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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91 (GLSC)
Florianópolis - SC
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.094 – Florianópolis (SC) - domingo, 26 de junho de 2016
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -IrNewton Agrella – Apego ao Malhete (Editorial de domingo)
Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi (Coluna do Irmão João Gira) A Luz vem do Oriente
Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Estrelas no Simbolismo Maçônico ...
Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Repensando a Maçonaria
Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria – Em Busca do Vrill
Bloco 7 - Destaques JB - O Prumo de Hiram - Breviário Maçônico -
e versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 2/34
Autoria: Irmão Manoel Miguel
MM da Loja Colunas de São Paulo 4145 – GOB/GOSP – Or.’. de São Paulo.
Cel./WZ: 19 98401-0686
Escritor – Palestrante – Coach em Saúde e Estilo de Vida
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 178º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 188 para terminar este ano bissexto
Dia do Metrologista, dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas e
dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura.
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 3/34
Juliano numa moeda de bronze
cunhada emAntioquia, c. 360—363
 363 - O Imperador Romano Juliano é morto durante uma retirada, com seu exército, do Império
Sassânida. O General Joviano é proclamado Imperador pelas tropas no campo de batalha.
 684 - Benedito II se torna Papa.
 1282 - Casamento, em Trancoso de D. Dinis, Rei de Portugal e Isabel de Aragão.
 1284 - De acordo com a lenda, o Flautista de Hamelin hipnotizou 130 crianças, as levando para fora da
cidade de Hamelin.
 1409 - O Grande Cisma do Ocidente: foi uma ruptura que ocorreu na Igreja Católica
Romana de 1378 a 1417. As motivações deste cisma não foram de ordem teológica mas sim política,
resultado do fim do Papado de Avinhão. O cisma terminou décadas mais tarde no Concílio de
Constança de 1414, com o papado restabelecido em Roma.
 1483 - Ricardo III se torna Rei da Inglaterra.
 1541 - Francisco Pizarro é assassinado em Lima pelo filho de seu ex-companheiro e
depois antagonista Diego Almagro. Diego, depois, é capturado e executado.
 1718 - Tsarevich Alexei Petrovich, filho de Pedro, O Grande, morre misteriosamente depois de ser
sentenciado à morte por seu pai por conspirar contra o mesmo.
 1723 - Depois de um longo ataque militar, Baku se rende à Rússia.
 1794 - As tropas francesas do General Jourdan vencem os austríacos em Fleurs, obrigando-os a evacuar
a Bélgica.
 1807 - Um raio atinge um depósito em Luxemburgo, matando 230 pessoas.
 1811 - Os líderes do movimento independentista mexicano Miguel Hidalgo, Ignacio Allende e Juan
Aldama são fuzilados em Chihuahua, México.
 1819 - A bicicleta é patenteada.
 1830 - Guilherme IV se torna Rei do Reino Unido.
 1848 - Fim da Revolta dos Dias de Junho em Paris.
 1857 - Primeira vez que alguém foi premiado com a Victoria Cross, em Hyde Park, London. A Victoria
Cross é uma medalha de reconhecimento à coragem face-a-face com o inimigo.
 1870 - O feriado Cristão do Natal é declarado feriado nacional nos Estados Unidos.
 1918 - Primeira Guerra Mundial: A Batalha por Belleau Wood - A Tríplice Entente sob o comando
de John J. Pershing e James Harbord derrotam a Tríplice Aliança sob o comando do Príncipe Wilhelm.
 1924 - Forças de Ocupação norte-americanas se retiram da República Dominicana.
 1934 - O Presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt assina o Federal Credit Union Act, que
estabelece uniões de crédito.
 1934 - Vôo inaugural de Focke-Wulf Fw 61, o primeiro helicóptero completamente controlável.
 1940 - Segunda Guerra Mundial: Sob o Pacto Molotov-Ribbentrop (também conhecido como pacto
Nazi-Soviético ou pacto Hitler-Stalin), a União Soviética apresenta um ultimato à Romênia, requerendo
a esta que ceda Bessarabia e norte de Bukovina.
 1945 - A Carta das Nações Unidas é assinada em San Francisco.
 1959 - A Saint Lawrence Seaway é inaugurada, abrindo os Grandes Lagos da América do Norte aos
navios oceânicos.
 1960 - O antigo Protetorado Britânico de Somalilândia ganha sua independência.
 1960 - Independência de Madagascar.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 4/34
 1963 - John F. Kennedy diz sua famosa frase "Ich bin ein Berliner" em uma visita a Berlim Ocidental*.
 1964 - Os Beatles lançaram o álbum A Hard Day's Night nos Estados Unidos.
 1967 - Karol Wojtyla (Futuro Papa João Paulo II) era feito Cardeal pelo Papa Paulo VI.
 1968 -Ocorre a "Passeata dos Cem Mil" (manifestação popular de protesto contra a Ditadura Militar no
Brasil).
 1969 - É publicada a primeira edição do semanário "O Pasquim"
 1973 - No Cosmódromo de Plesetsk 9 pessoas são mortas na explosão de um Cosmos 3-M rocket.
 1974 - Um Código de barras na simbologia Universal Product Code é escaneado pela primeira vez para
vender um pacote de Wrigley's goma de mascar no Marsh Supermarket em Troy, Ohio, Estados
Unidos.
 1975 - Indira Gandhi estabelece uma regra autoritária na Índia.
 1975 - Os agentes do FBI Ronald Williams e Jack Coler e o membro do American Indian
Movement Joseph Stuntz são mortos em um tiroteio em Pine Ridge Indian Reservation em South
Dakota.
 1976 - A CN Tower, a maior estrutura auto-sustentada do mundo, é inaugurada.
 1978 - Air Canada Voo 189 para Toronto ultrapassou a pista de decolagem e bateu no Etobicoke
Creek ravine. Dois dos 107 passageiros a bordo morreram.
 1993 - Os Estados Unidos lançam um míssil de ataque com destino aos Quartéis Generais de Inteligência
de Bagdá em retaliação ao atentado contra o ex-presidenteGeorge H. W. Bush em Abril, no Kuwait.
 1996 - A jornalista irlandesa Veronica Guerin leva um tiro em seu carro enquanto dirigia pelas ruas
de Dublin.
 2006 - Montenegro se torna o 192º membro das Nações Unidas.
 2015 - O casamento gay é legalizado em todos os estados dos Estados Unidos.
 Atentados terroristas no Kuwait, na França e na Tunísia deixam dezenas de mortos e centenas de
feridos.
1823 Após haver representado Santa Catarina junto às Cortes de Lisboa, chega de retorno à cidade de
Desterro o padre Lourenço Rodrigues de Andrade.
1840 Assume a presidência da Província de Santa Catarinao general Antero José Ferreira Brito,
posteriormente Barão de Tramandaí, em substituição ao marechal José de Souza Soares Andrea.
1887 Em São Bento, nesta data, é lançado um manifesto republicano assinado por um grupo de políticos
locais.
1889 Assume a presidência da Província, interinamente, o vice Abdon Batista, substituindo o cônego
Joaquim Eloy de Medeiros.
1890 Nasce, em São José, Laércio Caldeira de Andrada. Escritor e professor da Faculdade de Direito de
Niterói, pertenceu à Academia Catarinense de Letras.
Sua principal obra foi “Introdução à História do Comércio Catarinense”, editada em 1920. Faleceu em
Niterói a 20 de janeiro de 1971.
1817 Proibido por Portugal pela terceira vez, o Correio Brasiliense, que Hyppolito da Costa escrevia,
mandava imprimir na Inglaterra e chegava no Brasil como contrabando. Já havia sido proibido em
1811 e 1812.
1889 Fundado o Grande Capítulo de Maçons do Real Arco de News South Wales, Austrália.
1890 Fundação da Grande Loja da Tailândia
1891 Fundado o Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco de Montana, USA.
1990 Reinstalação da Grande Loja da Iugoslávia
1997 Fundação da Loja Obreiros da Lealdade nr. 146, de Porto Alegre (GLMERGS)
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
históricos de santa Catarina
Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 5/34
Ir Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"APEGO AO PRIMEIRO MALHETE"
Não raro, em inúmeras Lojas espalhadas pelo Brasil afora deparamo-nos com a singular e
indesejável figura do "venerável oculto".
Este personagem, trata-se de um ex-Venerável ou Past Master como preferirem, e que
dotado de um espírito egocêntrico e absoluto dono da verdade, acha-se no pleno direito de
opinar, sugerir e interferir no andamento dos trabalhos, inclusive e mormente durante a
própria sessão maçônica.
Seja por intermédio de sinais, olhares, ou quando não satisfeito, tomando a palavra e
ferindo frontalmente os ditames ritualísticos, sem se importar com as consequências que
tais atitudes possam acarretar.
Posta-se obrigatoriamente ao Oriente de maneira olímpica e se possível ombreando o
Venerável Mestre de Ofício.
Costuma falar pelos cotovelos, muitas vezes interrompe os trabalhos para fazer alguma
observação que segundo a sua perspectiva é inadiável e precisa ser feita naquele instante
de qualquer maneira.
Ele ri, cochicha, aponta, corrige e quer que seus pares, próximos a ele, também
compartilhem de seu comportamento.
Em suma...um verdadeiro "mala" cujas alças mal conseguem sustentar o seu peso.
Há algum tempo atrás, em visita a uma Loja no litoral paulista, pude testemunhar um
desses casos.
O Venerável Mestre que tentava conduzir uma Sessão Magna de Elevação, mal conseguia
disfarçar o mal-estar diante de um "venerável oculto" que a cada pouco se ocupava de dar
palpites, interrompendo a cerimônia em várias oportunidades a ponto inclusive de
comprometer a própria dinâmica da Sessão - fazendo correções, sobre o ritmo dos
trabalhos e até mesmo reclamando da falta de uma garrafa de água mineral no Trono de
Salomão - onde o mesmo dividia espaço com o 1o. Malhete.
2 – Editorial de domingo – Apego ao Primeiro Malhete
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 6/34
Obviamente que esse elenco de atitudes contribuiu para que os Irmãos ao término da
Sessão fizessem comentários pejorativos e irônicos, inclusive culpando o Venerável Mestre
de ofício pela falta de pulso para coibir esse tipo de coisa.
Cumpre destacar, que normalmente esses "veneráveis ocultos" - que se acham intocáveis
donos da Loja - são pessoas que na maioria das vezes dispõem de uma boa formação
cultural, estão financeiramente estabilizados contudo, julgam-se no Direito de interferir nos
destinos de uma Loja, como que sem a presença destes, a mesma simplesmente não
subsistiria.
O que vale dizer que a prepotência e audácia desses Irmãos prejudicam sobejamente o
andamento de uma Oficina, e o que se mais lamenta, é que muitos Veneráveis ex-oficio,
durante exercício de seu veneralato se omitem de chamar-lhes a atenção, ou de algum
modo, tentar inibir esse tipo de comportamento que desagrada e desagrega o quadro de
Obreiros.
A figura do "venerável oculto", em alguns casos chega até mesmo a provocar rupturas em
Lojas, suscitando a cisma e o advento de uma nova Oficina.
Parece difícil demais conter essa vaidade que a Sublime Ordem tanto combate, mas que o
ser humano tão apegado ao valores mais atávicos do Poder - seja ele qual for - mal
consegue se desapegar.
Diante desse cenário obtuso, o convite é feito para que o "venerável oculto" - se oculte na
sua presunção de onipotência e assuma uma postura mais generosa perante seus iguais.
Fraternalmente
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 7/34
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
A LUZ VEM DO ORIENTE
Introdução: O Venerável Mestre é uma figura que assume destaque e proporções especiais. As
suas atribuições se definem em dois planos: O Administrativo e o Esotérico. No plano
administrativo, o Venerável Mestre é o presidente da sociedade civil, que é a Loja, é o seu
administrador geral, e o seu representante junto a Potência ou Obediência a que a Loja se
subordina. No plano esotérico, adquire a condição de guia espiritual dos obreiros, transformando-
se num verdadeiro sacerdote da Ordem.
A sua autoridade é respaldada em estatutos que lhe dão poderes especiais, como por exemplo:
a inatacabilidade, porém, a principal condição que dá o respeito à sua investidura é o
preenchimento de todos os requisitos já aludidos. A sua autoridade é inata. O bom Venerável
Mestre não é aquele que sempre resolve os problemas que ocorrem em sua Loja, mas sim
aquele cujos problemas nunca ocorrem em sua Loja.
Origem do Nome: - José Castellani assim se posiciona: O título de Mestre da Loja, ou
Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Oficina maçônica, tem sua origem na Inglaterra,
nos meados do século XVII, quando já ia avançada a paulatina transformação da Maçonaria de
ofício em Maçonaria dos aceitos. Derivado da palavra inglesa worship, que significa adoração,
culto, reverência - como forma de tratamento - quando usada como substantivo, e venerar,
adorar, idolatrar, quando usada como verbo transitivo, têm-se o termo worshipful, que significa
adorador, reverente, ou venerável (neste último caso, como forma de tratamento). Assim, o
presidente da Loja tinha o título de Master (Mestre), ao qual se adicionou, posteriormente, o
tratamento reverente de worshipful (venerável) - pois, no início, o termo venerável era aplicado
apenas às corporações de artesãos - o que produziu a expressão worshipful master (venerável
mestre). A expressão, todavia, não é muito utilizada nos países de fala inglesa, onde se prefere,
simplesmente, Master, dando-se o título de Past-Master ao ex-Venerável Mestre. Nas
Obediências latinas, ao contrário, é quase abolido o termo Mestre, já que as referências ao
presidente da Loja limitam-se, quase sempre, a um simples Venerável, o que é altamente
incorreto, pois este vocábulo, no caso, é um adjetivo, que não pode ser usado sem o substantivo
Mestre.
O Ritual de Instalação é um Ritual típico do Rito Adonhiramita.
3 – Coluna do Irmão João Gira – A Luz vem do Oriente
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 8/34
Compromissos de Posse das Luzes
Venerável Mestre: As condições essenciais para o desempenho das funções de Venerável
Mestre são, além de reputação ilibada, ser sincero, leal e verdadeiro; ser afável no trato e
inabalável e intransigente em seus princípios. (...) A honra e a reputação desta Loja dependem,
doravante da competência, do zelo e da habilidade com que conduzirdes seus trabalhos. Estais
colocado no Oriente representando o Sol nascente e, qual este grande facho luminoso da Natureza,
deveis aquecer e iluminar os que se acharem sob vossa direção com os raios de vossa sabedoria,
com vossa bondade e com vosso amor fraternal... (...) Revisto-vos com esse Colar e este Avental,
insígnias de Mestre Instalado, que devo dizer-vos, é a mais elevada honra que uma Loja pode
poder conferir aos seus membros. Eis aqui a joia que pertence ao vosso cargo, Consiste no
Esquadro, que indica o alto senso de retidão que deve nortear vossa conduta neste posto. Que
esta Joia, colocada sobre o vosso peito, seja para vos, uma eterna lembrança de que deveis adornar
vosso coração com as virtudes maçônicas que ela representa. Coloco em vossas mãos esse
Malhete, que foi sempre o emblema da autoridade dentre nossos Irmãos. Ele deve ser aplicado
sobre o cinzel simbólico da educação, para desbastar as irregularidades de toda sorte que possam
surgir numa Loja do mesmo modo que, materialmente e bem trabalhado, alisa as superfícies
ásperas e irregulares dos materiais. Ele nos ensina, ainda, a cultuar a humildade e a modéstia, a
fim de que, pelo procedimento justo e sereno do Venerável, todos Obreiros, apesar de se
encontrarem numa escola de disciplina fiquem satisfeitos. O Malhete é para o Obreiro o que a
Razão esclarecida é para as paixões: domina a ambição, suprime a inveja, sopita a cólera e
extingue qualquer fraqueza que, porventura, tente entibiar-lhe o ânimo.
Vigilantes: 1º Vigilante: Joia: Nível - representa, não obstante o elevado cargo que ides ocupar,
que nunca deveis esquecer que, em todas as coisas concernentes à Maçonaria, todos vossos Irmãos
estão no mesmo nível de vós.
2º Vigilante: Joia: Prumo - ela vos recordará a retidão e a integridade que devem guiar, não só
a vossa conduta, como também a de todos que trabalham na Arte Real.
Malhetes: Emblema da autoridade. Deveis fortalecer e embelezar os trabalhos do Venerável e
ajudá-lo, para que, da ação conjunta de nossos esforços, mais se intensifique o seu progresso e o
alevantamento moral e intelectual de seus Obreiros.
Compromissos de Posse das Dignidades
Orador: Joia: Livro da Lei sobre um fundo radiante. Aberto, como está, indica que deveis ser
um livro aberto à consulta dos Irmãos e que deveis irradiar a luz dos sábios ensinamentos,
ajustados aos princípios do Direito e da Razão. Bem compreendeis, pois, as imensas
responsabilidades que vosso cargo vos atribui e das quais somente podereis desobrigar-vos pelos
estudos profundos de todas as Leis de nossa Sublime Ordem.
Secretário: Joia: Duas penas cruzadas. É vosso dever registrar em ata, com imparcialidade e
clareza, todas as ocorrências de nossos trabalhos, competindo-vos, também, fazer as convocações
para as reuniões e as devidas comunicações à nossa Grande Loja. Lembrando-vos das decisões
tomadas, deveis velar para que sejam executadas, contribuindo, assim, utilmente, para o completo
esclarecimento desta Loja.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 9/34
Tesoureiro: Joia: Chave. Devo lembrar-vos que vosso dever é zelar pela perfeita arrecadação das
contribuições dos Obreiros e de outras receitas, bem como pela exata execução das despesas da
Loja. Deveis ser pontual na entrega à nossa Grande Loja de todas as taxas que, por lei, lhe são
devidas, pois disso sois responsável.
Compromissos de Posse dos Oficiais
Chanceler: Joia: Timbre. Vossa responsabilidade é a de manter sempre em dia os registros
individuais dos Maçons, orientando a Loja sobre aqueles que não cumprem o dever de assiduidade
aos trabalhos e lançando no Livro Negro os nomes daqueles que não revelarem as qualidades
necessárias para se manterem entre nós. De vosso zelo depender´qa a frutificação dos bons
exemplos, impostos pela disciplina maçônica.
Diáconos: 1º Diácono: Joia: Pomba inscrita no triângulo. É o símbolo da Fé.
2º Diácono: Pomba Livre. Símbolo do mensageiro da Fé e da Esperança, que nos ensina e nos
exorta a nos amarmos fraternalmente.
Bastões: Representam a insígnias de vosso cargo.
Mestre de Cerimônias: Joia: Régua. Cabe lembrar-vos que a ordem interna desta Loja corre sob
vossa responsabilidade. Antes da abertura dos trabalhos, deveis examiná-la e providenciar para
que tudo esteja pronto para a realização das cerimônias ritualísticas, cabendo-vos, também a
recepção aos Irmãos visitantes. O bastão, que vos é confiado simboliza o cetro patriarcal do guia
que todos seguem confiante.
Hospitaleiro: Joia: Bolsa de Beneficência. É uma das mais sublimes atividades macônicas: a
solidariedade humana. Deveis sempre estar atento para que as necessidades de nossos Irmãos
sejam sanadas pela mão de nossa benifência, a tempo e à hora. O resultado de vosso trabalho
estará na razão direta da atividade que desenvolveres no desempenho de vosso cargo. Quanto mais
diligenciardes, maiores serão os benefícios que nossa Loja poderá prestar. Confio em vos e sei que
sabereis medir essa grande responsabilidade que vos foi imposta.
Expertos: Joia: Punhal. Representa a arma com que deveis defender a integridade da nossa
doutrina. Deveis sempre estar atentos para que a harmonia da Instituição não seja perturbada.
Porta-Estandarte: Joia: Estandarte. O Estandarte é a bandeira da Loja, representando
simbolicamente este Templo consagrado à Virtude. Deverá ele estar presente em nossas
cerimônias para que receba as homenagens dos Maçons que compreendem e respeitam nosso
esforço em prol do engrandecimento da Instituição.
Porta-Espada: Joia: Espada. Deveis guardá-la e mantê-la sem mácula, não permitindo, jamais,
que a inconsequência e a intemperança de maçons menos esclarecidos venham a desautorar ou
diminuir a pujança desta Oficina.
Guarda do Templo: Joia: Espadas cruzadas. Estas espadas cruzadas indicam que só deveis dar
ingresso em nosso Templo àqueles que têm direito a tomar parte em nossos trbalhos.
Simbolicamente, os ferros cruzados, em guarda para o combate, nos ensinam a nos pormos em
defesa contra os maus pensamentos e a ordenarmos moralmente nossas ações.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 10/34
Cobridor: Joia: Alfange. Esta alfange que confio às vossas mãos, servirá para nos preservardes
da aproximação de curiosos e dos indiscretos. Em sua significação simbólica, ele nos revela que
devemos impedir que se aproximem de nosso espírito os maus sentimentos, tanto quanto a
fraqueza e a traição.
Arquiteto: Joia: Maço e um Cinzel cruzados (Pá de Pedreiro) . Devo lembrar-vos que vossa
responsabilidade ficará, de hoje em diante, o nosso material de trabalho. As nossas alfaias, joias e
paramentos devem dispensar vossa carinhosa atenção e zelo, para que estejam sempre em
condições de uso. Nossas festas e cerimônias deverão sua beleza e seu brilho á arte com que
ornamentares nossa Loja.
Mestre de Harmonia: Joia: Lira. Invisto-vos da responsabilidade pelo equilibrio vibracional da
Loja, propiciando o momento fértil para as manifestações do Grande Arquiteto do Universo.
Mestre de Banquetes: Joia: Cornucópia. Invisto-vos da responsabilidade das ceias oferecidas
pela Loja. Que os ágapes fraternais, por vós organizados, sirvam para unir ainda mais a família
maçônica.
Bibliotecário: Joia: Um Livro Fechado e uma Pena. Deveis estar sempre disposto a colocar á
disposição dos Irmãos do Quadro os livros e publicações de nossa propriedade para estudo e
conhecimento de todos os obreiros.
