovisionamento.
A etapa seguinte destas comissões técnicas constituídas nos diferentes
Centros, Organizações, áreas ou Sistemas de Saúde públicos ou privados,
deve passar pela descrição das Folhas de Prescrições Técnicas que devem
conter como mínimo, informação sobre:
! Tipo de produto:
¨ Classificação: famílias de materiais às que pertence, ou se
existirem, grupos homogéneos.
¨ Especificações técnicas: definição, indicações clínicas,
contraindicações, etc.
¨ Apresentação / tamanho.
¨ Admissibilidade de variáveis.
! Preços finais de licitação (incluídas todas as ofertas).
! Condições de execução do fornecimento (abastecimento,
etiquetagem).
! Consumo estimado.
! Referências técnicas solicitadas para cada material apresentado.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 6
3. CRITÉRIOS CIENTÍFICOS PARA A ELEIÇÃO DOS DIFERENTES
PRODUTOS.
Atenção: Neste documento quando se faz referência ao nível de evidência
Alta, deve entender-se como o nível máximo de evidência ou força de
recomendação nas distintas classificações que existam, sendo aquelas nas
que é muito pouco provável que novos estudos mudem a confiança que temos
no resultado estimado.
As pessoas que participem nas comissões de avaliação de materiais e
produtos devem optar sempre, com exigência obrigada, por aqueles que
compreendam provas científicas (evidências) sobre a utilidade e segurança.
A utilização de produtos não contrastados deve ser considerada como uma
experimentação. Os estudos experimentais devem realizar-se regradamente e
conforme a normativa vigente para este tipo de estudos, assim, não devem
aplicar-se de maneira discriminada nos utentes antes de ter a garantia absoluta
da sua utilidade e segurança.
No entanto deve considerar-se que existem diferentes níveis de evidência ou
certeza na pratica clínica. Em muitas ocasiões no mundo das feridas crónicas,
por considerações éticas ou morais, não poderemos passar de um nível de
certeza para outro, devendo aceitar , por tanto, o nível de certeza que
tenhamos, não sendo exclusivos, uma vez que são muito escassos o número
de evidências absolutas disponíveis (Nível de evidencia alta).
Portanto, devemos ser cuidadosos na hora de discriminar se realmente "não
existem evidências" como concluem, talvez com excessiva frequência, alguns
ensaios clínicos nas suas análises, ou se o que não encontrámos são
evidências baseadas em ensaios clínicos, mas sim noutro tipo de estudos. Se
assim for, e existirem provas científicas, embora não sejam do máximo nível,
serão consideradas para a sua utilização, enquanto, como foi indicado, é
possível que não se possam realizar ensaios clínicos para atingir o melhor nível
de evidência.
Outros dos aspectos com os que se deve ser especialmente prudente, é com o
das provas científicas que advenham ou sejam financiadas pelas empresas. As
possibilidades de financiamento de estudos rigorosos e viáveis sem o apoio da
industria, hoje em dia, sabemos que são limitadas. Igualmente salienta-se que
a pratica comum nos países desenvolvidos é a transferência dos resultados de
investigação nas empresas. No entanto, e embora também sabemos que as
mesmas estão sujeitas a códigos deontológicos estritos (Códigos de Boas
Práticas), estes estudos tem de ser rigorosamente analisados na procura de
possíveis ações ou omissões tendenciosas.
A formação em leitura crítica de artigos de investigação faz-se indispensável
para os membros das comissões dos diferentes centros.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 7
O elemento final de procura da evidência externa o devemos centrar na
determinação da existência de provas que um produto é melhor que outro
dentro da mesma família. Se encontrar-mos estudos deste tipo, que
demonstrem a primazia ou superioridade técnica dum a produto concreto sobre
o resto da gama, deveremos optar pela eleição direta desse em concreto.
Infelizmente, este elemento não será o mais comum e, a maioria das ocasiões
encontraremos que as provas sobre os produtos de uma mesma família não
são conclusivos, por conseguinte teremos que recorrer à análise da evidência
interna.
4. PROCURA DA EVIDÊNCIA INTERNA: A PROVA CLÍNICA.
À evidência interna deve recorrer-se quando a externa não é categórica na sua
análise. Se deve basear numa análise através de prova clínica.
Antes de efetuar a prova clínica deve ter-se considerado todos os elementos,
devendo ficar estes perfeitamente esclarecidos no protocolo de investigação /
análise da prova. No mínimo, terão de explicitar-se no protocolo:
o Quantas são as provas a serem realizadas?
o Quem vai tutelar a segurança da mesma?
o Quais os utentes abrangidos pela mesma?
o Quais os tipos de lesões?
o Que tipo de estudo vamos realizar?
o Quem vai recolher a informação?
o Quem vai analisá-la?
A colecta de informação e análise através da prova clínica, independentemente
do produto, deve considerar no mínimo três aspectos:
o Indicações clínicas.
o Contraindicações / Efeitos secundários.
o Conforto / Adaptabilidade.
É dentro destes aspectos, quando devem diferenciar-se as variáveis de
informação, enquanto não podem ser as mesmas para pensos ou produtos de
aplicação tópica (incluídas soluções limpadoras), superfícies especiais de
manejo da pressão ou sistemas de ligaduras.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 8
4.1 Análise de produtos de aplicação tópica.
O conceito de produtos tópicos deve tomar-se no sentido abrangente do
mesmo, sendo extensivo a todos aqueles materiais que usamos na prevenção
e no tratamento local das feridas crónicas e não só aos pensos, como é
considerado normalmente. Isto é. consideramos como tal qualquer material
protetor ou terapêutico aplicado às feridas.
Dentro dos produtos de aplicação tópica, hão de considerar-se os ácidos
gordos hiperoxigenados (AGHO), os produtos barreira, produtos de limpeza,
materiais antimicrobianos, produtos baseados na cura em ambiente húmido
que incluem: hidrocolóides, hidrogeles, filmes e espumas de poliuretano,
alginatos, pensos de carvão, pensos bioactivos (colagénio, ácido hialurónico,
pensos com carga iónica, pensos moduladores das proteasa, matrizes das
proteínas, etc.), pensos impregnados, pensos salinos, tecidos vivos, etc., com
as suas variáveis, sistemas de compressão, de terapia de pressão negativa,
etc.
Geralmente, é aconselhado seguir os critérios de avaliação expostos a
continuação, embora, estes devem ser considerados como os elementos
mínimos a analisar, podendo, perante famílias concretas, aumentar o índice de
indicadores a avaliar.
Dentro das indicações, os critérios devem fazer referência ao grau de
conformidade do produto em cada uma das fases do processo da lesão:
prevenção, epitelização, granulação, necrose ou infecção. Também, é
necessário medir o controlo que o produto realiza sobre: a dor, o odor, o
controlo/manejo do exsudado/absorção e a proteção da pele perilesional.
No apartado de contraindicações / efeitos secundários devemos especificar
claramente em que casos o produto está contraindicado, detectando os
diferentes efeitos secundários que possam presumir a suspensão da utilização
do produto como alergias.
No referente ao conforto / adaptabilidade, os elementos químicos a avaliar
devem referir-se à confortabilidade subjetiva do utente, facilidade de colocação,
remoção, fixação e a sua adaptação anatómica.
Quando se realizar um aprova clínica com ácidos gordos hiperoxigenados,
vários destes critérios, tanto as indicações, como os efeitos secundários
carecem de sentido.
Si experimentam soluções limpadoras e/ou antimicrobianas também será
considerada a toxicidade celular do produto.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 9
4.2. Análise de Superfícies Especiais para o Manejo da Pressão.
