O documento resume as principais informações sobre sepse e choque séptico, incluindo definições, incidência, causas, manifestações clínicas, fisiopatologia, tratamento inicial e de suporte, e novas terapias. O tratamento enfatiza a importância da ressuscitação precoce, controle da infecção com antibióticos de amplo espectro, e suporte orgânico.
SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO: UMA REVISÃO SOBRE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
1. SESSÃO DE ARTIGO: SEPSE
GRAVE E CHOQUE SÉPTICO
Interno: Marcelo Bispo Braz da Silva
2.
3. Histórico
Hipocrates: processo q apodrece e inflama.
Galen: necessário para a cura de feridas.
Semmelweis e Pasteur: infecção sistêmica que
espalha-se na corrente sanguínea.
Patógeno ou hospedeiro que dirige a
fisiopatologia da SEPSE?
4. Definições
Consenso internacional de 1992:
Sepse: síndrome inflamatória sistêmica em
resposta a uma infecção.
Sepse Grave: Sepse + disfunção orgânica aguda.
Choque séptico: Sepse + hipotensão refratária ou
hiperlactatemia.
Consenso 1993: questiona a utilidade de alguns
parâmetros.
5. Incidencia e Causas
10% das admissões em UTI nos EUA.
Adhikari et al.: estimativa de 19 milhões/ano, no
mundo
Pneumonia (≈ 50%), infecção intrabdominal e
urinária.
Hemoculturas: positivas em apenas 1/3
Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae.
Escherichia coli, klebsiella sp., e Pseudomonas
aeruginosa
Estudo multicêntrico: Gram- 62%, Gram + 47%, e
6. Fatores de risco
Fatores de Risco: sepse grave = infecção
FR para disfunção orgânica: menos estudada
Patógeno envolvido
Genética
Status de saúde subjacente
Disfunção orgânica pré-existente
Intervenção terapêutica
Idade, sexo, raça ou grupo étnico
Crianças e idosos
Homens > mulheres
Negros > brancos.
7. Manifestações clínicas
Altamente variável e sutil em muitos casos:
Local de início da infecção x Patógeno
Padrão de disfunção orgânica x Estado de saúde
Intervalo entre a instalação do quadro e o tratamento.
AR: SDRA – hipoxemia com infiltrado bilateral
ACV: Hipotensão, elevação do lactato, disfunção
miocárdica
AGU: Redução do débito urinário e aumento de Cr
SNS: Obnubilação e delirium
10. Desfecho
Mortalidade atual: 20 – 30%
Risco de morte aumentado nos sobreviventes
Funcionamento físico e mental
prejudicado, desordens de humor e uma baixa
qualidade de vida.
Sepse grave acelera o envelhecimento físico e
neurocognitivo.
14. Disfunção orgânica
Oxigenação tecidual prejudicada:
Hipotensão
Deformabilidade reduzida das hemácias
Tromboses microvasculares
Inflamação:
disfunção do endotélio vascular
Necrose de células endoteliais
Perda da integridade da barreira: edema
15. Sepse grave e coagulopatias
Alterações da coagulação
CIVD
Excesso de deposição de fibrina:
Ação do FT (lesão tecidual)
Deficiência mecs. anticoagulantes: Prot. C e
antitrombina;
Depressão do sistema fibrinolítico
16.
17. Tratamento
Duas fases de tratamento:
Fase inicial:dentro de 6 hs da apresentação do
paciente
Fase posterior na UTI
18. Tratamento: Fase inicial
Ressuscitação cardiorrespiratória
Afastar as ameaças imediatas da infecção
descontrolada.
Resuscitação: fluidos intravenosos e
vasopressores, oxigenoterapia e VM se
necessário.
Abordagem padrão: garante a rápida e eficaz
abordagem
19. Tratando a infecção
Diagnóstico provável
Obter culturas
Controle do foco infeccioso
Inicio imediato de ATB empírico adequado:
Local da infecção
Comunitária ou hospitalar?
História médica: comorbidades? tratamento prévio?
Padrões microbiano x suscetibilidade do hospital.
20. Tratando a infecção
• Combinação de ATB ou Agente único em
Sepse grave?
• Diretrizes: ATB combinado para neutropenia e
pseudomonas.
