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ARTIGOS | ARTICLES
Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos
Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo e Helena Kuerten de Salles
Competitive dynamics and early mover advantages under economic recessions
Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez e Luiz Mesquita
Capacidad transaccional: Evidencias del sistema financiero peruano
Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino e Bryan Iván Límaco-Mamani
The use of importance-performance analysis to measure the satisfaction of travel agency franchisees
José M. Ramírez-Hurtado
Coopetition strategies in the Brazilian higher education
Fábio Dal-Soto e Jefferson Marlon Monticelli
Modelo estrutural de governança da informação para bancos
Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada e Kuldeep Kumar
RESENHA | BOOK REVIEW
Unveiling the enigma of behavioral finance
Israel José dos Santos Felipe
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS | BOOK RECOMMENDATIONS
Pesquisa quantitativa – Escalas de mensuração
Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido e Daielly Melina Nassif Mantovani
Pesquisa qualitativa – Método biográfico: História de vida
Pedro Jaime
R$50,00
PESQUISA E
CONHECIMENTO
V. 57, N. 1,
Janeiro–Fevereiro 2017
www.fgv.br/rae
ISSN 0034-7590
www.fgv.br/rae
REDAÇÃO
Analista de Produção Editorial: Denise Francisco Cândido
Assistente Administrativa: Eduarda Pereira Anastacio
Copidesque (Português e Inglês): Paula Thompson | Editage
Tradução e revisão (Espanhol e Inglês): RAG Traduções |
Fernando Effori
ADMINISTRAÇÃO
Responsável: Ilda Fontes
Assistente Administrativa: Eldi Francisca Soares
Assistente de Marketing: Andréa Cerqueira Souza
Jovem Aprendiz: Nathanael Robson Gouveia
DISTRIBUIÇÃO
Comunidade acadêmico-científica: 400 exemplares
Número de visitas ao site no período novembro-dezembro:
30.693 visitantes
EXEMPLAR AVULSO: R$ 50,00
PONTOS DE VENDA: Livrarias da FGV e Livraria Cultura
ARTE/EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Typecomm | Comunicação + Design
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica
Data de Impressão: 08.02.2017
Tiragem: 400 exemplares
PERIODICIDADE: Bimestral
INDEXADORES
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Ebsco Publishing: Business Source Complete, Economia y
Negocios, Fonte Acadêmica
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Gale Cengage Learning
www.gale.cengage.com
Google Scholar
scholar.google.com.br
OASISBR
http://oasisbr.ibict.br
Portal de Periódicos CAPES
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ProQuest Information and Learning
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REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento
Científico
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RePEc
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Sistema de Información Científica Redalyc - Red de Revistas
Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal
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Scopus | Elsevier
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SHERPA/RoMEO
www.sherpa.ac.uk/romeo
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Sumários Brasileiros de Revistas Científicas
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Thomson Reuters
SSCI, JCR
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DIRETÓRIOS
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Humanidades
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Diadorim
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HAPI-Hispanic American Periodicals Índex
hapi.ucla.edu
Latindex - Sistema Regional de Información en Línea
para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe,
España y Portugal
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ROAD - The Directory of Open Access Scholarly Resources
http://road.issn.org/
Ulrichs Periodical Directory
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http://worldwidescience.org/index.htmlATENDIMENTO AO ASSINANTE
São Paulo e Grande São Paulo:
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Fax: + 55 (11) 3799-7871
Av. 9 de Julho, 2029 - 01313 902
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RAE é membro e subscreve os
princípios do Committee on
Publication Ethics (COPE).
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CORPO EDITORIAL CIENTÍFICO
Alexandre de Pádua Carrieri (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Allan Claudius Queiroz Barbosa (UFMG -
Belo Horizonte - MG, Brasil), Ana Paula Paes de Paula (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Anatalia Saraiva
Martins Ramos (UFRN - Natal - RN, Brasil), André Lucirton Costa (USP/FEA-RP - Ribeirão Preto - SP, Brasil),
Andre Luis de Castro Moura Duarte (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Andre Ofenhejm Mascarenhas (Zetesis
- Sao Paulo - SP, Brasil), Andrea Lago da Silva (UFSCAR – São Carlos – SP, Brasil), Anielson Barbosa da Silva
(UFPB - João Pessoa - PB, Brasil), Antonio Domingos Padula (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Antonio Lopo
Martinez (FUCAPE - Vitoria - ES, Brasil), Antonio Moreira de Carvalho (PUC Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil),
Antonio Navarro-García (Universidad de Sevilla - Sevilha, Espanha), Bento Alves da Costa Filho (Ibmec-DF -
Brasília - DF, Brasil), Bill Cooke (University of York- Heslington, Reino Unido), Carlos Jesús Fernández Rodríguez
(Universidad Autónoma de Madrid - Madrid, Espanha), Carlos L. Rodriguez (UNCW - Wilimigton - NC, Estados
Unidos), Cesar Alexandre de Souza (USP-FEA - São Paulo SP, Brasil), Claudio R. Lucinda (USP/FEA-RP
- Ribeirão Preto - SP, Brasil), Dario de Oliveira Lima Filho (UFMS - Campo Grande - MS, Brasil), Delane
Botelho (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Denise Del Prá Netto Machado (FURB - Blumenau - SC, Brasil),
Diego Rene Gonzales Miranda (Universidad EAFIT - Medellín, Colômbia), Diogo Henrique Helal (UFPB - Joao
Pessoa - PB, Brasil), Domingo Garcia-Perez-de-Lema (UPCT - Cartagena, Espanha), Edgard Barki (FGV-EAESP
- São Paulo - SP, Brasil), Edmilson de Oliveira Lima (UNINOVE - São Paulo - SP, Brasil), Eduardo Andre Teixeira
Ayrosa (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ely Laureano de Paiva (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Eric
David Cohen (Ibmec-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Eric van Heck (Erasmus University - Rotterdam, Holanda),
Fábio Frezatti (USP-FEA - São Paulo - SP, Brasil), Fernanda Finotti Perobelli (UFJF - Juiz de Fora - MG, Brasil),
Francisco Javier Rondán Cataluña (Universidad de Sevilla - Sevilla, Espanha), Gláucia Maria Vasconcellos Vale
(PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Glicia Vieira (UFES - Vitoria - ES, Brasil), Graziela Comini (USP-FEA
- São Paulo - SP, Brasil), Graziela Dias Alperstedt (UDESC - Florianópolis - SC, Brasil), Heitor Almeida (College
of Business at Illinois - Champaign, Estados Unidos), Henrique Luiz Côrrea (CRUMMER - Flórida - FL, Estados
Unidos), Janete Lara de Oliveira (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), João Luiz Becker (UFRGS - Porto Alegre
- RS, Brasil), Jorge Verschoore (São Leopoldo – RS, Brasil), José Antônio Gomes Pinho (UFBA - Salvador - BA,
Brasil), José Henrique de Faria (UFPR - Curitiba - PR, Brasil), José Mauro C. Hernandez (USP-EACH - São Paulo
- SP, Brasil), Luciano Barin Cruz (HEC-Montréal - Québec, Canada), Luiz Artur Ledur Brito (FGV-EAESP - São
Paulo - SP, Brasil), Maria Alexandra Cunha (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Maria Ceci Araújo Misoczky
(UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Mário Aquino Alves (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Mario Sacomano
Neto (UNIMEP - São Paulo - SP, Brasil), Marlei Pozzebon (HEC-Montréal - Québec, Canada e FGV-EAESP - São
Paulo - SP, Brasil), Mateus Canniatti Ponchio (ESPM - São Paulo - SP, Brasil), Mauricio Reinert (UEM - Maringá -
PR, Brasil), Patricia Mendonça (USP-EACH - São Paulo - SP, Brasil), Paulo Bastos Tigre (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ,
Brasil), Paulo Roberto Barbosa Lustosa (UnB - Brasília - DF, Brasil), Rafael Alcadipani (FGV-EAESP - São Paulo -
SP, Brasil), Rafael Goldszmidt (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ramón Valle Cabrera (Universidad Pablo
de Olavide - Sevilha, Espanha), Rebecca Arkader (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ricardo Ratner Rochman
(FGV/EESP - São Paulo - SP, Brasil), Roberto Patrus Mundim Pena (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil),
Rodrigo Bandeira-de-Mello (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Rodrigo Ladeira (UNIFACS - Salvador - BA,
Brasil), Salomão Alencar de Farias (UFPE - Recife - PE, Brasil), Sérgio Bulgacov (FGV-EAESP - São Paulo - SP,
Brasil), Sérgio Giovanetti Lazzarini (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Silvana Anita Walter (FURB - Blumenau -
SC, Brasil), Sônia Maria Fleury (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Tales Andreassi (FGV-EAESP - São Paulo
- SP, Brasil), Teresia D. L. van Ad. de Macedo-Soares (PUC-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Thomas Brashear
Alejandro (University of Massachusetts Amherst - Amherst - MA, Estados Unidos), Vinicius Brei (UFRGS - Porto
Alegre - RS, Brasil), Wilson Toshiro Nakamura (MACKENZIE – São Paulo – SP, Brasil).
COMITÊ DE POLÍTICA EDITORIAL
Carlos Osmar Bertero, Eduardo Diniz, Flávio Carvalho de Vasconcelos, Francisco Aranha, Luiz Artur Ledur Brito,
Maria José Tonelli, Maria Tereza Leme Fleury, Tales Andreassi, Thomaz Wood Jr.
EDITORA-CHEFE
Maria José Tonelli
EDITOR-ADJUNTO
Felipe Zambaldi
EDITORA DE LIVROS
Roseli Morena Porto
A RAE - Revista de
Administração de
Empresas foi impressa
com papel proveniente
de madeira certificada
FSC e de outras
fontes controladas.
A certificação FSC
e uma garantia ao
meio ambiente e
aos trabalhadores
florestais.
Publicação bimestral da Fundação Getulio Vargas
Escola de Administração de Empresas de São Paulo
Apoio:
PESQUISA E CONHECIMENTO | V. 57, N. 1, JANEIRO-FEVEREIRO 2017
RAE – Revista de Administração de Empresas / Fundação Getulio Vargas.
Vol. 1, n. 1 (maio/ago. 1961) - . - Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1961 - v.; 27,5cm.
Quadrimestral: 1961–1962. Trimestral: 1963–1973. Bimestral: 1974–1977.
Trimestral: 1978–1992. Bimestral: 1992–1995. Trimestral: 1996–2010.
Bimestral: 2011–.
Publicada: São Paulo: FGV-EAESP, 1988–
ISSN 0034-7590
1.	Administração de empresas – Periódicos. I. Fundação Getulio Vargas. II.
	 Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
A RAE – Revista de Administração de Empresas adota a Licença de Atribuição (CC-
BY) do Creative Commons (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/br) em
todos os trabalhos publicados, exceto, quando houver indicação específica de
detentores de direitos autorais.
CDD 658
CDU 658
Janeiro/Fevereiro 2017
SUMÁRIO
EDITORIAL
8	 NOSSO FUTURO DEMANDA MAIS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA
	 Maria JoséTonelli
ARTIGOS
10	 REPOSICIONANDO CONCEITOS: A ORGANIZAÇÃO FORA DOS EIXOS
	 Demonstração dos limites do quadro teórico dominante nos estudos organizacionais por meio de
um estudo de caso, com apresentação de abordagens alternativas.
	 Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo e Helena Kuerten deSalles
22	 DINÂMICA COMPETITIVA E VANTAGEM DO PIONEIRO EM RECESSÕES ECONÔMICAS
	 Exame da evolução da dinâmica competitiva e da lucratividade empresarial quando ramos de
atividades estão sujeitos a recessões.
	 Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez e Luiz Mesquita
37	 CAPACIDADE TRANSACIONAL: EVIDÊNCIAS DO SISTEMA FINANCEIRO PERUANO
	 Análise sobre a capacidade transacional de empresas que operam no sistema financeiro peruano
por meio de estudos de casos múltiplos.
	 Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino e Bryan Iván Límaco-Mamani
51	 UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE DE IMPORTÂNCIA-DESEMPENHO PARA MEDIR A SATISFAÇÃO DE
FRANQUEADOS DE AGÊNCIAS DE VIAGENS
	 Contribuição à limitada literatura sobre satisfação com franquias de agências de viagens por meio
da identificação de forças e fraquezas do sistema sob a perspectiva do franqueado.
	 José M. Ramírez-Hurtado
65	 ESTRATÉGIAS DE COOPETIÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA
	 Proposições teóricas sobre estratégias de coopetição baseadas no Consórcio das Universidades
Comunitárias Gaúchas (Comung).
	 Fábio Dal-Soto e Jefferson Marlon Monticelli
79	 MODELO ESTRUTURAL DE GOVERNANÇA DA INFORMAÇÃO PARA BANCOS
	 Teste de um modelo de regressão estrutural de governança da informação (GI) com dados de um
levantamento realizado com os executivos de TI de bancos que atuam no Brasil.
	 Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada e Kuldeep Kumar
RESENHA
96	 DESVENDANDO O ENIGMA DAS FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
	 Israel José dos Santos Felipe
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
98	 PESQUISA QUANTITATIVA – ESCALAS DE MENSURAÇÃO
	 Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido e Daielly Melina Nassif Mantovani
99	 PESQUISA QUALITATIVA – MÉTODO BIOGRÁFICO: HISTÓRIA DE VIDA
	 Pedro Jaime
INFORMAÇÕES EDITORIAIS
101	 INFORMAÇÕES EDITORIAIS 2016
108	 COLABORADORES 2016
© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
January/February 2017
CONTENTS
EDITORIAL
8	 OUR FUTURE REQUIRES MORE FROM SCHOLARLY PRODUCTION
	 Maria José Tonelli
ARTICLES
10	 REPOSITIONING CONCEPTS: THE ORGANIZATION OUT OFF AXIS
	 The authors show the limits of the dominant theoretical framework in organizational studies by
means of a case study, including alternative approaches.
	 RebecadeMoraesRibeirodeBarcellos,EloiseHelenaLivramentoDellagnelo,andHelenaKuertendeSalles
22	 COMPETITIVE DYNAMICS AND EARLY MOVER ADVANTAGES UNDER ECONOMIC RECESSIONS
	 A study on the evolution of competitive dynamics and company profitability when industries are
subject to recessions.
	 Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez, and Luiz Mesquita
37	 TRANSACTION CAPABILITY: EVIDENCE FROM THE PERUVIAN FINANCIAL SYSTEM
	 An analysis of the transactional capacity of companies operating in the Peruvian financial system by
means of multiple case studies.
	 Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino, and Bryan Iván Límaco-Mamani
51	 THE USE OF IMPORTANCE-PERFORMANCE ANALYSIS TO MEASURE THE SATISFACTION OF TRAVEL
AGENCY FRANCHISEES
	 A contribution to the limited literature about satisfaction with travel agency franchises through the
identification of strengths and weaknesses from the perspective of the franchisee.
	 José M. Ramírez-Hurtado
65	 COOPETITION STRATEGIES IN THE BRAZILIAN HIGHER EDUCATION
	 Theoretical propositions about competition strategies based on the Consortium of Rio Grande do
Sul Community Colleges (Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas - Comung).
	 Fábio Dal-Soto and Jefferson Marlon Monticelli
79	 INFORMATION GOVERNANCE STRUCTURAL MODEL FOR BANKS
	 The authors tested a structural regression model in information governance (IG) with data collected
from IT executives at banks operating in Brazil.
	 Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada, and Kuldeep Kumar
BOOK REVIEW
96	 UNVEILING THE ENIGMA OF BEHAVIORAL FINANCE
	 Israel José dos Santos Felipe
BOOK RECOMMENDATIONS
98	 QUANTITATIVE RESEARCH – MEASUREMENT SCALES
	 Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido, and Daielly Melina Nassif Mantovani
99	 QUALITATIVE RESEARCH – BIOGRAPHIC METHOD: LIFE STORY
	 Pedro Jaime
EDITORIAL INFORMATION
101	 EDITORIAL INFORMATION 2016
105	 CONTRIBUTORS 2016
© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
SUMARIO
Enero/Febrero 2017
EDITORIAL
8	 NUESTRO FUTURO DEMANDA MÁS DE LA PRODUCCIÓN ACADÉMICA
	 Maria José Tonelli
ARTÍCULOS
10	 REPOSICIONANDO CONCEPTOS: LA ORGANIZACIÓN FUERA DEL EJE
	 Demostración de los límites del cuadro teórico dominante en los estudios organizacionales por
medio de un estudio de caso, con presentación de abordajes alternativos.
	 Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo y Helena Kuerten de
Salles
22	 DINÁMICA COMPETITIVA Y VENTAJAS DE PRECURSORES EN RECESIONES ECONÓMICAS
	 Examen de la evolución de la dinámica competitiva y de la rentabilidad empresarial cuando ramos
de actividades están sujetos a recesiones.
	 Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez y Luiz Mesquita
37	 CAPACIDAD TRANSACCIONAL: EVIDENCIAS DEL SISTEMA FINANCIERO PERUANO
	 Análisis sobre la capacidad transaccional de empresas que operan en el sistema financiero peruano
por medio de estudios de casos múltiples.
	 Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino y Bryan Iván Límaco-Mamani
51	 EL USO DEL IMPORTANCE-PERFORMANCE ANALYSIS PARA MEDIR LA SATISFACCIÓN DE FRANQUICIA-
DOS DE AGENCIAS DE VIAJES
	 Contribución a la limitada literatura sobre satisfacción con franquicias de agencias de viajes por
mediodelaidentificacióndefuerzasydebilidadesdelsistemadesdelaperspectivadelfranquiciado.
	 José M. Ramírez-Hurtado
65	 ESTRATEGIAS DE COOPETICIÓN EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR BRASILEÑA
	 ProposicionesteóricassobreestrategiasdecoopeticiónbasadasenelConsorciodelasUniversidades
Comunitarias del Sur de Brasil (Comung).
	 Fábio Dal-Soto y Jefferson Marlon Monticelli
79	 MODELO ESTRUCTURAL DE GOBERNANZA DE LA INFORMACIÓN PARA BANCOS
	 Prueba de un modelo de regresión estructural de gobernanza de la información (GI) con datos de un
relevamiento realizado con los ejecutivos de TI de bancos que actúan en Brasil.
	 Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada y Kuldeep Kumar
RESEÑA
96	 REVELANDO EL ENIGMA DE LAS FINANZAS COMPORTAMENTALES
	 Israel José dos Santos Felipe
RECOMENDACIONES BIBLIOGRÁFICAS
98	 ENCUESTA CUANTITATIVA – ESCALAS DE MEDICIÓN
	 Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido y Daielly Melina Nassif Mantovani
99	 ENCUESTA CUALITATIVA – MÉTODO BIOGRÁFICO: HISTORIA DE VIDA
	 Pedro Jaime
INFORMACIÓNES EDITORIALES
101	 INFORMACIÓNES EDITORIALES 2016
105	 COLABORADORES 2016
8
ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
RAE | Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP
EDITORIAL
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170101
NOSSO FUTURO DEMANDA MAIS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA
C
omeçamos 2017 com os necessários agradecimentos à
comunidade acadêmica em administração: autores, edi-
tores científicos, editores de fóruns e avaliadores ad hoc
que dispuseram de seu tempo para ajudar no aprimoramento
dos artigos aqui publicados. Agradecemos também à equipe
da RAE: Ilda Fontes, Denise Francisco Cândido, Eduarda Pereira
Anastacio, Andréa Cerqueira e Eldi Soares, que, como sempre,
trabalharam muito para a produção das revistas. Muito obriga-
da a todas.
