O documento descreve como os primeiros cristãos recebiam diversos dons sobrenaturais como expulsar demônios, curar doenças e até mesmo ressuscitar mortos. Também relata como a igreja usava esses dons diariamente para beneficiar as nações sem cobrar nada em troca.
2. “Os que são verdadeiramente seus discípulos expulsam
demônios de fato. (...) Outros preveem coisas que acontecerão;
têm visões e dizem profecias (...) outros, ainda, curam os
doentes impondo as mãos sobre eles, que ficam em completa
saúde.
Sim, e além disso, como eu disse, até mortos foram
ressuscitados e permaneceram vivos entre nós por muitos anos.
O que devo mais dizer? Não é possível dizer quantos dons a
igreja no mundo todo recebeu em nome de Jesus Cristo e usa
todos os dias em benefício das nações, sem enganar ninguém
nem aceitar dinheiro algum.”
(IRINEU apud, PAGELS, Elaine in “Além de Toda Crença”)
3. Um entalhe de Santo Ireneu,
Bispo de Lugdunum na Gália.
(atual Lyon na França)
IRENEU DE LYON: Padre
grego, teólogo e escritor cristão,
nasceu no ano 130, na província
romana da Ásia Menor, hoje
Turquia, provavelmente em
Esmirna.
Morreu no ano 202, em
Lugdunum, Gália, atual Lyon.
4. “Os homens enfrentavam fogo, espada e
crucificações, feras selvagens e as profundezas do
mar, tinham os membros aleijados, eram marcados
com ferro quente, tinham os olhos arrancados e
todo o corpo mutilado. (...) As mulheres, também,
não menos que os homens, eram fortalecidas pela
doutrina da palavra divina, de modo que algumas
enfrentavam as mesmas provações dos homens,
carregando os mesmos prêmios de excelência.”
(CESARÉIA, Eusébio de in “História Eclesiástica”)
5. “Se o Tibre atinge as
muralhas, se o Nilo não
consegue subir até os
campos, se o céu não se
move ou se a terra não
o faz, se há fome ou
(Tetuliano – 160 – 220) peste, o clamor é um só:
‘aos leões os cristãos.’”
(TERTULIANO apud, JOHNSON, in “História do Cristianismo”)
6. Religião Oficial do Império
BREVE RESUMO HISTÓRICO
Império Romano (Século IV)
Oriente
Ocidente
2 coimperadores
Licínio e
Constantino
Itália e
Roma
Maxêncio
(VEYNE, Paul in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
7.
8. “O imperador Constantino era pessoalmente
dotado de faculdades mediúnicas e sujeito à
influência dos Espíritos. Os principais sucessos
de sua vida – sua conversão ao Cristianismo, a
fundação do Bizâncio, etc – assinalam-se por
intervenções ocultas, (...)”
(DENIS, Léon in “Cristianismo e Espiritismo”)
9.
10. “É preciso nunca esquecer, que a revolução
religiosa feita por Constantino em 312 foi
talvez o ato mais audacioso alguma vez
levado a cabo por um autocrata,
desafiando e desprezando o que pensava a
grande maioria de seus súditos.”
(BURY, ap. VEYNE, P. in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
11. “Mas Constantino, potentado imaginativo e até
megalómano, era também um homem de ação,
modelado pela prudência e pela energia;
alcançou pois os seus propósitos: o trono
romano tornou-se cristão e a Igreja
transformou-se
numa
potência.
Sem
Constantino, o cristianismo teria permanecido
uma seita de vanguarda.”
(VEYNE, Paul in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
12. “Seu Édito de Milão se referia de maneira
favorável aos cristãos – (...). O édito
estabelecia: “Os cristãos e todos os outros
dever ser livres para seguir a religião que
preferirem, de modo que o Deus que habita o
Céu possa ser propício a nós e aos que
estiverem sobre as nossas ordens.”
(BLAINEY, Geoffrey in “Uma breve história do Cristianismo”)
13. “É na data de 29 de
outubro de 312 (e não
na do pretenso “édito
de Milão” em 313) que
se pode situar o marcofronteira entre a
antiguidade pagã e a
época cristã.”