Monografia Maçônica: Como quero a minha Loja Maçônica:
Não quero mais uma Loja Maçônica. Quero uma Loja que seja um estado de espírito. Quero um
centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições de cada um e comemorem o justo regozijo
de cada um. Quero um templo azul, ungido pelo orvalho de Hermon, onde cada irmão possa
chorar quando quiser e possa sorrir com os olhos, o coração franqueado à compreensão e a
razão predisposta ao diálogo. Quero ver todos os meus irmãos, todos os dias, ouvir ideias e
críticas às minhas ideias. Quero divergir e assim convergir no mesmo ideal. Não quero apenas
mais uma Loja maçônica.
Quero uma Loja livre, que ajude a libertar. Quero uma Loja igual, onde todos realmente se
igualem. Quero uma assembleia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão
ausentes no mundo profano. Quero uma oficina onde todos aprendam juntos a compreender os
desígnios do grande Arquiteto do Universo. Não desejo apenas uma Loja onde sempre prevaleça
a vontade de alguns.
Quero uma Loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultive a
fraternidade, sinônimo de amor, sem condições e perdão sem restrições. Quero uma Loja
dedicada à construção de um templo diverso do templo profano: um templo mais amigo, mais
piedoso e, sobretudo, mais justo. Não desejo uma Loja de elite, insensível e presunçosa. Quero
uma pequena comunidade, onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, onde cada irmão
perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhe são desculpados os próprios senões. Não
desejo uma Loja, onde todos cumprem seus deveres somente porque a lei o exige.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 11/34
Quero uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, aonde todos
venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada
um, do modo de ser de cada um. Não desejo uma Loja de maçons perfeitos. Quero que o Grande
Arquiteto do Universo nos livre dos homens perfeitos. Eles nunca erram, porque jamais acertam.
Eles nunca odeiam, porque jamais amam. Quero uma Loja de maçons que mereçam a caridade
que fazem a si próprios e ao próximo, porque ninguém é ainda uma pedra polida. Não desejo uma
Loja completa.
Quero uma Loja onde não haja erros e acertos, mas que se procure em cada vocábulo
emitido, o quanto de amor transmite. Quero uma Loja onde haja equívocos, contradições e até
mesmo ilusões. Quero uma opção de aprimoramento espiritual. Não quero uma Loja de homens
ricos. Quero uma Loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode,
onde todos sejam eternos insatisfeitos. Quero uma Loja onde o segredo não precise ser jurado e
continue segredo. Quero uma oficina humana e crística. Não o Cristo lenda do Cristianismo, que
só se compreendeu quando crucificado, mas dos aflitos e dos andarilhos. Não quero apenas mais
uma Loja Maçônica.
Quero uma Loja de pequenas dimensões e grandes obras, onde, um dia, possa fazer do meu
filho, meu irmão. Louvada seja a Maçonaria que nos fez Irmãos. (Eduardo Rodrigues).
Parabéns às Luzes, Dignitários e Oficiais que assumem, neste solstício. Que a Luz do Grande
Arquiteto do Universo ilumine vossa administração.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
ESTRELAS NO SIMBOLISMO MAÇÔNICO:
COMPLEMENTAÇÕES SOBRE A ESTRELA DE SEIS PONTAS E
SOBRE A ESTRELA FLAMÍGERA. A ABÓBADA ESTRELADA DO
TEMPLO MAÇÔNICO. (PARTE DOIS – FINAL)
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
***Resumo da Parte Um:
O trabalho que precedeu a este introduziu-nos no mundo do
simbolismo maçônico, especialmente no que se refere às estrelas, que
conforme ficou explícito é um dos seus símbolos recorrentes.
Discussões à parte, e não são poucas, elas vão surgindo durante toda
a pesquisa que pretenda ser mais aprofundada. Algumas das questões
levantadas não podem ser mais esmiuçadas, pelo fato de que adentrariam nos
segredos do Grau onde elas aparecem. É bem possível que muitas das
confusões que possam aparecer com relação a este assunto é porque uma
mesma estrela aparece com vários nomes e como ficou passível de entender,
mesmo sendo símbolos diferentes são adotadas em determinados Ritos com
significados semelhantes.
A título de ilustração, digamos assim, vimos um soneto da bela poesia
da autoria de Olavo Bilac intitulada “Via Láctea”, vimos a definição de estrela do
ponto de vista da Ciência, e depois adentrando ao universo maçônico e ao seu
simbolismo, a Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Flamígera.
Também ficamos conhecendo maiores detalhes sobre a Estrela de
David e alguns aspectos com referência à essa estrela possuir ou não ligação
com a Maçonaria, já que é citada regularmente em artigos e livros, mais
especificamente aqueles versando sobre magia.
Foi dado início à descrição da Estrela de Seis Pontas ou Hexagrama,
que também leva o nome de Escudo de Davi e ainda Timbre de Salomão, e
também está associada à magia.
Prosseguiremos, fazendo algumas complementações a respeito da
Estela de Seis Pontas, e depois adentraremos no tema envolvendo a Abóbada
estrelada do Templo.
4 – ESTRELAS NO SIMBOLISMO MAÇÔNICO: COMPLEMENTAÇÕES SOBRE A
ESTRELA DE SEIS PONTAS E SOBRE A ESTRELA FLAMÍGERA. A ABÓBADA
ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO. (PARTE DOIS – FINAL)
José Ronaldo Viega Alves
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ESTRELA DE SEIS PONTAS (HEXAGRAMA) E ESTRELA FLAMÍGERA, OU FLAMEJANTE
Já não vimos um título semelhante durante o transcorrer deste trabalho? Sim, quando nos
referimos a Estrela de Cinco Pontas, ou Pentagrama ou Estrela Flamígera ou Flamejante. Como assim,
ela aparece com duas formas diferentes? É isso mesmo. Vejamos um trecho do “Vade-Mécum
Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi, que diz assim:
“3. A Estrela Flamígera possui em diversos Ritos cinco pontas – pentagrama – em outros seis pontas –
hexagrama – como no de York. (...) A Estrela Flamígera era símbolo desconhecido pelos pedreiros
livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os
Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho
geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria Especulativa.”
A ESTRELA FLAMÍGERA: O QUE FALTAVA DIZER
Várias leituras acerca da Estrela Flamígera, e entre elas algumas que entremeiam Magia
e Maçonaria, mas, quase ao final da elaboração deste trabalho, deparo-me com as explicações
convincentes e fundamentadas da autoria do estudioso Irmão Kennyo Ismail, apresentadas em seu
livro “Desmistificando a Maçonaria”, de onde destaco as passagens mais interessantes:
“Infelizmente, até os mais respeitáveis escritores maçons deixaram que suas formações cristãs
influenciassem sobre este tema, pecando em sua interpretação. (...) Alguns autores brasileiros,
conseguiram ir além, no mundo da imaginação. Na teoria desses, multiplicada por trabalhos
apresentados nas Lojas, a Estrela Flamígera foi inventada por Pitágoras e nomeada por Agrippa,
sendo usada pela primeira vez em um ritual de 1737, na França.
Essa teoria seria ótima, se não houvesse vários pentagramas de origem mesopotâmica,
babilônica, egípcia, registrados em pedra e datados de, pelo menos, 3000 a. C., ou seja, mais de dois
milênios antes de Pitágoras nascer.”
COMENTÁRIOS
Vimos na primeira parte deste trabalho que ela é chamada de “Stella Pitágoris”.
Vimos também que, entre outros autores, o Irmão Theobaldo Varoli Filho, chega a dizer que ela
é “rigorosamente de origem pitagórica”.
Retornando às explicações do Irmão Kennyo Ismail:
“Eis uma teoria fundamentada da origem da Estrela Flamígera na Maçonaria os povos antigos tinham a
crença de que os deuses habitavam as estrelas. Essa crença esteve presente no judaísmo, como
denuncia o livro Amos (5:26), em que consta a crença ao deus Moloch, um deus que possuía uma
estrela como símbolo. Os judeus adotaram tal crença por influência dos egípcios, que adoravam Sirius
como um de seus mais importantes deuses. Sirius é a estrela mais brilhante do céu, também
conhecida como estrela-cão por ser a principal estrela da constelação Cão Maior. Os egípcios
construíram vários templos em dedicação a Sirius e há indícios de que esta serviu de base para o
calendário egípcio.
Essa influência egípcia fica clara no livro Atos (7:43), que cita o tabernáculo de Moloch e
‘a estrela do vosso deus Renfan’. Renfan era um dos nomes pelos quais os egípcios chamavam Sirius.
O Antigo Testamento contém várias outras passagens que citam o deus Moloch.
Pois bem, nos livros de Reis I e Reis II, ninguém menos do que o Rei Salomão edifica um
altar em homenagem a Moloch, o qual, como sabemos, tinha como símbolo uma estrela, por ser a
estrela mais brilhante do céu. Os livros relatam que Salomão agiu por influência feminina. Já não mais
forte como antes, velho, encontrava-se dividido entre sua sabedoria e a beleza de suas mulheres e
concubinas. Enfim, Salomão misturou assuntos da matéria com assuntos do espírito.
Essa questão de dualidade entre matéria e espírito está diretamente ligada à Maçonaria
simbólica, em que o material prevalece no grau de Aprendiz, mede forças com o espiritual no grau de
Companheiro e então o espiritual prevalece no grau de Mestre.
Considerando o papel do Rei Salomão para a Maçonaria e essa dualidade enfrentada por
Salomão e culminando na sua reverência a Sirius, a estrela mais brilhante do céu (daí o termo
‘flamígera’), é fácil compreender o importante papel e simbolismo que a Estrela Flamígera ocupa no
grau de Companheiro maçom. Não haveria melhor maneira de simbolizar tal dualidade aos
Companheiros do que por meio do exemplo do próprio Rei Salomão, identificada no Templo por Sirius,
a Estrela Flamígera.
A Estrela Flamígera representa as forças e os perigos que podem desvirtuar até o
homem mais sábio de todos do caminho da retidão que leva à verdade.”
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ESTRELA DE SETE PONTAS OU A ESTRELA QUE APARECE NO TOPO DA ESCADA DE JACÓ,
NO PAINEL SIMBÓLICO DA LOJA DE APRENDIZ.
Vejamos o que diz o livro “Maçonaria de A a Z”, que foi organizado pelo Irmão Antonio
Nami, no verbete respectivo:
“Vê-se no Painel do Aprendiz, dentro de um círculo, uma Estrela de Sete Pontas, constituindo o término
da Escada de Jacó. O iniciado o atinge, subindo da Terra ao Céu, e se apossando da Fé, Esperança,
Caridade, virtudes teológicas, e da Temperança, Prudência, Fortaleza e justiça, virtudes cardeais que
encontra no trajeto místico. Ela representa também, os sete dias da semana, os sete braços dos
candelabros de Moisés, as sete igrejas da Ásia, os sete selos misteriosos.”
COMENTÁRIOS:
Alguém já deve estar se perguntando sobre a estrela essa, pois, não percebeu a mesma
no Painel da sua Loja.
Bem, nem todos os painéis adotados tem essa representação. E aí acabamos sempre
nos deparando com a versão X, a Y e a Z. A pergunta já foi feita em algum dos meus trabalhos
anteriores, não exatamente nestes termos, mas, vou refazê-la: Por que nos deparamos sempre com
essa situação: um adota de um jeito e outro adota de outro jeito, no que tange a determinado símbolos,
ou ornamentos, ou rituais...?
No que tange aos painéis, vale registrar o que o Irmão Rizzardo Da Camino escreveu em
seu livro “Painéis da Loja de Aprendiz”, onde diz assim:
“Dentro dos limites da literatura, especialmente a estrangeira, reunimos um grupo de desenhos de
Painéis e sobre eles teceremos considerações objetivando a razão de os seus autores em apresentar
certos símbolos, acrescentar outros e mesmo, suprimi-los em seus trabalhos.
Os Rituais não dispõem a respeito dos Painéis; limitando-se a dizer que deverão conter
os principais símbolos da loja.
Qual Painel, portanto, poderá ser classificado de modelo, de norma, de obrigatoriedade?
(...) Essa multiplicidade de desenhos nos leva a considerar que é tempo de a Maçonaria brasileira
adotar um único Painel, após decisões das assembleias das diversas Obediências e mediante
concurso entre autores de livros, que se supõem estarem mais autorizados face ao seu trabalho de
constantes pesquisas.“
Dando sequência aos comentários anteriores, no decorrer do livro estão expostos vários
Painéis. Evidentemente, todos diferem e na representação da Estrela constam outros tipos, além dessa
que está se falando, que é a de Sete Pontas. O Painel onde está muito clara a representação de uma
Estrela de Sete Pontas, inclusive rodeada de raios difusos que se espalham em todas as direções,
dando a impressão de uma profunda luminosidade, é o Painel de autoria de William Dight, que foi
pintado originalmente em 1808.
ESTRELA DE NOVE PONTAS
Citaremos esta estrela, pelo fato de que, ela tem seu simbolismo na Maçonaria e aparece
representada em alguns Graus, conforme a descrição de Nicola Aslan:
“ESTRELA DE NOVE PONTAS – É o símbolo da espiritualidade, do amor, da alegria, da paz, da
temperança e da bondade. O Nove, como veículo místico, simboliza o término e a perfeição final de
toda grande empresa: este era o antigo símbolo do Triângulo.
O Triângulo representa em si a perfeição de cada empresa isolada, seja ela material ou
espiritual.
Em Maçonaria, a Estrela de Nove Pontas representa o Símbolo da Vigilância. É um
tríplice triângulo qua aparece como paramento do 6º Grau do R.M., ou F., e do 10º Grau adonhiramita.”
UMA QUESTÃO POLÊMICA
No trabalho anterior, quando da transcrição de uma parte do texto referente à Estrela de
Cinco Pontas (Pentagrama), existia a informação de que a mesma seria considerada na visão de
alguns autores a própria Estrela Flamígera, mas, era uma situação com que o autor do texto não
concordava, sendo no seu entender dois símbolos distintos, tanto que dispunha sobre a colocação
delas, ou seja, uma sobre a Porta de entrada e outra sobre o Trono do 2º Vigilante. Como sabemos, o
seu estudo minucioso acontece no Grau de Companheiro, e não entraremos em detalhes, porém, a
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colocação de um Pentagrama na porta de acesso ao ocidente, ou pórtico, ou porta de acesso, foi que
me fez retornar ao assunto depois de buscar maiores informações, que, aliás, são bem escassas.
No Livro “Maçonaria – 50 Instruções de Companheiro” da autoria do Irmão Raymundo
D’Elia Junior encontrei uma explicação para a polêmica questão sobre a colocação dessas estrelas no
templo:
“Somente como pura e simples citação, apenas para que seja mencionada certa ‘polêmica’, e mesmo
em função das muitas pesquisas entabuladas, concluiu-se por ‘divergir de alguns autores e trabalhos
analisados, que mostram sérias divergências em relação às ‘diversas interpretações e respectivos
posicionamentos físicos’ das Estrelas nos Templos; por isso, e por esses estudiosos entenderem e
divulgarem que a Estrela de cinco (5) pontas (Pentagrama) e a Estrela Flamejante são ‘dois símbolos
distintos’, e ainda determinarem que esses símbolos sejam dispostos fisicamente nos Templos da
seguinte maneira:
Estrela de cinco pontas (pentagrama) = Posta internamente ao Pórtico, sobre a porta do templo,
denominada Porta do Ocidente, e
Estrela Flamejante = Posta ao Meio-Dia, onde, de modo inglês, posiciona-se o Altar do 2º Vigilante;
e, se essa hipótese fosse estabelecida, estaria confirmada a existência de ‘dois símbolos
absolutamente distintos’, e por isso, instalados em ‘dois locais diferentes do Templo’, entretanto,
embora reze a doutrina que a cada símbolo sejam atribuídas ‘múltiplas interpretações e diversas
funções’, mesmo assim, não seria nada racional dotar um mesmo símbolo, único como no caso, a
representar ‘dois aspectos’ tão diversos que merecessem ser representados por ‘dois símbolos iguais’,
porém, fisicamente distintos, como as Estrelas de cinco (5) pontas e a flamejante.”
A ABÓBADA CELESTE OU ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO
Em primeiro lugar vejamos um pouco do histórico e dos porquês dessa abóbada no
templo maçônico. Em primeiro lugar vejamos algumas passagens sobre o verbete que constam no
“Vade-Mécum Maçônico”:
“2. A nossa Abóbada Estrelada representa o forro do Templo; é constelada por representar o céu à
noite, onde uma multidão de estrelas é visível. É pintado de azul e estrelado, como o céu, por abrigar
todos os homens indistintamente de cor ou de classe. Os Templos da Antiguidade, assim como as
Igrejas, também eram decorados com essas abóbadas, entretanto, as abóbadas estreladas constituem
uma exclusividade da Maçonaria. Sendo o Templo o símbolo do Cosmos, a contemplação de um céu
estrelado nos leva a uma grande quietude e serenidade de espírito, levando os obreiros à meditação.
Esta decoração como é sabida, não é obrigatória, tornando-se, para a Simbologia maçônica,
obrigatória a presença do Sol e da Lua e as nuances de cor, caracterizando a transição do dia (Oriente)
para a noite (Ocidente). A Astrologia foi criada na Mesopotâmia pelos sumérios, imbuídos da ideia de
superioridade celestial; olhar para cima em busca de orientação, considerando o astro como divindade.
Os homens da Mesopotâmia, entre o céu estrelado, notaram o movimento rápido de sete corpos
celestes principais; o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Como estes astros
representavam deuses, com o poder de dirigir a vida dos homens, a religião nasceu a partir dessa
concepção astrológica.”
Trechos de um estudo mais aprofundado é o que poderemos veremos na sequência,
com base no artigo de autoria do sábio Irmão Pedro Juk, e que se intitula “Abóbada do Templo
Maçônico R.’. E.’.A.’.A.’.:
“Em se tratando dos Templos Escoceses, a decoração do teto ou abóbada é geralmente estelar. O
hábito de estelar o teto tem a sua origem no Antigo Egito, onde o exemplo mais belo e flagrante dessa
decoração pode ser observado no Templo de Carnac (Luxor). Todas as formas das partes
arquitetônicas dos Templos Egípcios eram determinadas mais pelo seu aspecto simbólico do que
propriamente pela sua função estética, já que os Templos representavam uma imagem simbólica do
mundo, com o teto representando o firmamento, e o piso a Terra da qual brotavam colunas, como
gigantescos papiros. (...) Querem alguns tratadistas imaginosos, considerar que para aqueles Templos
localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa estelar do respectivo hemisfério. Ora, em
primeiro lugar a Maçonaria Universal (Simbólica) não pode ser considerada diferenciada se praticada
nesse ou naquele hemisfério, pois ela é única, exclusivamente simbólica e, sobretudo, racional,
diferenciando-se apenas pelas particularidades inerentes a cada Rito praticado, porém, igual em
essência. Dessa forma, não nhá a necessidade de invenções fantasiosas, místicas e ocultas que
buscam amparo me qualquer tipo de influências dos astros ou coisa parecida. Destarte, deve se
observar a ‘liberdade’ como princípio basilar da Ordem, que nesse caso refere-se à crença pessoal de
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cada Irm.’. Em segundo lugar, qualquer inversão de posições , dentro de um Templo implicaria na
inversão total do conteúdo simbólico nele contido, afetando diretamente o arcabouço moral e
doutrinário do Rito em questão, colocando em risco as orientações que primam pela racionalidade, a
despeito daquelas repletas de imaginação e fantasia.”
QUAIS AS ESTRELAS QUE FIGURAM NA ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO?
Vamos prosseguir com os esclarecimentos do Irmão Pedro Juk:
“Quanto à cor da abóbada, esta deve ser azul celeste, podendo, entretanto, haver uma gradativa
mudança da tonalidade mais clara para o Oriente e mais escura para o Ocidente, no intuito de
representar a aurora e o ocaso do Sol.
Estarão representadas na abóbada o Sol e a Lua, as constelações de Órion, Híadas,
Plêiades e Ursa Maior, os planetas Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno e as cinco estrelas: Arcturus (da
constelação Bootes), Spica (da constelação Virgem), Aldebaran (da constelação Taurus), Régulus (da
constelação Leão) e Formalhaut ( da constelação Piscis Austrinus).”
UM MOTIVO PARA CONTEMPLAR A ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO OU,
APRENDENDO O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO.
Quando dei ao início ao presente trabalho, transcrevi a poesia de Olavo Bilac, onde um
dos versos diz: “A via-láctea, como um pálio aberto, cintila.” Ao associarmos esse verso com os
ensinamentos que recebemos onde “O teto do Templo será uma representação da abóbada celeste,
com a presença simbólica do Sol, da Lua e das constelações mais conhecidas.”, entendemos sobre as
funções do mesmo, tal com está disposto no item 5 do verbete “ABÓBADA ESTRELADA”, do “Vade-
Mécum Maçônico”:
“5. Cada um de nós tem a liberdade de visualizar a sua abóbada celeste maçônica; nesses momentos
devemos nos convencer de que no mais além há um a Inteligência: Deus; além de estar em nós, situa-
se com toda certeza, nesse além onde o homem deseja encontrá-lo. A educação da mente se inicia
com o hábito da meditação. Em Loja, não são raros os momentos de contemplação do alto. Está ao
alcance de nossa visão.”
A ESTRELA POLAR
A Estrela Polar também possui um significado todo especial, ainda que, somente
encontremos referências sobre a mesma em poucas obras que tratem do simbolismo. A primeira
alusão vem de um livro do Irmão Theobaldo Varoli Filho, e diz assim:
“A Estrela Polar, referida no Grau de Aprendiz, era chamada Estrela dos Fenícios, por serem eles
mestres da orientação e da navegação.”
Por sua vez, o livro “Maçonaria de A a Z”, tem registrado:
“ESTRELA POLAR: A estrela polar desempenha um papel privilegiado na simbologia universal: o e
centro absoluto em torno do qual, eternamente, gira o firmamento. Todo o céu gira em torno desse
ponto fixo que evoca ao mesmo tempo o primeiro motor imóvel e o centro do Universo. Em relação à
polar é que se definem a posição das estrelas, a dos navegadores, a dos nômades, a dos caravaneiros
e a de todos os errantes dos desertos da terra, dos mares e dos céus. De acordo cm a tradição
islâmica, o local mais alto da terra é a Caaba, porquanto a estela polar prova que ela se encontra
exatamente abaixo do centro do céu. A estrela é também teofania, uma manifestação de Deus na noite
da fé.”