Tradicionalmente, o primeiro número da revista traz o
balanço das atividades do ano passado, e nossos indicado-
res mostram que avançamos em internacionalização, qualida-
de editorial e aperfeiçoamento de processos. Em 2016, entre os
artigos publicados, 69% são em língua estrangeira, 12% a mais
que em 2015; contamos com 53% de autores estrangeiros (22%
acima do índice do ano anterior). Os pesquisadores internacio-
nais que mais têm colaborado com a RAE continuam vindo de
Portugal e Espanha, seguidos de América Latina & Caribe, EUA,
México & Canadá, Ásia & Oceania e Europa. O volume de sub-
missões deu sinais de estabilização: recebemos 943 artigos em
2016, quantidade próxima à de 2015 (946). Desde 2013, quan-
do foram submetidos 630 trabalhos, tínhamos a expectativa de
que estávamos no limite de submissões, mas vemos agora que
esse número está se estabilizando muito próximo a 1.000 arti-
gos/ano. O índice de rejeição de artigos por formato continua
alto: 40%, o que sinaliza a necessidade de esforços editoriais
e dos programas de pós-graduação para conscientizar os auto-
res sobre a necessidade de padronizar seu artigo nos critérios
de formato do periódico no qual deseja publicar. O percentual
de aceitação de artigos caiu de 6% para 5%, o que denota cui-
dado e rigor no processo de avaliação científica. Com relação ao
processo de trabalho na redação, em 2016, o prazo médio en-
tre aprovação e submissão caiu para 219 dias (11 dias a menos
que em 2015), o que é muito significativo no sistema de avalia-
ção triplo-cega de trabalhos submetidos à RAE. Todos os indi-
cadores estão disponíveis na página da RAE na internet: www.
fgv.br/rae.
Foi um bom ano para a RAE, mas acabamos de passar
por um período difícil no Brasil, e é impossível não mencionar
esse fato aqui, mesmo em se tratando de uma publicação aca-
dêmica. Aliás, justamente por isso, pois as publicações acadê-
micas brasileiras sofrem com a falta de qualidade, assim como
diversas outras atividades no País, uma deficiência que não re-
flete apenas o momento, mas é consequência de uma história
que tratou conhecimento como fonte de poder, e não como be-
nefício para a comunidade. A produtividade não é uma questão
apenas no campo da administração, mas nossa área precisa ur-
gentemente lidar com esse problema. Precisamos de mais qua-
lidade, precisamos estar presentes internacionalmente, mas
precisamos também atender às demandas de um país que so-
fre com o afastamento da universidade das necessidades da so-
ciedade. Antes de entrar numa pós-modernidade confusa, pre-
cisamos ajustar questões básicas da modernidade.
A RAE manteve seus artigos em sistema multilíngue, em
português, inglês e espanhol, preservando, na publicação, o
idioma original de submissão. Mas, a partir de 2018, todos os
trabalhos publicados serão bilíngues, ou seja, todos os artigos
submetidos em espanhol e português, se aprovados, serão tra-
duzidos para o inglês; aqueles em inglês, por sua vez, serão tra-
duzidos para o português. As novas diretrizes serão indicadas
em nosso site e comunicadas a toda a rede de colaboradores,
para que todos possam ajustar-se ao longo do ano. Pedimos
gentilmente sua atenção para essas mudanças.
Destacam-se, neste número, seis artigos: “Reposicionan-
do conceitos: A organização fora dos eixos” apresenta aborda-
gens alternativas na área de estudos organizacionais; “Compe-
titive dynamics and early mover advantages under economic
recessions” examina a evolução da dinâmica competitiva e lu-
cratividade empresarial; “Capacidad transaccional: Evidencias
del sistema financiero peruano” analisa a capacidade transa­
cional de empresas atuantes no sistema financeiro peruano;
“The use of importance-performance analysis to measure the
satisfaction of travel agency franchisees” examina as forças e
fraquezas do sistema de franquias sob a perspectiva do fran-
queado; “Coopetition strategies in the Brazilian higher educa-
tion” apresenta proposições teóricas sobre estratégias de co-
opetição; e “Modelo estrutural de governança da informação
para bancos” traz um levantamento com executivos de tecnolo-
gia da informação de bancos do Brasil.
Completam a edição uma resenha sobre o livro “Beha­
vioral finance and wealth management: How to build opti­mal
portfolios that account for investor Biases”, de Michael M. Pom-
pian, e duas indicações bibliográficas sobre pesquisas qualita-
tivas e quantitativas.
Desejamos a todos um Ano-Novo produtivo em pesqui-
sas! Esperamos também que aproveitem o conteúdo editorial e
todas as inovações que a RAE continuará oferecendo.
Maria José Tonelli | Editora-chefe
Professora da Fundação Getulio Vargas, Escola de
Administração de Empresas de São Paulo – SP, Brasil
ISSN 0034-7590
RAE | Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP 9
© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
EDITORIAL
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170101
OUR FUTURE REQUIRES MORE FROM SCHOLARLY PRODUCTION
W
e begin 2017 with the necessary acknowledgements to
the academic community in administration: authors,
scientific editors, forum editors and ad hoc reviewers
who took the time to help us improve the articles we publish
here. We also thank the RAE team: Ilda Fontes, Denise Francisco
Cândido, Eduarda Pereira Anastacio, Andréa Cerqueira and Eldi
Soares, who, as usual, worked hard to produce the journals.
Many thanks to each.
Traditionally, the first issue of the journal takes stock
of the previous year’s activities, and our indicators show we
have advanced in internationalization, editorial quality and
process enhancement. In 2016, of all articles published, 69%
were in a foreign language, 12% more than in 2015; we had
53% of foreign authors (22% above previous year’s rate). The
foreign researchers who have collaborated most with RAE were,
again, from Portugal and Spain, followed by Latin American &
Caribbean, USA, Mexico & Canada, Asia & Oceania and Europe.
The volume of submissions showed signs of stabilization: we
received 943 articles in 2016, close to the figure for 2015 (946).
Since 2013, when 630 works were submitted, we expected
to be in our submission limit, but now we see this figure is
stabilizing very close to 1,000 articles per year. Article rejection
rate due to format remains high: 40%, which signals the need
for efforts from editorial and graduate program to raise authors’
awareness about the need for them to standardize their articles
to the format criteria of the journal they wish to publish in.
Article acceptance rate declined from 6% to 5%, which denotes
care and rigor in the scientific review process. With regard to
the editorial office work process, in 2016, the average period
between approval and submission dropped to 219 days (11 days
less than in 2015), which is very significant in the triple-blind
review system for papers submitted to RAE. All indicators are
available at RAE’s web page: www.fgv.br/rae.
It was a good year for RAE, but we have just been through
a difficult period in Brazil, and it is impossible not to mention
this fact here, even though we are a scholarly publication. In
fact, precisely because of this reason, as Brazilian scholarly
publications suffer from a lack of quality, like several other
activities in the country, a deficiency that does not reflect only
the moment, but stems from a history of treating knowledge
as a source of power, rather than a benefit for the community.
Productivity is not an issue only in the field of administration,
but our area needs to deal with this problem urgently. We need
more quality, we need to be present at a global level, but we
also need to meet the demands of a country that suffers with the
university’s distance from the needs of society. Before entering
a confuse post-modernity, we must adjust basic questions of
modernity.
RAE has kept its articles in a multilingual system, i.e.,
in Portuguese, English and Spanish, preserving the original
language of submission. But as of 2018, all works published
will be bilingual, i.e., every article submitted in Spanish and
Portuguese, if approved, will be translated into English; those
in English will, in turn, be translated into Portuguese. The new
guidelines will be indicated in our website and communicated
to our whole network of collaborators, so that all can adjust
over the year. We kindly ask for your attention regarding these
changes.
Six articles form this issue’s highlights: “Reposicionando
conceitos: A organização fora dos eixos” presents alternative
approaches in the area of organizational studies; “Competitive
dynamics and early mover advantages under economic
recessions” examines the evolution of competitive dynamics
and firm profitability; “Capacidad transaccional: Evidencias del
sistema financiero peruano” analyzes the transactional capacity
of companies operating in the Peruvian financial system;
“The use of importance-performance analysis to measure
the satisfaction of travel agency Franchisees” examines the
strengths and weaknesses of the franchise system from the
perspective of the franchisee; “Coopetition strategies in the
Brazilian higher education” education presents theoretical
propositions about competition strategies; “Modelo estrutural
de governança da informação para bancos” brings a survey with
IT executives at banks in Brazil.
The issue closes with a review of the book “Behavioral
Finance and Wealth Management: How to build optimal
portfolios that account for investor biases”, by Michael M.
Pompian, and two book recommendations on qualitative and
quantitative research.
We wish you all a research-productive new year! We also
hope you enjoy the editorial contents and all the innovations
RAE will continue to offer.
Maria José Tonelli | Editor-in-Chief
Professor at Fundação Getulio Vargas, Escola de
Administração de Empresas de São Paulo – São Paulo – SP, Brazil
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ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21
REBECA DE MORAES RIBEIRO DE
BARCELLOS
rebeca.ribeiro@ufsc.br
Professora da Universidade Federal
de Santa Catarina, Departamento
de Ciências da Administração –
Florianópolis – SC, Brasil
ELOISE HELENA LIVRAMENTO
DELLAGNELO
eloise@cse.ufsc.br
Professora da Universidade Federal
de Santa Catarina, Departamento
de Ciências da Administração –
Florianópolis – SC, Brasil
HELENA KUERTEN DE SALLES
helenasalles@yahoo.com.br
Doutora em Administração pela
Universidade Federal de Santa
Catarina – Florianópolis – SC, Brasil
ARTIGOS
Submetido 08.09.2015. Aprovado 20.06.2016
Avaliado pelo processo de double blind review. Editor Científico: Rafael Alcadipani
REPOSICIONANDO CONCEITOS: A
ORGANIZAÇÃO FORA DOS EIXOS
Repositioning concepts: The organization out off axis
Reposicionando conceptos: La organización fuera del eje
RESUMO
O estudo das organizações de resistência, multiplicidade de experiências sociais desperdiçadas pelo
discurso organizacional dominante, é uma das ações políticas da crítica no contexto dos estudos
organizacionais. Ainda que o Brasil tenha uma longa trajetória crítica na análise das organizações,
as alternativas são frequentemente abordadas de modo abstrato, conceitual. Assim, por meio de
um estudo de caso do tipo intrínseco, analisamos a dinâmica organizacional do Circuito Fora do
Eixo (FDE), um agrupamento de coletivos de produção cultural independente, como uma organiza-
ção que se encontra no limite da formação social discursiva dominante. Por meio da análise do FDE,
procuramos demonstrar os limites do quadro teórico dominante no estudo sobre organizações, apre-
sentando abordagens alternativas que parecem mais adequadas para dar conta da ordem social em
que vivemos.
PALAVRAS-CHAVE | Circuito Fora do Eixo, teoria organizacional, burocracia, gerencialismo, resistência.
ABSTRACT
The study of resistance organizations, multiplicity of social experiences squandered by the dominant
organizational discourse, is one of the critical political actions in the context of organizational studies.
Although Brazil has a long critical path in critical analysis of organizations, the alternatives are often
addressed in an abstract and conceptual mode. Thus, through an intrinsic case study, we analyzed
the organizational dynamics of the Off Axis Circuit (FDE), a grouping of collectives that make indepen-
dent cultural production, as an organization at the limit of the dominant discursive social formation.
Through FDE analysis, we seek to demonstrate the limits of the dominant theoretical framework in the
study of organizations, presenting alternative approaches that seem more appropriate to explain the
social context in which we live
KEYWORDS | Off Axis Circuit, organizational theory, bureacracy, managerialism, resistance.
RESUMEN
El estudio de las organizaciones de resistencia, multiplicidad de experiencias sociales desperdiciadas
por el discurso organizacional dominante, es una de las acciones políticas de la crítica en el contexto
de los estudios organizacionales. Aunque Brasil tenga una larga trayectoria crítica en el análisis de
las organizaciones, las alternativas frecuentemente se abordan de modo abstracto, conceptual. Así,
por medio de un estudio de caso de tipo intrínseco, analizamos la dinámica organizacional del Cir-
cuito FDE - Fora do Eixo (Fuera del Eje Rio de Janeiro-São Paulo), un agrupamiento de colectivos de
producción cultural independiente, como una organización que se encuentra en el límite de la forma-
ción social discursiva dominante. Por medio del análisis del FDE, buscamos demostrar los límites del
cuadro teórico dominante en el estudio sobre organizaciones, presentando abordajes alternativos
que parecen más adecuados para entender el orden social en que vivimos.
PALABRAS CLAVE | Circuito Fora do Eixo, teoría organizacional, burocracia, gerencialismo, resistencia.
RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170102
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ISSN 0034-7590
AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles
© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21
INTRODUÇÃO
A discussão a respeito do conceito de organização não é recente
nos estudos organizacionais. Seja por meio dos questionamentos
levantados pelas perspectivas pós-modernistas ou críticas
(Alvesson & Deetz, 1996) ou pela tradição do pensamento crítico
brasileiro (Faria, 2009; Paula, 2001; Rodrigues & Carrieri, 2001;
Segnini & Alcadipani, 2014), são ricos os debates acerca das
limitações que a ideia dominante de organização nos impõe. De
acordo com Böhm (2006), por exemplo, o conceito de organização
é costumeiramente restrito à descrição do que se passa em
instituições gerencialistas, empresas e locais de trabalho,
posicionando a organização como uma entidade formal dentro
de estruturas estabelecidas da modernidade e do capitalismo.
Nestes termos, podemos dizer que a burocracia permanece como
modelo estruturante das organizações na modernidade (Clegg,
1998; Paula, 2002), e, com isso, predominam características
como hierarquia, existência de regras e normas, divisão do
trabalho, impessoalidade das relações, controle sobre as coisas
e sobre as pessoas, padronização, formalização e previsibilidade
(Höpfl, 2006; Kallinikos, 2004; Motta & Bresser-Pereira, 2004;
Tragtenberg, 1980).
A centralidade do mercado na sociedade moderna
acrescenta a essa perspectiva características gerencialistas que se
coadunam com o modelo burocrático, tornando-o individualista e
egoísta, centrado na propriedade privada, transformando objetos
e seres em mercadorias, exigente de eficácia e eficiência, sem
engajamento político e com pretensão à aplicação universal
(Abraham, 2007; Alcadipani, 2011; Böhm, 2006; Parker, 2002;
Solè, 2008).
Apesar da influência exercida pela literatura anglo-saxã
sobre o campo dos estudos organizacionais no Brasil (Misoczky
& Amantino-De-Andrade, 2005; Rodrigues & Carrieri, 2001), existe
no País uma longa tradição na reflexão crítica nos estudos sobre
organizações. Paula et al. (2011) e Faria (2009) ressaltam que
acadêmicos nacionais já realizavam trabalhos de natureza crítica
antes mesmo que se constituísse formalmente uma corrente na
Europa e nos Estados Unidos, destacando o pioneirismo de autores
como Guerreiro Ramos, Mauricio Tragtenberg e Prestes Motta.
Percebemos uma trajetória nacional de pesquisas que
ampliam os horizontes do conceito de organização, não se
restringindo à noção de empresa, mas debruçando-se sobre
a análise dos mais diversos objetos a partir de múltiplas
perspectivas teóricas, por exemplo, os estudos realizados sobre
as organizações da economia solidária (Andion, 2005; Costa
& Carrion, 2008; França, 2003, 2007; Paula et al., 2011), as
organizações autogestionárias (Faria et al., 2008; Misoczky, Silva,
& Flores, 2008; Moraes, 2010), as organizações substantivas
(Serva, 1997), a organização circense (Oliveira & Cavedon, 2015),
as escolas de samba (Tureta & Araújo, 2013), as organizações
híbridas (Wood, 2013) e a organização liminar (Meira, 2014).
De modo semelhante, temos a indicação feita por
Alcadipani e Tureta (2009) a respeito da necessidade de
abertura para novos horizontes teóricos que nos auxiliem na
compreensão da vivência organizacional ou para o uso de
abordagens processuais, conforme é sugerido por Duarte e
Alcadipani (2016). Barros e outros pesquisadores enfocam o
uso da perspectiva histórica da administração, mostrando uma
visão alternativa no que se refere ao estabelecimento dos saberes
gerenciais (Barros & Carrieri, 2015; Barros, Cruz, Xavier, Carrieri,
& Lima, 2011). No mesmo sentido, Carrieri, Perdigão, e Aguiar
(2014) argumentam que o enfoque da gestão ordinária leva em
consideração os fatores históricos, sociais, culturais e identitários
que diferenciam os sujeitos na prática cotidiana, pluralizando a
gestão. Paula (2013) apresenta a abordagem freudo-frankfurtiana
e as estratégias metodológicas da pesquisa ação e socioanálise
como propostas alternativas para os estudos organizacionais,
colocando a emancipação e a autonomia não só como um tema
mas também como um valor a ser buscado pela própria prática
da pesquisa. Complementando essas ideias, temos Dellagnelo,
Böhm, e Mendonça (2014), ressaltando a possibilidade do uso
da teoria política do discurso nos estudos organizacionais para
auxiliar na compreensão das organizações de resistência.
Apesar da afirmação de Reedy (2014) segundo a qual a
rica tradição de analisar organizações não gerenciais raramente
figura nos estudos organizacionais, concordamos com Rodgers,
Petersen, e Sanderson (2016) quando afirmam que o interesse
da teoria organizacional acerca das organizações alternativas
tem crescido. Assim, no cenário internacional, também
verificamos a produção de conhecimentos sobre objetos atípicos
e abordagens alternativas das organizações. As pesquisas
sobre organizações anarquistas, por exemplo, demonstram
possibilidades alternativas por meio do desenvolvimento de
uma organização não hierárquica (Land & King, 2014), ou, como
argumentam Sutherland, Land, e Böhm (2014), nesse tipo de
organização, as posições individuais de liderança são negadas,
tendo seu significado redefinido pelos próprios sujeitos. Outros
autores também vêm oferecendo contribuições valiosas para
esse cenário, como Imas e Weston (2012) e sua análise sobre
experiências e narrativas de organização e gestão dos pobres
e marginalizados no Brasil e Zimbábue; Schneiberg, King, e
Smith (2008), sobre a contribuição dos movimentos sociais
para a diversidade institucional; Spicer e Böhm (2007), sobre
organizações e movimentos de resistência; Ibarra-Colado (2006),
com a reflexão sobre a necessidade de superarmos o colonialismo
nos estudos organizacionais; e Cheney, Cruz, Peredo, e Nazareno
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ARTIGOS | Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos
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(2014), cujo destaque são os principais desafios enfrentados
pelas cooperativas no contexto atual.
Estudos como esses evidenciam que as forças que buscam
um posicionamento absoluto da realidade sempre estarão
sujeitas à resistência. Esta é uma das ações políticas da crítica
no contexto dos estudos organizacionais. As organizações de
resistência, portanto, são apontadas como espaços de construção
de possibilidades alternativas de organização, no sentido de
trazer à tona a existência de uma multiplicidade de experiências
sociais desperdiçadas pelo discurso organizacional dominante
(Santos, 2002). Nesse sentido, Carrieri (2004), Misoczky, Flores, e
Böhm, (2008), Morais e Paula (2010), Zilio, Barcellos, Dellagnelo,
e Assman (2012) e Barcellos, Dellagnelo, e Salles (2014), entre
outros autores, enfatizam experiências de organizar que desafiam
o modelo dominante.
Visando colaborar com esse debate, apoiamo-nos na força
de um caso empírico, esforço que não é comum na trajetória crítica
nacional, para trazer à luz uma experiência de organizar que se
contrapõe ao pensamento dominante. Assim, neste trabalho,
analisamos a dinâmica do organizar do Circuito Fora do Eixo
(FDE), um coletivo cultural, como uma organização que se encontra
no limite da formação social discursiva dominante, resistindo
à realidade das organizações continuamente produzida pelos
acontecimentos do projeto moderno (Barcellos & Dellagnelo, 2013).
