O documento apresenta uma entrevista com Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da Petrobras, onde ele discute a importância do empreendedorismo e inovação no Brasil. Ele destaca que o país precisa estimular investimentos de risco para apoiar pesquisadores e que a educação básica e superior de qualidade são fundamentais para que o Brasil avance tecnologicamente e ganhe posições internacionais proporcionais ao seu tamanho.
1. opinião
Desvio de conduta é um risco iminente,
de Susana Falchi, CEO da HSD Consultoria em Recursos Humanos
Coppe gera conhecimento há 50 anos
Bahia, onde tudo começou
ANP 15 anos: evolução contínua
Noruega: expertise subsea
Ano XV • set/out 2013 • Nº 91 • www.tnpetroleo.com.br
ESPECiAL PETROBRAS 60 ANOS
ViSãO DE FuTuRO
DA iNDúSTRiA
DE ÓLEO E gáS
FiNANCiANDO A iNOVAçãO
SuSTENTABiLiDADE TECNOLÓgiCA
uM hORizONTE DE 30 ANOS
Os desafios do licenciamento ambiental portuário:
uma questão de curto, médio e longo prazo, por Marcelo Poças Travassos
Ancoragem offshore, por Martin Vlasblom, Jorn Boesten, Peter Davies e Sergio Leite
Step-in right no direito brasileiro, por José Virgílio Lopes Enei e
Antonio Paulo Kubli Vieira
Migração improvável, por Beth Pessoa Ramos
Stop fracking? Os impactos da exploração do gás de Folhelho Betuminoso,
por Gabriel Santos Cerqueira
A mudança no regime especial de entreposto aduaneiro,
por Ana Paula Alves Rocha
Entrevista exclusiva
Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da
Petrobras e reitor da Unimonte, SP
Empreender e
inovar é preciso
2.
3. BP e Brasil. Uma parceria
que gera energia.
A BP é uma das maiores empresas de energia
do mundo. No Brasil, somos a empresa
internacional com o maior número de
concessões em águas profundas, operando
com a mais avançada tecnologia. Um portfólio
diversificado, com 27 blocos em 7 bacias, em
terra e no mar. Porque o nosso compromisso
é trabalhar junto com o Brasil, para o país
crescer cada vez mais.
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8. sumário
26
edição nº 91 set/out 2013
Entrevista exclusiva
Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da Petrobras e reitor da Unimonte, SP
entrevista exclusiva
EMPREENDER
com Ozires Silva, ex-presidente da
Embraer e da Petrobras e reitor da
Unimonte, SP
NO MUNDO COMPLEXO
E INOVAR é preciso
E DE PRODUTOS SOFISTICADOS, NO QUAL
VIVEMOS, PRECISAMOS
por Beatriz Cardoso
DE BRASILEIROS BEM
FORMADOS NA EDUCA-
26
ÇÃO BÁSICA E, SOBRE-
NESTA ENTREVISTA EXCLUSIVA concedida à TN Petróleo, Ozires Silva, que
se tornou exemplo da capacidade empreendedora e inovadora dos engenheiros
brasileiros – inclusive na gestão de empresas –, fala dos fatores que restringem a inovação e, por consequência, a geração de patentes brasileiras. “Para
sairmos desse círculo de limitações, é preciso estimular os investimentos de
risco, pois eles que proporcionam fundos financeiros para encorajar pesquisadores ou inventores, os quais mais tarde serão professores ou alunos das
Universidades e, sobretudo, alcançarão as empresas produtoras.”
Para ele, o Brasil, por ser uma das sete maiores economias do mundo,
ainda precisa ganhar posições internacionais que sejam proporcionais à sua
dimensão. “Temos que manter nossa convicção de que o Brasil, um país continente, não pode continuar nos padrões atuais. Precisamos aumentar nossa
eficiência gerencial e produtiva e passar a ter presença em todos os países,
como vários outros estão conseguindo permear as expectativas de compras
dos seus cidadãos e dos consumidores internacionais.”
TUDO, COM PROFICIÊNCIA DESTACADA NO
NÍVEL SUPERIOR.
TN Petróleo – O senhor é um símbolo do empreendedorismo, apontado como
um visionário que acreditou na inventiva e na capacidade tecnológica brasileira,
coisa comprovada na criação da Embraer, hoje uma das mais importantes
empresas do país. Como foi criar algo inovador, empreender em um país
que sequer sabia o que era isso na década de 1970? Hoje seria mais fácil?
Ozires Silva – Não me julgo um símbolo do empreendedorismo. Ao contrário, a criação e o desenvolvimento da Embraer foi o resultado do trabalho de
uma competente equipe, embora inicialmente pequena, que pôde conquistar
um bom grau de confiança e apoio da Força Aérea Brasileira, dando como
resultado uma real cooperação entre a iniciativa privada e o Governo. Isso
acontece em muitos países em empreendimentos de longo prazo de maturação, técnica e tecnologicamente avançados, que precisam avançar sobre
novos conhecimentos e contar com muitos recursos humanos e financeiros,
que, não encontrando visão de apoio nos sistemas econômicos tradicionais,
podem encontrar caminhos de ruptura com o passado, com a cooperação
governamental e fazer nascer algo de novo.
Fotos: Divulgação
Passar isso do discurso à
prática é o grande desafio
do Brasil, como nos
mostra Ozires Silva, expresidente da Embraer e da
Petrobras, duas das mais
importantes companhias
brasileiras, reconhecidas
internacionalmente por
sua capacidade inventiva.
“Continuo a acreditar que
o sucesso do Brasil, na
acirrada competição moderna
de nossos dias, somente
pode ser alcançado pela
constância dos esforços para
empreender e inovar”, afirma
o oficial da Aeronáutica e
engenheiro formado pelo
Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA), que aos
82 anos continua a trabalhar
todos os dias. Atualmente é
reitor da Unimonte, instituição
particular de ensino superior
localizada em Santos (SP).
tica, óleo e gás, telecomunicação? O
nosso problema não é tecnologia, é
educação básica?
Temos um problema conjuntural,
ou de comportamentos, arraigado ao
longo de muitas décadas (ou séculos)
de posição inferiorizada – mais por
crenças do que por uma realidade de
vanguarda –, que leva os consumidores brasileiros, numa competição entre
produtos estrangeiros e nacionais, a
sempre darem suas preferências aos
Por que ainda é difícil empreender no Brasil? Qual é o grande desafio do
Brasil para se posicionar como um país empreendedor, se ele já se consagrou
em algumas áreas nas quais o peso da tecnologia é enorme, como aeronáu-
importados. Sim, os nossos problemas
começam na precariedade da educação básica e isso extrapola para o
nível superior! No mundo complexo e
de produtos sofisticados, no qual já
vivemos, precisamos de brasileiros
bem formados na educação básica e,
sobretudo, com proficiência destacada
no nível superior, fundamental para
compreender e produzir os produtos
de alto valor agregado que vencem no
mundo contemporâneo.
São poucos os exemplos de empreendedorismo no Brasil. Por que isso
acontece? O que falta ao país para
ser mais empreendedor?
Segundo a já tradicional pesquisa mundial, realizada ano a ano pelo
Banco Mundial (www.doingbusiness.
com), e mesmo pela crença nacio-
TN Petróleo 91
TN Petróleo 91
36
Empreender e inovar
é preciso
Quando é citado o caso da Embraer,
e de sua consagrada vitória no campo
muito competitivo da indústria aero náutica (produzindo e vencendo no
mercado mundial, com aviões entre
os mais complexos da atualidade),
pode-se facilmente constatar que
essa posição de destaque foi conseguida graças à criação, em 1950, do
ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos. Sem
ele, de alto nível, criado e mantido pelo
Comando da Aeronáutica Brasileira,
não se poderia falar da Embraer e de
seus sucessos.
27
petrobras 60 anos
Especial Petrobras 60 anos
VISÃO D E FUTURO
Visão de futuro da
indústria de óleo e gás
DA INDÚSTRIA
DE ÓLEO E GÁS
por Beatriz Cardoso, Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
Os 60 anos da Petrobras refletem a própria história do petróleo e gás
no Brasil e demandam uma reflexão mais profunda sobre os desafios e
48 Financiando a inovação
50 Sustentabilidade tecnológica
perspectivas da imensa cadeia produtiva que hoje movimenta parte crucial
da economia do país.
Ciente do papel que tem no cenário nacional, e até mundial, a Petrobras
vem resgatando sua memória, apresentando à sociedade brasileira, por todos
os meios de comunicação, os fatores que a inspiraram a ser a gigante que
todos admiram, independentemente dos questionamentos que possam ser
feitos à sua gestão ou performance.
Entendendo que mais além desse resgate histórico é importante refletir
as expectativas da sociedade organizada e da cadeia produtiva petrolífera
54 Um horizonte de 30 anos
60 Soluções com tecnologia local
e offshore, a TN Petróleo ‘prospectou e extraiu’ mais de 50 depoimentos de
stakeholders desse mercado, os quais deram sua visão de futuro do setor.
Para todos, o grande desafio é, sem dúvida, assegurar a sustentabilidade
de um desenvolvimento sem precedentes, consolidado na última década.
Com eles, a palavra!
36
74
TN Petróleo 91
TN Petróleo 91
37
Coppe 50 anos
Fotos: Divulgação Coppe
coppe 50 anos
LabOceano
Coppe gera conhecimento
Coppe gera
conhecimento
há 50 anos
HÁ 50 ANOS
por Rodrigo Miguez
LNCD
Modelo para instituições de ensino e pesquisa na área de engenharia no Brasil e no
exterior, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
(Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro ajudou a criar a pós-graduação no
Brasil. Criada em 1963 pelo engenheiro Alberto Luiz Coimbra, ao longo de cinco décadas
tornou-se o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina.
C
Bioetanol
Câmera Hiperbárica
LNCD
LabSonar
Super Computador Coppe
74
82
om mais de 13 mil mestres e doutores formados
em seus 13 programas de
pós-graduação em nível
de mestrado e doutorado,
a excelência acadêmica de ensino
da Coppe faz com que seja uma das
instituições mais procuradas pelos
futuros doutores do país, principalmente na área de engenharia.
Hoje, a Coppe possui em seu
quadro 349 professores, que aperfeiçoam mais de 2.900 alunos, entre
mestrandos e doutorandos. Um dos
pontos importantes é a presença es trangeira em suas salas – 118 alunos
no mestrado e 111 no doutorado.
Segundo o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da entidade, o
modelo da Co ppe é o da pós-graduação brasileira, em razão
do sucesso e do
pioneirismo no
jeito de fazer. A
integração entre
pesquisa e ensino é lembrada por
Rosa como um dos pontos positivos
da instituição com o passar dos anos,
reunindo professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação de
NIFD
diferentes programas de mestrado
e doutorado.
Para Pinguelli Rosa, a agilidade
em todos os processos da Coppe é
outro fator de garantia do sucesso
em um tempo mais curto, o que
não costuma acontecer em outras
universidades pelo Brasil. Ele é um
crítico do processo burocrático que
emperra e atrapalha o funcionamento da UFRJ e demais universidades
públicas brasileiras.
