SlideShare a Scribd company logo
1 of 15
Hoje é domingo, 31 de maio de 2020
Agora mesmo são 14:54 h.
Ainda nos dias de hoje temos ordens religiosas inteiramente divorciadas do
mundo, em completo isolamento, com a justificativa de que seus membros
“vivem para Deus”, e assim trabalham para retirar de si qualquer resquício
de paixões e vícios. Ficam em meditação, trabalhos manuais, orações, jejuns,
cantos e silêncio, isolados da convivência social. Segundo essas ordens
religiosas, as mais diversas, seus adeptos candidatam-se ao reino dos céus
pelo virtuosismo que demonstram, mortificando o corpo, não se
contaminando com as impurezas humanas e, assim, alcançando pureza
espiritual. Perguntamos: será que esse é o caminho para sublimação
espiritual e conquista da felicidade após a morte? Será que o isolamento da
vida social é sinônimo de autoconhecimento em plenitude?
Para ilustrar o tema, fomos buscar no livro “Contos e Apólogos”, o conto A
Divina Visão, pelo Espírito Irmão X. Com a palavra o autor: Muitos anos
orara certa devota, implorando uma visão do Senhor. Mortificava-se.
Aflitivas penitências alquebraram-lhe o corpo e a alma. Exercitava não
somente rigorosos jejuns. Confiava-se a difícil adestramento espiritual e
entesourara no íntimo preciosas virtudes cristãs. Em verdade, a adoração
impelira-a ao afastamento do mundo. Vivia segregada, quase sozinha. Mas, a
humildade pura lhe constituía cristalina fonte de piedade. A oração
convertera-se-lhe na vida em luz acesa. Renunciara às posses humanas. Mal
se alimentava. Da janela ampla de seu alto aposento, convertido em
genuflexório, fitava a amplidão azul, entre preces e evocações. Muitas vezes
notava que largo rumor de vozes vinha de baixo, da via pública.
Não se detinha, porém, nas tricas dos homens. Aprazia-lhe cultivar a fé sem
mácula, faminta de integração com o Divino Amor. Em muitas ocasiões,
olhos lavados em lágrimas, inquiria, súplice, ao Alto: - Mestre, quando virás?
Findo o colóquio sublime, voltava aos afazeres domésticos. Sabia consagrar-
se ao bem das pessoas que lhe eram queridas. Carinhosamente distribuía a
água e o pão à mesa. Em seguida, entregava-se a edificante leitura de páginas
seráficas (relativo aos Serafins). Mentalizava o exemplo dos santos e pedia-
lhes força para conduzir a própria alma ao Divino Amigo. Milhares de dias
alongaram-lhe a expectação. Rugas enormes marcavam-lhe, agora, o rosto. A
cabeleira, dantes basta e negra, começava e encanecer. De olhos pousados no
firmamento, meditava sempre, aguardando a visita Celestial.
Certa manhã ensolarada, sopitando a emoção, viu que um ponto luminoso se
formara no espaço, crescendo... crescendo... até que se transformou na
excelsa figura do Benfeitor Eterno. O inesquecível amado como que lhe
vinha ao encontro. Que preciosa mercê lhe faria o Salvador? Arrebatá-la-ia
ao paraíso? Enriquecê-la-ía com o milagre de santas revelações? Estática,
balbuciando comovedora súplica, reparou, no entanto, que o Mestre passou
junto dela, como se lhe não percebesse a presença. Entre o desapontamento e
a admiração, viu que Jesus parara mais adiante, na intimidade com os
pedestres distraídos. Incontinente, contando a custo o coração no peito,
desceu até à rua e, deslumbrada, abeirou-se dele e rogou, genuflexa; -
Senhor, digna-te receber-me por escrava fiel! Mostra-me a tua vontade!
Manda e obedecerei!
O Embaixador Divino afagou-lhe os cabelos e respondeu: - Ajuda-me aqui e
agora! Passará, dentro em pouco, pobre menino recém-nascido. Não tem pai
que o ame na Terra e nem lar que o reconforte. Na aparência, é um rebento
infeliz de apagada mulher. Entretanto, é valioso trabalhador do Reino de
