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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 3
1
Pesquisador do Instituto Agronômico, Campinas-SP. Telefone: (19) 3236-9119.
E-mail: ondino@barao.iac.br
2
Engo
Agrícola, ICASA, Campinas-SP. Telefone (19) 3242-3522.
E-mail: icasa@icasa-lab.com.br
INTRODUÇÃO
A
produtividade das plan-
tas é determinada por
muitos fatores de produ-
ção. À medida que o produtor consegue
controlar com eficiência esses fatores de
produção ele pode assegurar a lucra-
tividade de seu empreendimento e competir no mercado nacional
ou internacional.
O conhecimento tecnológico é cada vez mais imprescindí-
vel para uma agricultura competitiva. Numa convivência interna-
cional de globalização de mercados não há mais espaço para im-
provisações e perdas de colheitas ou reduções de lucros por causa
de falhas de controle de fatores de produção perfeitamente previ-
síveis. É o caso da nutrição mineral das plantas.
Há vasto conhecimento disponível no país. É possível pre-
venir os insucessos devido a deficiências ou excessos de nutrien-
tes pela correção dos solos usando a análise de solos como critério
para recomendação de corretivos e fertilizantes e também a pró-
pria planta como objeto de diagnóstico. Para plantas perenes prin-
cipalmente, há grande possibilidade de se modificar as recomen-
dações de adubações através do monitoramento nutricional.
A diagnose foliar pode ser feita por meio da observação
visual de sintomas de distúrbios nutricionais – diagnose visual ou
através de procedimentos mais sofisticados como a análise quími-
ca das folhas. Em ambos os casos há necessidade de se observa-
rem determinados princípios para que os resultados possam ser
devidamente interpretados e levem a recomendações com resulta-
do econômico para os produtores.
ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR
A idéia de se usar o teor mineral de plantas como critério
para avaliar o estado nutricional de plantas é bastante atraente.
Este princípio foi posto em prática inicialmente por LAGATU &
MAUME (1934) e seguido por muitos outros desde então. Traba-
lhos importantes foram publicados por LUNDERGARDH (1945),
GOODALL & GREGORY (1947) e CHAPMAN (1966). Atual-
ESTADO NUTRICIONAL DE
PLANTAS PERENES: AVALIAÇÃO E
MONITORAMENTO
Ondino Cleante Bataglia1
Wagner Rodrigues dos Santos2
mente, muitas publicações relatam apli-
cações e experiências para plantas cul-
tivadas. Destacam-se o livro editado por
WALSH & BEATON (1973), os Anais
dos Colóquios Internacionais sobre o
Controle da Alimentação de Plantas
Cultivadas, a publicação FAO (1980)
sobre Análise de Solo e Plantas, o traba-
lho editado por MARTIN-PREVEL et al. (1987), o de BENTON
JONES et al. (1991), o de BERGMANN (1992), BATAGLIA et
al. (1992), o de MILLS & BENTON JONES (1996) e MALA-
VOLTA et al. (1997).
A interpretação correta dos resultados de uma análise de-
pende de muita experimentação visando ao estabelecimento de
índices de calibração. Entre os critérios mais usados para diagnós-
tico são citados o nível crítico, faixas de concentração, e o sistema
integrado de diagnose e recomendação (DRIS). Este, bastante di-
fundido recentemente, porém ainda pouco aplicado no Brasil.
PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DE PLANTAS E
DIAGNOSE FOLIAR
As folhas são consideradas como o foco das atividades fi-
siológicas dentro das plantas. Alterações na nutrição mineral são
refletidas nas concentrações dos nutrientes nas folhas. A utiliza-
ção da análise foliar como critério diagnóstico baseia-se na pre-
missa de existir relação entre o suprimento de nutrientes e os ní-
veis dos elementos, e que aumentos ou decréscimos nas concen-
trações se relacionam com produções mais altas ou mais baixas,
respectivamente. O teor de nutriente dentro da planta é um valor
integral de todos os fatores que interagiram para afetá-lo. Para
fins de interpretação dos resultados de análise de plantas é preciso
conhecer os fatores que afetam a concentração dos nutrientes, os
procedimentos padronizados de amostragem e as relações entre
produção, suprimento e concentração de nutrientes nas folhas.
Procedimento de amostragem
A amostragem é a fase onde ocorrem os erros que mais
dificultam a interpretação dos resultados da análise foliar. Há ne-
cessidade de padronização para minimizar os efeitos dos diversos
fatores que afetam a composição das folhas. A maior precisão é
obtida por meio de amostras compostas, onde plantas distribuídas
pela área são amostradas e as folhas são juntadas. Amostras sele-
tivas de plantas individuais são utilizadas para finalidades especí-
ficas.
O conhecimento
tecnológico é cada vez
mais imprescindível para
uma agricultura
competitiva
Diagnose foliar
4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001
Figura 1. Relação entre a concentração do nutriente no tecido e o
crescimento ou produção (SMITH, 1962).
Existe na literatura ampla divulgação de procedimentos para
amostragem, destacando-se as publicações de CHAPMAN (1966),
WALSH & BEATON (1973), TRANI et al. (1983), MARTIN-
PREVEL et al. (1987), BENTON JONES et al. (1991), MILLS &
BENTON JONES (1996) e RAIJ et al. (1997). Na Tabela 1 são re-
lacionadas instruções para amostragem de folhas de plantas pere-
nes cultivadas no Brasil.
Relacionamento da produtividade com a con-
centração de nutrientes nas folhas e suprimento
Há uma relação básica entre a concentração de um nutrien-
te e o crescimento ou produção de uma planta, conforme pode ser
observado na Figura 1. Nessa figura podem ser delimitadas as
seguintes fases:
• Sob severa deficiência, pode haver um decréscimo na con-
centração do nutriente com as primeiras aplicações de nutrientes,
devido ao estímulo do crescimento e subseqüente diluição do nu-
triente pela formação de material orgânico – efeito de diluição ou
efeito de Steembjerg;
Diagnose foliar
Tabela 1. Instruções para amostragem de folhas de plantas perenes.