O sucesso da Coppe mundo afora
se deve muito aos laboratórios que
não param de surgir. Atualmente, a
instituição conta com 124 deles, nos
quais seus 88 pesquisadores desen volvem soluções tanto para indústrias de petróleo e gás, quanto para
o dia a dia do cidadão comum, com
as pesquisas em mobilidade urbana
e biocombustíveis.
A relevância dos laboratórios
pode ser constatada desde o início,
com o Laboratório de Processos
de Separação de Membranas, que
está completando 45 anos e foi o
primeiro da Coppe e o primeiro
também a ter contrato com uma
empresa, no caso, a Petrobras, em
1968. Para se ter uma ideia, até
2012, a Coppe já tinha assinado
12.700 contratos com empresas e
órgãos do governo.
Para dar continuidade aos seus
programas de pesquisa e às comemorações dos seus 50 anos, a Coppe
inaugurou três laboratórios voltados
para o estudo do escoamento de óleo
e gás, vinculados ao seu Programa de
Engenharia Mecânica (PEM). Eles
fazem parte do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF)
e ficam localizados em uma área de
5.400 m², no Centro de Tecnologia 2
(CT2), no campus da UFRJ.
Esse é o primeiro núcleo no país
a reunir em um só local um conjunto
de laboratórios que estudam de forma complementar e integrada o processo de escoamento de óleo e gás.
O NIDF é formado pelos laboratórios
de Separadores Compactos (LSC),
de Escoamentos Multifásicos em Tubulações (LEMT) e de Tecnologia de
Engenharia de Poços (LTEP), onde
serão realizados estudos e ensaios
relacionados a processos de perfuração, completação e intervenção de
poços de petróleo, elevação artificial
e separação primária.
Os resultados desses estudos
podem ajudar a Petrobras a elevar
a produção de óleo e gás, fazendo
TN Petróleo 91
TN Petróleo 91
capital de energia
Fotos: Divulgação
onde tudo começou
Berço da indústria de petróleo nacional, a Bahia tem uma posição de destaque na história brasileira
de óleo e gás, uma vez que foi lá que tudo começou há 75 anos, quando foi encontrado petróleo
por um poço perfurado no bairro de Lobato, na Grande Salvador, em 1938. Desde então, a Bahia
mostrou sua vocação natural para o petróleo: possui até hoje a segunda maior refinaria de petróleo
do país, a Refinaria Landulfo Alves (RLAM), em Mataripe; e conta com o maior complexo petroquímico
integrado do hemisfério Sul – o Polo Industrial de Camaçari. Com o Estaleiro Enseada do Paraguaçu,
em Maragogipe, inaugura-se uma nova fase para a indústria baiana, agora no setor naval e offshore.
Ou seja: sempre movida a petróleo.
por Maria Fernanda Romero
A
82
TN Petróleo 91
nacional e local nos últimos anos,
dentre eles a descoberta do pré-sal, o ressurgimento da indústria
naval/offshore e as perspectivas de
exploração de shale gas e shale oil
começou a reverter as expectativas
negativas que tomavam conta do
setor no estado.
Segundo dados da Rede Petro
Bahia, o mercado de óleo e gás representa cerca de 70% do mercado
industrial baiano – considerando
as atividades de E&P, química e
petroquímica representam a maior
parcela de Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS)
recolhido pelo estado da Bahia.
Em termos de participação na
economia baiana, o setor é um dos
mais importantes, representando 55%
do valor da produção mineral do estado, 32% do valor da transformação
79 Parceria com a China
para inovação energética
75
Capital de energia
BAHIA,
descoberta de petróleo
na Bahia representou um
marco no desenvolvimento
econômico do estado, após
a decadência da indústria açucareira
no país. O recôncavo baiano experimentou transformações na sua matriz
produtiva. O fato impactou também
outras atividades, como a criação de
gado, a navegação e a produção de
madeira. A antiga paisagem rural
passou a conviver com sondas de
perfuração e outros equipamentos
típicos da exploração e produção de
petróleo.
No segmento de Exploração e
Produção (E&P) de petróleo e gás,
o estado contabiliza cerca de nove
bacias sedimentares e nele trabalham cerca de 30 empresas concessionárias responsáveis por 2,3% de
toda a produção de óleo e 15,5% da
produção nacional de gás.
O segmento de petróleo e gás
tem importância histórica para a
Bahia. O estado já ocupou o primeiro lugar no ranking nacional
em termos de reservas e produção, posição que foi reduzindo
gradativamente. Um conjunto de
novos fatos – surgidos no cenário
78 LabOceano: 10 anos
industrial e quase 30% da arrecadação de ICMS. Apenas o segmento
“Derivados de Petróleo” lidera, com
35% do total, a pauta de exportações
baianas, superando os segmentos
“Químicos e Petroquímicos” e “Automotivo”.
Dada a sua importância para o
desenvolvimento sustentável do estado, o segmento é um dos contemplados pela Política Industrial da Bahia,
cujas estratégias e proposições foram
publicadas em 2011 e atualmente
encontra-se em fase final a elaboração um conjunto de instrumentos
legais e programas que serão a base
para o desenvolvimento do setor no
estado. A Política Industrial da Bahia
foi construída por meio de uma par ceria que envolveu a Secretária da
Indústria, Comércio e Mineração
do Estado (SICM), a Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (Fieb),
o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA) e
a Petrobras.
No início deste ano, o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) lançou um
plano de desenvolvimento para setor
de petróleo, gás e naval da Bahia. O
Programa de Desenvolvimento de
TN Petróleo 91
83
Bahia, onde tudo
começou
86
88
92
94
Qualificação é prioridade
Grandes patrimônios baianos
Projetos em potencial
Mercado promissor de energia
9. anp 15 anos
96
Evolução contínua
96
O
primeiro leilão do pré-sal marca uma nova
fase para a ANP, que,
uma vez encerrado o
certame, vai ter sob sua
gestão o primeiro contrato de partilha, dentro de um marco regulatório
que foi alterado substancialmente
nos últimos cinco anos, por conta
das descobertas de grandes reservas no pré-sal.
A agência reguladora, que passou a maior parte de sua existência
gerenciando contratos de concessão,
a partir de agora terá de administrar um sistema múltiplo, no qual
partilha e cessão onerosa para a Petrobras concorrem com os velhos e
tradicionais contratos firmados em
mais dez leilões.
Mas isso não preocupa a diretora-geral da entidade, Magda
Chambriard, que garante que as
companhias estrangeiras já estão
acostumadas a lidar com contratos
de partilha no mundo inteiro. “To-
das elas têm um
contrato de concessão num lugar
e de partilha no
outro”, frisa.
A única diferença é a governança da Pré-Sal
Petrobras, que vai
gerir os ativos e o grupo empreiteiro. “A questão da governança está
estipulada no contrato, tampouco é
nova, pois baseia-se no Joint Ope-
TN Petróleo 91
TN Petróleo 91
97
Fotos: Depositphotos
noruega
Noruega:
expertise subsea
Enviada especial: Maria Fernanda romero
a Noruega, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, é um país de ponta quando o assunto
é tecnologia e soluções para a indústria do petróleo. Sua extensa rede de dutos submarinos – a
maior do mundo –, e sua experiência em operar nas severas condições offshore no Mar do Norte,
fizeram o país se destacar pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras, principalmente na
exploração e produção em águas profundas e nos sistemas submarinos. o que vem levando
Noruega e Brasil a reforçarem o intercâmbio no setor de petróleo e gás nos últimos anos devido
às descobertas do pré-sal.
D
esde meados do século
XIX, o Brasil faz parte da
rota das empresas norueguesas. Naquela época,
as empresas de navegação vinham para cá impulsionadas
pelo transporte de bacalhau e retornavam à Noruega com açúcar e café.
Nos anos 1970, o setor de mineração e a indústria naval começaram
a atraí-las para nosso território. Em
1990, com as mudanças na legislação industrial brasileira e a emergência do mercado de petróleo e
gás, as norueguesas se engajaram e
rapidamente iniciaram negócios nas
áreas de aquisição sísmica, construção naval e serviços de petróleo. A
partir do ano 2000, a perspectiva
de declínio no setor de óleo e gás
norueguês impulsionaram as empresas da Noruega a olharem para
108
o exterior e para o crescimento do
setor no Brasil. De acordo com o
estudo ‘Estratégia Brasil’ do Governo norueguês, lançado em 2011,
o Brasil é o país onde a Noruega
tem seus maiores investimentos no
exterior, depois da União Europeia
e Estados Unidos.
A Noruega é grande exportadora
de capital financeiro por meio de seu
fundo soberano, o Fundo Governamental de Pensões-Global (FPG-G).
De todas as economias emergentes,
a brasileira é a que recebe os maiores investimentos desse Fundo. Os
países são parceiros comerciais há
mais de 170 anos e com as expectativas geradas na área submarina
diante do anúncio das reservas do
pré-sal em 2007, o Brasil tornou-se
o destino internacional número um
para o cluster offshore da Noruega.
Capital: Oslo
Área: 385 155 km²
População: 5 milhões
Densidade: 12 hab./km²
PIB: US$ 280 bilhões
renda Per capita: US$ 59,3 mil
IDH (2011): 0,955
alfabetização: 99,0%
Moeda: Coroa norueguesa
Site oficial: www.regjeringen.no
Principais indústrias: petróleo e gás natural,
processamento de alimentos, construção
naval, produtos de madeira e polpa, metais,
produtos químicos, madeira, mineração,
têxteis, pesca.
O setor de petróleo e gás é o
mais importante para a cooperação
entre os dois países na área empresarial; é responsável pela maior
quantidade de empresas instaladas
(49%) e pelo maior número de empregados (50%).
Segundo a Innovation Norway,
agência de promoção do governo
da Noruega, o segmento recebeu de
2009 a 2011, 64% de todos os investimentos. O setor industrial ficou com
27%, energias renováveis com 5% e a
área marítima com os 4% restantes.
Atualmente existem cerca de 110
empresas norueguesas no Brasil, das
quais mais de 75% atuam na indústria
de petróleo e gás e no setor marítimo. A
maioria delas recém-criadas, com menos
de dez anos de experiência no país. A
pesada carga tributária brasileira, como
o Custo Brasil, e a falta de mão de obra
qualificada são alguns dos obstáculos
enfrentados para operar no Brasil, citados pelas empresas norueguesas.
Vocação petrolífera
Stavanger e Bergen são importantes regiões petrolíferas da Noruega. Nelas se concentram a maior
parte das atividades de petróleo e
onde ficam instaladas a maior parte
das empresas deste setor. Historicamente pesqueira e industrial, a
cidade de Stavanger tornou-se, a
partir da década de 1970, a capital
norueguesa do petróleo. Hoje, a principal fonte de renda da população
local de Stavanger é o petróleo.
Com população de 300 mil pessoas, Stavanger possui 40 companhias
de petróleo e 500 companhias locais
que operam em nível internacional. A
produção de petróleo e gás na cidade
corresponde a 40% da produção total
da Noruega. Dentre os atuais desafios
da região devido ao crescimento excessivo do setor estão: salários altos,
imóveis caros e problemas de trânsito.
Já a cidade de Bergen, a segunda
maior do país em tamanho e população, tem o seu porto como motor
principal para a economia local.