Deus, cujo futuro nos cabe prevenir. Ajudemo-lo, bem como a tantos outros
irmãos necessitados, aos quais devemos amparar com nosso amor e
dedicação. Logo após, por mais se esforçasse, ela nada mais viu. O Mestre
como que se fundira na neblina esvoaçante. De alma renovada, porém,
aguardou o momento de servir. E, quando infortunada mãe apareceu,
abraçando um anjinho enfermo, a serva do Cristo socorreu-a, de pronto, com
alimentação adequada e roupa agasalhante. Desde então, a devota
transformada não mais esperou por Jesus, imóvel e zelosa, na janela de seu
alto aposento.
Depois da prece curta, descia para o trabalho à multidão desconhecida, na
execução de tarefas aparentemente sem importância, fosse para lavar a ferida
de um transeunte, para socorrer uma criancinha doente, ou para levar uma
palavra de ânimo ou consolo.
Reflexão:
O ser humano, por natureza, é um ser relacional, assim, a vida social é-lhe
natural, pois com os outros ele tem a possibilidade de realizar aprendizados e
de se desenvolver, enquanto que, sozinho, isolado, ele não encontrará
oportunidades de desenvolver seu potencial divino, seja no campo intelectual
quanto no campo afetivo. O homem, inquestionavelmente, é um ser gregário,
organizado pela emoção para a vida em sociedade.
O seu insulamento, a pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à lei
natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades
do dia a dia. Tratando desse tema, Allan Kardec, ao tratar da encarnação
como necessária para o Espírito realizar seu progresso intelectual e moral,
afirma:
“O progresso intelectual é realizado pela atividade que é obrigado a
desenvolver nos seus trabalhos. O progresso moral, pela necessidade das
relações mútuas entre os homens. A vida social é a pedra de toque das boas e
das más qualidades”. Sem a vida social, sem o relacionamento com outros
Espíritos encarnados, como haveremos de nos desenvolver? Não é possível
explorar a natureza, criar técnicas e ampliar conhecimentos vivendo
isoladamente, sem contato com outro ser vivente.
O trabalho ficará restrito ao necessário para a sobrevivência e o progresso se
arrastará indefinidamente, o que não condiz com a grandeza e perfeição de
Deus. Do ponto de vista moral, somente provaremos nossas virtudes e
combateremos nossos vícios na relação com os outros. As qualidades morais
que enobrecem o caráter não surgem sem esforços e sem as provas
necessárias que somente podem acontecer na vida social, vivendo com os
outros. Sabemos que a oração é o ato de louvar e agradecer a Deus e aos
Espíritos superiores. A oração sincera, sentida, além de gerar ondas que
atravessam o Universo pode ser recebida nos mais diferentes planos
espirituais. O que impulsiona a oração é o sentimento sincero, é o desejo
firme daquilo que nos move a orar. Não existe oração sem sentimento.
Além disto, a oração fecunda predispõe aquele que a utiliza a agir no sentido
de melhorar-se, de evoluir seu estado, afim de obter aquilo que deseja. É o
sentido pleno do pedi e obtereis, movimentar-se para atingi-lo. Todos nós
conhecemos pessoas que dedicam sua vida à devoção a Deus e a Jesus, nosso
Mestre e guia maior que se constitui no caminho, na verdade e na vida. Mas
é preciso observar que a fé, por mais fervorosa que seja, não será capaz de
substituir as obras na evolução e na iluminação do ser. Passar a vida em
adoração ou louvação é perder a oportunidade de exercitar o que a vida nos
impõe, a experiência na doação de si mesmo e na construção de um mundo
melhor. Aqueles que se retiram da vida no intuito de purificar o coração e o
espírito, impedindo que o contato com o mundo possa maculá-lo, enganam-
