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PRIMEIRA AMOSTRA DE ECOCARDIOGRAMAS FETAIS EM SERVIÇOS
PÚBLICOS E PRIVADOS E ANÁLISE DOS FATORES DE RISCOS
GESTACIONAIS PARA AS PRINCIPAIS CARDIOPATIAS.
Autores: Letícia A. Pontes; Maria Marina L. A. Costa; Kaio C. A. N. e Silva; Hugo M. Bandeira; Tassila G. Maia; Filipe M. P. da Câmara; Gisele C. P. Leite(dragiseleleite@gmail.com).
Instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL); Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC); Instituto de Cardiologia de Natal (Centerprev); Obstare Medicina Diagnóstica.
Os ecocardiogramas fetais (EF) permitem o diagnóstico intrauterino de
cardiopatias congênitas (CC), as quais são malformações fetais mais comuns e,
muitas vezes, fatais.
A partir da primeira amostra de EF de serviços públicos e privados do estado,
buscar a frequência e os principais fatores de risco maternos para o
desenvolvimento das CC.
De um total de 570, 414/570 (72,6%) exames foram realizados em instituições
privadas e 156/570 (27,4%) nas públicas. No que se refere às indicações de
exames, 240/570 (42,1%) dos laudos havia algum tipo de indicação descrita
(Tabela 01). As gestantes dos serviços públicos tiveram mais diabetes 32/156
(32%), hipertensão 17/156 (10,9%) e retardo do crescimento intrauterino (RCIU)
5/156(3,2%) comparado ao grupo das instituições privadas. Do total de exames
alterados, 31/181 (17,1%) eram do serviço público e 150/181 (92,9%) do serviço
privado e eles representaram, respectivamente, uma frequência de CC
equivalente à 31/156 (19,8%) e à 150/414 (36,2%), sendo a mais frequentes delas
a Comunicação interventricular (CIV). Dentre as alterações anatômicas valvares
encontradas (06), obteve-se: estenose aórtica (4/6), 66,7%), valva aórtica
bicúspide (1/6, 16,7%), displasia tricúspide (1/6, 16,7%).
Da análise, obtém-se uma grande frequência de CC e alta prevalência dos
seguintes fatores de risco: diabetes, hipertensão, tireoidopatias e outras
malformações, as quais se mostraram como as principais indicações para rastreio
de CC no estado. Este estudo pioneiro trás dados epidemiológicos importantes
para organização da assistência à criança cardiopata no estado.
Levantamento de 570 EF, realizados no período abril/2011 a dezembro/16, por
mesmo cardiopediatra, em quatro instituições públicas e privadas do
estado. Sobre as instituições participantes:
- como parte do complexo hospitalar de um Serviço Universitário (UFRN) de
Referência no estado, temos dois centros, ambos como referência estadual no
Sistema Único de Saúde (SUS): MEJC, onde são realizados exames fetais e
em neonatos; HUOL, com exames realizados a partir do período neonatal;
- duas são centros de caráter privado: Obstare, exclusivamente obstétrico;
Centerprev, com atendimentos em ecocardiogramas fetais e pediátricos.
¹ O total de exames públicos que apresentaram a indicação relatada foi 61/156, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente.
² O total de exames privados que apresentaram a indicação relatada foi 179/414, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente.
³ O total de exames que apresentaram a indicação relatada foi 240/570, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente.
⁴ O total de exames públicos que apresentaram a alterações foi 31/156, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente.
⁵ O total de exames privados que apresentaram a alterações foi 150/414, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente.
⁶ O total de exames que apresentaram a alterações foi 181/570, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente.
RESULTADOS
Tabela 01: Perfil clínico-epidemiológico de gestantes que realizaram ecocardiograma fetal em
instituições públicas e privadas de Natal/RN, no período de abril/11 a dezembro/16.