Além de constituir um cluster líder
mundial em tecnologia submarina
de petróleo, sendo a base do Centro
Norueguês de Especialização Subsea
(Norwegian Centre of Expertise Subsea/NCE Subsea), que reúne mais de
cem empresas e organizações.
O NCE Subsea contribui para o
fortalecimento e internacionalização
da indústria submarina na área de
Bergen através de suporte financeiro e técnico no estabelecimento
de projetos de desenvolvimento de
tecnologia. Os projetos do cluster já
receberam mais de 470 milhões de
coroas norueguesas em financiamento. O foco são os mercados de manutenção, modificação e operação, bem
como produtos técnicos inovadores
e com tecnologia de ponta para a
indústria submarina.
O objetivo é estimular a maior colaboração e partilha de experiências no
âmbito do cluster, com colaboradores
nacionais e internacionais. O NCE é um
programa nacional apoiado pela Innovation Norway, o Conselho de Pesquisa
da Noruega, e pela Corporação de Desenvolvimento Industrial da Noruega.
Cooperação subsea
De acordo com o estudo ‘Perspectivas da Energia Mundial
2012’, da Agência Internacional
de Energia (AIE), o mercado mundial de sistemas submarinos está
estimado na faixa de US$ 60 a US$
94 bilhões para período 2011-2015,
e o Brasil é um dos principais consumidores, em razão do desenvolvimento da produção nacional em
águas profundas.
Há um forte movimento de fornecedores brasileiros em busca de
parcerias com as empresas norueguesas que dominam tecnologias
demandadas hoje pelo mercado,
principalmente em relação aos
campos em áreas profundas e no
pré-sal.
As áreas de perfuração e subsea
necessitam de investimentos intensivos em tecnologia de ponta, e a
Noruega possui grande expertise
nesse segmento já que possui a rede
de dutos submarinos mais extensa
do mundo e as unidades offshore
sujeitas a condições ambientais das
mais severas para operações no Mar
do Norte. Seus produtos e serviços
vão desde perfuração e completação
e equipamentos subsea de exploração, produção, até equipamentos
de monitoramento ambiental, tratamento de água e instrumentação
submarina.
Crescimento significativo
Com atuação no Brasil há mais de
dez anos, a Clampon, fabricante de
sensores ultrassônicos inteligentes
como monitoramento de partículas
(areia), detector de PIG, monitoramento de corrosão e erosão, e detector de vazamento, tem crescido
bastante desde a inauguração de sua
nova sede em Berger, em 2011; seu
novo escritório é o terceiro edifício
mais ecoeficiente da Noruega, no
que se refere à economia de energia.
A empresa possui 90 funcionários
em Bergen e 15 em Houston, nos
Estados Unidos. No Brasil fez sua
primeira venda para a Petrobras em
1998 e participou de seu primeiro
projeto subsea na região em 2001
com um sistema detector de PIG
para o campo de Pampo. No país, é
representada pela IEC.
TN Petróleo 91
Affonso Vianna Junior
Alexandre Castanhola Gurgel
Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira
Bruno Musso
Colin Foster
David Zylbersztajn
Eduardo Mezzalira
Eraldo Montenegro
Flávio Franceschetti
Gary A. Logsdon
Geor Thomas Erhart
Gilberto Israel
Ivan Leão
Jean-Paul Terra Prates
João Carlos S. Pacheco
João Luiz de Deus Fernandes
José Fantine
Josué Rocha
Luiz B. Rêgo
Luiz Eduardo Braga Xavier
Evolução
contínua
Fotos: tn Petróleo
por Beatriz cardoso, Karolyna Gomes e Rodrigo Miguez
Responsável pela regulação do setor que responde por cerca
de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP)
completa 15 anos de atividades buscando se reinventar para
conduzir um mercado que, nos últimos anos, teve as regras
do jogo alteradas.
CONSELHO EDITORIAL
ANP 15 anos
TN Petróleo 91
Noruega
108
Expertise
subsea
Marcelo Costa
Márcio Giannini
Márcio Rocha Melo
Marcius Ferrari
Marco Aurélio Latgé
Maria das Graças Silva
Mário Jorge C. dos Santos
Maurício B. Figueiredo
Nathan Medeiros
Paulo Buarque Guimarães
Roberto Alfradique V. de Macedo
Roberto Fainstein
Ronaldo J. Alves
Ronaldo Schubert Sampaio
Rubens Langer
Samuel Barbosa
109
artigos
146 s desafios do licenciamento ambiental portuário: uma questão de curto,
O
médio e longo prazo, por Marcelo Poças Travassos
168 Ancoragem offshore, por Martin Vlasblom, Jorn Boesten, Peter Davies e Sergio Leite
180 tep-in right no direito brasileiro, por José Virgílio Lopes Enei e Antonio Paulo Kubli Vieira
S
183 igração improvável, por Beth Pessoa Ramos
M
184 top Fracking? os impactos da exploração do Gás de Folhelho Betuminoso,
S
por Gabriel Santos Cerqueira
188 mudança no regime especial de entreposto aduaneiro,
A
Ano XIV • Número 91 • set/out 2013
Foto: Stéferson Faria, Agência Petrobras
por Ana Paula Alves Rocha
TN PETRÓLEO
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Desvio de conduta é um risco iminente,
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Os desafios do licenciamento ambiental portuário:
uma questão de curto, médio e longo prazo, por Marcelo Poças Travassos
Ancoragem offshore, por Martin Vlasblom, Jorn Boesten, Peter Davies e Sergio Leite
Step-in right no direito brasileiro, por José Virgílio Lopes Enei e
Antonio Paulo Kubli Vieira
Migração improvável, por Beth Pessoa Ramos
Stop fracking? Os impactos da exploração do gás de Folhelho Betuminoso,
por Gabriel Santos Cerqueira
A mudança no regime especial de entreposto aduaneiro,
por Ana Paula Alves Rocha
nº 91
148 pessoas
150 perfil empresa
164 produtos e serviços
190 fino gosto
192 coffee break
194 feiras e congressos
195 opinião
ESPECiAL PETROBRAS 60 ANOS ViSãO DE FuTuRO DA iNDúSTRiA DE ÓLEO E gáS
seções
ESPECiAL PETROBRAS 60 ANOS
Entrevista exclusiva
Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da
Petrobras e reitor da Unimonte, SP
Empreender e
inovar é preciso
10. editorial
‘O trabalho mal começou’
E
stamos na reta final de 2013 e temos a sensação de que o ano mal começou e de
que muita coisa ficou por acontecer, a despeito de tantas outras para comemorar e
mais outras tantas para refletir.
A Petrobras comemora seu 60 o aniversário evocando as pessoas que a inspiraram a
superar desafios. A mensagem clara é que ela está apostando justamente no seu maior
ativo: o capital humano. Com ele, espera suplantar as dificuldades do último ano e
encerrar 2013 com melhores perspectivas, não apenas quanto aos resultados, mas também quanto às novas metas. Sentimento esse compartilhado por duas instituições que
se consolidaram no rastro dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e ações
deflagradas pela Petrobras em sua busca por novas tecnologias: a Coppe/UFRJ, que completa 50 anos (assim
como o Cenpes) e o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que comemora uma década de implantação, em plena atividade.
Afinal, é disso que está falando esta edição especial da TN Petróleo: dos desafios e conquistas da indústria
que vem evoluindo de forma acelerada, com expectativas de se tornar exportadora de tecnologias, com competitividade para disputar o mercado internacional.
Tal visão de futuro está na matéria de capa desta edição, para a qual a reportagem ouviu cerca de 50 representantes dos diversos elos da cadeia de valor de petróleo e gás: de representantes da indústria naval a juristas,
todos analisam as mudanças no marco regulatório do setor.
Mudanças essas que implicam em novos desafios para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que completa 15 anos de atividades (como a TN Petróleo) com uma agenda cheia de licitações (três em um ano!) e de todas as atividades que envolvem os leilões de áreas exploratórias.
Estas licitações vão mobilizar a cadeia produtiva de Norte a Sul do país, uma vez que já foram concedidos
142 blocos em 11 bacias e outros tantos serão ofertados na 12a Rodada, prevista para o final do ano, após o tão
esperado leilão do pré-sal, com reservas já estimadas e que vai implicar encomendas quase imediatas à cadeia
de fornecedores.
E estes fornecedores estarão reunidos da segunda edição da Offshore Technology Conference Brasil – a
OTC Brasil 2013, 29 a 31 de outubro, no Rio de Janeiro, evento que consagra o país como uma nova fronteira da
indústria de óleo e gás, uma vez que é o único a abrigá-la (realiza-se anualmente nos Estados Unidos).
A TN Petróleo – e esta edição que você tem em mãos – estará presente. Afinal, também somos parte desta
cadeia de fornecedores. Mas o nosso negócio é informação!
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TN Petróleo é dirigida a empresários,
executivos, engenheiros, geólogos,
técnicos, pesquisadores, fornecedores
wwe compradores do setor de petróleo.
11. editorial
A UTC Engenharia, uma das principais empresas do segmento de
engenharia industrial, com quase 40 anos de atuação, colabora com
o desenvolvimento do país a partir de padrões globais de excelência
em engenharia, respeito ao meio ambiente e constante
aperfeiçoamento de seus colaboradores.
Presente nos momentos mais importantes do crescimento do Brasil.
www.utc.com.br
TN Petróleo 91
9
12. hot news
A OSX, empresa do Grupo EBX
com atuação na indústria naval e
offshore, recebeu a Licença de Operação (LO) do Instituto Estadual do
Ambiente (Inea), que autoriza o
início das atividades da Fase 1 da
Unidade de Construção Naval do
Açu (UCN Açu). O estaleiro da OSX
está localizado no Complexo Industrial do Superporto do Açu, no Norte
Fluminense. Com a emissão da LO, a
companhia será a primeira a iniciar
operação no empreendimento.
“Desde o início das obras do
estaleiro da OSX, em julho de 2011,
acreditamos na importância deste
empreendimento para o desenvolvimento da indústria offshore de óleo
e gás. Estamos orgulhosos com a
emissão da LO e o início das atividades do estaleiro, que em sua primeira fase já capacita a OSX a atuar
como um dos principais canteiros
offshore do Brasil”, informou Ivo
Dworschak, diretor de Construção
Naval da OSX.
Foto: Divulgação OSX
Licença de Operação para a UCN Açu
O primeiro projeto desenvolvido no
estaleiro da OSX será a construção de
alguns módulos e a integração de dois
FPSOs replicantes, as unidades flutuantes de produção, armazenamento e
transferência de petróleo P-67 e P-70,
em atendimento à Petrobras e seus
parceiros em projeto para o Pré-Sal.
A Fase 1 da UCN Açu contempla
áreas e facilidades industriais neces-
sárias ao cumprimento dos contratos
da atual carteira da companhia. As
atividades estarão concentradas na
área do Cais Norte, com capacidade para montagem de dezenas de
módulos e de integração simultânea de dois FPSOs de grande porte,
representando um dos principais
canteiros a serviço da indústria de
óleo e gás no país.