O Irmão João Anatalino, que é um grande estudioso ilustra o assunto escrevendo:
“Diz a tradição que o Templo maçônico, que reflete o Cosmo, é construído a prumo com o eixo do
mundo, cujo centro é a Estrela Polar. Dela desce um eixo imaginário, em torno do qual o universo todo
gira. No Templo maçônico esse prumo estaria no centro da abóbada e cairia perpendicularmente até o
centro do retângulo da nave onde se situa o Oriente, ou mais propriamente, no centro do Altar do
Venerável.
Assim sendo, o prumo poderia simbolizar o “Eixo do Mundo”, ou seja, o instrumento pelo
qual o Grande Arquiteto do Universo esquadreja e erige o universo, de horizonte a horizonte e de cima
até embaixo.”
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CONCLUSÃO:
Com certeza há muitas estrelas no universo da Maçonaria, e entre elas a que tem mais
significação é a Estrela Flamejante, e de um simbolismo muito rico para o Maçom no Grau de
companheiro.
Durante o desenvolvimento vimos em destaque as muitas estrelas que são utilizadas e
possuem representação simbólica nos ensinamentos da Maçonaria. Remontamos às suas origens na
Maçonaria sem adentrar em suas representações no tocante a determinados Graus, sobretudo,
quando superavam o Grau de Aprendiz, e mais especificamente no caso da Estrela Flamígera, que é
aquela mais estudada. Pudemos constatar também das muitas contradições que cercam algumas
delas, com certeza, em função da sua utilização na magia, ciências ocultas e herméticas, assuntos que
estão fora do ambiente maçônico, mas, que pode causar confusões, além de servir aos detratores da
Maçonaria, como é possível detectar em alguns artigos que circulam na Internet.
A falta de um padrão faz com que, surjam questões polêmicas, eis que, conforme
pudemos perceber no caso específico das estrelas de cinco e de seis pontas, dependendo do rito,
podem assumir significados diferentes.
Há muito para ser estudado com relação ao simbolismo das estrelas na Maçonaria, no
entanto, a literatura existente não ajuda muito, pois, em determinados momentos confunde sobre o que
é verdadeiramente afeto à Maçonaria ou pertence á área da magia e afins.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“O Nível e o Prumo” – Artigo de autoria do Irmão João Anatalino. Disponível em:
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
Livros:
Aslan, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia”- Volume 2 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. – 3ª Edição - 2012
A TROLHA – COLETÂNEA 6 – “Abóbada do Templo Maçônico R.’.E.’.A.’.A.’.” – Artigo de autoria do
Irmão Pedro Juk – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2003
DA CAMINO, Rizzardo. “Painel da Loja de Aprendiz” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição –
1994
D’ELIA JUNIOR, Raymundo. “MAÇONARIA – 50 Instruções de Companheiro” – Madras Editora Ltda.
2011
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora
Ltda. 2ª Edição – 2008
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros - 2012
NAMI, Antônio. “Maçonaria de A a Z” –Madras editora Ltda. 2013
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” – (1º Tomo) Aprendiz - Editora “A Gazeta
Maçônica” – 2ª Edição. 1977
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
REPENSANDO A MAÇONARIA
Às vezes algumas dúvidas nos vêm à mente e, refletindo, perguntamos: Qual foi a
força mágica que fez com que a Maçonaria sobrevivesse? Qual foi o amálgama sociológico
imperecível utilizado para que acontecesse? Quais foram os fatores que permitiram a sua
continuidade? Francamente, não conseguimos uma resposta satisfatória. Encontramos
explicações lógicas e coerentes apenas para algumas partes, mas para o todo, não nos convence as
respostas propostas.
Quando pesquisamos a história das associações esotéricas e iniciáticas alternativas,
são raras as que duraram e ainda duram através dos tempos. Outras, que hoje conhecemos,
ressurgiram como herdeiras de honoráveis e tradicionais instituições antigas, invocando para si
uma antiguidade as vezes suspeita. Já, com a Maçonaria não aconteceu esse ressurgimento, porque
ela jamais adormeceu. A partir do Iluminismo ou Ilustração, viu a monarquia se esvair, viu nascer
a república, e com ela pelo menos, acredita-se, o mundo respirou um pouco de democracia, viu o
pensamento humano se transformar, e sabe que teve parte nisso, Ela, desde que apareceu, vem
atravessando o tempo, enfrentando e solucionando suas próprias crises, ocupando seu espaço, tem
a sua própria história documentada, sendo mais presente que a própria história de muitos povos
nos últimos cinco ou seis séculos. Inclusive, não nega as modificações pelas quais passou, quando
deixou de ser Operativa. Sua história é muito transparente e não é guardada como um segredo.
Seria uma instituição bastante organizada administrativamente? Não, e seguramente
podemos afirmar que não é. Algumas potências e mesmo algumas lojas têm uma excelente
organização, é verdade, mas a Maçonaria de um modo geral é mal administrada. Seria então, uma
instituição que funcionaria tendo como exemplo algumas religiões seculares? Acreditamos que
não, pois as religiões apesar de tratarem com a espiritualidade de seus fiéis, conta com um fator
envolvente, a Fé, que não é o caso da Maçonaria, pois ela não é uma religião. O maçom deve
ocupar-se com a Razão e não com a Fé, mas não pode deixar de ter Fé.
Inúmeras variáveis entram neste estudo se a considerarmos como um todo. Se
analisarmos todas elas, não se concebe como a Maçonaria continua inabalável, não sucumbindo
aos acidentes de percurso que ela tem enfrentado ao longo de sua história, e que não foram
poucos.
5 – Repensando a Maçonaria
Hercule Spoladore
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Interessante explicação dos esotéricos quando afirmam que a Ordem seria o resultado
de uma força coletiva resultante da somação da energia mental de um grupo, cuja força seria
dotada de personalidade e que seria uma entidade viva e não abstrata. É o que eles afirmam ser
uma Egrégora. Vale a pena ressaltar que, apesar dos desencontros, a Maçonaria realmente possui
uma força-pensamento muito poderosa, completada pela Iniciação, pela disciplina ritualística e
pela doutrina. Mas, mesmo assim ainda não temos base suficiente para explicar a sua perenidade.
Ela tem vida própria.
Ainda assim, nos arriscamos a mencionar os fatores citados, ou seja, o iniciático e o
ritualístico, e perguntarmos: não seriam eles os fatores determinantes da sobrevivência da Ordem?
Entretanto, se analisarmos outras instituições iniciáticas, estas também possuem seus rituais,
porém a grande maioria delas desapareceu.
Muito a propósito, este questionamento que estamos fazendo no momento, já era
feito em pleno século XVIII pelo maçom J.G. Fichte (1762-1814), célebre pensador alemão que
afirmava que a verdade maçônica só se atingirá pela busca incessante e pelo conhecimento das
fontes esotéricas, as quais seriam transmitidas pela tradição oral e não pelas fontes exotéricas (no
caso, os livros, que para ele seriam profanos). Ele, em seu trabalho “Filosofia na Maçonaria”
menciona as perseguições sofridas pela Ordem na época, em que viveu, em alguns países da
Europa, porem em outros ela encontrava proteção. Num país ela era expulsa como inimiga do
trono e incitadora de revoluções. Já em outro país, tinha pleno apoio do governo.
Citava também em seu trabalho, que Irmãos que vinham de todas as partes em busca
das suas verdades em suas lojas e, mas nem sempre as encontrando, voltavam decepcionados aos
seus lares, mas não desistiam, vinham novamente atrás de suas perquirições, esquecendo-se de
suas frustrações da sessão anterior, ou seja, sempre voltavam.
Os chamados segredos da Maçonaria de quando em vez, como sempre, foram
profanados através de publicações, algumas até divulgadas com muitos detalhes, nos atribuindo as
mais fantásticas mentiras e como sempre nos relacionando aos poderes satânicos. Nem isso abalou
a Ordem. Ela continuou a viver. Nada a destruiu. O sábio maçom alemão estranhava esta
“imortalidade” da Ordem.
Entre todos os ataques e estes são inúmeros e constantes através de publicações dois
merecem destaques um deles é o livro “Os Protocolos dos Sábios do Sion”, que é se sombra de
dúvidas, o que mais efeitos deletérios causaram e poderá causar à Ordem, porque nos ligou às
perseguições feitas de forma endêmica aos judeus, quando em realidade a Ordem apenas
emprestou para si, nomes, alegorias, passagens e normas de moral extraídas da Bíblia,
transformado-as em valores filosóficos e simbólicos para a sua doutrina. Assim também fizeram
as religiões que adotam a Bíblia. Todas baseadas na história do povo judeu. Temos em nossas
fileiras inúmeros Irmãos de origem judaica, mas nada temos a ver com o povo judeu em si, e sua
posição política e econômica no mundo. A influência judaica na Maçonaria é apenas bíblica, aliás,
como o é em todas as religiões ditas cristãs.
Outra publicação que por ironia reverteu em benefício da própria Maçonaria foi a
“Masonry Dissected” de Samuel Prichard publicada em um jornal profano de Londres em
20/10/1730 revelando ao público londrino os rituais dos três graus simbólicos. Acontece que até
então os rituais eram praticados de cór, isto é porque não eram escritos. Sua prática era transmitida
através das gerações de Maçons, oralmente. Era proibido escrever. Prichard o perjuro da época,
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acabou por se tornar hoje um clássico, pois sua obra é uma das poucas fontes documentais de
como era praticado a ritualística naqueles tempos.
Acresça-se que na própria época, apesar do escândalo que causou tal publicação,
veneráveis, mais folgados começaram a usar os rituais publicados (na época chamados
catecismos), já que praticamente não havia rituais impressos até então.
Ainda mencionava Fichte, a divisão interna constante nos meios maçônicos, onde há
sempre um confronto muito grande de idéias, de poder, de mando, e de opiniões os quais até a
presente data continuam existindo. Muito tempo se passou e tudo continua na mesma. O tempo
passou, o maçom não mudou.
Hoje, alguns autores falam até que, acreditamos, pejorativamente, que o maior
inimigo da Maçonaria é o próprio maçom. Se pensarmos bem, a situação até piorou, desde Fichte,
pois, mais de dois séculos se passaram e os maçons mudaram conceitos que não poderiam ser
mudados, trocaram cores de ritos, criaram novos ritos, inventaram lendas que nada tinham a ver
com a tradição, multiplicaram-se as divisões sob o nome de potências, foram criadas a Maçonaria
Mista e a Feminina, inventaram uma expressão chamada “regularidade maçônica” muito mal
explicada à luz da lógica.
Os maçons mais esclarecidos costumam perguntar quem é quem para dar regularidade à
alguém.
Emprestamos inúmeros símbolos de outras ordens iniciáticas, das religiões, e em
especial da Bíblia, nossa maior fonte de símbolos, da arte de construir, das ferramentas e materiais
usados nas construções, aproveitamos a essência filosófica interessante à Ordem de todas as
escolas filosóficas.
Os símbolos maçônicos genuínos são poucos, esta é a verdade. Interessante frisar que talvez um
dos poucos símbolos criados na Ordem foi o Altar dos Juramentos que nasceu a partir de um
pequeno apêndice colocado no altar do venerável e depois por questão de comodidade, criaram
um pequeno móvel triangular. Deveria ficar no Oriente, mas já foi passear e está agora no
Ocidente.
Outro símbolo que precede à Bíblia e o próprio templo de Salomão na Maçonaria são as
duas colunas que emergem de tempos imemoriais.
Evocam-se muito os landmarques, que seriam os limites ou lindeiros, uma espécie de
coleção de leis antigas, herdadas através dos Old Charges, e que deveriam ser imutáveis.
Entretanto, se nos detivermos com cuidado à leitura destes documentos, veremos que nossa
concepção a respeito destes princípios atualmente está muito afastada. Os famosos landmarques,
ultrapassados, com mais de sessenta classificações idealizadas por inúmeros autores são usados
informalmente de acordo com as conveniências das lojas das potências e em especial dos grão-
mestres, tudo em nome das Antigas Obrigações.
Interessante frisar que os ditos landmarques não existiam como tais na Maçonaria
Operativa. Eles apareceram na Maçonaria Especulativa, e seriam uma coleção das normas da
Instituição, mais precisamente uma espécie de regimento ou estatuto usado pelas corporações da
construção e pelas guildas. Os landmarques são tidos por muitos maçons como sagrados. Mesmo
que seus artigos sejam distorcidos e até preconceituosos, muitos maçons os acham sagrados.
Impossível transgredi-los, pelo menos por estes maçons.
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Fala-se de uma tradição, que teria uma importância muito grande na sobrevivência da
Ordem. Analisemos então este aspecto. Em primeiro lugar teríamos que nos respaldar nos
acontecimentos históricos lendários, alguns que realmente aconteceram e outros alegóricos
repletos de simbolismo. Lembramos que o mito pode ser baseado numa lenda, e esta vale pela
mensagem que nos traz, e não pelo compromisso com a realidade que aparentemente deveria ter.
Um outro aspecto da tradição seria a respeito dos usos e costumes que não são
escritos e são transmitidos oralmente. Estes se relacionariam mais com a ritualística e os
ensinamentos provindos dos Old Charges. A parte disciplinar e administrativas dos Old Gharges
foram reunidas sob o nome de landamarques, que seriam o acervo norteador da Ordem. Mas a
maioria dos manuscritos que compõem este acervo são ambíguos, obscuros e difíceis de serem
interpretados. Parecem não terem nada a ver com a Ordem, tal qual a conhecemos atualmente.
Ouvimos constantemente que toda a história da Ordem, bem como a maior parte dos
nossos ensinamentos provem destes documentos.
Entretanto, segundo um autor, não se sabe ao certo da procedência da Ordem. Ele
reuniu mais de cinquenta possibilidades do aparecimento da Maçonaria.
Mas convenhamos com algumas verdades. Na Maçonaria Operativa, não haviam
templos, haviam tabernas onde os maçons se reuniram, não havia Bíblia, que só entrou na Ordem
em 1751, quando o seu uso foi tido como obrigatório na Maçonaria Inglesa, não havia o grau de
mestre, que só foi incorporado na Maçonaria Simbólica em 1738, após ter sido criado em 1725.
E pasmem, nos Old Charges não havia uma única referência sequer ao Antigo Egito,
Cabala, Alquimia, Rosa-Cruzes, Templários ou a qualquer tipo de hermetismo ou ocultismo, ou
outra organização. Esta miscelânea de credos e este ocultismo nasceram na França ao tempo da
fundação do Conselho de Imperadores do Ocidente e do Oriente, que acabou fundando o Rito de
Heredon de vinte e cinco graus, base do futuro REAA.
Também não se fazia menção ao sentido simbólico das ferramentas. Nas Antigas
Obrigações estavam contidas as lendas e as antigas tradições e como eram feitas as antigas
construções.
Convenhamos com uma realidade que nos salta a frente e não temos coragem de admitir. A
Maçonaria Operativa já no século XVI e meados do século XVII, perdeu seu antigo esplendor, seu
poder. Tanto é verdade que no ano de 1600 recebeu comprovadamente seu primeiro maçom aceito
John Boswel. Isto porque a arte da construção tinha se tornado alvo do conhecimento popular, ou
seja, todos tinham acesso a ela e assim ela se enfraqueceu. Então começou a ser dominada por
maçons não operativos. Melhor analogia é aquela que quando uma firma começa a não dar certo e
é envolvida por outra, que conserva seu nome, porque ele tem credito junto ao comércio, mas ao
tomar posse, muda quase tudo, conservando apenas o que interessa ao novo grupo. A Maçonaria
dita Especulativa assimilou a Operativa como quis.
No século passado, o maçom Albert Pike, Soberano Comendador do Supremo
Conselho da jurisdição sul dos Estados Unidos, iniciou um processo de descristiniazacão do Rito
Escocês Antigo e Aceito, mudando em parte a influência religiosa no Rito transformando a
interpretação desta forma de muitos símbolos antigos. É sem dúvida, mais um fato intrigante e
transformador de conceitos dentro do Rito e da Ordem.
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E aí como fica a famosa tradição maçônica? Como é que podemos valorizá-la assim com os
inúmeros enxertos que foram feitos e continuam ainda a ser em número cada vez maior. Foge,
desta forma do nosso raciocínio os parâmetros de julgamento. E ainda mais, a tradição oral
parece-nos um tanto falha, pois com o correr dos anos, com tantas mudanças nos foram
transmitidas obviamente, tradições falsas, porque os Irmãos acabaram alterando os conceitos e
procedimentos, e os repassando errados e incorretos. Argumentam alguns que estes adendos
enriqueceram a Ordem do ponto de vista esotérico. Ora, então não evoquemos a famosa tradição,
quando quisermos explicar o que realmente aconteceu.
. Vamos ser honestos e admitir que criamos novos símbolos, que mudamos a tradição.
O próprio desenvolvimento cientifico tecnológico nos levou a muitas mudanças que nem as
percebemos.
Vamos então encontrar uma fórmula que se torne adequada, ou seja, vamos repensar
nossa história, vamos torna-la mais coerente, mais transparente e mais simples.
Tenhamos a coragem de afirmar que muito dos nossos mestres, de acordo com suas
conveniências e épocas da nossa história acabaram por mudar tudo, e que através de um
verdadeiro complô, nos passaram a impressão de que tudo continuava na mesma de acordo com
suas origens. As provas contidas nas fontes primárias nos fazem pensar diferente.
A Maçonaria ainda nos coloca em dificuldades quando a analisamos, pois estaremos
diante de uma instituição que não é um país soberano, mas sim inúmeros países imateriais, sem
limites territoriais, representados pelas potências em si, dentro de um país real, possuindo dentro
de sua forma de governo os poderes executivo, legislativo e judiciário. Quer dizer, pequenos
estados virtuais dentro de um Estado real, cujas leis devem ser obedecidas, pois são soberanas.
Proclama que em seus templos é expressamente proibido a discussão de assuntos
religiosos ou políticos.
Ainda com relação à política, admitindo-se ou não, a Maçonaria sempre através de
seus membros teve muita influência, inclusive tendo participação direta na liberdade de muitos
povos, pregando com idéias libertárias. Ela querendo ou não, é política.
Ela é para muitos, considerada como filha do Iluminismo ou
Ilustração ou será que o Iluminismo foi apenas mais uma das ferramentas que a Ordem
utilizou? Por ideal? Teria sido um meio de sobrevivência?
Os maçons se reúnem em templos, os quais são cópias do Parlamento Inglês ou então
mais fielmente dos templos católicos, e ainda querem nos fazer crer que nossos templos são cópias
fiéis do Templo de Salomão. Fica claro para os Irmãos que entendem um pouco do simbolismo
maçônico que se trata apenas de uma analogia. De apenas um simbolismo. Só que para muitos
Irmãos, ela passa a ter uma conotação como se fosse uma verdade, quase uma religião.
Costumamos ouvir que a Maçonaria não é dogmática, mas esta não é a realidade,
porque, somos obrigados a crer na Lenda de Hiran, a crer na imortalidade da alma e crer no
Grande Arquiteto de Universo. Ora, não podemos negar, são dogmas incontéstes.
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É muito mencionado o ecletismo como ponto de união. Sabemos que o ecletismo é uma
posição moral ou intelectual caracterizada pela escolha, entre diversas formas de conduta ou
opinião ou até de religião, sem se admitir uma linha rígida de pensamento.
Parece que o ecletismo deu certo na Ordem, não a levou ao caos total, pois caso
assim acontecesse ela não existiria mais.
. Entretanto, surpreendentemente a Ordem pelo menos conseguiu incutir nos seus adeptos
o respeito mútuo colocando um verdadeiro livre-pensador ao lado de um maçom totalmente
esotérico e eles se chamarem de Irmãos e um respeitar os pontos de vista do outro. Talvez no
campo das ideias, a fraternidade, o respeito e a famosa tolerância prevaleceram. Deram certo.
Incrível! Sim, conhecendo-se como é complexo o ser humano esta foi uma das grandes vitórias da
Ordem.
Não conseguimos saber se todos estes fatores mencionados têm alguma coisa a ver
com a sobrevivência da Maçonaria. O fato é que ela sobrevive, e tal qual as colmeias, suas lojas
continuam a receber novos Irmãos, e a enxamear quando seus quadros estão repletos geralmente
através das cisões. Aliás, a fundação de uma nova loja deveria ser um fato natural, quando a loja-
mãe tivesse um certo número de obreiros, mas o que acontece geralmente é que a fundação de
uma nova loja quase sempre é litigiosa e por confronto de lideres.
. O maçom vive na esfera Terra, mas sente-a, enxerga-a plana, talvez não por sua
culpa, mas sim por estar inserido dentro de princípios que ele não ousa repensa-los.
. Parece que a Maçonaria criada dentro dos rígidos princípios cartesianos e
newtonianos sempre funcionou sem o saber, por analogia figurada dentro da teoria Quântica e da
Relatividade, muito embora estas teorias se refiram ao átomo. Porque fazemos esta analogia?
Sabemos que o cartesianismo é considerado pelo racionalismo, pelo dualismo metafísico e quando
considera um fenômeno ou um conceito, isola-os da totalidade em que estes aparecem. Ela se
aplica aos fenômenos macroscópicos. Já a teoria quântica aplicada à energia corpuscular e,
portanto às partículas subatômicas, ou seja a fenômenos não macroscópicos, considerados
invisíveis são atualmente empregados e adequados por analogia a outros segmentos da sociedade
e não somente a física corpuscular. Alem de lidar com o que poderíamos chamar supostamente de
imponderável, ela coloca tudo como sendo um todo, como sendo uma rede em que o homem, este
estranho ser, faz parte deste todo. É a nova teoria holística. O leve bater das asas de uma borboleta
num canto do mundo poderá causar um vendaval no outro lado do planeta. Uma das
características desta teoria é justamente que ela não consegue explicar muitos fenômenos, os quais
teremos que esperar que aconteçam, para depois tentar explica-los, pelo menos por enquanto.
Dentro desta analogia fantástica, estamos tentando colocar em tese a Maçonaria, porque à luz dos
princípios cartesianos e newtonianos, não conseguiremos explicar a sua sobrevivência. Ela
continua viva.
