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Esse tema do nosso estudo consta do livro “O Céu e o inferno” ou “A Justiça
divina segundo o Espiritismo”, que é um dos livros da codificação espírita.
Esse livro completou, no ano passado, cento e cinquenta anos de sua
publicação, que foi em 1º de agosto de 1865. É muito comum, ainda,
encontrarmos pessoas apegadas a alguns conceitos, herdados de doutrinas
religiosas, como é o caso da existência de céu, de inferno, de purgatório, de
pecados, de castigo, de julgamento, de punição. Tais conceitos, absolutamente
equivocados, interferem na vida dessas pessoas, e a Doutrina Espírita tem uma
visão bastante diferente daquela que se aprende em outras religiões. E o que
levou Kardec a escrever esse livro, quais foram os motivos. À época, ele estava
travando contato com o mundo espiritual, através de duas jovens, que serviam
como instrumento de intermediação com o mundo espiritual.
E, através desses contatos, Kardec recebia mensagens de Espíritos dos mais
diversos, e esses Espíritos, nas suas comunicações, começaram a mostrar em
que situação se encontravam no mundo espiritual. E, nenhum deles disse, em
momento algum, que estava no céu, ou que estava no inferno ou no purgatório.
Em nenhuma das comunicações obtidas, os Espíritos falaram a respeito desses
locais no mundo espiritual, e na época estava em voga, dentro do conhecimento
religioso, essa ideia, assim como temos até hoje, da existência de céu, inferno e
purgatório. E o interessante é que os Espíritos que estavam do outro lado da
vida, ou seja, no mundo espiritual, sequer comentavam a respeito desses locais.
Não havia referência, e isso estimulou Kardec a realizar pesquisas acerca desse
assunto. Então, ele escreve o livro O Céu e o inferno, que é composto de duas
partes.
Na primeira parte, Kardec faz uma análise a respeito do céu, do inferno, do
purgatório, dos anjos, dos demônios, das penas eternas, do receio da morte. Na
segunda parte, existem diversas mensagens dos Espíritos. Espíritos nas mais
diversas condições evolutivas; Espíritos sofredores, Espíritos atrasados,
Espíritos em condição mediana, Espíritos mais evoluídos, Espíritos suicidas,
ocasião em que eles dão depoimentos acerca da sua condição no mundo
espiritual; o que é que eles encontraram, onde estão, em que situação estão, e
não fazem menção de céu, inferno ou purgatório. Eles dão notícias da condição
em que se encontram, e que está intimamente relacionada com aquilo que eles
foram com aquilo que eles fizeram, quando estavam no mundo físico. Na
primeira parte da obra, Kardec faz uma análise bem detalhada acerca das
origens da crença, na existência do céu e do inferno.
Onde surgiu essa crença da existência do céu e do inferno? Aonde o
cristianismo foi buscar essa informação? Em que fonte? Que mais tarde a Igreja
acrescentou a ideia do purgatório. Essa informação tem origem em crença do
mundo pagão, crença no paganismo. Convém esclarecer que, quando nós
falamos em pagão ou paganismo, na Doutrina Espírita, nós não o fazemos no
mesmo sentido que as outras religiões o fazem. Pagão, paganismo, para nós,
não tem o sentido que as religiões tradicionais apresentam, no sentido
pejorativo, ou seja, o pagão é aquele indivíduo afastado da divindade, que não
alcançará a salvação. Tanto é assim que, dentro de algumas estruturas
religiosas, se uma criança, ou adulto, não se submeter a determinada cerimônia,
eles morrerão pagãos. E, se eles morrerem pagãos, não vão para o céu, de jeito
nenhum. Criaram, então, a cerimônia do batismo.
Na verdade, os termos pagão e paganismo não têm esse sentido pejorativo
ligados a questões infernais ou demoníacas, como as religiões tradicionais nos
apresentam. Na Idade Média, que foi o período da história humana,
compreendido entre os séculos V e XV, e inicia-se com a queda do Império
Romano do Ocidente, e termina com a queda da cidade de Constantinopla na
mão dos turcos otomanos. Então, foram dez séculos. Idade Média, também
chamada Idade Medieval, conhecida também como Idade das Trevas. Nesse
período, os indivíduos que moravam no campo, no interior, eram chamados de
pagãos. Então, pagão, naquela época, significava o indivíduo do campo,
indivíduo do interior. E como o cristianismo não havia chegado a essas regiões,
ele ainda não era convertido ao cristianismo. Então, era um indivíduo que
morava no interior, mas que não era cristão.
