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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
      CAMPUS DE TUBARÃO
      CURSO DE AGRONOMIA
      DISCIPLINA DE FRUTICULTURA




              ENXERTIA




PROF. CELSO LOPES DE ALBUQUERQUE JUNIOR




              Tubarão - SC
              Julho de 2009
RESUMO


A reprodução assexuada nos vegetais pode ocorrer por propagação vegetativa através
de caules, folhas ou raízes. Os mecanismos de desenvolvimento de novas plantas
podem ocorrer espontaneamente na natureza ou podem ser provocadas pelo homem,
principalmente para cultivo econômico de certas plantas. A enxertia é um método de
obtenção de novas plantas pelo processo assexuado de multiplicação vegetativa, com a
intervenção humana. A enxertia é a união dos tecidos de plantas, geralmente de
diferentes espécies, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (garfo) e
o porta-enxerto (cavalo). O garfo, cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir
os frutos da cultivar desejada. E o cavalo ou porta-enxerto é a parte de baixo, que vai
formar o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta,
fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições do solo, clima e
doenças. Essa técnica só é possível porque as células vegetais são totipotentes. Os
meristemas secundários iniciam uma grande produção de novas células através de
sucessivas mitoses, que posteriormente sofrerão diferenciação celular para a formação
de novos tecidos, ocasionando, assim, a união (soldadura) dos tecidos das partes
enxertadas. A enxertia pode ser realizada por vários métodos, sendo os mais comuns a
encostia, a borbulhia e a garfagem com suas variações. Essa técnica possui inúmeras
vantagens como, por exemplo, a união de várias características desejáveis em uma
única planta, a não necessdade de a planta passar pelo período de juvenilidade para
entrar em produção, a formação de plantas de menor porte e a garantia genética do
material. O painel terá como objetivo discutir os fatores morfofisiológicos relacionados
com a técnica da enxertia.




Palavras-chave: propagação, morfogênese, totipotência, incompatibilidade, conexão,
tecido vegetal, fenóis, garfo, borbulha.
1- INTRODUÇÃO


      Um dos principais fatores que garantem o sucesso da fruticultura, olericultura,
floricultura e a horticultura em geral é a qualidade das mudas utilizadas, pois, sabe-se
que a muda é a base da horticultura. A produção de uma boa muda depende de
cuidados especiais e novas tecnologias. Para produzirem mudas de plantas hortícolas
com eficiência e qualidade, deve-se dar importância a vários aspectos, desde a forma de
obtenção, a sanidade das plântulas e as técnicas de manejo antes do plantio definitivo.
      Existem várias formas de propagar plantas, que vão desde a propagação por
sementes, passando pelos métodos de propagação vegetativa, até a utilização da
biotecnologia com o uso da cultura de tecidos.
      A reprodução assexuada nos vegetais pode ocorrer por propagação vegetativa
através de caules, folhas ou raízes. Os mecanismos de desenvolvimento de novas
plantas podem ocorrer espontaneamente na natureza ou podem ser provocadas pelo
homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas.
      A enxertia é um método de obtenção de novas plantas pelo processo assexuado
de multiplicação vegetativa, com a intervenção humana. Consiste em transplantar uma
muda chamada cavaleiro ou enxerto, em outra planta denominada cavalo ou
porta-enxerto, provida de raízes. O cavalo e cavaleiro geralmente são de plantas da
mesma espécie ou de espécies próximas. A enxertia pode ser feita por vários métodos,
sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia, a garfagem com suas variações,
conforme a planta, pois cada espécie se adapta a um tipo. Dentre as vantagens da
técnica da enxertia pode-se destacar a seleção de plantas com raízes resistentes a
certas doenças e utilizá-las como cavalo, assim à reprodução vegetativa de espécies
sensíveis a essas doenças torna-se mais eficiente.
      Essa técnica só é permitida devido à grande capacidade de produção de novas
células nas regiões de união das plantas, e na totipotencialidade existente nessas
células vegetais. Essa característica faz com que as células, depois de sucessivas
mitoses, consigam diferenciar-se em células de tecidos e de vasos condutores,
perfazendo então uma completa união entre as partes envolvidas na enxertia.
2- HISTÓRICO

      A enxertia teve seu primeiro caso, provavelmente, por volta de 1.500 a.C. Entre
1.400 a 1.600 d.C. na época do Renascimento, encontraram-se diversos registros de
plantas enxertadas e, a partir do século XIX, já haviam centenas de técnicas descritas.
(ASSUMPÇÃO NETO, et al,2005).

      A utilização da enxertia em plantas lenhosas é conhecida pêlos chineses há três
mil anos, e Aristóteles (384-322 a.C.) em sua obra já faz referência à utilização dessa
prática na época do Império Romano (CAÑIZARES, et al., 2003).

      O período Renascentista (1350- 1600 D.C.) mostra uma renovação no interesse
das práticas de enxertia. Numerosas plantas novas vindas de países estrangeiros foram
importadas para jardins europeus e mantidas por enxertia. No século XVII, pomares da
Inglaterra foram plantados com árvores produzidas por borbulha e enxertia.

      No início do século XVIII foram iniciados estudos sobre a circulação da seiva nos
sistemas de enxertia. Duhamel considerou que o tempo de união do enxerto atua como
um tipo de filtro que muda a composição da seiva circulante através dele.

      Liberty Hyde Bailey, em seu trabalho publicado em 1821, descreveu e ilustrou os
métodos de enxertia e borbulhia, comumente utilizados nos USA e Europa na época. Os
métodos usados hoje, diferem daqueles descritos por Bailey (HARTMANN, et al., 1997).

      Os primeiros estudos de enxertia hortaliças no Brasil foram com trabalhos
relacionados à resistência/tolerância e doenças e efeitos na enxertia na qualidade e
produtividade (CAÑIZARES, et al., 2003).




3- VANTAGENS E IMPORTÂNCIA DA ENXERTIA

     Dentre as diversas vantagens que a enxertia nos apresenta, podemos considerar
as seguintes, segundo (CÉSAR, 1982):

      Pela enxertia, reduz-se o porte das plantas em geral, o que constitui considerável
      vantagem, notadamente em relação às árvores frutíferas de alto porte, de vez que,
      com isso, a colheita do produto torna-se mais fácil, assim como os tratos culturais
      relativos à poda e combate às pragas e moléstias, etc.
Pela enxertia, as plantas tornam-se mais produtivas, os produtos melhoram em
       qualidade gustativas, em aspecto, etc.

       Pela    enxertia     pode-se     transformar   plantas   estéreis   em   produtivas,
       inoculando-lhes ramos ou gemas frutíferas.

       Pela enxertia, consegue-se cultivar certas plantas em solos que lhe são
       completamente impróprios, como o caso da cultura da pereira enxertada sobre
       marmeleiro- em terras úmidas, assim como a do marmeleiro sobre o pilriteiro em
       solos pedregueiros.

       Assegurar as características da planta matriz (a nova planta produzirá flores e
       frutos igual ou melhor como a que deu origem);

       Assegurar a precocidade na frutificação (arvores frutíferas enxertadas produzem
       muito mais cedo do que aquelas cultivadas a partir de sementes, devido que a
       parte enxertada provém de um adulto que já está em sua fase reprodutiva);

       Maior ganho genético no melhoramento de plantas perenes propagadas
       vegetativamente: toda a variância genética pode ser aproveitada, incluindo a
       aditiva, dominante e epistática. A partir da obtenção de um genótipo superior,
       geralmente heterozigótico, estas características favoráveis seriam transmitidas
       vegetativamente para as gerações posteriores, resultando em ganho de seleção
       anual (GSa) maior do que as propagadas por sementes, devido a herdabilidade
       (h2) maior e ao número de gerações de seleção necessárias para obtenção de
       cultivares ser igual a 1,0 (DESTRO.et al, 1999).




4- ENXERTIA

       De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), o verbo enxertar, vem do latim
insertare, e significa inserir, introduzir.
       Para HARTMANN et al., (1997), a enxertia é uma forma de propagação
assexuada de vegetais superiores, na qual se colocam em contato duas porções de
tecido vegetal, de tal forma que se unam e, posteriormente, se desenvolvam, originando
uma nova planta.
       De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), enxertia é a operação que
consiste em se justapor um ramo ou fragmento de ramo com uma ou mais gemas sobre
outro vegetal, de modo que ambos se unam e passem a constituir um único indivíduo.
PAIVA & GOMES (1993), citam que o princípio fundamental da enxeria baseia-se na
faculdade que possuem as plantas de unirem suas partes, graças a atividade do câmbio
(tecido delgado situado entre o floema e o xilema e composto por células meristemáticas
capazes de se dividirem e formarem novas células).
         Segundo FACHINELLO et al. (2005), uma planta propagada por enxertia é
composta por duas partes: O porta-enxerto ou cavalo e o enxerto ou garfo.
         Para planta receptora (porta-enxerto) dá-se o nome de hipobioto, enquanto o
enxerto (órgão doado) é denominado epibioto (PAIVA & GOMES, 1993).
         O enxerto é a parte representada por um fragmento da planta, contendo uma ou
mais gemas, responsáveis pela formação da parte aérea da nova planta (FACHINELLO
et al., 2005).
         O porta-enxerto é responsável pela formação do sistema radicular (FACHINELLO
et al., 2005) e geralmente é representado por uma planta jovem, proveniente de
sementes ou de estaca, bastante rústica e resistente às pragas e moléstias (CÉSAR,
1968).

         Para (FACHINELLO, et al.,1994), a enxertia é uma forma de propagação
assexuada dos vegetais na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal,
de tal maneira que se unam e posteriormente se desenvolvam, originando em uma nova
planta.

         Ou ainda, constitui um dos processos de propagação dos vegetais superiores,
que consiste em se fazer fragmentos de uma planta- capaz de se desenvolver num
rebento ou broto- se solde em um a outra planta, de modo que o conjunto constitua um
único indivíduo vegetal em que ambas as partes que o compõem passem a viver em
auxílio mútuo ou recíproco, constituindo uma verdadeira dibiose. Daí os termos indivíduo
dibioto, tribioto, quando mais de 3, polibioto (CABEL, 2003).