Podemos definir as superfícies especiais para o manejo da pressão (SEMP)
como:
"Superfície ou dispositivo especializado, cuja configuração física e/ou estrutural
permite a redistribuição da pressão, assim como outras funções terapêuticas
acrescentadas para o manejo das cargas tissulares, da fricção, cisalhamento
e/ou microclima, e que abarca o corpo de um indivíduo ou uma parte do
mesmo, segundo as diferentes posturas funcionais possíveis".
Ao igual que no caso anterior, quando se realize uma análise de SEMP a
primeira atividade se centrará em classificar adequadamente os distintos
produtos em função das variantes:
! Tipos de dispositivos
" Sobre-colchão (colchão sobrecoberta)
" Colchão de substituição
" Almofada (coxim)
" Cama especial
! Modo de ação
" Estáticas
" Mistas
" Dinâmicas
" Fluidificadas ou de flutuação
" Rotatórias
! Sistemas segundo as prestações:
" Sem ventilação
" Com ventilação por fluxo do ar
" Com possibilidade de manipulação térmica
" Sem possibilidade de manipulação térmica
! Dispositivos e situações especiais:
" Recém-nascidos e utentes pediátricos
" Bloco cirúrgico
" Macas
" Utentes bariátricos
" Lesões medulares/lesões de costas
" Grandes queimados
Dentro do apartado de indicações devemos avaliar:
! Critérios para a atribuição de uma SEMP:
o Risco de desenvolver uma UPP::
• Baixo risco
• Risco médio
• Alto risco
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 10
! Severidade das UPP: superfícies indicadas para o manejo de lesões de
estadio - categoria I, estadio - categoria II, estadio - categoria III, estadio -
categoria IV ou utentes poliulcerados.
No capitulo de contraindicações / efeitos secundários, serão consideradas
aquelas contraindicações absolutas que determinem a não utilização de SEMP
e elementos relacionados com a sensação de instabilidade, etc.
Referente ao conforto / bem-estar serão tidos em conta: a calidez (funda e
dispositivo, a transpiração, a temperatura (frio - calor), ruído, etc.
Quando as SEMP forem analisadas, dadas as peculiaridades, haverão outros
aspectos a serem considerados tais como os que sugere o documento técnico
nº XIII do GNEAUPP apresentados na tabela seguinte:
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 11
5. ANALISE DA RENTABILIDADE (CUSTO-BENEFICIO)
O primeiro passo para a análise da rentabilidade dos produtos será realizar o
cálculo do custo por unidade do processo.
Para a obtenção deste indicador teremos que considerar:
! O preço unitário do produto.
! Duração aproximada do mesmo (por unidade).
! Custo do tempo de enfermagem em minutos. [( Ordenado bruto / horas
anuais de trabalho) / 60]
! Tempo de Enfermagem necessário para a aplicação / mudança /
remoção.
! E uma constante (K) que deve ser um período de tempo pré-
determinado em dias (tal como a estadia média dos utentes, o tempo
médio de seguimento domiciliário).
Atenção: Se para a aplicação, mudança o remoção fosse necessário algum
material ou produto secundário, deverá ter-se em conta para computar o
custo, no caso do que o mesmo esteja associado só para alguns dos materiais
a analisar. Se forem necessários para todos por igual (p.e. soro salino na
lavagem de uma ferida antes da colocação de qualquer penso) não seria
necessário incrementar esses custos.
Mediante a formula:
Custo unitário por processo = Custo do material (preço unitário x nº de
unidades para o período K) + Custo do tempo de Enfermagem (tempo de
enfermagem para aplicação/mudança x nº de mudanças para o período K)
Uma vez conhecido o custo unitário por processo podemos obter o coeficiente
de rentabilidade mediante a fórmula:
Coeficiente de rentabilidade =pontuação da prova clínica (entre 0 y 100) / custo
unitário por processo.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 12
6. EXEMPLO DUM ANÁLISE PARA A ELEIÇÃO DUM PRODUTO.
Atenção: Dos dados apresentado neste exemplo, só os relativos à evidência
externa são reais. Os referidos à prova clínica e ao custo do processo são
inventados. Qualquer parecido com a realidade é pura coincidência.
À comissão técnica para a avaliação é-lhe proposta a avaliação de 4 pensos
para prevenção e tratamento das úlceras por pressão em calcanhares:
! Penso A: hidrocelular não adesivo.
! Penso B: hidrocelular não adesivo
! Penso C: hidrocelular adesivo.
! Penso D: hidrocolóide com poliuretano externo adesivo.
A. Análise da evidência externa:
! Temos evidência sobre os produtos (hidrocelulares e hidrocolóides?
Sim. (Em caso contrario não poderia ser considerado para o uso em
utentes até que não existirem estudos que garantam a sua segurança).
! Temos evidência que algum seja mais eficaz que os outros na
prevenção e tratamento?
Não. (Se a resposta for afirmativa, seria seleccionado directamente o
produto com maior eficácia)
Por tanto, procede a realização de uma prova clínica.
B. Procura de evidência interna: a prova clínica:
Após a realização da prova clínica os resultados são:
Penso A
De 0 não adequado a
100 muito adequado
Penso B
De 0 não adequado a
100 muito adequado
Penso C
De 0 não adequado a
100 muito adequado
Penso D
De 0 não adequado a
100 muito adequado
Prevenção 100 90 80 85
Epitelização 100 100 95 90
Granulação 100 100 95 90
Esfacelos 75 70 65 50
Necrose 10 10 10 0
Infecção 10 10 10 0
Controlo da dor 75 75 75 75
Controlo do odor 50 55 50 50
Controlo do exsudado 75 50 70 55
Cuidados da pele perilesional 100 95 50 55
Conforto 100 100 55 45
Facilidade na aplicação 100 100 55 50
Facilidade na remoção 95 100 50 50
Adaptabilidade anatómica 95 85 75 80
Com isto, obtemos uma pontuação da prova clínica, sobre 1400 pontos
possíveis, de:
! Penso A: 1085 pontos.
! Penso B: 1040 pontos.
! Penso C: 835 pontos.
! Penso D: 775 pontos.
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 13
C. Análise da rentabilidade: se estabelece como constante K 15 dias que é a
estadia média dos utentes com úlceras por pressão na nossa alegada unidade:
Custo do material:
Nº
mudanças
nos 15
dias
Unidades
por
mudança
Total
unidades
(nº de revisões x
tempo revisão)
Custo por
unidade
Custo
material
Penso A 2* 2 4 5.85 € 23.40 €
Penso B 2* 2 4 5.40 € 21.60 €
Penso C 7** 2 14 3.82 € 53.48 €
Penso D 7** 2 14 1.90 € 26.60 €
*cada dia se realiza inspecção visual da zona. O penso é reutilizado. Mudança aos 7 dias.
**cada dia se realiza inspecção visual da zona. Por se um penso adesivo deve utilizar-se outro
novo.
Custo do tempo de Enfermagem. 0.27 €/ minuto
Nº
revisões
nos 15
dias
Tempo
por
revisão
Tempo
Total
(nº de revisões x
tempo revisão)
Custo por
minuto de
Enfermagem
Custo
Tempo de
Enfermagem
Penso A 7 1.5 min 10.5 min 0.27 € 2.83 €
Penso B 7 1.5 min 10.5 min 0.27 € 2.83 €
Penso C 7 3 min 21 min 0.27 € 5.67 €
Penso D 7 3 min 21 min 0.27 € 5.67 €
Custo por unidade de processo = custo do material+custo do tempo
de Enfermagem
Penso A: 23.40€ material + 2.83€ T.E. = 26.23 €.
Penso B: 21.60€ material + 2.83€ T.E. = 24.43 €..
Penso C: 53.48€ material + 5.67€ T.E. = 59.15 €..
Penso D: 26.60€ material + 5.67€ T.E. = 26.23 €..
Coeficiente de rentabilidade = pontuação prova clínica / custe
unitário
Penso A: 10850pontos / 26.23€ = 41.364
Penso B: 1040 pontos / 24.43€ = 42.570
Penso C: 835 pontos / 59.15 € = 14.116
Penso D: 775 pontos / 32.27€ = 24.016
Documento de Posicionamento nº5
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS
CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 14
Como vemos o penso B é o que melhor coeficiente tem de rentabilidade, as
pontuações com o A são muito similares (3% de diferencia de pontuação na
prova), enquanto que as diferencias de preço (7,7 %) são maiores pelo que
facilita a eleição do mesmo.
O produto D que unitariamente era o mais barato, a prova é muito baixa e
também o seu custo é o mais elevado, pelo que não deveria ser selecionado.