Cultura Descrição da amostragem
Abacate Coletar, em fevereiro ou março, folhas recém-expandidas, com idade entre 5 e 7 meses, na altura média das copas. Amostrar 50 árvo-
res.
Abacaxi Amostrar, pouco antes da indução floral, uma folha recém-madura “D” (normalmente a 4ª folha a partir do ápice). Cortar as folhas em
pedaços do 1 cm de largura, eliminando a porção basal sem clorofila. Homogeneizar e separar cerca do 200 g para envio ao laborató-
rio. Amostrar 30 plantas.
Acerola Amostrar nos quatro lados da planta, folhas jovens totalmente expandidas, dos ramos frutíferos. Amostrar 50 plantas.
Caju Coletar folhas maduras (quarta folha) de novos crescimentos em pomares em produção. Amostrar 4 folhas por árvore em 10 plantas.
Banana Retirar os 5-10 cm centrais da 3ª folha a partir da inflorescência, eliminando a nervura central e metades periféricas. Amostrar 30 plan-
tas.
Cacau Terceira folha a partir do ápice de lançamentos maduros, no verão. Quatro folhas por árvore em 25 plantas. Dar preferência a ramos
parcialmente sombreados.
Café Coletar folha do 3º par no verão, ramos com frutos, quatro folhas por planta, 25 plantas.
Citros Coletar a 3ª folha a partir do fruto, gerada na primavera, com 6 meses de idade, em ramos com frutos de 2 a 4 cm de diâmetro. Amos-
trar quatro folhas por planta, num total do 25 árvores por talhão.
Coco Coletar três folíolos de cada lado da nervura central da folha 14 no verão, em 20 plantas.
Goiaba Coletar o 3º par de folhas completamente desenvolvidas, dos ramos com frutos terminais. Amostrar 30 árvores.
Macadâmia Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas, no meio do último fluxo de vegetação. Amostrar 25 plantas por talhão, num
total do 100 folhas.
Maçã Coletar quatro a oito folhas recém-maduras e totalmente expandidas em 25 plantas por talhão.
Mamão Coletar 15 pecíolos de folhas jovens, totalmente expandidas e maduras (17ª a 20ª folhas a partir do ápice), com uma flor visível na
axila.
Manga Coletar folhas no florescimento, do meio do último fluxo de vegetação, dos ramos com flor e na extremidade. Amostrar 4 folhas por
árvore, 20 plantas por talhão.
Maracujá Coletar no outono a 3ª ou 4ª folha, a partir do ápice de ramos não sombreados. Amostrar 20 plantas.
Pêssego Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas da porção mediana dos ramos do ano. Amostrar 25 plantas, quatro folhas por
planta.
Seringueira Em plantas adultas, coletar duas folhas mais desenvolvidas nos lançamentos maduros à sombra em 25 árvores, no verão, folhas com
cerca de 120 dias após o reenfolhamento.
Uva Amostrar a folha recém-madura mais nova, contada a partir do ápice dos ramos da videira, retirando um total do 50 folhas.
Fonte: RAIJ et al. (1997); MILLS & JONES (1996).
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 5
Diagnose foliar
Figura 2. Representação esquemática mostrando como as concentra-
ções críticas são determinadas para partes específicas de
plantas em idades fisiológicas estabelecidas (ULRICH &
HILLS, 1967).
apresentadas na Tabela 2, conforme aparece na publicação de
COTTENIE (1980).
Nas publicações já citadas podem ser encontradas tabelas
contendo faixas de concentração de nutrientes equivalentes a teo-
res baixos, suficientes e altos para mais de uma centena de plan-
tas, abrangendo culturas agronômicas. Deve-se lembrar que as
calibrações não são universais, por isso é conveniente sempre ter
valores de referência locais.
Na Tabela 3 são apresentadas as faixas de teores de macro
e micronutrientes consideradas adequadas na diagnose foliar de
plantas perenes. É bom lembrar que esses valores se relacionam
aos procedimentos de amostragem indicados na Tabela 1. Se o
procedimento de amostragem for modificado, esses valores preci-
sam ser revistos.
• Sob deficiência moderada, a concentração do nutriente
na planta permanece constante, apesar da crescente disponibili-
dade. Isso ocorre porque a maior absorção é compensada pela for-
mação de mais material orgânico;
• Na próxima fase, há uma resposta no crescimento da pro-
dução, proporcional ao crescimento da concentração, até se atin-
gir uma concentração ótima (nível crítico), acima da qual não há
mais resposta na produção;
• Finalmente, não se consegue aumento de produção, ape-
sar do contínuo acúmulo do nutriente, o que se denomina consu-
mo de luxo, podendo-se seguir uma fase onde a absorção excessi-
va do nutriente pode provocar efeitos adversos de toxicidade, di-
minuindo o crescimento ou a produção da planta.
Interpretação dos resultados
• Nível crítico
O nível crítico corresponde à concentração na folha abaixo
da qual a taxa de crescimento, a produção ou a qualidade são sig-
nificativamente diminuídas. O termo significativamente pode ter
interpretação diversa. Por exemplo, ULRICH & HILLS (1967)
estabeleceram que o nível crítico para diversas culturas corresponde
a uma produção de 95% da ótima (Figura 2), enquanto GALLO et
al. (1965) estabeleceram níveis críticos para milho com base numa
produção relativa de 80%.