Pernambuco fará leilão de energia solar
Pernambuco vai dar um importante
incentivo para a utilização de energia
limpa. Até o final de setembro o governo
do estado deve realizar o 1º leilão para
compra e venda de energia solar. A previsão é que sejam adquiridos pelo menos 12 MW médios – o que corresponde
a uma potência instalada da ordem de 60
MW, cerca de três vezes a potência hoje
instalada no país, segundo a Empresa
de Pesquisa Energética (EPE).
A iniciativa faz parte do PE Sustentável, criado pelo governo de Pernambuco com o objetivo de promover o
desenvolvimento simultâneo do mercado
e da indústria de energia solar.
O programa consiste na promoção
de leilões estaduais, por pelo menos três
anos consecutivos, para contratação de
energia solar produzida em Pernambuco
(estímulo à oferta) e na concessão de
um incentivo, na forma de desconto no
ICMS, a ser pago pelas empresas pernambucanas que adquirirem esta ener-
10
TN Petróleo 91
gia (estímulo à demanda). Dessa forma,
o programa promove uma disputa justa
entre empreendimentos de fonte solar
e a redução do preço final da energia.
O leilão funcionará da seguinte
maneira: as empresas pernambucanas
interessadas no programa cadastram
suas intenções de compra de energia
elétrica a um valor fixo, determinado pelo PE Sustentável. A Secretaria
Executiva de Energia de Pernambuco
consolida as demandas, determina o
número de lotes de energia a serem
comercializados e coordena o leilão de
compra desta energia.
As empresas contratarão a energia, pelo preço médio do leilão. A diferença entre o preço médio do leilão
e o valor fixo preestabelecido será
concedido às empresas compradoras
sob a forma de crédito presumido de
ICMS acrescido de um prêmio pela
participação no programa. Poderão
participar do leilão como ofertantes
os empreendimentos novos ou preexistentes, com capacidade de geração
maior que 1 MW médio, nas tecnologias
fotovoltaica ou termossolar concentrada, localizados em Pernambuco.
O programa PE Sustentável foi desenvolvido conjuntamente pelas Secretarias
Estaduais de Desenvolvimento Econômico
(Sdec), Recursos Hídricos e Energéticos
(SRHE), Meio Ambiente e Sustentabilidade
(Semas) e Fazenda (Sefaz).
De acordo com o secretário executivo de Energia de Pernambuco, Eduardo Azevedo, o estado tem tradição e
competência logística, de engenharia e
industrial para liderar a indústria solar
no Brasil. O PE Sustentável faz parte
da estratégia para o desenvolvimento
técnico, econômico, ambiental e social
do estado e da região. “Nossa ideia é
criar um mercado consumidor local e
que a energia solar produzida aqui tenha
preço competitivo em relação às outras
fontes”, destacou.
13. Onze empresas na 1ª Rodada
do pré-sal
Petrobras
anuncia venda
de ativos na
Colômbia
Foto: Divulgação
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP) divulgou, no dia 19 de setembro, a lista com as onze empresas que
pagaram taxa de participação para
a 1ª Rodada do pré-sal, referente ao
Campo de Libra, na Bacia de Santos.
O leilão está previsto para acontecer
no dia 21 de outubro.
São elas: CNOOC International
Limited (China), China National Petroleum Corporation (CNPC) (China),
Ecopetrol (Colômbia), Mitsui & CO
(Japão), ONGC Videsh (Índia), Petrogal (Portugal), Petrobras (Brasil),
Petronas (Malásia), Repsol/Sinopec
(Hispano-Chinesa), Shell (Anglo-Holandesa) e Total (Francesa).
Segundo a agência reguladora,
as empresas ainda terão que passar
por um processo de habilitação para
participar da licitação.
A área a ser licitada tem cerca
de 1,5 mil quilômetros quadrados.
O volume de petróleo recuperável
deverá oscilar entre 8 bilhões e 12
bilhões de barris. Segundo o edital,
os ganhadores da licitação deverão
desenvolver as atividades de exploração de petróleo por quatro anos, prazo
que poderá ser estendido, como prevê
o contrato de partilha de produção.
A Petrobras será a operadora
única do pré-sal, pelo sistema de
partilha, e terá direito a 30% do
Campo de Libra.
TOTVS em Macaé
A TOTVS Consulting, consultoria
em negócios e tecnologia da TOTVS,
inaugura escritório em Macaé, no norte
do Rio de Janeiro. Na unidade, ficarão
baseados 150 profissionais, altamente
especializados em petróleo e gás. A
equipe é formada por engenheiros, técnicos, gestores e executivos especialistas no setor. A região concentra 80% da
produção de petróleo do Brasil e tem a
presença dos maiores players do setor.
A TOTVS Consulting prevê investimento superior a R$ 2 milhões nos
próximos três anos no escritório de
Macaé. A empresa iniciou a operação
na cidade em 2011, com um time de
30 profissionais, alocados em clientes.
Com a inauguração do espaço próprio,
a perspectiva é chegar ao final do ano
com até 150 pessoas. Hoje, cem profissionais da consultoria já trabalham
na cidade. O setor de Energia já é o
mais significativo em Serviços no Rio
e o mais representativo para a TOTVS
Consulting no Brasil.
“Proximidade com o cliente e alta
especialização são diretrizes do trabalho
da TOTVS Consulting, por isso estamos
inaugurando um escritório em Macaé,
uma cidade estratégica para o segmento
de petróleo e gás e uma região de referência para os profissionais da área.
A abertura da unidade Macaé reflete
nosso crescimento alcançado no setor
nos últimos anos”, afirma o diretor da
TOTVS Consulting Energia, Marcelo
Herskovits.
A TOTVS Consulting Energia
presta serviços de consultoria e oferece
soluções tecnológicas especializadas
para o setor. A unidade de negócios
conta com um portfólio de serviços
diferenciados e voltados exclusivamente
para a indústria de petróleo e gás.
A Petrobras aprovou a alienação de 100% das ações de
emissão da Petrobras Colombia
Limited (PEC), para a Perenco, no
valor de US$ 380 milhões.
Os ativos da Petrobras
Colombia que fazem parte da
transação incluem participações
em 11 blocos de exploração e
produção em terra com produção média líquida de 6.530
boed (barris de óleo equivalente por dia) além dos oleodutos
de Colombia e Alto Magdalena,
com capacidade de transporte
de 14.950 bpd (barris por dia) e
9.180 bpd, respectivamente.
Segundo a estatal, a conclusão da transação está sujeita a
determinadas condições precedentes usuais, incluindo a
aprovação da Agência Nacional
de Hidrocarburos (ANH).
A Petrobras continuará presente na Colômbia através de
seus ativos de exploração no mar
e distribuição, além de um bloco
exploratório em terra.
TN Petróleo 91
11
14. hot news
Com a presença da presidente
da República, Dilma Rousseff, e da
presidente da Petrobras, Graça Foster,
foi assinado em setembro no Palácio
Piratini, em Porto Alegre, o contrato
para construção das plataformas P-75
e P-77 com o Consórcio RIG, formado pelas empresas Queiroz Galvão,
Camargo Correa e Iesa.
Na ocasião, Dilma lembrou que
há dez anos ninguém acreditava que
o Brasil pudesse ter um polo naval.
“O Rio Grande do Sul hoje tem um
polo naval que mostra a capacidade
e a força de uma política que decidiu que era possível sim produzir
no Brasil”, afirmou a presidente,
ressaltando ainda a importância do
crescimento da indústria brasileira
de fornecedores do segmento de
petróleo e gás.
A presidente da Petrobras informou que a companhia concluirá em
2013 oito plataformas que ajudarão
no cumprimento da meta de dobrar
a produção até 2020. “Temos 90%
contratados para que em 2020 tenhamos o dobro do que produzimos
hoje, ou seja, 4,2 milhões de barris”,
Foto: Divulgação
Petrobras assina contrato da P-75 e P-77
afirmou ela, e também elogiou a
indústria naval brasileira: “A curva de aprendizagem é espetacular.
Estamos muito próximos de voltar
a ser um dos maiores centros de excelência no mundo.”
FPSOs P-75 e P-77 – Os FPSOs
(plataformas que produzem, armazenam e transferem petróleo; na sigla
em inglês) P-75 e P-77, cada um com
capacidade de produção de 150 mil
barris por dia, serão instalados nos
blocos da Cessão Onerosa, no pré-sal
da Bacia de Santos, junto com outras
duas unidades similares, a P-74 e a
P-76. O Consórcio RIG será responsável pela construção de módulos e
integração de ambas as plataformas.
Os serviços serão executados no estaleiro Honório Bicalho, em Rio Grande.
Os navios destinados à conversão
dos cascos da P-75 e da P-77 estão
no Estaleiro Cosco, na China, passando por serviços de preparação
do casco, e devem chegar ao Rio de
Janeiro (RJ) no segundo semestre
de 2014, onde serão realizados os
trabalhos de conversão, no Estaleiro
Inhaúma. Após concluída esta etapa,
os cascos seguem para Rio Grande,
onde a P-75 deve chegar no segundo
semestre de 2015 e a P-77, no primeiro semestre de 2016.
A expectativa é que sejam gerados,
aproximadamente, 4.400 empregos
diretos e indiretos no pico das atividades. O conteúdo nacional contratual
previsto é de 65% a 71%.
A Wilson Sons Ultratug Offshore
realizou a cerimônia de batismo do
PSV (Platform Supply Vessel )4.500
Prion na sua base, em Niterói. O PSV
ficará à disposição da Petrobras pelos próximos oito anos. A embarcação, construída no estaleiro da Wilson Sons no Guarujá (SP), é a décima
sexta da frota de apoio ao mercado de
petróleo e gás da companhia.
O Prion tem 89,5 m de comprimento, 16 m de boca, calado de 6,2
m, além de 4.587 toneladas de porte
bruto e velocidade de 13 nós. O PSV
conta com tecnologia e projeto de
engenharia Damen e financiamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM), concedido por meio do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A
nova embarcação está entre as maio12
TN Petróleo 91
Foto: Divulgação Wilson Sons
Wilson Sons batiza PSV Prion
res embarcações da companhia e
possui sistema de carga híbrido para
granel líquido e sólido.
A Wilson Sons Ultratug Offshore
aguarda também a chegada do PSV
3.500 Mandrião, encomendada pela
Atlantic Offshore ao estaleiro Pacific Ocean Engineering & Trading
(POET), de Cingapura e contratada
pela South Patagonia Services com a
Petrobras por um período de quatro
anos. Até o final do ano, a Wilson
Sons Ultratug Offshore receberá
mais um PSV 4500 que está sendo
construído no estaleiro Wilson Sons,
o Alcatraz.
15. • Análises e testes em produtos;
• Inspeção;
• Consultoria;
• Gerenciamento;
• Supervisão;
• Fiscalização;
• Projetos;
• Auditoria;
• Pesquisa;
• Meio ambiente;
• Certificação
O engenheiro Luiz Alfredo Falcão Bauer foi pioneiro na difusão e emprego do controle tecnológico em
favor da melhoria da qualidade das obras da engenharia brasileira. Ele se tornou reconhecido nacional e
internacionalmente pelo empenho na busca contínua da qualidade tanto nas obras quanto nas indústrias
e nos serviços oferecidos à sociedade.