(VEYNE, Paul in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
14. “O assim chamado “Édito de Milão”,
por meio do qual o Império Romano
inverteu sua política de hostilidade
para com o cristianismo e concedeulhe pelo reconhecimento legal, foi um
dos acontecimentos decisivos da
história mundial”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
15. O Advento de Teodósio I
“A nova orientação se apresentou com
toda a clareza no edito da religião
“Cunctus populus”, promulgado em
Tessalônica a 28 de fevereiro de 380. Com
esse ato, Teodósio pretendia, antes de
tudo, manifestar a sua determinação de
restaurar a unidade religiosa do império
sobre a base da ortodoxia nicena, o edito
marcava o fim do arianismo.”
(ALBERIGO, G. org. in “História dos Concílios Ecumênicos”)
17. A Organização da Igreja
“O problema, na verdade, gira em torno da existência
de uma classe clerical à parte e exclusiva. (...)
Constantino, tendo reconhecido o cristianismo - (...)
sentiu que não tinha alternativa a não ser admitir a
existência de uma classe clerical e prover
adequadamente sua subsistência. Claro que nada
havia de novo nisso. O imperador fora o Pontifex
Maximus dos deuses, assim como, agora, consideravase um bispo.”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
18. OS CONCÍLIOS E OS DOGMAS
“A realidade eclesial também passa a ser objeto da
política do imperador, que vê a Igreja como um
elemento fundamental do seu projeto de governo,
Então o concílio, de estrutura interna da Igreja,
expressão de sua comunhão de fé e disciplina -, passa a
ser um instrumento para a realização do novo papel
público de que a Igreja se investiu, para sustentar o
bem-estar e a unidade do Estado.”
(ALBERIGO, G. org. in “História dos Concílios Ecumênicos”)
19. “O primado a eles (os quatro primeiros concílios)
concedido deriva sobretudo do fato de que
formularam dogmas fundamentais do cristianismo,
relativamente à Trindade (com Nicéia e o
Constantinopolitano I) e à Encarnação (com Éfeso e Calcedônia). Por isso, já Gregório Magno os via,
junto com os evangelhos, como a pedra quadrangular
colocada como fundamento do edifício da fé.”
(ALBERIGO, G. org. in “História dos Concílios Ecumênicos”)
20. CONCÍLIO
ANO
DOGMAS
325
• A divindade de Jesus
381 • A divindade do E. Santo
- Trindade
431 • Cristo, uma só pessoa e
Éfeso
duas naturezas;
• Maternidade divina de
Maria.
Calcedônia
451
• Afirmação das duas
naturezas de Jesus
Constantinopla II 553
• Considera heresia a
reencarnação
Niceia I
CONCÍLIO
Constantinopla I
22. “Pode ver-se no livro do padre de Longueval
(História da Igreja Galicana) como, à medida
que se constitui a obra dogmática da Igreja,
nos primeiros séculos, os Espíritos afastam-se
pouco a pouco dos cristãos ortodoxos, para
inspirar os que eram então designados sob o
nome de heresiarcas.”
(DENIS, Léon in “Cristianismo e Espiritismo”)
23. “Na verdade, os nazarenos – lembremo-nos de que
esse termo fora, a princípio, sinônimo de cristãos, o
primeiro, com certeza, usado para designá-los – viramse pouco a pouco relegados à categoria de seita. E isso
porque, tanto no plano da observância quanto no da
doutrina, se apegavam a posições ultrapassadas pela
evolução da grande Igreja, cujos membros provinham
dos meios pagãos, e pela progressiva elaboração do que
viria a tornar-se ortodoxia.”
(BENOIT, A. & SIMON, M. in Judaísmo e Cristianismo Antigo)
24. “Claro está que as seitas que proliferaram
a partir dos troncos da Reforma
Protestante do século XVI, assim como
outras correntes espiritualistas, são
rotuladas pelo Vaticano como sendo
seitas heréticas.”
(CAJAZEIRAS, F. in “Elementos de Teologia Espírita”)
25. A SUPREMACIA DA IGREJA
“(...) Não se segue que esta serva
não fosse também padrona; a
verdadeira religião é necessária
à salvação do Império, ela é o
fim supremo de todas as
coisas;(...)”
(VEYNE, Paul in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
26. “O pensamento do Cristo subsiste no ensino da Igreja
e nos sagrados textos, mesclado, porém de vários
elementos, de opiniões ulteriores, introduzidos pelos
papas e concílios, cujo intuito era assegurar,
fortalecer, tornar inabalável a autoridade da Igreja.