Mas eles tinham as suas crenças. Eles acreditavam nos seus deuses, e viam a
existência desses deuses vinculada às manifestações da Natureza; um raio, um
trovão, todos esses fenômenos que eles não conseguiam produzir, eles
atribuíam a causa a essas divindades. Então, o pagão acreditava em deuses que
se manifestavam através da Natureza, que eles presenciavam diariamente. O
paganismo deu origem a diversas crenças. Os pagãos acreditavam em lugares
específicos para onde iriam as almas dos homens, quando saíssem do corpo
físico, por ocasião da morte, que era chamada de Tártaro, para onde iriam as
almas daqueles que fizeram o mal sobre a Terra. Era uma região abaixo da
superfície terrestre. Essa região era comandada por uma entidade chamada
Plutão, na mitologia romana, e chamada Hades na mitologia grega. A mesma
entidade.
Essa entidade que comandava a aplicação das penas, se encarregava a aplicar
às almas que ali aportavam, penas proporcionalmente à falta que elas haviam
cometido. Havia, por exemplo, o tanque das Denaides, que era um recipiente
com azeite fervente. Então, de acordo com a falta que a alma havia praticado,
ela era mergulhada dentro desse tanque, e ficava ali por um tempo, até que ela
expurgasse a falta que havia cometido. Mas existiam outras punições, como, a
roda de Sisifo, na qual a alma era amarrada, e Plutão ou Hades fazia a
movimentação dessa roda. Em baixo, existia uma fogueira, para que, quando a
alma passasse na parte inferior, ele queimasse. Tinha, também, o rochedo de
Ixion, quando a alma era obrigada a empurrar uma pedra enorme, pesadíssima,
até o cume.
Essas eram algumas das penas que eram aplicadas às almas que chegavam ao
Tártaro. Outra coisa a considerar é que, Plutão ou Hades, o ser mitológico, não
saía do Tártaro e vinha para a superfície da Terra para induzir as pessoas a
cometerem erro. A função dele era somente aplicar as penas. Eles acreditavam
também na existência de um local de tranquilidade, de paz, chamado Campos
Elísios; esse local, então, seria a morada daquelas almas que fizeram o bem na
Terra. Como vimos, os pagãos acreditavam no Tártaro, o destino das almas
infratoras, e os Campos Elísios destinado às almas boas. Daí, surgiu a ideia
dentro do cristianismo de Céu e do Inferno. A Teologia cristã copiou a ideia do
Tártaro, e deu o nome de inferno; a Teologia cristã copiou a ideia dos Campos
Elísios, e deu o nome de Céu.
E, até hoje, comete-se um grave erro, semelhante ao que se cometia naquela
época, quando as pessoas apontavam para o alto e faziam referência ao Céu;
outros afirmavam que lá embaixo se encontra o Inferno. Então, já sabemos que
a origem dessas crenças de Céu e Inferno está no mundo pagão. Agora vamos
entender a questão da salvação. No Gênesis 2-15 a 17, encontramos a árvore do
conhecimento do bem e do mal. No Gênesis 3- 22, encontramos a árvore da
vida. Na mitologia bíblica, Deus teria feito um jardim, Jardim do Éden, e teria
feito o homem, Adão. E disse para ele: você pode se alimentar livremente dos
frutos das árvores, menos dessa aqui, que é a árvore do conhecimento do bem e
do mal. Nota; a mulher ainda não havia sido criada, quando houve esse diálogo
entre o Senhor e Adão.
