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MIGUEL TORGA
1907-1995




            Nome verdadeiro : Adolfo Rocha
Vida
• Escritor português natural, de São Martinho de Anta, Vila Real.
 Proveniente de uma família humilde, teve uma infância rural dura,
 que lhe deu a conhecer a realidade do campo, sem bucolismos, feita
 de árduo trabalho contínuo. Após uma breve passagem pelo
 seminário de Lamego, emigrou com 13 anos para o Brasil, onde
 durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio, em Minas Gerais,
 como capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras.
 De regresso a Portugal, em 1925, concluiu o ensino liceal e
 frequentou em Coimbra o curso de Medicina, que terminou em 1933.
 Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e em outras
 localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como
 otorrinolaringologista, em 1941.

• Ligado inicialmente ao grupo da revista Presença, dele se desligou
 em 1930, fundando nesse mesmo ano, com Branquinho da Fonseca
 (outro dissidente), a Sinal, de que sairia apenas um número. Em
 1936, lançou outra revista, Manifesto, também de duração breve.
A sua saída da presença:
• Reflete uma característica fundamental da sua personalidade literária, uma individualidade
  veemente e intransigente, que o manteve afastado, por toda a vida, de escolas literárias e
  mesmo do contato com os círculos culturais do meio português. A esta intensa consciência
  individual aliou-se, no entanto, uma profunda afirmação da sua pertença à natureza
  humana, com que se solidariza na oposição a todas as forças que oprimam a energia viva e
  a dignidade do homem, sejam elas as tiranias políticas ou o próprio Deus. Miguel Torga,
  tendo como homem a experiência dos sofrimentos da emigração e da vida rural, do contato
  com as misérias e com a morte, tornou-se o poeta do mundo rural, das forças telúricas,
  ancestrais, que animam o instinto humano na sua luta dramática contra as leis que o
  aprisionam. Nessa revolta consiste a missão do poeta, que se afirma tanto na violência com
  que acusa a tirania divina e terrestre, como na ternura franciscana que estende, de forma
  vibrante, a todas as criaturas no seu sofrimento. Mas essa revolta, por outro lado, não
  corresponde a uma arreligiosidade ou recusa da transcendência.

• A sua obra, recheada de simbologia bíblica, encontra-se, antes, imersa num sentido divino
  que transfigura a natureza e dignifica o homem no seu desafio ou no seu desprezo face ao
  divino. A ligação à terra, à região natal, a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas
  gentes, é outra constante dos textos do autor. Ela justifica o profundo conhecimento que
  Torga procurou ter de Portugal e de Espanha, unidos no conceito de uma Ibéria comum,
  pela rudeza e pobreza dos seus meios naturais, pelo movimento de expansão e opressões
  da história, e por certas características humanas definidoras da sua personalidade. A
  intervenção cívica de Miguel Torga, na oposição ao Estado Novo e na denúncia dos crimes
  da guerra civil espanhola e de Franco, valeu-lhe a apreensão de algumas das suas obras
  pela censura e, mesmo, a prisão pela polícia política portuguesa.
Obras
• Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor
  de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos,
  estreou-se em 1928 com o volume de poesia Ansiedade.
• Também em poesia, publicou, entre outras obras:
  • Rampa (1930), O Outro Livro de Job (1936), Lamentação (1943),
   Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Alguns Poemas
   Ibéricos (1952), Penas do Purgatório (1954) e Orfeu Rebelde
   (1958). Na ficção em prosa, escreveu Pão Ázimo (1931), Criação
   do Mundo. Os Dois Primeiros Dias (1937, obra de fundo
   autobiográfico, continuada em O Terceiro Dia da Criação do
   Mundo, 1938, O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939, O Quinto
   Dia da Criação do Mundo, 1974, e O Sexto Dia da Criação do
   Mundo, 1981), Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), O
   Senhor Ventura (1943, romance), Novos Contos da Montanha
   (1944), Vindima (1945) e Fogo Preso (1976).
Outras obras
• É ainda autor de peças de teatro:
  • Terra Firme e Mar, 1941;
  • O Paraíso, 1949; e Sinfonia, poema dramático, 1947 de volumes
    de impressões de viagens (Portugal, 1950; Traço de União, 1955)
    e de um Diário em dezasseis volumes, publicado entre 1941 e
    1994.

  • Notável pela sua técnica narrativa no conto, pela expressividade
   da sua linguagem, frequentemente de cunho popular, mas de uma
   força clássica, fruto de um trabalho intenso da palavra, conseguiu
   conferir aos seus textos um ritmo vigoroso e original, a que associa
   uma imagística extremamente sugestiva e viva.
Premios
• Várias vezes premiado, nacional e internacionalmente,
 foram-lhe atribuídos, entre outros:
 • o prémio Diário de Notícias (1969);
 • o Prémio Internacional de Poesia (1977);
 • o prémio Montaigne (1981);
 • o prémio Camões (1989);
 • o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores
   (1992);
 • o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993).


