"Galos e Lobos - De Creixomil ao Gradil a recordar e a (re)Criar Histórias de Encantar"
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CIÊNCIA NA ESCOLA 2018
“A Ciência na Escola ao Serviço do Desenvolvimento e da Humanização”.
Galos e Lobos - De Creixomil ao Gradil a Recordar e a (re)Criar
Histórias de Encantar
Dados do(s) Coordenador(es) do Projeto
Nome: Henrique Santos (JI do Gradil)/Cristina Pinto (EB1/JI de Creixomil)
Contacto (Telf. ou TMV.): 965276801/917435534
Email: henriquehsantos@gmail.com/crop15vm@gmail.com
Grupo Disciplinar: 100
Dados do Projeto
Título do projeto: Galos e Lobos - De Creixomil ao Gradil a Recordar e a (re)Criar
Histórias de Encantar
(uma ação conjunta entre as salas de EB1/JI de Creixomil e da Sala Amarela do JI do
Gradil)
Escalão: 1º Escalão
Nº de turmas envolvidas: 2 (1 Gradil + 1 de Creixomil)
Nº de alunos envolvidos: 33 (18+15)
Resumo do projeto:
Através de um espaço colaborativo à distância (duas turmas de salas de jardim de
infância) entre Creixomil (Barcelos) e Gradil (Mafra), pretende-se desenvolver um
espaço de partilha e análise sobre as tradições locais associadas a dois “ícones” de cada
uma das zonas do País: os Galos (de Creixomil – Barcelos) e os Lobos Ibéricos (do Gradil -
Mafra). A experiência já vivida anteriormente (no Projeto “Ciência na Escola 2016”),
motiva-nos a continuar e a alargar as dinâmicas de cooperação e colaboração entre os
grupos de educação pré-escolar.
Como “produto” pretendemos obter um conjunto de materiais de apoio à educação,
formação e à sensibilização e ao respeito pelo ambiente e pelo património local
associado às tradições orais e às narrativas locais.
Descrição do Projeto
Introdução/Objetivos:
Como nos referem as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolari
, a
curiosidade natural da criança e o seu desejo de saber e compreender o “porquê das
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coisas” é fomentada e alargada na educação de infância através de oportunidades para
aprofundar, relacionar e comunicar o que já conhece, bem como pelo contacto com
novas situações que suscitam a sua curiosidade e o interesse por explorar, questionar
descobrir e compreender.
As abordagens refletidas e decididas em conjunto, e tendo por base os interesses
comuns, implicam o desenvolvimento de atitudes positivas na relação com os outros,
nos cuidados consigo própria e na criação de hábitos de respeito pelo ambiente e pela
cultura. As crianças vão compreendendo o mundo que as rodeia quando brincam,
interagem e exploram os espaços, objetos e materiais. Nestas suas explorações, vão
percebendo a interdependência entre as pessoas e entre estas e o ambiente.
Relacionando-se com os hábitos, tradições locais e culturais e com a história dos seus
contextos de vida, vão compreendendo a sua posição e papel no mundo e como as suas
ações podem provocar mudanças. Uma abordagem, contextualizada e desafiadora vai
facilitar o desenvolvimento de atitudes que promovem a responsabilidade partilhada e a
consciência ambiental e de sustentabilidade. Promovem-se assim valores, atitudes e
comportamentos face ao ambiente, que conduzem ao exercício de uma cidadania
consciente face aos efeitos da atividade humana sobre o património natural, cultural e
paisagístico.
O contacto com os “mais velhos”, numa perspetiva de trabalho inter-geracional, torna-
se central na abordagem pretendida, sobretudo no âmbito da recolha e tratamento das
tradições (artesanato local, música, etc.) e narrativas orais.
Com este projeto pretendemos desenvolver ações que permitam às crianças:
- Apropriar-se do processo de desenvolvimento da metodologia científica nas suas
diferentes etapas: questionar, colocar hipóteses, prever como encontrar respostas,
experimentar e recolher informação, organizar e analisar a informação para chegar a
conclusões e comunicá-las.
- Conhecer elementos centrais da sua comunidade, realçando aspetos físicos, sociais e
culturais e identificando algumas semelhanças e diferenças com outras comunidades.
- Estabelecer relações entre o presente e o passado da sua família e comunidade,
associando-as a objetos, situações de vida e práticas culturais.
- Conhecer e respeitar a diversidade cultural, social e ambiental.
- Compreender e identificar características distintivas dos seres vivos e reconhecer as
suas diferenças e semelhanças.
- Identificar as características que os animais (e em especial os “ícones” do projeto) têm
na expressão e na construção da identidade comunitária e local.