Depois, foi criada a companheira de Adão, Eva. E, ela, então, fica sabendo que
não poderia comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Aí,
surge o mito da serpente. Então, a serpente encontra com a Eva, e trava com ela
um diálogo. Até hoje, os teólogos não sabem explicar em que idioma as duas
conversaram. Mais tarde, no livro do Apocalipse, capitulo XII, criaram uma
maneira de explicar como uma serpente conversa com uma mulher, disseram
que não era a serpente, mas o diabo. Ora, na época o diabo não havia sido
criado. Aparece sempre a ideia da mitologia, para tentar explicar uma coisa de
que não tinham conhecimento. Ai, a serpente foi mais persuasiva e convenceu
Eva a experimentar o tal fruto, porque teria o conhecimento do bem e do mal.
Ela come o fruto e dá para o Adão, também. E, aí, o que foi que aconteceu?
Por conta disso, criaram a tal cerimônia do batismo. Outra cerimônia que tem
origem no paganismo. É curioso ver que as igrejas combatem tanto o
paganismo, porém, instituíram uma cerimônia, que era realizada na Grécia, em
homenagem a deusa Cotito, a deusa da torpeza, que era cultuada com orgias, à
meia-noite, e a quem os atenienses rendiam os seus louvores. Esta seita,
constituída de sacerdotes, que receberam o nome de baptas, banhistas, porque
os ritos de purificação, antes do culto, envolviam um banho com água e
perfume. Quando, sob o domínio de Alexandre, o Grande, os gregos invadem
aquela região de Israel, e a cultura grega toma conta daquele local; tanto é
assim, que nos Evangelhos encontramos referência a Decápolis, as dez cidades
construídas pelos gregos.
João, o Batista, primo de Jesus, copiou esse modelo de cerimônia dos gregos, e
fazia a mesma coisa nas margens do rio Jordão. O indivíduo chegava à margem
do rio, confessava as suas faltas e, a partir dali, ele era mergulhado, e tinha as
suas faltas redimidas. É uma cerimônia que, para a Doutrina Espírita, não serve
para nada, não tem efeito nenhum, porque, se o indivíduo não quiser se
modificar, não há mergulho que o modifique. E as religiões, hoje, brigam por
causa do batismo. Se a pessoa é batizada na igreja católica e vai para a religião
protestante, o batismo dela não serve. Ela tem que ser batizada nos moldes do
protestantismo. É uma cerimônia eminentemente pagã. Mas as pessoas falam.
Jesus foi batizado. Agora, Jesus tinha algum crime a confessar? Jesus tinha
algum pecado para ser liberado? O Espírito mais evoluído que já esteve aqui na
Terra?
Tanto é que, quando Ele chegou para ser batizado, João, o batista, disse que não
era digno nem de amarrar as suas alparcatas, quanto mais batizá-lo. Mas, as
pessoas alegam que, como Jesus foi batizado, temos que batizar também. Mas,
aí tem uma questão. Jesus também foi crucificado e, por isso, nós temos que
nos crucificar também? Claro que não. Nós não temos que fazer aquilo que
fizeram com Jesus. Nós temos que fazer aquilo que Ele nos ensinou. O Mestre
nos ensinou a batizar? Certamente não. Agora, todos nós renascemos trazendo
máculas? Sim. Lá de Adão e Eva? Não. Nós mesmos é que criamos essas
máculas em existências anteriores, e carregamos conosco para a atual
existência, a fim de nos acertarmos perante a nossa consciência e as Leis
Divinas. Nós não temos nada a ver com esse mito de Adão e Eva.
Quando as crianças tentaram ir ao encontro de Jesus, e os discípulos as
impediram, o que foi que Ele disse? Deixai vir a mim as criancinhas, porque o
Reino de Deus é para aqueles que se lhes assemelham. Ora, se elas tivessem o
pecado original, o Mestre não as deixaria chegar perto, porque estavam
contaminadas lá da época de Adão e Eva. Assim, é como a Doutrina Espírita vê
a questão do céu e do inferno. Em Lucas, 17:20,21, encontramos: “E,
interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus,
respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem
dirão; Ei-lo aqui, ou Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de
vós”. Então, céu e inferno são estados de consciência, e não lugares
determinados.
Por isso, na época da codificação, os Espíritos relataram a Kardec que estavam
em locais condizentes com aquilo que haviam feito. Era a sua condição interior
que determinava o ambiente no qual eles se encontravam. Então, nós
carregamos na nossa consciência o nosso céu e o nosso inferno.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e
de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

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Céu e inferno e o mito da salvação

  • 1.