         Hoje há algumas técnicas principais que são mais viáveis e fáceis de serem
realizadas, para a formação de mudas e para a substituição de copas, que são
empregadas dependendo a época do ano, tipo de espécie a ser utilizada e que
apresente um melhor resultado na parte cicatrizada.

         A enxertia consiste na justaposição do porta-enxerto ou "cavalo", responsável
pela formação do sistema radicular cujas funções são retirar os nutrientes do solo e
servir de suporte mecânico a planta, com o enxerto (gema ou garfo), que é responsável
por assegurar as funções de fotossíntese, transpiração, respiração e produção da
planta.

      Conforme (CAÑIZARES,et al, 2003), enxertar é unir duas porções de tecido
vegetal vivo, visando ao crescimento e desenvolvimento de uma única planta, e seu
sucesso é representado pela união morfológica e fisiológica dessas duas partes. Para tal
efeito, é fundamental que o câmbio do enxerto fique em contato estreito com o câmbio do
porta-enxerto. Entretanto, por várias razões, alguns elementos vasculares podem não
formar ou não iniciar atividade do câmbio vascular, levando ao fracasso desta.

      O tecido recém-cortado do enxerto com capacidade de atividade meristemática
se coloca em contato seguro e íntimo com o tecido similar, recém- cortado do porta-
enxerto, de forma que o câmbio de ambas as partes ficam em contato estreito. Um
conjunto de células externas da região do câmbio produz células de parênquima que
logo após se misturaram e se entrelaçam formando o tecido do calo. Nas combinações
da formação dos plasmodesmos secundários entra as células, próximo dos feixes
vasculares formados. Algumas células do calo se diferenciam em novas células do
câmbio, que produzem novo tecido vascular, xilema no interior e floema no exterior,
estabelecendo assim a conexão vascular entre enxerto e porta-enxerto. Com frequência,
no início da união, formam-se pontes entre feixes vasculares, e o câmbio só é restituído
completamente ao final da segunda semana. (CAÑIZARES, et al, 2003).
Figura 1: Corte transversal do tecido vegetal. Fonte: UFRJ.




5- CICATRIZAÇÃO

      O processo de Cicatrização da união do enxerto, segundo (CANIZARES, et al,
2003), pode ser resumido da seguinte maneira:

      Estabelecimento de um contato íntimo de uma extensão considerável na região
      do câmbio entre enxerto e porta- enxerto.

      Produção e entrelaçamento de células do parênquima (tecido do cavalo) pelo
      enxerto e porta- enxerto.

      Produção de um novo câmbio na ponte do calo.

      Formação de um novo xilema e floema a partir do novo câmbio vascular
      produzido na ponte do calo.
Figura 2: Processo de cicatrização da enxertia. Fonte: JACOMINO, 2008




Tabela 1- Processo de cicatrização da enxertia do tipo borbulhia em plantas cítricas.
6- ÉPOCA PARA REALIZAÇÃO DA ENXERTIA

      A época certa mais adequada para a realização da enxertia depende da biologia e
do tipo de enxerto a ser realizado. Para caducifólias, a época indicada é no inverno
enquanto para perenifólia, a primavera/verão são mais adequadas.

      A época propicia para a execução dos enxertos depende da técnica que vai ser
utilizada. Nos enxertos por borbulha a época mais indicada é quando a planta esta no
período de vegetação ativa, devido a grande quantidade de seiva que esta em circulação,
geralmente a casca se desloca facilmente do lenho tornando fácil a introdução da gema
sob a casca. Já nos enxertos por garfagem a época indicada para a execução é quando
a planta esta em repouso vegetativo, que geralmente ocorre no inverno. A técnica por
encostia pode ser executada durante todo o ano, sendo melhor ser utilizada nos meses
da primavera (ASSUMPÇAO, et al, 2005).




TABELA 2: Espécies, tipo de enxerto e época de realizada indicada para a enxertia.

          ESPÉCIE                 TIPO DE ENXERTO                    ÉPOCA
            Citrus                     Borbulhia                   Primavera

  Macieira, Videira, Pereira,          Garfagem                      Inverno
   Ameixeira, Caquizeiro e
       Nogueira pecan
        Pessegueiro                    Borbulhia                Primavera/Verão

         Abacateiro              Garfagem /Borbulhia           Outono/Primavera
         Mangueira                Garfagem/Borbulhia                 Inverno
         Marmeleiro               Garfgem/Borbulhia          Primavera/Final Inverno

        Jaboticabeira                 Gargfagem                      Outono

(Adaptado de MURAYAMA, 1980).




7- FATORES QUE INFLUENCIAM O PEGAMENTO DO ENXERTO

      É comum obter excelente porcentagem de sobrevivência de mudas por enxertia,
porém também é comum obter resultados desalentadores. O sucesso ou insucesso
estão relacionados estreitamente com diversos fatores que podem influenciar a
cicatrização da união do enxerto,(CANIZARES, et al,2003).

      Incompatibilidade da enxertia: Duas plantas são incompatíveis quando, por
motivos intrínsecos a elas, não são capazes de formar uma união perfeita,
impossibilitando o desenvolvimento normal da nova planta, (CABEL, 2003). Para uma
união eficiente o cavalo e cavaleiro, além de ser preparados e encaixados
adequadamente. Os enxertos não são feitos apenas entre plantas da mesma espécie,
como nas frutas que tem "caroço", ameixas, pêssegos, damasco, nectanna, cereja, que
podem ser enxertadas umas nas outras, mas não é possível enxertá-las numa macieira
ou num carvalho , (CÉSAR, 1982).

       Conforme FACHINELLO et al. (2005), a incompatibilidade pode ser dividida em
dois grupos:




a) Incompatibilidade Localizada.
       É aquela que surge em decorrência do contato entre enxerto e porta-enxerto,
geralmente apresentando uma união frágil e com interrupções nos tecidos vasculares e
no câmbio. Fazendo que haja diminuição na passagem de seiva do porta-enxerto para o
enxerto, e vice-versa. Essa incompatibilidade pode ser superada pelo uso de um enxerto
intermediário, que seja compatível com ambas as partes. Exemplos: Pera ‘Bartlett’
enxertada sobre marmeleiro; Laranja ‘Pera’ enxertada sobre P. trifoliata, limão rugoro e
limão Volkameriano; Vitis vinifera enxertada sobre Vitis rotundifolia.




Figura 3- Modo de ação da incompatibilidade localizada. Fonte: Biasi, 2009.
b) Incompatibilidade Translocada.

       Essa incompatibilidade causa degeneração do floema (casca), caracterizada pela
formação de uma linha escura ou de uma zona necrotica na região do córtex. Isso
dificulta o transporte de carboidratos, que se acumulam acima da região degenerada,
com conseqüente redução do teor abaixo dessa região. Esse tipo de incompatibilidade
não pode ser superado com o uso de um enxerto intermediário. Exemplos: Ex: - Pêssego
enxertado sobre ameixeira ‘Mariana’ - (Se enxertar ‘Mariana’ sobre pessegueiro é
compatível).




Figura 4- Modo de ação da incompatibilidade translocada. Fonte: Biasi, 2009.

       Os principais sintomas de incompatibilidade são:

       Falta de união entre as partes enxertadas, que pode induzir ao rompimento no
local de enxertia;

       Diferenças no crescimento ou no vigor das partes enxertadas e do porta- enxerto,
resultando em diferenças entre os diâmetros dos mesmos, com desenvolvimento
excessivo abaixo, acima ou no ponto de união;

       Diferença entre enxerto e porta- enxerto com relação ao início e final do período
vegetativo;

       Amarelecimento das folhas, seguido de desfolhamento precoce;

       Crescimento vegetativo reduzido;

       Morte prematura da copa enxertada;

       A capacidade de uma planta enxertada em outra em conseguir com êxito uma
união e desenvolver-se como uma planta única pode ser considerada como
compatibilidade. Por outro lado, a falta total ou parcial de sobrevivência de mudas
enxertadas pode ser atribuída à incompatibilidade, (CAÑIZARES, et al, 2003).

      De acordo com Hartmann et al. (1997), o conhecimento da relação entre
porta-enxerto e copa é vital para a produção de uma muda sem problemas de
compatibilidade, pois a incorreta escolha do porta-enxerto pode conduzir o insucesso da
enxertia, apresentando crescimento e qualidade reduzidos, tornando-se a causa
substancial do baixo rendimento.

      As peroxidases estão envolvidas em muitas reações metabólicas e processos
fisiológicos dos tecidos vegetais, influenciando o crescimento das plantas desde a fase
de germinação até sua senescência e nas respostas às condições de estresses
(PASSARDI et al., 2005). Essa enzima participa da síntese de lignina que é de
fundamental importância no desenvolvimento das plantas frutíferas e na compatibilidade
da enxertia (FLURKEY & JEN, 1978; MUSACCHI, 1994). Além disso, as peroxidases
atuam na biossíntese do etileno, na lignificação, além da destruição das auxinas, devido
ao fato dessas se apresentarem em muitas formas moleculares, participando de
diferentes reações bioquímicas (DENCHEVA & KLISURKA, 1982; PASSARDI et al.,
2005). Os compostos fenólicos regulam a síntese de Peroxidase, mais precisamente o
ácido p-cumárico, precursor da lignina, a qual por sua vez é a substância orgânica mais
abundante em plantas, que apresentam funções primárias e secundárias (TAIZ &
ZEIGER, 2004).




FIGURA 5- Rota metabólica da síntese de ligna. Fonte: ERREA, 1998.
FIGURA 6- Sintoma de incompatibilidade - Laranja doce com vírus da tristeza enxertada
sobre laranja azeda. Fonte: CLEMSON UNIVERSITY – USDA, 2008.




FIGURA 7- Exemplos de plantas com sintomas de incompatibilidade. Fonte: BIASI, 2009.
8- CONDIÇÕES AMBIENTAIS

      Temperatura: A temperatura durante e após a enxertia tem um grande efeito
sobre a produção do tecido do calo. A formação do calo é essencial para a cicatrização
da união do enxerto. Durante essa formação, nas hortaliças, é recomendado manter os
enxertos em torno dos 26° a 28° dependendo da es pécie, pois quanto mais próximo
                        C     C,
dessa temperatura ficarem as mudas em processo de enxertia, maior será a taxa de
formação de calo. Temperaturas inferiores a 15° ou superiores a 32° são prejudiciais.
                                              C                   C
Em temperaturas baixas, o desenvolvimento do calo é lento e escasso. Já em altas
temperaturas, ocorre atraso na formação do calo, chegando à morte quando a
temperatura ficar perto de 40° Após a enxertia, o ideal é manter as mudas numa
                             C.
temperatura entre 20° e 25° para solanánoas princi palmente nos primeiros três dias.
                          C
Porém, mudas recém enxertadas toleram temperaturas compreendidas entre 15°
                                                                         e
3ü°
  C,(CAÑlZARES, et al, 2003).