More Related Content

What's hot

Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...
Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...
Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...Fernando Barroso
 
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)Centro Universitário Ages
 
10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_pacienteCamila Melo
 
Manual cuidados oncologicos
Manual cuidados oncologicosManual cuidados oncologicos
Manual cuidados oncologicosLaryssasampaio
 
Treinamento de Segurança do Paciente
Treinamento de Segurança do PacienteTreinamento de Segurança do Paciente
Treinamento de Segurança do PacienteMarco Lamim
 
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_paciente
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_pacienteAula sobre Taxonomia de segurança_do_paciente
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_pacienteProqualis
 
Protocolotrauma mg.pdf iraja noite
Protocolotrauma mg.pdf iraja noiteProtocolotrauma mg.pdf iraja noite
Protocolotrauma mg.pdf iraja noiteEdison Santos
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
Análise de causa raiz na área de saúde
Análise de causa raiz na área de saúdeAnálise de causa raiz na área de saúde
Análise de causa raiz na área de saúdeProqualis
 
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RS
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RSProtocolo Acolhimento HNSC Tapes/RS
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RSEverton Ianiak
 
Disclosure (Abertura de Informação)
Disclosure  (Abertura de Informação)Disclosure  (Abertura de Informação)
Disclosure (Abertura de Informação)Proqualis
 
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da Saúde
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da SaúdeEstratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da Saúde
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da SaúdeRobson Peixoto
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do pacienteHIAGO SANTOS
 
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRAS
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRASApresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRAS
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRASProqualis
 

What's hot (19)

Isonia Timm Muller
Isonia Timm MullerIsonia Timm Muller
Isonia Timm Muller
 
Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...
Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...
Segurança do Doente e Boas Práticas de Consentimento Esclarecido na Realizaçã...
 