  • 2. Esse tema do nosso estudo consta do livro “O Céu e o inferno” ou “A Justiça divina segundo o Espiritismo”, que é um dos livros da codificação espírita. Esse livro completou, no ano passado, cento e cinquenta anos de sua publicação, que foi em 1º de agosto de 1865. É muito comum, ainda, encontrarmos pessoas apegadas a alguns conceitos, herdados de doutrinas religiosas, como é o caso da existência de céu, de inferno, de purgatório, de pecados, de castigo, de julgamento, de punição. Tais conceitos, absolutamente equivocados, interferem na vida dessas pessoas, e a Doutrina Espírita tem uma visão bastante diferente daquela que se aprende em outras religiões. E o que levou Kardec a escrever esse livro, quais foram os motivos. À época, ele estava travando contato com o mundo espiritual, através de duas jovens, que serviam como instrumento de intermediação com o mundo espiritual.
  • 3. E, através desses contatos, Kardec recebia mensagens de Espíritos dos mais diversos, e esses Espíritos, nas suas comunicações, começaram a mostrar em que situação se encontravam no mundo espiritual. E, nenhum deles disse, em momento algum, que estava no céu, ou que estava no inferno ou no purgatório. Em nenhuma das comunicações obtidas, os Espíritos falaram a respeito desses locais no mundo espiritual, e na época estava em voga, dentro do conhecimento religioso, essa ideia, assim como temos até hoje, da existência de céu, inferno e purgatório. E o interessante é que os Espíritos que estavam do outro lado da vida, ou seja, no mundo espiritual, sequer comentavam a respeito desses locais. Não havia referência, e isso estimulou Kardec a realizar pesquisas acerca desse assunto. Então, ele escreve o livro O Céu e o inferno, que é composto de duas partes.
  • 4. Na primeira parte, Kardec faz uma análise a respeito do céu, do inferno, do purgatório, dos anjos, dos demônios, das penas eternas, do receio da morte. Na segunda parte, existem diversas mensagens dos Espíritos. Espíritos nas mais diversas condições evolutivas; Espíritos sofredores, Espíritos atrasados, Espíritos em condição mediana, Espíritos mais evoluídos, Espíritos suicidas, ocasião em que eles dão depoimentos acerca da sua condição no mundo espiritual; o que é que eles encontraram, onde estão, em que situação estão, e não fazem menção de céu, inferno ou purgatório. Eles dão notícias da condição em que se encontram, e que está intimamente relacionada com aquilo que eles foram com aquilo que eles fizeram, quando estavam no mundo físico. Na primeira parte da obra, Kardec faz uma análise bem detalhada acerca das origens da crença, na existência do céu e do inferno.
  • 5. Onde surgiu essa crença da existência do céu e do inferno? Aonde o cristianismo foi buscar essa informação? Em que fonte? Que mais tarde a Igreja acrescentou a ideia do purgatório. Essa informação tem origem em crença do mundo pagão, crença no paganismo. Convém esclarecer que, quando nós falamos em pagão ou paganismo, na Doutrina Espírita, nós não o fazemos no mesmo sentido que as outras religiões o fazem. Pagão, paganismo, para nós, não tem o sentido que as religiões tradicionais apresentam, no sentido pejorativo, ou seja, o pagão é aquele indivíduo afastado da divindade, que não alcançará a salvação. Tanto é assim que, dentro de algumas estruturas religiosas, se uma criança, ou adulto, não se submeter a determinada cerimônia, eles morrerão pagãos. E, se eles morrerem pagãos, não vão para o céu, de jeito nenhum. Criaram, então, a cerimônia do batismo.