• Trat. empírico antifúngico: utilizado para alto
risco de candidíase invasiva.
21. Após as 6 horas iniciais
Monitorar e dar suporte a função do órgão:
Prevenção de complicações
Desescalonamento do cuidado quando for
possível.
Redução do espectro inicial do ATB:
evitar o aparecimento de organismos resistentes
minimizar toxicidade
reduzir os custos
22. Após as 6 horas iniciais
Imunomodulador: curto curso de hidrocortisona
• Pacientes com choque séptico refratário
• 200 a 300 mg por dia por até 7 dias ou até retirar
o suporte vasopressor.
23.
24. Ressuscitação Volêmica
Iniciar a reanimação durante as primeiras 6 h
Usar cristalóide e considerar a adição de albumina
Evite expansores a base de amido (HES)
Iniciar desafio de líquidos em pacientes com
suspeita de hipoperfusão e hipovolemia, alcançar≥
30 ml de cristalóides/Kg
Continuar técnica enquanto houver melhoria
hemodinâmica
Norepinefrina 1ª escolha para PAM ≥ 65 mmHg
25. Ressuscitação Volêmica
Se usar agente adicional = epinefrina
Adicionar vasopressina (0,03 un/min) + desmame da
norepinefrina, se tolerada
Evitar dopamina, exceto em pacientes
cuidadosamente selecionados (ex. baixo risco de
arritmias e disfunção sistólica VE ou FC baixa)
Evitar hidrocortisona se ressuscitação + vasopressor
restaurar a estabilidade hemodinâmica (200 mg/dia)
Alvo de Hb: 7 a 9 g / dl, em pacientes sem
hipoperfusão, DAC crítica ou isquemia do miocárdio
ou hemorragia aguda
26. Controle da Infecção
Obter hemoculturas antes do incio de ATB
Realizar estudos de imagem: confirmar fonte de
infecção
ATB amplo espectro dentro de 1 hora após o
diagnóstico de qualquer sepse grave ou choque
séptico
Reavaliar ATB diariamente para desescalonar.
Controledo foco infeccioso dentro de 12 h
- atenção para os riscos e benefícios do
27. Suporte respiratório
Usar volume corrente baixo e limitar a pressão de
platô.
Aplicar uma quantidade mínima de PEEP em SDRA
Administrar maior PEEP em pacientes com SDRA
induzida por sepse.
Use manobras de recrutamento quando hipoxemia
grave refratária, devido a SDRA
Use posição prona em pacientes com SDRA induzida
por sepse e PaO2/FiO2<100
Elevar a cabeceira da cama em pacientes
submetidos a ventilação mecânica
Estratégia de reposição de fluido conservadora
quando LPA ou SDRA sem evidência de
hipoperfusão
Use protocolos de desmame
28. Suporte ao SNC
Use protocolos de sedação escalonando a dose
Se possível evitar bloqueadores
neuromusculares em pacientes sem SDRA.
Administrar um curso curto de um bloqueador
neuromuscular (<48 horas) em SDRA grave
29. Medidas gerais de suporte
Protocolo para controle da glicemia:
Uso da insulina: 2 resultados de glicemia > 180
mg
Hemofiltração veno-venosa contínua ou
hemodiálise intermitente, para IR ou sobrecarga
de líquidos
Profilaxia de TVP
Proteção gástrica
Dieta oral ou enteral, se tolerada, ao invés de
jejum completo ou soro glicosado nas primeiras
48 horas após o diagnóstico.
Estabelecer os objetivos da assistência: planos
de tratamento ou cuidados paliativos.
30. Novas Terapias
Agentes específicos: interrupção da cascata de
citocinas ou reguladores da coagulação.
Drotrecogina alfa: retirada do mercado
Estatina
Problemas com o desenvolvimento de novas
drogas:
Modelo animal
Melhor seleção do grupos beneficiados
31. Conclusões
Grandes avanços na redução do risco de morte
iminente associado com sepse.
Preocupação sobre as seqüelas do que era
anteriormente um evento letal.
Desenvolvimento de estratégias para pacientes com
Sepse longe dos grandes centros com UTI.
Necessidade de repensar o desenho dos ensaior
clínicos e das estratégias de obtenção de novas
drogas.