1. Auto de São Lourenço (José de Anchieta)
Ana Paula
Frederico Dias Freire
Gleiciana Almeida
Lidyane Cardoso Soares
Paulo Henrique Vieira do Nascimento*****
Identificar no texto e destacar:
1-Os principais personagens e suas características.
Guaixarárei dos diabos e seus servos Aimberêe Saraiva tinha como principais características
destruir uma aldeia indígena com os vícios e o pecado.
Guaixará:
Sou Guaixará embriagado
sou boi cininga, jaguar
antropófogo, agressor;
andirá-guaçu alado
sou demônio matador
Aimbirê:
Sou jibóia, sou socó
o grande Aimberê tamoio
Sucuri, gavião malhado.
Sou tamanduá desgrenhado,
sou luminoso demônio.
criado de Guaixará
Saraiva:
Sou demônio da alegria
e assumi tal compromisso
vou longe nesta porfia
saravaiaçume chamo
como que tarefa me apraza?
São Lourenço: padroeiro da aldeia, e São Sebastião padroeiro do Rio de Janeiro e o anjo da
guarda, tem como obrigação de impedir os demônios.
Décio e Valeriano
Ó Décio, cruel tirano!
Já pagas, e pagará
contigo Valeriano,
porque Lourenço cristão
assado, nos assará.
Imperadores romanos: responsáveis pela morte de São Lourenço, que são torturados pelos
dois servos do demônio, que foram subjugados pelo anjo.
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Acadêmicos do 4º período noturno do curo de Letras do Instituto Superior de Educação da Faculdade
Alfredo Nasser, sob orientação da professora Dr. Michele Giacomet no semestre letivo2012/2.
2. 3-Elementos que visam à imposição da cultura do colonizador (com exemplos).
Os jesuítas vieram impor aos índios seus conceitos culturais, combatendo os rituais e
cerimonias indígenas que dedicavam aos mortos, com cerimonias de canto e dança, com uso
de bebidas como cauim, fumo e transes do pajé. Eles vieram combater essas praticas usando
figuras que os índios conheciam e temiam, colocando como diabos todas as entidades que
manifestavam nos transes, afim de colocar na alma dos indígenas horror ao pecado, como
exemplificamos abaixo:
Guaixará:
Esta virtude estrangeira
me irrita sobremaneira.
Quem a teria trazido
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira
Que bom costume é bailar!
fumar e curandear
andar matando de fúria.
Para isso com os índios convivi.
Vem os tais padres agora
com regras fora de hora
para que duvidem de mim
Lei de Deus que não vigora.
De São Lourenço;
Mas existe a confissão
bom remédio para a cura
na comunhão se depura
da mais pura perdição
a alma que bem procura.
E também nas falas de Temor de Deus
Pena sem fim te darão
dentre os fogos infernais
teus deleites sensuais
Teus tormentos dobrarão,
e tuas chagas mortais.
Que mortais são tuas feridas
pecador. Por que não choras?
não vês que nesta demoras,
estão todas corrompidas,
e a cada dia pioras?
Acaba já de temer
a Deus, que sua esteira,
pois não lhe vais pertencer
se não segues a bandeira.
4-Como são tratados no texto os mitos, ritos, deuses e concepções indígenas?
3. A intenção do Padre Jose de Anchieta, através do seu auto, foi o de converter o índio à fé
cristã. Na Europa quinhentista ou seiscentista a fé em Deus era a única verdade absoluta.
Partindo desse principio, é evidente que qualquer cultura, pertencente a qualquer povo, passe
pelo crivo do catolicismo. Com os indígenas não foi diferente. No auto, os costumes e
entidades indígenas são enquadrados de forma pejorativa, subjuga-se todas manifestações
culturais, fazendo, inclusive, com que suas entidades sejam comparadas aos demônios
católicos.
Práticas corriqueiras como “bailar, adornar-se, andar pintado”, são consideradas um “mal”
que os índios deveriam ser libertados. A iniciativa de impor o catolicismo como crença
absoluta e tão demasiado que chega ao ponto de transformar os “demônios indígenas” em
vassalos da vontade cristã, usando-os como instrumentos para vingar a morte de São
Lourenço.