• Faixas de concentração
Para a maioria das culturas geralmente não existe um de-
terminado ponto de ótima produção, mas sim uma determinada
faixa, porque o aumento de produção obtido com doses crescentes
de nutrientes é sempre associado a um erro. O mesmo é verdadei-
ro em relação à concentração adequada ou nível crítico. Por isso,
às vezes é conveniente se recomendar níveis de adubação sufi-
cientes para manter as concentrações de nutrientes um pouco aci-
ma do nível crítico, numa faixa de suficiência.
Em princípio, as faixas de concentração são divididas em
cinco níveis: deficiência aguda, deficiência latente, níveis ade-
quados, níveis altos e níveis tóxicos. As delimitações entre cada
uma dessas faixas pode ser feita de acordo com as considerações
Tabela 2. Relação entre as faixas de concentração nas folhas e conseqüências no crescimento e qualidade da produção.
Excesso ou toxicidade Decréscimo de produção possivelmente com
sintomas visuais
Consumo de luxo Bom crescimento mas com acúmulo interno
de nutrientes e possíveis interações
Estado ótimo de nutrição Bom crescimento e geralmente boa qualidade
Deficiência latente Sem sintomas visuais de aumento de produção e
qualidade pela fertilização
Deficiência aguda Sintomas visuais e efeito direto da fertilização e
aplicação foliar
Fonte: COTTENIE (1980).
Aumento
de
concentração
Nível inicial de
toxicidade
Limite de
resposta de produção
Limite de
sintomas visuais
6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001
Diagnose foliar
Tabela 3. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em folhas de plantas perenes.
Cultura Faixas de teores adequados de nutrientes
Macronutrientes (g.kg-1
)
N P K Ca Mg S
Abacaxi 15-17 0,8-1,2 22-30 8-12 3-4
Abacate 16-20 0,8-2,5 7-20 10-30 2,5-8 2,0-6,0
Acerola 20-24 0,8-1,2 15-20 15-25 1,5-2,5 4,0-6,0
Banana 27-36 1,8-2,7 35-54 3-12 3-6 2,5-8,0
Café 26-32 1,2-2,0 18-25 10-15 3-5 1,5-2,0
Cacau 20-25 1,8-2,5 13-23 8-12 3-7 1,6-2,0
Caju 16-27 1,6-2,5 9-14 0,3-2,2 0,2-1,5
Coco 19-25 1,6-2,0 14,5-30 2,5-3,0 1,6-3,2
Goiaba 13-16 1,4-1,6 13-16 9-15 2,4-4,0
Laranja 23-27 1,2-1,6 10-15 35-45 2,5-4,0 2,0-3,0
Macadâmia 15-25 1,0-3,0 5-15 5-10 1,0-3,0 1,0-2,5
Maçã 19-26 1,4-4,0 15-20 12-16 2,5-4,0 2,0-4,0
Mamão 10-25 2,2-4,0 33-55 10-30 4,0-12,0
Manga 12-14 0,8-1,6 5-10 20-35 2,5-5,0 0,8-1,8
Maracujá(1)
42-52 1,5-2,5 20-30 17-27 3,0-4,0 3,2-4,0
Maracujá(2)
33-43 1,3-2,1 22-27 12-16 2,5-3,1
Seringueira 29-35 1,6-2,5 10-17 0,7-0,9 1,7-2,5 1,8-2,6
Pêssego 30-35 1,4-2,5 20-30 18-27 3,0-8,0 1,5-3,0
Uva 30-35 2,4-2,9 15-20 13-18 4,8-5,3 3,3-3,8
Micronutrientes (mg.kg-1
)
B Cu Fe Mn Mo Zn
Abacate 50-100 5-10 50-200 30-100 0,05-1,0 30-100
Abacaxi 20-40 5-10 100-200 50-200 5-15
Acerola 25-100 5-15 50-100 15-50 30-50
Café 50-80 10-20 50-200 50-200 0,1-0,2 10-20
Cacau 25-60 8-15 60-200 50-250 0,5-1,5 30-80
Banana 10-25 6-30 80-360 200-2000 20-50
Laranja 36-100 4-10 50-120 35-300 0,1-1,0 25-100
Macadâmia 25-50 6-12 25-200 100-400 0,5-2,5 15-50
Maçã 25-50 6-50 50-300 25-200 0,1-0,3 20-100
Mamão 20-30 4-10 25-100 20-150 15-40
Manga 50-100 10-50 50-200 50-100 20-40
Maracujá 40-60 5-20 100-200 100-250 1,0-1,2 50-80
Pêssego 20-60 5-16 100-250 40-160 20-50
Seringueira 20-70 10-15 50-120 40-150 20-40
Uva 45-53 18-22 97-105 67-73 30-35
(1)
3ª ou 4ª folha de maracujá coletada no outono.
(2)
Folha de maracujá com botão floral na axila.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 7
Diagnose foliar
Sistema Integrado de Diagnose e Recomenda-
ção (DRIS)
O sistema DRIS é um conceito de interpretação relativa-
mente novo (BEAUFILS, 1973). A técnica baseia-se na compara-
ção de índices, calculados através das relações entre nutrientes.
Na sua concepção, foi desenvolvido para tornar a interpretação
menos dependente de variações de amostragens com respeito à
idade e origem do tecido, permitir um ordenamento de fatores
limitantes de produção, e realçar a importância do balanço de
nutrientes.
Para o cálculo dos índices do DRIS, após a definição de
uma população padrão ou de referência, constituída por indiví-
duos de alta produtividade, estabelecem-se as relações entre nu-
trientes, com suas médias e respectivos desvios. Para um nutrien-
te Y hipotético utiliza-se a seguinte fórmula para o cálculo do
índice (IY):
onde:
n = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está
no numerador
m = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está
no denominador
Usando-se a fórmula de JONES (1981):
onde:
(Y/X)a
= relação na amostra
(Y/X)p
= relação na população de referência
s = desvio padrão da relação Y/X
k = constante de sensibilidade (10, 20, 30)
O DRIS, além da interpretação dos valores relativos da
importância de cada nutriente, permite trabalhar com o conceito
de balanço de nutrientes.