se quanto ao caminho da elevação.
Jesus, nosso guia maior, exemplificou com o contato com as pessoas,
vivendo entre todos: ricos e pobres; doentes e sãos; poderosos e pequenos,
aproveitando as oportunidades para levar a todos sua verdade e seu exemplo
de fé. Falava de um Pai compassivo, amoroso, misericordioso, justo, e que
trabalha incessantemente para manutenção do Universo. Assim, a devoção de
Jesus não deve fazer com que o devoto ou o candidato à elevação afaste-se
da luta. A devoção a Jesus requer a construção de um mundo melhor; requer
a doação de si para amenizar dores e sofrimentos; fechar feridas e chagas;
harmonizar e reequilibrar o que está em desequilíbrio. Amor requer ação;
amor em ação é o que chamamos caridade.
Muitas pessoas que se dedicam à religião, não importando qual seja, pois,
todas têm o mesmo objetivo moral de elevar o homem, preocupam-se em
não fazer o mal, em manter-se ligados em oração com Jesus ou com Deus.
Oram sempre que podem; comparecem à casa religiosa com frequência;
praticam, muitas vezes, abstinência e jejuns, como recomendado por
algumas seitas, mas vivem voltados para si mesmos, buscando iluminar-se
apenas pelo contato com a espiritualidade superior. A Lei de Deus,
entretanto, é uma lei de justiça e de caridade. É imutável e se aplica a todas
as criaturas. Ninguém há de se tornar santo por manter-se ligado em oração
com a divindade, dando graças, louvores, e pedindo a oportunidade de
iluminação. Cada qual deverá seguir o seu próprio caminho, vivendo suas
provas e expiações, aprendendo e crescendo com o exercício da vida.
A oração, para aquele que vive, será sempre um instrumento de apoio e de
iluminação dos seres que ajuda a suportar as condições e adversidades que
lhes são próprias. Mas ela em si nada fará, se não houver o mérito da ação e
da lição aprendida. Louvar, agradecer e pedir são práticas habituais de todos
nós. Mas a elas devemos acrescentar servir, doar de si, trabalhar, viver,
experimentar. Muitas são as dores desse mundo de provas e de expiações, e o
devoto que deseja habilitar-se à elevação, deve estar pronto para agir. Esta é
a maior das orações, o exemplo do serviço. Dependendo dos nossos
sentimentos sinceros de servir, seremos instrumento da misericórdia do Pai
para com aquele que sofre, e que nos bate à porta ou que cruza nosso
caminho. O poder do exemplo de Jesus está aí há mais de dois mil anos a nos
convidar.
Do mesmo jeito que elevamos os pensamentos para pedir, Ele também nos
convida ao trabalho fraterno produtivo, construtivo de um mundo melhor.
Convida-nos à reforma interior; a aquisição de valores e ao trabalho que
engrandece e ensina. Convida-nos a abandonar os velhos hábitos e costumes
e a viver no poder de Seu amor, deixando nascer um homem novo, sincero,
verdadeiro, que luta para combater suas fraquezas e suas imperfeições. Não
devemos aguardar que Jesus venha até nós; não devemos invocar a
companhia dos Espíritos superiores, ao contrário, devemos atender ao seu
convite e trilhar o caminho do serviço ao próximo e da humildade. O devoto
de Jesus deve aprender com a dedicação e a caridade, tornando-se um
médium do Cristo, e, aí então, candidatar-se à elevação e a pureza. Só os
puros verão a Deus.
Muita Paz!
Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é
levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das
leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
Visite também o meu Site: compartilhando-espiritualidade.webnode.com
Agora, Compartilhando Espiritualidade formou um Grupo para troca de
mensagens.
Compartilhando-espiritualidade@googlegroups.com

