O documento discute a cultura no Brasil, definindo-a como um modo compartilhado de produzir significados por um coletivo. Apresenta as culturas popular e erudita e como seus limites se diluíram. Também aborda como a cultura popular brasileira, especialmente a música, foi apropriada pela indústria cultural para forjar uma identidade nacional.
2. A questão cultural: um campo de tensões.
A palavra cultura possui vários significados.
Algumas com forte concepção preconceituosa.
Algo que a Sociologia não pode compactuar.
A cultura corresponde a um modo
compartilhado por um coletivo de produzir
significados, relações e coisas.
Assim, a cultura é algo dinâmico e histórico.
3. A MULTIPLICIDADE DAS CULTURAS
O QUE É CULTURA?
Em um sentido amplo, significa tudo aquilo que
o ser humano faz e pensa, isto é, conjunto de
tradições e invenções de produções simbólicas e
materiais que singularizam coletivos.
4. Quem produz cultura?
O ser humano é um ser cultural.
A cultura pode materializar-se em uma obra
específica, ou em uma tradição coletiva.
5. A Sociologia que estuda a vida cultural e
reconhece a existência de diferentes matrizes
de cultura.
Uma tipologia possível é dividir sua produção
em:
Cultura Erudita Cultura popular
6. Após a década de 1970 surgiu um fenômeno
novo: a diluição ou o declínio dos limites entre
essas duas formas de cultura, se é que algum dia
tais fronteiras foram estanques.
Pode-se dizer que a cultura popular elabora e
expressa os valores e a visão de mundo das
camadas sociais subordinadas.
7. CULTURA POPULAR E IDENTIDADE BRASILEIRA
No Brasil, a cultura popular teve grande evolução
no ramo da música. Nos morros cariocas, desde o
final do século XIX, desenvolveu-se um tipo de
música, que era elaborada coletivamente.
Os músicos e poetas não tinham a noção do
romantismo europeu do século XIX e da cultura
burguesa, de artista ou de arte.
Eles não se consideravam compositores, não
valorizavam a ideia de autoria . A produção musical
foi feita de forma espontânea e coletiva.
Essa música era o PAGODE.
8. O BERÇO DO SAMBA
No início do séc. XX, a cultura
popular brasileira quase
desaparece. O advento do
Estado Novo Varguista acabou
por quebrar definitivamente,
o que ocorreu porque o
governo necessitou forjar uma
cultura nacional, capaz de
oferecer uma identidade aos
brasileiros das mais diversas
regiões.
9. Em 1936 a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi
estatizada em 1940 e transformada na emissora
oficial do governo. Caberia a ela buscar promover a
unificação cultural do Brasil.
A Rádio estimulou o aparecimento de um gênero
musical capaz de despertar em cada cidadão um
sentimento correspondente aos valores e emoções
típicos do brasileiro.
Esse gênero foi o SAMBA.
10. O terno do artista
A criação da indústria fonográgica no país também
ocorreu no período em que apareceram duas
gravadoras. Elas liquidaram os músicos anônimos,
ligados a comunidade. Para estimular a adoção de
uma postura profissional.
11. O “brasileiro típico”
A indústria cultural apropriou-se das formas
espontâneas da cultura popular. Esse processo
assinalou o nascimento de uma nova onde cultural no
país.
Nesse período, a questão cultural mostrou-se
elemento forjador na construção da “identidade
nacional”.
12. A CULTURA POPULAR E A POLÍTICA
Ressurgida na década de 1960, dominando o
campo das artes antes do golpe militar de 1964.
Nesse período através da UNE que estimulou a
organização dos Centros Populares de Cultura.
13. A cultua popular era então concebida como uma
cultura política, capaz de resistir à produção da
indústria cultural. Entretanto, logo após o golpe
militar a repressão foi violenta e truculenta. Gerando
assim um forte sentimento de oposição ao regime
militar. Apareceram assim...
14. Duplo Controle
Robert Schwarz afirmava que depois de 1964 a vida
política do país passou a ser controlada pela direita,
enquanto a vida cultural era controlada pela
esquerda.
Assim os militares decretaram o
15. Com a política da censura, os militares pretendiam
eliminar o controle da vida cultural por parte da
esquerda. Ao mesmo tempo, que o governo procurou
estimular a modernização da indústria cultural.
16. DISSOLUÇÃO DAS FRONTEIRAS CULTURAIS
A partir da década 1970 a indústria cultura
predomina no Brasil.
A linha demarcatória entre cultura “superior” ou
“erudita” e a “popular” ou “de massa” perdeu a
nitidez.
Esse enfraquecimento deu hegemonia a indústria
cultural, mas mesmo assim a cultura popular se
manteve na memória do povo e assim, na criação
do povo, ela se tornou um patrimônio histórico
popular.
17.
18. Cultura Material
O patrimônio material é formado por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico,
paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes
aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis e móveis.
Cultura Imaterial
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às
habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas.
Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e
constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função
de seu ambiente, interação com a natureza e sua história,
gerando um sentimento de identidade e continuidade,
contribuindo, assim, para promover o respeito à diversidade
cultural e à criatividade humana.
19. CULTURA E IDEOLOGIA
A questão da cultura está relacionada com a
política, com a dominação social, com a afirmação
ou contestação dos valores socialmente
dominantes.
20. VÍNCULO DIRETO
O vínculo entre trabalho e cultura é direto, pois,
existem laços imediatos entre aqueles que trabalham
e aqueles que produzem cultura, no sentido de
expressões artísticas ou simbólicas.
21. LAZER E DIVERSÃO
Uma sociedade industrial exige enorme divisão do
trabalho. Essa divisão acarreta uma separação entreo
trabalho manual e o trabalho intelectual.
Nessa situação, o vínculo entre o trabalho e o
produto cultural é rompido.
A cultura é produzida por especialistas, que
conhecem e dominam os meios técnicos da produção
cultural.
22. Os produtos que os trabalhadores intelectuais
fabricam no âmbito da indústria cultural destinam-se
basicamente ao entretenimento e à diversão. Eles
servem para amenizar o esgotamento do trabalhador
fabril.
23. A oferta de bens culturais massificados é
amplamente favorável à produção e reprodução de
uma certa ideologia.
1) A indústria cultural induz ao conformismo e à
aceitação do status quo.
2) Os produtores culturais tendem, por sua posição
social relativamente privilegiada, a fazer crer que essa
é a ordem natural da sociedade.
CULTURA E REIFICAÇÃO
24. INVERSÃO DA REALIDADE
Produtores e consumidores de cultura tecem uma
representação burguesa e ideologizada de cultura,
anulando seu potencial crítico.
Esse fenômeno é chamado na teoria social crítica de
REIFICAÇÃO. Tal conceito designa o endurecimento
da consciência, mostrando-se incapaz de entender os
motivos profundos da dinâmica social.
25. A reificação produz uma inversão da realidade.
Tal consciência adere às frases prontas, aos chavões,
aos slogans e às palavras de ordem.