2. R EGIONALIZAÇÃO MIDIÁTICA
Globalização x Regionalização
A globalização da comunicação
possibilitou a transposição de
fronteiras e, em contrapartida, o
apego das pessoas às suas raízes.
a busca do local se tornou uma
necessidade criada pelo global.
3. R EGIONALIZAÇÃO MIDIÁTICA
Mídia local
Possibilita ao grupo e região em que atua que se
intercomuniquem e se auto-identifiquem;
Fornece informações coerentes e adequadas às suas
necessidades e interesses da comunidade;
Estimula a formação de consciências críticas e revaloriza a cultura
local;
Criação de redes regionais, vinculadas a poderes políticos locais,
que retransmitem as grandes redes nacionais;
Valoriza o jornalismo local como uma forma de fortalecimento
dos pólos de poder.
4. R EGIONALIZAÇÃO MIDIÁTICA
Rádio
Desde a década de 70, no Brasil, tem caráter regional.
Uma das principais formas de comunicação regional, na
medida em que tem um alcance mais curto, está de certa
forma ligado ao contexto social, político e econômico de
uma região.
Grupo de mídia (Sérgio Caparelli e Venício Lima, 2004)
Oito grupos de mídia dominam a radiodifusão brasileira:
três grupos nacionais (Rede Globo, Bandeirantes e SBT) e
cinco regionais (RBS, na região Sul; Organizações Jaime
Câmara - OJC, no Centro-Oeste; Rede Amazônica de Rádio e
Televisão - RART, na Região Norte; Zahran, no Estado do
Mato Grosso; e Verdes Mares, no Nordeste).
5. R EGIONALIZAÇÃO MIDIÁTICA
A Rede Globo está em 99,84%, o equivalente a 5.043 municípios;
O SBT, em 98%;
A Bandeirantes, em 94%.
A RBS atinge 99,7% dos domicílios com TV dos Estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina;
As OJC, com a TV Anhanguera, atingem mais de 180 municípios
goianos, ou seja, 73,17% do Estado de Goiás;
A RART atua em cinco dos sete Estados da Região Norte,
equivalendo a 120 municípios, ou seja, 71,86% do Amazonas,
Roraima, Rondônia, Amapá e Acre;
O Grupo Zahran está em quase todos os 200 municípios dos Estados
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul;
O Grupo Verdes Mares, em 92% do Estado Ceará.
6. R EGIONALIZAÇÃO MIDIÁTICA
Mídia nacional/local: os conglomerados midiáticos
brasileiros nacionais têm relação direta com os
regionais, como é o caso da Rede Globo com afiliadas
em todo o país, retransmitindo sua programação.
Falta de autonomia: Muitas emissoras de televisão
regionais são meras repetidoras do sinal emitido pela
nacional;
Desafio de programação de qualidade, voltada para a
comunidade;
Aumento dos anunciantes nas regiões;
Desenvolvimento de oportunidades de negócios.
7. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Coronelismo: expressão definida por Victor Leal (1949) ,
referindo-se aos fazendeiros que recebiam a patente
militar no período imperial.
Na República Velha (1889-1930), estrutura de poder
baseada num sistema eleitoral que não previa a votação
secreta.
Voto de cabresto: com a dependência dos trabalhadores
rurais em relação aos coronéis e a possibilidade de
conferência dos votos.
Aliança dos coronéis municipais às oligarquias estaduais,
representadas principalmente pelos governadores, e estas
ao Governo Federal, numa intensa rede de favores.
8. C ORONELISMO ELETRÔNICO
O compadrio, a patronagem, o clientelismo, e o
patrimonialismo juntaram-se ao poder e influência do
rádio e a televisão.
Traços determinantes do atual poder oligárquico
nacional: a posse de estações de rádio e de televisão
por grupos familiares e pelas elites políticas locais ou
regionais.
Através dos meios de comunicação os antigos coronéis
políticos usam agora a propriedade de estações
geradoras e retransmissoras como forma de extensão
dos seus poderes.
9. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Rede Globo: principal grupo beneficiado pela política de
integração nacional do Regime Militar.
Relação de parceria, enquanto o Estado investia em infraestrutura para possibilitar a distribuição massiva de programação,
tornou-se uma espécie de porta-voz do regime militar.
Interesse político local: Relação de reciprocidade entre o maior
grupo de comunicações e o coronelismo eletrônico.
Entre 1985 e 1988, o então Presidente Sarney concedeu um
grande número de licenças de emissoras de rádio e TV para
empresas ligadas a parlamentares federais, os quais ajudaram a
aprovar a emenda que lhe deu 5 anos. Já na era Fernando
Henrique Cardoso, até setembro de 1996, foram autorizadas
1.848 licenças de RTV, repetidoras de televisão, sendo que 268
para entidades ou empresas controladas por 87 políticos, todos
favoráveis à emenda da reeleição.
10. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Clientelismo: entre os detentores do Poder Público
e os proprietários de canais de televisão.
Barreira à diversidade representativa que
caracterizaria uma televisão na qual o interesse
público deveria ser priorizado em relação aos
interesses particulares.
Parceria entre as redes de comunicações nacionais
e os chefes políticos locais torna possível uma
concentração casada de audiência e de influência
política.
11. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Distribuição de outorgas – TV aberta (fev/2005)
Rede Globo: cinco geradoras próprias, 96 geradoras
afiliadas, 19 retransmissoras próprias e 1.405
retransmissoras afiliadas;
Rede Bandeirantes: 10 geradoras próprias, 23 geradoras
afiliadas, 191 retransmissoras próprias e 234
retransmissoras afiliadas;
SBT: dez geradoras próprias, 37 geradoras afiliadas, 1749
retransmissoras próprias e 639 retransmissoras afiliadas;
Rede Record: 18 geradoras próprias, 18 geradoras afiliadas,
322 retransmissoras próprias e 216 retransmissoras
afiliadas.
12. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Grupos familiares (fev/2005)
Em sua maioria afiliados da Rede Globo,
praticamente dominam todo o cenário de televisão,
aberta ou por assinatura:
Família Câmara, em Goiás; Família, Coutinho, em
Minas Gerais e São Paulo; Grupo Zahram, no Mato
Grosso do Sul; Organizações Rômulo Maiorana, no
Pará; Famílias Lemanski e Cunha, no Paraná;
Famílias Sirotsky, na região sul, e Daou, em toda a
região norte do país; e família Magalhães, na Bahia.
13. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Rede Bahia
Domina todos os segmentos de comunicações no estado:
Seis geradoras de TV aberta e 311 retransmissoras do Estado,
todas afiliadas à Rede Globo a partir do episódio conhecido
como “CPI da NEC”; uma emissora de TV UHF;
Parte da única operadora de TV a cabo da capital, com outorga
também em Feira de Santana;
Parte de uma operadora de MMDS com outorgas na capital, em
três cidades do interior da Bahia e em Petrolina-PE, afiliadas à
franquia Net Brasil, também da Rede Globo;
Duas emissoras e uma rede de rádio FM; um selo fonográfico;
uma editora musical; um jornal diário; uma gráfica; e uma
empresa de conteúdo e entretenimento.
14. C ORONELISMO ELETRÔNICO
Concentrações familiares ou de apadrinhamento
entre os Estados da União:
Famílias Alves e Maia, no Rio Grande do Norte;
Afiliados de José Sarney, no Maranhão;
Família Jereisatti, no Ceará;
Grupo de empresas de comunicações de Mário
Petrelli, em Santa Catarina e no Paraná.