. Os tempos estão mudando, já não se aceitam explicações bisonhas. Também, não
temos maiores respostas no momento. Confessamos humildemente, que temos dúvidas cruéis.
Mas, vale a pena nos direcionarmos em tentativas sadías e coerentes, e honestamente procuramos
as explicações corretas, que por certo virão com um futuro, que já se faz presente E, diga-se de
passagem, aterrador, pois tal é o avanço tecnológico e científico que estamos vendo descortinar
diante de nossos olhos.
Por esta razão teremos que repensar a Ordem, e muito...
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 24/34
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
MAÇONARIA- EM BUSCA DO VRILL
O método da Maçonaria
O que se busca no ensinamento maçônico é a iluminação. Esse é o elo existente entre a prática
da Arte Real e os antigos Mistérios arcanos. É nesse sentido que a Maçonaria pode ser
considerada como herdeira da cultura simbólica dos antigos povos que cultuavam os arquétipos
hospedados no inconsciente coletivo da humanidade sem o saber, e dos fenômenos e forças da
natureza faziam seus deuses, erguendo para eles suntuosos templos.
Não há na Maçonaria um modelo filosófico a ser seguido nem uma orientação religiosa
imposta como paradigma. Por essa razão os fundamentos da sua prática estão assentados em
símbolos, lendas e alegorias, e sua aprendizagem se dá através do método iniciático. Esse método
exige do seu praticante um espírito aberto e avesso a dogmas, já que ele terá que trabalhar com
temas esotéricos e exotéricos ao mesmo tempo, ora tratando-os pragmaticamente como orientação
para a vida prática, ora especulativamente como orientação espiritual, mas nunca sem perder o
senso de realidade e utilidade que tais temas encerram para a realização do aprendizado.
Método iniciático, ou psicológico é aquele segundo o qual os ensinamentos não são dirigidos à
razão do aprendiz, mas ao seu inconsciente. Por isso, o catecismo maçônico não segue a
organização epistemológica própria de uma ciência ou doutrina, como seria de praxe em qualquer
forma de aprendizado. O aprendiz maçom deve participar desses ensinamentos através de
repetidas iniciações, que têm como objetivo "impressionar” o seu espírito e levá-lo, mais a
“sentir” o ensinamento, do que propriamente compreender a sua lógica.
O método iniciático é próprio para o ensino das doutrinas esotéricas. Ele é muito utilizado no
estudo da filosofia, para estimular a mente na obtenção dos chamados insights (descobertas,
iluminação), que são súbitas manifestações do nosso inconsciente, que levam para o consciente a
notícia de conhecimentos que ali estão armazenados sem que deles tenhamos nos apercebido. O
exemplo mais perfeito de ensino pelo método iniciático é o budismo zen, onde a quase totalidade
da doutrina é transmitida através de koans, tipo de mensagem dirigida ao inconsciente do aluno.
Uma forma bem elaborada de koan é a fórmula poética conhecida como haikai, onde o poeta, em
três versos livres, com dezessete sílabas, exprime um insight.[1]
6 – Maçonaria – Em busca do Vrill
João Anatalino Rodrigues
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A necessidade da Iniciação
O método iniciático, como o próprio termo revela, é aquele que exige uma iniciação. Diferente
das disciplinas acadêmicas, onde a mente do estudante é submetida a um conjunto lógico de
conhecimentos encadeados, aqui é o inconsciente do estudante que é alimentado por uma série de
informações codificadas em símbolos, alegorias, mensagens cifradas, parábolas e outras formas de
linguagem, algumas delas não verbais, como os ritos e cerimônias que são praticados em
sociedades como a Maçonaria, e nas mais diversas formas de religião.
Todas as religiões têm a sua forma de iniciação: batismos, purificações, viagens simbólicas,
ritos de admissão e passagens de grau, etc. Todas essas práticas nada mais são que fórmulas
ritualísticas diversas que visam abrir a porta da mente do iniciado para os conteúdos sutis do
ensinamento que ele vai receber.
E seja qual for a forma de iniciação, ela contém elementos que são comuns a todas as crenças,
pois elas provém de uma mesma origem e servem a uma finalidade semelhante, que é
impressionar o espírito do praticante, preparando-o para ser o recipiendário de um
conhecimento que se fundamenta mais na sua sensibilidade do que na razão. Aliás, uma crença
que precisa ser fundamentada não é crença, mas filosofia. Um ritual que precisa ser explicado não
é ritual, mas técnica.
A morte ritual
Todas as antigas iniciações começavam com uma morte ritual, que
encerrava uma visita à escuridão total, para que dela o iniciando pudesse
renascer como semente fecundada pelos raios solares, pronta para iniciar
uma caminhada em direção à luz.
Porque essa era a idéia, extraída da observação da natureza, que os antigos mestres do
conhecimento arcano faziam do processo que dá origem à vida: uma semente é posta no útero da
terra, como se fosse um corpo posto em sepultura; ali ela é regenerada pelos nutrientes da terra e a
ação do calor do sol; recomposta, ela atravessa a escuridão começando uma jornada em busca da
luz. Para a vida encerrada na semente, brotar significa sair para a luz do sol, ou seja, reviver. O
homem novo, renovado, renascido em função da nova crença, é um Lázaro ressuscitado das
trevas, que vence a morte psíquica, reencarnando para uma nova vida. [2]
Segundo antigas tradições, a prática da iniciação começou em eras anteriores a atual raça
adâmica (que é a nossa), com os atlantes. Quando a degeneração daquela raça ocorreu, os sábios
daquele povo resolveram ocultar do vulgo os grandes segredos que fizeram o esplendor daquela
civilização e somente comunicá-los a poucos escolhidos, que se mostraram dignos de
compartilhar deles. Os grandes heróis dos mitos vedantas, gregos, babilônicos, judaicos e outros,
foram alguns desses escolhidos. Depois os Mistérios da Iniciação foram trazidos da Atlântida
pelos arianos e incorporados à tradição de vários povos, entre os quais os hindus, os egípcios, os
caldeus e outros povos antigos.[3]
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 26/34
Nos tempos pré-históricos, a iniciação não comportava nenhum dogma e não tinha qualquer
relação com temas escatológicos. Eram praticados através de festivais populares, que chegaram
até nós através dos ritos conhecidos como Mistérios.[4] No entanto, tais Mistérios constituíam a
verdadeira religião daqueles povos, ou seja, uma disciplina metafísica (no sentido filosófico) e
religiosa ao mesmo tempo, na qual se procurava reproduzir os processos naturais pelos quais a
divindade se manifesta no mundo da matéria física. Era uma imitação da atividade dos deuses na
produção dos eventos naturais.
Com o passar dos tempos, a prática dos Mistérios deixou de ser apenas uma manifestação de
religiosidade arcana e laicizou-se, invadindo o território da cultura popular e do próprio sistema
educacional. É assim que vamos encontrar no antigo Egito, entre os povos da Mesopotâmia e na
Índia dos brâmanes, e depois na Grécia clássica, Os Grandes Mistérios funcionando como escola
de formação de líderes, onde se ensinavam as ciências, as artes, a filosofia, o direito, a medicina, e
principalmente o respeito pela grande Mãe Natureza. Os templos aos deuses que presidiam esses
Mistérios passaram a funcionar como verdadeiras universidades onde o saber acumulado por essas
sociedades era desenvolvido e preservado.
Tudo quanto de bom, nobre e verdadeiro há na natureza humana, seja em termos de virtudes
éticas e morais, seja como aspirações divinas, era cultivado pelas antigas sociedades iniciáticas em
seus Mistérios. Daí o fato de essas antigas práticas, que no
início eram essencialmente religiosas, se tornarem verdadeiras
instituições, venerada pelos povos e consagrada pelos estados
onde eram praticadas.
Essa é a razão de os Antigos Mistérios remanescerem nos
ritos praticados pela Maçonaria como memória de um tempo
em que as Grandes Luzes da raça humana eram os iniciados nessas práticas. Como herdeira dessas
antigas tradições, a ciência maçônica visa salvaguardar essa conquista cultural do espírito
humano, imitando, no quanto ainda é possível, essas instituições. Daí o simbolismo de seus
rituais, cujo verdadeiro significado, muitas vezes é ignorado até pelos seus próprios praticantes.
Uma jornada em busca da Luz
Da mesma forma que a nossa existência como seres humanos tem o seu início com a abertura
dos olhos para o mundo, iluminado pelo sol, a verdadeira vida do espírito também começa no
momento em que os nossos olhos são feridos pela luz do nosso próprio sol interior. Até então
temos um espírito que habita em uma caverna, em meio á trevas, e como na metáfora de Platão,
ele é como uma semente que não emergiu para a vida. Tudo que ele conhece são apenas sombras
dos seus próprios pensamentos. Somente quando ele deixa a caverna e recebe a luz do sol é que
passa a ter consciência de si mesmo e de tudo que o rodeia. Isso é iluminação.
Em consequência, a vida, tanto da carne, quanto do espírito, é o resultado do nosso encontro
com a luz. Essa idéia estava no centro das doutrinas que informavam as religiões antigas . Por isso
iremos encontrar em todas essas manifestações espirituais a busca desesperada pela luz, e como
consequência desse anelo, o culto áquele que a gera, o Sol. Assim, o Sol tornou-se a deidade
central em todas essas crenças, razão pela qual esses cultos são chamados cultos solares.
No Egito antigo, por exemplo, essa idéia envolvia não só as crenças religiosas do país, mas
tinha implicações políticas e sociais importantes. O faraó era considerado o Filho do Sol. Seu
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poder não vinha de nenhuma relação política e hierárquica temporal, mas do próprio astro rei, (o
deus Rá), por isso seu poder era supremo. Daí o caráter teocrático do seu governo e a duração
extremamente longa da instituição faraônica, que sobreviveu enquanto a crença nos poderes do
Sol e na transmissão desse poder aos seus filhos na terra encontrou adeptos.
Nos Upanixades, um dos livros sagrado da religião hindu se diz que o sol é o pai da vida e a
lua a sua mãe. Da união dos dois nasceu a Criação. O filósofo Aristóteles também dizia que “o
homem e o sol geram a vida”, emprestando assim a sua respeitada opinião ao culto do mito solar.
Até o Cristianismo, embora seus teólogos tentassem apagar os traços da sua origem solar, sofreu a
influência dessas ideias arquetípicas. Jesus, para algumas seitas gnósticas, era considerado uma
divindade solar. Sua identificação com o Sol aparece principalmente no Evangelho de João onde
se afirma que Jesus é a Luz do mundo. [5]
A própria Igreja Católica se aproveitou das tradições cultivadas pelas religiões solares para
firmar alguns dogmas e datas do Cristianismo. O dia 25 de dezembro, dado como sendo o dia do
nascimento de Jesus, é uma data que tem correspondência em várias religiões solares, como por
exemplo, o Mitraísmo, que tem esse dia como sendo o dia do nascimento de Mitra.[6] Na religião
egípcia essa data também corresponde ao nascimento de Hórus, o filho de Isis e Osíris; na religião
hindu, ela corresponde à data do nascimento do deus Krishna, etc. Todos esses deuses,
coincidentemente, foram concebidos e nasceram de forma miraculosa, semelhante à que foi
atribuída a Jesus.
É oportuno também lembrar que em certos círculos teológicos antigos, Cristo era um ser solar
e seus discípulos simbolizavam os doze signos do zodíaco. Assim, o arquétipo inspirador do
personagem Jesus Cristo não era uma intuição puramente judaico-cristã, como comumente se
pensa, mas uma tradição compartilhada por quase todos os antigos povos. E foi essa identificação
com o mito solar, e o fato de a figura do Cristo ser uma noção compartilhada pelo Inconsciente
Coletivo da humanidade que ajudou os doutrinadores cristãos a fazer do Cristianismo uma
religião, muito popular no Império Romano. Daí a tese, defendida principalmente por
historiadores alemães, de que o verdadeiro fundador do Cristianismo é o apóstolo Paulo. Quando
Jesus fracassou como o Messias judeu, dizem esses historiadores, Paulo pegou a sua experiência e
desenvolveu uma doutrina nova, fundindo a tradição judaica do Messias com a idéia do Cristo
universal, um arquétipo que os filósofos neoplatônicos tinham idealizado como catalizador das
forças cósmicas, para levar o mundo á salvação, como antes já havia sido pregado por Zoroastro e
pelos adeptos da doutrina de Mitra.
Como essa ideia tinha uma similitude bastante próxima à doutrina pregada por Jesus, não foi
difícil ao arguto rabino de Tarsus criar uma nova e instigante teologia, e assim torná-la palatável à
grande maioria dos povos do Império Romano.
Dessa forma, o Cristianismo, em sua origem e no seu fundamento escatológico, também é um
culto solar.
A pedra filosofal dos maçons
O simbolismo da busca pela Luz tem uma clara correspondência na prática da alquimia, onde a
obtenção da pedra filosofal é a “iluminação” final do adepto. Na moderna ciência física ele
também se aplica, sendo o insight do cientista o seu momento de luz. [7]
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Sendo a Maçonaria a herdeira da promessa contida no escopo dessas antigas religiões, não é
estranho encontrar no conjunto da suas tradições uma profusão de referências a essas duas forças
da natureza, geradoras da vida, que são a Luz e o Sol. Por isso en contraremos, em todos os
Templos maçônicos claras alusões a esse simbolismo, que faz do Sol o centro irradiador da luz do
mundo. E na figura do Venerável Mestre, posto em seu trono, no Oriente, está a representação
desse poder irradiante, que se reflete para todo o Ocidente, onde o mundo maçônico se realiza por
força dessa "luz" que dele é refletida.
Justifica-se, dessa forma, dizer do Irmão que procura iniciação nos Augustos Mistérios
maçônicos, que ele é “um pobre candidato que caminha nas trevas, e despojado de todas as
vaidades, deseja receber a Luz", como consta dos seus Rituais de iniciação.
E a Luz lhe é dada, pelo toque da Espada Flamígera, em presença dos Irmãos como corolário
de uma jornada na qual o seu espírito venceu as trevas e despontou para um novo dia, pronto para
trabalhar no canteiro de obras mais nobre da terra. Essa será a sua missão, a sua tarefa enquanto
maçom.
É dessa forma que nós também vemos a escalada do maçom pela
Escada de Jacó. Como diziam os adeptos da Maçonaria espiritualista
praticada pela Sociedade de Thule, essa é uma experiência que o espírito
humano empreende pelo Cosmo em busca pelo seu Vril particular.[8]
[1] Como nestes versos do poeta japonês Bashô (1644-1694) o rei do haikai: “Se olho atentamente/Vejo florir a
flor nazuna/ Na fenda do muro.” Neste koan o poeta nos diz que é preciso estar atento para surpreender a natureza
no momento exato da sua atividade criativa.
[2] É nesse sentido que entendemos as palavras de Jesus e o episódio da ressurreição de Lázaro: “Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim não morrerá.”. Essa é a razão de muitos historiadores acreditarem que a
passagem referente à ressurreição de Lázaro se refere a um ritual de iniciação praticado pela seita fundada por
Jesus e não um acontecimento histórico mesmo. Realmente, é estranho que um fato tão marcante como esse não
tenha sido registrado pelos evangelhos sinóticos, mas apenas pelo evangelho gnóstico de João.
[3] Hércules, Gilgamés, Sansão, Aquiles, e os heróis dos Vedas, livros sagrados dos hindus, são alguns desses
iniciados, escolhidos pelos deuses para compartilhar desses segredos arcanos. Sobre o sentido iniciático dos Doze
Trabalhos de Hércules, veja-se o capítulo XII da nossa obra “Mestres do Universo”, publicada pela Biblioteca
24x7, 2010.
[4] Escatologia é a doutrina que trata da consumação do tempo e da finalidade da história humana.
[5] “Eu sou a luz do mundo; o que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” João, 8,12.
[6] Na verdade, essa data corresponde ao início do solstício de inverno no hemisfério norte, que se inicia no dia 23
de dezembro.
[7] Por isso o maçom e cientista Thomas Alva Edison, inventor da lâmpada elétrica, era chamado pelos irmãos da
sua Loja como um “Irmão em busca da Luz.”.
[8] Vrill é uma forma energia que algumas sociedades ocultistas acreditam existir no interior da terra e no espírito
do homem. Seria a essência da sua alma, ou seja, uma força que atua no núcleo da célula e a faz desenvolver-se
para exercer as funções que lhe cabe. Seria algo semelhante á noção desenvolvida pela filosofia de Aristóteles, que
ficou conhecida como "enteléquia", a nossa energia interior. A famosa Sociedade Thule, seita ocultista que
supostamente teria orientado Adolf Hitler e incutido na sua mente febril a doutrina da superioridade da raça ariana
teria desenvolvido pesquisas e ritos no sentido de capturar e utilizar essa energia para finalidades práticas. Daí a
imensa potencialidade energética dos " guerreiros" nazistas, que não se detinham diante de nenhum obstáculo
físico nem moral para a realização de seus objetivos
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
01.06.1998 Fritz Alt - 3194 Joinville
01.06.1993 Acquarivs - 2768 Florianópolis
03.06.1996 Luz Esotérica - 3050 Porto União
05.06.2001 Vigilantes da Verdade - 3398 Tubarão
08.06.1984 União E Trab. do Iguaçu-2243 Porto União
08.06.1987 União Mística - 2440 Videira
10.06.1910 Aurora Joinvilense - 4043 Joinville
14.06.1909 Renascer do Vale - 4007 Penha
20.06.2005 Luz de Correia Pinto - 3687 Lages
21.06.2010 Cavaleiros da Paz - 3948 São José
23/06/1930 Luz e Verdade III- 1066 Joinville
24.06.1997 São João Batista - 3061 São João Batista
24.06.2004 Acácia do Oriente - 3596 Joaçaba
29.06.2010 Ouroboros - 4093 Florianópolis
30.06.2003 Acácia de Imbituba 3506 Imbituba
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
03.06.2009 Elimar Baumgarten nr. 101 Timbó
06.06.1984 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
06.06.1985 República Juliana nr. 40 Laguna
21.06.1994 Harmonia Brusquense nr. 61 Brusque
24.06.1911 Acácia Itajaiense nr. 01 Itajaí
24.06.1999 Luz nr. 72 Jaraguá do Sul
24.06.2002 Elos da Fraternidade nr. 84 Concórdia
24.06.2005 Amizade ao Cruzeiro do Sul II nr. 90 Joinville
24.06.2005 Cinzel nr. 89 Curitibanos
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de junho
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 30/34
GOSC
https://www.gosc.org.br
O Escritor Manoel Miguel
estréia terça-feira no JB News
O Irmão Manoel Miguel (foto) é Mestre Maçom da Loja “Colunas de São Paulo” nr. 4145,
jurisdicionada ao GOB/GOSP. Estreia com as suas opiniões semanais na terça-feira, 28 de
junho.
O Irmão Manoel Miguel é escritor, palestrante, coach em Saúde e Estilo de Vida e autor do
livro “Viver Mais com Saúde e Felicidade”, cuja capa se encontra no início desta edição.
Data Nome da Loja Oriente
03/06/1985 Obreiros da Luz Lages
06/06/2003 Livres Pensadores Joaquim José Rodrigues Lages
07/06/2010 Livres Telúricos Maravilha
09/06/1975 Ordem e Progresso Brusque
14/06/1993 Tordesilhas Laguna
20/06/1979 Luz do Oriente Itajaí
21/06/1999 João de Deus São Francisco Do Sul
26/06/2001 Jacques DeMolay Itajaí
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 31/34
O Prumo de Hiram
Livros maçônicos confiscados
pelos nazistas são encontrados
Uma coleção de 13.000 livros sobre assuntos maçônicos e ocultistas foram reunidos pelas forças
nazistas SS-Reichsführer de Heinrich Himmler durante a ocupação da Noruega no tempo da
guerra, pela Alemanha. A coleção foi roubada, em parte, da biblioteca da Grande Loja da
Maçonaria Norueguesa, em Oslo.
Logo após o fim da guerra, a coleção foi colocada em um armazém perto de Praga,
Tchecoslováquia. Em 1948, os comunistas tomaram o poder e como parte do Pacto de Varsóvia,
ela ficou perdida por trás da Cortina de Ferro (Divisão da Europa em duas partes) por muitos anos.
Mesmo após a abertura da Tchecoslováquia para o Ocidente, permaneceu escondida, sem
qualquer registro desde 1950..[...]
Leia o restante deste texto no link abaixo:
http://www.oprumodehiram.com.br/livros-maconicos-confiscados-pelos-nazistas-sao-
encontrados/
Vejam as outras seções em http://www.oprumodehiram.com.br
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 32/34
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
BREVIÁRIO MAÇÔNICO – 26 de junho
Igualdade
As constituições dos países considerados democráticos contêm um artigo específico
que considera todos iguais perante a lei. Há, porem, distinções a fazer no terreno
filosófico, pois a Maçonaria não considera todos os homens iguais entre si; para ela,
existem os iniciados e os profanos; aqueles que “nascem de novo” após a
permanência na Câmara de Reflexões não serão obviamente iguais aos demais; os
seres humanos são iguais fisicamente, encontramos desigualdades na cor, nas feições,
no desenvolvimento intelectual; os que possuem um físico sadio são iguais aos
normalmente desenvolvidos.
Esses aspectos, contudo, não têm significado maior. A hierarquia maçônica não
permite que todos os maçons iguais entre si.
Apesar de inserido no lema da Revolução Francesa, o mundo ainda não conseguiu
definir a igualdade e a liberdade, e muito menos a Fraternidade.
Nossa Constituição afirma que todos são iguais perante a lei; contudo, um menos
favorecido da sorte não encontra vaga nos colégios para seus filhos; um pobre
enfermo bate às portas dos hospitais em vão; não há oportunidade para o trabalho; o
que é benesse não é dado aos pobres. Uma igualdade injusta não é igualdade.
Um maçom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude! As diferenças
sociais ferem e aviltam; a operosidade maçônica detém-se, também, nesse campo.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 196.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 33/34
O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Nas costas desta Ilha, milhares, talvez milhões
de gaivotas, singram os mares, a terra e os
ares.
São cantoras, dançarinas e alegres pescadoras !