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)
Manual de normas de enfermagem (procedimentos técnicos)
 
Anais
AnaisAnais
Anais
 
10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente
 
Anais - VI Enenge
Anais - VI EnengeAnais - VI Enenge
Anais - VI Enenge
 
Manual cuidados oncologicos
Manual cuidados oncologicosManual cuidados oncologicos
Manual cuidados oncologicos
 
Treinamento de Segurança do Paciente
Treinamento de Segurança do PacienteTreinamento de Segurança do Paciente
Treinamento de Segurança do Paciente
 
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_paciente
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_pacienteAula sobre Taxonomia de segurança_do_paciente
Aula sobre Taxonomia de segurança_do_paciente
 
Protocolotrauma mg.pdf iraja noite
Protocolotrauma mg.pdf iraja noiteProtocolotrauma mg.pdf iraja noite
Protocolotrauma mg.pdf iraja noite
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
Análise de causa raiz na área de saúde
Análise de causa raiz na área de saúdeAnálise de causa raiz na área de saúde
Análise de causa raiz na área de saúde
 
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RS
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RSProtocolo Acolhimento HNSC Tapes/RS
Protocolo Acolhimento HNSC Tapes/RS
 
Disclosure (Abertura de Informação)
Disclosure  (Abertura de Informação)Disclosure  (Abertura de Informação)
Disclosure (Abertura de Informação)
 
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da Saúde
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da SaúdeEstratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da Saúde
Estratégias para a Segurança do Paciente - Manual para Profissionais da Saúde
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
Atendimento pré hospitalar -1
Atendimento pré hospitalar -1Atendimento pré hospitalar -1
Atendimento pré hospitalar -1
 
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRAS
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRASApresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRAS
Apresentação webinar Proqualis Higienização das mãos e prevenção de IRAS
 
Processo de Enfermagem
Processo de Enfermagem Processo de Enfermagem
Processo de Enfermagem
 

Viewers also liked

Documento posicinamento no12 gneaupp e saúde nos cuidados das feridas
Documento posicinamento no12 gneaupp  e saúde nos cuidados das feridasDocumento posicinamento no12 gneaupp  e saúde nos cuidados das feridas
Documento posicinamento no12 gneaupp e saúde nos cuidados das feridasGNEAUPP.
 
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...GNEAUPP.
 
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferior
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferiorConferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferior
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferiorGNEAUPP.
 
Documento Técnico GNEAUPP Nº1
Documento Técnico GNEAUPP Nº1Documento Técnico GNEAUPP Nº1
Documento Técnico GNEAUPP Nº1GNEAUPP.
 
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadoras
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadorasDoc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadoras
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadorasGNEAUPP.
 
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...GNEAUPP.
 

Viewers also liked (6)

Documento posicinamento no12 gneaupp e saúde nos cuidados das feridas
Documento posicinamento no12 gneaupp  e saúde nos cuidados das feridasDocumento posicinamento no12 gneaupp  e saúde nos cuidados das feridas
Documento posicinamento no12 gneaupp e saúde nos cuidados das feridas
 
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...
Documento posicionamento no 10 unidades mu ltidisciplinares de fc clínica fe...
 
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferior
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferiorConferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferior
Conferencia nacional de consenso sobre ulceras de la extremidad inferior
 
Documento Técnico GNEAUPP Nº1
Documento Técnico GNEAUPP Nº1Documento Técnico GNEAUPP Nº1
Documento Técnico GNEAUPP Nº1
 
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadoras
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadorasDoc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadoras
Doc. posicionamiento 14 - Herramientas para cuidadoras
 
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
 

Similar to Avaliação técnica de materiais para feridas crônicas

Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)sparksupernova
 
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto Oncoguia
 
Avaliacao gestao de riscos.pdf
Avaliacao gestao de riscos.pdfAvaliacao gestao de riscos.pdf
Avaliacao gestao de riscos.pdfFernando V. Ennes
 
acreditação em centro cirúrgico
acreditação em centro cirúrgicoacreditação em centro cirúrgico
acreditação em centro cirúrgicojosi uchoa
 
Avaliar o impacto
Avaliar o impactoAvaliar o impacto
Avaliar o impactoProqualis
 
S 002 – Management Of Nurse Training.ppt
S 002 – Management Of Nurse Training.pptS 002 – Management Of Nurse Training.ppt
S 002 – Management Of Nurse Training.pptBruceCosta4
 
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...Cassyano Correr
 
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...Eduardo Myung
 
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptx
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptxApresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptx
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptxFernandaHelfenstein1
 
Semiotécnica
SemiotécnicaSemiotécnica
SemiotécnicaPassaro72
 
Normas de qualidade em endoscopia digestiva
Normas de qualidade em endoscopia digestivaNormas de qualidade em endoscopia digestiva
Normas de qualidade em endoscopia digestivaJlioAlmeida21
 
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde
Custo e efetividade em programas de promoção de saúdeCusto e efetividade em programas de promoção de saúde
Custo e efetividade em programas de promoção de saúdeEduardo Myung
 
04 construção de instrumentos de medida na área da saúde
04   construção de instrumentos de medida na área da saúde04   construção de instrumentos de medida na área da saúde
04 construção de instrumentos de medida na área da saúdegisa_legal
 
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidade
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidadeDefinir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidade
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidadeFernando Barroso
 
PráTicas Baseadas Em EvidêNcias
PráTicas Baseadas Em EvidêNciasPráTicas Baseadas Em EvidêNcias
PráTicas Baseadas Em EvidêNciasIsabella Oliveira
 
Seguranca do Paciente - Medicamentos
Seguranca do Paciente - MedicamentosSeguranca do Paciente - Medicamentos
Seguranca do Paciente - MedicamentosEmmanuel Souza
 

Similar to Avaliação técnica de materiais para feridas crônicas (20)

Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
 
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto
Pesquisa Clínica e Registro de novos medicamentos - Renato Porto
 
Avaliacao gestao de riscos.pdf
Avaliacao gestao de riscos.pdfAvaliacao gestao de riscos.pdf
Avaliacao gestao de riscos.pdf
 
acreditação em centro cirúrgico
acreditação em centro cirúrgicoacreditação em centro cirúrgico
acreditação em centro cirúrgico
 
Avaliar o impacto
Avaliar o impactoAvaliar o impacto
Avaliar o impacto
 
S 002 – Management Of Nurse Training.ppt
S 002 – Management Of Nurse Training.pptS 002 – Management Of Nurse Training.ppt
S 002 – Management Of Nurse Training.ppt
 
Elena bohomol
Elena bohomolElena bohomol
Elena bohomol
 
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...
Projeto DEPICT: um novo sistema para caracterização dos componentes das inter...
 
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde versão 28.11.17 - Exemp...
 