O balanço nutricional expressa o valor médio do somatório
dos valores absolutos de cada índice. Quanto mais esse valor se
distancia de zero, maior é o desequilíbrio nutricional para a amos-
tra.
ASPECTOS PRÁTICOS DA DIAGNOSE FOLIAR
A Figura 3 mostra a seqüência de procedimentos para uma
análise foliar para fins de avaliação do estado nutricional das plan-
tas.
É bom verificar que se trata de uma seqüência onde cada
fase compromete o sucesso do processo como um todo. Não adian-
ta executar a análise no melhor laboratório do mundo se a amos-
tragem for mal feita ou a amostra deteriorou-se no caminho para o
laboratório. Da mesma forma, o laboratório precisa ter qualidade
Y Y k
X
a
X
p
s
f(Y/X) = ( ) ( )
BN =
IY1
+ IY2
+... + IYn
n
Σ f(Y / Xi
) - Σ f(Xj
/ Y)
n + m
IY =
i - 1 j - 1
n m
Figura 3. Procedimentos da amostragem à interpretação dos resulta-
dos de análise de folhas.
CAMPO - CLIENTE
Registrar sintomas
Registrar aspectos locais
Coletar sistematicamente
amostras de partes da
planta precisamente definidas
Embalar em sacos de papel
e rotular.
Enviar para o laboratório com
informações
completas do local
As amostras são recebidas e
codificadas no laboratório.
Lavagem e descontaminação.
Secagem a 65 o
C
Moagem em moinho de aço
inoxidável.
Armazenar em frasco vedado.
Análises químicas
Interpretação dos resultados
RELATÓRIO PARA O CLIENTE
O padrão e a
intensidade da
amostragem
dependem da
variabilidade do
campo e do
conhecimento da
cultura
Armazenar em
refrigerador se
necessário.
Enviar o mais
rapidamente
possível ao
laboratório
(até 48 horas)
Controle de qualidade
Holanda ESALQ
como garantia para resultados confiáveis. Um bom indicativo so-
bre a qualidade do laboratório é sua participação em programas
nacionais ou internacionais de controle de qualidade de análises
de plantas, como os da ESALQ e da Universidade de Wageningen,
na Holanda.
O laboratório do Instituto Agronômico de Campinas parti-
cipa desses dois programas de controle de qualidade e vem pres-
tando serviços de análise de plantas desde 1954.
Para enviar amostras para esse laboratório o endereço é o
seguinte:
Instituto Agronômico
Laboratório de Análise de Solo e Planta
Avenida Barão de Itapura, 1481
Caixa Postal 28
13001-970 Campinas-SP
Mais informações podem ser obtidas através do e-mail:
labanali@iac.br
8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001
Informações sobre outros laboratórios que participam do
programa de qualidade da ESALQ podem ser obtidos no seguinte
endereço:
Programa Interlaboratorial de Análise de Tecido Vegetal
ESALQ - Departamento de Solos e Nutrição de Plantas
Avenida Pádua Dias, 11
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba-SP
Como o procedimento de laboratório é peculiar de cada la-
boratório, em seguida são apresentados apenas detalhes importan-
tes que estão mais relacionados com o agricultor, ou seja, a
amostragem e a remessa para o laboratório.
Cuidados com a amostragem
Algumas recomendações são básicas e devem ser observa-
das para qualquer cultura:
• Representatividade da amostra: a amostra deve represen-
tar unidades homogêneas de tipos de solo, idade, varieda-
de e sistema de produção;
• Sistema de amostragem: deve ser padronizado de acordo
com as recomendações de cada planta;
• Contaminações: a amostragem deve ser feita antes da apli-
cação de defensivos ou adubos foliares, pois dificilmente
os resíduos são removidos no processo de descontamina-
ção no laboratório;
• Embalagem: amostras de folha devem ser acondicionadas
em sacos de papel, que são porosos. Sacos plásticos fa-
vorecem a deterioração rápida das folhas e devem ser
evitados.
Remessa para o laboratório
• Identificação da amostra: deve ser feita de forma clara para
evitar confusão no laboratório.
• Remessa: as amostras devem chegar ao laboratório o mais
rápido possível, não mais de 48 horas. As amostras po-
dem ser armazenadas em refrigerador por alguns dias se
houver necessidade. É bom evitar remessa em finais de
semana, quando correios e laboratórios podem não estar
operando.
MONITORAMENTO NUTRICIONAL
Entende-se por monitoramento o conjunto de procedimen-
tos padronizados no espaço e no tempo. Devem ser demarcados
talhões semelhantes quanto a variedades, sistemas de produção,
tipo de solo, idade das plantas. Amostragens de solo, folhas e pro-
dutividade são os dados básicos para montagem de um sistema de
monitoramento. A formação de um banco de dados permite o esta-
belecimento local de níveis de referência para a área em estudo.
O monitoramento pode indicar:
• Se as plantas estão adequadamente nutridas ou se algum
nutriente está limitando a produção.
• Se o programa de adubação em uso fornece um suprimen-
to ótimo de todos os nutrientes para assegurar produtivi-
dade e qualidade dos produtos;
• Se é necessário suplementar algum nutriente através da
adubação de cobertura (N, K, Mg) ou de aplicações foliares
(micronutrientes), se ainda houver tempo efetivo para
tais práticas;
• Se as recomendações, dependendo das práticas de ma-
nejo, precisam ser alteradas nos próximos anos, ou au-
mentando as doses ou o modo de aplicação dos nutrien-
tes;
• Se há possibilidade de redução de uso de determinados
nutrientes quando as condições econômicas são desfa-
voráveis, sem grandes prejuízos na produtividade e na
qualidade.