Tal foi o objetivo colimado através dos séculos, o
pensamento que inspirou todos os retoques feitos nos
primitivos documentos.”
(DENIS, Léon in “Cristianismo e Espiritismo”)
27. Grande Cisma do Oriente
Século XI (1054)
Motivos
O Cisma
SÉCULO XX (1965)
28. “A cristandade estava efetivamente
dividida em três; uma Igreja Oriental
e uma Igreja Ocidental, na verdade
dividida em duas. Por cerca de 30
anos, o novo cisma foi um golpe no
prestígio que valorizava a unidade.”
(BLAINEY, Geoffrey in “Uma breve história do cristianismo”)
29. Em Roma
Papa Urbano VI (1378 - 1389)
Papa Bonifácio IX (1389 - 1404)
Papa Inocêncio VII (1404 - 1406)
Papa Gregório XII (1406 - 1417)
Em Avinhão
Antipapa Clemente VII (1378 - 1394)
Antipapa Bento XIII (1394 – 1417)
Em Pisa
Antipapa Alexandre V (1409-1410)
Antipapa João XXIII (1410 - 1417)
31. De Mártires a Perseguidores
“O tempo avançara: em 312
a religião tolerada era o
Cristianismo, em 324 era o
Paganismo”
(VEYNE, Paul in “Quando o nosso mundo se tornou cristão”)
32. INQUISIÇÃO
“A codificação da legislação contra heresia ocorreu em
meio século, aproximadamente entre 1180 e 1230,
quando culminou na criação de um tribunal
permanente, municiado de frades dominicanos, que
trabalhavam a partir de uma base fixa, em conjunto
com o episcopado, e dispunham de generosa dose de
autoridade. O sistema permanente foi denominado de
reforma; na verdade, incorporou todos os abusos das
práticas anteriores e acrescentou mais alguns novos.”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
33. “As casas em que viviam (os hereges) tinham de ser postas
abaixo e convertidas em esgotos ou depósitos de lixo. Sendo
difícil garantir as acusações de crimes em pensamento, a
Inquisição lançava mão de procedimentos banidos em outros
tribunais, transgredindo, assim, os decretos municipais, as
leis escritas e consuetudinárias e praticamente todos os
aspectos da jurisprudência estabelecida. (...) O objetivo,
simplesmente, era gerar condenações a todo custo; só
assim, pensava-se, a heresia poderia ser extinta.”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
39. “Poderá alguém
tolerar que nem
sequer
compartilhemos
(os europeus) por
igual a terra
habitada com os
muçulmanos?
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
40.
41. “De um modo geral, o efeito
das cruzadas foi solapar o
conteúdo intelectual do Islã,
destruir as chances de
adaptação
pacífica
ao
cristianismo e tornar os
muçulmanos muito menos
tolerantes:
os
cruzados
fossilizaram o Islã em uma
postura fanática.”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
42. O Clero Romano na Idade Média
“Desde o século III, afirmavam (os Espíritos)
que os dogmas impostos pela Igreja, como um
desafio à razão, não eram mais que um
obscurecimento do pensamento do Cristo.
Combatiam o fausto já excessivo e escandaloso
dos bispos, insurgindo-se energicamente contra
o que aos seus olhos era uma corrupção moral.”
(LONGUEVAL apud, DENIS, L. in “Cristianismo e Espiritismo”)
43. “No final do século XII, as indulgências eram
concedidas a príncipes seculares por motivos
políticos. Pouco depois, os indivíduos já tinham
permissão para comprar indulgências plenárias
de confessores em seus leitos de morte; isto
significava que podiam ingressar de pronto no
Céu, desde que morressem em estado de graça,
imediatamente após a confissão plena.”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)
44. “Quando o prior de Cantuária foi instalado, em
1309, havia seis mil convidados, que consumiram 53
quartas de trigo, 58 de malte, onze tonéis de vinho,
trinta e seis bois, cem porcos, duzentos leitões, mil
gansos, setecentos e noventa capões, galinhas e
frangas, vinte e quatro cisnes, seiscentos coelhos,
dezesseis capas de músculo, nove mil e seiscentos
ovos e assim por diante, (...).”
(JOHNSON, Paul in “História do Cristianismo”)