Seguem os barcos pesqueiros, pousam nos mastros e nos
convés, banqueteando as vísceras dos pescados.
Em troca, oferecem aos pescadores a alegria
dos grunhidos, e a beleza da dança selvagem.
JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 34/34
Muitas histórias e lendas são contadas, acerca
das gaivotas.
Uma delas, é o mistério da morte.
Os velhos pescadores dizem que elas tem
um cemitério secreto e que, para lá, se dirigem
quando sentem a morte se aproximar.
Isto porque, não são encontradas mortas, nas
cercanas conhecidas.
Fruto da imaginação ou da fantasia, contam histórias
de um ritual de " canibalismo ",
presidido por uma bruxa, vestida de gaivota.
Falam de sereias que, nas noites de lua cheia,
sobem os costões e recolhem as gaivotas sem
vida, sepultando-as no fundo do mar.
Feiticeiras que, nas escuras madrugadas, acendem
fogueiras na crispa das ondas, cremando
os corpos das gaivotas, que flutuam
ao sabor do vento.
Juram, de mãos postas, como verdadeiras
estas lendas e histórias !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Loja Templários da Nova Era nr. 91 (GLSC) Florianópolis - SC Editoria: Ir Jeronimo Borges Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.094 – Florianópolis (SC) - domingo, 26 de junho de 2016 Bloco 1 -Almanaque Bloco 2 -IrNewton Agrella – Apego ao Malhete (Editorial de domingo) Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi (Coluna do Irmão João Gira) A Luz vem do Oriente Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Estrelas no Simbolismo Maçônico ... Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Repensando a Maçonaria Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria – Em Busca do Vrill Bloco 7 - Destaques JB - O Prumo de Hiram - Breviário Maçônico - e versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira.
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 2/34 Autoria: Irmão Manoel Miguel MM da Loja Colunas de São Paulo 4145 – GOB/GOSP – Or.’. de São Paulo. Cel./WZ: 19 98401-0686 Escritor – Palestrante – Coach em Saúde e Estilo de Vida 1 – ALMANAQUE Hoje é o 178º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia) Faltam 188 para terminar este ano bissexto Dia do Metrologista, dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas e dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 3/34 Juliano numa moeda de bronze cunhada emAntioquia, c. 360—363  363 - O Imperador Romano Juliano é morto durante uma retirada, com seu exército, do Império Sassânida. O General Joviano é proclamado Imperador pelas tropas no campo de batalha.  684 - Benedito II se torna Papa.  1282 - Casamento, em Trancoso de D. Dinis, Rei de Portugal e Isabel de Aragão.  1284 - De acordo com a lenda, o Flautista de Hamelin hipnotizou 130 crianças, as levando para fora da cidade de Hamelin.  1409 - O Grande Cisma do Ocidente: foi uma ruptura que ocorreu na Igreja Católica Romana de 1378 a 1417. As motivações deste cisma não foram de ordem teológica mas sim política, resultado do fim do Papado de Avinhão. O cisma terminou décadas mais tarde no Concílio de Constança de 1414, com o papado restabelecido em Roma.  1483 - Ricardo III se torna Rei da Inglaterra.  1541 - Francisco Pizarro é assassinado em Lima pelo filho de seu ex-companheiro e depois antagonista Diego Almagro. Diego, depois, é capturado e executado.  1718 - Tsarevich Alexei Petrovich, filho de Pedro, O Grande, morre misteriosamente depois de ser sentenciado à morte por seu pai por conspirar contra o mesmo.  1723 - Depois de um longo ataque militar, Baku se rende à Rússia.  1794 - As tropas francesas do General Jourdan vencem os austríacos em Fleurs, obrigando-os a evacuar a Bélgica.  1807 - Um raio atinge um depósito em Luxemburgo, matando 230 pessoas.  1811 - Os líderes do movimento independentista mexicano Miguel Hidalgo, Ignacio Allende e Juan Aldama são fuzilados em Chihuahua, México.  1819 - A bicicleta é patenteada.  1830 - Guilherme IV se torna Rei do Reino Unido.  1848 - Fim da Revolta dos Dias de Junho em Paris.  1857 - Primeira vez que alguém foi premiado com a Victoria Cross, em Hyde Park, London. A Victoria Cross é uma medalha de reconhecimento à coragem face-a-face com o inimigo.  1870 - O feriado Cristão do Natal é declarado feriado nacional nos Estados Unidos.  1918 - Primeira Guerra Mundial: A Batalha por Belleau Wood - A Tríplice Entente sob o comando de John J. Pershing e James Harbord derrotam a Tríplice Aliança sob o comando do Príncipe Wilhelm.  1924 - Forças de Ocupação norte-americanas se retiram da República Dominicana.  1934 - O Presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt assina o Federal Credit Union Act, que estabelece uniões de crédito.  1934 - Vôo inaugural de Focke-Wulf Fw 61, o primeiro helicóptero completamente controlável.  1940 - Segunda Guerra Mundial: Sob o Pacto Molotov-Ribbentrop (também conhecido como pacto Nazi-Soviético ou pacto Hitler-Stalin), a União Soviética apresenta um ultimato à Romênia, requerendo a esta que ceda Bessarabia e norte de Bukovina.  1945 - A Carta das Nações Unidas é assinada em San Francisco.  1959 - A Saint Lawrence Seaway é inaugurada, abrindo os Grandes Lagos da América do Norte aos navios oceânicos.  1960 - O antigo Protetorado Britânico de Somalilândia ganha sua independência.  1960 - Independência de Madagascar. EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 4/34  1963 - John F. Kennedy diz sua famosa frase "Ich bin ein Berliner" em uma visita a Berlim Ocidental*.  1964 - Os Beatles lançaram o álbum A Hard Day's Night nos Estados Unidos.  1967 - Karol Wojtyla (Futuro Papa João Paulo II) era feito Cardeal pelo Papa Paulo VI.  1968 -Ocorre a "Passeata dos Cem Mil" (manifestação popular de protesto contra a Ditadura Militar no Brasil).  1969 - É publicada a primeira edição do semanário "O Pasquim"  1973 - No Cosmódromo de Plesetsk 9 pessoas são mortas na explosão de um Cosmos 3-M rocket.  1974 - Um Código de barras na simbologia Universal Product Code é escaneado pela primeira vez para vender um pacote de Wrigley's goma de mascar no Marsh Supermarket em Troy, Ohio, Estados Unidos.  1975 - Indira Gandhi estabelece uma regra autoritária na Índia.  1975 - Os agentes do FBI Ronald Williams e Jack Coler e o membro do American Indian Movement Joseph Stuntz são mortos em um tiroteio em Pine Ridge Indian Reservation em South Dakota.  1976 - A CN Tower, a maior estrutura auto-sustentada do mundo, é inaugurada.  1978 - Air Canada Voo 189 para Toronto ultrapassou a pista de decolagem e bateu no Etobicoke Creek ravine. Dois dos 107 passageiros a bordo morreram.  1993 - Os Estados Unidos lançam um míssil de ataque com destino aos Quartéis Generais de Inteligência de Bagdá em retaliação ao atentado contra o ex-presidenteGeorge H. W. Bush em Abril, no Kuwait.  1996 - A jornalista irlandesa Veronica Guerin leva um tiro em seu carro enquanto dirigia pelas ruas de Dublin.  2006 - Montenegro se torna o 192º membro das Nações Unidas.  2015 - O casamento gay é legalizado em todos os estados dos Estados Unidos.  Atentados terroristas no Kuwait, na França e na Tunísia deixam dezenas de mortos e centenas de feridos. 1823 Após haver representado Santa Catarina junto às Cortes de Lisboa, chega de retorno à cidade de Desterro o padre Lourenço Rodrigues de Andrade. 1840 Assume a presidência da Província de Santa Catarinao general Antero José Ferreira Brito, posteriormente Barão de Tramandaí, em substituição ao marechal José de Souza Soares Andrea. 1887 Em São Bento, nesta data, é lançado um manifesto republicano assinado por um grupo de políticos locais. 1889 Assume a presidência da Província, interinamente, o vice Abdon Batista, substituindo o cônego Joaquim Eloy de Medeiros. 1890 Nasce, em São José, Laércio Caldeira de Andrada. Escritor e professor da Faculdade de Direito de Niterói, pertenceu à Academia Catarinense de Letras. Sua principal obra foi “Introdução à História do Comércio Catarinense”, editada em 1920. Faleceu em Niterói a 20 de janeiro de 1971. 1817 Proibido por Portugal pela terceira vez, o Correio Brasiliense, que Hyppolito da Costa escrevia, mandava imprimir na Inglaterra e chegava no Brasil como contrabando. Já havia sido proibido em 1811 e 1812. 1889 Fundado o Grande Capítulo de Maçons do Real Arco de News South Wales, Austrália. 1890 Fundação da Grande Loja da Tailândia 1891 Fundado o Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco de Montana, USA. 1990 Reinstalação da Grande Loja da Iugoslávia 1997 Fundação da Loja Obreiros da Lealdade nr. 146, de Porto Alegre (GLMERGS) Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal históricos de santa Catarina Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 5/34 Ir Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "APEGO AO PRIMEIRO MALHETE" Não raro, em inúmeras Lojas espalhadas pelo Brasil afora deparamo-nos com a singular e indesejável figura do "venerável oculto". Este personagem, trata-se de um ex-Venerável ou Past Master como preferirem, e que dotado de um espírito egocêntrico e absoluto dono da verdade, acha-se no pleno direito de opinar, sugerir e interferir no andamento dos trabalhos, inclusive e mormente durante a própria sessão maçônica. Seja por intermédio de sinais, olhares, ou quando não satisfeito, tomando a palavra e ferindo frontalmente os ditames ritualísticos, sem se importar com as consequências que tais atitudes possam acarretar. Posta-se obrigatoriamente ao Oriente de maneira olímpica e se possível ombreando o Venerável Mestre de Ofício. Costuma falar pelos cotovelos, muitas vezes interrompe os trabalhos para fazer alguma observação que segundo a sua perspectiva é inadiável e precisa ser feita naquele instante de qualquer maneira. Ele ri, cochicha, aponta, corrige e quer que seus pares, próximos a ele, também compartilhem de seu comportamento. Em suma...um verdadeiro "mala" cujas alças mal conseguem sustentar o seu peso. Há algum tempo atrás, em visita a uma Loja no litoral paulista, pude testemunhar um desses casos. O Venerável Mestre que tentava conduzir uma Sessão Magna de Elevação, mal conseguia disfarçar o mal-estar diante de um "venerável oculto" que a cada pouco se ocupava de dar palpites, interrompendo a cerimônia em várias oportunidades a ponto inclusive de comprometer a própria dinâmica da Sessão - fazendo correções, sobre o ritmo dos trabalhos e até mesmo reclamando da falta de uma garrafa de água mineral no Trono de Salomão - onde o mesmo dividia espaço com o 1o. Malhete. 2 – Editorial de domingo – Apego ao Primeiro Malhete Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 6/34 Obviamente que esse elenco de atitudes contribuiu para que os Irmãos ao término da Sessão fizessem comentários pejorativos e irônicos, inclusive culpando o Venerável Mestre de ofício pela falta de pulso para coibir esse tipo de coisa. Cumpre destacar, que normalmente esses "veneráveis ocultos" - que se acham intocáveis donos da Loja - são pessoas que na maioria das vezes dispõem de uma boa formação cultural, estão financeiramente estabilizados contudo, julgam-se no Direito de interferir nos destinos de uma Loja, como que sem a presença destes, a mesma simplesmente não subsistiria. O que vale dizer que a prepotência e audácia desses Irmãos prejudicam sobejamente o andamento de uma Oficina, e o que se mais lamenta, é que muitos Veneráveis ex-oficio, durante exercício de seu veneralato se omitem de chamar-lhes a atenção, ou de algum modo, tentar inibir esse tipo de comportamento que desagrada e desagrega o quadro de Obreiros. A figura do "venerável oculto", em alguns casos chega até mesmo a provocar rupturas em Lojas, suscitando a cisma e o advento de uma nova Oficina. Parece difícil demais conter essa vaidade que a Sublime Ordem tanto combate, mas que o ser humano tão apegado ao valores mais atávicos do Poder - seja ele qual for - mal consegue se desapegar. Diante desse cenário obtuso, o convite é feito para que o "venerável oculto" - se oculte na sua presunção de onipotência e assuma uma postura mais generosa perante seus iguais. Fraternalmente Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 7/34 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. A LUZ VEM DO ORIENTE Introdução: O Venerável Mestre é uma figura que assume destaque e proporções especiais. As suas atribuições se definem em dois planos: O Administrativo e o Esotérico. No plano administrativo, o Venerável Mestre é o presidente da sociedade civil, que é a Loja, é o seu administrador geral, e o seu representante junto a Potência ou Obediência a que a Loja se subordina. No plano esotérico, adquire a condição de guia espiritual dos obreiros, transformando- se num verdadeiro sacerdote da Ordem. A sua autoridade é respaldada em estatutos que lhe dão poderes especiais, como por exemplo: a inatacabilidade, porém, a principal condição que dá o respeito à sua investidura é o preenchimento de todos os requisitos já aludidos. A sua autoridade é inata. O bom Venerável Mestre não é aquele que sempre resolve os problemas que ocorrem em sua Loja, mas sim aquele cujos problemas nunca ocorrem em sua Loja. Origem do Nome: - José Castellani assim se posiciona: O título de Mestre da Loja, ou Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Oficina maçônica, tem sua origem na Inglaterra, nos meados do século XVII, quando já ia avançada a paulatina transformação da Maçonaria de ofício em Maçonaria dos aceitos. Derivado da palavra inglesa worship, que significa adoração, culto, reverência - como forma de tratamento - quando usada como substantivo, e venerar, adorar, idolatrar, quando usada como verbo transitivo, têm-se o termo worshipful, que significa adorador, reverente, ou venerável (neste último caso, como forma de tratamento). Assim, o presidente da Loja tinha o título de Master (Mestre), ao qual se adicionou, posteriormente, o tratamento reverente de worshipful (venerável) - pois, no início, o termo venerável era aplicado apenas às corporações de artesãos - o que produziu a expressão worshipful master (venerável mestre). A expressão, todavia, não é muito utilizada nos países de fala inglesa, onde se prefere, simplesmente, Master, dando-se o título de Past-Master ao ex-Venerável Mestre. Nas Obediências latinas, ao contrário, é quase abolido o termo Mestre, já que as referências ao presidente da Loja limitam-se, quase sempre, a um simples Venerável, o que é altamente incorreto, pois este vocábulo, no caso, é um adjetivo, que não pode ser usado sem o substantivo Mestre. O Ritual de Instalação é um Ritual típico do Rito Adonhiramita. 3 – Coluna do Irmão João Gira – A Luz vem do Oriente João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 8/34 Compromissos de Posse das Luzes Venerável Mestre: As condições essenciais para o desempenho das funções de Venerável Mestre são, além de reputação ilibada, ser sincero, leal e verdadeiro; ser afável no trato e inabalável e intransigente em seus princípios. (...) A honra e a reputação desta Loja dependem, doravante da competência, do zelo e da habilidade com que conduzirdes seus trabalhos. Estais colocado no Oriente representando o Sol nascente e, qual este grande facho luminoso da Natureza, deveis aquecer e iluminar os que se acharem sob vossa direção com os raios de vossa sabedoria, com vossa bondade e com vosso amor fraternal... (...) Revisto-vos com esse Colar e este Avental, insígnias de Mestre Instalado, que devo dizer-vos, é a mais elevada honra que uma Loja pode poder conferir aos seus membros. Eis aqui a joia que pertence ao vosso cargo, Consiste no Esquadro, que indica o alto senso de retidão que deve nortear vossa conduta neste posto. Que esta Joia, colocada sobre o vosso peito, seja para vos, uma eterna lembrança de que deveis adornar vosso coração com as virtudes maçônicas que ela representa. Coloco em vossas mãos esse Malhete, que foi sempre o emblema da autoridade dentre nossos Irmãos. Ele deve ser aplicado sobre o cinzel simbólico da educação, para desbastar as irregularidades de toda sorte que possam surgir numa Loja do mesmo modo que, materialmente e bem trabalhado, alisa as superfícies ásperas e irregulares dos materiais. Ele nos ensina, ainda, a cultuar a humildade e a modéstia, a fim de que, pelo procedimento justo e sereno do Venerável, todos Obreiros, apesar de se encontrarem numa escola de disciplina fiquem satisfeitos. O Malhete é para o Obreiro o que a Razão esclarecida é para as paixões: domina a ambição, suprime a inveja, sopita a cólera e extingue qualquer fraqueza que, porventura, tente entibiar-lhe o ânimo. Vigilantes: 1º Vigilante: Joia: Nível - representa, não obstante o elevado cargo que ides ocupar, que nunca deveis esquecer que, em todas as coisas concernentes à Maçonaria, todos vossos Irmãos estão no mesmo nível de vós. 2º Vigilante: Joia: Prumo - ela vos recordará a retidão e a integridade que devem guiar, não só a vossa conduta, como também a de todos que trabalham na Arte Real. Malhetes: Emblema da autoridade. Deveis fortalecer e embelezar os trabalhos do Venerável e ajudá-lo, para que, da ação conjunta de nossos esforços, mais se intensifique o seu progresso e o alevantamento moral e intelectual de seus Obreiros. Compromissos de Posse das Dignidades Orador: Joia: Livro da Lei sobre um fundo radiante. Aberto, como está, indica que deveis ser um livro aberto à consulta dos Irmãos e que deveis irradiar a luz dos sábios ensinamentos, ajustados aos princípios do Direito e da Razão. Bem compreendeis, pois, as imensas responsabilidades que vosso cargo vos atribui e das quais somente podereis desobrigar-vos pelos estudos profundos de todas as Leis de nossa Sublime Ordem. Secretário: Joia: Duas penas cruzadas. É vosso dever registrar em ata, com imparcialidade e clareza, todas as ocorrências de nossos trabalhos, competindo-vos, também, fazer as convocações para as reuniões e as devidas comunicações à nossa Grande Loja. Lembrando-vos das decisões tomadas, deveis velar para que sejam executadas, contribuindo, assim, utilmente, para o completo esclarecimento desta Loja.
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 9/34 Tesoureiro: Joia: Chave. Devo lembrar-vos que vosso dever é zelar pela perfeita arrecadação das contribuições dos Obreiros e de outras receitas, bem como pela exata execução das despesas da Loja. Deveis ser pontual na entrega à nossa Grande Loja de todas as taxas que, por lei, lhe são devidas, pois disso sois responsável. Compromissos de Posse dos Oficiais Chanceler: Joia: Timbre. Vossa responsabilidade é a de manter sempre em dia os registros individuais dos Maçons, orientando a Loja sobre aqueles que não cumprem o dever de assiduidade aos trabalhos e lançando no Livro Negro os nomes daqueles que não revelarem as qualidades necessárias para se manterem entre nós. De vosso zelo depender´qa a frutificação dos bons exemplos, impostos pela disciplina maçônica. Diáconos: 1º Diácono: Joia: Pomba inscrita no triângulo. É o símbolo da Fé. 2º Diácono: Pomba Livre. Símbolo do mensageiro da Fé e da Esperança, que nos ensina e nos exorta a nos amarmos fraternalmente. Bastões: Representam a insígnias de vosso cargo. Mestre de Cerimônias: Joia: Régua. Cabe lembrar-vos que a ordem interna desta Loja corre sob vossa responsabilidade. Antes da abertura dos trabalhos, deveis examiná-la e providenciar para que tudo esteja pronto para a realização das cerimônias ritualísticas, cabendo-vos, também a recepção aos Irmãos visitantes. O bastão, que vos é confiado simboliza o cetro patriarcal do guia que todos seguem confiante. Hospitaleiro: Joia: Bolsa de Beneficência. É uma das mais sublimes atividades macônicas: a solidariedade humana. Deveis sempre estar atento para que as necessidades de nossos Irmãos sejam sanadas pela mão de nossa benifência, a tempo e à hora. O resultado de vosso trabalho estará na razão direta da atividade que desenvolveres no desempenho de vosso cargo. Quanto mais diligenciardes, maiores serão os benefícios que nossa Loja poderá prestar. Confio em vos e sei que sabereis medir essa grande responsabilidade que vos foi imposta. Expertos: Joia: Punhal. Representa a arma com que deveis defender a integridade da nossa doutrina. Deveis sempre estar atentos para que a harmonia da Instituição não seja perturbada. Porta-Estandarte: Joia: Estandarte. O Estandarte é a bandeira da Loja, representando simbolicamente este Templo consagrado à Virtude. Deverá ele estar presente em nossas cerimônias para que receba as homenagens dos Maçons que compreendem e respeitam nosso esforço em prol do engrandecimento da Instituição. Porta-Espada: Joia: Espada. Deveis guardá-la e mantê-la sem mácula, não permitindo, jamais, que a inconsequência e a intemperança de maçons menos esclarecidos venham a desautorar ou diminuir a pujança desta Oficina. Guarda do Templo: Joia: Espadas cruzadas. Estas espadas cruzadas indicam que só deveis dar ingresso em nosso Templo àqueles que têm direito a tomar parte em nossos trbalhos. Simbolicamente, os ferros cruzados, em guarda para o combate, nos ensinam a nos pormos em defesa contra os maus pensamentos e a ordenarmos moralmente nossas ações.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 10/34 Cobridor: Joia: Alfange. Esta alfange que confio às vossas mãos, servirá para nos preservardes da aproximação de curiosos e dos indiscretos. Em sua significação simbólica, ele nos revela que devemos impedir que se aproximem de nosso espírito os maus sentimentos, tanto quanto a fraqueza e a traição. Arquiteto: Joia: Maço e um Cinzel cruzados (Pá de Pedreiro) . Devo lembrar-vos que vossa responsabilidade ficará, de hoje em diante, o nosso material de trabalho. As nossas alfaias, joias e paramentos devem dispensar vossa carinhosa atenção e zelo, para que estejam sempre em condições de uso. Nossas festas e cerimônias deverão sua beleza e seu brilho á arte com que ornamentares nossa Loja. Mestre de Harmonia: Joia: Lira. Invisto-vos da responsabilidade pelo equilibrio vibracional da Loja, propiciando o momento fértil para as manifestações do Grande Arquiteto do Universo. Mestre de Banquetes: Joia: Cornucópia. Invisto-vos da responsabilidade das ceias oferecidas pela Loja. Que os ágapes fraternais, por vós organizados, sirvam para unir ainda mais a família maçônica. Bibliotecário: Joia: Um Livro Fechado e uma Pena. Deveis estar sempre disposto a colocar á disposição dos Irmãos do Quadro os livros e publicações de nossa propriedade para estudo e conhecimento de todos os obreiros. Monografia Maçônica: Como quero a minha Loja Maçônica: Não quero mais uma Loja Maçônica. Quero uma Loja que seja um estado de espírito. Quero um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições de cada um e comemorem o justo regozijo de cada um. Quero um templo azul, ungido pelo orvalho de Hermon, onde cada irmão possa chorar quando quiser e possa sorrir com os olhos, o coração franqueado à compreensão e a razão predisposta ao diálogo. Quero ver todos os meus irmãos, todos os dias, ouvir ideias e críticas às minhas ideias. Quero divergir e assim convergir no mesmo ideal. Não quero apenas mais uma Loja maçônica. Quero uma Loja livre, que ajude a libertar. Quero uma Loja igual, onde todos realmente se igualem. Quero uma assembleia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão ausentes no mundo profano. Quero uma oficina onde todos aprendam juntos a compreender os desígnios do grande Arquiteto do Universo. Não desejo apenas uma Loja onde sempre prevaleça a vontade de alguns. Quero uma Loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultive a fraternidade, sinônimo de amor, sem condições e perdão sem restrições. Quero uma Loja dedicada à construção de um templo diverso do templo profano: um templo mais amigo, mais piedoso e, sobretudo, mais justo. Não desejo uma Loja de elite, insensível e presunçosa. Quero uma pequena comunidade, onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, onde cada irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhe são desculpados os próprios senões. Não desejo uma Loja, onde todos cumprem seus deveres somente porque a lei o exige.