LITERATURA CITADA
BATAGLIA, O.C.; DECHEN, A.R.; SANTOS, W.R. Diagnose visual e análise de
plantas. In: DECHEN, A.R; BOARETTO, A.E.; VERDADE, F.C. Adubação,
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MACRO Publ., 1991. 213p.
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pinas: Instituto Agronômico/FUNDAG, 1997. 285p. (Boletim Técnico 100).
SMITH, P.F. Mineral analysis of plant tissue. Annual Review of Plant Physiology,
Palo Alto, v.13, p.81-108, 1962.
TRANI, P.E.; HIROCE, R.; BATAGLIA, O.C. Análises foliar: amostragem e in-
terpretação. Campinas: Fundação Cargill, 1983. 18p.
ULRICH, A.; HILLS, F.J. Principles and practices of plant analysis. In:Soil testing
andplantanalysis.Madison:SSSA,1967. p.11-24.(SpecialPublicationsSeries).
WALSH, L.M.; BEATON, J.D. Soil testing and plant analysis. Madison: SSSA,
1973.
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  • 1. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 3 1 Pesquisador do Instituto Agronômico, Campinas-SP. Telefone: (19) 3236-9119. E-mail: ondino@barao.iac.br 2 Engo Agrícola, ICASA, Campinas-SP. Telefone (19) 3242-3522. E-mail: icasa@icasa-lab.com.br INTRODUÇÃO A produtividade das plan- tas é determinada por muitos fatores de produ- ção. À medida que o produtor consegue controlar com eficiência esses fatores de produção ele pode assegurar a lucra- tividade de seu empreendimento e competir no mercado nacional ou internacional. O conhecimento tecnológico é cada vez mais imprescindí- vel para uma agricultura competitiva. Numa convivência interna- cional de globalização de mercados não há mais espaço para im- provisações e perdas de colheitas ou reduções de lucros por causa de falhas de controle de fatores de produção perfeitamente previ- síveis. É o caso da nutrição mineral das plantas. Há vasto conhecimento disponível no país. É possível pre- venir os insucessos devido a deficiências ou excessos de nutrien- tes pela correção dos solos usando a análise de solos como critério para recomendação de corretivos e fertilizantes e também a pró- pria planta como objeto de diagnóstico. Para plantas perenes prin- cipalmente, há grande possibilidade de se modificar as recomen- dações de adubações através do monitoramento nutricional. A diagnose foliar pode ser feita por meio da observação visual de sintomas de distúrbios nutricionais – diagnose visual ou através de procedimentos mais sofisticados como a análise quími- ca das folhas. Em ambos os casos há necessidade de se observa- rem determinados princípios para que os resultados possam ser devidamente interpretados e levem a recomendações com resulta- do econômico para os produtores. ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR A idéia de se usar o teor mineral de plantas como critério para avaliar o estado nutricional de plantas é bastante atraente. Este princípio foi posto em prática inicialmente por LAGATU & MAUME (1934) e seguido por muitos outros desde então. Traba- lhos importantes foram publicados por LUNDERGARDH (1945), GOODALL & GREGORY (1947) e CHAPMAN (1966). Atual- ESTADO NUTRICIONAL DE PLANTAS PERENES: AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Ondino Cleante Bataglia1 Wagner Rodrigues dos Santos2 mente, muitas publicações relatam apli- cações e experiências para plantas cul- tivadas. Destacam-se o livro editado por WALSH & BEATON (1973), os Anais dos Colóquios Internacionais sobre o Controle da Alimentação de Plantas Cultivadas, a publicação FAO (1980) sobre Análise de Solo e Plantas, o traba- lho editado por MARTIN-PREVEL et al. (1987), o de BENTON JONES et al. (1991), o de BERGMANN (1992), BATAGLIA et al. (1992), o de MILLS & BENTON JONES (1996) e MALA- VOLTA et al. (1997). A interpretação correta dos resultados de uma análise de- pende de muita experimentação visando ao estabelecimento de índices de calibração. Entre os critérios mais usados para diagnós- tico são citados o nível crítico, faixas de concentração, e o sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS). Este, bastante di- fundido recentemente, porém ainda pouco aplicado no Brasil. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR As folhas são consideradas como o foco das atividades fi- siológicas dentro das plantas. Alterações na nutrição mineral são refletidas nas concentrações dos nutrientes nas folhas. A utiliza- ção da análise foliar como critério diagnóstico baseia-se na pre- missa de existir relação entre o suprimento de nutrientes e os ní- veis dos elementos, e que aumentos ou decréscimos nas concen- trações se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente. O teor de nutriente dentro da planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram para afetá-lo. Para fins de interpretação dos resultados de análise de plantas é preciso conhecer os fatores que afetam a concentração dos nutrientes, os procedimentos padronizados de amostragem e as relações entre produção, suprimento e concentração de nutrientes nas folhas. Procedimento de amostragem A amostragem é a fase onde ocorrem os erros que mais dificultam a interpretação dos resultados da análise foliar. Há ne- cessidade de padronização para minimizar os efeitos dos diversos fatores que afetam a composição das folhas. A maior precisão é obtida por meio de amostras compostas, onde plantas distribuídas pela área são amostradas e as folhas são juntadas. Amostras sele- tivas de plantas individuais são utilizadas para finalidades especí- ficas. O conhecimento tecnológico é cada vez mais imprescindível para uma agricultura competitiva Diagnose foliar
