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CICLO DOS
   CONTOS DE
     FADA
Francisco Nunes
Era uma vez....
Contos de fadas: histórias de todos os
             tempos
o romance e o cinema oferecem-nos o que é
invisível nas ciências humanas; estas ocultam ou
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     com boa e má sorte, enganos, traições,
      imprevistos, destino, fatalidade (Morin)
• O surgimento dos contos de fadas perde-se no tempo.
• A literatura registra que são histórias transmitidas oralmente de
  geração a geração e que, mesmo com toda a tecnologia
  existente, mantêm seu espaço de destaque narrativo
• Há registros bastante antigos sobre os contos e seu uso nas mais
  diversas culturas. Os contos de fadas, especialmente, têm
  encantado várias gerações em diferentes países e, antes
  mesmo de serem registrados pela escrita na forma como os
  conhecemos, eram responsáveis pela formação coletiva da
  espiritualidade e da cultura de inúmeros povos
ORIGEM
• A literatura, embora não seja unânime, aponta para a origem
  céltica (século II a.C.) dos contos de fadas.
• Escritos de Platão  velhas usavam na educação de crianças
• Apuleio  Asno de Ouro (“a bela e a fera”)
• Egito  papiros dos irmãos Anúbis e Bata
    O enredo é tramado por tecidos de refinadas matrizes do
   imaginário humano, cuja linguagem, repleta de significados
   simbólicos e de metáforas, tem a capacidade de interligar o
                  consciente e o inconsciente.
• Os contos, em sua essência, não eram destinados ao universo das
  crianças, uma vez que as histórias eram recheadas de cenas de
  adultério, canibalismo, incesto, mortes hediondas e outros
  componentes do imaginário dos adultos.
• histórias que narravam o destino dos homens, suas dificuldades, seus
  sentimentos, suas inter-relações e suas crenças no sobrenatural.
• Eram relatados por narradores profissionais, os quais herdavam essa
  função dos antepassados, ou como uma simples tradição transmitida
  de pessoa para pessoa.
•    Geralmente, as narrações ocorriam em campos de lavouras, reuniões
    sociais, nas salas de fiar, casas de chá, nas aldeias ou nos demais
    espaços em que os adultos se reuniam
• passam a sofrer adaptações no sentido de contemplarem as
  necessidades das crianças, bem como de sua vida imaginária
• Os contos de fadas distinguem-se das demais histórias infantis por
  características como:
  – o uso de magia e encantamentos
  – um núcleo problemático existencial no qual o herói ou a heroína busca
    sua realização pessoal
  – a existência de obstáculos a serem enfrentados pelos heróis
Etapas
• a travessia, a viagem ao mundo mágico;
• o encontro com o personagem do mal ou o obstáculo a ser
  vencido;
• a dificuldade a ser superada;
• a conquista (destruição do mal);
• a celebração da recompensa.
• Os contos se caracterizam por serem uma narrativa cujos
  personagens heróis e, ou, heroínas enfrentam grandes desafios
  para, no final, triunfarem sobre o mal.
• Permeados por magias e encantamentos, animais falantes,
  fadas madrinhas, reis e rainhas, ogros, lobos e bruxas
  personificam o bem e o mal.
• No conto de fadas, tapetes voam, galinhas põem ovos de ouro,
  pés de feijão crescem até o céu, enfim, traz-se à tona o
  inverossímil, e é essa magia que instiga a mente humana
• Na forma como atualmente são conhecidos, os contos de fadas
  surgiram na Europa, especialmente na França e na Alemanha, no
  final do século XVII e XVIII
• Os contos daquele período eram permeados pela “Moral
  Vitoriana”, de uma sociedade repressiva quanto às questões
  sexuais, considerando que os conceitos de infância e de
  educação também não eram vigentes naquela época
• Entre os precursores na coleta dessas narrativas populares, os
  contos, encontra-se Perrault (1628-1703). Esse autor registrava as
  histórias com base em narrações populares, adaptava-as e as
  floreava conforme a necessidade da corte francesa da época,
  acrescentando proeminências e censurando detalhes da cultura
  pagã e da sexualidade humana
Perrault
• Apesar de escrever contos de fadas, em suas histórias, as fadas
  são personagens pouco presentes
• Sua obra mais famosa, intitulada Contos da Mamãe Gansa,
  veio ao público em meados de 1697 e apresenta uma versão
  da história de Chapeuzinho Vermelho, ressalvando o fato de o
  Lobo sair vitorioso ao final. Também integram essa coletânea
  contos como A Bela Adormecida, Barba Azul, O Gato de Botas,
  As Fadas, Cinderela, O Pequeno Polegar
• lições de moral explícitas
• a violência presente nos contos de Perrault concede espaço ao
  humanismo que, de forma delicada, perpassa as histórias
  escritas pelos irmãos Grimm, preconizando a solidariedade e o
  amor ao próximo.