More Related Content

What's hot

Palestra Fora da Caridade não Há Salvação
Palestra Fora da Caridade não Há Salvação Palestra Fora da Caridade não Há Salvação
Palestra Fora da Caridade não Há Salvação Rodrigo Spinosa
 
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10Patricia Farias
 
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1Tiburcio Santos
 
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503Daniel de Melo
 
Caridade paulo instrucoes_espiritos
Caridade paulo instrucoes_espiritosCaridade paulo instrucoes_espiritos
Caridade paulo instrucoes_espiritosEdjard Mota
 
A construção de um mundo melhor
A construção de um mundo melhorA construção de um mundo melhor
A construção de um mundo melhorHelio Cruz
 
Conduta Espírita na Prática da Caridade
Conduta Espírita na Prática da CaridadeConduta Espírita na Prática da Caridade
Conduta Espírita na Prática da Caridadeigmateus
 
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerdao que dê a vossa mão direitaCap 13 Não saiba a vossa mão esquerdao que dê a vossa mão direita
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direitagmo1973
 
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profano
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profanoEae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profano
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profanoPatiSousa1
 

What's hot (20)

Palestra Fora da Caridade não Há Salvação
Palestra Fora da Caridade não Há Salvação Palestra Fora da Caridade não Há Salvação
Palestra Fora da Caridade não Há Salvação
 
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10
LE - Questao175 e Evangelho Capitulo12:10
 
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1
Palestra ese 15 fora da caridade 20160824 v1
 
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503
A036 EAE DM - O SERMÃO DO MONTE 20170503
 
Caridade
CaridadeCaridade
Caridade
 
Aula M1 (21/07/2011) - Caridade
Aula M1 (21/07/2011) - CaridadeAula M1 (21/07/2011) - Caridade
Aula M1 (21/07/2011) - Caridade
 
Moral cristã e caridade
Moral cristã e caridadeMoral cristã e caridade
Moral cristã e caridade
 
Jesus E A Caridade
Jesus E A CaridadeJesus E A Caridade
Jesus E A Caridade
 
Caridade paulo instrucoes_espiritos
Caridade paulo instrucoes_espiritosCaridade paulo instrucoes_espiritos
Caridade paulo instrucoes_espiritos
 
Mediunidade o que é isso apostila 022
Mediunidade o que é isso   apostila 022Mediunidade o que é isso   apostila 022
Mediunidade o que é isso apostila 022
 
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
 
A construção de um mundo melhor
A construção de um mundo melhorA construção de um mundo melhor
A construção de um mundo melhor
 
A prece
A preceA prece
A prece
 
Caridade na ótica espirita
Caridade na ótica espiritaCaridade na ótica espirita
Caridade na ótica espirita
 
Conduta Espírita na Prática da Caridade
Conduta Espírita na Prática da CaridadeConduta Espírita na Prática da Caridade
Conduta Espírita na Prática da Caridade
 
Edição n. 67 do CH Noticias - Janeiro/2021
Edição n. 67 do CH Noticias - Janeiro/2021Edição n. 67 do CH Noticias - Janeiro/2021
Edição n. 67 do CH Noticias - Janeiro/2021
 
Arautos da verdade
Arautos da verdadeArautos da verdade
Arautos da verdade
 
Sopro divino
Sopro divinoSopro divino
Sopro divino
 
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerdao que dê a vossa mão direitaCap 13 Não saiba a vossa mão esquerdao que dê a vossa mão direita
Cap 13 Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita
 
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profano
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profanoEae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profano
Eae 108 O Cristão no meio religioso e no meio profano
 

Similar to O caminho da devoção na ação e no serviço

A divina visão
A divina visãoA divina visão
A divina visãoHelio Cruz
 
Beume xx (3)
Beume xx (3)Beume xx (3)
Beume xx (3)decoumsm
 
Beume xx (3)
Beume xx (3)Beume xx (3)
Beume xx (3)decoumsm
 
EAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoEAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoPatiSousa1
 
Estudo do livro Roteiro lição 20
Estudo do livro Roteiro lição 20Estudo do livro Roteiro lição 20
Estudo do livro Roteiro lição 20Candice Gunther
 
De nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasDe nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasHelio Cruz
 
Boletim c.b. 006 arquétipos de oxossi
Boletim c.b. 006   arquétipos de oxossiBoletim c.b. 006   arquétipos de oxossi
Boletim c.b. 006 arquétipos de oxossiguerreirosdaluz
 
A razão da dor
A razão da dorA razão da dor
A razão da dorHelio Cruz
 
Oportunidades para refazer
Oportunidades para refazerOportunidades para refazer
Oportunidades para refazerHelio Cruz
 
Tomada de consciência
Tomada de consciênciaTomada de consciência
Tomada de consciênciaHelio Cruz
 
As faces da espiritualidade hernandes dias lopes
As faces da espiritualidade   hernandes dias lopesAs faces da espiritualidade   hernandes dias lopes
As faces da espiritualidade hernandes dias lopesDeusdete Soares
 
Como ser fiel em tudo
Como ser fiel em tudoComo ser fiel em tudo
Como ser fiel em tudojb1955
 
De nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasDe nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasHelio Cruz
 
Oportunidades para refazer
Oportunidades para refazerOportunidades para refazer
Oportunidades para refazerHelio Cruz
 
Palestra Espirita - Prece
Palestra Espirita - PrecePalestra Espirita - Prece
Palestra Espirita - Precemanumino
 