  • 2. 4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Figura 1. Relação entre a concentração do nutriente no tecido e o crescimento ou produção (SMITH, 1962). Existe na literatura ampla divulgação de procedimentos para amostragem, destacando-se as publicações de CHAPMAN (1966), WALSH & BEATON (1973), TRANI et al. (1983), MARTIN- PREVEL et al. (1987), BENTON JONES et al. (1991), MILLS & BENTON JONES (1996) e RAIJ et al. (1997). Na Tabela 1 são re- lacionadas instruções para amostragem de folhas de plantas pere- nes cultivadas no Brasil. Relacionamento da produtividade com a con- centração de nutrientes nas folhas e suprimento Há uma relação básica entre a concentração de um nutrien- te e o crescimento ou produção de uma planta, conforme pode ser observado na Figura 1. Nessa figura podem ser delimitadas as seguintes fases: • Sob severa deficiência, pode haver um decréscimo na con- centração do nutriente com as primeiras aplicações de nutrientes, devido ao estímulo do crescimento e subseqüente diluição do nu- triente pela formação de material orgânico – efeito de diluição ou efeito de Steembjerg; Diagnose foliar Tabela 1. Instruções para amostragem de folhas de plantas perenes. Cultura Descrição da amostragem Abacate Coletar, em fevereiro ou março, folhas recém-expandidas, com idade entre 5 e 7 meses, na altura média das copas. Amostrar 50 árvo- res. Abacaxi Amostrar, pouco antes da indução floral, uma folha recém-madura “D” (normalmente a 4ª folha a partir do ápice). Cortar as folhas em pedaços do 1 cm de largura, eliminando a porção basal sem clorofila. Homogeneizar e separar cerca do 200 g para envio ao laborató- rio. Amostrar 30 plantas. Acerola Amostrar nos quatro lados da planta, folhas jovens totalmente expandidas, dos ramos frutíferos. Amostrar 50 plantas. Caju Coletar folhas maduras (quarta folha) de novos crescimentos em pomares em produção. Amostrar 4 folhas por árvore em 10 plantas. Banana Retirar os 5-10 cm centrais da 3ª folha a partir da inflorescência, eliminando a nervura central e metades periféricas. Amostrar 30 plan- tas. Cacau Terceira folha a partir do ápice de lançamentos maduros, no verão. Quatro folhas por árvore em 25 plantas. Dar preferência a ramos parcialmente sombreados. Café Coletar folha do 3º par no verão, ramos com frutos, quatro folhas por planta, 25 plantas. Citros Coletar a 3ª folha a partir do fruto, gerada na primavera, com 6 meses de idade, em ramos com frutos de 2 a 4 cm de diâmetro. Amos- trar quatro folhas por planta, num total do 25 árvores por talhão. Coco Coletar três folíolos de cada lado da nervura central da folha 14 no verão, em 20 plantas. Goiaba Coletar o 3º par de folhas completamente desenvolvidas, dos ramos com frutos terminais. Amostrar 30 árvores. Macadâmia Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas, no meio do último fluxo de vegetação. Amostrar 25 plantas por talhão, num total do 100 folhas. Maçã Coletar quatro a oito folhas recém-maduras e totalmente expandidas em 25 plantas por talhão. Mamão Coletar 15 pecíolos de folhas jovens, totalmente expandidas e maduras (17ª a 20ª folhas a partir do ápice), com uma flor visível na axila. Manga Coletar folhas no florescimento, do meio do último fluxo de vegetação, dos ramos com flor e na extremidade. Amostrar 4 folhas por árvore, 20 plantas por talhão. Maracujá Coletar no outono a 3ª ou 4ª folha, a partir do ápice de ramos não sombreados. Amostrar 20 plantas. Pêssego Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas da porção mediana dos ramos do ano. Amostrar 25 plantas, quatro folhas por planta. Seringueira Em plantas adultas, coletar duas folhas mais desenvolvidas nos lançamentos maduros à sombra em 25 árvores, no verão, folhas com cerca de 120 dias após o reenfolhamento. Uva Amostrar a folha recém-madura mais nova, contada a partir do ápice dos ramos da videira, retirando um total do 50 folhas. Fonte: RAIJ et al. (1997); MILLS & JONES (1996).