- Descrever e procurar explicações para fenómenos e transformações que observam no
meio físico e natural.
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- Manifestar comportamentos de preocupação com a conservação da natureza e
respeito pelo ambiente.
- Registar o conhecimento utilizando diferentes suportes tecnológicos nas atividades do
seu quotidiano.
Neste sentido, a organização de atividades e estratégias letivas que potenciem a
reflexão e aproximem os alunos de situações reais e de aprendizagem significativa
situam-se como idealmente eficazes na compreensão dos fenómenos culturais, sociais e
ecológicos.
2. Processos/Procedimentos e Produtos:
Com a elaboração e execução de projetos de investigação-ação, fundados nas
experiências próximas e na identificação de manifestações do património humano,
ambiental, cultural e paisagístico do seu meio e de outros meios, a criança revela
interesse em saber as semelhanças e diferenças entre o que acontece no seu tempo e
nos tempos de vida dos pais e avós. Dessa forma, compreende e aceita a diversidade de
hábitos, vestuário, alimentação, religiões, etc. caraterísticos de diferentes realidades
culturais.
Neste pressuposto, a construção participada de atividades e estratégias que tenham
como base a intervenção no seu espaço e contexto, mormente as ligadas às tradições,
hábitos e conhecimento cultural, constituem-se como elementos chave de apropriação
de competências e saberes relativos à sua vida e à da comunidade.
Nesse sentido, a articulação com parceiros e entidades que desenvolvem atividades
congruentes no terreno, tornar-se-á fundamental. Também, neste particular, o contacto
com as populações mais idosas, sobretudo no âmbito da recolha de material e do
conhecimento do património oral, será destacado.
A proximidade física (de cada um dos jardins de infância) de espaços e de parceiros que
desenvolvem atividade na valorização e informação sobre as tradições locais e os
contextos físicos de implantação dos estabelecimentos, propicia o levantamento de
informação relevante sobre as estruturas comunitárias, culturais e ambientais locais.
A capacidade técnica e de recursos da Escola potencia a organização e estruturação da
informação (produção de registos, catalogação, etc.), bem como permite centralizar a
informação recolhida.
3. Relevância Pedagógica:
A educação de infância é, por natureza, um espaço transversal e multidisciplinar. Ao
fomentar projetos de incidência específica na valorização da formação pessoal e social
das crianças, a consciência cidadã e o espaço de participação ativa surgem como as
áreas de intervenção pedagógica por excelência.
Ao reconhecer laços de pertença a diferentes grupos (família, escola, comunidade entre
outros) que constituem elementos da sua identidade cultural e social e ao expressar as
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suas necessidades, emoções e sentimentos de forma adequada, a criança compreende e
integra a diferença como um espaço de normalidade desenvolvimental.
Nessa perspetiva, a escolha de projetos e estratégias que potenciem a reflexão e a
assunção de comportamentos e atitudes de respeito pela diferença contribuem para
uma formação integral do cidadão, e, sobretudo, para uma consciência cidadã, de
respeito pelo ambiente e pelo seu contexto social, cultural e comunitário.
4. Parcerias:
O projeto desenvolver-se-á numa ação conjunta entre as salas de EB1/JI de Creixomil e
da Sala Amarela do JI do Gradil.
Agrupamentos de Escolas,
Comunidade Educativa Local.
Casa do Povo do Gradil (Centro de Noite e Projecto “EspaçoS”)
Centro Social e Paroquial S. Silvestre do Gradil
Centro de Recuperação do Lobo Ibérico – Grupo Lobo
Posto de Turismo de Barcelos
Artesãos do Figurado de Barcelos: Artes e Ofícios Tradicionais
Bibliotecas Escolares e Municipais
Câmaras Municipais– Museus Municipais
Quercus
…
5. Potencial de Execução:
O projeto tem por base um espaço colaborativo iniciado em anos anteriores, de onde se
destaca a participação conjunta do “Prémio Ciência na Escola 2016”.
A existência de entidades parceiras nos locais, que desenvolvem atividade relevante no
domínio das áreas de conteúdo, torna-se fundamental no esforço de articulação
pedagógica e educativa.
É também de igual importância o desenvolvimento e produção de materiais e
instrumentos de apoio à aprendizagem, bem como a valorização de outras formas de
comunicação, no âmbito da educação de infância.
A produção de registos (áudio e vídeo) bem como a disseminação de informação sobre
as tradições locais, numa perspetiva de partilha e análise, potencia a valorização do
património local e nacional.
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Silva, I. L. (coord.) et al (2016). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar.
Editorial do Ministério da Educação, Lisboa