Similar to O caminho da devoção na ação e no serviço (20)

A divina visão
A divina visãoA divina visão
A divina visão
 
Beume xx (3)
Beume xx (3)Beume xx (3)
Beume xx (3)
 
Beume xx (3)
Beume xx (3)Beume xx (3)
Beume xx (3)
 
EAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoEAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do Cristão
 
Estudo do livro Roteiro lição 20
Estudo do livro Roteiro lição 20Estudo do livro Roteiro lição 20
Estudo do livro Roteiro lição 20
 
Diamica dons espirito
Diamica dons espiritoDiamica dons espirito
Diamica dons espirito
 
De nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasDe nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obras
 
Boletim c.b. 006 arquétipos de oxossi
Boletim c.b. 006   arquétipos de oxossiBoletim c.b. 006   arquétipos de oxossi
Boletim c.b. 006 arquétipos de oxossi
 
A razão da dor
A razão da dorA razão da dor
A razão da dor
 
Oportunidades para refazer
Oportunidades para refazerOportunidades para refazer
Oportunidades para refazer
 
Tomada de consciência
Tomada de consciênciaTomada de consciência
Tomada de consciência
 
Aula sobre prece- como Rezar
Aula sobre prece- como Rezar Aula sobre prece- como Rezar
Aula sobre prece- como Rezar
 
As faces da espiritualidade hernandes dias lopes
As faces da espiritualidade   hernandes dias lopesAs faces da espiritualidade   hernandes dias lopes
As faces da espiritualidade hernandes dias lopes
 
Como ser fiel em tudo
Como ser fiel em tudoComo ser fiel em tudo
Como ser fiel em tudo
 
Oraçoes
OraçoesOraçoes
Oraçoes
 
De nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obrasDe nada vale a fé sem obras
De nada vale a fé sem obras
 
Oportunidades para refazer
Oportunidades para refazerOportunidades para refazer
Oportunidades para refazer
 
Palestra Espirita - Prece
Palestra Espirita - PrecePalestra Espirita - Prece
Palestra Espirita - Prece
 
Apostila obsessão lar rubataiana -doc - 11 doc
Apostila obsessão   lar rubataiana -doc - 11 docApostila obsessão   lar rubataiana -doc - 11 doc
Apostila obsessão lar rubataiana -doc - 11 doc
 
Apostila obsessão lar rubataiana -2009 .doc - 11 doc
Apostila obsessão   lar rubataiana -2009 .doc - 11 docApostila obsessão   lar rubataiana -2009 .doc - 11 doc
Apostila obsessão lar rubataiana -2009 .doc - 11 doc
 

More from Helio Cruz

O pior inimigo
O pior inimigoO pior inimigo
O pior inimigoHelio Cruz
 
Entusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeEntusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeHelio Cruz
 
A candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireA candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireHelio Cruz
 
O credor incompassivo
O credor incompassivoO credor incompassivo
O credor incompassivoHelio Cruz
 
O poder das palavras
O poder das palavrasO poder das palavras
O poder das palavrasHelio Cruz
 
A virtude os superiores e os inferiores
A virtude   os superiores e os inferioresA virtude   os superiores e os inferiores
A virtude os superiores e os inferioresHelio Cruz
 
Universidade de amor
Universidade de amorUniversidade de amor
Universidade de amorHelio Cruz
 
A parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualA parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualHelio Cruz
 
O homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualO homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualHelio Cruz
 
O dom esquecido
O dom esquecidoO dom esquecido
O dom esquecidoHelio Cruz
 
Dia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeDia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeHelio Cruz
 
O progresso espiritual
O progresso espiritualO progresso espiritual
O progresso espiritualHelio Cruz
 
O Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoO Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoHelio Cruz
 
A quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoA quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoHelio Cruz
 
Os nossos julgamentos
Os nossos julgamentosOs nossos julgamentos
Os nossos julgamentosHelio Cruz
 
Sal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoSal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoHelio Cruz
 
Realismo no novo ano
Realismo no novo anoRealismo no novo ano
Realismo no novo anoHelio Cruz
 

More from Helio Cruz (20)

O pior inimigo
O pior inimigoO pior inimigo
O pior inimigo
 
Entusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeEntusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidade
 
A candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireA candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueire
 
O credor incompassivo
O credor incompassivoO credor incompassivo
O credor incompassivo
 
O poder das palavras
O poder das palavrasO poder das palavras
O poder das palavras
 
Pedir e obter
Pedir e obterPedir e obter
Pedir e obter
 
A virtude os superiores e os inferiores
A virtude   os superiores e os inferioresA virtude   os superiores e os inferiores
A virtude os superiores e os inferiores
 
O peso da luz
O peso da luzO peso da luz
O peso da luz
 
Universidade de amor
Universidade de amorUniversidade de amor
Universidade de amor
 
A parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualA parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritual
 
O homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualO homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritual
 
O dom esquecido
O dom esquecidoO dom esquecido
O dom esquecido
 
Dia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeDia nacional da caridade
Dia nacional da caridade
 
Marta e maria
Marta e mariaMarta e maria
Marta e maria
 
O progresso espiritual
O progresso espiritualO progresso espiritual
O progresso espiritual
 
O Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoO Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do Espiritismo
 
A quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoA quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismo
 
Os nossos julgamentos
Os nossos julgamentosOs nossos julgamentos
Os nossos julgamentos
 
Sal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoSal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundo
 
Realismo no novo ano
Realismo no novo anoRealismo no novo ano
Realismo no novo ano
 

Recently uploaded

Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 

Recently uploaded (17)

Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 

O caminho da devoção na ação e no serviço

  • 1. Hoje é domingo, 31 de maio de 2020 Agora mesmo são 14:54 h.
  • 2. Ainda nos dias de hoje temos ordens religiosas inteiramente divorciadas do mundo, em completo isolamento, com a justificativa de que seus membros “vivem para Deus”, e assim trabalham para retirar de si qualquer resquício de paixões e vícios. Ficam em meditação, trabalhos manuais, orações, jejuns, cantos e silêncio, isolados da convivência social. Segundo essas ordens religiosas, as mais diversas, seus adeptos candidatam-se ao reino dos céus pelo virtuosismo que demonstram, mortificando o corpo, não se contaminando com as impurezas humanas e, assim, alcançando pureza espiritual. Perguntamos: será que esse é o caminho para sublimação espiritual e conquista da felicidade após a morte? Será que o isolamento da vida social é sinônimo de autoconhecimento em plenitude?
  • 3. Para ilustrar o tema, fomos buscar no livro “Contos e Apólogos”, o conto A Divina Visão, pelo Espírito Irmão X. Com a palavra o autor: Muitos anos orara certa devota, implorando uma visão do Senhor. Mortificava-se. Aflitivas penitências alquebraram-lhe o corpo e a alma. Exercitava não somente rigorosos jejuns. Confiava-se a difícil adestramento espiritual e entesourara no íntimo preciosas virtudes cristãs. Em verdade, a adoração impelira-a ao afastamento do mundo. Vivia segregada, quase sozinha. Mas, a humildade pura lhe constituía cristalina fonte de piedade. A oração convertera-se-lhe na vida em luz acesa. Renunciara às posses humanas. Mal se alimentava. Da janela ampla de seu alto aposento, convertido em genuflexório, fitava a amplidão azul, entre preces e evocações. Muitas vezes notava que largo rumor de vozes vinha de baixo, da via pública.
  • 4. Não se detinha, porém, nas tricas dos homens. Aprazia-lhe cultivar a fé sem mácula, faminta de integração com o Divino Amor. Em muitas ocasiões, olhos lavados em lágrimas, inquiria, súplice, ao Alto: - Mestre, quando virás? Findo o colóquio sublime, voltava aos afazeres domésticos. Sabia consagrar- se ao bem das pessoas que lhe eram queridas. Carinhosamente distribuía a água e o pão à mesa. Em seguida, entregava-se a edificante leitura de páginas seráficas (relativo aos Serafins). Mentalizava o exemplo dos santos e pedia- lhes força para conduzir a própria alma ao Divino Amigo. Milhares de dias alongaram-lhe a expectação. Rugas enormes marcavam-lhe, agora, o rosto. A cabeleira, dantes basta e negra, começava e encanecer. De olhos pousados no firmamento, meditava sempre, aguardando a visita Celestial.
  • 5. Certa manhã ensolarada, sopitando a emoção, viu que um ponto luminoso se formara no espaço, crescendo... crescendo... até que se transformou na excelsa figura do Benfeitor Eterno. O inesquecível amado como que lhe vinha ao encontro. Que preciosa mercê lhe faria o Salvador? Arrebatá-la-ia ao paraíso? Enriquecê-la-ía com o milagre de santas revelações? Estática, balbuciando comovedora súplica, reparou, no entanto, que o Mestre passou junto dela, como se lhe não percebesse a presença. Entre o desapontamento e a admiração, viu que Jesus parara mais adiante, na intimidade com os pedestres distraídos. Incontinente, contando a custo o coração no peito, desceu até à rua e, deslumbrada, abeirou-se dele e rogou, genuflexa; - Senhor, digna-te receber-me por escrava fiel! Mostra-me a tua vontade! Manda e obedecerei!
  • 6. O Embaixador Divino afagou-lhe os cabelos e respondeu: - Ajuda-me aqui e agora! Passará, dentro em pouco, pobre menino recém-nascido. Não tem pai que o ame na Terra e nem lar que o reconforte. Na aparência, é um rebento infeliz de apagada mulher. Entretanto, é valioso trabalhador do Reino de Deus, cujo futuro nos cabe prevenir. Ajudemo-lo, bem como a tantos outros irmãos necessitados, aos quais devemos amparar com nosso amor e dedicação. Logo após, por mais se esforçasse, ela nada mais viu. O Mestre como que se fundira na neblina esvoaçante. De alma renovada, porém, aguardou o momento de servir. E, quando infortunada mãe apareceu, abraçando um anjinho enfermo, a serva do Cristo socorreu-a, de pronto, com alimentação adequada e roupa agasalhante. Desde então, a devota transformada não mais esperou por Jesus, imóvel e zelosa, na janela de seu alto aposento.
  • 7. Depois da prece curta, descia para o trabalho à multidão desconhecida, na execução de tarefas aparentemente sem importância, fosse para lavar a ferida de um transeunte, para socorrer uma criancinha doente, ou para levar uma palavra de ânimo ou consolo. Reflexão: O ser humano, por natureza, é um ser relacional, assim, a vida social é-lhe natural, pois com os outros ele tem a possibilidade de realizar aprendizados e de se desenvolver, enquanto que, sozinho, isolado, ele não encontrará oportunidades de desenvolver seu potencial divino, seja no campo intelectual quanto no campo afetivo. O homem, inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a vida em sociedade.
  • 8. O seu insulamento, a pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia a dia. Tratando desse tema, Allan Kardec, ao tratar da encarnação como necessária para o Espírito realizar seu progresso intelectual e moral, afirma: “O progresso intelectual é realizado pela atividade que é obrigado a desenvolver nos seus trabalhos. O progresso moral, pela necessidade das relações mútuas entre os homens. A vida social é a pedra de toque das boas e das más qualidades”. Sem a vida social, sem o relacionamento com outros Espíritos encarnados, como haveremos de nos desenvolver? Não é possível explorar a natureza, criar técnicas e ampliar conhecimentos vivendo isoladamente, sem contato com outro ser vivente.