• Em 2000, é publicado Poesia Completa
Bibliografia
• http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=M
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  • 1. MIGUEL TORGA 1907-1995 Nome verdadeiro : Adolfo Rocha
  • 2. Vida • Escritor português natural, de São Martinho de Anta, Vila Real. Proveniente de uma família humilde, teve uma infância rural dura, que lhe deu a conhecer a realidade do campo, sem bucolismos, feita de árduo trabalho contínuo. Após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 13 anos para o Brasil, onde durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio, em Minas Gerais, como capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras. De regresso a Portugal, em 1925, concluiu o ensino liceal e frequentou em Coimbra o curso de Medicina, que terminou em 1933. Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e em outras localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como otorrinolaringologista, em 1941. • Ligado inicialmente ao grupo da revista Presença, dele se desligou em 1930, fundando nesse mesmo ano, com Branquinho da Fonseca (outro dissidente), a Sinal, de que sairia apenas um número. Em 1936, lançou outra revista, Manifesto, também de duração breve.
  • 3. A sua saída da presença: • Reflete uma característica fundamental da sua personalidade literária, uma individualidade veemente e intransigente, que o manteve afastado, por toda a vida, de escolas literárias e mesmo do contato com os círculos culturais do meio português. A esta intensa consciência individual aliou-se, no entanto, uma profunda afirmação da sua pertença à natureza humana, com que se solidariza na oposição a todas as forças que oprimam a energia viva e a dignidade do homem, sejam elas as tiranias políticas ou o próprio Deus. Miguel Torga, tendo como homem a experiência dos sofrimentos da emigração e da vida rural, do contato com as misérias e com a morte, tornou-se o poeta do mundo rural, das forças telúricas, ancestrais, que animam o instinto humano na sua luta dramática contra as leis que o aprisionam. Nessa revolta consiste a missão do poeta, que se afirma tanto na violência com que acusa a tirania divina e terrestre, como na ternura franciscana que estende, de forma vibrante, a todas as criaturas no seu sofrimento. Mas essa revolta, por outro lado, não corresponde a uma arreligiosidade ou recusa da transcendência. • A sua obra, recheada de simbologia bíblica, encontra-se, antes, imersa num sentido divino que transfigura a natureza e dignifica o homem no seu desafio ou no seu desprezo face ao divino. A ligação à terra, à região natal, a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas gentes, é outra constante dos textos do autor. Ela justifica o profundo conhecimento que Torga procurou ter de Portugal e de Espanha, unidos no conceito de uma Ibéria comum, pela rudeza e pobreza dos seus meios naturais, pelo movimento de expansão e opressões da história, e por certas características humanas definidoras da sua personalidade. A intervenção cívica de Miguel Torga, na oposição ao Estado Novo e na denúncia dos crimes da guerra civil espanhola e de Franco, valeu-lhe a apreensão de algumas das suas obras pela censura e, mesmo, a prisão pela polícia política portuguesa.
  • 4. Obras • Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos, estreou-se em 1928 com o volume de poesia Ansiedade. • Também em poesia, publicou, entre outras obras: • Rampa (1930), O Outro Livro de Job (1936), Lamentação (1943), Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Alguns Poemas Ibéricos (1952), Penas do Purgatório (1954) e Orfeu Rebelde (1958). Na ficção em prosa, escreveu Pão Ázimo (1931), Criação do Mundo. Os Dois Primeiros Dias (1937, obra de fundo autobiográfico, continuada em O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938, O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939, O Quinto Dia da Criação do Mundo, 1974, e O Sexto Dia da Criação do Mundo, 1981), Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), O Senhor Ventura (1943, romance), Novos Contos da Montanha (1944), Vindima (1945) e Fogo Preso (1976).
  • 5. Outras obras • É ainda autor de peças de teatro: • Terra Firme e Mar, 1941; • O Paraíso, 1949; e Sinfonia, poema dramático, 1947 de volumes de impressões de viagens (Portugal, 1950; Traço de União, 1955) e de um Diário em dezasseis volumes, publicado entre 1941 e 1994. • Notável pela sua técnica narrativa no conto, pela expressividade da sua linguagem, frequentemente de cunho popular, mas de uma força clássica, fruto de um trabalho intenso da palavra, conseguiu conferir aos seus textos um ritmo vigoroso e original, a que associa uma imagística extremamente sugestiva e viva.
  • 6. Premios • Várias vezes premiado, nacional e internacionalmente, foram-lhe atribuídos, entre outros: • o prémio Diário de Notícias (1969); • o Prémio Internacional de Poesia (1977); • o prémio Montaigne (1981); • o prémio Camões (1989); • o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992); • o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993). • Em 2000, é publicado Poesia Completa