      Umidade: A umidade do ar durante e principalmente após a enxertia deve ser
cuidadosamente observada. Os enxertos devem ser mantidos em umidade relativa
elevada.

      Oxigênio:    Durante a divisão e alongamento das células, há uma intensa
atividade respiratória. O material utilizado para proteger o enxerto (fitas plásticas ou
outras) deverá permitir as trocas gasosas.

      Luminosidade: Se intensa pode causar dessecação rápida do enxerto.
Recomenda-:

se fazer enxertia em dias de baixa luminosidade, (CABEL, 2003).

      Vento: Pode provocar a ruptura do enxerto no ponto da união, além de acelerar o
processo de desidratação.




9- INFLUÊNCIA DO PORTA- ENXERTO

      Mudas usadas como porta-enxertos cultivadas a partir de sementes poderão
produzir árvores com tamanhos diferentes, pois são mudas com constituição genética
diferente, apresentando diferentes fenótipos no sistema radicular, influenciados pelo
ambiente; podem influenciar também no sabor dos frutos e no tempo de
amadurecimento. Plantas obtidas por enxertia de mudas produzidas a partir de estacas
enraizadas são mais precoces, pois tanto o cavaleiro como o porta-enxerto são partes de
plantas adultas e já passaram pela fase juvenil. Mudas de caramboleira obtidas através
da enxertia apresentam maior taxa de crescimento e, conseqüentemente, maior vigor.
Entretanto, as mudas obtidas por estaquia apresentam produção precoce de frutos,
(BASTOS, et ai, 2005).




10- SUPERFÍCIE DE CONTATO

         A pouca área de contato pode dificultar o movimento da água e dos nutrientes,
embora a região da enxertia tenha apresentado boa cicatrização no início do
crescimento. O êxito da enxertia está em fazer coincidir o câmbio do enxerto com o
câmbio do porta- enxerto para que as células do parênquima possam entrelaçar-se e
que a superfície de contato se mantenha limpa e livre de patógenos, (CAÑIZARES, et al,
2003).

         Técnica da enxertia e habilidade do enxertador

         Uma técnica mal utilizada muitas vezes pode causar problemas na cicatrização
do enxerto. O uso inadequado da técnica resulta em pequenas áreas de contato entre os
câmbios de enxerto e do porta- enxerto, cortes desuniformes, amarração errada ou
demorada, danos mecânicos na retirada da gema, desidratação dos ramos fornecedores
e ferramentas pouco afiada ou contaminadas, etc. (CABEL, 2003).

         Brotações no porta-enxerto

         Novos ramos podem surgir a partir do cavalo, produzindo ramos indesejáveis por
ser genotipicamente diferentes do clone da copa;enfraquecem a copa por desviarem
nutrientes da produção principal e podem até dominar esuperar a copa; devem ser
vistoriados periodicamente e eliminados (ASSUMPÇÃO et al,2005).
11- DESVANTAGENS DA ENXERTIA




      A enxertia, segundo alguns autores, é o melhor método de propagação, porém,
podem ocorrer alguns problemas, como:

      Incompatibilidade entre o porta- enxerto e enxerto; esta limitação determina a
      variedade e as espécies que podem ser enxertadas num determinado porta-
      enxerto;

      A união do enxerto pode ser extremamente frágil e sujeita a danos devido ao frio
      rigoroso ou a fortes ventos;

      Muitos portas- enxertos iniciam a brotação de ramos vigorosos que devem ser
      eliminados frequentemente para que não suplantem o vigor do porta- enxerto;

      Dificuldade no posicionamento dos tecidos: o câmbio é a porção de crescimento
      ativo do ramo e situa-se logo abaixo da casca. Estas camadas do câmbio, tanto
      no porta- enxerto devem posicionar-se de modo a ficarem absolutamente em
      correspondência uma com a outra;

      A necessidade de isolar o ponto de enxertia com fitas isolantes e ceras para evitar
      a perda de água e a penetração de patógenos e favorecer a manutenção de
      elevada temperatura.




12- TÉCNICAS DE ENXERTIA

   As técnicas da enxertia podem ser:




      Borbulhia ou enxerto de gema

      A borbulhia é o processo que consiste na justaposição de uma única gema sobre
um porta- enxerto enraizado, ( SIMÃO, 1998). A época de enxertia para esse tipo de
multiplicação, é de primavera- verão, quando os vegetais se encontram em plena
atividade vegetativa.
Os principais tipos de enxerto em bobulhia podem ser: T normal; T invertido; Janela
aberta; d) Janela fechada e em anel.

a) T normal

      Fende-se o cavalo com o canivete, no sentido transversal e, depois, no sentido
perpendicular, de modo a formar um T. O escudo ou gema é retirado, segurando-se o
ramo em posição invertida. Prende-se o escudo lateralmente ou pelo pecíolo, levanta-se
a casca com o dorso da lâmina e introduz-se a borbulha. Corta-se o excesso e amarra-se
de cima para baixo.




FIGURA 8- Esquema da borbulha em T normal. Fonte: JACOMINO, 2008.




b) T invertido

      Procede-se de modo semelhante ao anterior. Difere apenas na posição normal do
ramo para a retirada da borbulha e do modo de introduzir e amarrar. A colocação da
borbulha, bem como a amarração é feita de baixo para cima.

      Esse tipo apresenta a vantagem sobre o anterior, por evitar a penetração da água
e também por ser mais fácil de manejar.
FIGURA 9- Esquema da borbulha em T invertido. Fonte: JACOMINO, 2008.




c) Janela aberta

      São realizadas no porta- enxerto duas incisões transversais e duas longitudinais,
de modo a liberar a região a ser ocupada pela borbulha. A borbulha é retirada do garfo
praticando-se duas incisões transversais e duas longitudinais no ramo, de modo a obter
um escudo idêntica à parte retirada do cavalo. A borbulha é a seguir embutida no
retângulo vazio e deve ficar inteiramente em contato com os tecidos do cavalo. A seguir
o enxerto é amarrado.




d) Janela fechada

      O porta- enxerto recebe duas incisões transversais e uma vertical no centro. A
borbulha é obtida e maneira semelhante ao tipo anterior. Para assentá-la, levanta-se a
casca com canivete, introduz-se o escudo e a seguir recobre-se com a casca do cavalo.
O enxerto é completado fixando-se com amarrilho.
FIGURA 10- Esquema da borbulha em Janela. Fonte: JACOMINO, 2008




e) Em anel

      Para esse tipo de enxertia faz-se uma incisão circular quando o enxerto é no topo,
ou duas incisões circulares e uma vertical quando é no meio da haste, de modo a retirar
um anel.

      No garfo procede-se do mesmo modo, e a superfície deve ser idêntica à do cavalo,
para que haja contato entre as camadas cambiais. A seguir amarra-se.




FIGURA 11- Esquema da borbulha em anel. Fonte: JACOMINO, 2008.
13- FORÇAMENTO DO ENXERTO

         Para adiantar o desenvolvimento do enxerto, uma vez constatado seu pegamento,
faz-se a torção da haste um pouco acima do local da enxertia e curva-se o ramo para o
solo. A seiva, devido à curvatura, tende a reduzir sua velocidade e acumular-se na região
do enxerto, comunicando-lhe grande vigor. Por esse meio consegue-se em algumas
espécies adiantar o desenvolvimento de dois a três meses. Pode-se também forçar o
desenvolvimento do enxerto com incisões ou anelamento praticados na região abaixo
dele.




14- GARFAGEM

         A garfagem é o processo que consiste em soldar um pedaço de ramo destacado
(garfo) sobre outro vegetal (cavalo), de maneira a permitir seu desenvolvimento. A
garfagem difere da borbulhia, por possuir normalmente mais de uma gema, ( SIMÃO,
1998).

         A época normal para garfagem, para plantas de folhas caducas, se dá no período
de repouso vegetativo (inverno), e nas folhas persistentes, dependendo da espécie, na
primavera, no verão ou no outono.

Os principais tipos de garfagem são os seguintes: meia-fenda cheia; meia- fenda
esvaziada; fenda incrustada; fenda completa; dupla garfagem; inglês simples e inglês
complicado.

         Em todos os tipos citados, o porta- enxerto tem a sua parte superior decapitada. O
enxerto de garfagem é feito 20 cm, aproximadamente, acima do nível do solo ou abaixo
dele, na raiz, na região do coleto. A região do ramo podada com a tesoura é a seguir
alisada com o canivete. Para o sucesso da enxertia, é essencial que a região cambial do
garfo seja colocada em contato íntimo com a do cavalo.




a) Meia-fenda cheia

         Faz-se o cavalo numa fenda, no sentido do raio, até atingir a medula. A fenda
estende-se por 2 a 3 cm, no sentido do comprimento do cavalo. O garfo é preparado na
forma de bisel e introduzido na incisão. O bisel deve ter aproximadamente o mesmo
comprimento da incisão lateral.

b) Meia-fenda esvaziada

      A incisão do cavalo é semelhante ao anterior, dele diferindo por praticar duas
incisões convergentes, de modo a retirar uma cunha de madeira, esvaziando a incisão.
O garfo é preparado do mesmo modo que o anterior. É um tipo mais aconselhável para
espécie de lenho duro.




c) Fenda inscrustada

      Difere da anterior por não atingir a medula. É utilizada quando os garfos são de
pequeno diâmetro. O cavalo e o garfo são preparados à semelhança da meia-fenda
esvaziada.