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptx
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptxApresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptx
Apresentação disciplina BASES DA PROPEDÊUTICA.pptx
 
Janine Schirmer
Janine SchirmerJanine Schirmer
Janine Schirmer
 
Medicina
MedicinaMedicina
Medicina
 
Semiotécnica
SemiotécnicaSemiotécnica
Semiotécnica
 
Normas de qualidade em endoscopia digestiva
Normas de qualidade em endoscopia digestivaNormas de qualidade em endoscopia digestiva
Normas de qualidade em endoscopia digestiva
 
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde
Custo e efetividade em programas de promoção de saúdeCusto e efetividade em programas de promoção de saúde
Custo e efetividade em programas de promoção de saúde
 
Artigos cme
Artigos cmeArtigos cme
Artigos cme
 
04 construção de instrumentos de medida na área da saúde
04   construção de instrumentos de medida na área da saúde04   construção de instrumentos de medida na área da saúde
04 construção de instrumentos de medida na área da saúde
 
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidade
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidadeDefinir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidade
Definir e classificar indicadores clí­nicos para a melhoria da qualidade
 
PráTicas Baseadas Em EvidêNcias
PráTicas Baseadas Em EvidêNciasPráTicas Baseadas Em EvidêNcias
PráTicas Baseadas Em EvidêNcias
 
Seguranca do Paciente - Medicamentos
Seguranca do Paciente - MedicamentosSeguranca do Paciente - Medicamentos
Seguranca do Paciente - Medicamentos
 

More from GNEAUPP.

Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3GNEAUPP.
 
Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15GNEAUPP.
 
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...GNEAUPP.
 
guia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesguia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesGNEAUPP.
 
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...GNEAUPP.
 
CONUEI 2018
CONUEI 2018CONUEI 2018
CONUEI 2018GNEAUPP.
 
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...GNEAUPP.
 
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGuía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGNEAUPP.
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelinesGNEAUPP.
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelinesGNEAUPP.
 
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGuías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGNEAUPP.
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationGNEAUPP.
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationGNEAUPP.
 
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGNEAUPP.
 
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...GNEAUPP.
 
TRATAMIENTO DEL BIOFILM
TRATAMIENTO DEL BIOFILMTRATAMIENTO DEL BIOFILM
TRATAMIENTO DEL BIOFILMGNEAUPP.
 

More from GNEAUPP. (20)

Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
 
Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14
 
Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4
 
Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3
 
Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15
 
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
 
guia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesguia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion baleares
 
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
 
CONUEI 2018
CONUEI 2018CONUEI 2018
CONUEI 2018
 
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
 
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGuía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines
 
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGuías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
 
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
 
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
 
TRATAMIENTO DEL BIOFILM
TRATAMIENTO DEL BIOFILMTRATAMIENTO DEL BIOFILM
TRATAMIENTO DEL BIOFILM
 

Recently uploaded

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 

Recently uploaded (8)