Sua existência é possível, pois nenhuma hegemonia consegue
dar conta de toda a realidade social, sendo sempre desafiada por
forças de subversão e resistência (Laclau & Mouffe, 2001).
Assim, concordamos com Reedy (2014), segundo o qual
as alternativas são frequentemente abordadas de modo abstrato,
conceitual, e, a fim de que possamos demonstrar um organizar
considerado impossível pela literatura dominante, faz-se
necessário analisar mais detalhadamente as práticas cotidianas
de grupos protagonistas.
Por meio da análise do FDE, procuramos demonstrar
os limites do quadro teórico dominante no estudo sobre
organizações. Na medida em que nos aproximamos do FDE,
percebemos que seu fluxo contínuo e sua dinâmica particular
dificilmente se enquadram sob as lentes das teorias dominantes
nos EOs. Ao contrário, há uma multiplicidade de abordagens,
cada qual com suas contribuições, capazes de auxiliar na
compreensão de aspectos diversos de uma organização em
constante movimento, uma organização de organizações, com
suas múltiplas dimensões. Assim, apresentar um caso empírico
não adequado à teoria dominante expõe as fragilidades da
abordagem teórica que se apresenta como suficiente para dar
conta da ordem social em que vivemos.
Portanto, nosso objetivo neste trabalho é evidenciar
a limitação do uso de um enfoque teórico dominante,
apostando na multiplicidade de visões sobre diferentes
aspectos organizacionais que serão destacados. Para isso,
apresentamos, na sequência, os procedimentos metodológicos
utilizados em nossa pesquisa com o FDE e, em seguida,
discutimos seus processos organizacionais, contrapondo-os
aos conceitos burocráticos e gerenciais. Ao mesmo tempo,
recorremos a pesquisas desenvolvidas anteriormente as quais,
no nosso entendimento, ajudam a compreender a dinâmica
organizacional do FDE. Após a apresentação do caso, colocamos
as considerações finais, destacando nossas reflexões sobre o
aprendizado alcançado.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A investigação social é uma práxis distintiva que, ao ser executada,
transforma a própria teoria e os próprios objetivos que a orientam,
de modo que a ação e o pensamento, a prática e a teoria estão
ligadas em um processo contínuo de reflexão e de transformação
(Schwandt, 2006). Nesse processo, a escolha das práticas de
pesquisa depende das perguntas que são feitas, as quais, por
sua vez, dependem do seu contexto e do que o pesquisador pode
fazer naquele cenário (Denzin & Lincoln, 2006).
Nesta pesquisa, optamos por um estudo de caso
intrínseco, estratégia de pesquisa sugerida por Stake (2000)
quando há um caso que desperta interesse em si. No estudo de
caso intrínseco, investiga-se um fenômeno no contexto da vida
real, buscando todas as particularidades do fenômeno em sua
especificidade histórica (Stake, 2000). A intenção, ao utilizar
essa estratégia, foi compreender a situação em profundidade,
enfatizando seu significado para os indivíduos envolvidos no
processo. Entendemos o FDE como uma oportunidade ímpar
de aprendizado sobre processos organizacionais alternativos
e suas aproximações e distanciamentos do modelo dominante,
ou seja, nos interessamos pelo caso em si, com todas as suas
particularidades, caracterizando-se o trabalho como um estudo
de caso intrínseco (Stake, 2000).
Coletamos os dados sobre a organização no período
de outubro de 2010 a setembro de 2012. Inicialmente,
acompanhamos o Circuito por meio de sites, blogs, palestras e
vídeos disponíveis na internet, já que o FDE tem uma estratégia
forte de exposição, havendo abundância de material disponível
nesse tipo de mídia. No início de 2011, estabelecemos o primeiro
contato pessoal com o FDE, recebendo autorização e amplo
incentivo para o desenvolvimento da pesquisa, em forma de
disponibilidade irrestrita dos membros para colaborar com o
processo de levantamento dos dados. Esse processo ocorreu
por meio de observação direta, entrevistas e dados secundários.
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Observamos o cotidiano de organização pelo
acompanhamento de fóruns e listas virtuais de discussão
de março de 2011 a setembro de 2012. Entrevistamos dois
fundadores do Circuito em atividades relacionadas ao FDE na
cidade de Florianópolis. Assistimos a uma reunião do Ponto de
Articulação Nacional e, em setembro de 2012, participamos de
uma imersão na Casa Fora do Eixo São Paulo (Cafesp). Durante três
dias, vivenciamos o cotidiano da Casa, recebemos informações
sobre o surgimento e a evolução do circuito e participamos de
atividades como a organização da festa de aniversário da Revista
Fórum, que ocorreu no terceiro dia. Nesse período, entrevistamos
oito moradores, entre eles dois fundadores, três gestores e três
membros mais recentes. Entrevistamos também três membros
que não residiam na Casa e quatro pessoas que não fazem parte
dos coletivos, mas são parceiros do circuito. As entrevistas tiveram
como objetivo compreender a história da organização a partir dos
relatos de seus participantes e os significados atribuídos por eles
às questões de interesse da pesquisa (Godoy, 2006).
Os dados secundários tiveram origem em uma série de
documentos aos quais o FDE nos permitiu acesso, como: e-mails,
planilhas, banco de atas, regimento interno, carta de princípios
e modo de organização. Além disso, analisamos depoimentos
sobre o FDE disponíveis na internet.
A análise dos dados, em consonância com a perspectiva
qualitativa, foi interpretativa e ocorreu ao longo e depois da
coleta de dados. De acordo com Godoy (2006), esse tipo de
análise é coerente com o estudo de caso qualitativo, devendo
ser desenvolvido de modo concomitante e/ou cíclico com a coleta
de dados. As reflexões que apresentamos a seguir são o resultado
desse processo cíclico, de maneira que a teoria e a prática se
coadunam, procurando oferecer uma visão mais abrangente do
fenômeno em estudo.
APROXIMANDO-SE DO MODO FORA DO
EIXO DE ORGANIZAR
O FDE é um coletivo de produção cultural independente
composto por cerca de 200 coletivos presentes em todos os
estados brasileiros. No contexto das transformações ocorridas
na indústria fonográfica na década de 1990 (Marchi, 2011; Nakano,
2010) e na política do Estado brasileiro na área da cultura com
a chegada da esquerda ao poder em 2002 (Rubim, 2010), o FDE
surge em 2005 como uma alternativa para que artistas fora do
eixo geográfico Rio de Janeiro-São Paulo viabilizassem a produção,
circulação e distribuição de produtos e experiências culturais
marginalizadas pelas estruturas de produção cultural dominantes
no País, o chamado mainstream.
Os coletivos articulados pelo FDE, chamados no
âmbito local de Pontos Fora do Eixo, existem em mais de 180
cidades brasileiras e atuam de maneira autônoma localmente,
mobilizando diretamente cerca de duas mil pessoas. Em algumas
cidades, os coletivos existem na forma de Casas Fora do Eixo,
locais nos quais os membros dos coletivos residem e trabalham.
Essas Casas, como pudemos observar na imersão realizada na
Cafesp, são espaços de vida e trabalho para os membros, mas
são também espaços simbólicos que evidenciam socialmente a
existência da organização.
Da conexão oportunizada pela articulação local dos
coletivos, surgem instâncias como: Colegiados Regionais, Frentes
Temáticas, Simulacros e Casas Regionais. Essas instâncias
representativas e executivas são formadas por membros dos
coletivos locais que se autoindicam. E, no âmbito nacional,
as decisões são tomadas pelo Ponto de Articulação Nacional,
instância deliberativa virtual, com cerca de 140 representantes
autoindicados. A Figura 1 ajuda a compreender a estrutura política
do FDE:
Figura 1.	Modo de organização político
Pontos fora do eixo
Casas fora do eixo
Parceiros
Categoria 1
Organizações
e pessoas
PAN
Agência de cooperação
internacional
Categoria 3
Ponto de articulação
nacional (PAN) e
internacional
Colegiados regionais
Frentes e simulacros
Casas regionais
Categoria 2
Instâncias
representativas e
executivas
Fonte: Recuperado de Portal Transparência Fora do Eixo (2013)
A figura procura demonstrar o esforço de organização do
Circuito, tanto pela sistematização de uma estrutura de trabalho
como pela opção por uma estrutura que contribua para articulação
dos interesses de diferentes grupos. Apesar da estrutura formal, o
FDE não é formalizado por meio de inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas (CNPJ) ou outro tipo de registro legal. Quando
necessário, o FDE utiliza o CNPJ de um dos 18 coletivos, que o
disponibiliza para ocasiões como a participação em editais, por
exemplo. Entendemos o uso compartilhado desses registros
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como forma de recusa à propriedade, se considerarmos que o
CNPJ é um aspecto importante de identificação das organizações
formais no nosso contexto institucional, viabilizando vínculos
com Estado ou iniciativa privada.
O modo de organizar político representado na Figura 1
foi idealizado no primeiro Congresso Fora do Eixo, realizado
no Acre, em 2009, quando membros do FDE perceberam que,
para viabilizar a circulação e distribuição de produtos culturais
fora da cadeia produtiva da música no Brasil, seria necessária
uma estrutura capaz de articular os esforços dos diferentes
coletivos. Conforme pudemos observar, até aquele momento,
o organizar do Circuito era produzido essencialmente nas
discussões realizadas por meio de listas de e-mails, conversas
on-line e compartilhamentos espontâneos de “modos de fazer”
entre coletivos. Naquela oportunidade, foram elaboradas as
primeiras versões do Regimento Interno, da Carta de Princípios
e do Modo de Organização, revelando que a organização passa
a se preocupar com certo nível de formalização, com o registro
em documentos de alguns princípios e regras.
Esses documentos sofrem periodicamente revisões
coletivas, para adaptá-los às novas situações enfrentadas pelo
Circuito. Nessas revisões, observamos que há constante atenção
às nomenclaturas e formas dadas às representações gráficas,
de maneira que, em oposição a termos como organograma e
estrutura, são adotados termos como “modo de organizar” e
“modo de organizar político”. A representação circular da estrutura
sugere o distanciamento da noção burocrática de hierarquia,
quer na sua forma tradicional (Motta & Bresser-Pereira, 2004;
Tragtenberg, 1980), quer na sua forma flexível (Fournier & Grey,
1999; Höpfl, 2006).
Ainda quanto à formalização, ela foi percebida em práticas
como editais para a seleção de membros para imersão em Casas
Fora do Eixo. No entanto, a formalização parece ser adotada para
atender à necessidade de democratização das oportunidades
criadas pelo Circuito, por meio de mecanismos que tornem os
processos transparentes e acessíveis a todos os interessados.
A necessidade de organizar vivenciada pelo FDE vai
ao encontro do proposto por Malatesta (1927), para quem a
organização é a prática da cooperação e da solidariedade, uma
condição natural e necessária da vida social, inextricável da
sociedade humana e de todo grupo que tenha algum objetivo
a alcançar. O que importa é como organizar, rejeitando o
hierarquismo em sua essência de constituir um grupo ao
qual cabe (co)ordenar os demais. Moraes (2010) reforça essa
perspectiva ao afirmar que as regras de tomada de decisão
precisam ser conhecidas por todos, o que apenas pode acontecer
se estão formalizadas, portanto a normalização não implica a
imposição de um modelo de heterogestão.
Desse modo, apesar de um movimento de verticalização,
o qual se expressa por meio da constituição de instâncias
deliberativas, a representação se coloca como uma forma
encontrada pelo FDE para viabilizar a participação nas tomadas
de decisão. Para isso, mescla práticas de atuação e decisão direta
com práticas de representação, predominando a horizontalidade.
Essa dinâmica alinha-se ao proposto por Malatesta (1927),
cujo argumento esclarece que, se uma organização for baseada
na plena autonomia dos indivíduos e grupos, ainda que sofra
com as imperfeições da representatividade, estará isenta de
autoritarismo, pois não há imposição das decisões. A atuação
direta dá-se pela participação ativa dos membros nos seus
respectivos coletivos, com a plena autonomia que estes têm
na sua gestão.
Além disso, a noção de comando e subordinação é
subvertida pela ampla diversidade de responsabilidades
assumidas por todos. Assim, o indivíduo que é responsável por
um processo coloca-se a serviço de outro em momentos diversos,
tecendo uma teia de relações que não permite estabelecer
escalonamento ou hierarquização entre as pessoas, ainda que
haja figuras de liderança com maior evidência em determinados
momentos. Essa diluição de uma personalidade representativa do
Circuito parece coerente com a forma como se exerce o poder na
vivência cotidiana dos coletivos. Uma das pessoas entrevistadas
nos afirmou que a lógica do FDE não é hierárquica:
[...] a gente consegue, enquanto fora do eixo, li-
dar de uma maneira muito rizomática – digamos
assim – com o que já se propõe nesse campo,
não hierárquica. É claro que há níveis de coor-
denação dentro do movimento, mas eles são os-
cilantes e circunstanciais. Se hoje, por exemplo,
alguém é coordenação no fora do eixo, quer di-
zer que ontem foi base e amanhã vai ser base de
novo – se coordena um núcleo, é provavelmente
base em outro. (Entrevistado 1)
Embora os membros do Circuito afirmem que as atividades
de coordenação são temporárias e que não há o exercício de uma
liderança formal, consideramos que a liderança é um aspecto
polêmico na dinâmica do FDE. Não há como ignorar a destacada
atuação de um de seus membros, Pablo Capilé. Capilé tem sido
um dos principais interlocutores do FDE com a mídia e o principal
articulador em reuniões do Colegiado. Em nossa imersão na
Cafesp, esse protagonismo ficou evidente em momentos como
a chegada de autoridades políticas a um evento que ocorria na
Casa, quando Capilé era chamado para receber os convidados.
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AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles
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Sobre esse aspecto, parece interessante considerar a
posição de Freire (2005), para quem a liderança é necessária
ao processo de organização da luta. Nesse sentido, o papel de
liderança de Capilé no FDE poderia ser visto como um exercício de
“fazer junto com” em vez de “fazer para”. Na entrevista que fizemos
com Capilé, ele afirmou que havia uma preocupação manifesta
de todo o FDE em diluir sua imagem de líder, articulando outros
agentes.
Esse movimento relativamente vertical tende a ser
compensado, em parte, pela autonomia que os coletivos
dispõem para tomar suas decisões, definir sua atuação local,
e pela autonomia dos agentes em seus processos de trabalho,
numa perspectiva de autogestão. Moraes (2010) sugere que a
autogestão é a produção de meios em uma organização que
declina de qualquer estrutura hierárquica, coerente com os
princípios da liberdade e igualdade, na qual todos têm direitos
iguais à participação. No FDE, não há o exercício da autoridade
de uns sobre outros, pois o integrante que assume a coordenação
em um determinado processo assume tarefas operacionais em
outros. Nesse sentido, consideramos na seção seguinte como o
organizar coletivo acontece no cotidiano.
O COTIDIANO DE PRODUÇÃO COLETIVA
DO FDE
No FDE, procura-se decidir predominantemente por consenso.
De acordo com Innes (2004), para ser considerado consenso,
é preciso a inclusão de todos os interessados na decisão,
participantes que decidam suas próprias regras, definam suas
agendas e tenham pleno acesso às informações. No FDE, o
consenso é considerado muito importante para qualificar as
decisões tomadas, como explica um membro:
[...] a gente evita votar porque a democracia é a
ditadura da maioria, e o cara que não é conven-
cido de que a pauta dele não é a melhor naque-
le momento, ele pode não se comprometer tan-
to com a ação quanto se ele estiver convencido.
Então, a gente acha que vale mais a pena esgotar
um debate por horas do que “tratorar” uma opi-
nião muito sólida de uma pessoa que seja. (En-
trevistado 9)
Em contraste com a eficiência, foco das organizações
burocráticas, no FDE prevalecem as decisões tomadas a partir
de diálogos, não impondo limites de tempo e conteúdo e
viabilizando o acesso às informações a todos os participantes.
Essa característica vai ao encontro do relatado por Misoczky et al.
(2008) e Misoczky et al. (2008) em casos como o da resistência às
papeleiras e o das mães da Praça de Maio, ambos na Argentina.
Uma questão controversa é o fato de que a participação
e a fala são aceitas na medida da dedicação e contribuição do
indivíduo para o coletivo. Internamente, isso é chamado de
“lastro para fala”, conforme ilustra uma pessoa entrevistada:
Num ambiente como esse, com muitas pessoas,
onde todo mundo se acha genial, todo mundo
acha que sabe de tudo, que entende de tudo, se
a gente não criasse um campo de normatização,
seria uma loucura, um debate eterno. Para po-
der estruturar isso é que temos como princípio
o construir lastro pra fala. Ou seja, a sua ocupa-
ção de espaço, o tanto que você vai falar, o tan-
to que a sua voz vai repercutir, está muito ligado
ao tanto que você está trabalhando. Pensando
localmente, você vai montar um coletivo, aí vai
ter aquele cara que só vai na reunião do sábado,
e chega na reunião do sábado e sai falando blá
blá blá. Só que na segunda-feira ela não está lá
para fazer aquela ideia genial acontecer. Aí você
tem que falar com o cara: seguinte, construir las-
tro para fala – se você não estiver aqui todo dia,
o tanto que você vai falar vai ser proporcional ao
tanto que você trabalha, e isso em todas as esfe-
ras. (Entrevistado 3)
Observamos que o “lastro para fala” restringe a fala
àqueles que são percebidos como efetivamente comprometidos
e dedicados ao FDE, de modo que, com a convivência e a imersão
profunda na dinâmica do grupo, tende a haver um alinhamento
intenso de visões. Ainda, tamanha imersão estabelece uma vida
coletiva na qual o indivíduo está sob constante avaliação do
grupo, o que pode favorecer posturas de aceitação diante dele,
com a finalidade de evitar confrontos.
No FDE, há um esforço para o compartilhamento massivo
de informações. Todos os documentos da organização estão
disponíveis em uma base de dados de livre acesso a qualquer
integrante do Circuito.
Além disso, nas listas de e-mails do Circuito, veiculam-se
diariamente relatos de experiências locais, editais de vivência e
de financiamento externos, informações sobre cursos e eventos,
entre outros assuntos, disseminando a informação por todo o
Circuito.
As redes sociais e tecnologias são amplamente utilizadas
e alimentadas pelos coletivos, proporcionando uma intensa
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conexão entre integrantes do FDE. Destacamos também que
a comunicação é colaborativa, já que qualquer integrante
pode interferir na discussão, lançar uma pauta para o banco
de pautas que organiza as comunicações de abrangência
nacional do Circuito ou para serem discutidos em reuniões
gerais. A colaboratividade e o compartilhamento evitam o acesso
privilegiado às informações, em oposição à tradição gerencialista
na qual o acesso à informação é controlado e restrito a poucos
(Parker, Fournier, & Reedy, 2007).
AS RELAÇÕES DO FDE E SEUS
INTEGRANTES
Na parede da cozinha da Cafesp, durante nossa estada, um
quadro informava: “Hoje somos 24 moradores”. As chamadas
Casas Fora do Eixo são sedes-moradia nas quais os integrantes
vivem e trabalham. Adotadas depois de certo tempo por mais de
20 coletivos, nas CAFEs, o compartilhamento dos modos de vida
busca criar relações altamente personalizadas, muito diferente
da impessoalidade das organizações burocráticas (Kallinikos,
2004; Motta & Bresser-Pereira, 2004; Tragtenberg, 1980).