• Os aspectos mais agressivos ainda se mostram presentes,
  personificados principalmente na figura do Lobo e da Bruxa,
  porém, ao final, impera a esperança, a confiança na vida e o
  indispensável final feliz
Irmãos Grimm
• publicaram (1812-1822) 210 histórias em três volumes para
  crianças e adultos.
• Seus contos são povoados por madrastas malvadas, príncipes
  encantados, casas de chocolate, bruxas perversas, feras, entre
  outros personagens singulares.
• Entre os contos que foram traduzidos para o português,
  destacam-se: A Bela e a Fera, Os Músicos de Bremen, Branca de
  Neve e os Sete Anões, Chapeuzinho Vermelho e Gata
  Borralheira.
Hans Christian Andersen
• O poeta e novelista dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875),
  considerado por muitos como o pai da literatura infantil, destacou-se
  justamente por escrever seus contos diretamente para as crianças.
• Diferente dos demais autores da época, que adaptavam as histórias
  à realidade infantil, Andersen criou uma narrativa destinada para esse
  público
• Andersen utilizou-se do sofrimento observado nas crianças menos
  favorecidas e pobres para rechear seus contos.
• Soube como ninguém retratar os desejos da população, fazendo com
  que suas histórias assumissem a estrutura de crônicas tristes, muitas
  vezes com conteúdos extraídos de seu próprio cotidiano,
  inaugurando, assim, o que hoje denominamos de literatura infantil
• A literatura assinala três importantes vértices que tornam a obra de
  Andersen inédita:
  – a criança retratada por meio dos personagens,
  – brinquedos que ganham vida
  – histórias nas quais o papel principal é ocupado por uma criança.

• Esses personagens infantis que falam pelas crianças expressando
  seus sofrimentos e temores têm na obra do Patinho Feio sua
  representação mais significativa
• Em seus contos, encontramos também sereias, fadas e animais
  fantásticos.
• Ao longo da obra, é possível perceber os valores morais sutilmente
  embutidos nas histórias, assim como a ausência de jargões como “e
  foram felizes para sempre”.
• É atribuída a Andersen a autoria de aproximadamente 156 contos
Outros nomes...
• Ao longo da história, destacaram-se também as importantes
  contribuições:
• do inglês Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas e
  Do Outro Lado do Espelho;
• do italiano Carlo Collodi, que, em 1881, escreveu Pinocchio;
• do escocês James Berrie, descrevendo as aventuras do levado
  Peter Pan;
• do americano L. Frank Baum, autor de O Mágico de Oz
E no Brasil?
• No Brasil e em Portugal, os contos de fadas como são
  conhecidos hoje surgiram no final do século XIX sob o nome de
  Contos da Carochinha.
• Somando, aproximadamente, 61 contos populares, passaram a
  ser denominados contos de fadas somente no final do século
  XX.
• Como destaque brasileiro na produção de contos de fadas,
  podemos citar as sofisticadas histórias de Monteiro Lobato, nas
  quais bonecas falam e sabugos de milho se transformam em
  geniais cientistas.
• É atribuída a esse autor a publicação de 26 títulos direcionados
  ao público infantil, influenciando autores contemporâneos
  como Ziraldo, Ana Maria Machado e Ruth Rocha
E hoje?
• Operam como um dispositivo artístico
• Possibilitam ruptura, transgressão e resistência, instaurando o
  “estranhamento”.
• Linha narrativa que retrata personagens que internalizam várias
  crises do mundo social
• Resistência aos finais felizes
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Como iniciar esse ciclo?
• Um filme que descomplica o amor por lhe aceitar a irracionalidade
• música-tema que pergunta: "Por que tanto perde-se/Tanto buscar-
  se/Sem encontra-se?".
• Enquanto um personagem se questiona se o amor autêntico é o que
  dá sentido à vida, outro pergunta com afetação a um casal de
  amigos se eles têm ideia de quanto custa um tapete oriental.