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 

Avaliação técnica de materiais para feridas crônicas

  • 1. DOCUMENTO de POSICIONAMENTO Nº 5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES FEVEREIRO 2012
  • 2. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 2 O PRESENTE DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO FOI ELABORADO POR: AUTORES: J.JAVIER SOLDEVILLA AGREDA Enfermeiro. Antropólogo. Doutor pela Universidad de Santiago de Compostela. UGC de Enfermedades Infecciosas. Hospital de San Pedro. Professor da EUE de Logroño. Director do GNEAUPP. FRANCISCO PEDRO GARCÍA FERNANDEZ Enfermeiro. Mestre em Investigación e Innovación en Salud y Calidad de Vida. Doutor pela Universidade de Jaén. Coordinador da Unidad de Estrategia de Cuidados. Complejo hospitalario de Jaén. Membro Consultivo GNEAUPP. TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS: LOURDES MUÑOZ HIDALGO Enfermeira na Unidade de Saúde Familiar Cruz de Celas, Coimbra, Portugal. Mestre em Gestão e Investigação nos Cuidados das Feridas Crónicas. (Universidad de Cantabria). Especialista em Cuidado e Tratamento de UPP e Feridas Crónicas pelo GNEAUPP. Membro do GNEAUPP, ELCOS e EWMA. Como citar este documento: Soldevilla-Agreda, JJ. Garcia-Fernández, FP. Avaliação técnica de materiais preventivos e terapêuticos em feridas crónicas: guia e considerações. Serie Documentos de Posicionamiento GNEAUPP nº5. (Segunda Edición). Grupo Nacional para el Estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas Crónicas. Logroño. 2012 ®2012 GNEAUPP- 2ª edición Edición y producción: GNEAUPP Imprime: GNEAUPP Os autores do documento e o Grupo Nacional para el estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas Crónicas, firmemente convencidos de que o conhecimento deve circular livremente, autorizam a utilização do presente documento para fines científicos e/ou educativos sem fins lucrativos. É proibida a reprodução total ou parcial do mesmo sem a autorização dos proprietários intelectuais do documento quando utilizado com a finalidade de obtenção de alguma remuneração, económica ou em géneros.
  • 3. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 3 ÍNDICE 1. Introdução 4 2. Fase inicial dos concursos de provisionamento de materiais: folhas de prescrições e especificações técnicas 5 3. Critérios científicos para a eleição dos diferentes produtos 6 4. Procura da evidência interna: a prova clínica 7 4.1. Análise de produtos de aplicação tópica 8 4.2 Análise de superfícies especiais de manejo da pressão 9 5. Análise da rentabilidade (custo-benefício) 11 6. Exemplo de uma análise para a eleição de um produto 12
  • 4. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 4 1. INTRODUÇÃO. Tendo em conta a dispersão, heterogeneidade e falta de critérios no processo de avaliação de materiais preventivos e terapêuticos para feridas crónicas em muitas organizações, instituições, áreas, de saúde ou sociais. Considerando o défice e inconstante participação dos profissionais e comissões de trabalho neste processo de avaliação, que assenta amiúde em órgãos unipessoais ou colegiais alheios à pratica preventiva ou terapêutica das feridas crónicas. Perante as reiteradas denuncias de clínicos de distintos níveis assistenciais das carências ou inadequação de materiais “essenciais” entre o arsenal fornecido por concurso nas suas organizações. Diante a solicitude de profissionais em exercício, especialistas neste âmbito do cuidado, de umas linhas básicas que orientem a sua atuação para participar em alguma fase ou em todo o processo de avaliação técnica destes aludidos materiais. Como uma ferramenta mais que facilite a erradicação de possíveis praticas censuráveis -de favor ou pouco transparentes- entre alguns profissionais com poder para decidir e algum pouco hesitante representante da industria do sector, que possam transgredir os mais básicos códigos de boa pratica, éticos e deontológicos vigentes em ambos os sectores. Perante o novo modelo imperante de compras unificadas de materiais nas Organizações, Áreas e inclusive Sistemas de Saúde, que não possa permitir avaliações tendenciosas e/ou sem a participação dos profissionais envolvidos e especialistas no tema. Em solidariedade com a necessidade de eficiência ditada por uma situação económica de recursos limitados e com a obrigação moral de medir o custo das nossas intervenções. Pela frequência e pertinência destas considerações e para uma aproximação até a normatização-normalização da participação integral dos profissionais de saúde e dos grupos específicos de trabalhos acreditados no âmbito das feridas crónicas, no processo de avaliação técnica de materiais preventivos e terapêuticos em ferida crónicas, se atualiza este documento de posicionamento número 5 do GNEAUPP , elaborado em maio de 2006.
  • 5. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 5 2. FASE INICIAL DOS CONCURSOS DE APROVISIONAMENTO DOS MATERIAIS: FOLHAS DE PRESCRIÇÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS. Entende-se que os profissionais de saúde que têm responsabilidades direta sobre a prevenção e o cuidado dos utentes com úlceras por pressão e outras feridas crónicas, devem participar ativamente na seleção de materiais, antes da convocatória dos concursos de aprovisionamento. As pessoas que têm a responsabilidade final da atenção ao utente devem ser os que estabelecem, consensualmente com as organizações, o número mínimo de famílias de produtos que devem deter, para que se permitam as garantias mínimas de qualidade exigíveis à prevenção e ao cuidado, bem como, os mínimos e comuns critérios técnicos que devem ser incluídos. Logo, as organizações devem buscar a participação dos especialistas, que formam parte das comissões de feridas, na seleção de materiais previa convocatória, passando os responsáveis de compras dos centros (áreas ou sistemas), de interlocutores exclusivos, como ocorre em demasiadas ocasiões, a co-responsáveis complementares de uma comissão técnica de avaliação. Desde o Grupo Nacional para el Estudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas Crónicas entendemos que a implicação dos profissionais e das comissões no processo de avaliação deve ser integral, não só de procura de provas científicas (evidência externa) ou de participação em ensaios clínicos (evidencia interna) contudo devem participar desde a criação mesma dos concursos de aprovisionamento. A etapa seguinte destas comissões técnicas constituídas nos diferentes Centros, Organizações, áreas ou Sistemas de Saúde públicos ou privados, deve passar pela descrição das Folhas de Prescrições Técnicas que devem conter como mínimo, informação sobre: ! Tipo de produto: ¨ Classificação: famílias de materiais às que pertence, ou se existirem, grupos homogéneos. ¨ Especificações técnicas: definição, indicações clínicas, contraindicações, etc. ¨ Apresentação / tamanho. ¨ Admissibilidade de variáveis. ! Preços finais de licitação (incluídas todas as ofertas). ! Condições de execução do fornecimento (abastecimento, etiquetagem). ! Consumo estimado. ! Referências técnicas solicitadas para cada material apresentado.