Nesses espaços, as pessoas compartilham os meios físicos
de produção, como computadores, internet e energia elétrica, e
também os meios para a produção da vida cotidiana de seus
moradores: dormitórios, refeições, banheiros, roupas. É uma
experiência radical de compartilhamento, vista também como
uma tecnologia de gestão:
Nós entendemos a CAFE como uma tecnolo-
gia de gestão. Se cada um fosse alugar um lu-
gar para morar, seriam 16 contas de aluguel, de
luz, de água, de telefone, de internet. Além dis-
so, com todo mundo morando e trabalhando no
mesmo lugar, a gente tem muito menos proble-
mas de comunicação. (Entevistado 6)
As CAFEs ampliam a visibilidade do Circuito e têm
importância simbólica para os integrantes do FDE, pois
concretizam socialmente uma experiência de organização. São
comunidades nas quais a vida individual é subordinada à coletiva,
de maneira avessa ao individualismo que caracteriza um dos
pressupostos fundamentais do mundo moderno (Dumont, 2000).
Uma das tecnologias que dão sustentação a esse modo
de vida é a prática do caixa coletivo, existente nas Casas Fora
do Eixo e também nos coletivos. O caixa coletivo consiste em
um recipiente de madeira e um livro-caixa. É também uma
conta bancária a que todos os integrantes da Casa têm acesso.
Os integrantes da CAFEs, por exemplo, convivem com essa
dinâmica. A exigência, pactuada entre todos, é que todo gasto
seja anotado no livro-caixa para que se saiba de quanto se
dispõe. O caixa coletivo é provisionado por toda arrecadação,
individual ou coletiva, de trabalhos dentro ou fora do FDE. Com
essa arrecadação, são pagas as despesas dos moradores da casa,
como: alimentação, luz, internet, cigarros, gasolina, vestuário.
Na visão dos integrantes, o caixa coletivo potencializa
o coletivo porque são várias pessoas trabalhando em prol do
desenvolvimento do coletivo. O caixa coletivo é, ainda, uma
experiência cuja sobrevivência individual está atrelada ao que
o coletivo consegue realizar. Conforme um entrevistado:
é um trabalho mesmo de desapego aqui. Existe
toda uma cultura onde a gente cresceu pra ter um
ótimo emprego, [...] mas entender que você con-
segue dessa forma (caixa coletivo) atender todas
as suas necessidades sem precisar desse tipo de
acúmulo. Aqui na casa a gente não acumula gra-
na, mas todo mundo tem tudo o que precisa: com-
putador pra trabalhar, comida, cigarro, Coca-Cola
todo dia no almoço, todo dia tem [...] E as coisas
que não estão dentro desse campo, que é o cho-
colate que eu gosto, eu pego o dinheiro do caixa
e compro e todo mundo tem isso. [...] a gente con-
segue conviver muito bem no coletivo com todo
mundo e com um respeito muito grande pela indi-
vidualidade de cada um, das necessidades indivi-
duais de cada um. (Entrevistado 5)
Na prática, como os integrantes da CAFE têm autonomia
para a realização dos gastos, o caixa coletivo implica pensar
coletivamente, demandando solidariedade e responsabilidade na
utilização dos recursos. Aliás, a noção de propriedade pareceu-
nos bastante difusa nos coletivos, tendo em vista que o espaço
e os recursos de trabalho, a residência e os recursos materiais
são de posse de todos. Essa perspectiva se opõe à noção de
propriedade, elementar nas formas organizacionais dominantes
(Abraham, 2007; Proudhon, 1988; Solé, 2008; Tragtenberg, 1980).
A forma alternativa de relação entre os indivíduos e
o FDE também foi observada na maneira como organizam
e dividem o trabalho. Percebemos que as atividades são
exercidas de acordo com a afinidade das pessoas para sua
execução, independentemente do seu conhecimento técnico ou
experiência prévia. Algumas frentes de atuação do FDE surgiram
justamente desses desejos de pessoas que assumiram o desafio
de desenvolver novos focos de atuação para o Circuito. Um
entrevistado nos contou:
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Eu entrei sem saber nada de comunicação, mas
eu queria entrar na comunicação e estou até
hoje trabalhando com comunicação, mas já tra-
balho com produção, enfim, conheci outras áre-
as da cadeia cultural [...] tem muita gente que en-
tra sem conhecimento em nenhuma área e como
eu, aprendi tudo de comunicação e hoje estou
trabalhando com isso. Então tem toda a cadeia
de produtores e agentes FDE trabalhando por afi-
nidade de produção mesmo. (Entrevistado 6)
Essa forma de pensar as tarefas diverge da maneira
dominante de divisão do trabalho da racionalidade burocrática,
na qual as pessoas são alocadas, de acordo com suas
capacidades técnicas, em cargos dispostos hierarquicamente
(Kallinikos, 2004). Uma outra divergência em relação à divisão do
trabalho das burocracias, discutida por Prestes-Motta e Bresser-
Pereira (2004) entre outros autores, é a inexistência de funções
fixas, já que no FDE as atividades dependem das demandas do
coletivo. Dessa forma, embora não seja formal, há uma prática
constante de troca de atividades entre os integrantes, incluindo as
posições de liderança, de modo que buscam o exercício do poder
alternadamente, de acordo com a natureza da atividade que está
sendo desenvolvida, contrastando com a premissa burocrática
de comando e obediência (Höpfl, 2006).
O FDE pretende que o desenvolvimento do indivíduo seja
traçado por ele mesmo, havendo abertura para o desenvolvimento
dos mais diversificados projetos. Para dar suporte a esse processo
de desenvolvimento, são proporcionadas oportunidades de
aprendizado, organizadas e articuladas pela Universidade Fora
do Eixo. A Universidade busca estimular o debate e a geração
de novas metodologias de formação, a partir da premissa de
livre acesso ao conhecimento. No entanto, essa estrutura é
entendida pelo FDE como um simulacro, já que desenvolve
práticas organizacionais próprias, em oposição às práticas das
organizações hegemônicas às quais elas se contrapõem. As
formações são baseadas em experiências empíricas, ou seja,
o FDE não nutre suas práticas em modelos teóricos, embora
tenha algumas inspirações nesse sentido, como explica uma
das pessoas entrevistadas, ao referir-se ao conceito de Zonas
Autônomas Temporárias (Bey, 2001):
Nós somos o império do empírico. [...] não foi a
partir da leitura do TAZ que a gente promoveu um
processo de criação de zonas autônomas tempo-
rárias, por exemplo. A gente conseguiu um nome
pra dar pra uma coisa que a gente já fazia. (En-
trevistado 7)
A máxima do Circuito é “aprender fazendo”, conforme
sugere a pedagogia freireana, e isso decorre da intensa interação
entre seus integrantes. Essas oportunidades de aprendizado são
entendidas como o maior ganho que os membros do Circuito
podem ter. Em um contexto onde a escassez de recursos
financeiros é uma realidade, o FDE está constantemente
debatendo que o principal retorno que as pessoas obtêm
em seus trabalhos é a realização de projetos grandiosos e a
construção de iniciativas de longo prazo em prol da área cultural
e da emancipação da juventude. Essa realidade contrapõe-se
ao estudo de Magro e Coutinho (2008), por exemplo, para
quem os trabalhadores em organizações caracterizadas como
autogestionárias percebem como sentido primordial do trabalho
a subsistência, a qual ocorre na medida em que o trabalho se
transforma em dinheiro e permite acesso ao consumo de bens
e serviços.
A ausência de remuneração individual e o caixa coletivo
sinalizam aos membros do FDE restrições em termos de acúmulo
de bens materiais, algo que difere de maneira assaz da forma
burocrática de organizar, na qual os indivíduos recebem
remuneração financeira individual como recompensa dos seus
trabalhos (Tragtenberg, 1980). Essa dinâmica também contrasta
com a lógica gerencialista, segundo a qual sujeitos são percebidos
como recursos para mais-valia e avaliados pela capacidade de
retorno econômico (Böhm, 2006).
O sentido do trabalho para os membros do FDE também
merece destaque. Integrantes do Circuito parecem nutrir alto
comprometimento com a organização, manifestado por suas
visões de futuro e na dedicação que empregam em seu trabalho
no dia a dia. A dedicação em tempo integral ao FDE – de segunda
a segunda, com carga diária de cerca de 12 horas – é entendida
como parte da vida das pessoas, já que a maioria parece
perceber vida e trabalho como aspectos convergentes em suas
experiências. Podemos perceber isso na fala desta pessoa:
Dizem que a gente no FDE trabalha demais. A
gente não trabalha, a gente vive. A gente não
concebe o trabalho como um espaço separado
na vida. A vida pra gente é um fluxo contínuo
de 12, 16 horas, onde a gente está vivendo essa
construção que é o FDE. (Entrevistado 11).
Esse cenário opõe-se à concepção burocrática de relação
organização e indivíduo, a qual se fundamenta no cargo ocupado
pelos indivíduos, sendo vida pessoal e trabalho considerados
aspectos disjuntos (Kallinikos, 2004).
Quanto ao futuro, os rumos do Circuito parecem ser
definidos à medida que as situações acontecem, havendo pouco
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ou quase nenhum planejamento formal. Percebemos, também,
que não há ênfase em resultados, o foco é centrado nos meios,
em como as coisas são feitas, numa perspectiva substantiva,
contrariando a necessidade de previsibilidade e a dinâmica de
controle prevalente na burocracia (Clegg, 1998) e alimentada
pelo gerencialismo (Chanlat, 1999; Klikauer, 2015; Parker, 2002).
Como afirma um entrevistado:
A gente não se preocupa com aonde quer chegar,
e sim em como estamos fazendo as coisas, num
foco muito mais no processo do que nos fins. [...]
não saber para onde está indo habilita muitos
“ondes” possíveis, que vão sendo construídos
pelos “como”. (Entrevistado 8)
As propostas de atuação futura do FDE, feitas para prazos
curtos, consideram a prática dos sujeitos em seus cotidianos,
de modo que as ações traçadas são elaboradas em resposta à
situação que os coletivos vão encontrando em suas realidades.
Tal condução segue no mesmo sentido exposto por Moraes (2010)
a respeito de uma construção paciente e cotidiana do organizar,
um processo constantemente renovado e transformado com foco
no presente, uma vez que ele é a realidade a ser transformada.
A não preocupação com a previsibilidade é vista pelos
membros do FDE como uma característica positiva, que permite
uma atuação orgânica do Circuito e que suas ações sejam
realizadas na mdida do necessário.
Outra prática relevante na relação entre membros e FDE
é a adoção do CARD, uma moeda complementar que estrutura
um banco de tempo (Barcellos & Diniz, 2016). Um banco de
tempo é uma forma de ajudar alguém e de receber ajuda em
troca, utilizando um sistema igualitário baseado no tempo,
no qual uma hora de trabalho corresponde a uma unidade de
moeda complementar, qualquer que seja a tarefa envolvida nesse
sistema de troca (Boyle, 2003; Collom, 2011; Fraňková, Fousek,
Kala, & Labohý, 2014).
Nesse sistema, prevalece a prática de equivalência da
remuneração por hora trabalhada, de modo que qualquer trabalho
desenvolvido no FDE por seus integrantes é remunerado com base
nas horas trabalhadas, independentemente da complexidade da
tarefa. Um entrevistado explica como funciona:
[...] Com o Cubo Card, já que não tinha a grana,
a gente começou a pagar em serviço mesmo, e
aí que a gente percebeu que foi um sistema que
fechou com perfeição, porque você vai lá, faz o
show e recebe 400 Cubo Cards, e você vai gastan-
do ele em ensaio, em assessoria de imprensa, na
gravação, e é um novo jeito de a banda se susten-
tar e sustentar a sua música. (Entrevistado 6)
O sentido do CARD reside na valorização equivalente do
trabalho, o que se opõe à tradição burocrática de hierarquias
salariais e parece alinhado às iniciativas de autogestão descritas
por Faria et al. (2008).
De acordo com Echeagaray (2011), a moeda complementar
cria um sistema de valor autônomo com relação ao sistema
hegemônico, criando mercados solidários independentes dele.
Essa contra-hegemonia tem sido uma importante luta política
do FDE e manifesta-se em diversas práticas como o CARD, mas
também naquelas descritas nas seções em que relatamos o modo
de organizar, de produzir e de se relacionar do FDE.
REFLEXÕES FINAIS
Spicer, Alvesson, e Kärreman (2009), inspirados em Foucault,
sugerem que uma abordagem interessante para as organizações
alternativas seria a da heterotopia. Heterotopias significam
outros lugares, espaços de ação que encorajam a exploração e
a imaginação de maneiras alternativas de ser e fazer. Entendemos
que essa reflexão vai ao encontro do que evidenciamos com a
análise da produção cotidiana do organizar Fora do Eixo. Um
lugar que nos permite nutrir um senso de possibilidades, o que
não significa que não existam problemas, disputas e conflitos.
Assim, as organizações alternativas nos oferecem a possibilidade
de rever nossa compreensão sobre a natureza dos conflitos em
uma organização.
Conforme apontamos neste trabalho, existem diferentes
possibilidades teóricas para a análise do FDE. Poderíamos
ter analisado o FDE a partir da literatura sobre autogestão,
economia solidária, anarquismo, entre outras, mas optamos
pela perspectiva da resistência, apoiando-nos no pensamento
de Laclau e Mouffe (2001). Percebemos que aspectos plurais da
organização demandavam olhares igualmente plurais. Assim, o
olhar sobre a moeda complementar a partir da ótica da economia
solidária é esclarecedor, ao mesmo tempo que a compreensão
do FDE como organização de resistência evidencia as nuances
políticas e de luta, fundamentais para o entendimento da atuação
histórica e contingente do FDE no contexto cultural brasileiro. Ela
é uma organização que se engaja numa luta contra-hegemônica
no campo da cultura, desafiando a compreensão dominante sobre
o termo, e também na busca por alternativas de organização do
trabalho, ressignificando uma série de processos, como tomada
de decisão, distribuição das tarefas, comunicações e mecanismos
de recompensa.
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Percebemos, na experiência do FDE, uma dinâmica
de decisão com base em colegiados que se estruuram na
transparência das informações, no consenso e na horizontalidade.
Conforme as narrativas e observações, vimos também que
existem regras formalizadas e divisão de tarefas, sem haver, no
entanto, adoção da lógica burocrática. Essas características estão
contextualizadas em um espaço organizacional cujo surgimento
remete a uma disputa política em torno da possibilidade de se
fazer cultura em uma sociedade caracterizada pela predominância
do mercado como instância definidora do que é ou não cultura.
Nesse sentido, o objetivo pelo qual o FDE se orienta, um outro
entendimento de cultura, se reflete na sua prática cotidiana,
articulando uma atuação coerente com seus princípios. Portanto,
as práticas organizacionais são adotadas para contribuir com
o alcance de objetivos coletivamente pactuados. Para isso,
parece ser necessário que estejam subordinadas ao consenso,
à igualdade de oportunidades, ao diálogo e à temporalidade que
privilegia os relacionamentos. Mas, ainda assim, são sujeitas à
contradição, ao conflito e ao questionamento como aspectos
inerentes de qualquer espaço social.
Dessa forma, como argumentam Parker et al. (2007), a
contradição não é algo a ser temido ou eliminado, pois, se não
houvesse tensões ou conflitos em um conjunto particular de ideias,
seria difícil imaginar que essas ideias estejam vivas, em movimento.
Nósentendemosque o FDEestá inserido em uma sociedade
na qual a articulação hegemônica está constantemente buscando
formas de incorporar à sua formação discursiva elementos que
estejam dispersos no campo da discursividade e que possam
ser articulados aos significados que explicam a vida social
conforme sua conveniência (Laclau & Mouffe, 2001). Assim, o
FDE, como muitas outras organizações, vive em constante tensão
entre uma lógica particular e um contexto dominante cujo modus
operandi colide com sua forma de produção do organizar. Mas,
assim como Laclau e Mouffe (2001), entendemos que o campo
social está sujeito a contingências e que seus deslocamentos e
consequências podem proporcionar articulações que dependem
da forma como os sujeitos se posicionarão diante dessas
situações. Nesse sentido, acreditamos que a experiência do
FDE signifique um exemplo de uma contraposição àquilo que
os estudos organizacionais predominantemente difundem
como forma de organização e gestão, um exemplo daquilo que
entendemos como fissuras ou lacunas em nossa realidade social,
cuja análise atenta nos fornece novas compreensões sobre as
dinâmicas organizacionais. Conforme argumentamos no início
do trabalho, o olhar atento às experiências que se situam nas
fronteiras da ordem social se constitui em estratégia bastante
fecunda para o desenvolvimento de abordagens alternativas nos
estudos organizacionais.
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ISSN 0034-7590
AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles
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ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 22-36
ROBERTO VASSOLO
rvassolo@iae.edu.ar
Professor at Universidad Austral,
IAE Business School – Buenos Aires,
Argentina and Pontificia Universidad
Católica de Chile, Facultad de
Ingeniería – Santiago, Chile
JAVIER GARCÍA-SÁNCHEZ
jgsanchez@iae.edu.ar
Professor at Universidad Austral,
IAE Business School – Buenos Aires,
Argentina
LUIZ MESQUITA
mesquita@asu.edu
Professor at Arizona State University,
School of Business – Arizona, United
States of America
ARTICLES
Submitted 10.13.2015. Approved 10.13.2016
Evaluated by double blind review process. Scientific Editor: Carlos L. Rodriguez
COMPETITIVE DYNAMICS AND EARLY
MOVER ADVANTAGES UNDER ECONOMIC
RECESSIONS
Dinâmica competitiva e vantagem do pioneiro em recessões econômicas
Dinámica competitiva y ventajas de precursores en recesiones económicas
ABSTRACT
In light of the recent macroeconomic instability in global markets, we examine the evolution of com-
petitive dynamics and firm profitability when industries are subject to recessions. Although ordinary
intuition leads most to view recessions as harmful, we highlight conditions under which they enhance
the relative value of industry-level supply-side isolating mechanisms, thereby affording early movers
significant and sustainable profit advantages vis-à-vis laggards. We observe that the distribution of
firm size within the industry switches from a bi-modal distribution (i.e., one dominated by both small
and large firms) to a right-skewed one (i.e., dominated mostly by large firms) in these contexts, the-
reby signaling the rise of important opportunities in the form of less rivalrous competitive contexts
for survivors of recessions. We derive our results from formal modeling and multiple simulation runs.
KEYWORDS | First mover advantages, industry life cycle, competitive dynamics, recessions, supply
side isolating mechanisms.
RESUMO
À luz da recente instabilidade macroeconômica nos mercados globais, examinamos a evolução da
dinâmica competitiva e da rentabilidade das empresas quando indústrias estão sujeitas a recessões.
Embora a intuição comum leve a maioria das pessoas a enxergar as recessões como prejudiciais, des-
tacamos condições sob as quais elas melhoram o valor de mecanismos de isolamento em nível de
indústria e do lado da oferta, proporcionando aos pioneiros vantagens de lucro significativas e sus-
tentáveis em comparação com seguidores. Observamos que a distribuição do tamanho das empresas
passa de uma distribuição bimodal (ou seja, dominada tanto por empresas grandes quanto peque-
nas) a uma distribuição enviesada à direita (ou seja, predominantemente dominada por empresas
grandes) nesses contextos, sinalizando a emergência de importantes oportunidades na forma de con-
textos de concorrência com menor rivalidade para os sobreviventes das recessões. Derivamos nossos
resultados de execuções de modelagem formal e múltiplas simulações.
PALAVRAS-CHAVE | Vantagem do pioneiro, ciclo de vida de indústria, dinâmica competitiva, recessões,
mecanismos de isolamento do lado da demanda.
RESUMEN
En vista de la reciente inestabilidad macroeconómica en los mercados globales, analizamos la evolu-
ción de la dinámica competitiva y rentabilidad firme cuando las industrias están sujetas a recesiones.