  • 6. Na verdade, os termos pagão e paganismo não têm esse sentido pejorativo ligados a questões infernais ou demoníacas, como as religiões tradicionais nos apresentam. Na Idade Média, que foi o período da história humana, compreendido entre os séculos V e XV, e inicia-se com a queda do Império Romano do Ocidente, e termina com a queda da cidade de Constantinopla na mão dos turcos otomanos. Então, foram dez séculos. Idade Média, também chamada Idade Medieval, conhecida também como Idade das Trevas. Nesse período, os indivíduos que moravam no campo, no interior, eram chamados de pagãos. Então, pagão, naquela época, significava o indivíduo do campo, indivíduo do interior. E como o cristianismo não havia chegado a essas regiões, ele ainda não era convertido ao cristianismo. Então, era um indivíduo que morava no interior, mas que não era cristão.
  • 7. Mas eles tinham as suas crenças. Eles acreditavam nos seus deuses, e viam a existência desses deuses vinculada às manifestações da Natureza; um raio, um trovão, todos esses fenômenos que eles não conseguiam produzir, eles atribuíam a causa a essas divindades. Então, o pagão acreditava em deuses que se manifestavam através da Natureza, que eles presenciavam diariamente. O paganismo deu origem a diversas crenças. Os pagãos acreditavam em lugares específicos para onde iriam as almas dos homens, quando saíssem do corpo físico, por ocasião da morte, que era chamada de Tártaro, para onde iriam as almas daqueles que fizeram o mal sobre a Terra. Era uma região abaixo da superfície terrestre. Essa região era comandada por uma entidade chamada Plutão, na mitologia romana, e chamada Hades na mitologia grega. A mesma entidade.
  • 8. Essa entidade que comandava a aplicação das penas, se encarregava a aplicar às almas que ali aportavam, penas proporcionalmente à falta que elas haviam cometido. Havia, por exemplo, o tanque das Denaides, que era um recipiente com azeite fervente. Então, de acordo com a falta que a alma havia praticado, ela era mergulhada dentro desse tanque, e ficava ali por um tempo, até que ela expurgasse a falta que havia cometido. Mas existiam outras punições, como, a roda de Sisifo, na qual a alma era amarrada, e Plutão ou Hades fazia a movimentação dessa roda. Em baixo, existia uma fogueira, para que, quando a alma passasse na parte inferior, ele queimasse. Tinha, também, o rochedo de Ixion, quando a alma era obrigada a empurrar uma pedra enorme, pesadíssima, até o cume.
  • 9. Essas eram algumas das penas que eram aplicadas às almas que chegavam ao Tártaro. Outra coisa a considerar é que, Plutão ou Hades, o ser mitológico, não saía do Tártaro e vinha para a superfície da Terra para induzir as pessoas a cometerem erro. A função dele era somente aplicar as penas. Eles acreditavam também na existência de um local de tranquilidade, de paz, chamado Campos Elísios; esse local, então, seria a morada daquelas almas que fizeram o bem na Terra. Como vimos, os pagãos acreditavam no Tártaro, o destino das almas infratoras, e os Campos Elísios destinado às almas boas. Daí, surgiu a ideia dentro do cristianismo de Céu e do Inferno. A Teologia cristã copiou a ideia do Tártaro, e deu o nome de inferno; a Teologia cristã copiou a ideia dos Campos Elísios, e deu o nome de Céu.
  • 10. E, até hoje, comete-se um grave erro, semelhante ao que se cometia naquela época, quando as pessoas apontavam para o alto e faziam referência ao Céu; outros afirmavam que lá embaixo se encontra o Inferno. Então, já sabemos que a origem dessas crenças de Céu e Inferno está no mundo pagão. Agora vamos entender a questão da salvação. No Gênesis 2-15 a 17, encontramos a árvore do conhecimento do bem e do mal. No Gênesis 3- 22, encontramos a árvore da vida. Na mitologia bíblica, Deus teria feito um jardim, Jardim do Éden, e teria feito o homem, Adão. E disse para ele: você pode se alimentar livremente dos frutos das árvores, menos dessa aqui, que é a árvore do conhecimento do bem e do mal. Nota; a mulher ainda não havia sido criada, quando houve esse diálogo entre o Senhor e Adão.