FIGURA 12- Esquema da garfagem em fenda incrustada. Fonte: JACOMINO, 2008




d) Fenda completa

      Podado o cavalo, alisado o corte, faz-se com o canivete uma fenda perpendicular,
no sentido do diâmetro, até aprofundar-se 2 a 3 cm. A fenda completa pode ser cheia ou
esvaziada. O garfo, que deve ter o mesmo diâmetro do cavalo, é preparado na forma de
cunha e introduzido na fenda.
FIGURA 13- Esquema da garfagem em fenda completa. Fonte: JACOMINO, 2008




e) Dupla garfagem

      É utilizado quando o garfo é de diâmetro inferior ao raio do cavalo. Usam-se dois
garfos, cada um introduzido em uma das extremidades. O método é igual ao da fenda
completa.




FIGURA 14- Esquema da dupla garfagem. Fonte: JACOMINO, 2008
f) Inglês simples

       Para a prática desse tipo de enxerto, é necessário que o cavalo e o cavaleiro
apresentem o mesmo diâmetro. A operação é bastante fácil e consiste tão-somente no
corte em bisel do cavalo e no cavaleiro. Unem-se as partes e em seguir amarram-se.




FIGURA 15- Esquema da garfagem em ingles simples. Fonte: JACOMINO, 2008

g) Inglês Complicado

       A operação é semelhante ao inglês simples, mas, neste tipo, faz-se uma incisão
longitudinal em ambas as partes a unir. A incisão será feita no terço inferior do garfo, se
a do cavalo for feita no terço superior, para que haja perfeito encaixe entre as fendas.

       O inglês complicado dá ao enxerto maior penetração de uma parte sobre a outra,
e, portanto, maior fixação.
FIGURA 16- Esquema da garfagem em ingles complicado. Fonte: JACOMINO, 2008

15- ENCOSTIA

      Também chamada de enxertia de aproximação, consiste na união lateral de duas
plantas com sistemas radiculares independentes, de modo que o enxerto e o porta-
enxerto sejam mantidos por seus sistemas radiculares até que a união esteja
completamente formada.

      É     método mais simples de enxertia, porém é muito pouco utilizado
comercialmente, (TELLES, et ai, 2004).

      Os principais tipos de encostia podem ser resumidos em lateral e no topo. Tanto
lateralmente e no topo. Tanto lateralmente como no topo, a encostia pode ser simples ou
inglesa e inarching, (SIMÃO, 1998).

a) Lateral simples e inglesa

      Pratica-se no cavalo e no ramo-enxerto um entalhe, retirando-se parte do alburno.
Aproximam-se as duas partes, ajustando as superfícies. Fixam-se as partes com
amarrilhos, no caso da lateral simples.

      Na lateral inglesa, procede-se da mesma maneira, porém, sobre o entalhe do
cavalo e do cavaleiro, faz-se uma incisão oblíqua. Abre-se o entalhe, unindo-se as partes.
A seguir, amarra-se.
FIGURA 17- Esquema da encostia lateral. Fonte: JACOMINO, 2008




b) No topo

      Na encostia simples no topo, poda-se o cavalo a determinada altura e, com o
canivete, faz-se um corte em bisel em ambos os lados. O ramo- enxerto sofre uma
incisão oblíqua até o lenho. Encaixa-se sobre o bisel do cavalo e amarra-se.

      A inglesa é preparada do mesmo modo. Apenas recebe uma incisão a mais tanto
no cavalo como no cavaleiro, para que haja maior fixação.




FIGURA 18- Esquema da encostia inglesa e da utilização de prendedores de auxílio.
Fonte: JACOMINO, 2008
c) Inarching

      Inarching ou subenxertia vem a ser um tipo de encostia para revigorar uma planta
em decadência, devido à incompatibilidade entre cavalo e cavaleiro.

      O processo consiste em plantar, ao lado do tronco da árvore, uma muda que será
ligada a ela. No tronco, faz-se uma incisão e, no ápice da muda, um bisel. Ajusta-se a
região e fixa-se com um prego ou cravo de madeira.




FIGURA 19- Esquema da encostia Inarching ou subenxertia. Fonte: SIMÃO, 1998.




16- SOBREENXERTIA

      É a operação que tem por finalidade o aproveitamento de plantas já formadas,
com alteração da variedade copa. Seu emprego é indicado nos pomares de idade média
e sadios.

      Fazendo-se a sobreenxertia, ganha-se tempo, pois o porta- enxerto se encontra
perfeitamente estabelecido, e as produções se tornam mais precoces.

      Para proceder à sobreenxertia, poda-se a copa e deixam-se de quatro a cinco
pernadas, sobre as quais se fará a enxertia da variedade. (SIMÃO,1998).
FIGURA 20- Esquema da sobreenxertia. Fonte: (RIBAS & PAES, 2003).




17- MICRO- ENXERTIA

      Micro-enxertia: a micro-enxertia consiste de microenxertar um meristema, oriundo
de uma planta-matriz, sobre um porta-enxerto multiplicado in vitro. Esta técnica
possibilita a detecção precoce de incompatibilidade de espécies. (MONITA et ai, 2003).

      A microenxertia é executada através das seguintes ações: a obtenção do
porta-enxerto (obtido de uma semente germinada in vitro); a obtenção do microenxerto
ou ápice meristemático; execução da microenxertia; transplante da plântula enxertada.

      A microenxertia é uma técnica de enxertia "in vitro", em que se utiliza um ápice
caulinar como cavaleiro, em condições assépticas, contendo dois ou três primórdios
foliares excisado de uma planta matriz, sobre um porta-enxerto já estabelecido "in vitro".
Corta-se o porta-enxerto, decaptando-o e faz-se uma excisão em "T" invertido no seu
topo, onde é introduzido o microenxerto (PAZ, et al, 1998).

      O método foi desenvolvido para contornar o problema de dificuldade de
regeneração a partir de cultura de ápices caulinares em frutíferas e essências florestais.
Com a microenxertia é possível a produção de matrizes de fruteiras, com alta qualidade
fitossanitária e com características adultas, não se revertendo ao estado juvenil. Em
essências florestais a microenxertia em cascata permite a produção de propágulos
juvenis com alto potencial de regeneração.
FIGURA 21- Microenxertia de macieira (Malus spp.). A. Esquema da fenda simples da
microenxertia e atividade celular do processo de soldadura. Tecido meristemático,
presença de células indiferenciadas e células parenquimáticas B. Cunha formada pela
fenda da microenxertia. B1. Detalhe da produção de células vasculares jovens formadas
na interface do enxerto. C. Detalhe de células da copa penetrando no porta-enxerto. C1.
Direcionamento das células da copa na área de soldadura. Fonte: ABREU et al, 2003.
18- RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, M.F.; NUNES, J.C.O.; SANTOS, M.; PEDROTTI, E.L. Estudos histológicos
preliminares da microenxertia de plantas micropropagadas de macieira. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.25, n.1, p.195-196, 2003.
ASSUMPÇÃO, A.N., GUERRA, E.P., ENXERTIA, Trabalho apresentado na disciplina de
Morfogênese do curso de Pós- graduação em Agronomia- Produção Vegetal- UFPR,
Curitiba-PR, 2006, p.
BASTOS, Débora Costa, SCARPARE FILHO, João Alexio, PIO, Rafael et ai. Early
development of star fruit scion by grafting and cuttings. Revista Brasileira de
Fruticultura, Aug. 2005, vol.27, no.2, p.338-340.

BIASI, L, A. Slides da aula de produção de mudas – porta-enxerto. Programa de
pós-graduação em Produção Vegetal, UFPR, 2009.
CABEL, S.R., Enxertia na Morfogênese das Plantas Superiores, Trabalho
apresentado na disciplina de Morfogênese do curso de Pós- Graduação em Agronomia-
Produção Vegetal-UFPR Curitiba, 2003, p.
CAÑIZARES, K. A..L, SANTOS, H.S., GOTO,R.,Enxertia em Hortaliças, São Paulo-SP,
2003. p. 11,21-23,25-27.
CÉSAR, H.P., Manual Prático de Enxertia, São Paulo-SP, 1982. p.9-11.
DESTRO, Deonísio; MONTALVÁN, Ricardo (org.). Melhoramento genético de
plantas. Londrina: Ed. DEL, 1999. 749 p.
DENCHEVA, A.; KLISURKA, D. Interaction between peroxidase and IAA-oxidase in the
course of growth and differentiation of the plant cells. Physiologie Végetale, Paris, v. 20,
n. 3, p. 385-394, 1982.
FACHINELLO, J.C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL.J.C.;            KERSTEN.E. e
FORTES,G.R.L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. UFPEL-
Pelotas, 1994. p.179.
FACHINELLO, J.C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL.J.C. Propagação de plantas
frutíferas. EMBRAPA, 2005.
FLURKEY, W. H.; JEN, J. J. Peroxidase and polyphenol oxidase activities in developing
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HARTMANN, H.T.; KESTER, D.E.;DAVIES, Jr.F.T. e GENEVE.R.L.. Plant
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MURAYAMA, S. Propagação das Plantas. In: ____. Fruticultura. 3. ed. Campinas:
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1980.
MUSACCHI, S. Aspetti biochimici della disaffinità dnnesto. Rivista di Frutticoltura,
Bolonha, n. 3, p. 73-79, 1994.
OLIVEIRA, C.F. S., Enxertia na morfogêgese: Trabalho apresentado na disciplina de
Morfogêse de Plantas do curso de Pós- graduação em Agronomia-Produção Vegetal-
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PAIVA, H. N.; GOMES, J. M. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais. Viçosa,
MG: Universidade Federal de Viçosa. Imprensa Universitária. 1993. 40 p.
PASSARDI, F.; COSIO, C.; PENEL, C.; DUNAND, C. Peroxidase have more functions
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PAZ, Osvaldo Pereira da; PASQUAL, Moacir. Microenxertia. In: TORRES, A.C.,
CALDAS, L.S., BUSO, J.A. (org.) Cultura de tecidos e transformação genética de
plantas. Brasília: EMBRAPA. 1998. p.147-159.
RIBAS, K. C. Z.; PAES, E. G. B. Aspectos Gerais da Propagação Vegetativa por
Estaquia. UFPR. Universidade Federal do Paraná. 2003.         Disponível em
<http://www.sbfv.org.br>. Acesso em 18 de Abril de 2008.
SALIM, S., Tratado de Fruticultura. Piracicaba-Sp, 1998. p. 661-662.
SIMÃO, S. Tratado de fruticultura, Piracicaba: FEALQ, 1998. 760 p.: il.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p.
TELLES, C.A., FOWLER.J.A.P., AMARAL.W., Enxertia e Microenxertia, Trabalho
apresentado na disciplina de Propagação Vegetativa de Plantas do curso de Pós-
graduação em Agronomia-Produção Vegetal- UFPR, Curitiba-PR. p.14-15.
VIEIRA JÚNIOR, H. C. MELO, B. Reprodução de Fruteiras. Disponível em
http://www.fruticultura.iciag.ufu.brreproducao. Acesso em 18 de abril de 2008.
ZANETTE, F. Guia Prático de enxertia. Curitiba- PR, Edição: Vídeo par. Duração do
filme: 75 min. 2001.