  • 3. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 5 Diagnose foliar Figura 2. Representação esquemática mostrando como as concentra- ções críticas são determinadas para partes específicas de plantas em idades fisiológicas estabelecidas (ULRICH & HILLS, 1967). apresentadas na Tabela 2, conforme aparece na publicação de COTTENIE (1980). Nas publicações já citadas podem ser encontradas tabelas contendo faixas de concentração de nutrientes equivalentes a teo- res baixos, suficientes e altos para mais de uma centena de plan- tas, abrangendo culturas agronômicas. Deve-se lembrar que as calibrações não são universais, por isso é conveniente sempre ter valores de referência locais. Na Tabela 3 são apresentadas as faixas de teores de macro e micronutrientes consideradas adequadas na diagnose foliar de plantas perenes. É bom lembrar que esses valores se relacionam aos procedimentos de amostragem indicados na Tabela 1. Se o procedimento de amostragem for modificado, esses valores preci- sam ser revistos. • Sob deficiência moderada, a concentração do nutriente na planta permanece constante, apesar da crescente disponibili- dade. Isso ocorre porque a maior absorção é compensada pela for- mação de mais material orgânico; • Na próxima fase, há uma resposta no crescimento da pro- dução, proporcional ao crescimento da concentração, até se atin- gir uma concentração ótima (nível crítico), acima da qual não há mais resposta na produção; • Finalmente, não se consegue aumento de produção, ape- sar do contínuo acúmulo do nutriente, o que se denomina consu- mo de luxo, podendo-se seguir uma fase onde a absorção excessi- va do nutriente pode provocar efeitos adversos de toxicidade, di- minuindo o crescimento ou a produção da planta. Interpretação dos resultados • Nível crítico O nível crítico corresponde à concentração na folha abaixo da qual a taxa de crescimento, a produção ou a qualidade são sig- nificativamente diminuídas. O termo significativamente pode ter interpretação diversa. Por exemplo, ULRICH & HILLS (1967) estabeleceram que o nível crítico para diversas culturas corresponde a uma produção de 95% da ótima (Figura 2), enquanto GALLO et al. (1965) estabeleceram níveis críticos para milho com base numa produção relativa de 80%. • Faixas de concentração Para a maioria das culturas geralmente não existe um de- terminado ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento de produção obtido com doses crescentes de nutrientes é sempre associado a um erro. O mesmo é verdadei- ro em relação à concentração adequada ou nível crítico. Por isso, às vezes é conveniente se recomendar níveis de adubação sufi- cientes para manter as concentrações de nutrientes um pouco aci- ma do nível crítico, numa faixa de suficiência. Em princípio, as faixas de concentração são divididas em cinco níveis: deficiência aguda, deficiência latente, níveis ade- quados, níveis altos e níveis tóxicos. As delimitações entre cada uma dessas faixas pode ser feita de acordo com as considerações Tabela 2. Relação entre as faixas de concentração nas folhas e conseqüências no crescimento e qualidade da produção. Excesso ou toxicidade Decréscimo de produção possivelmente com sintomas visuais Consumo de luxo Bom crescimento mas com acúmulo interno de nutrientes e possíveis interações Estado ótimo de nutrição Bom crescimento e geralmente boa qualidade Deficiência latente Sem sintomas visuais de aumento de produção e qualidade pela fertilização Deficiência aguda Sintomas visuais e efeito direto da fertilização e aplicação foliar Fonte: COTTENIE (1980). Aumento de concentração Nível inicial de toxicidade Limite de resposta de produção Limite de sintomas visuais
  • 4. 6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Diagnose foliar Tabela 3. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em folhas de plantas perenes. Cultura Faixas de teores adequados de nutrientes Macronutrientes (g.kg-1 ) N P K Ca Mg S Abacaxi 15-17 0,8-1,2 22-30 8-12 3-4 Abacate 16-20 0,8-2,5 7-20 10-30 2,5-8 2,0-6,0 Acerola 20-24 0,8-1,2 15-20 15-25 1,5-2,5 4,0-6,0 Banana 27-36 1,8-2,7 35-54 3-12 3-6 2,5-8,0 Café 26-32 1,2-2,0 18-25 10-15 3-5 1,5-2,0 Cacau 20-25 1,8-2,5 13-23 8-12 3-7 1,6-2,0 Caju 16-27 1,6-2,5 9-14 0,3-2,2 0,2-1,5 Coco 19-25 1,6-2,0 14,5-30 2,5-3,0 1,6-3,2 Goiaba 13-16 1,4-1,6 13-16 9-15 2,4-4,0 Laranja 23-27 1,2-1,6 10-15 35-45 2,5-4,0 2,0-3,0 Macadâmia 15-25 1,0-3,0 5-15 5-10 1,0-3,0 1,0-2,5 Maçã 19-26 1,4-4,0 15-20 12-16 2,5-4,0 2,0-4,0 Mamão 10-25 2,2-4,0 33-55 10-30 4,0-12,0 Manga 12-14 0,8-1,6 5-10 20-35 2,5-5,0 0,8-1,8 Maracujá(1) 42-52 1,5-2,5 20-30 17-27 3,0-4,0 3,2-4,0 Maracujá(2) 33-43 1,3-2,1 22-27 12-16 2,5-3,1 Seringueira 29-35 1,6-2,5 10-17 0,7-0,9 1,7-2,5 1,8-2,6 Pêssego 30-35 1,4-2,5 20-30 18-27 3,0-8,0 1,5-3,0 Uva 30-35 2,4-2,9 15-20 13-18 4,8-5,3 3,3-3,8 Micronutrientes (mg.kg-1 ) B Cu Fe Mn Mo Zn Abacate 50-100 5-10 50-200 30-100 0,05-1,0 30-100 Abacaxi 20-40 5-10 100-200 50-200 5-15 Acerola 25-100 5-15 50-100 15-50 30-50 Café 50-80 10-20 50-200 50-200 0,1-0,2 10-20 Cacau 25-60 8-15 60-200 50-250 0,5-1,5 30-80 Banana 10-25 6-30 80-360 200-2000 20-50 Laranja 36-100 4-10 50-120 35-300 0,1-1,0 25-100 Macadâmia 25-50 6-12 25-200 100-400 0,5-2,5 15-50 Maçã 25-50 6-50 50-300 25-200 0,1-0,3 20-100 Mamão 20-30 4-10 25-100 20-150 15-40 Manga 50-100 10-50 50-200 50-100 20-40 Maracujá 40-60 5-20 100-200 100-250 1,0-1,2 50-80 Pêssego 20-60 5-16 100-250 40-160 20-50 Seringueira 20-70 10-15 50-120 40-150 20-40 Uva 45-53 18-22 97-105 67-73 30-35 (1) 3ª ou 4ª folha de maracujá coletada no outono. (2) Folha de maracujá com botão floral na axila.