Aunque la intuición común lleva mayormente a considerar las recesiones dañinas, enfatizamos las
condiciones en las que mejoran el valor relativo de mecanismos aislantes de suministros a nivel de
la industria, por lo tanto, proporcionándoles a los precursores ventajas provechosas significativas y
sostenibles con respecto a los rezagados. Observamos que la distribución de tamaño firme dentro
de la industria cambia de una distribución bimodal (es decir, una dominada tanto por pequeñas
como por grandes empresas) a una sesgada hacia la derecha (es decir, dominada mayoritariamente
por grandes empresas) en dichos contextos, por lo tanto indicando el surgimiento de importantes
oportunidades en la forma de contextos menos rivales para sobrevivientes de recesiones. Derivamos
nuestros resultados de modelado formal y ejecuciones de simulaciones múltiples.
PALABRAS CLAVE | Ventajas de precursores, ciclo de vida de la industria, dinámica competitiva, rece-
siones, mecanismos aislantes del lado de suministros.
RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170103
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FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2017. Volume 57, Número 1

  • 1. ARTIGOS | ARTICLES Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo e Helena Kuerten de Salles Competitive dynamics and early mover advantages under economic recessions Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez e Luiz Mesquita Capacidad transaccional: Evidencias del sistema financiero peruano Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino e Bryan Iván Límaco-Mamani The use of importance-performance analysis to measure the satisfaction of travel agency franchisees José M. Ramírez-Hurtado Coopetition strategies in the Brazilian higher education Fábio Dal-Soto e Jefferson Marlon Monticelli Modelo estrutural de governança da informação para bancos Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada e Kuldeep Kumar RESENHA | BOOK REVIEW Unveiling the enigma of behavioral finance Israel José dos Santos Felipe INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS | BOOK RECOMMENDATIONS Pesquisa quantitativa – Escalas de mensuração Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido e Daielly Melina Nassif Mantovani Pesquisa qualitativa – Método biográfico: História de vida Pedro Jaime R$50,00 PESQUISA E CONHECIMENTO V. 57, N. 1, Janeiro–Fevereiro 2017 www.fgv.br/rae
  • 2. ISSN 0034-7590 www.fgv.br/rae REDAÇÃO Analista de Produção Editorial: Denise Francisco Cândido Assistente Administrativa: Eduarda Pereira Anastacio Copidesque (Português e Inglês): Paula Thompson | Editage Tradução e revisão (Espanhol e Inglês): RAG Traduções | Fernando Effori ADMINISTRAÇÃO Responsável: Ilda Fontes Assistente Administrativa: Eldi Francisca Soares Assistente de Marketing: Andréa Cerqueira Souza Jovem Aprendiz: Nathanael Robson Gouveia DISTRIBUIÇÃO Comunidade acadêmico-científica: 400 exemplares Número de visitas ao site no período novembro-dezembro: 30.693 visitantes EXEMPLAR AVULSO: R$ 50,00 PONTOS DE VENDA: Livrarias da FGV e Livraria Cultura ARTE/EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Typecomm | Comunicação + Design PRODUÇÃO INDUSTRIAL Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Data de Impressão: 08.02.2017 Tiragem: 400 exemplares PERIODICIDADE: Bimestral INDEXADORES DOAJ - Directory of Open Access Journals www.doaj.org Ebsco Publishing: Business Source Complete, Economia y Negocios, Fonte Acadêmica www.ebscohost.com Gale Cengage Learning www.gale.cengage.com Google Scholar scholar.google.com.br OASISBR http://oasisbr.ibict.br Portal de Periódicos CAPES www.periodicos.capes.gov.br ProQuest Information and Learning www.proquest.com.br REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico www.redib.org/ RePEc www.repec.org Sistema de Información Científica Redalyc - Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal redalyc.uaemex.mx SciELO - Scientific Electronic Library Online www.scielo.org Scopus | Elsevier www.info.sciverse.com/scopus SHERPA/RoMEO www.sherpa.ac.uk/romeo SPELL – Scientific Periodicals Electronic Library www.spell.org.br Sumários Brasileiros de Revistas Científicas www.sumarios.funpeerp.com.br Thomson Reuters SSCI, JCR www.thomsonreuters.com DIRETÓRIOS AcademicKeys www.academickeys.com Cabell’s www.cabells.com CLASE – Citas Latinoamericans en Sciencias Sociales y Humanidades www.dgbiblio.unam.mx/index.php/catalogos Diadorim diadorim.ibict.br IBSS - International Bibliography of the Social Science www.lse.ac.uk HAPI-Hispanic American Periodicals Índex hapi.ucla.edu Latindex - Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal www.latindex.org ROAD - The Directory of Open Access Scholarly Resources http://road.issn.org/ Ulrichs Periodical Directory www.ulrichsweb.com WorldWideScience.Org http://worldwidescience.org/index.htmlATENDIMENTO AO ASSINANTE São Paulo e Grande São Paulo: + 55 (11) 3799-7999 Fax: + 55 (11) 3799-7871 Av. 9 de Julho, 2029 - 01313 902 São Paulo - SP - Brasil e-mail: rae@fgv.br | site: www.fgv.br/rae RAE é membro e subscreve os princípios do Committee on Publication Ethics (COPE). http://publicationethics.org/ CORPO EDITORIAL CIENTÍFICO Alexandre de Pádua Carrieri (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Allan Claudius Queiroz Barbosa (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Ana Paula Paes de Paula (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Anatalia Saraiva Martins Ramos (UFRN - Natal - RN, Brasil), André Lucirton Costa (USP/FEA-RP - Ribeirão Preto - SP, Brasil), Andre Luis de Castro Moura Duarte (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Andre Ofenhejm Mascarenhas (Zetesis - Sao Paulo - SP, Brasil), Andrea Lago da Silva (UFSCAR – São Carlos – SP, Brasil), Anielson Barbosa da Silva (UFPB - João Pessoa - PB, Brasil), Antonio Domingos Padula (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Antonio Lopo Martinez (FUCAPE - Vitoria - ES, Brasil), Antonio Moreira de Carvalho (PUC Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Antonio Navarro-García (Universidad de Sevilla - Sevilha, Espanha), Bento Alves da Costa Filho (Ibmec-DF - Brasília - DF, Brasil), Bill Cooke (University of York- Heslington, Reino Unido), Carlos Jesús Fernández Rodríguez (Universidad Autónoma de Madrid - Madrid, Espanha), Carlos L. Rodriguez (UNCW - Wilimigton - NC, Estados Unidos), Cesar Alexandre de Souza (USP-FEA - São Paulo SP, Brasil), Claudio R. Lucinda (USP/FEA-RP - Ribeirão Preto - SP, Brasil), Dario de Oliveira Lima Filho (UFMS - Campo Grande - MS, Brasil), Delane Botelho (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Denise Del Prá Netto Machado (FURB - Blumenau - SC, Brasil), Diego Rene Gonzales Miranda (Universidad EAFIT - Medellín, Colômbia), Diogo Henrique Helal (UFPB - Joao Pessoa - PB, Brasil), Domingo Garcia-Perez-de-Lema (UPCT - Cartagena, Espanha), Edgard Barki (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Edmilson de Oliveira Lima (UNINOVE - São Paulo - SP, Brasil), Eduardo Andre Teixeira Ayrosa (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ely Laureano de Paiva (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Eric David Cohen (Ibmec-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Eric van Heck (Erasmus University - Rotterdam, Holanda), Fábio Frezatti (USP-FEA - São Paulo - SP, Brasil), Fernanda Finotti Perobelli (UFJF - Juiz de Fora - MG, Brasil), Francisco Javier Rondán Cataluña (Universidad de Sevilla - Sevilla, Espanha), Gláucia Maria Vasconcellos Vale (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Glicia Vieira (UFES - Vitoria - ES, Brasil), Graziela Comini (USP-FEA - São Paulo - SP, Brasil), Graziela Dias Alperstedt (UDESC - Florianópolis - SC, Brasil), Heitor Almeida (College of Business at Illinois - Champaign, Estados Unidos), Henrique Luiz Côrrea (CRUMMER - Flórida - FL, Estados Unidos), Janete Lara de Oliveira (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), João Luiz Becker (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Jorge Verschoore (São Leopoldo – RS, Brasil), José Antônio Gomes Pinho (UFBA - Salvador - BA, Brasil), José Henrique de Faria (UFPR - Curitiba - PR, Brasil), José Mauro C. Hernandez (USP-EACH - São Paulo - SP, Brasil), Luciano Barin Cruz (HEC-Montréal - Québec, Canada), Luiz Artur Ledur Brito (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Maria Alexandra Cunha (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Maria Ceci Araújo Misoczky (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Mário Aquino Alves (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Mario Sacomano Neto (UNIMEP - São Paulo - SP, Brasil), Marlei Pozzebon (HEC-Montréal - Québec, Canada e FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Mateus Canniatti Ponchio (ESPM - São Paulo - SP, Brasil), Mauricio Reinert (UEM - Maringá - PR, Brasil), Patricia Mendonça (USP-EACH - São Paulo - SP, Brasil), Paulo Bastos Tigre (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Paulo Roberto Barbosa Lustosa (UnB - Brasília - DF, Brasil), Rafael Alcadipani (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Rafael Goldszmidt (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ramón Valle Cabrera (Universidad Pablo de Olavide - Sevilha, Espanha), Rebecca Arkader (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ricardo Ratner Rochman (FGV/EESP - São Paulo - SP, Brasil), Roberto Patrus Mundim Pena (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Rodrigo Bandeira-de-Mello (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Rodrigo Ladeira (UNIFACS - Salvador - BA, Brasil), Salomão Alencar de Farias (UFPE - Recife - PE, Brasil), Sérgio Bulgacov (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Sérgio Giovanetti Lazzarini (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Silvana Anita Walter (FURB - Blumenau - SC, Brasil), Sônia Maria Fleury (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Tales Andreassi (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Teresia D. L. van Ad. de Macedo-Soares (PUC-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Thomas Brashear Alejandro (University of Massachusetts Amherst - Amherst - MA, Estados Unidos), Vinicius Brei (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Wilson Toshiro Nakamura (MACKENZIE – São Paulo – SP, Brasil). COMITÊ DE POLÍTICA EDITORIAL Carlos Osmar Bertero, Eduardo Diniz, Flávio Carvalho de Vasconcelos, Francisco Aranha, Luiz Artur Ledur Brito, Maria José Tonelli, Maria Tereza Leme Fleury, Tales Andreassi, Thomaz Wood Jr. EDITORA-CHEFE Maria José Tonelli EDITOR-ADJUNTO Felipe Zambaldi EDITORA DE LIVROS Roseli Morena Porto A RAE - Revista de Administração de Empresas foi impressa com papel proveniente de madeira certificada FSC e de outras fontes controladas. A certificação FSC e uma garantia ao meio ambiente e aos trabalhadores florestais.
  • 3. Publicação bimestral da Fundação Getulio Vargas Escola de Administração de Empresas de São Paulo Apoio: PESQUISA E CONHECIMENTO | V. 57, N. 1, JANEIRO-FEVEREIRO 2017
  • 4. RAE – Revista de Administração de Empresas / Fundação Getulio Vargas. Vol. 1, n. 1 (maio/ago. 1961) - . - Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1961 - v.; 27,5cm. Quadrimestral: 1961–1962. Trimestral: 1963–1973. Bimestral: 1974–1977. Trimestral: 1978–1992. Bimestral: 1992–1995. Trimestral: 1996–2010. Bimestral: 2011–. Publicada: São Paulo: FGV-EAESP, 1988– ISSN 0034-7590 1. Administração de empresas – Periódicos. I. Fundação Getulio Vargas. II. Escola de Administração de Empresas de São Paulo. A RAE – Revista de Administração de Empresas adota a Licença de Atribuição (CC- BY) do Creative Commons (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/br) em todos os trabalhos publicados, exceto, quando houver indicação específica de detentores de direitos autorais. CDD 658 CDU 658
  • 5. Janeiro/Fevereiro 2017 SUMÁRIO EDITORIAL 8 NOSSO FUTURO DEMANDA MAIS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA Maria JoséTonelli ARTIGOS 10 REPOSICIONANDO CONCEITOS: A ORGANIZAÇÃO FORA DOS EIXOS Demonstração dos limites do quadro teórico dominante nos estudos organizacionais por meio de um estudo de caso, com apresentação de abordagens alternativas. Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo e Helena Kuerten deSalles 22 DINÂMICA COMPETITIVA E VANTAGEM DO PIONEIRO EM RECESSÕES ECONÔMICAS Exame da evolução da dinâmica competitiva e da lucratividade empresarial quando ramos de atividades estão sujeitos a recessões. Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez e Luiz Mesquita 37 CAPACIDADE TRANSACIONAL: EVIDÊNCIAS DO SISTEMA FINANCEIRO PERUANO Análise sobre a capacidade transacional de empresas que operam no sistema financeiro peruano por meio de estudos de casos múltiplos. Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino e Bryan Iván Límaco-Mamani 51 UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE DE IMPORTÂNCIA-DESEMPENHO PARA MEDIR A SATISFAÇÃO DE FRANQUEADOS DE AGÊNCIAS DE VIAGENS Contribuição à limitada literatura sobre satisfação com franquias de agências de viagens por meio da identificação de forças e fraquezas do sistema sob a perspectiva do franqueado. José M. Ramírez-Hurtado 65 ESTRATÉGIAS DE COOPETIÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA Proposições teóricas sobre estratégias de coopetição baseadas no Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). Fábio Dal-Soto e Jefferson Marlon Monticelli 79 MODELO ESTRUTURAL DE GOVERNANÇA DA INFORMAÇÃO PARA BANCOS Teste de um modelo de regressão estrutural de governança da informação (GI) com dados de um levantamento realizado com os executivos de TI de bancos que atuam no Brasil. Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada e Kuldeep Kumar RESENHA 96 DESVENDANDO O ENIGMA DAS FINANÇAS COMPORTAMENTAIS Israel José dos Santos Felipe INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 98 PESQUISA QUANTITATIVA – ESCALAS DE MENSURAÇÃO Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido e Daielly Melina Nassif Mantovani 99 PESQUISA QUALITATIVA – MÉTODO BIOGRÁFICO: HISTÓRIA DE VIDA Pedro Jaime INFORMAÇÕES EDITORIAIS 101 INFORMAÇÕES EDITORIAIS 2016 108 COLABORADORES 2016 © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017
  • 6.
  • 7. © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 January/February 2017 CONTENTS EDITORIAL 8 OUR FUTURE REQUIRES MORE FROM SCHOLARLY PRODUCTION Maria José Tonelli ARTICLES 10 REPOSITIONING CONCEPTS: THE ORGANIZATION OUT OFF AXIS The authors show the limits of the dominant theoretical framework in organizational studies by means of a case study, including alternative approaches. RebecadeMoraesRibeirodeBarcellos,EloiseHelenaLivramentoDellagnelo,andHelenaKuertendeSalles 22 COMPETITIVE DYNAMICS AND EARLY MOVER ADVANTAGES UNDER ECONOMIC RECESSIONS A study on the evolution of competitive dynamics and company profitability when industries are subject to recessions. Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez, and Luiz Mesquita 37 TRANSACTION CAPABILITY: EVIDENCE FROM THE PERUVIAN FINANCIAL SYSTEM An analysis of the transactional capacity of companies operating in the Peruvian financial system by means of multiple case studies. Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino, and Bryan Iván Límaco-Mamani 51 THE USE OF IMPORTANCE-PERFORMANCE ANALYSIS TO MEASURE THE SATISFACTION OF TRAVEL AGENCY FRANCHISEES A contribution to the limited literature about satisfaction with travel agency franchises through the identification of strengths and weaknesses from the perspective of the franchisee. José M. Ramírez-Hurtado 65 COOPETITION STRATEGIES IN THE BRAZILIAN HIGHER EDUCATION Theoretical propositions about competition strategies based on the Consortium of Rio Grande do Sul Community Colleges (Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas - Comung). Fábio Dal-Soto and Jefferson Marlon Monticelli 79 INFORMATION GOVERNANCE STRUCTURAL MODEL FOR BANKS The authors tested a structural regression model in information governance (IG) with data collected from IT executives at banks operating in Brazil. Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada, and Kuldeep Kumar BOOK REVIEW 96 UNVEILING THE ENIGMA OF BEHAVIORAL FINANCE Israel José dos Santos Felipe BOOK RECOMMENDATIONS 98 QUANTITATIVE RESEARCH – MEASUREMENT SCALES Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido, and Daielly Melina Nassif Mantovani 99 QUALITATIVE RESEARCH – BIOGRAPHIC METHOD: LIFE STORY Pedro Jaime EDITORIAL INFORMATION 101 EDITORIAL INFORMATION 2016 105 CONTRIBUTORS 2016
  • 8. © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 SUMARIO Enero/Febrero 2017 EDITORIAL 8 NUESTRO FUTURO DEMANDA MÁS DE LA PRODUCCIÓN ACADÉMICA Maria José Tonelli ARTÍCULOS 10 REPOSICIONANDO CONCEPTOS: LA ORGANIZACIÓN FUERA DEL EJE Demostración de los límites del cuadro teórico dominante en los estudios organizacionales por medio de un estudio de caso, con presentación de abordajes alternativos. Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Helena Livramento Dellagnelo y Helena Kuerten de Salles 22 DINÁMICA COMPETITIVA Y VENTAJAS DE PRECURSORES EN RECESIONES ECONÓMICAS Examen de la evolución de la dinámica competitiva y de la rentabilidad empresarial cuando ramos de actividades están sujetos a recesiones. Roberto Vassolo, Javier García-Sánchez y Luiz Mesquita 37 CAPACIDAD TRANSACCIONAL: EVIDENCIAS DEL SISTEMA FINANCIERO PERUANO Análisis sobre la capacidad transaccional de empresas que operan en el sistema financiero peruano por medio de estudios de casos múltiples. Jorge Tello-Gamarra, Martín Hernani-Merino y Bryan Iván Límaco-Mamani 51 EL USO DEL IMPORTANCE-PERFORMANCE ANALYSIS PARA MEDIR LA SATISFACCIÓN DE FRANQUICIA- DOS DE AGENCIAS DE VIAJES Contribución a la limitada literatura sobre satisfacción con franquicias de agencias de viajes por mediodelaidentificacióndefuerzasydebilidadesdelsistemadesdelaperspectivadelfranquiciado. José M. Ramírez-Hurtado 65 ESTRATEGIAS DE COOPETICIÓN EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR BRASILEÑA ProposicionesteóricassobreestrategiasdecoopeticiónbasadasenelConsorciodelasUniversidades Comunitarias del Sur de Brasil (Comung). Fábio Dal-Soto y Jefferson Marlon Monticelli 79 MODELO ESTRUCTURAL DE GOBERNANZA DE LA INFORMACIÓN PARA BANCOS Prueba de un modelo de regresión estructural de gobernanza de la información (GI) con datos de un relevamiento realizado con los ejecutivos de TI de bancos que actúan en Brasil. Fernando de Abreu Faria, Antonio Carlos Gastaud Maçada y Kuldeep Kumar RESEÑA 96 REVELANDO EL ENIGMA DE LAS FINANZAS COMPORTAMENTALES Israel José dos Santos Felipe RECOMENDACIONES BIBLIOGRÁFICAS 98 ENCUESTA CUANTITATIVA – ESCALAS DE MEDICIÓN Eric David Cohen, Diógenes de Souza Bido y Daielly Melina Nassif Mantovani 99 ENCUESTA CUALITATIVA – MÉTODO BIOGRÁFICO: HISTORIA DE VIDA Pedro Jaime INFORMACIÓNES EDITORIALES 101 INFORMACIÓNES EDITORIALES 2016 105 COLABORADORES 2016
  • 9.
  • 10. 8 ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 RAE | Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP EDITORIAL DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170101 NOSSO FUTURO DEMANDA MAIS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA C omeçamos 2017 com os necessários agradecimentos à comunidade acadêmica em administração: autores, edi- tores científicos, editores de fóruns e avaliadores ad hoc que dispuseram de seu tempo para ajudar no aprimoramento dos artigos aqui publicados. Agradecemos também à equipe da RAE: Ilda Fontes, Denise Francisco Cândido, Eduarda Pereira Anastacio, Andréa Cerqueira e Eldi Soares, que, como sempre, trabalharam muito para a produção das revistas. Muito obriga- da a todas. Tradicionalmente, o primeiro número da revista traz o balanço das atividades do ano passado, e nossos indicado- res mostram que avançamos em internacionalização, qualida- de editorial e aperfeiçoamento de processos. Em 2016, entre os artigos publicados, 69% são em língua estrangeira, 12% a mais que em 2015; contamos com 53% de autores estrangeiros (22% acima do índice do ano anterior). Os pesquisadores internacio- nais que mais têm colaborado com a RAE continuam vindo de Portugal e Espanha, seguidos de América Latina & Caribe, EUA, México & Canadá, Ásia & Oceania e Europa. O volume de sub- missões deu sinais de estabilização: recebemos 943 artigos em 2016, quantidade próxima à de 2015 (946). Desde 2013, quan- do foram submetidos 630 trabalhos, tínhamos a expectativa de que estávamos no limite de submissões, mas vemos agora que esse número está se estabilizando muito próximo a 1.000 arti- gos/ano. O índice de rejeição de artigos por formato continua alto: 40%, o que sinaliza a necessidade de esforços editoriais e dos programas de pós-graduação para conscientizar os auto- res sobre a necessidade de padronizar seu artigo nos critérios de formato do periódico no qual deseja publicar. O percentual de aceitação de artigos caiu de 6% para 5%, o que denota cui- dado e rigor no processo de avaliação científica. Com relação ao processo de trabalho na redação, em 2016, o prazo médio en- tre aprovação e submissão caiu para 219 dias (11 dias a menos que em 2015), o que é muito significativo no sistema de avalia- ção triplo-cega de trabalhos submetidos à RAE. Todos os indi- cadores estão disponíveis na página da RAE na internet: www. fgv.br/rae. Foi um bom ano para a RAE, mas acabamos de passar por um período difícil no Brasil, e é impossível não mencionar esse fato aqui, mesmo em se tratando de uma publicação aca- dêmica. Aliás, justamente por isso, pois as publicações acadê- micas brasileiras sofrem com a falta de qualidade, assim como diversas outras atividades no País, uma deficiência que não re- flete apenas o momento, mas é consequência de uma história que tratou conhecimento como fonte de poder, e não como be- nefício para a comunidade. A produtividade não é uma questão apenas no campo da administração, mas nossa área precisa ur- gentemente lidar com esse problema. Precisamos de mais qua- lidade, precisamos estar presentes internacionalmente, mas precisamos também atender às demandas de um país que so- fre com o afastamento da universidade das necessidades da so- ciedade. Antes de entrar numa pós-modernidade confusa, pre- cisamos ajustar questões básicas da modernidade. A RAE manteve seus artigos em sistema multilíngue, em português, inglês e espanhol, preservando, na publicação, o idioma original de submissão. Mas, a partir de 2018, todos os trabalhos publicados serão bilíngues, ou seja, todos os artigos submetidos em espanhol e português, se aprovados, serão tra- duzidos para o inglês; aqueles em inglês, por sua vez, serão tra- duzidos para o português. As novas diretrizes serão indicadas em nosso site e comunicadas a toda a rede de colaboradores, para que todos possam ajustar-se ao longo do ano. Pedimos gentilmente sua atenção para essas mudanças. Destacam-se, neste número, seis artigos: “Reposicionan- do conceitos: A organização fora dos eixos” apresenta aborda- gens alternativas na área de estudos organizacionais; “Compe- titive dynamics and early mover advantages under economic recessions” examina a evolução da dinâmica competitiva e lu- cratividade empresarial; “Capacidad transaccional: Evidencias del sistema financiero peruano” analisa a capacidade transa­ cional de empresas atuantes no sistema financeiro peruano; “The use of importance-performance analysis to measure the satisfaction of travel agency franchisees” examina as forças e fraquezas do sistema de franquias sob a perspectiva do fran- queado; “Coopetition strategies in the Brazilian higher educa- tion” apresenta proposições teóricas sobre estratégias de co- opetição; e “Modelo estrutural de governança da informação para bancos” traz um levantamento com executivos de tecnolo- gia da informação de bancos do Brasil. Completam a edição uma resenha sobre o livro “Beha­ vioral finance and wealth management: How to build opti­mal portfolios that account for investor Biases”, de Michael M. Pom- pian, e duas indicações bibliográficas sobre pesquisas qualita- tivas e quantitativas. Desejamos a todos um Ano-Novo produtivo em pesqui- sas! Esperamos também que aproveitem o conteúdo editorial e todas as inovações que a RAE continuará oferecendo. Maria José Tonelli | Editora-chefe Professora da Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo – SP, Brasil
  • 11. ISSN 0034-7590 RAE | Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP 9 © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 EDITORIAL DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170101 OUR FUTURE REQUIRES MORE FROM SCHOLARLY PRODUCTION W e begin 2017 with the necessary acknowledgements to the academic community in administration: authors, scientific editors, forum editors and ad hoc reviewers who took the time to help us improve the articles we publish here. We also thank the RAE team: Ilda Fontes, Denise Francisco Cândido, Eduarda Pereira Anastacio, Andréa Cerqueira and Eldi Soares, who, as usual, worked hard to produce the journals. Many thanks to each. Traditionally, the first issue of the journal takes stock of the previous year’s activities, and our indicators show we have advanced in internationalization, editorial quality and process enhancement. In 2016, of all articles published, 69% were in a foreign language, 12% more than in 2015; we had 53% of foreign authors (22% above previous year’s rate). The foreign researchers who have collaborated most with RAE were, again, from Portugal and Spain, followed by Latin American & Caribbean, USA, Mexico & Canada, Asia & Oceania and Europe. The volume of submissions showed signs of stabilization: we received 943 articles in 2016, close to the figure for 2015 (946). Since 2013, when 630 works were submitted, we expected to be in our submission limit, but now we see this figure is stabilizing very close to 1,000 articles per year. Article rejection rate due to format remains high: 40%, which signals the need for efforts from editorial and graduate program to raise authors’ awareness about the need for them to standardize their articles to the format criteria of the journal they wish to publish in. Article acceptance rate declined from 6% to 5%, which denotes care and rigor in the scientific review process. With regard to the editorial office work process, in 2016, the average period between approval and submission dropped to 219 days (11 days less than in 2015), which is very significant in the triple-blind review system for papers submitted to RAE. All indicators are available at RAE’s web page: www.fgv.br/rae. It was a good year for RAE, but we have just been through a difficult period in Brazil, and it is impossible not to mention this fact here, even though we are a scholarly publication. In fact, precisely because of this reason, as Brazilian scholarly publications suffer from a lack of quality, like several other activities in the country, a deficiency that does not reflect only the moment, but stems from a history of treating knowledge as a source of power, rather than a benefit for the community. Productivity is not an issue only in the field of administration, but our area needs to deal with this problem urgently. We need more quality, we need to be present at a global level, but we also need to meet the demands of a country that suffers with the university’s distance from the needs of society. Before entering a confuse post-modernity, we must adjust basic questions of modernity. RAE has kept its articles in a multilingual system, i.e., in Portuguese, English and Spanish, preserving the original language of submission. But as of 2018, all works published will be bilingual, i.e., every article submitted in Spanish and Portuguese, if approved, will be translated into English; those in English will, in turn, be translated into Portuguese. The new guidelines will be indicated in our website and communicated to our whole network of collaborators, so that all can adjust over the year. We kindly ask for your attention regarding these changes. Six articles form this issue’s highlights: “Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos” presents alternative approaches in the area of organizational studies; “Competitive dynamics and early mover advantages under economic recessions” examines the evolution of competitive dynamics and firm profitability; “Capacidad transaccional: Evidencias del sistema financiero peruano” analyzes the transactional capacity of companies operating in the Peruvian financial system; “The use of importance-performance analysis to measure the satisfaction of travel agency Franchisees” examines the strengths and weaknesses of the franchise system from the perspective of the franchisee; “Coopetition strategies in the Brazilian higher education” education presents theoretical propositions about competition strategies; “Modelo estrutural de governança da informação para bancos” brings a survey with IT executives at banks in Brazil. The issue closes with a review of the book “Behavioral Finance and Wealth Management: How to build optimal portfolios that account for investor biases”, by Michael M. Pompian, and two book recommendations on qualitative and quantitative research. We wish you all a research-productive new year! We also hope you enjoy the editorial contents and all the innovations RAE will continue to offer. Maria José Tonelli | Editor-in-Chief Professor at Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo – São Paulo – SP, Brazil
  • 12. 10 ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 REBECA DE MORAES RIBEIRO DE BARCELLOS rebeca.ribeiro@ufsc.br Professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências da Administração – Florianópolis – SC, Brasil ELOISE HELENA LIVRAMENTO DELLAGNELO eloise@cse.ufsc.br Professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências da Administração – Florianópolis – SC, Brasil HELENA KUERTEN DE SALLES helenasalles@yahoo.com.br Doutora em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis – SC, Brasil ARTIGOS Submetido 08.09.2015. Aprovado 20.06.2016 Avaliado pelo processo de double blind review. Editor Científico: Rafael Alcadipani REPOSICIONANDO CONCEITOS: A ORGANIZAÇÃO FORA DOS EIXOS Repositioning concepts: The organization out off axis Reposicionando conceptos: La organización fuera del eje RESUMO O estudo das organizações de resistência, multiplicidade de experiências sociais desperdiçadas pelo discurso organizacional dominante, é uma das ações políticas da crítica no contexto dos estudos organizacionais. Ainda que o Brasil tenha uma longa trajetória crítica na análise das organizações, as alternativas são frequentemente abordadas de modo abstrato, conceitual. Assim, por meio de um estudo de caso do tipo intrínseco, analisamos a dinâmica organizacional do Circuito Fora do Eixo (FDE), um agrupamento de coletivos de produção cultural independente, como uma organiza- ção que se encontra no limite da formação social discursiva dominante. Por meio da análise do FDE, procuramos demonstrar os limites do quadro teórico dominante no estudo sobre organizações, apre- sentando abordagens alternativas que parecem mais adequadas para dar conta da ordem social em que vivemos. PALAVRAS-CHAVE | Circuito Fora do Eixo, teoria organizacional, burocracia, gerencialismo, resistência. ABSTRACT The study of resistance organizations, multiplicity of social experiences squandered by the dominant organizational discourse, is one of the critical political actions in the context of organizational studies. Although Brazil has a long critical path in critical analysis of organizations, the alternatives are often addressed in an abstract and conceptual mode. Thus, through an intrinsic case study, we analyzed the organizational dynamics of the Off Axis Circuit (FDE), a grouping of collectives that make indepen- dent cultural production, as an organization at the limit of the dominant discursive social formation. Through FDE analysis, we seek to demonstrate the limits of the dominant theoretical framework in the study of organizations, presenting alternative approaches that seem more appropriate to explain the social context in which we live KEYWORDS | Off Axis Circuit, organizational theory, bureacracy, managerialism, resistance. RESUMEN El estudio de las organizaciones de resistencia, multiplicidad de experiencias sociales desperdiciadas por el discurso organizacional dominante, es una de las acciones políticas de la crítica en el contexto de los estudios organizacionales. Aunque Brasil tenga una larga trayectoria crítica en el análisis de las organizaciones, las alternativas frecuentemente se abordan de modo abstracto, conceptual. Así, por medio de un estudio de caso de tipo intrínseco, analizamos la dinámica organizacional del Cir- cuito FDE - Fora do Eixo (Fuera del Eje Rio de Janeiro-São Paulo), un agrupamiento de colectivos de producción cultural independiente, como una organización que se encuentra en el límite de la forma- ción social discursiva dominante. Por medio del análisis del FDE, buscamos demostrar los límites del cuadro teórico dominante en el estudio sobre organizaciones, presentando abordajes alternativos que parecen más adecuados para entender el orden social en que vivimos. PALABRAS CLAVE | Circuito Fora do Eixo, teoría organizacional, burocracia, gerencialismo, resistencia. RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170102
  • 13. 11 ISSN 0034-7590 AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 INTRODUÇÃO A discussão a respeito do conceito de organização não é recente nos estudos organizacionais. Seja por meio dos questionamentos levantados pelas perspectivas pós-modernistas ou críticas (Alvesson & Deetz, 1996) ou pela tradição do pensamento crítico brasileiro (Faria, 2009; Paula, 2001; Rodrigues & Carrieri, 2001; Segnini & Alcadipani, 2014), são ricos os debates acerca das limitações que a ideia dominante de organização nos impõe. De acordo com Böhm (2006), por exemplo, o conceito de organização é costumeiramente restrito à descrição do que se passa em instituições gerencialistas, empresas e locais de trabalho, posicionando a organização como uma entidade formal dentro de estruturas estabelecidas da modernidade e do capitalismo. Nestes termos, podemos dizer que a burocracia permanece como modelo estruturante das organizações na modernidade (Clegg, 1998; Paula, 2002), e, com isso, predominam características como hierarquia, existência de regras e normas, divisão do trabalho, impessoalidade das relações, controle sobre as coisas e sobre as pessoas, padronização, formalização e previsibilidade (Höpfl, 2006; Kallinikos, 2004; Motta & Bresser-Pereira, 2004; Tragtenberg, 1980). A centralidade do mercado na sociedade moderna acrescenta a essa perspectiva características gerencialistas que se coadunam com o modelo burocrático, tornando-o individualista e egoísta, centrado na propriedade privada, transformando objetos e seres em mercadorias, exigente de eficácia e eficiência, sem engajamento político e com pretensão à aplicação universal (Abraham, 2007; Alcadipani, 2011; Böhm, 2006; Parker, 2002; Solè, 2008). Apesar da influência exercida pela literatura anglo-saxã sobre o campo dos estudos organizacionais no Brasil (Misoczky & Amantino-De-Andrade, 2005; Rodrigues & Carrieri, 2001), existe no País uma longa tradição na reflexão crítica nos estudos sobre organizações. Paula et al. (2011) e Faria (2009) ressaltam que acadêmicos nacionais já realizavam trabalhos de natureza crítica antes mesmo que se constituísse formalmente uma corrente na Europa e nos Estados Unidos, destacando o pioneirismo de autores como Guerreiro Ramos, Mauricio Tragtenberg e Prestes Motta. Percebemos uma trajetória nacional de pesquisas que ampliam os horizontes do conceito de organização, não se restringindo à noção de empresa, mas debruçando-se sobre a análise dos mais diversos objetos a partir de múltiplas perspectivas teóricas, por exemplo, os estudos realizados sobre as organizações da economia solidária (Andion, 2005; Costa & Carrion, 2008; França, 2003, 2007; Paula et al., 2011), as organizações autogestionárias (Faria et al., 2008; Misoczky, Silva, & Flores, 2008; Moraes, 2010), as organizações substantivas (Serva, 1997), a organização circense (Oliveira & Cavedon, 2015), as escolas de samba (Tureta & Araújo, 2013), as organizações híbridas (Wood, 2013) e a organização liminar (Meira, 2014). De modo semelhante, temos a indicação feita por Alcadipani e Tureta (2009) a respeito da necessidade de abertura para novos horizontes teóricos que nos auxiliem na compreensão da vivência organizacional ou para o uso de abordagens processuais, conforme é sugerido por Duarte e Alcadipani (2016). Barros e outros pesquisadores enfocam o uso da perspectiva histórica da administração, mostrando uma visão alternativa no que se refere ao estabelecimento dos saberes gerenciais (Barros & Carrieri, 2015; Barros, Cruz, Xavier, Carrieri, & Lima, 2011). No mesmo sentido, Carrieri, Perdigão, e Aguiar (2014) argumentam que o enfoque da gestão ordinária leva em consideração os fatores históricos, sociais, culturais e identitários que diferenciam os sujeitos na prática cotidiana, pluralizando a gestão. Paula (2013) apresenta a abordagem freudo-frankfurtiana e as estratégias metodológicas da pesquisa ação e socioanálise como propostas alternativas para os estudos organizacionais, colocando a emancipação e a autonomia não só como um tema mas também como um valor a ser buscado pela própria prática da pesquisa. Complementando essas ideias, temos Dellagnelo, Böhm, e Mendonça (2014), ressaltando a possibilidade do uso da teoria política do discurso nos estudos organizacionais para auxiliar na compreensão das organizações de resistência. Apesar da afirmação de Reedy (2014) segundo a qual a rica tradição de analisar organizações não gerenciais raramente figura nos estudos organizacionais, concordamos com Rodgers, Petersen, e Sanderson (2016) quando afirmam que o interesse da teoria organizacional acerca das organizações alternativas tem crescido. Assim, no cenário internacional, também verificamos a produção de conhecimentos sobre objetos atípicos e abordagens alternativas das organizações. As pesquisas sobre organizações anarquistas, por exemplo, demonstram possibilidades alternativas por meio do desenvolvimento de uma organização não hierárquica (Land & King, 2014), ou, como argumentam Sutherland, Land, e Böhm (2014), nesse tipo de organização, as posições individuais de liderança são negadas, tendo seu significado redefinido pelos próprios sujeitos. Outros autores também vêm oferecendo contribuições valiosas para esse cenário, como Imas e Weston (2012) e sua análise sobre experiências e narrativas de organização e gestão dos pobres e marginalizados no Brasil e Zimbábue; Schneiberg, King, e Smith (2008), sobre a contribuição dos movimentos sociais para a diversidade institucional; Spicer e Böhm (2007), sobre organizações e movimentos de resistência; Ibarra-Colado (2006), com a reflexão sobre a necessidade de superarmos o colonialismo nos estudos organizacionais; e Cheney, Cruz, Peredo, e Nazareno
  • 14. 12 ISSN 0034-7590 ARTIGOS | Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 (2014), cujo destaque são os principais desafios enfrentados pelas cooperativas no contexto atual. Estudos como esses evidenciam que as forças que buscam um posicionamento absoluto da realidade sempre estarão sujeitas à resistência. Esta é uma das ações políticas da crítica no contexto dos estudos organizacionais. As organizações de resistência, portanto, são apontadas como espaços de construção de possibilidades alternativas de organização, no sentido de trazer à tona a existência de uma multiplicidade de experiências sociais desperdiçadas pelo discurso organizacional dominante (Santos, 2002). Nesse sentido, Carrieri (2004), Misoczky, Flores, e Böhm, (2008), Morais e Paula (2010), Zilio, Barcellos, Dellagnelo, e Assman (2012) e Barcellos, Dellagnelo, e Salles (2014), entre outros autores, enfatizam experiências de organizar que desafiam o modelo dominante. Visando colaborar com esse debate, apoiamo-nos na força de um caso empírico, esforço que não é comum na trajetória crítica nacional, para trazer à luz uma experiência de organizar que se contrapõe ao pensamento dominante. Assim, neste trabalho, analisamos a dinâmica do organizar do Circuito Fora do Eixo (FDE), um coletivo cultural, como uma organização que se encontra no limite da formação social discursiva dominante, resistindo à realidade das organizações continuamente produzida pelos acontecimentos do projeto moderno (Barcellos & Dellagnelo, 2013). Sua existência é possível, pois nenhuma hegemonia consegue dar conta de toda a realidade social, sendo sempre desafiada por forças de subversão e resistência (Laclau & Mouffe, 2001). Assim, concordamos com Reedy (2014), segundo o qual as alternativas são frequentemente abordadas de modo abstrato, conceitual, e, a fim de que possamos demonstrar um organizar considerado impossível pela literatura dominante, faz-se necessário analisar mais detalhadamente as práticas cotidianas de grupos protagonistas. Por meio da análise do FDE, procuramos demonstrar os limites do quadro teórico dominante no estudo sobre organizações. Na medida em que nos aproximamos do FDE, percebemos que seu fluxo contínuo e sua dinâmica particular dificilmente se enquadram sob as lentes das teorias dominantes nos EOs. Ao contrário, há uma multiplicidade de abordagens, cada qual com suas contribuições, capazes de auxiliar na compreensão de aspectos diversos de uma organização em constante movimento, uma organização de organizações, com suas múltiplas dimensões. Assim, apresentar um caso empírico não adequado à teoria dominante expõe as fragilidades da abordagem teórica que se apresenta como suficiente para dar conta da ordem social em que vivemos. Portanto, nosso objetivo neste trabalho é evidenciar a limitação do uso de um enfoque teórico dominante, apostando na multiplicidade de visões sobre diferentes aspectos organizacionais que serão destacados. Para isso, apresentamos, na sequência, os procedimentos metodológicos utilizados em nossa pesquisa com o FDE e, em seguida, discutimos seus processos organizacionais, contrapondo-os aos conceitos burocráticos e gerenciais. Ao mesmo tempo, recorremos a pesquisas desenvolvidas anteriormente as quais, no nosso entendimento, ajudam a compreender a dinâmica organizacional do FDE. Após a apresentação do caso, colocamos as considerações finais, destacando nossas reflexões sobre o aprendizado alcançado. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A investigação social é uma práxis distintiva que, ao ser executada, transforma a própria teoria e os próprios objetivos que a orientam, de modo que a ação e o pensamento, a prática e a teoria estão ligadas em um processo contínuo de reflexão e de transformação (Schwandt, 2006). Nesse processo, a escolha das práticas de pesquisa depende das perguntas que são feitas, as quais, por sua vez, dependem do seu contexto e do que o pesquisador pode fazer naquele cenário (Denzin & Lincoln, 2006). Nesta pesquisa, optamos por um estudo de caso intrínseco, estratégia de pesquisa sugerida por Stake (2000) quando há um caso que desperta interesse em si. No estudo de caso intrínseco, investiga-se um fenômeno no contexto da vida real, buscando todas as particularidades do fenômeno em sua especificidade histórica (Stake, 2000). A intenção, ao utilizar essa estratégia, foi compreender a situação em profundidade, enfatizando seu significado para os indivíduos envolvidos no processo. Entendemos o FDE como uma oportunidade ímpar de aprendizado sobre processos organizacionais alternativos e suas aproximações e distanciamentos do modelo dominante, ou seja, nos interessamos pelo caso em si, com todas as suas particularidades, caracterizando-se o trabalho como um estudo de caso intrínseco (Stake, 2000). Coletamos os dados sobre a organização no período de outubro de 2010 a setembro de 2012. Inicialmente, acompanhamos o Circuito por meio de sites, blogs, palestras e vídeos disponíveis na internet, já que o FDE tem uma estratégia forte de exposição, havendo abundância de material disponível nesse tipo de mídia. No início de 2011, estabelecemos o primeiro contato pessoal com o FDE, recebendo autorização e amplo incentivo para o desenvolvimento da pesquisa, em forma de disponibilidade irrestrita dos membros para colaborar com o processo de levantamento dos dados. Esse processo ocorreu por meio de observação direta, entrevistas e dados secundários.
  • 15. 13 ISSN 0034-7590 AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 Observamos o cotidiano de organização pelo acompanhamento de fóruns e listas virtuais de discussão de março de 2011 a setembro de 2012. Entrevistamos dois fundadores do Circuito em atividades relacionadas ao FDE na cidade de Florianópolis. Assistimos a uma reunião do Ponto de Articulação Nacional e, em setembro de 2012, participamos de uma imersão na Casa Fora do Eixo São Paulo (Cafesp). Durante três dias, vivenciamos o cotidiano da Casa, recebemos informações sobre o surgimento e a evolução do circuito e participamos de atividades como a organização da festa de aniversário da Revista Fórum, que ocorreu no terceiro dia. Nesse período, entrevistamos oito moradores, entre eles dois fundadores, três gestores e três membros mais recentes. Entrevistamos também três membros que não residiam na Casa e quatro pessoas que não fazem parte dos coletivos, mas são parceiros do circuito. As entrevistas tiveram como objetivo compreender a história da organização a partir dos relatos de seus participantes e os significados atribuídos por eles às questões de interesse da pesquisa (Godoy, 2006). Os dados secundários tiveram origem em uma série de documentos aos quais o FDE nos permitiu acesso, como: e-mails, planilhas, banco de atas, regimento interno, carta de princípios e modo de organização. Além disso, analisamos depoimentos sobre o FDE disponíveis na internet. A análise dos dados, em consonância com a perspectiva qualitativa, foi interpretativa e ocorreu ao longo e depois da coleta de dados. De acordo com Godoy (2006), esse tipo de análise é coerente com o estudo de caso qualitativo, devendo ser desenvolvido de modo concomitante e/ou cíclico com a coleta de dados. As reflexões que apresentamos a seguir são o resultado desse processo cíclico, de maneira que a teoria e a prática se coadunam, procurando oferecer uma visão mais abrangente do fenômeno em estudo. APROXIMANDO-SE DO MODO FORA DO EIXO DE ORGANIZAR O FDE é um coletivo de produção cultural independente composto por cerca de 200 coletivos presentes em todos os estados brasileiros. No contexto das transformações ocorridas na indústria fonográfica na década de 1990 (Marchi, 2011; Nakano, 2010) e na política do Estado brasileiro na área da cultura com a chegada da esquerda ao poder em 2002 (Rubim, 2010), o FDE surge em 2005 como uma alternativa para que artistas fora do eixo geográfico Rio de Janeiro-São Paulo viabilizassem a produção, circulação e distribuição de produtos e experiências culturais marginalizadas pelas estruturas de produção cultural dominantes no País, o chamado mainstream. Os coletivos articulados pelo FDE, chamados no âmbito local de Pontos Fora do Eixo, existem em mais de 180 cidades brasileiras e atuam de maneira autônoma localmente, mobilizando diretamente cerca de duas mil pessoas. Em algumas cidades, os coletivos existem na forma de Casas Fora do Eixo, locais nos quais os membros dos coletivos residem e trabalham. Essas Casas, como pudemos observar na imersão realizada na Cafesp, são espaços de vida e trabalho para os membros, mas são também espaços simbólicos que evidenciam socialmente a existência da organização. Da conexão oportunizada pela articulação local dos coletivos, surgem instâncias como: Colegiados Regionais, Frentes Temáticas, Simulacros e Casas Regionais. Essas instâncias representativas e executivas são formadas por membros dos coletivos locais que se autoindicam. E, no âmbito nacional, as decisões são tomadas pelo Ponto de Articulação Nacional, instância deliberativa virtual, com cerca de 140 representantes autoindicados. A Figura 1 ajuda a compreender a estrutura política do FDE: Figura 1. Modo de organização político Pontos fora do eixo Casas fora do eixo Parceiros Categoria 1 Organizações e pessoas PAN Agência de cooperação internacional Categoria 3 Ponto de articulação nacional (PAN) e internacional Colegiados regionais Frentes e simulacros Casas regionais Categoria 2 Instâncias representativas e executivas Fonte: Recuperado de Portal Transparência Fora do Eixo (2013) A figura procura demonstrar o esforço de organização do Circuito, tanto pela sistematização de uma estrutura de trabalho como pela opção por uma estrutura que contribua para articulação dos interesses de diferentes grupos. Apesar da estrutura formal, o FDE não é formalizado por meio de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) ou outro tipo de registro legal. Quando necessário, o FDE utiliza o CNPJ de um dos 18 coletivos, que o disponibiliza para ocasiões como a participação em editais, por exemplo. Entendemos o uso compartilhado desses registros
  • 16. 14 ISSN 0034-7590 ARTIGOS | Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 como forma de recusa à propriedade, se considerarmos que o CNPJ é um aspecto importante de identificação das organizações formais no nosso contexto institucional, viabilizando vínculos com Estado ou iniciativa privada. O modo de organizar político representado na Figura 1 foi idealizado no primeiro Congresso Fora do Eixo, realizado no Acre, em 2009, quando membros do FDE perceberam que, para viabilizar a circulação e distribuição de produtos culturais fora da cadeia produtiva da música no Brasil, seria necessária uma estrutura capaz de articular os esforços dos diferentes coletivos. Conforme pudemos observar, até aquele momento, o organizar do Circuito era produzido essencialmente nas discussões realizadas por meio de listas de e-mails, conversas on-line e compartilhamentos espontâneos de “modos de fazer” entre coletivos. Naquela oportunidade, foram elaboradas as primeiras versões do Regimento Interno, da Carta de Princípios e do Modo de Organização, revelando que a organização passa a se preocupar com certo nível de formalização, com o registro em documentos de alguns princípios e regras. Esses documentos sofrem periodicamente revisões coletivas, para adaptá-los às novas situações enfrentadas pelo Circuito. Nessas revisões, observamos que há constante atenção às nomenclaturas e formas dadas às representações gráficas, de maneira que, em oposição a termos como organograma e estrutura, são adotados termos como “modo de organizar” e “modo de organizar político”. A representação circular da estrutura sugere o distanciamento da noção burocrática de hierarquia, quer na sua forma tradicional (Motta & Bresser-Pereira, 2004; Tragtenberg, 1980), quer na sua forma flexível (Fournier & Grey, 1999; Höpfl, 2006). Ainda quanto à formalização, ela foi percebida em práticas como editais para a seleção de membros para imersão em Casas Fora do Eixo. No entanto, a formalização parece ser adotada para atender à necessidade de democratização das oportunidades criadas pelo Circuito, por meio de mecanismos que tornem os processos transparentes e acessíveis a todos os interessados. A necessidade de organizar vivenciada pelo FDE vai ao encontro do proposto por Malatesta (1927), para quem a organização é a prática da cooperação e da solidariedade, uma condição natural e necessária da vida social, inextricável da sociedade humana e de todo grupo que tenha algum objetivo a alcançar. O que importa é como organizar, rejeitando o hierarquismo em sua essência de constituir um grupo ao qual cabe (co)ordenar os demais. Moraes (2010) reforça essa perspectiva ao afirmar que as regras de tomada de decisão precisam ser conhecidas por todos, o que apenas pode acontecer se estão formalizadas, portanto a normalização não implica a imposição de um modelo de heterogestão. Desse modo, apesar de um movimento de verticalização, o qual se expressa por meio da constituição de instâncias deliberativas, a representação se coloca como uma forma encontrada pelo FDE para viabilizar a participação nas tomadas de decisão. Para isso, mescla práticas de atuação e decisão direta com práticas de representação, predominando a horizontalidade. Essa dinâmica alinha-se ao proposto por Malatesta (1927), cujo argumento esclarece que, se uma organização for baseada na plena autonomia dos indivíduos e grupos, ainda que sofra com as imperfeições da representatividade, estará isenta de autoritarismo, pois não há imposição das decisões. A atuação direta dá-se pela participação ativa dos membros nos seus respectivos coletivos, com a plena autonomia que estes têm na sua gestão. Além disso, a noção de comando e subordinação é subvertida pela ampla diversidade de responsabilidades assumidas por todos. Assim, o indivíduo que é responsável por um processo coloca-se a serviço de outro em momentos diversos, tecendo uma teia de relações que não permite estabelecer escalonamento ou hierarquização entre as pessoas, ainda que haja figuras de liderança com maior evidência em determinados momentos. Essa diluição de uma personalidade representativa do Circuito parece coerente com a forma como se exerce o poder na vivência cotidiana dos coletivos. Uma das pessoas entrevistadas nos afirmou que a lógica do FDE não é hierárquica: [...] a gente consegue, enquanto fora do eixo, li- dar de uma maneira muito rizomática – digamos assim – com o que já se propõe nesse campo, não hierárquica. É claro que há níveis de coor- denação dentro do movimento, mas eles são os- cilantes e circunstanciais. Se hoje, por exemplo, alguém é coordenação no fora do eixo, quer di- zer que ontem foi base e amanhã vai ser base de novo – se coordena um núcleo, é provavelmente base em outro. (Entrevistado 1) Embora os membros do Circuito afirmem que as atividades de coordenação são temporárias e que não há o exercício de uma liderança formal, consideramos que a liderança é um aspecto polêmico na dinâmica do FDE. Não há como ignorar a destacada atuação de um de seus membros, Pablo Capilé. Capilé tem sido um dos principais interlocutores do FDE com a mídia e o principal articulador em reuniões do Colegiado. Em nossa imersão na Cafesp, esse protagonismo ficou evidente em momentos como a chegada de autoridades políticas a um evento que ocorria na Casa, quando Capilé era chamado para receber os convidados.
  • 17. 15 ISSN 0034-7590 AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 Sobre esse aspecto, parece interessante considerar a posição de Freire (2005), para quem a liderança é necessária ao processo de organização da luta. Nesse sentido, o papel de liderança de Capilé no FDE poderia ser visto como um exercício de “fazer junto com” em vez de “fazer para”. Na entrevista que fizemos com Capilé, ele afirmou que havia uma preocupação manifesta de todo o FDE em diluir sua imagem de líder, articulando outros agentes. Esse movimento relativamente vertical tende a ser compensado, em parte, pela autonomia que os coletivos dispõem para tomar suas decisões, definir sua atuação local, e pela autonomia dos agentes em seus processos de trabalho, numa perspectiva de autogestão. Moraes (2010) sugere que a autogestão é a produção de meios em uma organização que declina de qualquer estrutura hierárquica, coerente com os princípios da liberdade e igualdade, na qual todos têm direitos iguais à participação. No FDE, não há o exercício da autoridade de uns sobre outros, pois o integrante que assume a coordenação em um determinado processo assume tarefas operacionais em outros. Nesse sentido, consideramos na seção seguinte como o organizar coletivo acontece no cotidiano. O COTIDIANO DE PRODUÇÃO COLETIVA DO FDE No FDE, procura-se decidir predominantemente por consenso. De acordo com Innes (2004), para ser considerado consenso, é preciso a inclusão de todos os interessados na decisão, participantes que decidam suas próprias regras, definam suas agendas e tenham pleno acesso às informações. No FDE, o consenso é considerado muito importante para qualificar as decisões tomadas, como explica um membro: [...] a gente evita votar porque a democracia é a ditadura da maioria, e o cara que não é conven- cido de que a pauta dele não é a melhor naque- le momento, ele pode não se comprometer tan- to com a ação quanto se ele estiver convencido. Então, a gente acha que vale mais a pena esgotar um debate por horas do que “tratorar” uma opi- nião muito sólida de uma pessoa que seja. (En- trevistado 9) Em contraste com a eficiência, foco das organizações burocráticas, no FDE prevalecem as decisões tomadas a partir de diálogos, não impondo limites de tempo e conteúdo e viabilizando o acesso às informações a todos os participantes. Essa característica vai ao encontro do relatado por Misoczky et al. (2008) e Misoczky et al. (2008) em casos como o da resistência às papeleiras e o das mães da Praça de Maio, ambos na Argentina. Uma questão controversa é o fato de que a participação e a fala são aceitas na medida da dedicação e contribuição do indivíduo para o coletivo. Internamente, isso é chamado de “lastro para fala”, conforme ilustra uma pessoa entrevistada: Num ambiente como esse, com muitas pessoas, onde todo mundo se acha genial, todo mundo acha que sabe de tudo, que entende de tudo, se a gente não criasse um campo de normatização, seria uma loucura, um debate eterno. Para po- der estruturar isso é que temos como princípio o construir lastro pra fala. Ou seja, a sua ocupa- ção de espaço, o tanto que você vai falar, o tan- to que a sua voz vai repercutir, está muito ligado ao tanto que você está trabalhando. Pensando localmente, você vai montar um coletivo, aí vai ter aquele cara que só vai na reunião do sábado, e chega na reunião do sábado e sai falando blá blá blá. Só que na segunda-feira ela não está lá para fazer aquela ideia genial acontecer. Aí você tem que falar com o cara: seguinte, construir las- tro para fala – se você não estiver aqui todo dia, o tanto que você vai falar vai ser proporcional ao tanto que você trabalha, e isso em todas as esfe- ras. (Entrevistado 3) Observamos que o “lastro para fala” restringe a fala àqueles que são percebidos como efetivamente comprometidos e dedicados ao FDE, de modo que, com a convivência e a imersão profunda na dinâmica do grupo, tende a haver um alinhamento intenso de visões. Ainda, tamanha imersão estabelece uma vida coletiva na qual o indivíduo está sob constante avaliação do grupo, o que pode favorecer posturas de aceitação diante dele, com a finalidade de evitar confrontos. No FDE, há um esforço para o compartilhamento massivo de informações. Todos os documentos da organização estão disponíveis em uma base de dados de livre acesso a qualquer integrante do Circuito. Além disso, nas listas de e-mails do Circuito, veiculam-se diariamente relatos de experiências locais, editais de vivência e de financiamento externos, informações sobre cursos e eventos, entre outros assuntos, disseminando a informação por todo o Circuito. As redes sociais e tecnologias são amplamente utilizadas e alimentadas pelos coletivos, proporcionando uma intensa
  • 18. 16 ISSN 0034-7590 ARTIGOS | Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 conexão entre integrantes do FDE. Destacamos também que a comunicação é colaborativa, já que qualquer integrante pode interferir na discussão, lançar uma pauta para o banco de pautas que organiza as comunicações de abrangência nacional do Circuito ou para serem discutidos em reuniões gerais. A colaboratividade e o compartilhamento evitam o acesso privilegiado às informações, em oposição à tradição gerencialista na qual o acesso à informação é controlado e restrito a poucos (Parker, Fournier, & Reedy, 2007). AS RELAÇÕES DO FDE E SEUS INTEGRANTES Na parede da cozinha da Cafesp, durante nossa estada, um quadro informava: “Hoje somos 24 moradores”. As chamadas Casas Fora do Eixo são sedes-moradia nas quais os integrantes vivem e trabalham. Adotadas depois de certo tempo por mais de 20 coletivos, nas CAFEs, o compartilhamento dos modos de vida busca criar relações altamente personalizadas, muito diferente da impessoalidade das organizações burocráticas (Kallinikos, 2004; Motta & Bresser-Pereira, 2004; Tragtenberg, 1980). Nesses espaços, as pessoas compartilham os meios físicos de produção, como computadores, internet e energia elétrica, e também os meios para a produção da vida cotidiana de seus moradores: dormitórios, refeições, banheiros, roupas. É uma experiência radical de compartilhamento, vista também como uma tecnologia de gestão: Nós entendemos a CAFE como uma tecnolo- gia de gestão. Se cada um fosse alugar um lu- gar para morar, seriam 16 contas de aluguel, de luz, de água, de telefone, de internet. Além dis- so, com todo mundo morando e trabalhando no mesmo lugar, a gente tem muito menos proble- mas de comunicação. (Entevistado 6) As CAFEs ampliam a visibilidade do Circuito e têm importância simbólica para os integrantes do FDE, pois concretizam socialmente uma experiência de organização. São comunidades nas quais a vida individual é subordinada à coletiva, de maneira avessa ao individualismo que caracteriza um dos pressupostos fundamentais do mundo moderno (Dumont, 2000). Uma das tecnologias que dão sustentação a esse modo de vida é a prática do caixa coletivo, existente nas Casas Fora do Eixo e também nos coletivos. O caixa coletivo consiste em um recipiente de madeira e um livro-caixa. É também uma conta bancária a que todos os integrantes da Casa têm acesso. Os integrantes da CAFEs, por exemplo, convivem com essa dinâmica. A exigência, pactuada entre todos, é que todo gasto seja anotado no livro-caixa para que se saiba de quanto se dispõe. O caixa coletivo é provisionado por toda arrecadação, individual ou coletiva, de trabalhos dentro ou fora do FDE. Com essa arrecadação, são pagas as despesas dos moradores da casa, como: alimentação, luz, internet, cigarros, gasolina, vestuário. Na visão dos integrantes, o caixa coletivo potencializa o coletivo porque são várias pessoas trabalhando em prol do desenvolvimento do coletivo. O caixa coletivo é, ainda, uma experiência cuja sobrevivência individual está atrelada ao que o coletivo consegue realizar. Conforme um entrevistado: é um trabalho mesmo de desapego aqui. Existe toda uma cultura onde a gente cresceu pra ter um ótimo emprego, [...] mas entender que você con- segue dessa forma (caixa coletivo) atender todas as suas necessidades sem precisar desse tipo de acúmulo. Aqui na casa a gente não acumula gra- na, mas todo mundo tem tudo o que precisa: com- putador pra trabalhar, comida, cigarro, Coca-Cola todo dia no almoço, todo dia tem [...] E as coisas que não estão dentro desse campo, que é o cho- colate que eu gosto, eu pego o dinheiro do caixa e compro e todo mundo tem isso. [...] a gente con- segue conviver muito bem no coletivo com todo mundo e com um respeito muito grande pela indi- vidualidade de cada um, das necessidades indivi- duais de cada um. (Entrevistado 5) Na prática, como os integrantes da CAFE têm autonomia para a realização dos gastos, o caixa coletivo implica pensar coletivamente, demandando solidariedade e responsabilidade na utilização dos recursos. Aliás, a noção de propriedade pareceu- nos bastante difusa nos coletivos, tendo em vista que o espaço e os recursos de trabalho, a residência e os recursos materiais são de posse de todos. Essa perspectiva se opõe à noção de propriedade, elementar nas formas organizacionais dominantes (Abraham, 2007; Proudhon, 1988; Solé, 2008; Tragtenberg, 1980). A forma alternativa de relação entre os indivíduos e o FDE também foi observada na maneira como organizam e dividem o trabalho. Percebemos que as atividades são exercidas de acordo com a afinidade das pessoas para sua execução, independentemente do seu conhecimento técnico ou experiência prévia. Algumas frentes de atuação do FDE surgiram justamente desses desejos de pessoas que assumiram o desafio de desenvolver novos focos de atuação para o Circuito. Um entrevistado nos contou:
