O documento discute a economia política da informação, como a informação é usada economicamente e politicamente. Apresenta três estratégias de distribuição de informação: 1) atingir públicos homogêneos, 2) direcionar informação a grupos específicos, 3) privilegiar uma elite informacional. Conclui que produtores de informação controlam o acesso, mas não como a informação é usada ou assimilada em conhecimento.
A questão da informação aula 4 - economia e política da informação
1. A QUESTÃO DA INFORMAÇÃO:
USO ECONÔMICO E POLÍTICO DA
INFORMAÇÃO
Texto de Aldo A. Barreto
Prof. Jônatas Souza de Abreu
2. Quais são as perguntas?
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Que é informação?
Para que serve a informação?
Quem usa a informação?
Quais são os usos da Informação?
Qual a natureza da informação?
– O que define a natureza da informação?
• “Como trabalhar informação enquanto
estruturas significantes, no sentido de
direcioná-la ao seu propósito de produtora de
conhecimento para a sociedade”?
4. Economia política da
informação
– Não há como minimizar a importância da
informação na organização inicial dos
mercados. O monopólio do conhecimento
de rotas e caminhos marítimos, bem
como demais informações comerciais
foram da maior importância não só para
o enriquecimento de reis nobres e
mercadores, mas principalmente para o
estabelecimento de um sistema
capitalista de produção. (TAUILLE,
1981,p.91)
5. Economia política da
informação
– Essa revolução tecnológica, entre outras características,
potencializa enormemente a eficiência de funcionamento
(dos fluxos de informação e autoridade, que se contrapõem)
das estruturas que formam os gigantescos organismos das
grandes empresas, corporações multinacionais e dos estados
nacionais. Como consequência imediata se colocam questões
como as da privacidade, do controle social, do controle dos
mercados de trabalho etc. (TAUILLE, 1981,p.89)
– Estes mercados, por sua vez, definem hoje uma divisão
internacional do trabalho onde a uma descentralização e
hierarquização da produção através das fronteiras nacionais
desbotadas, corresponde uma centralização da decisão e,
consequentemente, do poder, polarizado nos chamados
países desenvolvidos.(TAUILLE, 1981,p.89)
6. Economia política da
informação
– Redefine-se assim a divisão social internacional
do trabalho apoia- da numa base técnica que
passa por uma evolução tão acelerada e com
consequências sociais tão profundas (em termos
de acirrar tendências e distorções previamente
existentes) que este período pode ser
considerado como de uma verdadeira revolução
tecnológica. (TAUILLE, 1981, p.108)
– Esta revolução na tecnologia do tratamento
eletrônico e massificado das informações altera e
acelera os processos de formação de merca- dos
e sistemas financeiros internacionais.(TAUILLE,
1981, p.108)
7. Recapitulando
• Os produtores de informação estão
limitados pelas competências
contextuais e cognitivas dos
habitantes de realidades
diferenciadas; necessitam, pois,
adotar estratégias de distribuição,
que viabilizem a aceitação de seu
produto.
8. Distribuição da Informação e
necessidades de informação
• A hierarquia das necessidades humanas,
que determina o comportamento dos
indivíduos, foi mapeada por A. Maslow
(Maslow , 1970) para indicar os fatores
determinantes da motivação, desempenho e
satisfação no trabalho. No seu estudo
empírico, Maslow (1970) apresenta uma
pirâmide das necessidades humanas e o
comportamento associado a cada nível desta
pirâmide.
10. Distribuição da informação
Considerando, portanto, o volume e a estrutura dos
estoques de informações disponíveis, a transferência de
informação poderia efetuar-se, do ponto de vista do
controlador, de acordo com três estratégias que
considerassem os aspectos do contexto do receptor:
1. uma estratégia que procure atingir e criar grandes
grupos homogêneos de receptores;
2. uma que procure identificar interesses e
necessidades comuns de entonação para grupos
diferenciados; e, finalmente,
3. uma estratégia em que a disseminação da
informação privilegie uma elite informacional.