• O mundo pode ser dividido justamente assim: Entre os que querem
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Vicky Cristina Barcelona

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Contos de fadas aula final

  • 1. CICLO DOS CONTOS DE FADA Francisco Nunes
  • 2. Era uma vez.... Contos de fadas: histórias de todos os tempos
  • 3. o romance e o cinema oferecem-nos o que é invisível nas ciências humanas; estas ocultam ou dissolvem os caracteres existenciais, subjetivos, afetivos do ser humano, que vive suas paixões, seus amores, seus ódios, seus envolvimentos, seus delírios, suas felicidades, suas infelicidades, com boa e má sorte, enganos, traições, imprevistos, destino, fatalidade (Morin)
  • 4. • O surgimento dos contos de fadas perde-se no tempo. • A literatura registra que são histórias transmitidas oralmente de geração a geração e que, mesmo com toda a tecnologia existente, mantêm seu espaço de destaque narrativo • Há registros bastante antigos sobre os contos e seu uso nas mais diversas culturas. Os contos de fadas, especialmente, têm encantado várias gerações em diferentes países e, antes mesmo de serem registrados pela escrita na forma como os conhecemos, eram responsáveis pela formação coletiva da espiritualidade e da cultura de inúmeros povos
  • 5. ORIGEM • A literatura, embora não seja unânime, aponta para a origem céltica (século II a.C.) dos contos de fadas. • Escritos de Platão  velhas usavam na educação de crianças • Apuleio  Asno de Ouro (“a bela e a fera”) • Egito  papiros dos irmãos Anúbis e Bata O enredo é tramado por tecidos de refinadas matrizes do imaginário humano, cuja linguagem, repleta de significados simbólicos e de metáforas, tem a capacidade de interligar o consciente e o inconsciente.
  • 6. • Os contos, em sua essência, não eram destinados ao universo das crianças, uma vez que as histórias eram recheadas de cenas de adultério, canibalismo, incesto, mortes hediondas e outros componentes do imaginário dos adultos. • histórias que narravam o destino dos homens, suas dificuldades, seus sentimentos, suas inter-relações e suas crenças no sobrenatural. • Eram relatados por narradores profissionais, os quais herdavam essa função dos antepassados, ou como uma simples tradição transmitida de pessoa para pessoa. • Geralmente, as narrações ocorriam em campos de lavouras, reuniões sociais, nas salas de fiar, casas de chá, nas aldeias ou nos demais espaços em que os adultos se reuniam
  • 7.
  • 8. • passam a sofrer adaptações no sentido de contemplarem as necessidades das crianças, bem como de sua vida imaginária • Os contos de fadas distinguem-se das demais histórias infantis por características como: – o uso de magia e encantamentos – um núcleo problemático existencial no qual o herói ou a heroína busca sua realização pessoal – a existência de obstáculos a serem enfrentados pelos heróis
  • 9. Etapas • a travessia, a viagem ao mundo mágico; • o encontro com o personagem do mal ou o obstáculo a ser vencido; • a dificuldade a ser superada; • a conquista (destruição do mal); • a celebração da recompensa.
  • 10. • Os contos se caracterizam por serem uma narrativa cujos personagens heróis e, ou, heroínas enfrentam grandes desafios para, no final, triunfarem sobre o mal. • Permeados por magias e encantamentos, animais falantes, fadas madrinhas, reis e rainhas, ogros, lobos e bruxas personificam o bem e o mal. • No conto de fadas, tapetes voam, galinhas põem ovos de ouro, pés de feijão crescem até o céu, enfim, traz-se à tona o inverossímil, e é essa magia que instiga a mente humana
  • 11. • Na forma como atualmente são conhecidos, os contos de fadas surgiram na Europa, especialmente na França e na Alemanha, no final do século XVII e XVIII • Os contos daquele período eram permeados pela “Moral Vitoriana”, de uma sociedade repressiva quanto às questões sexuais, considerando que os conceitos de infância e de educação também não eram vigentes naquela época • Entre os precursores na coleta dessas narrativas populares, os contos, encontra-se Perrault (1628-1703). Esse autor registrava as histórias com base em narrações populares, adaptava-as e as floreava conforme a necessidade da corte francesa da época, acrescentando proeminências e censurando detalhes da cultura pagã e da sexualidade humana
  • 12. Perrault • Apesar de escrever contos de fadas, em suas histórias, as fadas são personagens pouco presentes • Sua obra mais famosa, intitulada Contos da Mamãe Gansa, veio ao público em meados de 1697 e apresenta uma versão da história de Chapeuzinho Vermelho, ressalvando o fato de o Lobo sair vitorioso ao final. Também integram essa coletânea contos como A Bela Adormecida, Barba Azul, O Gato de Botas, As Fadas, Cinderela, O Pequeno Polegar • lições de moral explícitas
  • 13. • a violência presente nos contos de Perrault concede espaço ao humanismo que, de forma delicada, perpassa as histórias escritas pelos irmãos Grimm, preconizando a solidariedade e o amor ao próximo. • Os aspectos mais agressivos ainda se mostram presentes, personificados principalmente na figura do Lobo e da Bruxa, porém, ao final, impera a esperança, a confiança na vida e o indispensável final feliz
  • 14. Irmãos Grimm • publicaram (1812-1822) 210 histórias em três volumes para crianças e adultos. • Seus contos são povoados por madrastas malvadas, príncipes encantados, casas de chocolate, bruxas perversas, feras, entre outros personagens singulares. • Entre os contos que foram traduzidos para o português, destacam-se: A Bela e a Fera, Os Músicos de Bremen, Branca de Neve e os Sete Anões, Chapeuzinho Vermelho e Gata Borralheira.
