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FOTOJORNALISMO
II
Aula 2
Profa. Julia Dantas de Oliveira Penteado
FOTOJORNALISMO
COMO FERRAMENTA
IDEOLÓGICA
Mise-en-scène
■ Onde você coloca a câmera e o que você quer registrar com ela? No cinema:
– Locação
– Figurino e maquiagem
– Iluminação
– Atuação (experiência humana denotada)
Moonrise Kingdom (2012)
O cuidado incansável com a mise-en-scène deWes Anderson
Oscar Gustave Rejlander
TheTwo Ways Of Life (1957). Fotografia montada a partir de 30 negativos.
Oscar Gustave Rejlander
First I Lost My Pen And Now I’ve Lost
My Spectacles – humor na fotografia
A night on the streets of London.
Henry Peach Robinson
When the Day's Work is Done (1877) – Combinação de 6 negativos
Hippolyte Bayard
Autorretrato em que representa o próprio suicídio. 1840
E NO
FOTOJORNALISMO?
A mise-en-scène é, antes de tudo, um olhar sobre o mundo
Beco dos Bandidos (1890)-
Jacob A. Riis para o NewYork
Tribune. A série causou tanto
impacto que despertou um
movimento por melhores
condições de moradia para
os imigrantes.
MeninaTecedeira nos EUA (1911). Francis Hine
Crianças em mina de
carbono na
Pensilvânia/EUA (1911).
Francis Hine
Mudança no ato fotográfico
“O essencial é que, ao arrancar do mundo um pedaço de
espaço, o ato fotográfico faz dele um novo mundo (espaço
representado), cuja organização interna se elabora a
partir da própria forma gerada pelo recorte” (DUBOIS, P.)
Povo iraquiano derruba
estátua de Saddam Hussein
em 2003.
Só que não.
Susan Sontag e as fotos de guerra
(Diante da dor dos outros)
“Ao contrário de um relato escrito – que, conforme sua
complexidade de pensamento, de referências e de
vocabulário, é oferecido a um número maior ou menor
de leitores -, uma foto só tem uma língua e se destina
potencialmente a todos.”
Guerra da Criméia (1855) – Roger Fenton (UK)
Acampamento dos soldados britânicos. (1855) Roger Fenton
Guerra Civil
Americana.
Matthew Brady,
1862
REEKIE/1865 - Restos da Batalha de Cold Harbor fotografado por um auxiliar de Brady
Marilena Chauí - Ideologia
“Esse ocultamento da realidade social chama-se
ideologia. Por seu intermédio, os dominantes
legitimam as condições sociais de exploração e
dominação, fazendo com que pareçam
verdadeiras e justas”.
“Algo se torna real – para quem
está longe, acompanhando em
forma de ‘notícia’ – ao ser
fotografado. Mas, não raro, uma
catástrofe vivenciada se
assemelhará, de maneira
misteriosa, à sua representação.”
(Susan Sontag)
“Numa era sobrecarregada de
informação, a fotografia oferece um
modo rápido de apreender algo e uma
forma compacta de memorizá-lo. A foto
é como uma citação ou uma máxima ou
provérbio.”
(Sontag)
Ideologia
mercantilista:
caça às imagens
dramáticas e fotos de
dor
Ao relatar a morte em
massa, a fotografia
conquistou um patamar
de imediatismo e
autoridade maior do que
os relatos verbais
“Não há palavras para o horror”
Robert Capa: fotógrafos politicamente
engajados, centrados na guerra e nas
vítimas;
Escolha de pautas ideológica.
Diferentes usos ideológicos
da mesma foto:
- Dependem do contexto (legenda)
- Associação ao tema retratado na
foto
David Seymour (Chim)
Espanha (1936)
Execução dos Boxers em 1900. (Autor desconhecido)
Foto: OBJETIVIDADE + PONTO DEVISTA
Fotos menos elaboradas são tidas como mais autênticas.
Para um registro de algo evento ocorrido, a fotografia amadora pode
concorrer igualmente com uma foto feita por um profissional.
Fotos da Guerra doVietnã de Larry
Burrows publicadas na Life a partir de
1962 reforçaram o movimento
pacifista.
EXEMPLOS ATUAIS
Mise-en-scène e manipulação pré-foto:
Retórica persuasiva da publicidade
Tentativa de “vender” a matéria
Manipulação pré-fotográfica: carga
dramática; ênfase
Manipulação pós-
fotográfica:
“Em Basra, pânico
como tática de
Guerra”
Capa do Los
AngelesTimes,
março de 2003.
Qual é a diferença entre essas duas fotos?
(ou: um outro tipo de manipulação)
Fotos do 11 de setembro
Guerra do Iraque: as imagens dos iraquianos
não foram preservadas.
14/06/201313/06/2013
Fixação de personas.
“Os indivíduos não são colocados mais
no quadro de uma imagem pela sua
singularidade ou simplesmente porque
elas aí estão – eles e ninguém mais -, eles
são escolhidos por sua representatividade
estatística, sua conformidade com um
modelo de alteridade aceitável –
portanto, assimilável –, pelos cânones da
visão ocidental, publicitária, do mundo:
bastante “outros” para serem exóticos,
suficientemente “mesmos” para merecer
nosso interesse e suscitar nossa
compaixão.” (Edgar Roskis)
O olhar hegemônico
Levante suaVoz (2009). Pedro Ekman
Trabalho dos coletivos (visão
contra-hegemônica)
ONG Olhares do Morro
PRÓXIMA AULA:
IMPLICAÇÕES DA
PSICANÁLISE NA
FOTOGRAFIA
ETHOS, PATHOS E
LOGOS NA
FOTOGRAFIA
A Câmara Clara (Barthes)
A Estrutura Ausente (2001), Umberto Eco
Bresson
■ Algumas vezes acontece de o fotógrafo paralisar, atrasar, esperar para que a cena
aconteça. Outras vezes, há uma intuição de que todos os elementos da cena estão lá,
exceto por um pequeno detalhe. Mas que detalhe?Talvez alguém repentinamente
entrando no enquadramento do visor. O fotógrafo, então acompanha seu movimento
através do visor da câmera. Espera, espera e espera, até que finalmente aperta o
botão – e então sai com a sensação que captou algo (embora não saiba exatamente o
quê). Mais tarde, no laboratório, ele faz uma ampliação da foto e procura nela as
figuras geométricas que aparecem à análise e o fotógrafo se dá conta, então, de que a
foto foi feita no instante decisivo (CARTIER-BRESSON, 1952: 68).