Ele começou a divulgar a necessidade do controle tecnológico numa fase em que a engenharia brasileira
passava a ser requisitada em quase todas as suas disciplinas por conta do crescimento do País. Em
função da carência de métodos e parâmetros que comprovassem a eficácia da engenharia, ele resolveu
dar forma a um ideal de empresa voltada para aquela direção. E, em 1953, era criado e colocado em
prática, com ação nos canteiros de obras, o primeiro laboratório da Falcão Bauer.
Hoje, o Grupo Falcão Bauer, resultado dos primeiros passos daquele notável pioneiro, possui mais
de dois mil profissionais atuando nas diversas áreas da engenharia. Sua sólida e moderna estrutura
constitui um dos mais avançados e reconhecidos centros tecnológicos do País.
Engenheiro Luiz Alfredo Falcão Bauer
“Para a que indústria da construção civil cresça, precisamos construir da maneira que
(In Memorian)
os nossos compradores em potencial desejam e imaginam. Para alcançar essa meta,
todos nós devemos fazer com qualidade e não esperar que ela aconteça.”
TN Petróleo 91
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16. hot news
Rio de Janeiro assina termo com
a Noruega para cluster subsea
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços,
Julio Bueno, assinou em setembro um termo de cooperação com a NCE (Norwegian
Centres of Expertise) Subsea – a associação do Cluster de Subsea da Noruega.
Foto: TN Petróleo
Da esquerda para a direita: Marcelo Vertis,
subsecretário estadual de Energia, Logística
e Desenvolvimento Industrial; Julio Bueno,
secretário estadual de Desenvolvimento
Econômico, Energia, Indústria e Serviços; Trond
Olsen, diretor do NCE Subsea; e Helle Klem,
cônsul-geral da Noruega no Rio.
O objetivo do acordo é a
utilização do know how do cluster
norueguês para auxiliar a estruturação do cluster subsea no Rio de
Janeiro. Pelo NCE Subsea, assinou
o convênio o diretor da associação,
Trond Olsen. Também participaram da assinatura, a cônsul-geral
da Noruega no Rio, Helle Klem e o
subsecretário estadual de Energia,
Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis.
De acordo com Vertis, o cluster de subsea Rio de Janeiro quer
atrair e apoiar o desenvolvimento
de fabricantes e subfornecedores
de equipamentos submarinos para
o Rio, que é responsável por mais
80% da produção de petróleo e gás
natural brasileiro.
“Este é um acordo de desenvolvimento de negócios que vai beneficiar ambos os países. Vamos procurar
buscar estabelecer um ambiente de
negócios que aproxime as empresas e
14
TN Petróleo 91
promova acordos de cooperação tecnológica para o segmento subsea, pois a
Noruega possui um grau de inovação
muito alto”, explica o subsecretário.
Segundo o executivo, atualmente,
a cadeia de fornecimento subsea no
país conta com cerca de 80 empresas,
entre as quais a FMC Technologies,
Aker Solutions, GE, Oil States e a norueguesa NOV Entretanto, isso deve
.
ser ampliado para atender o crescimento dos pedidos da indústria subsea, principalmente em função das
encomendas da Petrobras no mercado.
“Sendo muito otimista, podemos
prever que nos próximos cinco anos
a quantidade de empresas ligadas ao
segmento subsea pode quadruplicar
no estado do Rio de Janeiro”, afirma
Vertis. Hoje, no estado existem 35
empresas subsea (27 de serviços e
oito de produtos) instaladas, que empregam quase 1,2 mil funcionários.
Diante dessa demanda, Vertis indica a utilização de um distrito indus-
trial exclusivo para o segmento, o polo
Navipeças, que está sendo construído
em Caxias e está em fase de licenciamento ambiental. “Lá as empresas
poderão escoar com mais facilidade
a saída de produtos e equipamentos
destinados à exploração de óleo e gás
offshore, pois o polo fica às margens
da Baía de Guanabara”, reforça.
A modelagem do polo subsea
fluminense conta com a parceria
da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria
e Serviços (Sedeis), Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Instituto Brasileiro
de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(IBP), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro
(Sebrae-RJ) e Rio Negócios.
O desenvolvimento do espaço
físico e a disponibilização de infraestrutura e negociação de benefícios
tributários às empresas estão sendo
conduzidos pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de
Janeiro (Codin).
“Esse é o primeiro acordo assinado entre o governo do estado e
um organismo estrangeiro de desenvolvimento da indústria offshore. Mas pretendemos utilizar os
canais formais de contato (consulados) para estabelecer novos acordos de cooperação internacionais”,
conclui Vertis.
17. The Marshall Islands Registry
service and quality are within your reach
International Registries, (Brazil) Ltda.
in affiliation with the Marshall Islands Maritime & Corporate Administrators
tel: +55 21 2524 5218 | rio@register-iri.com
www.register-iri.com
TN Petróleo 91 15
18. hot news
Deloitte inaugura Centro de Excelência
de Petróleo e Gás no Rio de Janeiro
O lançamento do CoE ocorre
em uma conjuntura de novas perspectivas de mercado, com a retomada das rodadas de licitação para
blocos de exploração e produção no
país. Em outubro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) realizará a
1ª rodada de licitações do pré-sal,
área de Libra, a primeira no modelo
de partilha de produção. Já em novembro, a 12ª rodada de licitações
ofertará 240 blocos exploratórios em
terra, com foco no segmento de gás
convencional e não convencional.
“A indústria de óleo e gás representa 60% do faturamento das áreas
de consultoria da Deloitte no Rio de
Janeiro. O Brasil, por sua vez, concentra boa parte das expectativas
de desenvolvimento desse setor no
mundo”, afirma o líder do atendimento às organizações de Óleo e
Gás da Deloitte no Brasil, Carlos
Vivas (foto). “Estamos oferecendo
às empresas a experiência internacional que irá apoiá-los na obtenção
de fortes metas de crescimento, assim como servir de ponte para que
as empresas internacionais entendam o contexto brasileiro do ponto
de vista comercial, jurídico, legal e
tecnológico”, assegura.
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TN Petróleo 91
Foto: Divulgação
A Deloitte, empresa especializada em consultoria e auditoria, inaugurou no dia 17
de setembro, no Rio de Janeiro, o seu primeiro Centro de Excelência de Óleo &
Gás (CoE) da América Latina. Com investimentos de US$ 1 milhão, o CoE terá 120
profissionais de diversas especialidades, que atuarão sob um modelo multidisciplinar
para atender aos desafios das empresas do setor.
Abordagem multidisciplinar – Para
Vivas, o CoE se insere em uma estratégia da organização para atender as
empresas de toda a cadeia da indústria a partir de uma visão completa
de seus desafios. “Nosso Centro de
Excelência proporciona aos clientes
muito mais do que serviços de consultoria para responder a necessidades
específicas. Nossa proposta é reunir,
em um mesmo espaço físico, e com
instalações apropriadas, profissionais
com especializações diversas para
atender a indústria de óleo e gás com
soluções multidisciplinares e customizadas à realidade da empresa”,
afirma. Entre as soluções customizadas da Deloitte para o setor está a
avaliação de reservas de petróleo e de
estudos geológicos, por meio da área
de Resource Evaluation & Analysis.
Na liderança técnica das atividades do CoE está o diretor do Centro
de Excelência de Petróleo e Gás da
Deloitte no Brasil, Ricardo Savini.
Com mais de 26 anos de experiência
na indústria de petróleo em diversos
países – como Brasil, Venezuela, Argentina e Estados Unidos –, Savini
ocupou diferentes cargos de gestão
nas áreas de Exploração e Produção,
como gerente de Geologia & Geofísica, Reservatório, Serviços Técnicos,
Planejamento & Desenvolvimento de
Negócios e Operações. “Este é um
momento pouco comum na indústria
global. O Brasil tem como desafio
levar a produção de petróleo de 2 a
4 milhões de barris por dia nos próximos anos.
O rápido crescimento da produção aconteceu em outros lugares
do mundo ao longo do século XX
e ofereceu um enorme dinamismo
econômico”, comenta o diretor. “As
oportunidades foram grandes, e
regiões como os países do Mar do
Norte e a costa do Golfo do México
aproveitaram para estabelecer uma
diversificada rede de fornecedores
e fortalecer suas universidades e
centros de pesquisa para suportar
esse espetacular crescimento da
produção”, diz.
20. indicadores tn
Produção de aço bruto deve alcançar
34,5 milhões de toneladas em 2013
Assim como a produção, o
consumo aparente, resultado da
soma das vendas internas com
a importação por distribuidoras e consumidores, também foi
revisado para baixo, com volume
de 25,9 milhões de toneladas. Já
a importação e a exportação de
aço devem ficar
com uma queda
em torno de
13% este ano.
Mesmo assim,
o setor de aço
tem uma sobra
da capacidade
em relação à
demanda de 69%, o que é um
bom número em relação a outros
países. “Não há setor da indústria
brasileira que tenha essa sobra de
capacidade”, afirmou Marco Polo
de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
Segundo ele, o país vem
sofrendo uma perda de competitividade da indústria de transformação, por vários motivos,
mas principalmente com relação
ao volume excedente de aço no
mercado internacional, de 580 milhões de toneladas, da agressiva
participação chinesa no mercado
e também dos altos impostos no
mercado siderúrgico.
Com um mercado interno
andando de lado, Mello acha fundamental que se façam ações que
aumentem o consumo de materiais
feitos no Brasil. “O conteúdo nacional é fundamental para o crescimento do setor de aço”, afirmou.
As perspectivas do Instituto Aço
Brasil são de que o consumo apa18
TN Petróleo 91
Foto: Divulgação CSN
O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou uma revisão para baixo em suas previsões do
cenário da indústria do aço no Brasil para este ano. A instituição prevê que a produção de
aço bruto no país deve chegar a 34,5 milhões de toneladas, uma redução em relação aos
números anteriores, que eram de uma produção na casa dos 36,5 milhões de toneladas.
rente apresente uma alta de 3,8%
em 2014, alcançando o patamar de
27 milhões de toneladas.
Já o Sindisider (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras
de Produtos Siderúrgicos) fez um
levantamento no qual apontou que
as vendas de aços planos apresentaram alta de 11,2% em julho em
comparação ao mês anterior, totalizando 386,8 mil toneladas. Sobre
o mesmo período do ano passado,
quando foram comercializadas
342,1 mil toneladas, a elevação foi
de 13,1%. Os dados foram apurados
junto aos distribuidores associados
ao Inda (Instituto Nacional dos
Distribuidores de Aço).
As compras apresentaram
elevação de 6% em comparação
ao mês anterior, passando de
390,3 mil toneladas para 413,8 mil
toneladas em julho. No acumulado de janeiro a julho deste ano, as
vendas tiveram um leve incremento de 0,3% contra o primeiro
semestre de 2012, com volume
total de 2.530,8 mil toneladas. Em
relação às compras, houve um
acréscimo de 9,3%, contabilizando
2.717,6 mil toneladas ante 2.486,3
mil toneladas no ano passado.