  • 15. Hans Christian Andersen • O poeta e novelista dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), considerado por muitos como o pai da literatura infantil, destacou-se justamente por escrever seus contos diretamente para as crianças. • Diferente dos demais autores da época, que adaptavam as histórias à realidade infantil, Andersen criou uma narrativa destinada para esse público • Andersen utilizou-se do sofrimento observado nas crianças menos favorecidas e pobres para rechear seus contos. • Soube como ninguém retratar os desejos da população, fazendo com que suas histórias assumissem a estrutura de crônicas tristes, muitas vezes com conteúdos extraídos de seu próprio cotidiano, inaugurando, assim, o que hoje denominamos de literatura infantil
  • 16. • A literatura assinala três importantes vértices que tornam a obra de Andersen inédita: – a criança retratada por meio dos personagens, – brinquedos que ganham vida – histórias nas quais o papel principal é ocupado por uma criança. • Esses personagens infantis que falam pelas crianças expressando seus sofrimentos e temores têm na obra do Patinho Feio sua representação mais significativa • Em seus contos, encontramos também sereias, fadas e animais fantásticos. • Ao longo da obra, é possível perceber os valores morais sutilmente embutidos nas histórias, assim como a ausência de jargões como “e foram felizes para sempre”. • É atribuída a Andersen a autoria de aproximadamente 156 contos
  • 17. Outros nomes... • Ao longo da história, destacaram-se também as importantes contribuições: • do inglês Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas e Do Outro Lado do Espelho; • do italiano Carlo Collodi, que, em 1881, escreveu Pinocchio; • do escocês James Berrie, descrevendo as aventuras do levado Peter Pan; • do americano L. Frank Baum, autor de O Mágico de Oz
  • 18. E no Brasil? • No Brasil e em Portugal, os contos de fadas como são conhecidos hoje surgiram no final do século XIX sob o nome de Contos da Carochinha. • Somando, aproximadamente, 61 contos populares, passaram a ser denominados contos de fadas somente no final do século XX. • Como destaque brasileiro na produção de contos de fadas, podemos citar as sofisticadas histórias de Monteiro Lobato, nas quais bonecas falam e sabugos de milho se transformam em geniais cientistas. • É atribuída a esse autor a publicação de 26 títulos direcionados ao público infantil, influenciando autores contemporâneos como Ziraldo, Ana Maria Machado e Ruth Rocha
  • 19. E hoje? • Operam como um dispositivo artístico • Possibilitam ruptura, transgressão e resistência, instaurando o “estranhamento”. • Linha narrativa que retrata personagens que internalizam várias crises do mundo social • Resistência aos finais felizes • Resistência às lições de moral
  • 20. Como iniciar esse ciclo? • Um filme que descomplica o amor por lhe aceitar a irracionalidade • música-tema que pergunta: "Por que tanto perde-se/Tanto buscar- se/Sem encontra-se?". • Enquanto um personagem se questiona se o amor autêntico é o que dá sentido à vida, outro pergunta com afetação a um casal de amigos se eles têm ideia de quanto custa um tapete oriental. • O mundo pode ser dividido justamente assim: Entre os que querem saber o que dá sentido à vida e os que se importam verdadeiramente com o valor de mercado de uma bela tapeçaria.