11. Distribuição da informação
1. uma estratégia que procure atingir e
criar grandes grupos homogêneos de
receptores;
tenta associar a produtividade dos estoques
à produtividade na transferência da
informação. Ao pretender atingir um
público homogêneo em sua competência de
assimilação, transfere dos estoques a
informação que comprometa, somente, um
menor conhecimento comum, acessível ao
maior número de receptores
12. Distribuição da informação
2. identificar interesses e necessidades
comuns de entonação para grupos
diferenciados:
a transferência de informação é direcionada
a grupos de receptores com um perfil de
assimilação, interesses e necessidades
comuns. A transferência é diferenciada
para atender a um público selecionado,
com competência para reelaborar as
informações recebidas e realimentar os
estoques com informação nova.
13. Distribuição da informação
3. uma estratégia em que a disseminação da
informação privilegie uma elite
informacional.
– A transferência elitiza-se para um pequeno
número de receptores com acesso à
informação que é restrita aos demais
grupos, até porque este grupo de elite
possui, além das competências dos grupos
anteriores, características políticas e
econômicas que permitem assegurar e
manter o seu poder político e econômico.
14. Distribuição da Informação: o
que ocorre realmente
• Grandes estoques crescentes de informação, que se
acumulam em um tempo sem limites, degeneram a vivência
cotidiana em que o conhecimento se realiza no indivíduo. A
sintonia do sujeito consciente se dispersa em um mundo de
informações irrelevantes, imprecisas e ultrapassadas e em
uma distribuição inadequada.
• O conhecimento, potencialmente armazenado em estoques de
informação, acumula-se exponencialmente em estruturas que
lhe servem de repositório.
• Mesmo colocando-se filtro de entrada para limitar
qualitativamente o crescimento destes estoques, a coisa toda
tenderá a ruir em pedaços, devido ao seu próprio peso, a
menos que se modifique as proporções relativas da estrutura
em relação ao seu conteúdo físico (Thompson).
15. Conclusão
• O produtor de informação decide sobre quais os
itens de informação devem ser estocados e quais
as estratégias para sua distribuição à sociedade.
• Decide, ainda, sobre o “empacotamento”
tecnológico para esta distribuição.
• Alguns destes pacotes, ou canais de distribuição,
são tão intensivos em tecnologias emergentes
que confundem-se com o conteúdo, ou então o
canal é mais valorizado que a mensagem, como
acontece com as redes eletrônicas de
transmissão de mensagens (internet).
16. Conclusão
• O produtor de informação tem condições de
manipular a disponibilidade e o acesso à
informação. Contudo, não pode determinar
o seu uso e, principalmente, a assimilação
que produz o conhecimento.
• No mundo da produção e distribuição da
informação, a oferta pode criar demanda,
mas não pode transformar esta demanda
em ação dinâmica e diferenciadora, que
através da assimilação gera conhecimento
e promove o desenvolvimento, destino
final da informação como fenômeno
cognoscível.
17. referências
• BARRETO, Aldo de Albuquerque. A questão da
informação. Revista São Paulo em Perspectiva,
Fundação Seade, v 8, n 4 , 1994.
• BARRETO, AA. O mercado de informação no Brasil.
Transinformação, v. 10, n. 2, p. 55–67, 1998.
Disponível em:
<http://repositorio.ibict.br/handle/123456789/333>.
Acesso em: 16 Jun. 2013.
• HERSCOVICI, Alain. A Economia Política da Informação
, da Cultura e da Comunicação : questões
metodológicas e epistemológicas . Uma apresentação
geral . p. 5–14, 2003.
• TAUILE, José Ricardo. UMA INTRODUÇÃO À
ECONOMIA POLÍTICA DA INFORMAÇÃO. Ensaios FEE,
v. 2, n. 2, p. 89–108, 1981.