“O volume de vendas foi superior à previsão do Sindisider
devido, dentre
outros fatores,
à presença de
três dias úteis a
mais em julho
em relação ao
calendário dos
meses anteriores”, explica
Carlos Jorge Loureiro, presidente da entidade.
Ainda de acordo com dados
do sindicato, a importação de
aço plano comum pelo mercado brasileiro encerrou julho
com alta de 109,4% em relação
ao mês anterior, totalizando
183,9 mil toneladas ante 87,8
mil toneladas. Entretanto, no
acumulado deste ano, houve
uma retração de 20% no volume
de produtos estrangeiros (806,2
mil toneladas). Para agosto,
as compras e vendas devem
permanecer estáveis, segundo
projeções do Inda.
22. indicadores tn
A balança comercial brasileira registrou novo superávit (exportações maiores do que importações)
na segunda semana de setembro, de
US$ 617 milhões. Com isso, o déficit
acumulado no ano voltou a cair – de
US$ 3,47 bilhões para US$ 2,85
bilhões. O superávit da segunda
semana foi resultado de exportações
de US$ 5,22 bilhões e importações
de US$ 4,61 bilhões. As vendas
externas de produtos básicos, ou
seja, sem valor agregado, foram as
principais responsáveis pelo resultado. Os dados foram divulgados pelo
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior.
As exportações de produtos
básicos tiveram elevação de 23,8%
na comparação com a primeira
semana de setembro, segundo o
critério da média diária. Os itens
que encabeçaram a alta foram
petróleo bruto, minérios de ferro e
cobre, milho e café. Na análise do
mês, comparando-se a média diária acumulada de setembro deste
ano com a do mesmo mês de 2012,
as vendas de não industrializados aumentaram 3,1%, por conta,
principalmente, de petróleo bruto,
farelo e grão de soja, carne bovina
Foto: TN Petróleo
Balança comercial melhora desempenho
e reduz déficit acumulado no ano
e minério de cobre. As vendas de
produtos de maior valor agregado
(manufaturados e semimanufaturados) caíram tanto na comparação
semanal quanto na mensal.
A elevação das vendas externas de petróleo pode apontar
um início de recuperação da
balança brasileira. Em função
de fatores como aumento da
demanda interna e parada programada para manutenção de
plataformas de petróleo, o Brasil
exportou menos e importou mais
o produto em 2013. A situação
provocou resultados deficitários
sucessivos na balança. No início
do mês, ao comentar os números
da balança de agosto, o secretá-
rio de Comércio Exterior, Daniel
Godinho, disse que o encerramento de 2013 com superávit
dependeria da retomada da
produção do combustível.
As importações também
apontaram uma mudança na
situação do petróleo. As compras
brasileiras de combustíveis e
lubrificantes, que estavam em
ascensão, caíram 5,7% nas duas
primeiras semanas de setembro
deste ano, ante o mesmo mês de
2012, de acordo com o critério
da média diária. No geral, as
aquisições do Brasil no exterior
registraram queda de 1,1% no
período, com média diária de
US$ 907,6 milhões.
PIB deve fechar 2013 em 2,35%
As instituições financeiras
pesquisadas pelo Banco Central (BC)
fizeram ajustes nas projeções para o
crescimento da economia. A estimativa para a expansão do Produto
Interno Bruto (PIB), soma de todos os
bens e serviços produzidos no país,
passou de 2,32% para 2,35%, este ano
e caiu de 2,30% para 2,28%, em 2014.
A estimativa para a expansão da
produção industrial caiu de 2,11%
para 2,10%, este ano, e segue em
3%, para 2014.
A projeção das instituições financeiras para a relação entre a dívida
20
TN Petróleo 91
líquida do setor público e o PIB segue
em 35%, este ano, e foi ajustada de
34,85% para 34,80%, no próximo ano.
Ainda de acordo com a pesquisa
do BC a instituições financeiras, o
dólar deve fechar este ano cotado a
R$ 2,36, a mesma estimativa da semana passada. Para 2014, a previsão
segue em R$ 2,40.
A estimativa para o superávit
comercial, saldo positivo de exportações menos importações, passou de
US$ 3 bilhões para US$ 2,5 bilhões,
este ano, e de US$ 8 bilhões para
US$ 10 bilhões, em 2014.
A previsão das instituições
financeiras para o saldo negativo
em transações correntes (registro
das transações de compra e venda
de mercadorias e serviços do
Brasil com o exterior) foi ajustada
de US$ 77 bilhões para US$ 78,00
bilhões este ano, e segue em US$
78,9 bilhões, em 2014.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos
que vão para o setor produtivo do
país) foi mantida em US$ 60 bilhões tanto para 2013 quanto para
o próximo ano.
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TN Petróleo 91
21
24. indicadores tn
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou
no dia 26 de agosto a lista com o
preço médio ponderado ao consumidor final dos principais combustíveis
utilizados pelo setor de transporte
no país, ou seja, gasolina, etanol e
diesel. Os valores deverão ser adotados a partir de 1º de setembro nos
estados e no Distrito Federal.
De acordo com a tabela do Conselho, o litro mais caro da gasolina é o
cobrado no Acre, R$ 3,25. Em seguida, vêm Rondônia (R$ 3,05), Amazonas e Tocantins (R$ 3,03). Os valores
mais baratos estão no Piauí (R$ 2,78),
Paraíba (R$ 2,80) e Pernambuco (R$
Foto: TN Petróleo
Preços dos combustíveis para setembro
2,81). Os únicos estados que não tiveram os preços divulgados foram
Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O Acre também está em primeiro
lugar no quesito ‘valor do diesel’,
que ficará em R$ 2,72, na média. O
topo da lista tem ainda os estados
de Roraima (R$ 2,56), Mato Grosso
(R$ 2,57) e Rondônia (R$ 2,51). Já
os motoristas do Mato Grosso do
Sul (R$ 2,20), Ceará (R$ 2,25), Maranhão e Rio Grande do Norte (R$
2,26) são os que mais economizam
na hora de abastecer com diesel.
Já o etanol tem Acre (R$ 2,63),
Roraima (R$ 2,55), Alagoas e Paraíba (R$ 2,47) como os estados com
valor mais elevado do combustível.
Os preços mais em conta são os
de Goiás (R$ 1,92), Mato Grosso
(R$ 1,96), Mato Grosso do Sul (R$
1,97) e Paraná (R$ 1,99).
Demanda mundial de petróleo deve crescer em 2014
Em relatório mensal, a Opep revisou para cima a sua previsão para a demanda mundial de petróleo para 2014, reflexo dos dados acima do esperado para a primeira metade deste ano, com sinais positivos nas economias de grandes países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
22
TN Petróleo 91
Produção de países-membros da Opep e não membros – set/11 a ago/13
32
31
30
29
28
27
Com o início dos trabalhos em Papa-Terra, que tem produção estimada para
começar em outubro, a Opep acredita que o
suprimento de petróleo no Brasil deva crescer
na segunda metade deste ano. O fornecimento de petróleo no Brasil, em bases trimestrais,
deve ficar em 2,54 mb/d, 2,58 mb/d, 2,67
mb/d e 2,67 mb/d, respectivamente.
Dados divulgados no último dia 12
de setembro pela Agência Internacional
de Energia (AIE) mostram que o Brasil
consumiu média de 3,043 milhões de
barris de petróleo em junho, 45 mil barris menos que a expectativa da entidade.
Por isso, a AIE reduziu a previsão de
Out 12
Jul 13
Nov 12
Ago 13
Ago 13
Maio 12
Set 13
Jun 12
Mai 12
Fev 13
Jun 12
Mar 13
Jul 13
Abr 12
Abr 12
Jan 13
Jan 12
Out 12
Fev 12
Nov 12
Mar 12
Dez
Nov 11
Ago 12
Dez 12
Set 11
Set 11
Jun 12
Out 12
Jul 11
Abr 12
Jul 11
Ago 11
Maio 12
Mar 12
Jun 11
Jan 12
Abr 11
Fev 11
Maio 12
Nov 11
Fev 11
Dez 11
Mar 11
26
Set 11
Dez 10
Out 11
Jan 11
De acordo com a entidade, a previsão
para 2013 é de que a demanda cresça 0,8
mb / d, mantendo os números anteriores
de 89,74 milhões de barris por dia, já em
2014, a demanda mundial de petróleo deverá crescer em 1,0 mb / d. Com relação
a oferta mundial de petróleo, os dados
preliminares da Opep mostram que ficou
em uma média de 89,94 mb / d em agosto,
diminuição de 0,43 mb / d em relação ao
mês anterior. Já o petróleo proveniente dos
países-membros da Opep alcançar 33,6%
de participação na oferta global.
Com relação ao consumo de petróleo
na América Latina, a Opep estima que
ficará em torno de 6,49 milhões de barris
por dia, um crescimento de 230 mil barris
em comparação ao registrado em 2012.
Segundo o relatório, a projeção
para o fornecimento de petróleo no
Brasil é de que haverá um pequeno
crescimento esse ano, podendo chegar
a 2,61 milhões de barris por dia, o que
representa uma revisão de 15 mil barris
em comparação com o último relatório
da entidade. A revisão para cima veio
muito devido aos números da produção de petróleo do país em julho, que
indicam crescimento.
crescimento da demanda por petróleo
no Brasil em 2013, que deve crescer
3,4% na comparação com o ano anterior,
contra uma previsão de 3,6%. Em relatório mensal, a AIE diz que o ritmo da
economia brasileira tem impedido uma
reação mais evidente do consumo dos
derivados de petróleo no país.
Para 2014, a AIE espera aumento da
demanda por petróleo de 3,14%, menos
que o esperado para 2013. Dessa forma,
a entidade prevê que o Brasil terminará
2013 com consumo médio de 3,088 milhões de barris e alcance 3,185 milhões
de barris no próximo ano.
25. MUITO ALÉM DA ENERGIA.
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MUITO ALÉM DO AÇO.
TN Petróleo 91
23
26. indicadores tn
A diretoria do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 207,7 milhões para
a construção de uma unidade de
produção de etanol de segunda
geração (2G) a partir da biomassa
da cana-de-açúcar. Será o primeiro
projeto no mundo que utilizará
tecnologias para conversão do bagaço e da palha da cana em escala
industrial totalmente integrada ao
processo de etanol convencional,
obtido a partir do caldo da cana-de-açúcar (1G).
O empreendimento ou vem
sendo no prazo de dois anos a
partir do segundo semestre de
2013 e os recursos serão desembolsados por meio do BNDES
PSI Projetos Transformadores e
da linha Investimentos Sociais.
Os empreendimentos apoiáveis
pelo programa são aqueles com
elevada capacidade tecnológica
e produtiva em setores de alta
intensidade de conhecimento e
engenharia, e que induzam encadeamentos e ganhos de produtividade e qualidade.