  • 5. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 7 Diagnose foliar Sistema Integrado de Diagnose e Recomenda- ção (DRIS) O sistema DRIS é um conceito de interpretação relativa- mente novo (BEAUFILS, 1973). A técnica baseia-se na compara- ção de índices, calculados através das relações entre nutrientes. Na sua concepção, foi desenvolvido para tornar a interpretação menos dependente de variações de amostragens com respeito à idade e origem do tecido, permitir um ordenamento de fatores limitantes de produção, e realçar a importância do balanço de nutrientes. Para o cálculo dos índices do DRIS, após a definição de uma população padrão ou de referência, constituída por indiví- duos de alta produtividade, estabelecem-se as relações entre nu- trientes, com suas médias e respectivos desvios. Para um nutrien- te Y hipotético utiliza-se a seguinte fórmula para o cálculo do índice (IY): onde: n = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está no numerador m = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está no denominador Usando-se a fórmula de JONES (1981): onde: (Y/X)a = relação na amostra (Y/X)p = relação na população de referência s = desvio padrão da relação Y/X k = constante de sensibilidade (10, 20, 30) O DRIS, além da interpretação dos valores relativos da importância de cada nutriente, permite trabalhar com o conceito de balanço de nutrientes. O balanço nutricional expressa o valor médio do somatório dos valores absolutos de cada índice. Quanto mais esse valor se distancia de zero, maior é o desequilíbrio nutricional para a amos- tra. ASPECTOS PRÁTICOS DA DIAGNOSE FOLIAR A Figura 3 mostra a seqüência de procedimentos para uma análise foliar para fins de avaliação do estado nutricional das plan- tas. É bom verificar que se trata de uma seqüência onde cada fase compromete o sucesso do processo como um todo. Não adian- ta executar a análise no melhor laboratório do mundo se a amos- tragem for mal feita ou a amostra deteriorou-se no caminho para o laboratório. Da mesma forma, o laboratório precisa ter qualidade Y Y k X a X p s f(Y/X) = ( ) ( ) BN = IY1 + IY2 +... + IYn n Σ f(Y / Xi ) - Σ f(Xj / Y) n + m IY = i - 1 j - 1 n m Figura 3. Procedimentos da amostragem à interpretação dos resulta- dos de análise de folhas. CAMPO - CLIENTE Registrar sintomas Registrar aspectos locais Coletar sistematicamente amostras de partes da planta precisamente definidas Embalar em sacos de papel e rotular. Enviar para o laboratório com informações completas do local As amostras são recebidas e codificadas no laboratório. Lavagem e descontaminação. Secagem a 65 o C Moagem em moinho de aço inoxidável. Armazenar em frasco vedado. Análises químicas Interpretação dos resultados RELATÓRIO PARA O CLIENTE O padrão e a intensidade da amostragem dependem da variabilidade do campo e do conhecimento da cultura Armazenar em refrigerador se necessário. Enviar o mais rapidamente possível ao laboratório (até 48 horas) Controle de qualidade Holanda ESALQ como garantia para resultados confiáveis. Um bom indicativo so- bre a qualidade do laboratório é sua participação em programas nacionais ou internacionais de controle de qualidade de análises de plantas, como os da ESALQ e da Universidade de Wageningen, na Holanda. O laboratório do Instituto Agronômico de Campinas parti- cipa desses dois programas de controle de qualidade e vem pres- tando serviços de análise de plantas desde 1954. Para enviar amostras para esse laboratório o endereço é o seguinte: Instituto Agronômico Laboratório de Análise de Solo e Planta Avenida Barão de Itapura, 1481 Caixa Postal 28 13001-970 Campinas-SP Mais informações podem ser obtidas através do e-mail: labanali@iac.br
  • 6. 8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Informações sobre outros laboratórios que participam do programa de qualidade da ESALQ podem ser obtidos no seguinte endereço: Programa Interlaboratorial de Análise de Tecido Vegetal ESALQ - Departamento de Solos e Nutrição de Plantas Avenida Pádua Dias, 11 Caixa Postal 9 13418-900 Piracicaba-SP Como o procedimento de laboratório é peculiar de cada la- boratório, em seguida são apresentados apenas detalhes importan- tes que estão mais relacionados com o agricultor, ou seja, a amostragem e a remessa para o laboratório. Cuidados com a amostragem Algumas recomendações são básicas e devem ser observa- das para qualquer cultura: • Representatividade da amostra: a amostra deve represen- tar unidades homogêneas de tipos de solo, idade, varieda- de e sistema de produção; • Sistema de amostragem: deve ser padronizado de acordo com as recomendações de cada planta; • Contaminações: a amostragem deve ser feita antes da apli- cação de defensivos ou adubos foliares, pois dificilmente os resíduos são removidos no processo de descontamina- ção no laboratório; • Embalagem: amostras de folha devem ser acondicionadas em sacos de papel, que são porosos. Sacos plásticos fa- vorecem a deterioração rápida das folhas e devem ser evitados. Remessa para o laboratório • Identificação da amostra: deve ser feita de forma clara para evitar confusão no laboratório. • Remessa: as amostras devem chegar ao laboratório o mais rápido possível, não mais de 48 horas. As amostras po- dem ser armazenadas em refrigerador por alguns dias se houver necessidade. É bom evitar remessa em finais de semana, quando correios e laboratórios podem não estar operando. MONITORAMENTO NUTRICIONAL Entende-se por monitoramento o conjunto de procedimen- tos padronizados no espaço e no tempo. Devem ser demarcados talhões semelhantes quanto a variedades, sistemas de produção, tipo de solo, idade das plantas. Amostragens de solo, folhas e pro- dutividade são os dados básicos para montagem de um sistema de monitoramento. A formação de um banco de dados permite o esta- belecimento local de níveis de referência para a área em estudo. O monitoramento pode indicar: • Se as plantas estão adequadamente nutridas ou se algum nutriente está limitando a produção. • Se o programa de adubação em uso fornece um suprimen- to ótimo de todos os nutrientes para assegurar produtivi- dade e qualidade dos produtos; • Se é necessário suplementar algum nutriente através da adubação de cobertura (N, K, Mg) ou de aplicações foliares (micronutrientes), se ainda houver tempo efetivo para tais práticas; • Se as recomendações, dependendo das práticas de ma- nejo, precisam ser alteradas nos próximos anos, ou au- mentando as doses ou o modo de aplicação dos nutrien- tes; • Se há possibilidade de redução de uso de determinados nutrientes quando as condições econômicas são desfa- voráveis, sem grandes prejuízos na produtividade e na qualidade. LITERATURA CITADA BATAGLIA, O.C.; DECHEN, A.R.; SANTOS, W.R. Diagnose visual e análise de plantas. In: DECHEN, A.R; BOARETTO, A.E.; VERDADE, F.C. Adubação, Produtividade e Ecologia. 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