  • 11. Depois, foi criada a companheira de Adão, Eva. E, ela, então, fica sabendo que não poderia comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Aí, surge o mito da serpente. Então, a serpente encontra com a Eva, e trava com ela um diálogo. Até hoje, os teólogos não sabem explicar em que idioma as duas conversaram. Mais tarde, no livro do Apocalipse, capitulo XII, criaram uma maneira de explicar como uma serpente conversa com uma mulher, disseram que não era a serpente, mas o diabo. Ora, na época o diabo não havia sido criado. Aparece sempre a ideia da mitologia, para tentar explicar uma coisa de que não tinham conhecimento. Ai, a serpente foi mais persuasiva e convenceu Eva a experimentar o tal fruto, porque teria o conhecimento do bem e do mal. Ela come o fruto e dá para o Adão, também. E, aí, o que foi que aconteceu?
  • 12. Por conta disso, criaram a tal cerimônia do batismo. Outra cerimônia que tem origem no paganismo. É curioso ver que as igrejas combatem tanto o paganismo, porém, instituíram uma cerimônia, que era realizada na Grécia, em homenagem a deusa Cotito, a deusa da torpeza, que era cultuada com orgias, à meia-noite, e a quem os atenienses rendiam os seus louvores. Esta seita, constituída de sacerdotes, que receberam o nome de baptas, banhistas, porque os ritos de purificação, antes do culto, envolviam um banho com água e perfume. Quando, sob o domínio de Alexandre, o Grande, os gregos invadem aquela região de Israel, e a cultura grega toma conta daquele local; tanto é assim, que nos Evangelhos encontramos referência a Decápolis, as dez cidades construídas pelos gregos.
  • 13. João, o Batista, primo de Jesus, copiou esse modelo de cerimônia dos gregos, e fazia a mesma coisa nas margens do rio Jordão. O indivíduo chegava à margem do rio, confessava as suas faltas e, a partir dali, ele era mergulhado, e tinha as suas faltas redimidas. É uma cerimônia que, para a Doutrina Espírita, não serve para nada, não tem efeito nenhum, porque, se o indivíduo não quiser se modificar, não há mergulho que o modifique. E as religiões, hoje, brigam por causa do batismo. Se a pessoa é batizada na igreja católica e vai para a religião protestante, o batismo dela não serve. Ela tem que ser batizada nos moldes do protestantismo. É uma cerimônia eminentemente pagã. Mas as pessoas falam. Jesus foi batizado. Agora, Jesus tinha algum crime a confessar? Jesus tinha algum pecado para ser liberado? O Espírito mais evoluído que já esteve aqui na Terra?
  • 14. Tanto é que, quando Ele chegou para ser batizado, João, o batista, disse que não era digno nem de amarrar as suas alparcatas, quanto mais batizá-lo. Mas, as pessoas alegam que, como Jesus foi batizado, temos que batizar também. Mas, aí tem uma questão. Jesus também foi crucificado e, por isso, nós temos que nos crucificar também? Claro que não. Nós não temos que fazer aquilo que fizeram com Jesus. Nós temos que fazer aquilo que Ele nos ensinou. O Mestre nos ensinou a batizar? Certamente não. Agora, todos nós renascemos trazendo máculas? Sim. Lá de Adão e Eva? Não. Nós mesmos é que criamos essas máculas em existências anteriores, e carregamos conosco para a atual existência, a fim de nos acertarmos perante a nossa consciência e as Leis Divinas. Nós não temos nada a ver com esse mito de Adão e Eva.
  • 15. Quando as crianças tentaram ir ao encontro de Jesus, e os discípulos as impediram, o que foi que Ele disse? Deixai vir a mim as criancinhas, porque o Reino de Deus é para aqueles que se lhes assemelham. Ora, se elas tivessem o pecado original, o Mestre não as deixaria chegar perto, porque estavam contaminadas lá da época de Adão e Eva. Assim, é como a Doutrina Espírita vê a questão do céu e do inferno. Em Lucas, 17:20,21, encontramos: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão; Ei-lo aqui, ou Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós”. Então, céu e inferno são estados de consciência, e não lugares determinados.
  • 16. Por isso, na época da codificação, os Espíritos relataram a Kardec que estavam em locais condizentes com aquilo que haviam feito. Era a sua condição interior que determinava o ambiente no qual eles se encontravam. Então, nós carregamos na nossa consciência o nosso céu e o nosso inferno. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.