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural
DJ Oil & Gas (%)
Período de 02/2013 a 07/2013
12/julho
Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil
Fev
Mar
Abr
Bacia de Campos
1.562,5
1.480,4
1.532,4
Outras (offshore)
145,6
156,9
180,2
Total offshore
1.708,1
1.637,4
1.712,6
Total onshore
212,1
209,1
211,0
1.920,2
1.846,4
1.923,5
Total Brasil
Maio
Junho
Julho
1.523,5 1.565,0 1.479,1
165,0
208,7
208,3
1.688,5 1.773,7 1.687,4
203,3
204,9
200,1
1.891,8 1.978,6 1.887,5
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil
Fev
Mar
Abr
Bacia de Campos
24.459,2 24.021,2
24.892,4
24.721,9 24.407,1 23.385,3
Outras (offshore)
22.590,7
23.539,1
21.512,2
19.216,5 23.459,0 23.522,7
Total offshore
47.040,9
47.560,2
46.404,6
43.938,4 47.866,1 46.908,0
Total onshore
15.810,2
16.059,1
16.019,7
15.784,0 15.563,4 15.809,2
Total Brasil
62.860,1
63.619,4
62.424,2
59.722,4 63.429,6 62.717,1
Fev
Mar
Abr
Maio
Maio
Junho
Junho
Julho
Julho
149,1
147,9
146,8
144,3
144,1
116,7
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional
Exterior
15.764,1
15.547,2
15.241,8
15.128,3 15.419,0 15.617,7
Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)
Brasil+Exterior
2.557,4
2.485,9
2.552,5
2.500,8
2.612,4
24
TN Petróleo 91
0.40 0.63
Variação no período: 2.46%
bovespa (%)
12/julho
12/julho
-2.34 0.04
Variação no período: 15.43%
dólar comercial*
12/julho
16/setembro
2.266 2.284
2.490,5
euro comercial*
12/julho
16/setembro
2.96 3.04
Variação no período: 2.88%
(*) Inclui gás injetado.
(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
16/setembro
Variação no período: 0.80%
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional
Exterior
Foto: Unica
BNDES financiará primeira unidade de etanol
de segunda geração do mundo
Fonte: Petrobras
*Valor de venda, em R$
27. A nova unidade industrial será
construída na Usina Costa Pinto, em
Piracicaba (SP), e terá capacidade
anual de produção de etanol 2G de
40 milhões de litros. O empreendimento é de propriedade da Raízen
Energia, uma associação entre a
Cosan, grupo brasileiro de energia
e infraestrutura, e a Shell. O projeto
apoiado pelo BNDES possibilitará
maior produtividade por hectare de
cana plantado, contribuindo para a
redução da necessidade de expansão da área agrícola para a produção
de biocombustíveis.
Na nova usina, o processo produtivo de etanol 2G será integrado
ao processo de produção de etanol
1G e englobará as seguintes eta-
pas: pré-tratamento; hidrólise enzimática; fermentação; e purificação.
As duas últimas tecnologias já são
utilizadas em escala comercial na
produção do etanol de primeira geração, enquanto as duas primeiras
serão desenvolvidas com base nos
testes realizados por parceiros tecnológicos no Brasil e no exterior.
Outros apoios – Além desta
operação, o BNDES já aprovou
financiamento a quatro projetos
destinados ao desenvolvimento
de Etanol 2G, no valor total de R$
991 milhões, todos eles no âmbito
do Plano Conjunto BNDES-Finep
de Apoio à Inovação Tecnológica
Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico / PAISS .
ações ações ações ações ações ações ações ações ações
petrobras
12/julho
ON
16/setembro
-1,69
1,57
R$ 14,55
12/julho
PN
R$ 17,44
16/setembro
-2,34
1,77
R$ 15,43
R$ 18,45
VALE
12/julho
ON
12/julho
16/setembro
-0,30 PNA -1,74
R$ 29,84
“As últimas notícias de espionagem americana a Petrobras não
impedem nada realização do
leilão de Libra.”
Helder Queiroz, diretor da Agência Nacional
de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) 16/09/2013 - Valor Econômico.
“O Rio Grande do Sul hoje tem
um polo naval que mostra a capacidade e a força de uma política
que decidiu que era possível sim
produzir no Brasil.”
Dilma Rousseff, durante assinatura dos contratos para construção das plataformas P-75
e P-77 com o Consórcio RIG - 16/09/2013 Agência Petrobras.
“O Brasil era o mercado favorito
de todos. É fácil atirar pedras
agora, mas ninguém colocou uma
arma na cabeça de ninguém e
disse você tem que comprar.”
Will Landers, que cuida dos fundos de ações da
16/setembro
-1,58
FRASES
R$ 36,39
-1,74
R$ 27,06
OGX
R$ 33,08
América Latina da Black Rock, maior gestora
de recursos do mundo. 16/09/2013 - Dow Jones
Newswires.
“Estamos caminhando para
BRASKEM
12/julho
12/julho
16/setembro
ON -21,82
assistir ao fenômeno da energia
16/setembro
eólica também com o setor solar
-0,09
fotovoltaico nos próximos anos.”
-2,56 PNA -2,03
R$ 0,43
R$ 0,38
R$ 15,94
R$ 18,63
petróleo brent (US$)
12/julho
109.07
16/setembro
109.84
Variação no período: 2.41%
petróleo WTI (US$)
12/julho
106.17
16/setembro
105.36
Variação no período: 0.89%
Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de
Pesquisa Energética - 12/09/2013 - TN Petróleo.
“Não tenho a menor ideia
do que o governo americano
quer. O avanço tecnológico
não é um assunto exclusivamente brasileiro. Uma
das áreas de maior avanço
tecnológico fica no Golfo do
México, porque lá o mercado
é muito disputado.”
Wagner Freire, ex-diretor de exploração e
produção da Petrobras sobre a notícia de que a
estatal ter sido alvo de espionagem do governo
americano. 09/09/2013 - Valor Econômico.
TN Petróleo 91
25
28. entrevista exclusiva
Empreender
e inovar é preciso
por Beatriz Cardoso
Passar isso do discurso à
prática é o grande desafio
do Brasil, como nos
mostra Ozires Silva, expresidente da Embraer e da
Petrobras, duas das mais
importantes companhias
brasileiras, reconhecidas
internacionalmente por
sua capacidade inventiva.
“Continuo a acreditar que
o sucesso do Brasil, na
acirrada competição moderna
de nossos dias, somente
pode ser alcançado pela
constância dos esforços para
empreender e inovar”, afirma
o oficial da Aeronáutica e
engenheiro formado pelo
Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA), que aos
82 anos continua a trabalhar
todos os dias. Atualmente é
reitor da Unimonte, instituição
particular de ensino superior
localizada em Santos (SP).
26
TN Petróleo 91
Nesta entrevista exclusiva concedida à TN Petróleo, Ozires Silva, que
se tornou exemplo da capacidade empreendedora e inovadora dos engenheiros
brasileiros – inclusive na gestão de empresas –, fala dos fatores que restringem a inovação e, por consequência, a geração de patentes brasileiras. “Para
sairmos desse círculo de limitações, é preciso estimular os investimentos de
risco, pois eles que proporcionam fundos financeiros para encorajar pesquisadores ou inventores, os quais mais tarde serão professores ou alunos das
Universidades e, sobretudo, alcançarão as empresas produtoras.”
Para ele, o Brasil, por ser uma das sete maiores economias do mundo,
ainda precisa ganhar posições internacionais que sejam proporcionais à sua
dimensão. “Temos que manter nossa convicção de que o Brasil, um país continente, não pode continuar nos padrões atuais. Precisamos aumentar nossa
eficiência gerencial e produtiva e passar a ter presença em todos os países,
como vários outros estão conseguindo permear as expectativas de compras
dos seus cidadãos e dos consumidores internacionais.”
TN Petróleo – O senhor é um símbolo do empreendedorismo, apontado como
um visionário que acreditou na inventiva e na capacidade tecnológica brasileira,
coisa comprovada na criação da Embraer, hoje uma das mais importantes
empresas do país. Como foi criar algo inovador, empreender em um país
que sequer sabia o que era isso na década de 1970? Hoje seria mais fácil?
Ozires Silva – Não me julgo um símbolo do empreendedorismo. Ao contrário, a criação e o desenvolvimento da Embraer foi o resultado do trabalho de
uma competente equipe, embora inicialmente pequena, que pôde conquistar
um bom grau de confiança e apoio da Força Aérea Brasileira, dando como
resultado uma real cooperação entre a iniciativa privada e o Governo. Isso
acontece em muitos países em empreendimentos de longo prazo de maturação, técnica e tecnologicamente avançados, que precisam avançar sobre
novos conhecimentos e contar com muitos recursos humanos e financeiros,
que, não encontrando visão de apoio nos sistemas econômicos tradicionais,
podem encontrar caminhos de ruptura com o passado, com a cooperação
governamental e fazer nascer algo de novo.
Por que ainda é difícil empreender no Brasil? Qual é o grande desafio do
Brasil para se posicionar como um país empreendedor, se ele já se consagrou
em algumas áreas nas quais o peso da tecnologia é enorme, como aeronáu-
29. Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da Petrobras e reitor da Unimonte, SP
No mundo complexo
e de produtos sofisticados, no qual
vivemos, precisamos
de brasileiros bem
formados na educação básica e, sobretudo, com proficiência destacada no
Fotos: Divulgação
nível superior.
tica, óleo e gás, telecomunicação? O
nosso problema não é tecnologia, é
educação básica?
Temos um problema conjuntural,
ou de comportamentos, arraigado ao
longo de muitas décadas (ou séculos)
de posição inferiorizada – mais por
crenças do que por uma realidade de
vanguarda –, que leva os consumidores brasileiros, numa competição entre
produtos estrangeiros e nacionais, a
sempre darem suas preferências aos
importados. Sim, os nossos problemas
começam na precariedade da educação básica e isso extrapola para o
nível superior! No mundo complexo e
de produtos sofisticados, no qual já
vivemos, precisamos de brasileiros
bem formados na educação básica e,
sobretudo, com proficiência destacada
no nível superior, fundamental para
compreender e produzir os produtos
de alto valor agregado que vencem no
mundo contemporâneo.
Quando é citado o caso da Embraer,
e de sua consagrada vitória no campo
muito competitivo da indústria aeronáutica (produzindo e vencendo no
mercado mundial, com aviões entre
os mais complexos da atualidade),
pode-se facilmente constatar que
essa posição de destaque foi conseguida graças à criação, em 1950, do
ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos. Sem
ele, de alto nível, criado e mantido pelo
Comando da Aeronáutica Brasileira,
não se poderia falar da Embraer e de
seus sucessos.
São poucos os exemplos de empreendedorismo no Brasil. Por que isso
acontece? O que falta ao país para
ser mais empreendedor?
Segundo a já tradicional pesquisa mundial, realizada ano a ano pelo
Banco Mundial (www.doingbusiness.
com), e mesmo pela crença nacioTN Petróleo 91
27
30. entrevista exclusiva
nal, o cidadão brasileiro se destaca
pela sua criatividade e pela facilidade
com que absorve o novo, a novidade!
Faltam-nos os mecanismos financeiros de geração de capitais de risco
que ajudem os nossos inventores e
pesquisadores, tanto do setor privado
como do governamental, a vencer a
dura luta para produzir inicialmente
seus produtos e os levar ao mercado consumidor, tanto nacional como
internacional.