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Enxertia de plantas

  • 1. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE TUBARÃO CURSO DE AGRONOMIA DISCIPLINA DE FRUTICULTURA ENXERTIA PROF. CELSO LOPES DE ALBUQUERQUE JUNIOR Tubarão - SC Julho de 2009
  • 2. RESUMO A reprodução assexuada nos vegetais pode ocorrer por propagação vegetativa através de caules, folhas ou raízes. Os mecanismos de desenvolvimento de novas plantas podem ocorrer espontaneamente na natureza ou podem ser provocadas pelo homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas. A enxertia é um método de obtenção de novas plantas pelo processo assexuado de multiplicação vegetativa, com a intervenção humana. A enxertia é a união dos tecidos de plantas, geralmente de diferentes espécies, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (garfo) e o porta-enxerto (cavalo). O garfo, cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir os frutos da cultivar desejada. E o cavalo ou porta-enxerto é a parte de baixo, que vai formar o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta, fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições do solo, clima e doenças. Essa técnica só é possível porque as células vegetais são totipotentes. Os meristemas secundários iniciam uma grande produção de novas células através de sucessivas mitoses, que posteriormente sofrerão diferenciação celular para a formação de novos tecidos, ocasionando, assim, a união (soldadura) dos tecidos das partes enxertadas. A enxertia pode ser realizada por vários métodos, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia e a garfagem com suas variações. Essa técnica possui inúmeras vantagens como, por exemplo, a união de várias características desejáveis em uma única planta, a não necessdade de a planta passar pelo período de juvenilidade para entrar em produção, a formação de plantas de menor porte e a garantia genética do material. O painel terá como objetivo discutir os fatores morfofisiológicos relacionados com a técnica da enxertia. Palavras-chave: propagação, morfogênese, totipotência, incompatibilidade, conexão, tecido vegetal, fenóis, garfo, borbulha.
  • 3. 1- INTRODUÇÃO Um dos principais fatores que garantem o sucesso da fruticultura, olericultura, floricultura e a horticultura em geral é a qualidade das mudas utilizadas, pois, sabe-se que a muda é a base da horticultura. A produção de uma boa muda depende de cuidados especiais e novas tecnologias. Para produzirem mudas de plantas hortícolas com eficiência e qualidade, deve-se dar importância a vários aspectos, desde a forma de obtenção, a sanidade das plântulas e as técnicas de manejo antes do plantio definitivo. Existem várias formas de propagar plantas, que vão desde a propagação por sementes, passando pelos métodos de propagação vegetativa, até a utilização da biotecnologia com o uso da cultura de tecidos. A reprodução assexuada nos vegetais pode ocorrer por propagação vegetativa através de caules, folhas ou raízes. Os mecanismos de desenvolvimento de novas plantas podem ocorrer espontaneamente na natureza ou podem ser provocadas pelo homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas. A enxertia é um método de obtenção de novas plantas pelo processo assexuado de multiplicação vegetativa, com a intervenção humana. Consiste em transplantar uma muda chamada cavaleiro ou enxerto, em outra planta denominada cavalo ou porta-enxerto, provida de raízes. O cavalo e cavaleiro geralmente são de plantas da mesma espécie ou de espécies próximas. A enxertia pode ser feita por vários métodos, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia, a garfagem com suas variações, conforme a planta, pois cada espécie se adapta a um tipo. Dentre as vantagens da técnica da enxertia pode-se destacar a seleção de plantas com raízes resistentes a certas doenças e utilizá-las como cavalo, assim à reprodução vegetativa de espécies sensíveis a essas doenças torna-se mais eficiente. Essa técnica só é permitida devido à grande capacidade de produção de novas células nas regiões de união das plantas, e na totipotencialidade existente nessas células vegetais. Essa característica faz com que as células, depois de sucessivas mitoses, consigam diferenciar-se em células de tecidos e de vasos condutores, perfazendo então uma completa união entre as partes envolvidas na enxertia.
  • 4. 2- HISTÓRICO A enxertia teve seu primeiro caso, provavelmente, por volta de 1.500 a.C. Entre 1.400 a 1.600 d.C. na época do Renascimento, encontraram-se diversos registros de plantas enxertadas e, a partir do século XIX, já haviam centenas de técnicas descritas. (ASSUMPÇÃO NETO, et al,2005). A utilização da enxertia em plantas lenhosas é conhecida pêlos chineses há três mil anos, e Aristóteles (384-322 a.C.) em sua obra já faz referência à utilização dessa prática na época do Império Romano (CAÑIZARES, et al., 2003). O período Renascentista (1350- 1600 D.C.) mostra uma renovação no interesse das práticas de enxertia. Numerosas plantas novas vindas de países estrangeiros foram importadas para jardins europeus e mantidas por enxertia. No século XVII, pomares da Inglaterra foram plantados com árvores produzidas por borbulha e enxertia. No início do século XVIII foram iniciados estudos sobre a circulação da seiva nos sistemas de enxertia. Duhamel considerou que o tempo de união do enxerto atua como um tipo de filtro que muda a composição da seiva circulante através dele. Liberty Hyde Bailey, em seu trabalho publicado em 1821, descreveu e ilustrou os métodos de enxertia e borbulhia, comumente utilizados nos USA e Europa na época. Os métodos usados hoje, diferem daqueles descritos por Bailey (HARTMANN, et al., 1997). Os primeiros estudos de enxertia hortaliças no Brasil foram com trabalhos relacionados à resistência/tolerância e doenças e efeitos na enxertia na qualidade e produtividade (CAÑIZARES, et al., 2003). 3- VANTAGENS E IMPORTÂNCIA DA ENXERTIA Dentre as diversas vantagens que a enxertia nos apresenta, podemos considerar as seguintes, segundo (CÉSAR, 1982): Pela enxertia, reduz-se o porte das plantas em geral, o que constitui considerável vantagem, notadamente em relação às árvores frutíferas de alto porte, de vez que, com isso, a colheita do produto torna-se mais fácil, assim como os tratos culturais relativos à poda e combate às pragas e moléstias, etc.
  • 5. Pela enxertia, as plantas tornam-se mais produtivas, os produtos melhoram em qualidade gustativas, em aspecto, etc. Pela enxertia pode-se transformar plantas estéreis em produtivas, inoculando-lhes ramos ou gemas frutíferas. Pela enxertia, consegue-se cultivar certas plantas em solos que lhe são completamente impróprios, como o caso da cultura da pereira enxertada sobre marmeleiro- em terras úmidas, assim como a do marmeleiro sobre o pilriteiro em solos pedregueiros. Assegurar as características da planta matriz (a nova planta produzirá flores e frutos igual ou melhor como a que deu origem); Assegurar a precocidade na frutificação (arvores frutíferas enxertadas produzem muito mais cedo do que aquelas cultivadas a partir de sementes, devido que a parte enxertada provém de um adulto que já está em sua fase reprodutiva); Maior ganho genético no melhoramento de plantas perenes propagadas vegetativamente: toda a variância genética pode ser aproveitada, incluindo a aditiva, dominante e epistática. A partir da obtenção de um genótipo superior, geralmente heterozigótico, estas características favoráveis seriam transmitidas vegetativamente para as gerações posteriores, resultando em ganho de seleção anual (GSa) maior do que as propagadas por sementes, devido a herdabilidade (h2) maior e ao número de gerações de seleção necessárias para obtenção de cultivares ser igual a 1,0 (DESTRO.et al, 1999). 4- ENXERTIA De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), o verbo enxertar, vem do latim insertare, e significa inserir, introduzir. Para HARTMANN et al., (1997), a enxertia é uma forma de propagação assexuada de vegetais superiores, na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal, de tal forma que se unam e, posteriormente, se desenvolvam, originando uma nova planta. De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), enxertia é a operação que
  • 6. consiste em se justapor um ramo ou fragmento de ramo com uma ou mais gemas sobre outro vegetal, de modo que ambos se unam e passem a constituir um único indivíduo. PAIVA & GOMES (1993), citam que o princípio fundamental da enxeria baseia-se na faculdade que possuem as plantas de unirem suas partes, graças a atividade do câmbio (tecido delgado situado entre o floema e o xilema e composto por células meristemáticas capazes de se dividirem e formarem novas células). Segundo FACHINELLO et al. (2005), uma planta propagada por enxertia é composta por duas partes: O porta-enxerto ou cavalo e o enxerto ou garfo. Para planta receptora (porta-enxerto) dá-se o nome de hipobioto, enquanto o enxerto (órgão doado) é denominado epibioto (PAIVA & GOMES, 1993). O enxerto é a parte representada por um fragmento da planta, contendo uma ou mais gemas, responsáveis pela formação da parte aérea da nova planta (FACHINELLO et al., 2005). O porta-enxerto é responsável pela formação do sistema radicular (FACHINELLO et al., 2005) e geralmente é representado por uma planta jovem, proveniente de sementes ou de estaca, bastante rústica e resistente às pragas e moléstias (CÉSAR, 1968). Para (FACHINELLO, et al.,1994), a enxertia é uma forma de propagação assexuada dos vegetais na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal, de tal maneira que se unam e posteriormente se desenvolvam, originando em uma nova planta. Ou ainda, constitui um dos processos de propagação dos vegetais superiores, que consiste em se fazer fragmentos de uma planta- capaz de se desenvolver num rebento ou broto- se solde em um a outra planta, de modo que o conjunto constitua um único indivíduo vegetal em que ambas as partes que o compõem passem a viver em auxílio mútuo ou recíproco, constituindo uma verdadeira dibiose. Daí os termos indivíduo dibioto, tribioto, quando mais de 3, polibioto (CABEL, 2003). Hoje há algumas técnicas principais que são mais viáveis e fáceis de serem realizadas, para a formação de mudas e para a substituição de copas, que são empregadas dependendo a época do ano, tipo de espécie a ser utilizada e que apresente um melhor resultado na parte cicatrizada. A enxertia consiste na justaposição do porta-enxerto ou "cavalo", responsável
