2. A Arte de Curar
A cinesioterapiaédefinidaetimologicamentecomo a
arte de curar, utilizandotodas as técnicas do
movimento. Licht (1965)
definiuexercícioterapêuticocomo “movimento do
corpoou das partescorporaisparaalívio de
sintomasoumelhorar a função”.
3. AugusteGeorgii (1847),
aoutilizarotermo cinesioterapia,
propunhaestadefinição:“Otratamento das
doençasatravés do movimento”;
5. Exercício Terapêutico
Conceito também expressado pelo termo
Cinesioterapia, é o treinamento planejado e sistemático
de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas
como meio de proporcionar ao paciente/cliente meios
de:
Tratar ou prevenir comprometimentos;
Melhorar, restaurar ou potencializar a função física;
Prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde;
Otimizar o estado de saúde geral, seu preparo físico ou
sensação de bem-estar.
7. Tipos de Intervenções
Condicionamento aeróbico e recondicionamento;
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção postural;
Exercícios de estabilização;
Exercícios de equilíbrio e treino de agilidade;
Exercícios de relaxamento;
Exercícios respiratórios;
Treinamento funcional.
8. Tipos de Intervenções
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção
postural;
Exercícios de estabilização;
Treinamento funcional.
9. Técnicas de Alongamento
Propriedades dos tecidos moles;
Conceito de termos relacionados;
Determinantes, tipos e efeitos.
10. Propriedades dos tecidos moles
Há necessidade de reconhecermos que as ações
estáticas e dinâmicas das unidades funcionais e
anexos do sistema músculo esquelético, dependem
dos conhecimentos dos folhetos, do superficial e do
profundo, da morfologia dos tecidos e da
biomecânica globalizada de todo o sistema.
16. Tecido Conjuntivo
O tecido conjuntivo é o componente anatômico
que envolve e une todas as células, estruturas e
sistemas do Corpo Humano, sendo o principal
responsável pela forma que temos e por nossa
capacidade de adaptação ao campo gravitacional.
17. Constituintes do Tecido Conjuntivo
Diferentes tipos de
células;
Diferentes tipos de
Fibras;
Substância
Fundamental Amorfa.
18. Tecido Conjuntivo
Componente elástico: Componente
alteração temporária do plástico:(permanente) Após
comprimento do tecido estiramento,parte do comprimento ou
quando sujeito a estiramento. extensibilidade ganha permanece após
um tempo. Não há recolhimento
Há recolhimento posterior. posterior, por quebra das fibras e pontes
cruzadas de colágeno.
19. Técnicas de Alongamento
Propriedades dos tecidos moles;
Conceito de termos relacionados;
Determinantes, tipos e efeitos.
23. Tipos de Intervenções
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção
postural;
Exercícios de estabilização;
Treinamento funcional.
25. Desempenho muscular
Capacidade do músculo de produzir trabalho
(força x distância)
Força (massa x aceleração);
Potência (força x distância/tempo);
Resistência a fadiga.
26. Exercício resistido
Qualquer forma de exercício ativo na qual uma
contração muscular dinâmica ou estática é resistida
por uma força externa aplicada de modo manual,
mecânico ou anti-gravitacional.
27. Determinantes do exercícios resistidos
Intensidade;
Volume;
Ordem dos exercícios;
Frequência;
Duração;
Intervalo de repouso;
Periodização;
Integração da função.
31. Progressão do treinamento resistido
Fatores Progressão
Intensidade Submáxima – Máxima
Carga baixa – Carga alta
Posição do corpo Variável: depende da patologia,
comprometimentos, restrições de apoio
(dor, edema, instabilidade) e metas.
Repetições e Séries Volume baixo – Volume alto
Frequência Variável: depende da intensidade e volume
do exercício
Tipo de contração Estático - Dinâmico
Plano de movimento Uniplanar - Multiplanar
Padrões de Movimentos funcionais Simples – Complexo
Uniarticular – Multiarticular
Controle
32.
33. Tipos de Intervenções
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção
postural;
Exercícios de estabilização;
Treinamento funcional.
35. Tipos de Intervenções
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção
postural;
Exercícios de estabilização;
Treinamento funcional.
36. Exercícios de Estabilização
Teoria de Lesão frente a Atividades de Flexão x
Extensão;
1980 – Surge o Conceito de Exercícios de
estabilização no Instituto da Coluna de São
Francisco – EUA.
1990.... – Diferentes modelos biomecânicos
propostos afim de aumentar a proteção articular da
coluna vertebral.
37. História ..... 1980
Manobras de Contenção:
Enfatizar a retroversão pélvica;
Coluna neutra e trabalho de todos músculos
abdominais.
Gerar o controle proximal e estabilidade do
movimento da coluna vertebral antes da progressão
nas atividades.