O mundo atual respeita os Estados
Unidos e classifica o país como o mais
criativo e dinâmico do mundo atual. E,
dentro dos Estados Unidos, o estado
da Califórnia destaca-se na criação e
na permanente perseguição da inovação. Se examinarmos e tentarmos
compreender o porquê das características fundamentais que justificam
esse destaque mundial, veremos que
os criativos inovadores norte-americanos dispõem de mecanismos que
minimizam seus riscos financeiros
pessoais ou estruturais, colocando-os em condições de competirem, não
apenas em seu mercado interno como
também no internacional.
A universidade é apontada como um
dos melhores ambientes para a disseminação da cultura do empreendedorismo e também da inovação.
Como reitor, o que o senhor sente
ainda faltar nas universidades para
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TN Petróleo 91
O Brasil inova razoavelmente, mas
não conta com os
mecanismos que
favoreçam nossos inventores,
pesquisadores
e investidores a
produzir competitivamente contra
produtos de
inovadores
estrangeiros.
que ela possa ter uma atuação mais
forte neste sentido? O que o senhor
sugere para reforçar esta vocação da
universidade?
Realmente as universidades contribuem muito para a cultura do empreendedorismo e da inovação, embora as líderes mundiais da criação e
da realização de produtos no mercado sejam as empresas. Todavia, elas
necessitam da cooperação das IES
(Instituições de Ensino Superior) para
ganhar as capacitações suplementares
ou complementares que necessitam
para conquistar o domínio tecnológico
dos seus produtos. O que nos diferencia intensamente dos resultados
norte-americanos é que, devido ao
nosso comportamento e ao das nossas
instituições em geral, temos poucas
marcas nacionais ou internacionais, e,
menos ainda, de empresas que foram
capazes de, direta ou indiretamente,
dominar a conquista da Propriedade
Intelectual de seus produtos, como é o
caso da Embraer – e de umas poucas
entidades produtivas nacionais.
No seu livro Cartas a um jovem empreendedor, o senhor fala dos cuidados
que o jovem deve ter para não desistir
de empreender. O que o senhor diria
não ao jovem, mas aos adultos, de
40, 50 anos, que ainda acreditam ser
possível empreender e se sentem desanimados pela idade? Afinal, o senhor
é o oposto disso, pois continua um
empreendedor aos 82 anos!
A natureza é sábia quando nos faz
a todos diferentes. Não existem duas
criaturas iguais e cada qual reage de
sua forma, segundo suas vocações e
do apoio da sociedade em que vive.
A criatividade e o desejo de empreender ocorrem em todas as idades,
isto é, entre os mais novos e os velhos. É claro que um empreendimento de sucesso nasce da experiência
do empreendedor, que adquire essa
experiência, errando! Claramente, os
mais idosos cometeram mais erros ao
longo de suas vidas e, assim, nota-se
que nas equipes de grande sucesso
mundial encontram-se pessoas das
mais diferentes idades. Se alguém
começa sua vida empreendendo, pode
se fascinar pelo processo de inovar e
ficar surpreendido com os resultados
conseguidos.
Portanto, é normal se desejar continuar e sempre tentar empreender
outra vez mais tarde. Pode ser isso
que tenha me acontecido. Não sei!
Mas, quando vejo os produtos que
estamos recebendo do mundo, em
particular dos países do hemisfério
Norte, mesmo de nações bem menores que o nosso Brasil, com etnias,
religiões e crenças diferentes entre
si (o que não se observa aqui), vejo
que tenho, como muitos outros, de
continuar a acreditar que o sucesso
do Brasil, na acirrada competição de
nossos dias, somente pode ser alcançado pela constância dos esforços
para empreender e inovar.
31. empreender e inovar é preciso
Quais as outras áreas em que o
Brasil tem se saído bem, tanto em
projetos empreendedores, como
em inovação?
Embora nossos números de sucessos mundiais na inovação não
sejam muitos, quando comparados
com países de sucesso, temos bons
casos a relatar. Pode-se colocar o
sucesso da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e
do seu impulso à nossa agricultura,
hoje modernizada e mundialmente
competitiva. Temos a WEG, de Jaraguá
do Sul (SC), que ganhou expressivas
vantagens competitivas nas áreas de
máquinas elétricas e de automação
industrial. Também a Marcopolo, hoje
líder mundial na exportação de ônibus.
E muitos outros casos, cuja divulgação
não tenha nos atingido.
Inovar é preciso, assim como navegar.
A geração de patentes tem aumentado, mas ainda estamos muito longe de
outros países. Por que o Brasil ainda
inova tão pouco? Gerar patentes não
é fundamental?
Como já mencionei, o Brasil inova
razoavelmente, mas não conta com os
mecanismos que favoreçam nossos inventores, pesquisadores e investidores
a produzir competitivamente contra
produtos de inovadores estrangeiros.
Acompanhamos de perto as reclamações empresariais, as quais, a despeito
dos clamores da sociedade produtiva,
as autoridades governamentais parecem distantes de aceitar que, sem um
ambiente que estimule a materialização
do processo criativo, não podemos
vencer no mercado mundial.
Não são poucos os pesquisadores
e empreendedores que têm morrido
antes de conseguir implantar os resultados do seu trabalho inovador.
De um lado, a descrença do consumidor típico nacional, em relação aos
produtos nacionais brasileiros e, de
outro, o peso da nossa burocracia e
a dos impostos – claramente, entre
os mais desencorajadores do mundo
– pesam muito na insuficiência dos
nossos resultados.
A Petrobras é a primeira geradora de
patentes no país, seguido de universidades e algumas empresas. O que é
possível fazer para aumentar, ampliar
a capacidade de geração de patentes
no meio universitário?
A patente surge em geral na empresa que, desejando proteger seus
produtos, procura patenteá-los. As
universidades não se sentem encorajadas para patentear um produto se
não encontra empresas que possam
assumir os riscos de produzi-los,
assegurando o natural retorno dos
investimentos. Assim, para sairmos
de verdadeiros círculos de limitações,
precisamos estimular os investimentos de risco, que proporcionem fundos
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32. entrevista exclusiva
financeiros para encorajar pesquisadores ou inventores, professores ou
alunos das universidades e, sobretudo,
que atinjam as empresas produtoras.
Não podemos nos esquecer de que
as tecnologias, métodos e processos industriais podem ter várias origens, mas
se materializam nas empresas produtivas. De qualquer forma, insistindo nesse
aspecto, já se notou que precisamos de
um sistema de apoio e que proporcione
os capitais de risco necessários, para
dar partida à colocação no mercado de
um produto inovador.
de algum modo e pode variar entre
os casos identificados.
Não diria que se trata de característica única do lado brasileiro, pois examinando casos semelhantes do mundo,
encontram-se inúmeras regiões que
se transformaram em consequência
de descobertas de recursos naturais
de interesse do sistema produtivo. Isso
aconteceu com minérios e mesmo com
o petróleo que transformou cidades
inteiras, colocando novos vetores para
o desenvolvimento da sociedade e de
produtos lançados no mercado.
A cultura da cooperação entre universidade e setor privado tem se consolidado em alguns setores, como o de
óleo e gás, química e farmoquímica,
tecnologia da informação, entre outros, para gerar inovação. No setor
de óleo e gás, em função dos desafios do desenvolvimento do pré-sal,
hoje a cooperação entre empresas,
centros de pesquisa e universidades
está ajudando a formar uma grande
rede temática do óleo e gás. Esse é
um modelo que o senhor considera
bem-sucedido e importante para o
futuro desta ou de outras indústrias?
O que consideraria uma característica
única nesse processo de parcerias no
mercado brasileiro?
Na atualidade, as inovações estão
sendo consideradas como as centelhas iniciais de grandes realizações.
E as inovações não surgem de uma
sociedade fechada e ausente. O sistema de criação de empreendimentos
não floresce a não ser que o ambiente
vivido na região seja favorável.
Assim, como colocado na pergunta, a cooperação entre todos
pode mudar o presente ou o futuro de uma cidade ou de uma
região. É o caso do pré-sal que
está surgindo, a partir de uma
descoberta, numa região, cujas
vocações locais não estimulam o
desenvolvimento da necessária
base criativa, produtiva e comercial. Isso precisa ser estimulado
O senhor acredita que a indústria brasileira de petróleo e gás, assim como
outros setores da sociedade, inclusive a universidade, terão condições
de aproveitar toda a oportunidade
proporcionada pelo pré-sal e tornar
o país, mais do que um produtor de
petróleo, mais inovador, um exportador de tecnologia?
Os desafios tecnológicos do
pré-sal são amplos e os conhecimentos técnicos para o seu aproveitamento não estão disponíveis
em todo o mundo. A profundidade
das lâminas d’água, e mesmo do
terreno sob o mar, são de sorte
a causar preocupações. Há especialistas que sugerem prudência
em relação às possibilidades de
recuperar o óleo do pré-sal, em
muitos dos sítios identificados nas
descobertas anunciadas.
Além dos problemas técnicos,
existem os econômicos. Se forem
materializadas as previsões atuais
de que os Estados Unidos, que hoje é
o maior consumidor, maior produtor
e maior importador de energia fóssil,
em breve serão autossuficientes, o
cenário econômico da indústria petrolífera facilmente se transformará,
podendo tornar não viáveis econômica e financeiramente a pesquisa e a
exploração de importantes áreas do
pré-sal, no que se refere aos sítios
mais distantes e de maior profundidade das reservas.
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TN Petróleo 91
O senhor foi presidente da Petrobras
de 1986 a 1989, período em que a empresa consolidou alguns marcos, como
por exemplo: alcançou a produção de
500 mil barris diários de petróleo;
descobriu os dois primeiros campos
gigantes Albacora (1984) e Marlim
(1985), na Bacia de Campos; lançou
o Procap (programa de capacitação
tecnológica para produção em águas
profundas e ultraprofundas); obteve
o recorde mundial em exploração e
produção em águas profundas, com a
perfuração de poços a mais de 1.200
m de profundidade d’água e produção a 400 m; descobriu Marlim Leste
(1987); iniciou da produção do campo do rio Urucu, no Alto Amazonas...
Quais foram os maiores desafios na
gestão da companhia, naquela época,
quando poucos acreditavam no potencial brasileiro para petróleo e gás?
Os desafios enfrentados naquela
época, sem dúvida, tiveram origem no
insuficiente apoio para que criações
das equipes técnicas da empresa pudessem encorajar iniciativas para o futuro, não somente na produção como
no importante campo da comercialização do petróleo e seus derivados.
Po r ex e m p l o , p e rs e g u i m o s
a ideia da criação da Petrobras
Overseas, uma tentativa de internacionalizar a companhia, abrindo possibilidades para que ela
passasse a ser uma integrante
do Grupo do passado das “Sete
Grandes”, na época também conhecidas como “As Sete Irmãs”,
as quais dominavam o mercado
mundial do óleo. A ideia foi muito
combatida, decretando a mortalidade da iniciativa, nem mesmo
chegando a ser iniciada.
Esse exemplo repete-se muito no
Brasil, pois temos a tendência de sempre acreditar no que acontece no hemisfério Norte, mas subestimamos todas
as iniciativas que nascem nas regiões
subdesenvolvidas do planeta, aonde nos
encontramos. Razão pela qual temos
poucas marcas e produtos no mundo,