  • 9. O trabalho ficará restrito ao necessário para a sobrevivência e o progresso se arrastará indefinidamente, o que não condiz com a grandeza e perfeição de Deus. Do ponto de vista moral, somente provaremos nossas virtudes e combateremos nossos vícios na relação com os outros. As qualidades morais que enobrecem o caráter não surgem sem esforços e sem as provas necessárias que somente podem acontecer na vida social, vivendo com os outros. Sabemos que a oração é o ato de louvar e agradecer a Deus e aos Espíritos superiores. A oração sincera, sentida, além de gerar ondas que atravessam o Universo pode ser recebida nos mais diferentes planos espirituais. O que impulsiona a oração é o sentimento sincero, é o desejo firme daquilo que nos move a orar. Não existe oração sem sentimento.
  • 10. Além disto, a oração fecunda predispõe aquele que a utiliza a agir no sentido de melhorar-se, de evoluir seu estado, afim de obter aquilo que deseja. É o sentido pleno do pedi e obtereis, movimentar-se para atingi-lo. Todos nós conhecemos pessoas que dedicam sua vida à devoção a Deus e a Jesus, nosso Mestre e guia maior que se constitui no caminho, na verdade e na vida. Mas é preciso observar que a fé, por mais fervorosa que seja, não será capaz de substituir as obras na evolução e na iluminação do ser. Passar a vida em adoração ou louvação é perder a oportunidade de exercitar o que a vida nos impõe, a experiência na doação de si mesmo e na construção de um mundo melhor. Aqueles que se retiram da vida no intuito de purificar o coração e o espírito, impedindo que o contato com o mundo possa maculá-lo, enganam- se quanto ao caminho da elevação.
  • 11. Jesus, nosso guia maior, exemplificou com o contato com as pessoas, vivendo entre todos: ricos e pobres; doentes e sãos; poderosos e pequenos, aproveitando as oportunidades para levar a todos sua verdade e seu exemplo de fé. Falava de um Pai compassivo, amoroso, misericordioso, justo, e que trabalha incessantemente para manutenção do Universo. Assim, a devoção de Jesus não deve fazer com que o devoto ou o candidato à elevação afaste-se da luta. A devoção a Jesus requer a construção de um mundo melhor; requer a doação de si para amenizar dores e sofrimentos; fechar feridas e chagas; harmonizar e reequilibrar o que está em desequilíbrio. Amor requer ação; amor em ação é o que chamamos caridade.
  • 12. Muitas pessoas que se dedicam à religião, não importando qual seja, pois, todas têm o mesmo objetivo moral de elevar o homem, preocupam-se em não fazer o mal, em manter-se ligados em oração com Jesus ou com Deus. Oram sempre que podem; comparecem à casa religiosa com frequência; praticam, muitas vezes, abstinência e jejuns, como recomendado por algumas seitas, mas vivem voltados para si mesmos, buscando iluminar-se apenas pelo contato com a espiritualidade superior. A Lei de Deus, entretanto, é uma lei de justiça e de caridade. É imutável e se aplica a todas as criaturas. Ninguém há de se tornar santo por manter-se ligado em oração com a divindade, dando graças, louvores, e pedindo a oportunidade de iluminação. Cada qual deverá seguir o seu próprio caminho, vivendo suas provas e expiações, aprendendo e crescendo com o exercício da vida.
  • 13. A oração, para aquele que vive, será sempre um instrumento de apoio e de iluminação dos seres que ajuda a suportar as condições e adversidades que lhes são próprias. Mas ela em si nada fará, se não houver o mérito da ação e da lição aprendida. Louvar, agradecer e pedir são práticas habituais de todos nós. Mas a elas devemos acrescentar servir, doar de si, trabalhar, viver, experimentar. Muitas são as dores desse mundo de provas e de expiações, e o devoto que deseja habilitar-se à elevação, deve estar pronto para agir. Esta é a maior das orações, o exemplo do serviço. Dependendo dos nossos sentimentos sinceros de servir, seremos instrumento da misericórdia do Pai para com aquele que sofre, e que nos bate à porta ou que cruza nosso caminho. O poder do exemplo de Jesus está aí há mais de dois mil anos a nos convidar.
  • 14. Do mesmo jeito que elevamos os pensamentos para pedir, Ele também nos convida ao trabalho fraterno produtivo, construtivo de um mundo melhor. Convida-nos à reforma interior; a aquisição de valores e ao trabalho que engrandece e ensina. Convida-nos a abandonar os velhos hábitos e costumes e a viver no poder de Seu amor, deixando nascer um homem novo, sincero, verdadeiro, que luta para combater suas fraquezas e suas imperfeições. Não devemos aguardar que Jesus venha até nós; não devemos invocar a companhia dos Espíritos superiores, ao contrário, devemos atender ao seu convite e trilhar o caminho do serviço ao próximo e da humildade. O devoto de Jesus deve aprender com a dedicação e a caridade, tornando-se um médium do Cristo, e, aí então, candidatar-se à elevação e a pureza. Só os puros verão a Deus.
  • 15. Muita Paz! Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz. Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec! O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso! Visite também o meu Site: compartilhando-espiritualidade.webnode.com Agora, Compartilhando Espiritualidade formou um Grupo para troca de mensagens. Compartilhando-espiritualidade@googlegroups.com