O 2º turno das eleições presidenciais colocará frente à frente o petismo representado pela candidata Dilma Roussef e o antipetismo representado pelo candidato Aécio Neves. São poucas as diferenças entre ambos os candidatos e de seus partidos no que diz respeito à política econômica nitidamente neoliberal que segue o que estabeleceu o Consenso de Washington na década de 1990 (disciplina fiscal, juros de mercado, câmbio flutuante, abertura comercial, liberalização do investimento estrangeiro direto, privatização das estatais, desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas). Dois fatores diferiam, entretanto, o PT do PSDB: a rejeição da política de privatização e a defesa da redução das desigualdades sociais pelo primeiro.No entanto, a política de privatização de empresas estatais combatida pelo PT nos seus primórdios está sendo levada avante pelo governo Dilma Roussef que chegou ao absurdo de entregar 60% do petróleo do campo de Libra da camada pré-sal ao capital estrangeiro. A denominada parceria pública privada (PPP) posta em prática pelo atual governo não é nada mais nada menos do que a nova denominação dada ao processo de privatização de portos, aeroportos, rodovias, etc. Por sua vez, a redução das desigualdades sociais defendida pelo governo Dilma Roussef se realizou com a concessão de “esmolas” a 50 milhões de brasileiros pobres através do programa Bolsa Família com recursos do Tesouro que não promoveu a verdadeira inclusão social da população pobre que só ocorreria com sua inserção ao mercado de trabalho como consequência do crescimento do PIB, isto é, do aumento da riqueza nacional. No entanto, a taxa média de crescimento do PIB de 2011 a 2013 foi de apenas 2 % ao ano bem abaixo da taxa de 5% ao ano necessária à geração de emprego e renda no Brasil.
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
1. DILMA ROUSSEF X AÉCIO NEVES NO 2º TURNO DAS ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS
Fernando Alcoforado*
O 2º turno das eleições presidenciais colocará frente à frente o petismo representado
pela candidata Dilma Roussef e o antipetismo representado pelo candidato Aécio
Neves. São poucas as diferenças entre ambos os candidatos e de seus partidos no que
diz respeito à política econômica nitidamente neoliberal que segue o que estabeleceu o
Consenso de Washington na década de 1990 (disciplina fiscal, juros de mercado,
câmbio flutuante, abertura comercial, liberalização do investimento estrangeiro direto,
privatização das estatais, desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas). Dois
fatores diferiam, entretanto, o PT do PSDB: a rejeição da política de privatização e a
defesa da redução das desigualdades sociais pelo primeiro.
No entanto, a política de privatização de empresas estatais combatida pelo PT nos seus
primórdios está sendo levada avante pelo governo Dilma Roussef que chegou ao
absurdo de entregar 60% do petróleo do campo de Libra da camada pré-sal ao capital
estrangeiro. A denominada parceria pública privada (PPP) posta em prática pelo atual
governo não é nada mais nada menos do que a nova denominação dada ao processo de
privatização de portos, aeroportos, rodovias, etc.
Por sua vez, a redução das desigualdades sociais defendida pelo governo Dilma Roussef
se realizou com a concessão de “esmolas” a 50 milhões de brasileiros pobres através do
programa Bolsa Família com recursos do Tesouro que não promoveu a verdadeira
inclusão social da população pobre que só ocorreria com sua inserção ao mercado de
trabalho como consequência do crescimento do PIB, isto é, do aumento da riqueza
nacional. No entanto, a taxa média de crescimento do PIB de 2011 a 2013 foi de apenas
2 % ao ano bem abaixo da taxa de 5% ao ano necessária à geração de emprego e renda
no Brasil.
Os motivos para o baixo crescimento econômico do Brasil são: déficit público
excessivo, déficit crescente nas transações de bens e serviços com o resto do mundo,
dificuldade de investir em infraestrutura, inflação acima da meta exigindo aumento na
taxa de juros para conter o consumo e dívida pública elevada. O governo gasta mais do
que arrecada acumulando dívidas que estão entre as maiores do mundo emergente. A
dívida bruta do Brasil fechou o ano de 2013 em 67% do PIB. O fracasso do governo
Dilma Roussef do PT no plano social é materializado, também, no fato de a verdadeira
taxa de desemprego corresponder a 20,8% da população economicamente ativa ao
contrário da taxa oficial de 5,3% do IBGE e dos 10,5% do DIEESE registrados em
outubro de 2012.
A taxa oficial de desempregados é baixa porque vários desempregados ficaram de fora
do cálculo do índice como é o caso dos beneficiários do programa Bolsa Família. Uma
prova flagrante de que a taxa de desemprego é elevada reside no fato de o gasto público
com seguro-desemprego subir sem parar no Brasil. O lógico seria o gasto público com o
seguro desemprego ser o mínimo possível com a ocorrência de baixas taxas de
desemprego. Esta contradição só existe porque a taxa oficial de desemprego está errada,
subdimensionando a quantidade de gente efetivamente sem emprego no Brasil. O
governo federal está fraudando os dados oficiais de emprego com carteira assinada.
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2. Somando o crescente seguro-desemprego com o crescente gasto do programa Bolsa
Família, pode-se concluir que há muitos brasileiros, cada vez mais, dependendo de
esmolas estatais para se manter. Pode isso ser sinal de uma economia saudável? É claro
que não. Pode um governo diante desses dados celebrar o quadro econômico, social e de
emprego no Brasil? É evidente que não. Da mesma forma que os governos neoliberais
de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, os governos
neoliberais de Lula e Dilma Roussef fracassaram também com a política econômica
neoliberal da qual resultou crescimento econômico pífio nos últimos 24 anos (1,45% ao
ano).
Portanto, o governo Dilma Roussef, além de dar continuidade ao modelo neoliberal com
a subordinação do governo ao sistema financeiro nacional e internacional, a adoção da
política de privatização do serviço público e do petróleo nos leilões, demonstrou ser
incompetente na condução dos destinos do país que se manifesta no pífio crescimento
econômico, na inflação fora de controle, no gasto público excessivo, na
desindustrialização, na desnacionalização da economia brasileira e no previsível tarifaço
de energia elétrica e aumento do preço dos combustíveis em 2015. A corrupção
endêmica, o aparelhamento da máquina administrativa do governo federal em benefício
do PT e partidos aliados e a compra de votos através do programa Bolsa Família
comprometem moralmente o governo Dilma Roussef. Outra marca do governo Dilma
Roussef é o descompromisso com desenvolvimento sustentável.
Quanto ao candidato Aécio Neves, se vencer o 2º turno das eleições presidenciais dará
continuidade à política econômica neoliberal e antinacional dos governos Fernando
Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Roussef. A política
de privatização será retomada, bem como a abertura da economia brasileira que não
diferirá do governo Dilma Roussef. O diferencial entre Aécio Neves e Dilma Roussef
reside, entretanto, no fato de o primeiro ser um gestor competente como comprovou à
frente do governo de Minas Gerais. Para vencer as eleições, Aécio Neves terá que obter
o apoio do PSB e de Marina Silva (Rede de Sustentabilidade).
Muito provavelmente, Aécio Neves terá de fazer duas concessões: uma, de natureza
social, adotando uma política de inclusão social com a manutenção do Programa Bolsa
Família para obter o apoio do PSB que se transformará em política de Estado como ele
próprio já propôs e, outra, de natureza ambiental, adotando uma política de
desenvolvimento sustentável para obter o apoio de Marina Silva. Aécio Neves se propõe
a unir todos os setores sociais do Brasil que se opõem ao descalabro representado pelo
governo de Dilma Roussef. Esta é, sem dúvidas, a última oportunidade para o povo
brasileiro evitar a conquista do Estado pelo PT que já controla o Poder Judiciário e
passaria a controlar os poderes Executivo e Legislativo. Com a vitória de Dilma
Roussef, o PT abriria, assim, caminho para se tornar um PRI (Partido Revolucionário
Institucional) que exerceu no México seu domínio ditatorial de 1929 a 2000. O povo
brasileiro tem que evitar que este cenário aconteça no Brasil.
Fernando Alcoforado, 74, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
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3. http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), entre outros.
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