Variáveis analisadas Instituições públicas
N (%)
Instituições privadas
N (%)
Total
N (%)
Gestantes que apresentaram indicações para realização do EF
61¹ (25,4%) 179² (74,6%) 240³ (100,0%)
Indicações 80 (30,5%) 182 (69,5%) 262 (100,0%)
Relacionadas à mãe 57 (34,1%) 110 (65,9%) 167 (100,0%)
Diabetes 32/57 (56,2%) 52/110 (47,3%) 84/167 (50,3%)
Hipertensão 17/57 (29,8%) 15/110 (13,6%) 32/167 (19,2%)
Tireoidopatia 2/57 (3,5%) 16/110 (14,6%) 18/167 (10,8%)
Outros 6/57 (10,5%) 27/110 (24,5%) 33/167 (19,7%)
Relacionadas ao feto 23 (24,2%) 72 (75,8%) 95(100,0%)
Outra malformação congênita 9/23 (39,1%) 12/72 (16,6%) 21/95 (22,1%)
RCIU 5/23 (21,7%) 7/72 (9,7%) 12/95 (12,6%)
Aumento da translucência nucal 1/23 (4,4%) 10/72 (13,9%) 11/95 (11,6%)
Histórico familiar - 11/72 (15,3%) 11/95 (11,6%)
Outros 8/23 (34,8%) 32/72 (44,5%) 40/95 (42,1%)
Gestantes que apresentaram alterações no EF 31⁴ /156 (19,9%) 150⁵/414 (36,2%) 181⁶/570 (31,7%)
Achados cardiológicos positivos 37 (17,1%) 179 (82,9%) 216(100,0%)
CC definidas 33 (16,8%) 163 (83,1%) 196 (100,0%)
Comunicação interventricular 25/33 (75,8%) 142/163 (87,1%) 167/196 (85,2%)
Coarctação de aorta 1/33 (3,0%) 3/163 (1,9%) 4/196 (2,0%)
Dupla via de saída de ventrículo direito - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%)
Anomalia de ventrículo direito - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%)
Comunicação atrioventricular 3/33 (9,1%) 11/163 (6,8%) 14/196 (7,2%)
Comunicação interatrial 3/33 (9,1%) 1/163 (0,6%) 4/196 (2,0%)
Anomalia de Ebstein - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%)
Atresia Tricúspide 1/33 (3,0%) - 1/196 (0,6%)
Alterações valvares anatômicas - 6 (100,0%) 6 (100,0%)
Alterações valvares funcionais 4 (28,6%) 10 (71,4%) 14 (100,%)
Insuficiência tricúspide 3/4 (75,0%) 9/10 (90,0%) 12/14 (85,7%)
Insuficiência tricúspide e mitral 1/4 (25,0%) 1/10 (10,0%) 2/14 (14,1%)
Repercussões hemodinâmicas N (%) N (%) N (%)
Sim 10/181 (5,5%) 16/181 (8,8%) 26/181 (14,4%)
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
MÉTODOS
RESULTADOS
CONCLUSÃO

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De um total de 570, 414/570 (72,6%) exames foram realizados em instituições privadas e 156/570 (27,4%) nas públicas. No que se refere às indicações de exames, 240/570 (42,1%) dos laudos havia algum tipo de indicação descrita (Tabela 01). As gestantes dos serviços públicos tiveram mais diabetes 32/156 (32%), hipertensão 17/156 (10,9%) e retardo do crescimento intrauterino (RCIU) 5/156(3,2%) comparado ao grupo das instituições privadas. Do total de exames alterados, 31/181 (17,1%) eram do serviço público e 150/181 (92,9%) do serviço privado e eles representaram, respectivamente, uma frequência de CC equivalente à 31/156 (19,8%) e à 150/414 (36,2%), sendo a mais frequentes delas a Comunicação interventricular (CIV). Dentre as alterações anatômicas valvares encontradas (06), obteve-se: estenose aórtica (4/6), 66,7%), valva aórtica bicúspide (1/6, 16,7%), displasia tricúspide (1/6, 16,7%). Da análise, obtém-se uma grande frequência de CC e alta prevalência dos seguintes fatores de risco: diabetes, hipertensão, tireoidopatias e outras malformações, as quais se mostraram como as principais indicações para rastreio de CC no estado. Este estudo pioneiro trás dados epidemiológicos importantes para organização da assistência à criança cardiopata no estado. Levantamento de 570 EF, realizados no período abril/2011 a dezembro/16, por mesmo cardiopediatra, em quatro instituições