2. Em um de seus poemas mais conhecidos, o poeta Carlos Drummond de
Andrade fala-nos de uma pedra: “No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho. Tinha uma pedra. No meio do
caminho tinha uma pedra”. O que seria esta pedra no meio do caminho do
poeta? Não sabemos. Porém esta metáfora (comparação figurada) é também
de uso popular. Às vezes a gente diz que tem uma pedra no nosso caminho,
tem uma pedra no sapato, etc. É uma comparação que se refere a problemas
que enfrentamos, a obstáculos que não nos deixam conquistar coisas que
queremos, etc. Quais são as pedras de nossas vidas? Que pedras nos
impedem de viver mais plenamente? É importante saber, todos nós temos
pedras que nos atrapalham o viver. Estamos às vezes tão perturbados que
não acreditamos realmente que esses entraves existem.
3. Mas saiba: qualquer que for essa pedra, ela não tem a última palavra. Uma
pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. Uma pequena pedra
derrubou um gigante. Jogaram pedras no rei Davi. Uma pedra serviu de
travesseiro para Jacó. Jesus é a Pedra Angular e preciosa que os homens de
seu tempo rejeitaram. Geralmente, visualizamos os grandes obstáculos, mas
tropeçamos nas pequenas pedras do dia a dia. Na verdade, as maiores pedras
a serem removidas estão dentro de nós mesmos para a tão almejada
edificação do reino de Deus. Como já foi dito, pedras representam
obstáculos que dificultam a nossa caminhada. Ao longo de nossa vida nos
deparamos com inúmeras pedras em nosso caminho, representadas pelas
dificuldades de qualquer natureza que podem nos tirar a energia, nos
deixando tristes e desanimados.
4. A pedra pode fazer tropeçar; mas também pode fazer enxergar além do
obstáculo representado pela própria pedra. Quem andar desatento pela vida
pode tropeçar na pedra da poesia e sucumbir. Porém, nem sempre as pedras
são obstáculos no nosso caminho. Depende de como as enxergamos. Os
tropeços virão, mas a diferença está em como compreendemos as lições que
deles saberemos tirar. Tropeçando, pisando, caindo, removendo ou
construindo com as pedras do caminho, temos valiosas oportunidades de
aprendizado e crescimento. Muitas vezes, pensamos nas dificuldades e nos
esforços necessários para se alcançar algo na vida, imaginando os grandes
obstáculos que possam surgir e impedir o prosseguimento no caminho
anteriormente traçado.
5. As pessoas com essas pedras interiores, ante os menores obstáculos que
surgem no exercício do bem, não conseguem se manter fiéis aos
ensinamentos de Jesus, deles se afastando. Considerando os diferentes
estágios evolutivos, cada qual ao seu tempo, o Espírito haverá de despertar a
consciência para passar a compreender melhor os mecanismos que regem o
Universo e as reais razões de ser de nossa existência. Tal transformação
somente se dará mediante uma reforma íntima pelo autodescobrimento e
autoconhecimento, com trabalho, esforço e mérito. Compreenderá que as
pedras do caminho são necessárias para os devidos ensinamentos, reflexões
e aprendizados para seguir a trajetória evolutiva na busca da perfeição
relativa à Humanidade, tendo Jesus como modelo e guia, e os seus
ensinamentos e exemplos como roteiros de vida, porquanto ninguém chega
ao Pai senão por Ele.
6. As pedras no caminho poderão atrasar, estacionar ou acelerar o nosso
progresso, dependendo de como as visualizamos e utilizamos. Em nossas
jornadas terrenas, que toda a disposição de melhoria não se limite às boas
intenções, mas sim que construamos uma boa base moral e espiritual que
possa alimentar a sincera vontade de melhorar, afastando o desânimo, a
desesperança, a dúvida, a tristeza e o abandono do serviço edificante na
prática do bem, do amor e da caridade. Obstáculos sempre existirão, e
pessoas com as mais variadas intenções estarão ao nosso redor. É inevitável
que surjam pedras em nosso caminho ao longo de nossa jornada da vida. O
que nos levará a passar por elas experienciando o Sofrimento ou o Estado de
Graça é a maneira como lidamos com a existência delas.
7. Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo. As pedras da
incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, caem
sobre todos. Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a
felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre. Podemos
contornar as pedras, podemos ressignificá-las e aprender a coexistir e assim
continuar a caminhar o caminho, ainda que a passos lentos, ou podemos
escolher atropelá-las, correndo o risco de cairmos mais uma vez. Lembrando
que ainda que sejamos cautelosos, não estamos imunes aos efeitos e
consequências de vez ou outra, esbarrarmos em algumas dessas pedras. Ao
longo da vida, o ser humano passa por diversas e importantes fases. Após o
nascimento, temos a primeira infância, até mais ou menos os 6 anos; a
segunda, até os 10; a adolescência, seguida da vida adulta e a velhice.
8. As pedras normalmente chegam para acompanhar a fase mais longa, que é a
vida adulta. Trata-se de uma etapa na qual sofremos mudanças mais
lentamente se comparadas às do zero aos 20 anos. Passamos a vida adulta
buscando “ouro” e invariavelmente encontramos também muitas pedras. Em
nosso caminho, diariamente pegamos as pedras e pensamos: “Puxa, pedra de
novo”, e as jogamos para trás. Uns poucos e sábios analisam cada pedra que
pegam, seu tamanho, cor, formato, e separam-nas por alguma classificação.