  • 6. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 6 3. CRITÉRIOS CIENTÍFICOS PARA A ELEIÇÃO DOS DIFERENTES PRODUTOS. Atenção: Neste documento quando se faz referência ao nível de evidência Alta, deve entender-se como o nível máximo de evidência ou força de recomendação nas distintas classificações que existam, sendo aquelas nas que é muito pouco provável que novos estudos mudem a confiança que temos no resultado estimado. As pessoas que participem nas comissões de avaliação de materiais e produtos devem optar sempre, com exigência obrigada, por aqueles que compreendam provas científicas (evidências) sobre a utilidade e segurança. A utilização de produtos não contrastados deve ser considerada como uma experimentação. Os estudos experimentais devem realizar-se regradamente e conforme a normativa vigente para este tipo de estudos, assim, não devem aplicar-se de maneira discriminada nos utentes antes de ter a garantia absoluta da sua utilidade e segurança. No entanto deve considerar-se que existem diferentes níveis de evidência ou certeza na pratica clínica. Em muitas ocasiões no mundo das feridas crónicas, por considerações éticas ou morais, não poderemos passar de um nível de certeza para outro, devendo aceitar , por tanto, o nível de certeza que tenhamos, não sendo exclusivos, uma vez que são muito escassos o número de evidências absolutas disponíveis (Nível de evidencia alta). Portanto, devemos ser cuidadosos na hora de discriminar se realmente "não existem evidências" como concluem, talvez com excessiva frequência, alguns ensaios clínicos nas suas análises, ou se o que não encontrámos são evidências baseadas em ensaios clínicos, mas sim noutro tipo de estudos. Se assim for, e existirem provas científicas, embora não sejam do máximo nível, serão consideradas para a sua utilização, enquanto, como foi indicado, é possível que não se possam realizar ensaios clínicos para atingir o melhor nível de evidência. Outros dos aspectos com os que se deve ser especialmente prudente, é com o das provas científicas que advenham ou sejam financiadas pelas empresas. As possibilidades de financiamento de estudos rigorosos e viáveis sem o apoio da industria, hoje em dia, sabemos que são limitadas. Igualmente salienta-se que a pratica comum nos países desenvolvidos é a transferência dos resultados de investigação nas empresas. No entanto, e embora também sabemos que as mesmas estão sujeitas a códigos deontológicos estritos (Códigos de Boas Práticas), estes estudos tem de ser rigorosamente analisados na procura de possíveis ações ou omissões tendenciosas. A formação em leitura crítica de artigos de investigação faz-se indispensável para os membros das comissões dos diferentes centros.
  • 7. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 7 O elemento final de procura da evidência externa o devemos centrar na determinação da existência de provas que um produto é melhor que outro dentro da mesma família. Se encontrar-mos estudos deste tipo, que demonstrem a primazia ou superioridade técnica dum a produto concreto sobre o resto da gama, deveremos optar pela eleição direta desse em concreto. Infelizmente, este elemento não será o mais comum e, a maioria das ocasiões encontraremos que as provas sobre os produtos de uma mesma família não são conclusivos, por conseguinte teremos que recorrer à análise da evidência interna. 4. PROCURA DA EVIDÊNCIA INTERNA: A PROVA CLÍNICA. À evidência interna deve recorrer-se quando a externa não é categórica na sua análise. Se deve basear numa análise através de prova clínica. Antes de efetuar a prova clínica deve ter-se considerado todos os elementos, devendo ficar estes perfeitamente esclarecidos no protocolo de investigação / análise da prova. No mínimo, terão de explicitar-se no protocolo: o Quantas são as provas a serem realizadas? o Quem vai tutelar a segurança da mesma? o Quais os utentes abrangidos pela mesma? o Quais os tipos de lesões? o Que tipo de estudo vamos realizar? o Quem vai recolher a informação? o Quem vai analisá-la? A colecta de informação e análise através da prova clínica, independentemente do produto, deve considerar no mínimo três aspectos: o Indicações clínicas. o Contraindicações / Efeitos secundários. o Conforto / Adaptabilidade. É dentro destes aspectos, quando devem diferenciar-se as variáveis de informação, enquanto não podem ser as mesmas para pensos ou produtos de aplicação tópica (incluídas soluções limpadoras), superfícies especiais de manejo da pressão ou sistemas de ligaduras.
  • 8. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 8 4.1 Análise de produtos de aplicação tópica. O conceito de produtos tópicos deve tomar-se no sentido abrangente do mesmo, sendo extensivo a todos aqueles materiais que usamos na prevenção e no tratamento local das feridas crónicas e não só aos pensos, como é considerado normalmente. Isto é. consideramos como tal qualquer material protetor ou terapêutico aplicado às feridas. Dentro dos produtos de aplicação tópica, hão de considerar-se os ácidos gordos hiperoxigenados (AGHO), os produtos barreira, produtos de limpeza, materiais antimicrobianos, produtos baseados na cura em ambiente húmido que incluem: hidrocolóides, hidrogeles, filmes e espumas de poliuretano, alginatos, pensos de carvão, pensos bioactivos (colagénio, ácido hialurónico, pensos com carga iónica, pensos moduladores das proteasa, matrizes das proteínas, etc.), pensos impregnados, pensos salinos, tecidos vivos, etc., com as suas variáveis, sistemas de compressão, de terapia de pressão negativa, etc. Geralmente, é aconselhado seguir os critérios de avaliação expostos a continuação, embora, estes devem ser considerados como os elementos mínimos a analisar, podendo, perante famílias concretas, aumentar o índice de indicadores a avaliar. Dentro das indicações, os critérios devem fazer referência ao grau de conformidade do produto em cada uma das fases do processo da lesão: prevenção, epitelização, granulação, necrose ou infecção. Também, é necessário medir o controlo que o produto realiza sobre: a dor, o odor, o controlo/manejo do exsudado/absorção e a proteção da pele perilesional. No apartado de contraindicações / efeitos secundários devemos especificar claramente em que casos o produto está contraindicado, detectando os diferentes efeitos secundários que possam presumir a suspensão da utilização do produto como alergias. No referente ao conforto / adaptabilidade, os elementos químicos a avaliar devem referir-se à confortabilidade subjetiva do utente, facilidade de colocação, remoção, fixação e a sua adaptação anatómica. Quando se realizar um aprova clínica com ácidos gordos hiperoxigenados, vários destes critérios, tanto as indicações, como os efeitos secundários carecem de sentido. Si experimentam soluções limpadoras e/ou antimicrobianas também será considerada a toxicidade celular do produto.