públicas e privadas do estado. Sobre as instituições participantes: - como parte do complexo hospitalar de um Serviço Universitário (UFRN) de Referência no estado, temos dois centros, ambos como referência estadual no Sistema Único de Saúde (SUS): MEJC, onde são realizados exames fetais e em neonatos; HUOL, com exames realizados a partir do período neonatal; - duas são centros de caráter privado: Obstare, exclusivamente obstétrico; Centerprev, com atendimentos em ecocardiogramas fetais e pediátricos. ¹ O total de exames públicos que apresentaram a indicação relatada foi 61/156, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente. ² O total de exames privados que apresentaram a indicação relatada foi 179/414, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente. ³ O total de exames que apresentaram a indicação relatada foi 240/570, entretanto houve exames com mais de uma indicação para um mesmo paciente. ⁴ O total de exames públicos que apresentaram a alterações foi 31/156, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente. ⁵ O total de exames privados que apresentaram a alterações foi 150/414, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente. ⁶ O total de exames que apresentaram a alterações foi 181/570, entretanto houve exames com mais de uma alteração para um mesmo paciente. RESULTADOS Tabela 01: Perfil clínico-epidemiológico de gestantes que realizaram ecocardiograma fetal em instituições públicas e privadas de Natal/RN, no período de abril/11 a dezembro/16. Variáveis analisadas Instituições públicas N (%) Instituições privadas N (%) Total N (%) Gestantes que apresentaram indicações para realização do EF 61¹ (25,4%) 179² (74,6%) 240³ (100,0%) Indicações 80 (30,5%) 182 (69,5%) 262 (100,0%) Relacionadas à mãe 57 (34,1%) 110 (65,9%) 167 (100,0%) Diabetes 32/57 (56,2%) 52/110 (47,3%) 84/167 (50,3%) Hipertensão 17/57 (29,8%) 15/110 (13,6%) 32/167 (19,2%) Tireoidopatia 2/57 (3,5%) 16/110 (14,6%) 18/167 (10,8%) Outros 6/57 (10,5%) 27/110 (24,5%) 33/167 (19,7%) Relacionadas ao feto 23 (24,2%) 72 (75,8%) 95(100,0%) Outra malformação congênita 9/23 (39,1%) 12/72 (16,6%) 21/95 (22,1%) RCIU 5/23 (21,7%) 7/72 (9,7%) 12/95 (12,6%) Aumento da translucência nucal 1/23 (4,4%) 10/72 (13,9%) 11/95 (11,6%) Histórico familiar - 11/72 (15,3%) 11/95 (11,6%) Outros 8/23 (34,8%) 32/72 (44,5%) 40/95 (42,1%) Gestantes que apresentaram alterações no EF 31⁴ /156 (19,9%) 150⁵/414 (36,2%) 181⁶/570 (31,7%) Achados cardiológicos positivos 37 (17,1%) 179 (82,9%) 216(100,0%) CC definidas 33 (16,8%) 163 (83,1%) 196 (100,0%) Comunicação interventricular 25/33 (75,8%) 142/163 (87,1%) 167/196 (85,2%) Coarctação de aorta 1/33 (3,0%) 3/163 (1,9%) 4/196 (2,0%) Dupla via de saída de ventrículo direito - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%) Anomalia de ventrículo direito - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%) Comunicação atrioventricular 3/33 (9,1%) 11/163 (6,8%) 14/196 (7,2%) Comunicação interatrial 3/33 (9,1%) 1/163 (0,6%) 4/196 (2,0%) Anomalia de Ebstein - 2/163 (1,2%) 2/196 (1,0%) Atresia Tricúspide 1/33 (3,0%) - 1/196 (0,6%) Alterações valvares anatômicas - 6 (100,0%) 6 (100,0%) Alterações valvares funcionais 4 (28,6%) 10 (71,4%) 14 (100,%) Insuficiência tricúspide 3/4 (75,0%) 9/10 (90,0%) 12/14 (85,7%) Insuficiência tricúspide e mitral 1/4 (25,0%) 1/10 (10,0%) 2/14 (14,1%) Repercussões hemodinâmicas N (%) N (%) N (%) Sim 10/181 (5,5%) 16/181 (8,8%) 26/181 (14,4%) INTRODUÇÃO OBJETIVOS MÉTODOS RESULTADOS CONCLUSÃO