3. Nasceu em Lisboa, a 20 de Março de 1944.
Cineasta que se destaca na área do documentário histórico (cinema
militante, de intervenção política) e pela realização de documentários em
vídeo, de bailado e de gravações de peças de teatro. Terminado o ensino
secundário, frequentou um curso de ballet no Teatro Nacional São Carlos, em
Lisboa e em 1966, deixou o país para fugir ao serviço militar e há
mobilização para a guerra colonial. Seguiu para paris durante algum tempo,
mas viria a ser em Bruxelas que se viria a fixar, frequentando a École
Ouvriére Supérieure, um curso de História na Université Libre de Bruxelles
e ainda o curso de Realização Cinema e Televisão do Institut dês Arts de
Diffusion. Regressou a Portugal após o 25 de abril. Trabalha na firma
Animatógrafo como diretor de produção, exerce funções pedagógicas em
cursos de formação de várias instituições, como o Núcleo de Cineastas
Independentes, em escolas superiores de educação, na Quaser-Centro, na
Academia de Artes e Tecnologias, na Universidade de Lisboa e na
Universidade Independente. Actualmente, lecciona também nos Estados
Unidos, nas Universidades de Havard8Carpenter Center), Comnel
(Departamento de Historia e Antropologia) e em Berckley (pacific Films
Archives). É ainda o responsável pela produtora Real Ficção, em Lisboa,
onde desenvolve também atividades pedagógicas no campo audiovisual e
multimédia.
4. Rui Simões, utiliza material bastante simples, como uma Canon Xl1
que é utilizada na maioria das suas filmagens. Trabalha em
HDV, permitindo-lhe fazer produções em HD de baixo custo. Visto que
a sua produção é praticamente toda ela documental, trabalha com
steadicam e ao uso de gruas para as filmagens com movimento terem
mais estabilidade.
Devido a esse estilo mais documental não utiliza muita
luminosidade, trabalhando essencialmente com luz natural.
5. 1976 – Deus, Pátria, Autoridade 110min
A partir do célebre discurso de Salazar feito em 1936 o filme procura de forma didáctica
mostrar os alicerces do regime fascista durante os 48 anos da sua existência até ao 25 de
Abril de 1974. O funcionamento da sociedade portuguesa e a sua história desde 1910, a
ideologia Salazarista, o apoio à Igreja, a repressão e a guerra colonial até à libertação de
Abril são os temas principais.
6. 1980 – Bom Povo Português 135min
Este filme procura traçar a história dos acontecimentos entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de
Novembro de 1975, tal como ela foi sentida pela equipa que, ao longo deste processo, foi
ao mesmo tempo espectador, ator, participante, mas que, sobretudo, se encontrava
comprometida com o processo revolucionário em curso.
7. 2002 - Se Podes Olhar, Vê. Se Podes Ver, Repara 40min
“Se pode olhar vê, se podes ver repara” é um forte e emotivo documentário,
resultante do estágio de preparação de “Ensaio sobre a cegueira” -
espectáculo d’O Bando a partir da obra de Saramago, onde, numa
cumplicidade única, a câmara revela o embrião de um espectáculo que,
uma vez mais, demonstra que “a Arte representa as coisas de uma forma
mais pertinente e acutilante que a realidade.
8. 2003 -Teatro de Sonhos 50min
Em Lisboa, no Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos, existe desde 1968 um Grupo de
Teatro Terapêutico, dirigido pelo encenador João Silva. Temos acompanhado este projeto
desde 1974 e tivemos a oportunidade de filmar em 16mm as primeiras apresentações
públicas do Grupo, assim como gravações em vídeo dos espetáculos e debates mais
recentes, sempre com a esperança de um dia vir a fazer um documentário sobre este
Grupo. Agora vamos acompanhar de perto os ensaios da nova peça “Sonhos sem Freud”, e
tentar saber, através da equipa médica, dos terapeutas, e dos pacientes, qual a função do
teatro no tratamento das doenças mentais, e organizar as imagens que recolhemos ao
longo dos últimos 26 anos.
9. 2006 - Ensaio sobre o Teatro 90min
Documentário sobre a adaptação teatral pelo grupo de teatro O Bando
da obra literária do Prémio Nobel José Saramago "Ensaio sobre a
Cegueira". Um documentário sobre todo o processo criativo até à
estreia, constituindo em si um ensaio sobre a arte de fazer teatro.
10. 2010 - Ilha da Cova da Moura 81min
Cova da Moura é sinónimo de problema, de violência, de
degradação social. No ano de 2005, dois acontecimentos tornaram
este bairro dos arredores de Lisboa num caso de interesse
mediático: o homicídio de um polícia que patrulhava as ruas
locais, em Março, e o célebre arrastão que nunca existiu, no dia 10
de Junho, cuja autoria foi desde logo imputada a jovens daquele
lugar. O bairro da Cova da Moura tornou-se tema de debate
público, passando de bairro problemático a lugar de interesse
sociológico. Descobriu-se então a verdadeira Cova da
Moura, habitada por uma maioria cabo-verdiana, que ali repete os
modos e costumes das ilhas de que são oriundos como forma de
combater o desenraizamento e estigma social. Vislumbrou-se um
bairro em luta contra a violência e o tráfico de droga nele
implantados e contra o preconceito sociocultural que os rodeia.
Uma ilha de Cabo Verde naufragada em terras portuguesas, a
braços com o pesado conceito de exclusão. Ilha da Cova da
Moura, segue o quotidiano deste bairro, descobrindo nele
reflexos de Cabo Verde e procurando os modos como a exclusão
social se combate ou perpetua nas vidas dos seus moradores.