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 11/34 Quero uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, aonde todos venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada um, do modo de ser de cada um. Não desejo uma Loja de maçons perfeitos. Quero que o Grande Arquiteto do Universo nos livre dos homens perfeitos. Eles nunca erram, porque jamais acertam. Eles nunca odeiam, porque jamais amam. Quero uma Loja de maçons que mereçam a caridade que fazem a si próprios e ao próximo, porque ninguém é ainda uma pedra polida. Não desejo uma Loja completa. Quero uma Loja onde não haja erros e acertos, mas que se procure em cada vocábulo emitido, o quanto de amor transmite. Quero uma Loja onde haja equívocos, contradições e até mesmo ilusões. Quero uma opção de aprimoramento espiritual. Não quero uma Loja de homens ricos. Quero uma Loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode, onde todos sejam eternos insatisfeitos. Quero uma Loja onde o segredo não precise ser jurado e continue segredo. Quero uma oficina humana e crística. Não o Cristo lenda do Cristianismo, que só se compreendeu quando crucificado, mas dos aflitos e dos andarilhos. Não quero apenas mais uma Loja Maçônica. Quero uma Loja de pequenas dimensões e grandes obras, onde, um dia, possa fazer do meu filho, meu irmão. Louvada seja a Maçonaria que nos fez Irmãos. (Eduardo Rodrigues). Parabéns às Luzes, Dignitários e Oficiais que assumem, neste solstício. Que a Luz do Grande Arquiteto do Universo ilumine vossa administração.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 12/34 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. ESTRELAS NO SIMBOLISMO MAÇÔNICO: COMPLEMENTAÇÕES SOBRE A ESTRELA DE SEIS PONTAS E SOBRE A ESTRELA FLAMÍGERA. A ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO. (PARTE DOIS – FINAL) *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. ***Resumo da Parte Um: O trabalho que precedeu a este introduziu-nos no mundo do simbolismo maçônico, especialmente no que se refere às estrelas, que conforme ficou explícito é um dos seus símbolos recorrentes. Discussões à parte, e não são poucas, elas vão surgindo durante toda a pesquisa que pretenda ser mais aprofundada. Algumas das questões levantadas não podem ser mais esmiuçadas, pelo fato de que adentrariam nos segredos do Grau onde elas aparecem. É bem possível que muitas das confusões que possam aparecer com relação a este assunto é porque uma mesma estrela aparece com vários nomes e como ficou passível de entender, mesmo sendo símbolos diferentes são adotadas em determinados Ritos com significados semelhantes. A título de ilustração, digamos assim, vimos um soneto da bela poesia da autoria de Olavo Bilac intitulada “Via Láctea”, vimos a definição de estrela do ponto de vista da Ciência, e depois adentrando ao universo maçônico e ao seu simbolismo, a Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Flamígera. Também ficamos conhecendo maiores detalhes sobre a Estrela de David e alguns aspectos com referência à essa estrela possuir ou não ligação com a Maçonaria, já que é citada regularmente em artigos e livros, mais especificamente aqueles versando sobre magia. Foi dado início à descrição da Estrela de Seis Pontas ou Hexagrama, que também leva o nome de Escudo de Davi e ainda Timbre de Salomão, e também está associada à magia. Prosseguiremos, fazendo algumas complementações a respeito da Estela de Seis Pontas, e depois adentraremos no tema envolvendo a Abóbada estrelada do Templo. 4 – ESTRELAS NO SIMBOLISMO MAÇÔNICO: COMPLEMENTAÇÕES SOBRE A ESTRELA DE SEIS PONTAS E SOBRE A ESTRELA FLAMÍGERA. A ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO. (PARTE DOIS – FINAL) José Ronaldo Viega Alves
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 13/34 ESTRELA DE SEIS PONTAS (HEXAGRAMA) E ESTRELA FLAMÍGERA, OU FLAMEJANTE Já não vimos um título semelhante durante o transcorrer deste trabalho? Sim, quando nos referimos a Estrela de Cinco Pontas, ou Pentagrama ou Estrela Flamígera ou Flamejante. Como assim, ela aparece com duas formas diferentes? É isso mesmo. Vejamos um trecho do “Vade-Mécum Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi, que diz assim: “3. A Estrela Flamígera possui em diversos Ritos cinco pontas – pentagrama – em outros seis pontas – hexagrama – como no de York. (...) A Estrela Flamígera era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria Especulativa.” A ESTRELA FLAMÍGERA: O QUE FALTAVA DIZER Várias leituras acerca da Estrela Flamígera, e entre elas algumas que entremeiam Magia e Maçonaria, mas, quase ao final da elaboração deste trabalho, deparo-me com as explicações convincentes e fundamentadas da autoria do estudioso Irmão Kennyo Ismail, apresentadas em seu livro “Desmistificando a Maçonaria”, de onde destaco as passagens mais interessantes: “Infelizmente, até os mais respeitáveis escritores maçons deixaram que suas formações cristãs influenciassem sobre este tema, pecando em sua interpretação. (...) Alguns autores brasileiros, conseguiram ir além, no mundo da imaginação. Na teoria desses, multiplicada por trabalhos apresentados nas Lojas, a Estrela Flamígera foi inventada por Pitágoras e nomeada por Agrippa, sendo usada pela primeira vez em um ritual de 1737, na França. Essa teoria seria ótima, se não houvesse vários pentagramas de origem mesopotâmica, babilônica, egípcia, registrados em pedra e datados de, pelo menos, 3000 a. C., ou seja, mais de dois milênios antes de Pitágoras nascer.” COMENTÁRIOS Vimos na primeira parte deste trabalho que ela é chamada de “Stella Pitágoris”. Vimos também que, entre outros autores, o Irmão Theobaldo Varoli Filho, chega a dizer que ela é “rigorosamente de origem pitagórica”. Retornando às explicações do Irmão Kennyo Ismail: “Eis uma teoria fundamentada da origem da Estrela Flamígera na Maçonaria os povos antigos tinham a crença de que os deuses habitavam as estrelas. Essa crença esteve presente no judaísmo, como denuncia o livro Amos (5:26), em que consta a crença ao deus Moloch, um deus que possuía uma estrela como símbolo. Os judeus adotaram tal crença por influência dos egípcios, que adoravam Sirius como um de seus mais importantes deuses. Sirius é a estrela mais brilhante do céu, também conhecida como estrela-cão por ser a principal estrela da constelação Cão Maior. Os egípcios construíram vários templos em dedicação a Sirius e há indícios de que esta serviu de base para o calendário egípcio. Essa influência egípcia fica clara no livro Atos (7:43), que cita o tabernáculo de Moloch e ‘a estrela do vosso deus Renfan’. Renfan era um dos nomes pelos quais os egípcios chamavam Sirius. O Antigo Testamento contém várias outras passagens que citam o deus Moloch. Pois bem, nos livros de Reis I e Reis II, ninguém menos do que o Rei Salomão edifica um altar em homenagem a Moloch, o qual, como sabemos, tinha como símbolo uma estrela, por ser a estrela mais brilhante do céu. Os livros relatam que Salomão agiu por influência feminina. Já não mais forte como antes, velho, encontrava-se dividido entre sua sabedoria e a beleza de suas mulheres e concubinas. Enfim, Salomão misturou assuntos da matéria com assuntos do espírito. Essa questão de dualidade entre matéria e espírito está diretamente ligada à Maçonaria simbólica, em que o material prevalece no grau de Aprendiz, mede forças com o espiritual no grau de Companheiro e então o espiritual prevalece no grau de Mestre. Considerando o papel do Rei Salomão para a Maçonaria e essa dualidade enfrentada por Salomão e culminando na sua reverência a Sirius, a estrela mais brilhante do céu (daí o termo ‘flamígera’), é fácil compreender o importante papel e simbolismo que a Estrela Flamígera ocupa no grau de Companheiro maçom. Não haveria melhor maneira de simbolizar tal dualidade aos Companheiros do que por meio do exemplo do próprio Rei Salomão, identificada no Templo por Sirius, a Estrela Flamígera. A Estrela Flamígera representa as forças e os perigos que podem desvirtuar até o homem mais sábio de todos do caminho da retidão que leva à verdade.”
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 14/34 ESTRELA DE SETE PONTAS OU A ESTRELA QUE APARECE NO TOPO DA ESCADA DE JACÓ, NO PAINEL SIMBÓLICO DA LOJA DE APRENDIZ. Vejamos o que diz o livro “Maçonaria de A a Z”, que foi organizado pelo Irmão Antonio Nami, no verbete respectivo: “Vê-se no Painel do Aprendiz, dentro de um círculo, uma Estrela de Sete Pontas, constituindo o término da Escada de Jacó. O iniciado o atinge, subindo da Terra ao Céu, e se apossando da Fé, Esperança, Caridade, virtudes teológicas, e da Temperança, Prudência, Fortaleza e justiça, virtudes cardeais que encontra no trajeto místico. Ela representa também, os sete dias da semana, os sete braços dos candelabros de Moisés, as sete igrejas da Ásia, os sete selos misteriosos.” COMENTÁRIOS: Alguém já deve estar se perguntando sobre a estrela essa, pois, não percebeu a mesma no Painel da sua Loja. Bem, nem todos os painéis adotados tem essa representação. E aí acabamos sempre nos deparando com a versão X, a Y e a Z. A pergunta já foi feita em algum dos meus trabalhos anteriores, não exatamente nestes termos, mas, vou refazê-la: Por que nos deparamos sempre com essa situação: um adota de um jeito e outro adota de outro jeito, no que tange a determinado símbolos, ou ornamentos, ou rituais...? No que tange aos painéis, vale registrar o que o Irmão Rizzardo Da Camino escreveu em seu livro “Painéis da Loja de Aprendiz”, onde diz assim: “Dentro dos limites da literatura, especialmente a estrangeira, reunimos um grupo de desenhos de Painéis e sobre eles teceremos considerações objetivando a razão de os seus autores em apresentar certos símbolos, acrescentar outros e mesmo, suprimi-los em seus trabalhos. Os Rituais não dispõem a respeito dos Painéis; limitando-se a dizer que deverão conter os principais símbolos da loja. Qual Painel, portanto, poderá ser classificado de modelo, de norma, de obrigatoriedade? (...) Essa multiplicidade de desenhos nos leva a considerar que é tempo de a Maçonaria brasileira adotar um único Painel, após decisões das assembleias das diversas Obediências e mediante concurso entre autores de livros, que se supõem estarem mais autorizados face ao seu trabalho de constantes pesquisas.“ Dando sequência aos comentários anteriores, no decorrer do livro estão expostos vários Painéis. Evidentemente, todos diferem e na representação da Estrela constam outros tipos, além dessa que está se falando, que é a de Sete Pontas. O Painel onde está muito clara a representação de uma Estrela de Sete Pontas, inclusive rodeada de raios difusos que se espalham em todas as direções, dando a impressão de uma profunda luminosidade, é o Painel de autoria de William Dight, que foi pintado originalmente em 1808. ESTRELA DE NOVE PONTAS Citaremos esta estrela, pelo fato de que, ela tem seu simbolismo na Maçonaria e aparece representada em alguns Graus, conforme a descrição de Nicola Aslan: “ESTRELA DE NOVE PONTAS – É o símbolo da espiritualidade, do amor, da alegria, da paz, da temperança e da bondade. O Nove, como veículo místico, simboliza o término e a perfeição final de toda grande empresa: este era o antigo símbolo do Triângulo. O Triângulo representa em si a perfeição de cada empresa isolada, seja ela material ou espiritual. Em Maçonaria, a Estrela de Nove Pontas representa o Símbolo da Vigilância. É um tríplice triângulo qua aparece como paramento do 6º Grau do R.M., ou F., e do 10º Grau adonhiramita.” UMA QUESTÃO POLÊMICA No trabalho anterior, quando da transcrição de uma parte do texto referente à Estrela de Cinco Pontas (Pentagrama), existia a informação de que a mesma seria considerada na visão de alguns autores a própria Estrela Flamígera, mas, era uma situação com que o autor do texto não concordava, sendo no seu entender dois símbolos distintos, tanto que dispunha sobre a colocação delas, ou seja, uma sobre a Porta de entrada e outra sobre o Trono do 2º Vigilante. Como sabemos, o seu estudo minucioso acontece no Grau de Companheiro, e não entraremos em detalhes, porém, a
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 15/34 colocação de um Pentagrama na porta de acesso ao ocidente, ou pórtico, ou porta de acesso, foi que me fez retornar ao assunto depois de buscar maiores informações, que, aliás, são bem escassas. No Livro “Maçonaria – 50 Instruções de Companheiro” da autoria do Irmão Raymundo D’Elia Junior encontrei uma explicação para a polêmica questão sobre a colocação dessas estrelas no templo: “Somente como pura e simples citação, apenas para que seja mencionada certa ‘polêmica’, e mesmo em função das muitas pesquisas entabuladas, concluiu-se por ‘divergir de alguns autores e trabalhos analisados, que mostram sérias divergências em relação às ‘diversas interpretações e respectivos posicionamentos físicos’ das Estrelas nos Templos; por isso, e por esses estudiosos entenderem e divulgarem que a Estrela de cinco (5) pontas (Pentagrama) e a Estrela Flamejante são ‘dois símbolos distintos’, e ainda determinarem que esses símbolos sejam dispostos fisicamente nos Templos da seguinte maneira: Estrela de cinco pontas (pentagrama) = Posta internamente ao Pórtico, sobre a porta do templo, denominada Porta do Ocidente, e Estrela Flamejante = Posta ao Meio-Dia, onde, de modo inglês, posiciona-se o Altar do 2º Vigilante; e, se essa hipótese fosse estabelecida, estaria confirmada a existência de ‘dois símbolos absolutamente distintos’, e por isso, instalados em ‘dois locais diferentes do Templo’, entretanto, embora reze a doutrina que a cada símbolo sejam atribuídas ‘múltiplas interpretações e diversas funções’, mesmo assim, não seria nada racional dotar um mesmo símbolo, único como no caso, a representar ‘dois aspectos’ tão diversos que merecessem ser representados por ‘dois símbolos iguais’, porém, fisicamente distintos, como as Estrelas de cinco (5) pontas e a flamejante.” A ABÓBADA CELESTE OU ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO Em primeiro lugar vejamos um pouco do histórico e dos porquês dessa abóbada no templo maçônico. Em primeiro lugar vejamos algumas passagens sobre o verbete que constam no “Vade-Mécum Maçônico”: “2. A nossa Abóbada Estrelada representa o forro do Templo; é constelada por representar o céu à noite, onde uma multidão de estrelas é visível. É pintado de azul e estrelado, como o céu, por abrigar todos os homens indistintamente de cor ou de classe. Os Templos da Antiguidade, assim como as Igrejas, também eram decorados com essas abóbadas, entretanto, as abóbadas estreladas constituem uma exclusividade da Maçonaria. Sendo o Templo o símbolo do Cosmos, a contemplação de um céu estrelado nos leva a uma grande quietude e serenidade de espírito, levando os obreiros à meditação. Esta decoração como é sabida, não é obrigatória, tornando-se, para a Simbologia maçônica, obrigatória a presença do Sol e da Lua e as nuances de cor, caracterizando a transição do dia (Oriente) para a noite (Ocidente). A Astrologia foi criada na Mesopotâmia pelos sumérios, imbuídos da ideia de superioridade celestial; olhar para cima em busca de orientação, considerando o astro como divindade. Os homens da Mesopotâmia, entre o céu estrelado, notaram o movimento rápido de sete corpos celestes principais; o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Como estes astros representavam deuses, com o poder de dirigir a vida dos homens, a religião nasceu a partir dessa concepção astrológica.” Trechos de um estudo mais aprofundado é o que poderemos veremos na sequência, com base no artigo de autoria do sábio Irmão Pedro Juk, e que se intitula “Abóbada do Templo Maçônico R.’. E.’.A.’.A.’.: “Em se tratando dos Templos Escoceses, a decoração do teto ou abóbada é geralmente estelar. O hábito de estelar o teto tem a sua origem no Antigo Egito, onde o exemplo mais belo e flagrante dessa decoração pode ser observado no Templo de Carnac (Luxor). Todas as formas das partes arquitetônicas dos Templos Egípcios eram determinadas mais pelo seu aspecto simbólico do que propriamente pela sua função estética, já que os Templos representavam uma imagem simbólica do mundo, com o teto representando o firmamento, e o piso a Terra da qual brotavam colunas, como gigantescos papiros. (...) Querem alguns tratadistas imaginosos, considerar que para aqueles Templos localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa estelar do respectivo hemisfério. Ora, em primeiro lugar a Maçonaria Universal (Simbólica) não pode ser considerada diferenciada se praticada nesse ou naquele hemisfério, pois ela é única, exclusivamente simbólica e, sobretudo, racional, diferenciando-se apenas pelas particularidades inerentes a cada Rito praticado, porém, igual em essência. Dessa forma, não nhá a necessidade de invenções fantasiosas, místicas e ocultas que buscam amparo me qualquer tipo de influências dos astros ou coisa parecida. Destarte, deve se observar a ‘liberdade’ como princípio basilar da Ordem, que nesse caso refere-se à crença pessoal de
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 16/34 cada Irm.’. Em segundo lugar, qualquer inversão de posições , dentro de um Templo implicaria na inversão total do conteúdo simbólico nele contido, afetando diretamente o arcabouço moral e doutrinário do Rito em questão, colocando em risco as orientações que primam pela racionalidade, a despeito daquelas repletas de imaginação e fantasia.” QUAIS AS ESTRELAS QUE FIGURAM NA ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO? Vamos prosseguir com os esclarecimentos do Irmão Pedro Juk: “Quanto à cor da abóbada, esta deve ser azul celeste, podendo, entretanto, haver uma gradativa mudança da tonalidade mais clara para o Oriente e mais escura para o Ocidente, no intuito de representar a aurora e o ocaso do Sol. Estarão representadas na abóbada o Sol e a Lua, as constelações de Órion, Híadas, Plêiades e Ursa Maior, os planetas Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno e as cinco estrelas: Arcturus (da constelação Bootes), Spica (da constelação Virgem), Aldebaran (da constelação Taurus), Régulus (da constelação Leão) e Formalhaut ( da constelação Piscis Austrinus).” UM MOTIVO PARA CONTEMPLAR A ABÓBADA ESTRELADA DO TEMPLO MAÇÔNICO OU, APRENDENDO O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO. Quando dei ao início ao presente trabalho, transcrevi a poesia de Olavo Bilac, onde um dos versos diz: “A via-láctea, como um pálio aberto, cintila.” Ao associarmos esse verso com os ensinamentos que recebemos onde “O teto do Templo será uma representação da abóbada celeste, com a presença simbólica do Sol, da Lua e das constelações mais conhecidas.”, entendemos sobre as funções do mesmo, tal com está disposto no item 5 do verbete “ABÓBADA ESTRELADA”, do “Vade- Mécum Maçônico”: “5. Cada um de nós tem a liberdade de visualizar a sua abóbada celeste maçônica; nesses momentos devemos nos convencer de que no mais além há um a Inteligência: Deus; além de estar em nós, situa- se com toda certeza, nesse além onde o homem deseja encontrá-lo. A educação da mente se inicia com o hábito da meditação. Em Loja, não são raros os momentos de contemplação do alto. Está ao alcance de nossa visão.” A ESTRELA POLAR A Estrela Polar também possui um significado todo especial, ainda que, somente encontremos referências sobre a mesma em poucas obras que tratem do simbolismo. A primeira alusão vem de um livro do Irmão Theobaldo Varoli Filho, e diz assim: “A Estrela Polar, referida no Grau de Aprendiz, era chamada Estrela dos Fenícios, por serem eles mestres da orientação e da navegação.” Por sua vez, o livro “Maçonaria de A a Z”, tem registrado: “ESTRELA POLAR: A estrela polar desempenha um papel privilegiado na simbologia universal: o e centro absoluto em torno do qual, eternamente, gira o firmamento. Todo o céu gira em torno desse ponto fixo que evoca ao mesmo tempo o primeiro motor imóvel e o centro do Universo. Em relação à polar é que se definem a posição das estrelas, a dos navegadores, a dos nômades, a dos caravaneiros e a de todos os errantes dos desertos da terra, dos mares e dos céus. De acordo cm a tradição islâmica, o local mais alto da terra é a Caaba, porquanto a estela polar prova que ela se encontra exatamente abaixo do centro do céu. A estrela é também teofania, uma manifestação de Deus na noite da fé.” O Irmão João Anatalino, que é um grande estudioso ilustra o assunto escrevendo: “Diz a tradição que o Templo maçônico, que reflete o Cosmo, é construído a prumo com o eixo do mundo, cujo centro é a Estrela Polar. Dela desce um eixo imaginário, em torno do qual o universo todo gira. No Templo maçônico esse prumo estaria no centro da abóbada e cairia perpendicularmente até o centro do retângulo da nave onde se situa o Oriente, ou mais propriamente, no centro do Altar do Venerável. Assim sendo, o prumo poderia simbolizar o “Eixo do Mundo”, ou seja, o instrumento pelo qual o Grande Arquiteto do Universo esquadreja e erige o universo, de horizonte a horizonte e de cima até embaixo.”