Outros, mais visionários, observam o ambiente ao seu redor e descobrem
que precisam de um muro. O fato é que, ao longo da vida, a maioria das
pessoas apenas reclama das pedras que vai encontrando e as joga para trás.
Enquanto isso, os sábios têm vários montes organizados por tamanho, cor e
formato, que podem ser utilizados de acordo com sua utilidade.
9. Já alguns poucos têm o seu muro construído, pois separaram as pedras no
formato necessário e, nos momentos de folga, conseguiram levantá-lo. Seja
qual for a decisão que tomemos, o importante é que independentemente da
escolha que façamos, a cada novo passo que damos e a cada novo estágio
que avançamos na vida, acumulamos experiências e nos tornamos pessoas
melhores. Os maiores ensinamentos e os maiores tesouros da vida estão
dentro das cavernas mais escuras, onde parece não haver nada. Tenha
sensibilidade e paciência e sabedoria para encontrá-los. Sem sonhos, as
pedras do caminho tornam-se montanhas, os pequenos problemas são
insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as decepções transformam-se em
golpes fatais e os desafios em fonte de medo.
10. Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos foram dados como
compensação às dificuldades da vida. Mas precisamos compreender que os
sonhos não são desejos superficiais. Os sonhos são bússolas do coração, são
projetos de vida. Os desejos não suportam o calor das dificuldades. Os
sonhos resistem às mais altas temperaturas dos problemas. Renovam a
esperança quando o mundo desaba sobre nós. Todos nós deveríamos nos
livrar das pedras, mas infelizmente muitos preferem junta-las, e até deixa-las
com uma aparência bonita para que sejam uma boa justificativa, só que elas
continuam sendo pedras que atrapalham a vida do homem. Semeamos a
dúvida sobre a capacidade de buscar os nossos objetivos e de superar os
desafios da vida, sentindo-nos inseguros e incrédulos, dificultando buscar os
cumes mais elevados de evolução espiritual.
11. Às vezes, existe um incômodo no percurso, um cansaço, uma dificuldade
em prosseguir. Desistimos muitas vezes de insistir. Em nossos corações,
colocamos pedras gigantes que na realidade não existem; bloqueios
invisíveis que nos atormentam a alma. Parados, damos meia volta ou
simplesmente abandonamos o caminho como se os óbices fossem maiores
do que nossa capacidade de avançar. Podemos perder a esperança e chorar,
ou até mesmo nos fecharmos para o mundo. Mas, se pararmos para pensar
um pouco e puxarmos pela memória todas as vezes em que caímos, sempre
houve um novo dia, e outro dia após o dia seguinte. Talvez, para nos
levantarmos após uma queda, seja necessário contar com a ajuda de outras
pessoas, ou parar por alguns instantes para respirar.
12. Talvez, em alguns casos mais específicos, seja necessário replanejar nossos
caminhos e buscar formas de nos impulsionar para frente. Seja como for, o
importante é saber que após a queda, ainda que demore um pouco, todos
somos capazes de nos reerguer, e que nos momentos de dificuldades
podemos perceber a importância das amizades, da esperança, da força de
vontade, do querer, do buscar e do acreditar. E ainda que tenhamos nos
reerguido, pode ser que a gente caia de novo, porque as pedras estarão
sempre lá, e está tudo bem, porque sempre haverá a chance de recomeçar.
Tudo vai depender de como enxergarmos as situações e as quedas sofridas.
Não cansaremos de repetir que as grandes realizações são aquelas que
custam o amor, a fé, a confiança, a perseverança, o ideal, a persistência e a
convicção dos que buscam sinceramente.
13. Quem luta e trabalha sempre alcançará resultados e satisfações. Os grandes
personagens da história sofreram dificuldades por anos, até alcançarem a
realização dos seus objetivos que fizeram deles vencedores. Quando Deus
coloca uma pedra no nosso caminho, não o faz para ferir-nos os pés, mas
para fornecer material para a construção do alicerce de nossa vitória. O
sucesso jamais poderia repousar na fragilidade das facilidades. As árvores
são fortes porque enfrentam os desafios da natureza, e fincam suas raízes
bem profundas, na conquista dos elementos vitais. Com isso resistem a
fortes vendavais. Pensemos nisso. “As dificuldades de qualquer natureza são
sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do
ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.
14. É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria. Há
diversos modos de considerar os obstáculos, removendo-os ou aproveitando-
os”. No meio do caminho tinha uma pedra. Tira a pedra do caminho! Faça
da pedra um novo marco para prosseguir na jornada com a Rocha. Jesus é o
Caminho.
Muitas pessoas acham que o fato de terem Jesus em suas vidas lhes dá a
garantia de uma vida de descanso e tranquilidade, de total falta de trabalho e
movimento, do mais puro sossego de vida. Dizem: “Deus fará tudo! Deus
realizará toda a obra!” Ledo engano! Deus realiza aquilo que Lhe pertence e
não realizará aquilo que nós podemos e devemos realizar. Deus não se
encaixa na figura do pai que “mima” seus filhos.
15. Muita Paz!
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levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão
das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.
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