  • 7. pela formação do sistema radicular cujas funções são retirar os nutrientes do solo e servir de suporte mecânico a planta, com o enxerto (gema ou garfo), que é responsável por assegurar as funções de fotossíntese, transpiração, respiração e produção da planta. Conforme (CAÑIZARES,et al, 2003), enxertar é unir duas porções de tecido vegetal vivo, visando ao crescimento e desenvolvimento de uma única planta, e seu sucesso é representado pela união morfológica e fisiológica dessas duas partes. Para tal efeito, é fundamental que o câmbio do enxerto fique em contato estreito com o câmbio do porta-enxerto. Entretanto, por várias razões, alguns elementos vasculares podem não formar ou não iniciar atividade do câmbio vascular, levando ao fracasso desta. O tecido recém-cortado do enxerto com capacidade de atividade meristemática se coloca em contato seguro e íntimo com o tecido similar, recém- cortado do porta- enxerto, de forma que o câmbio de ambas as partes ficam em contato estreito. Um conjunto de células externas da região do câmbio produz células de parênquima que logo após se misturaram e se entrelaçam formando o tecido do calo. Nas combinações da formação dos plasmodesmos secundários entra as células, próximo dos feixes vasculares formados. Algumas células do calo se diferenciam em novas células do câmbio, que produzem novo tecido vascular, xilema no interior e floema no exterior, estabelecendo assim a conexão vascular entre enxerto e porta-enxerto. Com frequência, no início da união, formam-se pontes entre feixes vasculares, e o câmbio só é restituído completamente ao final da segunda semana. (CAÑIZARES, et al, 2003).
  • 8. Figura 1: Corte transversal do tecido vegetal. Fonte: UFRJ. 5- CICATRIZAÇÃO O processo de Cicatrização da união do enxerto, segundo (CANIZARES, et al, 2003), pode ser resumido da seguinte maneira: Estabelecimento de um contato íntimo de uma extensão considerável na região do câmbio entre enxerto e porta- enxerto. Produção e entrelaçamento de células do parênquima (tecido do cavalo) pelo enxerto e porta- enxerto. Produção de um novo câmbio na ponte do calo. Formação de um novo xilema e floema a partir do novo câmbio vascular produzido na ponte do calo.
  • 9. Figura 2: Processo de cicatrização da enxertia. Fonte: JACOMINO, 2008 Tabela 1- Processo de cicatrização da enxertia do tipo borbulhia em plantas cítricas.
  • 10. 6- ÉPOCA PARA REALIZAÇÃO DA ENXERTIA A época certa mais adequada para a realização da enxertia depende da biologia e do tipo de enxerto a ser realizado. Para caducifólias, a época indicada é no inverno enquanto para perenifólia, a primavera/verão são mais adequadas. A época propicia para a execução dos enxertos depende da técnica que vai ser utilizada. Nos enxertos por borbulha a época mais indicada é quando a planta esta no período de vegetação ativa, devido a grande quantidade de seiva que esta em circulação, geralmente a casca se desloca facilmente do lenho tornando fácil a introdução da gema sob a casca. Já nos enxertos por garfagem a época indicada para a execução é quando a planta esta em repouso vegetativo, que geralmente ocorre no inverno. A técnica por encostia pode ser executada durante todo o ano, sendo melhor ser utilizada nos meses da primavera (ASSUMPÇAO, et al, 2005). TABELA 2: Espécies, tipo de enxerto e época de realizada indicada para a enxertia. ESPÉCIE TIPO DE ENXERTO ÉPOCA Citrus Borbulhia Primavera Macieira, Videira, Pereira, Garfagem Inverno Ameixeira, Caquizeiro e Nogueira pecan Pessegueiro Borbulhia Primavera/Verão Abacateiro Garfagem /Borbulhia Outono/Primavera Mangueira Garfagem/Borbulhia Inverno Marmeleiro Garfgem/Borbulhia Primavera/Final Inverno Jaboticabeira Gargfagem Outono (Adaptado de MURAYAMA, 1980). 7- FATORES QUE INFLUENCIAM O PEGAMENTO DO ENXERTO É comum obter excelente porcentagem de sobrevivência de mudas por enxertia, porém também é comum obter resultados desalentadores. O sucesso ou insucesso
  • 11. estão relacionados estreitamente com diversos fatores que podem influenciar a cicatrização da união do enxerto,(CANIZARES, et al,2003). Incompatibilidade da enxertia: Duas plantas são incompatíveis quando, por motivos intrínsecos a elas, não são capazes de formar uma união perfeita, impossibilitando o desenvolvimento normal da nova planta, (CABEL, 2003). Para uma união eficiente o cavalo e cavaleiro, além de ser preparados e encaixados adequadamente. Os enxertos não são feitos apenas entre plantas da mesma espécie, como nas frutas que tem "caroço", ameixas, pêssegos, damasco, nectanna, cereja, que podem ser enxertadas umas nas outras, mas não é possível enxertá-las numa macieira ou num carvalho , (CÉSAR, 1982). Conforme FACHINELLO et al. (2005), a incompatibilidade pode ser dividida em dois grupos: a) Incompatibilidade Localizada. É aquela que surge em decorrência do contato entre enxerto e porta-enxerto, geralmente apresentando uma união frágil e com interrupções nos tecidos vasculares e no câmbio. Fazendo que haja diminuição na passagem de seiva do porta-enxerto para o enxerto, e vice-versa. Essa incompatibilidade pode ser superada pelo uso de um enxerto intermediário, que seja compatível com ambas as partes. Exemplos: Pera ‘Bartlett’ enxertada sobre marmeleiro; Laranja ‘Pera’ enxertada sobre P. trifoliata, limão rugoro e limão Volkameriano; Vitis vinifera enxertada sobre Vitis rotundifolia. Figura 3- Modo de ação da incompatibilidade localizada. Fonte: Biasi, 2009.
  • 12. b) Incompatibilidade Translocada. Essa incompatibilidade causa degeneração do floema (casca), caracterizada pela formação de uma linha escura ou de uma zona necrotica na região do córtex. Isso dificulta o transporte de carboidratos, que se acumulam acima da região degenerada, com conseqüente redução do teor abaixo dessa região. Esse tipo de incompatibilidade não pode ser superado com o uso de um enxerto intermediário. Exemplos: Ex: - Pêssego enxertado sobre ameixeira ‘Mariana’ - (Se enxertar ‘Mariana’ sobre pessegueiro é compatível). Figura 4- Modo de ação da incompatibilidade translocada. Fonte: Biasi, 2009. Os principais sintomas de incompatibilidade são: Falta de união entre as partes enxertadas, que pode induzir ao rompimento no local de enxertia; Diferenças no crescimento ou no vigor das partes enxertadas e do porta- enxerto, resultando em diferenças entre os diâmetros dos mesmos, com desenvolvimento excessivo abaixo, acima ou no ponto de união; Diferença entre enxerto e porta- enxerto com relação ao início e final do período vegetativo; Amarelecimento das folhas, seguido de desfolhamento precoce; Crescimento vegetativo reduzido; Morte prematura da copa enxertada; A capacidade de uma planta enxertada em outra em conseguir com êxito uma união e desenvolver-se como uma planta única pode ser considerada como compatibilidade. Por outro lado, a falta total ou parcial de sobrevivência de mudas
  • 13. enxertadas pode ser atribuída à incompatibilidade, (CAÑIZARES, et al, 2003). De acordo com Hartmann et al. (1997), o conhecimento da relação entre porta-enxerto e copa é vital para a produção de uma muda sem problemas de compatibilidade, pois a incorreta escolha do porta-enxerto pode conduzir o insucesso da enxertia, apresentando crescimento e qualidade reduzidos, tornando-se a causa substancial do baixo rendimento. As peroxidases estão envolvidas em muitas reações metabólicas e processos fisiológicos dos tecidos vegetais, influenciando o crescimento das plantas desde a fase de germinação até sua senescência e nas respostas às condições de estresses (PASSARDI et al., 2005). Essa enzima participa da síntese de lignina que é de fundamental importância no desenvolvimento das plantas frutíferas e na compatibilidade da enxertia (FLURKEY & JEN, 1978; MUSACCHI, 1994). Além disso, as peroxidases atuam na biossíntese do etileno, na lignificação, além da destruição das auxinas, devido ao fato dessas se apresentarem em muitas formas moleculares, participando de diferentes reações bioquímicas (DENCHEVA & KLISURKA, 1982; PASSARDI et al., 2005). Os compostos fenólicos regulam a síntese de Peroxidase, mais precisamente o ácido p-cumárico, precursor da lignina, a qual por sua vez é a substância orgânica mais abundante em plantas, que apresentam funções primárias e secundárias (TAIZ & ZEIGER, 2004). FIGURA 5- Rota metabólica da síntese de ligna. Fonte: ERREA, 1998.
  • 14. FIGURA 6- Sintoma de incompatibilidade - Laranja doce com vírus da tristeza enxertada sobre laranja azeda. Fonte: CLEMSON UNIVERSITY – USDA, 2008. FIGURA 7- Exemplos de plantas com sintomas de incompatibilidade. Fonte: BIASI, 2009.
