O documento discute as diferenças entre senso comum e conhecimento científico. O senso comum fornece soluções práticas, mas não é sistemático ou crítico. Já o conhecimento científico é metódico, usa uma linguagem precisa e é aberto à refutação e evolução constante. Embora o senso comum seja útil, o conhecimento científico é mais confiável por fornecer explicações compreensíveis através do método científico.
1. Senso Comum e
Conhecimento científico
Alguns tópicos para a sua
compreensão
(o que é comum e o que os
distingue)
2. Aspectos comuns
O senso comum fornece
determinadas soluções que se
revelam satisfatórias e que
incentivam a investigação
científica.
Algumas vezes estas vêm
confirmar de forma lógica e
racional o que no senso comum
é um saber intuitivo.
.
Ambos os conhecimentos
surgem para resolver
necessidades práticas, embora
o conhecimento científico não
se desenvolva apenas com esse
objetivo.
3. O conhecimento científico refuta
muitas vezes o senso comum
Outras vezes a investigação
científica refuta as crenças
do senso comum.
O senso comum pode ser
também um obstáculo ao
conhecimento científico,
porque cria expectativas que
podem manipular a
investigação e a neutralidade
da observação científica
4. Continuidade ou
descontinuidade?
Será a ciência um tipo de conhecimento desenvolvido
na continuidade do senso comum, ou será a ciência um
tipo de conhecimento desenvolvido contra o senso
comum? Os defensores da hipótese da descontinuidade
sustentam que, enquanto na ciência existe uma
metodologia de revisão das crenças que favorece a
eliminação do erro, os procedimentos do senso comum
favorecem a persistência do erro. Os hábitos mentais do
senso comum são anticientíficos e constituem um
obstáculo ao pensamento científico. O desenvolvimento
do raciocínio científico exige a rutura com os hábitos
mentais do senso comum.
5. Os defensores da hipótese da
continuidade
argumentam que a humanidade sobreviveu e progrediu
com o senso comum. Muitas crenças de senso comum
são erradas se as tomarmos como descrições da
realidade. Todavia, tomadas como uma orientação para
o nosso comportamento, elas são, apesar da sua
imprecisão, um conhecimento valioso. A ciência resulta
do desenvolvimento da nossa competência para
considerar e obter a evidência. A evidência científica é
considerada e obtida metodicamente
6. A linguagem.
O Senso Comum
Utiliza termos vagos da
linguagem comum, que
podem designar um
número indeterminado
de coisas suscitando
múltiplas
interpretações.
Exemplo: ÁGUA
O conhecimento
científico:
Utiliza termos precisos,
uma linguagem técnica
universal da qual faz
parte a contagem e
medição assim como
uma simbologia que
designa a constituição
dos elementos que
estuda. H2O
7. A organização:
O SENSO COMUM é
Assistemático visto que
acontece um pouco ao
acaso e inclui saberes
diversos e sem organização
entre eles.
O Conhecimento
científico é Sistemático
porque é um corpo de
saber organizado que se
divide em áreas
demarcadas pelo seu
objecto de estudo.
Classifica os particulares
em grupos/classes, o que
permite a distinção rigorosa
e um saber mais
especializado.
8. O aspecto crítico:
Acrítico porque segue
a tradição e a prática e
não compreende os
seus limites, isto é,
apesar das previsões
que faz não se
verificarem isso não
serve como refutação e
portanto não o faz
mudar as suas crenças.
Crítico porque está
aberto à refutação
estabelecendo o
campo dos factos que
podem ocorrer para a
teoria ser válida assim
como os que não
podem.
9. Forma de procedimento do
senso comum:
Abrangente e generalizador
(indutivo) mas também
funciona por analogia.
Baseia-se na prática ou
experiência comum.
Exemplo: As marcas
alemãs são de confiança.
Os alemães são
trabalhadores e
disciplinados.
10. Os provérbios resumem essa
sabedoria popular…
As palavras são
como as cerejas,
uma vez começando
a comer cerejas não
se consegue parar,
assim são as
palavras…
11. Forma de procedimento da
Ciência:
Sobretudo dedutiva
porque encontra certos
princípios que explicam e
ligam factos diversos.
Esses princípios racionais
são leis que podem ser
aplicadas a vários factos
diferentes.
Também pode ser indutiva,
sobretudo nas Ciências
Humanas , mas também na
Biologia.
12. Método:
O senso comum não
tem um método de
investigação ou
análise, é espontâneo
surge a partir das
necessidades práticas;
surge fragmentado.
O conhecimento
científico é Metódico e
construído. A
experimentação
científica obedece a
hipóteses construídas
racionalmente de
modo a poderem ser
testadas e os
resultados obtidos são
analisados pela
comunidade científica.
13. O método científico
É o principal fator de fiabilidade da ciência
pois obedece a procedimentos que podem
ser verificados por todos os elementos da
comunidade.
Essa verificação confere objetividade ao
conhecimento porque lhe retira o elemento
subjetivo.
14. Explicação?
O Senso comum não é explicativo porque não
apresenta razões teóricas que nos façam
compreender a necessidade dos factos que aponta
ou das soluções que preconiza.
15. A ciência (O conhecimento
científico)…
É uma forma de explicação que aponta as razões
teóricas que permitem compreender a necessidade
dos factos, isto é, demonstra porque ocorrem desse
modo e não de outro.
16. Rigor e fiabilidade da ciência:
É Rigorosa porque as
suas teorias são
sujeitas a testes,
verificações e
discussões deste modo
podem sempre ser
melhoradas ou
substituídas por outras
melhores.
17. Quanto ao conhecimento
vulgar é…
Superficial pois permite tirar conclusões baseando-se apenas na aparência.
Confunde as causas com os resultados, por isso, não pode testar com rigor
as suas conclusões.
18.
19. Evolução:
Enquanto o senso
comum tem tendência
a permanecer muitas
vezes no erro pois
respeita o argumento
da tradição.
O conhecimento
científico Evoluí
revendo as suas
hipóteses está aberto
à refutação. As teorias
menos aptas são
substituídas por outras
mais aptas.
20. CONCLUSÃO?
O conhecimento vulgar é útil para a
sobrevivência e, por vezes, pode ser
muito eficaz pois é de mais fácil
aplicação, mas não nos fornece uma
explicação compreensível, enquanto o
conhecimento científico é mais fiável e
objetivo pois está continuamente sujeito à
crítica e à revisão.