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 17/34 CONCLUSÃO: Com certeza há muitas estrelas no universo da Maçonaria, e entre elas a que tem mais significação é a Estrela Flamejante, e de um simbolismo muito rico para o Maçom no Grau de companheiro. Durante o desenvolvimento vimos em destaque as muitas estrelas que são utilizadas e possuem representação simbólica nos ensinamentos da Maçonaria. Remontamos às suas origens na Maçonaria sem adentrar em suas representações no tocante a determinados Graus, sobretudo, quando superavam o Grau de Aprendiz, e mais especificamente no caso da Estrela Flamígera, que é aquela mais estudada. Pudemos constatar também das muitas contradições que cercam algumas delas, com certeza, em função da sua utilização na magia, ciências ocultas e herméticas, assuntos que estão fora do ambiente maçônico, mas, que pode causar confusões, além de servir aos detratores da Maçonaria, como é possível detectar em alguns artigos que circulam na Internet. A falta de um padrão faz com que, surjam questões polêmicas, eis que, conforme pudemos perceber no caso específico das estrelas de cinco e de seis pontas, dependendo do rito, podem assumir significados diferentes. Há muito para ser estudado com relação ao simbolismo das estrelas na Maçonaria, no entanto, a literatura existente não ajuda muito, pois, em determinados momentos confunde sobre o que é verdadeiramente afeto à Maçonaria ou pertence á área da magia e afins. Consultas Bibliográficas: Internet: “O Nível e o Prumo” – Artigo de autoria do Irmão João Anatalino. Disponível em: www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br Livros: Aslan, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia”- Volume 2 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 3ª Edição - 2012 A TROLHA – COLETÂNEA 6 – “Abóbada do Templo Maçônico R.’.E.’.A.’.A.’.” – Artigo de autoria do Irmão Pedro Juk – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2003 DA CAMINO, Rizzardo. “Painel da Loja de Aprendiz” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 1994 D’ELIA JUNIOR, Raymundo. “MAÇONARIA – 50 Instruções de Companheiro” – Madras Editora Ltda. 2011 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição – 2008 ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros - 2012 NAMI, Antônio. “Maçonaria de A a Z” –Madras editora Ltda. 2013 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” – (1º Tomo) Aprendiz - Editora “A Gazeta Maçônica” – 2ª Edição. 1977
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 18/34 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br REPENSANDO A MAÇONARIA Às vezes algumas dúvidas nos vêm à mente e, refletindo, perguntamos: Qual foi a força mágica que fez com que a Maçonaria sobrevivesse? Qual foi o amálgama sociológico imperecível utilizado para que acontecesse? Quais foram os fatores que permitiram a sua continuidade? Francamente, não conseguimos uma resposta satisfatória. Encontramos explicações lógicas e coerentes apenas para algumas partes, mas para o todo, não nos convence as respostas propostas. Quando pesquisamos a história das associações esotéricas e iniciáticas alternativas, são raras as que duraram e ainda duram através dos tempos. Outras, que hoje conhecemos, ressurgiram como herdeiras de honoráveis e tradicionais instituições antigas, invocando para si uma antiguidade as vezes suspeita. Já, com a Maçonaria não aconteceu esse ressurgimento, porque ela jamais adormeceu. A partir do Iluminismo ou Ilustração, viu a monarquia se esvair, viu nascer a república, e com ela pelo menos, acredita-se, o mundo respirou um pouco de democracia, viu o pensamento humano se transformar, e sabe que teve parte nisso, Ela, desde que apareceu, vem atravessando o tempo, enfrentando e solucionando suas próprias crises, ocupando seu espaço, tem a sua própria história documentada, sendo mais presente que a própria história de muitos povos nos últimos cinco ou seis séculos. Inclusive, não nega as modificações pelas quais passou, quando deixou de ser Operativa. Sua história é muito transparente e não é guardada como um segredo. Seria uma instituição bastante organizada administrativamente? Não, e seguramente podemos afirmar que não é. Algumas potências e mesmo algumas lojas têm uma excelente organização, é verdade, mas a Maçonaria de um modo geral é mal administrada. Seria então, uma instituição que funcionaria tendo como exemplo algumas religiões seculares? Acreditamos que não, pois as religiões apesar de tratarem com a espiritualidade de seus fiéis, conta com um fator envolvente, a Fé, que não é o caso da Maçonaria, pois ela não é uma religião. O maçom deve ocupar-se com a Razão e não com a Fé, mas não pode deixar de ter Fé. Inúmeras variáveis entram neste estudo se a considerarmos como um todo. Se analisarmos todas elas, não se concebe como a Maçonaria continua inabalável, não sucumbindo aos acidentes de percurso que ela tem enfrentado ao longo de sua história, e que não foram poucos. 5 – Repensando a Maçonaria Hercule Spoladore
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 19/34 Interessante explicação dos esotéricos quando afirmam que a Ordem seria o resultado de uma força coletiva resultante da somação da energia mental de um grupo, cuja força seria dotada de personalidade e que seria uma entidade viva e não abstrata. É o que eles afirmam ser uma Egrégora. Vale a pena ressaltar que, apesar dos desencontros, a Maçonaria realmente possui uma força-pensamento muito poderosa, completada pela Iniciação, pela disciplina ritualística e pela doutrina. Mas, mesmo assim ainda não temos base suficiente para explicar a sua perenidade. Ela tem vida própria. Ainda assim, nos arriscamos a mencionar os fatores citados, ou seja, o iniciático e o ritualístico, e perguntarmos: não seriam eles os fatores determinantes da sobrevivência da Ordem? Entretanto, se analisarmos outras instituições iniciáticas, estas também possuem seus rituais, porém a grande maioria delas desapareceu. Muito a propósito, este questionamento que estamos fazendo no momento, já era feito em pleno século XVIII pelo maçom J.G. Fichte (1762-1814), célebre pensador alemão que afirmava que a verdade maçônica só se atingirá pela busca incessante e pelo conhecimento das fontes esotéricas, as quais seriam transmitidas pela tradição oral e não pelas fontes exotéricas (no caso, os livros, que para ele seriam profanos). Ele, em seu trabalho “Filosofia na Maçonaria” menciona as perseguições sofridas pela Ordem na época, em que viveu, em alguns países da Europa, porem em outros ela encontrava proteção. Num país ela era expulsa como inimiga do trono e incitadora de revoluções. Já em outro país, tinha pleno apoio do governo. Citava também em seu trabalho, que Irmãos que vinham de todas as partes em busca das suas verdades em suas lojas e, mas nem sempre as encontrando, voltavam decepcionados aos seus lares, mas não desistiam, vinham novamente atrás de suas perquirições, esquecendo-se de suas frustrações da sessão anterior, ou seja, sempre voltavam. Os chamados segredos da Maçonaria de quando em vez, como sempre, foram profanados através de publicações, algumas até divulgadas com muitos detalhes, nos atribuindo as mais fantásticas mentiras e como sempre nos relacionando aos poderes satânicos. Nem isso abalou a Ordem. Ela continuou a viver. Nada a destruiu. O sábio maçom alemão estranhava esta “imortalidade” da Ordem. Entre todos os ataques e estes são inúmeros e constantes através de publicações dois merecem destaques um deles é o livro “Os Protocolos dos Sábios do Sion”, que é se sombra de dúvidas, o que mais efeitos deletérios causaram e poderá causar à Ordem, porque nos ligou às perseguições feitas de forma endêmica aos judeus, quando em realidade a Ordem apenas emprestou para si, nomes, alegorias, passagens e normas de moral extraídas da Bíblia, transformado-as em valores filosóficos e simbólicos para a sua doutrina. Assim também fizeram as religiões que adotam a Bíblia. Todas baseadas na história do povo judeu. Temos em nossas fileiras inúmeros Irmãos de origem judaica, mas nada temos a ver com o povo judeu em si, e sua posição política e econômica no mundo. A influência judaica na Maçonaria é apenas bíblica, aliás, como o é em todas as religiões ditas cristãs. Outra publicação que por ironia reverteu em benefício da própria Maçonaria foi a “Masonry Dissected” de Samuel Prichard publicada em um jornal profano de Londres em 20/10/1730 revelando ao público londrino os rituais dos três graus simbólicos. Acontece que até então os rituais eram praticados de cór, isto é porque não eram escritos. Sua prática era transmitida através das gerações de Maçons, oralmente. Era proibido escrever. Prichard o perjuro da época,
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 20/34 acabou por se tornar hoje um clássico, pois sua obra é uma das poucas fontes documentais de como era praticado a ritualística naqueles tempos. Acresça-se que na própria época, apesar do escândalo que causou tal publicação, veneráveis, mais folgados começaram a usar os rituais publicados (na época chamados catecismos), já que praticamente não havia rituais impressos até então. Ainda mencionava Fichte, a divisão interna constante nos meios maçônicos, onde há sempre um confronto muito grande de idéias, de poder, de mando, e de opiniões os quais até a presente data continuam existindo. Muito tempo se passou e tudo continua na mesma. O tempo passou, o maçom não mudou. Hoje, alguns autores falam até que, acreditamos, pejorativamente, que o maior inimigo da Maçonaria é o próprio maçom. Se pensarmos bem, a situação até piorou, desde Fichte, pois, mais de dois séculos se passaram e os maçons mudaram conceitos que não poderiam ser mudados, trocaram cores de ritos, criaram novos ritos, inventaram lendas que nada tinham a ver com a tradição, multiplicaram-se as divisões sob o nome de potências, foram criadas a Maçonaria Mista e a Feminina, inventaram uma expressão chamada “regularidade maçônica” muito mal explicada à luz da lógica. Os maçons mais esclarecidos costumam perguntar quem é quem para dar regularidade à alguém. Emprestamos inúmeros símbolos de outras ordens iniciáticas, das religiões, e em especial da Bíblia, nossa maior fonte de símbolos, da arte de construir, das ferramentas e materiais usados nas construções, aproveitamos a essência filosófica interessante à Ordem de todas as escolas filosóficas. Os símbolos maçônicos genuínos são poucos, esta é a verdade. Interessante frisar que talvez um dos poucos símbolos criados na Ordem foi o Altar dos Juramentos que nasceu a partir de um pequeno apêndice colocado no altar do venerável e depois por questão de comodidade, criaram um pequeno móvel triangular. Deveria ficar no Oriente, mas já foi passear e está agora no Ocidente. Outro símbolo que precede à Bíblia e o próprio templo de Salomão na Maçonaria são as duas colunas que emergem de tempos imemoriais. Evocam-se muito os landmarques, que seriam os limites ou lindeiros, uma espécie de coleção de leis antigas, herdadas através dos Old Charges, e que deveriam ser imutáveis. Entretanto, se nos detivermos com cuidado à leitura destes documentos, veremos que nossa concepção a respeito destes princípios atualmente está muito afastada. Os famosos landmarques, ultrapassados, com mais de sessenta classificações idealizadas por inúmeros autores são usados informalmente de acordo com as conveniências das lojas das potências e em especial dos grão- mestres, tudo em nome das Antigas Obrigações. Interessante frisar que os ditos landmarques não existiam como tais na Maçonaria Operativa. Eles apareceram na Maçonaria Especulativa, e seriam uma coleção das normas da Instituição, mais precisamente uma espécie de regimento ou estatuto usado pelas corporações da construção e pelas guildas. Os landmarques são tidos por muitos maçons como sagrados. Mesmo que seus artigos sejam distorcidos e até preconceituosos, muitos maçons os acham sagrados. Impossível transgredi-los, pelo menos por estes maçons.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 21/34 Fala-se de uma tradição, que teria uma importância muito grande na sobrevivência da Ordem. Analisemos então este aspecto. Em primeiro lugar teríamos que nos respaldar nos acontecimentos históricos lendários, alguns que realmente aconteceram e outros alegóricos repletos de simbolismo. Lembramos que o mito pode ser baseado numa lenda, e esta vale pela mensagem que nos traz, e não pelo compromisso com a realidade que aparentemente deveria ter. Um outro aspecto da tradição seria a respeito dos usos e costumes que não são escritos e são transmitidos oralmente. Estes se relacionariam mais com a ritualística e os ensinamentos provindos dos Old Charges. A parte disciplinar e administrativas dos Old Gharges foram reunidas sob o nome de landamarques, que seriam o acervo norteador da Ordem. Mas a maioria dos manuscritos que compõem este acervo são ambíguos, obscuros e difíceis de serem interpretados. Parecem não terem nada a ver com a Ordem, tal qual a conhecemos atualmente. Ouvimos constantemente que toda a história da Ordem, bem como a maior parte dos nossos ensinamentos provem destes documentos. Entretanto, segundo um autor, não se sabe ao certo da procedência da Ordem. Ele reuniu mais de cinquenta possibilidades do aparecimento da Maçonaria. Mas convenhamos com algumas verdades. Na Maçonaria Operativa, não haviam templos, haviam tabernas onde os maçons se reuniram, não havia Bíblia, que só entrou na Ordem em 1751, quando o seu uso foi tido como obrigatório na Maçonaria Inglesa, não havia o grau de mestre, que só foi incorporado na Maçonaria Simbólica em 1738, após ter sido criado em 1725. E pasmem, nos Old Charges não havia uma única referência sequer ao Antigo Egito, Cabala, Alquimia, Rosa-Cruzes, Templários ou a qualquer tipo de hermetismo ou ocultismo, ou outra organização. Esta miscelânea de credos e este ocultismo nasceram na França ao tempo da fundação do Conselho de Imperadores do Ocidente e do Oriente, que acabou fundando o Rito de Heredon de vinte e cinco graus, base do futuro REAA. Também não se fazia menção ao sentido simbólico das ferramentas. Nas Antigas Obrigações estavam contidas as lendas e as antigas tradições e como eram feitas as antigas construções. Convenhamos com uma realidade que nos salta a frente e não temos coragem de admitir. A Maçonaria Operativa já no século XVI e meados do século XVII, perdeu seu antigo esplendor, seu poder. Tanto é verdade que no ano de 1600 recebeu comprovadamente seu primeiro maçom aceito John Boswel. Isto porque a arte da construção tinha se tornado alvo do conhecimento popular, ou seja, todos tinham acesso a ela e assim ela se enfraqueceu. Então começou a ser dominada por maçons não operativos. Melhor analogia é aquela que quando uma firma começa a não dar certo e é envolvida por outra, que conserva seu nome, porque ele tem credito junto ao comércio, mas ao tomar posse, muda quase tudo, conservando apenas o que interessa ao novo grupo. A Maçonaria dita Especulativa assimilou a Operativa como quis. No século passado, o maçom Albert Pike, Soberano Comendador do Supremo Conselho da jurisdição sul dos Estados Unidos, iniciou um processo de descristiniazacão do Rito Escocês Antigo e Aceito, mudando em parte a influência religiosa no Rito transformando a interpretação desta forma de muitos símbolos antigos. É sem dúvida, mais um fato intrigante e transformador de conceitos dentro do Rito e da Ordem.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 22/34 E aí como fica a famosa tradição maçônica? Como é que podemos valorizá-la assim com os inúmeros enxertos que foram feitos e continuam ainda a ser em número cada vez maior. Foge, desta forma do nosso raciocínio os parâmetros de julgamento. E ainda mais, a tradição oral parece-nos um tanto falha, pois com o correr dos anos, com tantas mudanças nos foram transmitidas obviamente, tradições falsas, porque os Irmãos acabaram alterando os conceitos e procedimentos, e os repassando errados e incorretos. Argumentam alguns que estes adendos enriqueceram a Ordem do ponto de vista esotérico. Ora, então não evoquemos a famosa tradição, quando quisermos explicar o que realmente aconteceu. . Vamos ser honestos e admitir que criamos novos símbolos, que mudamos a tradição. O próprio desenvolvimento cientifico tecnológico nos levou a muitas mudanças que nem as percebemos. Vamos então encontrar uma fórmula que se torne adequada, ou seja, vamos repensar nossa história, vamos torna-la mais coerente, mais transparente e mais simples. Tenhamos a coragem de afirmar que muito dos nossos mestres, de acordo com suas conveniências e épocas da nossa história acabaram por mudar tudo, e que através de um verdadeiro complô, nos passaram a impressão de que tudo continuava na mesma de acordo com suas origens. As provas contidas nas fontes primárias nos fazem pensar diferente. A Maçonaria ainda nos coloca em dificuldades quando a analisamos, pois estaremos diante de uma instituição que não é um país soberano, mas sim inúmeros países imateriais, sem limites territoriais, representados pelas potências em si, dentro de um país real, possuindo dentro de sua forma de governo os poderes executivo, legislativo e judiciário. Quer dizer, pequenos estados virtuais dentro de um Estado real, cujas leis devem ser obedecidas, pois são soberanas. Proclama que em seus templos é expressamente proibido a discussão de assuntos religiosos ou políticos. Ainda com relação à política, admitindo-se ou não, a Maçonaria sempre através de seus membros teve muita influência, inclusive tendo participação direta na liberdade de muitos povos, pregando com idéias libertárias. Ela querendo ou não, é política. Ela é para muitos, considerada como filha do Iluminismo ou Ilustração ou será que o Iluminismo foi apenas mais uma das ferramentas que a Ordem utilizou? Por ideal? Teria sido um meio de sobrevivência? Os maçons se reúnem em templos, os quais são cópias do Parlamento Inglês ou então mais fielmente dos templos católicos, e ainda querem nos fazer crer que nossos templos são cópias fiéis do Templo de Salomão. Fica claro para os Irmãos que entendem um pouco do simbolismo maçônico que se trata apenas de uma analogia. De apenas um simbolismo. Só que para muitos Irmãos, ela passa a ter uma conotação como se fosse uma verdade, quase uma religião. Costumamos ouvir que a Maçonaria não é dogmática, mas esta não é a realidade, porque, somos obrigados a crer na Lenda de Hiran, a crer na imortalidade da alma e crer no Grande Arquiteto de Universo. Ora, não podemos negar, são dogmas incontéstes.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 23/34 É muito mencionado o ecletismo como ponto de união. Sabemos que o ecletismo é uma posição moral ou intelectual caracterizada pela escolha, entre diversas formas de conduta ou opinião ou até de religião, sem se admitir uma linha rígida de pensamento. Parece que o ecletismo deu certo na Ordem, não a levou ao caos total, pois caso assim acontecesse ela não existiria mais. . Entretanto, surpreendentemente a Ordem pelo menos conseguiu incutir nos seus adeptos o respeito mútuo colocando um verdadeiro livre-pensador ao lado de um maçom totalmente esotérico e eles se chamarem de Irmãos e um respeitar os pontos de vista do outro. Talvez no campo das ideias, a fraternidade, o respeito e a famosa tolerância prevaleceram. Deram certo. Incrível! Sim, conhecendo-se como é complexo o ser humano esta foi uma das grandes vitórias da Ordem. Não conseguimos saber se todos estes fatores mencionados têm alguma coisa a ver com a sobrevivência da Maçonaria. O fato é que ela sobrevive, e tal qual as colmeias, suas lojas continuam a receber novos Irmãos, e a enxamear quando seus quadros estão repletos geralmente através das cisões. Aliás, a fundação de uma nova loja deveria ser um fato natural, quando a loja- mãe tivesse um certo número de obreiros, mas o que acontece geralmente é que a fundação de uma nova loja quase sempre é litigiosa e por confronto de lideres. . O maçom vive na esfera Terra, mas sente-a, enxerga-a plana, talvez não por sua culpa, mas sim por estar inserido dentro de princípios que ele não ousa repensa-los. . Parece que a Maçonaria criada dentro dos rígidos princípios cartesianos e newtonianos sempre funcionou sem o saber, por analogia figurada dentro da teoria Quântica e da Relatividade, muito embora estas teorias se refiram ao átomo. Porque fazemos esta analogia? Sabemos que o cartesianismo é considerado pelo racionalismo, pelo dualismo metafísico e quando considera um fenômeno ou um conceito, isola-os da totalidade em que estes aparecem. Ela se aplica aos fenômenos macroscópicos. Já a teoria quântica aplicada à energia corpuscular e, portanto às partículas subatômicas, ou seja a fenômenos não macroscópicos, considerados invisíveis são atualmente empregados e adequados por analogia a outros segmentos da sociedade e não somente a física corpuscular. Alem de lidar com o que poderíamos chamar supostamente de imponderável, ela coloca tudo como sendo um todo, como sendo uma rede em que o homem, este estranho ser, faz parte deste todo. É a nova teoria holística. O leve bater das asas de uma borboleta num canto do mundo poderá causar um vendaval no outro lado do planeta. Uma das características desta teoria é justamente que ela não consegue explicar muitos fenômenos, os quais teremos que esperar que aconteçam, para depois tentar explica-los, pelo menos por enquanto. Dentro desta analogia fantástica, estamos tentando colocar em tese a Maçonaria, porque à luz dos princípios cartesianos e newtonianos, não conseguiremos explicar a sua sobrevivência. Ela continua viva. . Os tempos estão mudando, já não se aceitam explicações bisonhas. Também, não temos maiores respostas no momento. Confessamos humildemente, que temos dúvidas cruéis. Mas, vale a pena nos direcionarmos em tentativas sadías e coerentes, e honestamente procuramos as explicações corretas, que por certo virão com um futuro, que já se faz presente E, diga-se de passagem, aterrador, pois tal é o avanço tecnológico e científico que estamos vendo descortinar diante de nossos olhos. Por esta razão teremos que repensar a Ordem, e muito...