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Fotojornalismo como ferramenta ideológica

Editor's Notes

  1. Na fotografia: os conteúdos do quadro e a maneira como eles são organizados “A encenação está por toda a parte, nada se pode imaginar sem ela.” (Jacques Aumont)
  2. Oscar Gustave Rejlander é considerado o pai da fotografia de arte. Ele usava elementos da mise-en-scène teatral nas fotos, por meio da composição de vários negativos.
  3. Uma das marcas de Oscar Gustave era o uso de humor e a forma como ele conseguia captar a verdade do ser humano em suas fotos. Seus retratos serviram de base para estudos de Darwin sobre o comportamento humano.
  4. Henry Peach Robinson era outro fotógrafo pictorialista que usava a combinação de vários negativos. Aqui, ele introduz várias técnicas de iluminação, figurin, maquiagem e cenografia.
  5. Este autorretrato de Hippolyte Bayard foi um verdadeiro ato cênico: ele o fez como um manifesto por ter sido ignorado pelo governo francês e não ter tido reconhecimento pelo invento da fotografia. Na foto, ele encena um suicida que se mata por afogamento (abandonado pelo governo francês e abandonado à própria sorte). A foto é um símbolo da morte da fotografia na fotografia para o próprio autor.
  6. “…com a primeira cobertura ‘fotojornalística’ de guerra nasce a censura prévia ao fotojornalismo” (SOUZA, 2000: 34)
  7. Fotos wtc
  8. Quando os fotógrafos passam a atender às demandas de mercado, qual é o viés ideológico? Como combinar essas duas questões?
  9. “Não há palavras para descrever o horror” Ano de 1945: libertação dos campos de concentração fotos de Yosuke Yamahata da incineração da população de Hiroshima e Nagasaki
  10. “Não há palavras para descrever o horror” Ano de 1945: libertação dos campos de concentração fotos de Yosuke Yamahata da incineração da população de Hiroshima e Nagasaki
  11. Em um primeiro momento, a foto foi usada como propaganda da represália das potências ocidentais à revolta dos Boxers. Hoje, as fotos são usadas para demonstrar o mal que as civilizações do ocidente causaram no povo chinês.
  12. Com a fotografia digital, fica difícil saber se a imagem foi manipulada.
  13. A reprodução do olhar hegemônico Por que se tratam diferentemente os outsiders dos estabelecidos? Existe uma tendência a se “naturalizar” posições que, pelo contrário, deveriam ter diferentes pontos de vista e suscitar o debate. Será que essa realidade tem perspectiva para que se mude?