  • 9. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 9 4.2. Análise de Superfícies Especiais para o Manejo da Pressão. Podemos definir as superfícies especiais para o manejo da pressão (SEMP) como: "Superfície ou dispositivo especializado, cuja configuração física e/ou estrutural permite a redistribuição da pressão, assim como outras funções terapêuticas acrescentadas para o manejo das cargas tissulares, da fricção, cisalhamento e/ou microclima, e que abarca o corpo de um indivíduo ou uma parte do mesmo, segundo as diferentes posturas funcionais possíveis". Ao igual que no caso anterior, quando se realize uma análise de SEMP a primeira atividade se centrará em classificar adequadamente os distintos produtos em função das variantes: ! Tipos de dispositivos " Sobre-colchão (colchão sobrecoberta) " Colchão de substituição " Almofada (coxim) " Cama especial ! Modo de ação " Estáticas " Mistas " Dinâmicas " Fluidificadas ou de flutuação " Rotatórias ! Sistemas segundo as prestações: " Sem ventilação " Com ventilação por fluxo do ar " Com possibilidade de manipulação térmica " Sem possibilidade de manipulação térmica ! Dispositivos e situações especiais: " Recém-nascidos e utentes pediátricos " Bloco cirúrgico " Macas " Utentes bariátricos " Lesões medulares/lesões de costas " Grandes queimados Dentro do apartado de indicações devemos avaliar: ! Critérios para a atribuição de uma SEMP: o Risco de desenvolver uma UPP:: • Baixo risco • Risco médio • Alto risco
  • 10. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 10 ! Severidade das UPP: superfícies indicadas para o manejo de lesões de estadio - categoria I, estadio - categoria II, estadio - categoria III, estadio - categoria IV ou utentes poliulcerados. No capitulo de contraindicações / efeitos secundários, serão consideradas aquelas contraindicações absolutas que determinem a não utilização de SEMP e elementos relacionados com a sensação de instabilidade, etc. Referente ao conforto / bem-estar serão tidos em conta: a calidez (funda e dispositivo, a transpiração, a temperatura (frio - calor), ruído, etc. Quando as SEMP forem analisadas, dadas as peculiaridades, haverão outros aspectos a serem considerados tais como os que sugere o documento técnico nº XIII do GNEAUPP apresentados na tabela seguinte:
  • 11. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 11 5. ANALISE DA RENTABILIDADE (CUSTO-BENEFICIO) O primeiro passo para a análise da rentabilidade dos produtos será realizar o cálculo do custo por unidade do processo. Para a obtenção deste indicador teremos que considerar: ! O preço unitário do produto. ! Duração aproximada do mesmo (por unidade). ! Custo do tempo de enfermagem em minutos. [( Ordenado bruto / horas anuais de trabalho) / 60] ! Tempo de Enfermagem necessário para a aplicação / mudança / remoção. ! E uma constante (K) que deve ser um período de tempo pré- determinado em dias (tal como a estadia média dos utentes, o tempo médio de seguimento domiciliário). Atenção: Se para a aplicação, mudança o remoção fosse necessário algum material ou produto secundário, deverá ter-se em conta para computar o custo, no caso do que o mesmo esteja associado só para alguns dos materiais a analisar. Se forem necessários para todos por igual (p.e. soro salino na lavagem de uma ferida antes da colocação de qualquer penso) não seria necessário incrementar esses custos. Mediante a formula: Custo unitário por processo = Custo do material (preço unitário x nº de unidades para o período K) + Custo do tempo de Enfermagem (tempo de enfermagem para aplicação/mudança x nº de mudanças para o período K) Uma vez conhecido o custo unitário por processo podemos obter o coeficiente de rentabilidade mediante a fórmula: Coeficiente de rentabilidade =pontuação da prova clínica (entre 0 y 100) / custo unitário por processo.
  • 12. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 12 6. EXEMPLO DUM ANÁLISE PARA A ELEIÇÃO DUM PRODUTO. Atenção: Dos dados apresentado neste exemplo, só os relativos à evidência externa são reais. Os referidos à prova clínica e ao custo do processo são inventados. Qualquer parecido com a realidade é pura coincidência. À comissão técnica para a avaliação é-lhe proposta a avaliação de 4 pensos para prevenção e tratamento das úlceras por pressão em calcanhares: ! Penso A: hidrocelular não adesivo. ! Penso B: hidrocelular não adesivo ! Penso C: hidrocelular adesivo. ! Penso D: hidrocolóide com poliuretano externo adesivo. A. Análise da evidência externa: ! Temos evidência sobre os produtos (hidrocelulares e hidrocolóides? Sim. (Em caso contrario não poderia ser considerado para o uso em utentes até que não existirem estudos que garantam a sua segurança). ! Temos evidência que algum seja mais eficaz que os outros na prevenção e tratamento? Não. (Se a resposta for afirmativa, seria seleccionado directamente o produto com maior eficácia) Por tanto, procede a realização de uma prova clínica. B. Procura de evidência interna: a prova clínica: Após a realização da prova clínica os resultados são: Penso A De 0 não adequado a 100 muito adequado Penso B De 0 não adequado a 100 muito adequado Penso C De 0 não adequado a 100 muito adequado Penso D De 0 não adequado a 100 muito adequado Prevenção 100 90 80 85 Epitelização 100 100 95 90 Granulação 100 100 95 90 Esfacelos 75 70 65 50 Necrose 10 10 10 0 Infecção 10 10 10 0 Controlo da dor 75 75 75 75 Controlo do odor 50 55 50 50 Controlo do exsudado 75 50 70 55 Cuidados da pele perilesional 100 95 50 55 Conforto 100 100 55 45 Facilidade na aplicação 100 100 55 50 Facilidade na remoção 95 100 50 50 Adaptabilidade anatómica 95 85 75 80 Com isto, obtemos uma pontuação da prova clínica, sobre 1400 pontos possíveis, de: ! Penso A: 1085 pontos. ! Penso B: 1040 pontos. ! Penso C: 835 pontos. ! Penso D: 775 pontos.
  • 13. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 13 C. Análise da rentabilidade: se estabelece como constante K 15 dias que é a estadia média dos utentes com úlceras por pressão na nossa alegada unidade: Custo do material: Nº mudanças nos 15 dias Unidades por mudança Total unidades (nº de revisões x tempo revisão) Custo por unidade Custo material Penso A 2* 2 4 5.85 € 23.40 € Penso B 2* 2 4 5.40 € 21.60 € Penso C 7** 2 14 3.82 € 53.48 € Penso D 7** 2 14 1.90 € 26.60 € *cada dia se realiza inspecção visual da zona. O penso é reutilizado. Mudança aos 7 dias. **cada dia se realiza inspecção visual da zona. Por se um penso adesivo deve utilizar-se outro novo. Custo do tempo de Enfermagem. 0.27 €/ minuto Nº revisões nos 15 dias Tempo por revisão Tempo Total (nº de revisões x tempo revisão) Custo por minuto de Enfermagem Custo Tempo de Enfermagem Penso A 7 1.5 min 10.5 min 0.27 € 2.83 € Penso B 7 1.5 min 10.5 min 0.27 € 2.83 € Penso C 7 3 min 21 min 0.27 € 5.67 € Penso D 7 3 min 21 min 0.27 € 5.67 € Custo por unidade de processo = custo do material+custo do tempo de Enfermagem Penso A: 23.40€ material + 2.83€ T.E. = 26.23 €. Penso B: 21.60€ material + 2.83€ T.E. = 24.43 €.. Penso C: 53.48€ material + 5.67€ T.E. = 59.15 €.. Penso D: 26.60€ material + 5.67€ T.E. = 26.23 €.. Coeficiente de rentabilidade = pontuação prova clínica / custe unitário Penso A: 10850pontos / 26.23€ = 41.364 Penso B: 1040 pontos / 24.43€ = 42.570 Penso C: 835 pontos / 59.15 € = 14.116 Penso D: 775 pontos / 32.27€ = 24.016
  • 14. Documento de Posicionamento nº5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS EM FERIDAS CRÓNICAS: GUIA E CONSIDERAÇÕES 14 Como vemos o penso B é o que melhor coeficiente tem de rentabilidade, as pontuações com o A são muito similares (3% de diferencia de pontuação na prova), enquanto que as diferencias de preço (7,7 %) são maiores pelo que facilita a eleição do mesmo. O produto D que unitariamente era o mais barato, a prova é muito baixa e também o seu custo é o mais elevado, pelo que não deveria ser selecionado.