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 24/34 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br MAÇONARIA- EM BUSCA DO VRILL O método da Maçonaria O que se busca no ensinamento maçônico é a iluminação. Esse é o elo existente entre a prática da Arte Real e os antigos Mistérios arcanos. É nesse sentido que a Maçonaria pode ser considerada como herdeira da cultura simbólica dos antigos povos que cultuavam os arquétipos hospedados no inconsciente coletivo da humanidade sem o saber, e dos fenômenos e forças da natureza faziam seus deuses, erguendo para eles suntuosos templos. Não há na Maçonaria um modelo filosófico a ser seguido nem uma orientação religiosa imposta como paradigma. Por essa razão os fundamentos da sua prática estão assentados em símbolos, lendas e alegorias, e sua aprendizagem se dá através do método iniciático. Esse método exige do seu praticante um espírito aberto e avesso a dogmas, já que ele terá que trabalhar com temas esotéricos e exotéricos ao mesmo tempo, ora tratando-os pragmaticamente como orientação para a vida prática, ora especulativamente como orientação espiritual, mas nunca sem perder o senso de realidade e utilidade que tais temas encerram para a realização do aprendizado. Método iniciático, ou psicológico é aquele segundo o qual os ensinamentos não são dirigidos à razão do aprendiz, mas ao seu inconsciente. Por isso, o catecismo maçônico não segue a organização epistemológica própria de uma ciência ou doutrina, como seria de praxe em qualquer forma de aprendizado. O aprendiz maçom deve participar desses ensinamentos através de repetidas iniciações, que têm como objetivo "impressionar” o seu espírito e levá-lo, mais a “sentir” o ensinamento, do que propriamente compreender a sua lógica. O método iniciático é próprio para o ensino das doutrinas esotéricas. Ele é muito utilizado no estudo da filosofia, para estimular a mente na obtenção dos chamados insights (descobertas, iluminação), que são súbitas manifestações do nosso inconsciente, que levam para o consciente a notícia de conhecimentos que ali estão armazenados sem que deles tenhamos nos apercebido. O exemplo mais perfeito de ensino pelo método iniciático é o budismo zen, onde a quase totalidade da doutrina é transmitida através de koans, tipo de mensagem dirigida ao inconsciente do aluno. Uma forma bem elaborada de koan é a fórmula poética conhecida como haikai, onde o poeta, em três versos livres, com dezessete sílabas, exprime um insight.[1] 6 – Maçonaria – Em busca do Vrill João Anatalino Rodrigues
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 25/34 A necessidade da Iniciação O método iniciático, como o próprio termo revela, é aquele que exige uma iniciação. Diferente das disciplinas acadêmicas, onde a mente do estudante é submetida a um conjunto lógico de conhecimentos encadeados, aqui é o inconsciente do estudante que é alimentado por uma série de informações codificadas em símbolos, alegorias, mensagens cifradas, parábolas e outras formas de linguagem, algumas delas não verbais, como os ritos e cerimônias que são praticados em sociedades como a Maçonaria, e nas mais diversas formas de religião. Todas as religiões têm a sua forma de iniciação: batismos, purificações, viagens simbólicas, ritos de admissão e passagens de grau, etc. Todas essas práticas nada mais são que fórmulas ritualísticas diversas que visam abrir a porta da mente do iniciado para os conteúdos sutis do ensinamento que ele vai receber. E seja qual for a forma de iniciação, ela contém elementos que são comuns a todas as crenças, pois elas provém de uma mesma origem e servem a uma finalidade semelhante, que é impressionar o espírito do praticante, preparando-o para ser o recipiendário de um conhecimento que se fundamenta mais na sua sensibilidade do que na razão. Aliás, uma crença que precisa ser fundamentada não é crença, mas filosofia. Um ritual que precisa ser explicado não é ritual, mas técnica. A morte ritual Todas as antigas iniciações começavam com uma morte ritual, que encerrava uma visita à escuridão total, para que dela o iniciando pudesse renascer como semente fecundada pelos raios solares, pronta para iniciar uma caminhada em direção à luz. Porque essa era a idéia, extraída da observação da natureza, que os antigos mestres do conhecimento arcano faziam do processo que dá origem à vida: uma semente é posta no útero da terra, como se fosse um corpo posto em sepultura; ali ela é regenerada pelos nutrientes da terra e a ação do calor do sol; recomposta, ela atravessa a escuridão começando uma jornada em busca da luz. Para a vida encerrada na semente, brotar significa sair para a luz do sol, ou seja, reviver. O homem novo, renovado, renascido em função da nova crença, é um Lázaro ressuscitado das trevas, que vence a morte psíquica, reencarnando para uma nova vida. [2] Segundo antigas tradições, a prática da iniciação começou em eras anteriores a atual raça adâmica (que é a nossa), com os atlantes. Quando a degeneração daquela raça ocorreu, os sábios daquele povo resolveram ocultar do vulgo os grandes segredos que fizeram o esplendor daquela civilização e somente comunicá-los a poucos escolhidos, que se mostraram dignos de compartilhar deles. Os grandes heróis dos mitos vedantas, gregos, babilônicos, judaicos e outros, foram alguns desses escolhidos. Depois os Mistérios da Iniciação foram trazidos da Atlântida pelos arianos e incorporados à tradição de vários povos, entre os quais os hindus, os egípcios, os caldeus e outros povos antigos.[3]
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 26/34 Nos tempos pré-históricos, a iniciação não comportava nenhum dogma e não tinha qualquer relação com temas escatológicos. Eram praticados através de festivais populares, que chegaram até nós através dos ritos conhecidos como Mistérios.[4] No entanto, tais Mistérios constituíam a verdadeira religião daqueles povos, ou seja, uma disciplina metafísica (no sentido filosófico) e religiosa ao mesmo tempo, na qual se procurava reproduzir os processos naturais pelos quais a divindade se manifesta no mundo da matéria física. Era uma imitação da atividade dos deuses na produção dos eventos naturais. Com o passar dos tempos, a prática dos Mistérios deixou de ser apenas uma manifestação de religiosidade arcana e laicizou-se, invadindo o território da cultura popular e do próprio sistema educacional. É assim que vamos encontrar no antigo Egito, entre os povos da Mesopotâmia e na Índia dos brâmanes, e depois na Grécia clássica, Os Grandes Mistérios funcionando como escola de formação de líderes, onde se ensinavam as ciências, as artes, a filosofia, o direito, a medicina, e principalmente o respeito pela grande Mãe Natureza. Os templos aos deuses que presidiam esses Mistérios passaram a funcionar como verdadeiras universidades onde o saber acumulado por essas sociedades era desenvolvido e preservado. Tudo quanto de bom, nobre e verdadeiro há na natureza humana, seja em termos de virtudes éticas e morais, seja como aspirações divinas, era cultivado pelas antigas sociedades iniciáticas em seus Mistérios. Daí o fato de essas antigas práticas, que no início eram essencialmente religiosas, se tornarem verdadeiras instituições, venerada pelos povos e consagrada pelos estados onde eram praticadas. Essa é a razão de os Antigos Mistérios remanescerem nos ritos praticados pela Maçonaria como memória de um tempo em que as Grandes Luzes da raça humana eram os iniciados nessas práticas. Como herdeira dessas antigas tradições, a ciência maçônica visa salvaguardar essa conquista cultural do espírito humano, imitando, no quanto ainda é possível, essas instituições. Daí o simbolismo de seus rituais, cujo verdadeiro significado, muitas vezes é ignorado até pelos seus próprios praticantes. Uma jornada em busca da Luz Da mesma forma que a nossa existência como seres humanos tem o seu início com a abertura dos olhos para o mundo, iluminado pelo sol, a verdadeira vida do espírito também começa no momento em que os nossos olhos são feridos pela luz do nosso próprio sol interior. Até então temos um espírito que habita em uma caverna, em meio á trevas, e como na metáfora de Platão, ele é como uma semente que não emergiu para a vida. Tudo que ele conhece são apenas sombras dos seus próprios pensamentos. Somente quando ele deixa a caverna e recebe a luz do sol é que passa a ter consciência de si mesmo e de tudo que o rodeia. Isso é iluminação. Em consequência, a vida, tanto da carne, quanto do espírito, é o resultado do nosso encontro com a luz. Essa idéia estava no centro das doutrinas que informavam as religiões antigas . Por isso iremos encontrar em todas essas manifestações espirituais a busca desesperada pela luz, e como consequência desse anelo, o culto áquele que a gera, o Sol. Assim, o Sol tornou-se a deidade central em todas essas crenças, razão pela qual esses cultos são chamados cultos solares. No Egito antigo, por exemplo, essa idéia envolvia não só as crenças religiosas do país, mas tinha implicações políticas e sociais importantes. O faraó era considerado o Filho do Sol. Seu
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 27/34 poder não vinha de nenhuma relação política e hierárquica temporal, mas do próprio astro rei, (o deus Rá), por isso seu poder era supremo. Daí o caráter teocrático do seu governo e a duração extremamente longa da instituição faraônica, que sobreviveu enquanto a crença nos poderes do Sol e na transmissão desse poder aos seus filhos na terra encontrou adeptos. Nos Upanixades, um dos livros sagrado da religião hindu se diz que o sol é o pai da vida e a lua a sua mãe. Da união dos dois nasceu a Criação. O filósofo Aristóteles também dizia que “o homem e o sol geram a vida”, emprestando assim a sua respeitada opinião ao culto do mito solar. Até o Cristianismo, embora seus teólogos tentassem apagar os traços da sua origem solar, sofreu a influência dessas ideias arquetípicas. Jesus, para algumas seitas gnósticas, era considerado uma divindade solar. Sua identificação com o Sol aparece principalmente no Evangelho de João onde se afirma que Jesus é a Luz do mundo. [5] A própria Igreja Católica se aproveitou das tradições cultivadas pelas religiões solares para firmar alguns dogmas e datas do Cristianismo. O dia 25 de dezembro, dado como sendo o dia do nascimento de Jesus, é uma data que tem correspondência em várias religiões solares, como por exemplo, o Mitraísmo, que tem esse dia como sendo o dia do nascimento de Mitra.[6] Na religião egípcia essa data também corresponde ao nascimento de Hórus, o filho de Isis e Osíris; na religião hindu, ela corresponde à data do nascimento do deus Krishna, etc. Todos esses deuses, coincidentemente, foram concebidos e nasceram de forma miraculosa, semelhante à que foi atribuída a Jesus. É oportuno também lembrar que em certos círculos teológicos antigos, Cristo era um ser solar e seus discípulos simbolizavam os doze signos do zodíaco. Assim, o arquétipo inspirador do personagem Jesus Cristo não era uma intuição puramente judaico-cristã, como comumente se pensa, mas uma tradição compartilhada por quase todos os antigos povos. E foi essa identificação com o mito solar, e o fato de a figura do Cristo ser uma noção compartilhada pelo Inconsciente Coletivo da humanidade que ajudou os doutrinadores cristãos a fazer do Cristianismo uma religião, muito popular no Império Romano. Daí a tese, defendida principalmente por historiadores alemães, de que o verdadeiro fundador do Cristianismo é o apóstolo Paulo. Quando Jesus fracassou como o Messias judeu, dizem esses historiadores, Paulo pegou a sua experiência e desenvolveu uma doutrina nova, fundindo a tradição judaica do Messias com a idéia do Cristo universal, um arquétipo que os filósofos neoplatônicos tinham idealizado como catalizador das forças cósmicas, para levar o mundo á salvação, como antes já havia sido pregado por Zoroastro e pelos adeptos da doutrina de Mitra. Como essa ideia tinha uma similitude bastante próxima à doutrina pregada por Jesus, não foi difícil ao arguto rabino de Tarsus criar uma nova e instigante teologia, e assim torná-la palatável à grande maioria dos povos do Império Romano. Dessa forma, o Cristianismo, em sua origem e no seu fundamento escatológico, também é um culto solar. A pedra filosofal dos maçons O simbolismo da busca pela Luz tem uma clara correspondência na prática da alquimia, onde a obtenção da pedra filosofal é a “iluminação” final do adepto. Na moderna ciência física ele também se aplica, sendo o insight do cientista o seu momento de luz. [7]
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 28/34 Sendo a Maçonaria a herdeira da promessa contida no escopo dessas antigas religiões, não é estranho encontrar no conjunto da suas tradições uma profusão de referências a essas duas forças da natureza, geradoras da vida, que são a Luz e o Sol. Por isso en contraremos, em todos os Templos maçônicos claras alusões a esse simbolismo, que faz do Sol o centro irradiador da luz do mundo. E na figura do Venerável Mestre, posto em seu trono, no Oriente, está a representação desse poder irradiante, que se reflete para todo o Ocidente, onde o mundo maçônico se realiza por força dessa "luz" que dele é refletida. Justifica-se, dessa forma, dizer do Irmão que procura iniciação nos Augustos Mistérios maçônicos, que ele é “um pobre candidato que caminha nas trevas, e despojado de todas as vaidades, deseja receber a Luz", como consta dos seus Rituais de iniciação. E a Luz lhe é dada, pelo toque da Espada Flamígera, em presença dos Irmãos como corolário de uma jornada na qual o seu espírito venceu as trevas e despontou para um novo dia, pronto para trabalhar no canteiro de obras mais nobre da terra. Essa será a sua missão, a sua tarefa enquanto maçom. É dessa forma que nós também vemos a escalada do maçom pela Escada de Jacó. Como diziam os adeptos da Maçonaria espiritualista praticada pela Sociedade de Thule, essa é uma experiência que o espírito humano empreende pelo Cosmo em busca pelo seu Vril particular.[8] [1] Como nestes versos do poeta japonês Bashô (1644-1694) o rei do haikai: “Se olho atentamente/Vejo florir a flor nazuna/ Na fenda do muro.” Neste koan o poeta nos diz que é preciso estar atento para surpreender a natureza no momento exato da sua atividade criativa. [2] É nesse sentido que entendemos as palavras de Jesus e o episódio da ressurreição de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim não morrerá.”. Essa é a razão de muitos historiadores acreditarem que a passagem referente à ressurreição de Lázaro se refere a um ritual de iniciação praticado pela seita fundada por Jesus e não um acontecimento histórico mesmo. Realmente, é estranho que um fato tão marcante como esse não tenha sido registrado pelos evangelhos sinóticos, mas apenas pelo evangelho gnóstico de João. [3] Hércules, Gilgamés, Sansão, Aquiles, e os heróis dos Vedas, livros sagrados dos hindus, são alguns desses iniciados, escolhidos pelos deuses para compartilhar desses segredos arcanos. Sobre o sentido iniciático dos Doze Trabalhos de Hércules, veja-se o capítulo XII da nossa obra “Mestres do Universo”, publicada pela Biblioteca 24x7, 2010. [4] Escatologia é a doutrina que trata da consumação do tempo e da finalidade da história humana. [5] “Eu sou a luz do mundo; o que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” João, 8,12. [6] Na verdade, essa data corresponde ao início do solstício de inverno no hemisfério norte, que se inicia no dia 23 de dezembro. [7] Por isso o maçom e cientista Thomas Alva Edison, inventor da lâmpada elétrica, era chamado pelos irmãos da sua Loja como um “Irmão em busca da Luz.”. [8] Vrill é uma forma energia que algumas sociedades ocultistas acreditam existir no interior da terra e no espírito do homem. Seria a essência da sua alma, ou seja, uma força que atua no núcleo da célula e a faz desenvolver-se para exercer as funções que lhe cabe. Seria algo semelhante á noção desenvolvida pela filosofia de Aristóteles, que ficou conhecida como "enteléquia", a nossa energia interior. A famosa Sociedade Thule, seita ocultista que supostamente teria orientado Adolf Hitler e incutido na sua mente febril a doutrina da superioridade da raça ariana teria desenvolvido pesquisas e ritos no sentido de capturar e utilizar essa energia para finalidades práticas. Daí a imensa potencialidade energética dos " guerreiros" nazistas, que não se detinham diante de nenhum obstáculo físico nem moral para a realização de seus objetivos
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 29/34 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 01.06.1998 Fritz Alt - 3194 Joinville 01.06.1993 Acquarivs - 2768 Florianópolis 03.06.1996 Luz Esotérica - 3050 Porto União 05.06.2001 Vigilantes da Verdade - 3398 Tubarão 08.06.1984 União E Trab. do Iguaçu-2243 Porto União 08.06.1987 União Mística - 2440 Videira 10.06.1910 Aurora Joinvilense - 4043 Joinville 14.06.1909 Renascer do Vale - 4007 Penha 20.06.2005 Luz de Correia Pinto - 3687 Lages 21.06.2010 Cavaleiros da Paz - 3948 São José 23/06/1930 Luz e Verdade III- 1066 Joinville 24.06.1997 São João Batista - 3061 São João Batista 24.06.2004 Acácia do Oriente - 3596 Joaçaba 29.06.2010 Ouroboros - 4093 Florianópolis 30.06.2003 Acácia de Imbituba 3506 Imbituba GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome Oriente 03.06.2009 Elimar Baumgarten nr. 101 Timbó 06.06.1984 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 06.06.1985 República Juliana nr. 40 Laguna 21.06.1994 Harmonia Brusquense nr. 61 Brusque 24.06.1911 Acácia Itajaiense nr. 01 Itajaí 24.06.1999 Luz nr. 72 Jaraguá do Sul 24.06.2002 Elos da Fraternidade nr. 84 Concórdia 24.06.2005 Amizade ao Cruzeiro do Sul II nr. 90 Joinville 24.06.2005 Cinzel nr. 89 Curitibanos Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de junho 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 30/34 GOSC https://www.gosc.org.br O Escritor Manoel Miguel estréia terça-feira no JB News O Irmão Manoel Miguel (foto) é Mestre Maçom da Loja “Colunas de São Paulo” nr. 4145, jurisdicionada ao GOB/GOSP. Estreia com as suas opiniões semanais na terça-feira, 28 de junho. O Irmão Manoel Miguel é escritor, palestrante, coach em Saúde e Estilo de Vida e autor do livro “Viver Mais com Saúde e Felicidade”, cuja capa se encontra no início desta edição. Data Nome da Loja Oriente 03/06/1985 Obreiros da Luz Lages 06/06/2003 Livres Pensadores Joaquim José Rodrigues Lages 07/06/2010 Livres Telúricos Maravilha 09/06/1975 Ordem e Progresso Brusque 14/06/1993 Tordesilhas Laguna 20/06/1979 Luz do Oriente Itajaí 21/06/1999 João de Deus São Francisco Do Sul 26/06/2001 Jacques DeMolay Itajaí
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 31/34 O Prumo de Hiram Livros maçônicos confiscados pelos nazistas são encontrados Uma coleção de 13.000 livros sobre assuntos maçônicos e ocultistas foram reunidos pelas forças nazistas SS-Reichsführer de Heinrich Himmler durante a ocupação da Noruega no tempo da guerra, pela Alemanha. A coleção foi roubada, em parte, da biblioteca da Grande Loja da Maçonaria Norueguesa, em Oslo. Logo após o fim da guerra, a coleção foi colocada em um armazém perto de Praga, Tchecoslováquia. Em 1948, os comunistas tomaram o poder e como parte do Pacto de Varsóvia, ela ficou perdida por trás da Cortina de Ferro (Divisão da Europa em duas partes) por muitos anos. Mesmo após a abertura da Tchecoslováquia para o Ocidente, permaneceu escondida, sem qualquer registro desde 1950..[...] Leia o restante deste texto no link abaixo: http://www.oprumodehiram.com.br/livros-maconicos-confiscados-pelos-nazistas-sao- encontrados/ Vejam as outras seções em http://www.oprumodehiram.com.br
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 32/34 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) BREVIÁRIO MAÇÔNICO – 26 de junho Igualdade As constituições dos países considerados democráticos contêm um artigo específico que considera todos iguais perante a lei. Há, porem, distinções a fazer no terreno filosófico, pois a Maçonaria não considera todos os homens iguais entre si; para ela, existem os iniciados e os profanos; aqueles que “nascem de novo” após a permanência na Câmara de Reflexões não serão obviamente iguais aos demais; os seres humanos são iguais fisicamente, encontramos desigualdades na cor, nas feições, no desenvolvimento intelectual; os que possuem um físico sadio são iguais aos normalmente desenvolvidos. Esses aspectos, contudo, não têm significado maior. A hierarquia maçônica não permite que todos os maçons iguais entre si. Apesar de inserido no lema da Revolução Francesa, o mundo ainda não conseguiu definir a igualdade e a liberdade, e muito menos a Fraternidade. Nossa Constituição afirma que todos são iguais perante a lei; contudo, um menos favorecido da sorte não encontra vaga nos colégios para seus filhos; um pobre enfermo bate às portas dos hospitais em vão; não há oportunidade para o trabalho; o que é benesse não é dado aos pobres. Uma igualdade injusta não é igualdade. Um maçom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude! As diferenças sociais ferem e aviltam; a operosidade maçônica detém-se, também, nesse campo. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 196.
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 33/34 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Nas costas desta Ilha, milhares, talvez milhões de gaivotas, singram os mares, a terra e os ares. São cantoras, dançarinas e alegres pescadoras ! Seguem os barcos pesqueiros, pousam nos mastros e nos convés, banqueteando as vísceras dos pescados. Em troca, oferecem aos pescadores a alegria dos grunhidos, e a beleza da dança selvagem.
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.094 – Florianópolis (SC), domingo, 26 de junho de 2016 Pág. 34/34 Muitas histórias e lendas são contadas, acerca das gaivotas. Uma delas, é o mistério da morte. Os velhos pescadores dizem que elas tem um cemitério secreto e que, para lá, se dirigem quando sentem a morte se aproximar. Isto porque, não são encontradas mortas, nas cercanas conhecidas. Fruto da imaginação ou da fantasia, contam histórias de um ritual de " canibalismo ", presidido por uma bruxa, vestida de gaivota. Falam de sereias que, nas noites de lua cheia, sobem os costões e recolhem as gaivotas sem vida, sepultando-as no fundo do mar. Feiticeiras que, nas escuras madrugadas, acendem fogueiras na crispa das ondas, cremando os corpos das gaivotas, que flutuam ao sabor do vento. Juram, de mãos postas, como verdadeiras estas lendas e histórias ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis