O documento discute a crise econômica europeia desde 2008 e suas consequências políticas, incluindo o crescimento do neofascismo. A crise atingiu principalmente os EUA e se espalhou para a Europa, onde os ajustes fiscais levaram muitos países à recessão. Isso aumentou o desemprego e insatisfação popular, beneficiando partidos de extrema-direita que culpam imigrantes pelos problemas.
1. Crise europeia e Neofascismo
Aulão de atualidades
3º Ano
Colégio Santa Úrsula
2. A Crise
O epicentro da crise econômica e financeira que eclodiu em
2008 foram os Estados Unidos da América (EUA).
O processo atinge todas as regiões, mostrando a interrelação
entre as economias em um mundo globalizado.
É a maior crise financeira enfrentada pelo capitalismo desde
1929, sem perspectivas claras sobre a retomada de novos
ciclos de expansão
3. Contextualização da Crise Financeira
Internacional
Crise do modelo neoliberal:
concentração de renda no mundo desenvolvido
endividamento crescente das famílias
incapacidade do mercado de se autorregular.
Observou-se intensa mobilidade de capitais:
para regiões de menores custos financeiros (sob forma de
investimentos diretos)
para mercados desregulados (possibilidade de elevados
rendimentos)
4. Os efeitos da crise recolocaram no mundo o debate
sobre o papel do Estado como regulador e promotor
do desenvolvimento.
Abre-se o caminho para uma nova geopolítica mundial
incorporando um conjunto de países no debate e
processo decisório global.
5. Redução da liquidez mundial
Contração do crédito externo refletido no crédito doméstico.
Contração do mercado internacional
Redução dos saldos comerciais;
Redução dos preços das commodities.
Transferência de capitais para as matrizes
Desvalorização de ativos e ações;
Redução dos fluxos de entrada de capitais;
Redução de estoques;
Desvalorização do real frente ao dólar.
6. Situação da Europa
• Crescimento da Zona do Euro
• 2011 1,5%
• 2012 -0,5%(*)
• Desemprego atinge 11% na região e 25% em alguns países
• Ajustes fiscais (redução do déficit público) levaram a região à
recessão
• Não há instrumentos para fazer ajuste com crescimento
econômico.
7. • Forma de ajuste: corte de gastos públicos (é recessivo)
• Elevação do risco tem levado a aumento de juros
→ Itália e Espanha
→ Juros de 7% tornariam atuação insuportável
• BCE socorreu comprando títulos e condicionando ajuste
→ Objetivo é reduzir juros durante transição
→ “Folego” para o ajuste
→ Mas a redução do déficit público é inevitável
8. Perspectivas
● Três Grandes Questões:
Europa se mantêm em recessão/estagnação?
Solução para o “abismo fiscal” nos EUA?
Desaceleração da China permanece?
9. ●Solução da crise europeia leva tempo
Ajustes fiscais apenas começaram
Novas medidas de redução do déficit
público e da dívida pública
Dívida grega é impagável
Possível abrandamento das exigências
12. Impactos sociais - Neofascismo
Na União Europeia, as leis sobre imigração e
asilo político variam muito de país para país,
embora a tendência seja para a sua
uniformização.
14. Observatório Europeu do
Racismo e da Xenofobia vem
denunciando o aumento dos
casos de violência racial e de
discriminação em todos os
países da UE. De acordo com
este Observatório, as principais
razões para o aumento da
xenofobia, devem-se
principalmente ao medo do
desemprego, insegurança em
relação ao futuro, e ao mal estar
generalizado sobre as condições
sociais e as políticas dos
governos.
15. A posição da extrema-direita
Direita
Extrema-direita
europeia
16. Direita e neonazismo
Questões um pouco diferentes:
1) neonazismo;
2) extrema direita (o nazismo faz parte da
extrema direita, mas nem toda a extrema direita
é exatamente nazista ou neonazista);
3) extremismo político (que é um fenômeno
mais amplo)
17. Racismo como ameaça ?
É consensual a seguinte definição técnica de racismo: a
representação de um povo como inferior por razões
naturais, independentemente da sua acção e da sua
vontade. Esta representação é feita, naturalmente, por
todos aqueles que se assumem a si próprios como
superiores.
23. O descontentamento da juventude com a sociedade de
consumo acabou por desencadear, nos anos 60, os
movimentos de contra-cultura, inicialmente com os
hippies "cabeludos e pacifistas" (e de classe média),
que vão ser substituídos por uma versão mais popular,
os skinheads, que posteriormente vão dividir-se e
tomar caminhos políticos diferenciados.
24. Tensões sociais vão encontrar uma válvula de escape na
xenofobia e no racismo, que foi seu grande ponto de partida e o
seu relançamento. Os estrangeiros passam a significar, nesse
sentido, pessoas que iriam tomar seus empregos, que estariam
mudando seus modos de vida, introduzindo as drogas, a
criminalidade, a decadência.
25. Na França, um partido de extrema direita, a Frente
Nacional, que procura negar a sua identidade
neonazista, mas que a todo o momento faz referência
ao passado do regime de Vichy, ganha base de apoio
social, a ponto de políticos de esquerda, socialistas ou
comunistas, serem obrigados às vezes, nas suas
circunscrições eleitorais, a defender
políticas restritivas à imigração.
26. Na Alemanha também há um
renascimento muito forte da atuação
desses grupos, além de outros países.
Numericamente, estes grupos ainda são
pequenos, porém extremamente ativos.
27. Nos anos 90 Os neonazistas começam a fazer
ações, principalmente nos países do Leste Europeu,
que saem do regime socialista. A extrema-direita, o
nacionalismo, a xenofobia e as ideias neonazistas
surgem com vigor em países onde até então não
havia, de certa forma, estruturas e formas de
convivência capazes de lidar com este fenômeno.
28. Segundo Ramonet, "o obscurantismo seduz cada vez
mais certos espíritos desencorajados pela
complexidade das novas realidades, chocados pela
irracional crise econômica." Graças a esse
obscurantismo, já se expandiram através do mundo
as revoluções conservadoras e os diversos
fundamentalismos: islâmico no Ira, puritano nos EUA,
católico na França, ortodoxo em Israel, etc.
29. Extrema direita na U.E.
Os partidos mais significativos de Extrema-Direita
- Itália: MSI (Alliance nationale) 12,5%
- França: Frente Nacional 10,5%
- Belgique: VIB-Vlaams Blok (Bloc flamand) 7,8%
FNb (Front national belge) 2,9%