  • 15. 8- CONDIÇÕES AMBIENTAIS Temperatura: A temperatura durante e após a enxertia tem um grande efeito sobre a produção do tecido do calo. A formação do calo é essencial para a cicatrização da união do enxerto. Durante essa formação, nas hortaliças, é recomendado manter os enxertos em torno dos 26° a 28° dependendo da es pécie, pois quanto mais próximo C C, dessa temperatura ficarem as mudas em processo de enxertia, maior será a taxa de formação de calo. Temperaturas inferiores a 15° ou superiores a 32° são prejudiciais. C C Em temperaturas baixas, o desenvolvimento do calo é lento e escasso. Já em altas temperaturas, ocorre atraso na formação do calo, chegando à morte quando a temperatura ficar perto de 40° Após a enxertia, o ideal é manter as mudas numa C. temperatura entre 20° e 25° para solanánoas princi palmente nos primeiros três dias. C Porém, mudas recém enxertadas toleram temperaturas compreendidas entre 15° e 3ü° C,(CAÑlZARES, et al, 2003). Umidade: A umidade do ar durante e principalmente após a enxertia deve ser cuidadosamente observada. Os enxertos devem ser mantidos em umidade relativa elevada. Oxigênio: Durante a divisão e alongamento das células, há uma intensa atividade respiratória. O material utilizado para proteger o enxerto (fitas plásticas ou outras) deverá permitir as trocas gasosas. Luminosidade: Se intensa pode causar dessecação rápida do enxerto. Recomenda-: se fazer enxertia em dias de baixa luminosidade, (CABEL, 2003). Vento: Pode provocar a ruptura do enxerto no ponto da união, além de acelerar o processo de desidratação. 9- INFLUÊNCIA DO PORTA- ENXERTO Mudas usadas como porta-enxertos cultivadas a partir de sementes poderão produzir árvores com tamanhos diferentes, pois são mudas com constituição genética diferente, apresentando diferentes fenótipos no sistema radicular, influenciados pelo
  • 16. ambiente; podem influenciar também no sabor dos frutos e no tempo de amadurecimento. Plantas obtidas por enxertia de mudas produzidas a partir de estacas enraizadas são mais precoces, pois tanto o cavaleiro como o porta-enxerto são partes de plantas adultas e já passaram pela fase juvenil. Mudas de caramboleira obtidas através da enxertia apresentam maior taxa de crescimento e, conseqüentemente, maior vigor. Entretanto, as mudas obtidas por estaquia apresentam produção precoce de frutos, (BASTOS, et ai, 2005). 10- SUPERFÍCIE DE CONTATO A pouca área de contato pode dificultar o movimento da água e dos nutrientes, embora a região da enxertia tenha apresentado boa cicatrização no início do crescimento. O êxito da enxertia está em fazer coincidir o câmbio do enxerto com o câmbio do porta- enxerto para que as células do parênquima possam entrelaçar-se e que a superfície de contato se mantenha limpa e livre de patógenos, (CAÑIZARES, et al, 2003). Técnica da enxertia e habilidade do enxertador Uma técnica mal utilizada muitas vezes pode causar problemas na cicatrização do enxerto. O uso inadequado da técnica resulta em pequenas áreas de contato entre os câmbios de enxerto e do porta- enxerto, cortes desuniformes, amarração errada ou demorada, danos mecânicos na retirada da gema, desidratação dos ramos fornecedores e ferramentas pouco afiada ou contaminadas, etc. (CABEL, 2003). Brotações no porta-enxerto Novos ramos podem surgir a partir do cavalo, produzindo ramos indesejáveis por ser genotipicamente diferentes do clone da copa;enfraquecem a copa por desviarem nutrientes da produção principal e podem até dominar esuperar a copa; devem ser vistoriados periodicamente e eliminados (ASSUMPÇÃO et al,2005).
  • 17. 11- DESVANTAGENS DA ENXERTIA A enxertia, segundo alguns autores, é o melhor método de propagação, porém, podem ocorrer alguns problemas, como: Incompatibilidade entre o porta- enxerto e enxerto; esta limitação determina a variedade e as espécies que podem ser enxertadas num determinado porta- enxerto; A união do enxerto pode ser extremamente frágil e sujeita a danos devido ao frio rigoroso ou a fortes ventos; Muitos portas- enxertos iniciam a brotação de ramos vigorosos que devem ser eliminados frequentemente para que não suplantem o vigor do porta- enxerto; Dificuldade no posicionamento dos tecidos: o câmbio é a porção de crescimento ativo do ramo e situa-se logo abaixo da casca. Estas camadas do câmbio, tanto no porta- enxerto devem posicionar-se de modo a ficarem absolutamente em correspondência uma com a outra; A necessidade de isolar o ponto de enxertia com fitas isolantes e ceras para evitar a perda de água e a penetração de patógenos e favorecer a manutenção de elevada temperatura. 12- TÉCNICAS DE ENXERTIA As técnicas da enxertia podem ser: Borbulhia ou enxerto de gema A borbulhia é o processo que consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta- enxerto enraizado, ( SIMÃO, 1998). A época de enxertia para esse tipo de multiplicação, é de primavera- verão, quando os vegetais se encontram em plena atividade vegetativa.
  • 18. Os principais tipos de enxerto em bobulhia podem ser: T normal; T invertido; Janela aberta; d) Janela fechada e em anel. a) T normal Fende-se o cavalo com o canivete, no sentido transversal e, depois, no sentido perpendicular, de modo a formar um T. O escudo ou gema é retirado, segurando-se o ramo em posição invertida. Prende-se o escudo lateralmente ou pelo pecíolo, levanta-se a casca com o dorso da lâmina e introduz-se a borbulha. Corta-se o excesso e amarra-se de cima para baixo. FIGURA 8- Esquema da borbulha em T normal. Fonte: JACOMINO, 2008. b) T invertido Procede-se de modo semelhante ao anterior. Difere apenas na posição normal do ramo para a retirada da borbulha e do modo de introduzir e amarrar. A colocação da borbulha, bem como a amarração é feita de baixo para cima. Esse tipo apresenta a vantagem sobre o anterior, por evitar a penetração da água e também por ser mais fácil de manejar.
  • 19. FIGURA 9- Esquema da borbulha em T invertido. Fonte: JACOMINO, 2008. c) Janela aberta São realizadas no porta- enxerto duas incisões transversais e duas longitudinais, de modo a liberar a região a ser ocupada pela borbulha. A borbulha é retirada do garfo praticando-se duas incisões transversais e duas longitudinais no ramo, de modo a obter um escudo idêntica à parte retirada do cavalo. A borbulha é a seguir embutida no retângulo vazio e deve ficar inteiramente em contato com os tecidos do cavalo. A seguir o enxerto é amarrado. d) Janela fechada O porta- enxerto recebe duas incisões transversais e uma vertical no centro. A borbulha é obtida e maneira semelhante ao tipo anterior. Para assentá-la, levanta-se a casca com canivete, introduz-se o escudo e a seguir recobre-se com a casca do cavalo. O enxerto é completado fixando-se com amarrilho.
  • 20. FIGURA 10- Esquema da borbulha em Janela. Fonte: JACOMINO, 2008 e) Em anel Para esse tipo de enxertia faz-se uma incisão circular quando o enxerto é no topo, ou duas incisões circulares e uma vertical quando é no meio da haste, de modo a retirar um anel. No garfo procede-se do mesmo modo, e a superfície deve ser idêntica à do cavalo, para que haja contato entre as camadas cambiais. A seguir amarra-se. FIGURA 11- Esquema da borbulha em anel. Fonte: JACOMINO, 2008.
  • 21. 13- FORÇAMENTO DO ENXERTO Para adiantar o desenvolvimento do enxerto, uma vez constatado seu pegamento, faz-se a torção da haste um pouco acima do local da enxertia e curva-se o ramo para o solo. A seiva, devido à curvatura, tende a reduzir sua velocidade e acumular-se na região do enxerto, comunicando-lhe grande vigor. Por esse meio consegue-se em algumas espécies adiantar o desenvolvimento de dois a três meses. Pode-se também forçar o desenvolvimento do enxerto com incisões ou anelamento praticados na região abaixo dele. 14- GARFAGEM A garfagem é o processo que consiste em soldar um pedaço de ramo destacado (garfo) sobre outro vegetal (cavalo), de maneira a permitir seu desenvolvimento. A garfagem difere da borbulhia, por possuir normalmente mais de uma gema, ( SIMÃO, 1998). A época normal para garfagem, para plantas de folhas caducas, se dá no período de repouso vegetativo (inverno), e nas folhas persistentes, dependendo da espécie, na primavera, no verão ou no outono. Os principais tipos de garfagem são os seguintes: meia-fenda cheia; meia- fenda esvaziada; fenda incrustada; fenda completa; dupla garfagem; inglês simples e inglês complicado. Em todos os tipos citados, o porta- enxerto tem a sua parte superior decapitada. O enxerto de garfagem é feito 20 cm, aproximadamente, acima do nível do solo ou abaixo dele, na raiz, na região do coleto. A região do ramo podada com a tesoura é a seguir alisada com o canivete. Para o sucesso da enxertia, é essencial que a região cambial do garfo seja colocada em contato íntimo com a do cavalo. a) Meia-fenda cheia Faz-se o cavalo numa fenda, no sentido do raio, até atingir a medula. A fenda estende-se por 2 a 3 cm, no sentido do comprimento do cavalo. O garfo é preparado na
  • 22. forma de bisel e introduzido na incisão. O bisel deve ter aproximadamente o mesmo comprimento da incisão lateral. b) Meia-fenda esvaziada A incisão do cavalo é semelhante ao anterior, dele diferindo por praticar duas incisões convergentes, de modo a retirar uma cunha de madeira, esvaziando a incisão. O garfo é preparado do mesmo modo que o anterior. É um tipo mais aconselhável para espécie de lenho duro. c) Fenda inscrustada Difere da anterior por não atingir a medula. É utilizada quando os garfos são de pequeno diâmetro. O cavalo e o garfo são preparados à semelhança da meia-fenda esvaziada. FIGURA 12- Esquema da garfagem em fenda incrustada. Fonte: JACOMINO, 2008 d) Fenda completa Podado o cavalo, alisado o corte, faz-se com o canivete uma fenda perpendicular, no sentido do diâmetro, até aprofundar-se 2 a 3 cm. A fenda completa pode ser cheia ou esvaziada. O garfo, que deve ter o mesmo diâmetro do cavalo, é preparado na forma de cunha e introduzido na fenda.