  • 19. 17 ISSN 0034-7590 AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 Eu entrei sem saber nada de comunicação, mas eu queria entrar na comunicação e estou até hoje trabalhando com comunicação, mas já tra- balho com produção, enfim, conheci outras áre- as da cadeia cultural [...] tem muita gente que en- tra sem conhecimento em nenhuma área e como eu, aprendi tudo de comunicação e hoje estou trabalhando com isso. Então tem toda a cadeia de produtores e agentes FDE trabalhando por afi- nidade de produção mesmo. (Entrevistado 6) Essa forma de pensar as tarefas diverge da maneira dominante de divisão do trabalho da racionalidade burocrática, na qual as pessoas são alocadas, de acordo com suas capacidades técnicas, em cargos dispostos hierarquicamente (Kallinikos, 2004). Uma outra divergência em relação à divisão do trabalho das burocracias, discutida por Prestes-Motta e Bresser- Pereira (2004) entre outros autores, é a inexistência de funções fixas, já que no FDE as atividades dependem das demandas do coletivo. Dessa forma, embora não seja formal, há uma prática constante de troca de atividades entre os integrantes, incluindo as posições de liderança, de modo que buscam o exercício do poder alternadamente, de acordo com a natureza da atividade que está sendo desenvolvida, contrastando com a premissa burocrática de comando e obediência (Höpfl, 2006). O FDE pretende que o desenvolvimento do indivíduo seja traçado por ele mesmo, havendo abertura para o desenvolvimento dos mais diversificados projetos. Para dar suporte a esse processo de desenvolvimento, são proporcionadas oportunidades de aprendizado, organizadas e articuladas pela Universidade Fora do Eixo. A Universidade busca estimular o debate e a geração de novas metodologias de formação, a partir da premissa de livre acesso ao conhecimento. No entanto, essa estrutura é entendida pelo FDE como um simulacro, já que desenvolve práticas organizacionais próprias, em oposição às práticas das organizações hegemônicas às quais elas se contrapõem. As formações são baseadas em experiências empíricas, ou seja, o FDE não nutre suas práticas em modelos teóricos, embora tenha algumas inspirações nesse sentido, como explica uma das pessoas entrevistadas, ao referir-se ao conceito de Zonas Autônomas Temporárias (Bey, 2001): Nós somos o império do empírico. [...] não foi a partir da leitura do TAZ que a gente promoveu um processo de criação de zonas autônomas tempo- rárias, por exemplo. A gente conseguiu um nome pra dar pra uma coisa que a gente já fazia. (En- trevistado 7) A máxima do Circuito é “aprender fazendo”, conforme sugere a pedagogia freireana, e isso decorre da intensa interação entre seus integrantes. Essas oportunidades de aprendizado são entendidas como o maior ganho que os membros do Circuito podem ter. Em um contexto onde a escassez de recursos financeiros é uma realidade, o FDE está constantemente debatendo que o principal retorno que as pessoas obtêm em seus trabalhos é a realização de projetos grandiosos e a construção de iniciativas de longo prazo em prol da área cultural e da emancipação da juventude. Essa realidade contrapõe-se ao estudo de Magro e Coutinho (2008), por exemplo, para quem os trabalhadores em organizações caracterizadas como autogestionárias percebem como sentido primordial do trabalho a subsistência, a qual ocorre na medida em que o trabalho se transforma em dinheiro e permite acesso ao consumo de bens e serviços. A ausência de remuneração individual e o caixa coletivo sinalizam aos membros do FDE restrições em termos de acúmulo de bens materiais, algo que difere de maneira assaz da forma burocrática de organizar, na qual os indivíduos recebem remuneração financeira individual como recompensa dos seus trabalhos (Tragtenberg, 1980). Essa dinâmica também contrasta com a lógica gerencialista, segundo a qual sujeitos são percebidos como recursos para mais-valia e avaliados pela capacidade de retorno econômico (Böhm, 2006). O sentido do trabalho para os membros do FDE também merece destaque. Integrantes do Circuito parecem nutrir alto comprometimento com a organização, manifestado por suas visões de futuro e na dedicação que empregam em seu trabalho no dia a dia. A dedicação em tempo integral ao FDE – de segunda a segunda, com carga diária de cerca de 12 horas – é entendida como parte da vida das pessoas, já que a maioria parece perceber vida e trabalho como aspectos convergentes em suas experiências. Podemos perceber isso na fala desta pessoa: Dizem que a gente no FDE trabalha demais. A gente não trabalha, a gente vive. A gente não concebe o trabalho como um espaço separado na vida. A vida pra gente é um fluxo contínuo de 12, 16 horas, onde a gente está vivendo essa construção que é o FDE. (Entrevistado 11). Esse cenário opõe-se à concepção burocrática de relação organização e indivíduo, a qual se fundamenta no cargo ocupado pelos indivíduos, sendo vida pessoal e trabalho considerados aspectos disjuntos (Kallinikos, 2004). Quanto ao futuro, os rumos do Circuito parecem ser definidos à medida que as situações acontecem, havendo pouco
  • 20. 18 ISSN 0034-7590 ARTIGOS | Reposicionando conceitos: A organização fora dos eixos © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 ou quase nenhum planejamento formal. Percebemos, também, que não há ênfase em resultados, o foco é centrado nos meios, em como as coisas são feitas, numa perspectiva substantiva, contrariando a necessidade de previsibilidade e a dinâmica de controle prevalente na burocracia (Clegg, 1998) e alimentada pelo gerencialismo (Chanlat, 1999; Klikauer, 2015; Parker, 2002). Como afirma um entrevistado: A gente não se preocupa com aonde quer chegar, e sim em como estamos fazendo as coisas, num foco muito mais no processo do que nos fins. [...] não saber para onde está indo habilita muitos “ondes” possíveis, que vão sendo construídos pelos “como”. (Entrevistado 8) As propostas de atuação futura do FDE, feitas para prazos curtos, consideram a prática dos sujeitos em seus cotidianos, de modo que as ações traçadas são elaboradas em resposta à situação que os coletivos vão encontrando em suas realidades. Tal condução segue no mesmo sentido exposto por Moraes (2010) a respeito de uma construção paciente e cotidiana do organizar, um processo constantemente renovado e transformado com foco no presente, uma vez que ele é a realidade a ser transformada. A não preocupação com a previsibilidade é vista pelos membros do FDE como uma característica positiva, que permite uma atuação orgânica do Circuito e que suas ações sejam realizadas na mdida do necessário. Outra prática relevante na relação entre membros e FDE é a adoção do CARD, uma moeda complementar que estrutura um banco de tempo (Barcellos & Diniz, 2016). Um banco de tempo é uma forma de ajudar alguém e de receber ajuda em troca, utilizando um sistema igualitário baseado no tempo, no qual uma hora de trabalho corresponde a uma unidade de moeda complementar, qualquer que seja a tarefa envolvida nesse sistema de troca (Boyle, 2003; Collom, 2011; Fraňková, Fousek, Kala, & Labohý, 2014). Nesse sistema, prevalece a prática de equivalência da remuneração por hora trabalhada, de modo que qualquer trabalho desenvolvido no FDE por seus integrantes é remunerado com base nas horas trabalhadas, independentemente da complexidade da tarefa. Um entrevistado explica como funciona: [...] Com o Cubo Card, já que não tinha a grana, a gente começou a pagar em serviço mesmo, e aí que a gente percebeu que foi um sistema que fechou com perfeição, porque você vai lá, faz o show e recebe 400 Cubo Cards, e você vai gastan- do ele em ensaio, em assessoria de imprensa, na gravação, e é um novo jeito de a banda se susten- tar e sustentar a sua música. (Entrevistado 6) O sentido do CARD reside na valorização equivalente do trabalho, o que se opõe à tradição burocrática de hierarquias salariais e parece alinhado às iniciativas de autogestão descritas por Faria et al. (2008). De acordo com Echeagaray (2011), a moeda complementar cria um sistema de valor autônomo com relação ao sistema hegemônico, criando mercados solidários independentes dele. Essa contra-hegemonia tem sido uma importante luta política do FDE e manifesta-se em diversas práticas como o CARD, mas também naquelas descritas nas seções em que relatamos o modo de organizar, de produzir e de se relacionar do FDE. REFLEXÕES FINAIS Spicer, Alvesson, e Kärreman (2009), inspirados em Foucault, sugerem que uma abordagem interessante para as organizações alternativas seria a da heterotopia. Heterotopias significam outros lugares, espaços de ação que encorajam a exploração e a imaginação de maneiras alternativas de ser e fazer. Entendemos que essa reflexão vai ao encontro do que evidenciamos com a análise da produção cotidiana do organizar Fora do Eixo. Um lugar que nos permite nutrir um senso de possibilidades, o que não significa que não existam problemas, disputas e conflitos. Assim, as organizações alternativas nos oferecem a possibilidade de rever nossa compreensão sobre a natureza dos conflitos em uma organização. Conforme apontamos neste trabalho, existem diferentes possibilidades teóricas para a análise do FDE. Poderíamos ter analisado o FDE a partir da literatura sobre autogestão, economia solidária, anarquismo, entre outras, mas optamos pela perspectiva da resistência, apoiando-nos no pensamento de Laclau e Mouffe (2001). Percebemos que aspectos plurais da organização demandavam olhares igualmente plurais. Assim, o olhar sobre a moeda complementar a partir da ótica da economia solidária é esclarecedor, ao mesmo tempo que a compreensão do FDE como organização de resistência evidencia as nuances políticas e de luta, fundamentais para o entendimento da atuação histórica e contingente do FDE no contexto cultural brasileiro. Ela é uma organização que se engaja numa luta contra-hegemônica no campo da cultura, desafiando a compreensão dominante sobre o termo, e também na busca por alternativas de organização do trabalho, ressignificando uma série de processos, como tomada de decisão, distribuição das tarefas, comunicações e mecanismos de recompensa.
  • 21. 19 ISSN 0034-7590 AUTORAS | Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | Eloise Helena Livramento Dellagnelo | Helena Kuerten de Salles © RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 10-21 Percebemos, na experiência do FDE, uma dinâmica de decisão com base em colegiados que se estruuram na transparência das informações, no consenso e na horizontalidade. Conforme as narrativas e observações, vimos também que existem regras formalizadas e divisão de tarefas, sem haver, no entanto, adoção da lógica burocrática. Essas características estão contextualizadas em um espaço organizacional cujo surgimento remete a uma disputa política em torno da possibilidade de se fazer cultura em uma sociedade caracterizada pela predominância do mercado como instância definidora do que é ou não cultura. Nesse sentido, o objetivo pelo qual o FDE se orienta, um outro entendimento de cultura, se reflete na sua prática cotidiana, articulando uma atuação coerente com seus princípios. Portanto, as práticas organizacionais são adotadas para contribuir com o alcance de objetivos coletivamente pactuados. Para isso, parece ser necessário que estejam subordinadas ao consenso, à igualdade de oportunidades, ao diálogo e à temporalidade que privilegia os relacionamentos. Mas, ainda assim, são sujeitas à contradição, ao conflito e ao questionamento como aspectos inerentes de qualquer espaço social. Dessa forma, como argumentam Parker et al. (2007), a contradição não é algo a ser temido ou eliminado, pois, se não houvesse tensões ou conflitos em um conjunto particular de ideias, seria difícil imaginar que essas ideias estejam vivas, em movimento. Nósentendemosque o FDEestá inserido em uma sociedade na qual a articulação hegemônica está constantemente buscando formas de incorporar à sua formação discursiva elementos que estejam dispersos no campo da discursividade e que possam ser articulados aos significados que explicam a vida social conforme sua conveniência (Laclau & Mouffe, 2001). Assim, o FDE, como muitas outras organizações, vive em constante tensão entre uma lógica particular e um contexto dominante cujo modus operandi colide com sua forma de produção do organizar. Mas, assim como Laclau e Mouffe (2001), entendemos que o campo social está sujeito a contingências e que seus deslocamentos e consequências podem proporcionar articulações que dependem da forma como os sujeitos se posicionarão diante dessas situações. Nesse sentido, acreditamos que a experiência do FDE signifique um exemplo de uma contraposição àquilo que os estudos organizacionais predominantemente difundem como forma de organização e gestão, um exemplo daquilo que entendemos como fissuras ou lacunas em nossa realidade social, cuja análise atenta nos fornece novas compreensões sobre as dinâmicas organizacionais. Conforme argumentamos no início do trabalho, o olhar atento às experiências que se situam nas fronteiras da ordem social se constitui em estratégia bastante fecunda para o desenvolvimento de abordagens alternativas nos estudos organizacionais. REFERÊNCIAS Abraham, Y-M. (2007). L’entreprise est-elle nécessaire? In J.-P. Dupuis (Ed.), Sociologie de l’entreprise (pp. 323-374) (2. ed.). Montreal, Canada: Gaëtan Morin. Alcadipani, R. (2011). Academia e a fábrica de sardinhas. O&S- Organizações & Sociedade, 18(57), 345-348. Alcadipani, R., & Tureta, C. (2009). 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  • 24. 22 ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 57 | n. 1 | jan-fev 2017 | 22-36 ROBERTO VASSOLO rvassolo@iae.edu.ar Professor at Universidad Austral, IAE Business School – Buenos Aires, Argentina and Pontificia Universidad Católica de Chile, Facultad de Ingeniería – Santiago, Chile JAVIER GARCÍA-SÁNCHEZ jgsanchez@iae.edu.ar Professor at Universidad Austral, IAE Business School – Buenos Aires, Argentina LUIZ MESQUITA mesquita@asu.edu Professor at Arizona State University, School of Business – Arizona, United States of America ARTICLES Submitted 10.13.2015. Approved 10.13.2016 Evaluated by double blind review process. Scientific Editor: Carlos L. Rodriguez COMPETITIVE DYNAMICS AND EARLY MOVER ADVANTAGES UNDER ECONOMIC RECESSIONS Dinâmica competitiva e vantagem do pioneiro em recessões econômicas Dinámica competitiva y ventajas de precursores en recesiones económicas ABSTRACT In light of the recent macroeconomic instability in global markets, we examine the evolution of com- petitive dynamics and firm profitability when industries are subject to recessions. Although ordinary intuition leads most to view recessions as harmful, we highlight conditions under which they enhance the relative value of industry-level supply-side isolating mechanisms, thereby affording early movers significant and sustainable profit advantages vis-à-vis laggards. We observe that the distribution of firm size within the industry switches from a bi-modal distribution (i.e., one dominated by both small and large firms) to a right-skewed one (i.e., dominated mostly by large firms) in these contexts, the- reby signaling the rise of important opportunities in the form of less rivalrous competitive contexts for survivors of recessions. We derive our results from formal modeling and multiple simulation runs. KEYWORDS | First mover advantages, industry life cycle, competitive dynamics, recessions, supply side isolating mechanisms. RESUMO À luz da recente instabilidade macroeconômica nos mercados globais, examinamos a evolução da dinâmica competitiva e da rentabilidade das empresas quando indústrias estão sujeitas a recessões. Embora a intuição comum leve a maioria das pessoas a enxergar as recessões como prejudiciais, des- tacamos condições sob as quais elas melhoram o valor de mecanismos de isolamento em nível de indústria e do lado da oferta, proporcionando aos pioneiros vantagens de lucro significativas e sus- tentáveis em comparação com seguidores. Observamos que a distribuição do tamanho das empresas passa de uma distribuição bimodal (ou seja, dominada tanto por empresas grandes quanto peque- nas) a uma distribuição enviesada à direita (ou seja, predominantemente dominada por empresas grandes) nesses contextos, sinalizando a emergência de importantes oportunidades na forma de con- textos de concorrência com menor rivalidade para os sobreviventes das recessões. Derivamos nossos resultados de execuções de modelagem formal e múltiplas simulações. PALAVRAS-CHAVE | Vantagem do pioneiro, ciclo de vida de indústria, dinâmica competitiva, recessões, mecanismos de isolamento do lado da demanda. RESUMEN En vista de la reciente inestabilidad macroeconómica en los mercados globales, analizamos la evolu- ción de la dinámica competitiva y rentabilidad firme cuando las industrias están sujetas a recesiones. Aunque la intuición común lleva mayormente a considerar las recesiones dañinas, enfatizamos las condiciones en las que mejoran el valor relativo de mecanismos aislantes de suministros a nivel de la industria, por lo tanto, proporcionándoles a los precursores ventajas provechosas significativas y sostenibles con respecto a los rezagados. Observamos que la distribución de tamaño firme dentro de la industria cambia de una distribución bimodal (es decir, una dominada tanto por pequeñas como por grandes empresas) a una sesgada hacia la derecha (es decir, dominada mayoritariamente por grandes empresas) en dichos contextos, por lo tanto indicando el surgimiento de importantes oportunidades en la forma de contextos menos rivales para sobrevivientes de recesiones. Derivamos nuestros resultados de modelado formal y ejecuciones de simulaciones múltiples. PALABRAS CLAVE | Ventajas de precursores, ciclo de vida de la industria, dinámica competitiva, rece- siones, mecanismos aislantes del lado de suministros. RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020170103