  • 23. FIGURA 13- Esquema da garfagem em fenda completa. Fonte: JACOMINO, 2008 e) Dupla garfagem É utilizado quando o garfo é de diâmetro inferior ao raio do cavalo. Usam-se dois garfos, cada um introduzido em uma das extremidades. O método é igual ao da fenda completa. FIGURA 14- Esquema da dupla garfagem. Fonte: JACOMINO, 2008
  • 24. f) Inglês simples Para a prática desse tipo de enxerto, é necessário que o cavalo e o cavaleiro apresentem o mesmo diâmetro. A operação é bastante fácil e consiste tão-somente no corte em bisel do cavalo e no cavaleiro. Unem-se as partes e em seguir amarram-se. FIGURA 15- Esquema da garfagem em ingles simples. Fonte: JACOMINO, 2008 g) Inglês Complicado A operação é semelhante ao inglês simples, mas, neste tipo, faz-se uma incisão longitudinal em ambas as partes a unir. A incisão será feita no terço inferior do garfo, se a do cavalo for feita no terço superior, para que haja perfeito encaixe entre as fendas. O inglês complicado dá ao enxerto maior penetração de uma parte sobre a outra, e, portanto, maior fixação.
  • 25. FIGURA 16- Esquema da garfagem em ingles complicado. Fonte: JACOMINO, 2008 15- ENCOSTIA Também chamada de enxertia de aproximação, consiste na união lateral de duas plantas com sistemas radiculares independentes, de modo que o enxerto e o porta- enxerto sejam mantidos por seus sistemas radiculares até que a união esteja completamente formada. É método mais simples de enxertia, porém é muito pouco utilizado comercialmente, (TELLES, et ai, 2004). Os principais tipos de encostia podem ser resumidos em lateral e no topo. Tanto lateralmente e no topo. Tanto lateralmente como no topo, a encostia pode ser simples ou inglesa e inarching, (SIMÃO, 1998). a) Lateral simples e inglesa Pratica-se no cavalo e no ramo-enxerto um entalhe, retirando-se parte do alburno. Aproximam-se as duas partes, ajustando as superfícies. Fixam-se as partes com amarrilhos, no caso da lateral simples. Na lateral inglesa, procede-se da mesma maneira, porém, sobre o entalhe do cavalo e do cavaleiro, faz-se uma incisão oblíqua. Abre-se o entalhe, unindo-se as partes. A seguir, amarra-se.
  • 26. FIGURA 17- Esquema da encostia lateral. Fonte: JACOMINO, 2008 b) No topo Na encostia simples no topo, poda-se o cavalo a determinada altura e, com o canivete, faz-se um corte em bisel em ambos os lados. O ramo- enxerto sofre uma incisão oblíqua até o lenho. Encaixa-se sobre o bisel do cavalo e amarra-se. A inglesa é preparada do mesmo modo. Apenas recebe uma incisão a mais tanto no cavalo como no cavaleiro, para que haja maior fixação. FIGURA 18- Esquema da encostia inglesa e da utilização de prendedores de auxílio. Fonte: JACOMINO, 2008
  • 27. c) Inarching Inarching ou subenxertia vem a ser um tipo de encostia para revigorar uma planta em decadência, devido à incompatibilidade entre cavalo e cavaleiro. O processo consiste em plantar, ao lado do tronco da árvore, uma muda que será ligada a ela. No tronco, faz-se uma incisão e, no ápice da muda, um bisel. Ajusta-se a região e fixa-se com um prego ou cravo de madeira. FIGURA 19- Esquema da encostia Inarching ou subenxertia. Fonte: SIMÃO, 1998. 16- SOBREENXERTIA É a operação que tem por finalidade o aproveitamento de plantas já formadas, com alteração da variedade copa. Seu emprego é indicado nos pomares de idade média e sadios. Fazendo-se a sobreenxertia, ganha-se tempo, pois o porta- enxerto se encontra perfeitamente estabelecido, e as produções se tornam mais precoces. Para proceder à sobreenxertia, poda-se a copa e deixam-se de quatro a cinco pernadas, sobre as quais se fará a enxertia da variedade. (SIMÃO,1998).
  • 28. FIGURA 20- Esquema da sobreenxertia. Fonte: (RIBAS & PAES, 2003). 17- MICRO- ENXERTIA Micro-enxertia: a micro-enxertia consiste de microenxertar um meristema, oriundo de uma planta-matriz, sobre um porta-enxerto multiplicado in vitro. Esta técnica possibilita a detecção precoce de incompatibilidade de espécies. (MONITA et ai, 2003). A microenxertia é executada através das seguintes ações: a obtenção do porta-enxerto (obtido de uma semente germinada in vitro); a obtenção do microenxerto ou ápice meristemático; execução da microenxertia; transplante da plântula enxertada. A microenxertia é uma técnica de enxertia "in vitro", em que se utiliza um ápice caulinar como cavaleiro, em condições assépticas, contendo dois ou três primórdios foliares excisado de uma planta matriz, sobre um porta-enxerto já estabelecido "in vitro". Corta-se o porta-enxerto, decaptando-o e faz-se uma excisão em "T" invertido no seu topo, onde é introduzido o microenxerto (PAZ, et al, 1998). O método foi desenvolvido para contornar o problema de dificuldade de regeneração a partir de cultura de ápices caulinares em frutíferas e essências florestais. Com a microenxertia é possível a produção de matrizes de fruteiras, com alta qualidade fitossanitária e com características adultas, não se revertendo ao estado juvenil. Em essências florestais a microenxertia em cascata permite a produção de propágulos juvenis com alto potencial de regeneração.
  • 29. FIGURA 21- Microenxertia de macieira (Malus spp.). A. Esquema da fenda simples da microenxertia e atividade celular do processo de soldadura. Tecido meristemático, presença de células indiferenciadas e células parenquimáticas B. Cunha formada pela fenda da microenxertia. B1. Detalhe da produção de células vasculares jovens formadas na interface do enxerto. C. Detalhe de células da copa penetrando no porta-enxerto. C1. Direcionamento das células da copa na área de soldadura. Fonte: ABREU et al, 2003.
  • 30. 18- RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M.F.; NUNES, J.C.O.; SANTOS, M.; PEDROTTI, E.L. Estudos histológicos preliminares da microenxertia de plantas micropropagadas de macieira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.25, n.1, p.195-196, 2003. ASSUMPÇÃO, A.N., GUERRA, E.P., ENXERTIA, Trabalho apresentado na disciplina de Morfogênese do curso de Pós- graduação em Agronomia- Produção Vegetal- UFPR, Curitiba-PR, 2006, p. BASTOS, Débora Costa, SCARPARE FILHO, João Alexio, PIO, Rafael et ai. Early development of star fruit scion by grafting and cuttings. Revista Brasileira de Fruticultura, Aug. 2005, vol.27, no.2, p.338-340. BIASI, L, A. Slides da aula de produção de mudas – porta-enxerto. Programa de pós-graduação em Produção Vegetal, UFPR, 2009. CABEL, S.R., Enxertia na Morfogênese das Plantas Superiores, Trabalho apresentado na disciplina de Morfogênese do curso de Pós- Graduação em Agronomia- Produção Vegetal-UFPR Curitiba, 2003, p. CAÑIZARES, K. A..L, SANTOS, H.S., GOTO,R.,Enxertia em Hortaliças, São Paulo-SP, 2003. p. 11,21-23,25-27. CÉSAR, H.P., Manual Prático de Enxertia, São Paulo-SP, 1982. p.9-11. DESTRO, Deonísio; MONTALVÁN, Ricardo (org.). Melhoramento genético de plantas. Londrina: Ed. DEL, 1999. 749 p. DENCHEVA, A.; KLISURKA, D. Interaction between peroxidase and IAA-oxidase in the course of growth and differentiation of the plant cells. Physiologie Végetale, Paris, v. 20, n. 3, p. 385-394, 1982. FACHINELLO, J.C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL.J.C.; KERSTEN.E. e FORTES,G.R.L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. UFPEL- Pelotas, 1994. p.179. FACHINELLO, J.C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL.J.C. Propagação de plantas frutíferas. EMBRAPA, 2005. FLURKEY, W. H.; JEN, J. J. Peroxidase and polyphenol oxidase activities in developing peaches. Journal of Food Science, Chicago, v. 43, n. 6, p. 1826-1831, 1978. HARTMANN, H.T.; KESTER, D.E.;DAVIES, Jr.F.T. e GENEVE.R.L.. Plant propagation: principies and practises. Simon& Schuster.1997, p.770. JACOMINO, A.P. Slides da aula de plantas frutíferas. Esalq/USP, 2008. MURAYAMA, S. Propagação das Plantas. In: ____. Fruticultura. 3. ed. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1980. MUSACCHI, S. Aspetti biochimici della disaffinità dnnesto. Rivista di Frutticoltura, Bolonha, n. 3, p. 73-79, 1994.
  • 31. OLIVEIRA, C.F. S., Enxertia na morfogêgese: Trabalho apresentado na disciplina de Morfogêse de Plantas do curso de Pós- graduação em Agronomia-Produção Vegetal- UFPR, Curitiba-PR. 2006. PAIVA, H. N.; GOMES, J. M. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa. Imprensa Universitária. 1993. 40 p. PASSARDI, F.; COSIO, C.; PENEL, C.; DUNAND, C. Peroxidase have more functions than a Swiss army knife. Plant Cell Report, Geneva, v. 24, p. 255-265, 2005. PAZ, Osvaldo Pereira da; PASQUAL, Moacir. Microenxertia. In: TORRES, A.C., CALDAS, L.S., BUSO, J.A. (org.) Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: EMBRAPA. 1998. p.147-159. RIBAS, K. C. Z.; PAES, E. G. B. Aspectos Gerais da Propagação Vegetativa por Estaquia. UFPR. Universidade Federal do Paraná. 2003. Disponível em <http://www.sbfv.org.br>. Acesso em 18 de Abril de 2008. SALIM, S., Tratado de Fruticultura. Piracicaba-Sp, 1998. p. 661-662. SIMÃO, S. Tratado de fruticultura, Piracicaba: FEALQ, 1998. 760 p.: il. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p. TELLES, C.A., FOWLER.J.A.P., AMARAL.W., Enxertia e Microenxertia, Trabalho apresentado na disciplina de Propagação Vegetativa de Plantas do curso de Pós- graduação em Agronomia-Produção Vegetal- UFPR, Curitiba-PR. p.14-15. VIEIRA JÚNIOR, H. C. MELO, B. Reprodução de Fruteiras. Disponível em http://www.fruticultura.iciag.ufu.brreproducao. Acesso em 18 de abril de 2008. ZANETTE, F. Guia Prático de enxertia. Curitiba- PR, Edição: Vídeo par. Duração do filme: 75 min. 2001.