38. História
Teoria de Lesão frente a Atividades de Flexão x
Extensão;
1980 – Surge o Conceito de Exercícios de
estabilização no Instituto da Coluna de São
Francisco – EUA.
1990.... – Diferentes modelos biomecânicos
propostos afim de aumentar a proteção articular da
coluna vertebral.
39. Conceito de Estabilização 1990
Maior razão de lombalgias: inabilidade dos
abdominais e paravertebrais em prover a
estabilidade necessária dos diferentes segmentos
da coluna. (Hides et al 1994; Hodges e Richardson 1996,
1998; Richardson et al 1999; O’Sullivan 2000)
Proposta do “Conceito de Instabilidade e
Estabilidade da Coluna”. (Penjabi 1992; Bergmark 1989;
Cholewick, Pejanbi e Khachatryan 1997; jull e Richardon Feb
2000; Macgill e Cholewick 2001; Fritz, Erhard e Hagen 1998)
40. Coluna Instável e Estável
Estabilização lombar é mantida e aumentada
pelo aumento da atividade dos músculos
intrínsecos lombares.
Dois sistemas musculares geram a estabilidade
da coluna:
Sistema Global;
Sistema Local.
Importância do Controle motor na coordenação
dos dois sistemas musculares durante
atividades funcionais.
41. Conceito de Estabilidade
Processo dinâmico que
inclui posições estáticas e
movimento controlado.
Isso inclui um alinhamento
em posições sustentadas e
padrões de movimento
que reduzam a tensão
tecidual, evitem causas de
trauma para as
articulações ou tecidos
moles, e forneçam ação
muscular eficiente.
42. Controle Motor
Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais, Estabilidade
articulações, ligamentos e da
músculos; Coluna
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Sistema Passivo Sistema Ativo
Controle Motor.
43. Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais,
articulações, ligamentos e
músculos;
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Controle Motor.
44. Estabilidade Postural
da Coluna ADM
Sistema Passivo:
Facetas Articulares;
Processos Espinhosos; Zona Neutra
Zona
Elástica
Costelas;
Discos Interevertebrais;
Ligamentos; Mínima Mínima Máxima Máxima
resitência estabilidade resitência estabilidade
Fáscia Toracolombar;
Músculos.
46. Estabilidade Postural da Coluna
Sistema Ativo: Músculos;
Músculos Intrínsecos; Músculos Globais:
Respondem a cargas que Respondem a cargas que
não deslocam o centro de deslocam o centro de
massa independente da massa em direções
direção e proporcionam específicas, sendo assim
suporte dinâmico a em termos gerais não
segmentos individuais. estabilizam estruturas
segmentares mas sim de
forma global.
49. Estabilidade Postural da Coluna
Ativo: Músculos;
Músculos Globais Músculos Intrínsecos
Características: Características:
• Superficiais; • Profundos;
•Poliarticulares; • Inserem-se em cada segmento
• Produzem movimentos amplos; vertebral;
• Produzem cargas compressivas em • Controlam a mobilidade segmentar
sinergia
50. Estabilidade Postural da Coluna
Ativo: Músculos;
Músculos Globais Músculos Intrínsecos
Região Lombar: Região Lombar
• Reto do Abdome; • Transverso do abdome;
• Oblíquos externo e interno; •Multífidio;
• Quadrado lombar (Fibras Diagonais); • Rotador curto e longo;
• Eretor espinhal; • Quadrado lombar (Fibras Verticais)
•Iliopsoas.
51. Estabilidade Postural da Coluna
Ativo: Músculos;
Músculos Globais Músculos Intrínsecos
Região Cervical Região Cervical
• ECOM; • Reto anterior cabeça;
• Escalenos; • Longo do Pescoço
• Levantador da escápula; • Reto Posterior maior e menor da
• Trapézio descendente; cabeça;
• Eretor espinhal. • Oblíquo superior da cabeça;
•Intertransversários.
52. Pressão Intra - Abdominal
Diafragma
Transverso do Abdome Coluna Vertebral
Oblíquo Interno Transversos Espinais
Assoalho Pélvico
54. Controle Motor
Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais, Estabilidade
articulações, ligamentos e da
músculos; Coluna
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Sistema Passivo Sistema Ativo
Controle Motor.
55. Estabilidade Postural da Coluna
Controle Motor: Controle Antecipatório:
Os Músculos do tronco e O SNC ativa músculos do
da cervical são ativados e tronco em antecipação à
controlados pelo SN que é carga imposta pelo
infuenciado pelos movimento dos membros
mecanismos periféricos e para manter a estabilidade
centrais em resposta às da coluna.
forças e atividades
flutuantes.
56. Controle Antecipatório
Mecanismos antecipatórios ativam
resposta posturais de todos os
músculos do tronco, precedendo a
atividade nos músculos dos membros e
antecipatória do MÚSCULO MULTÍFIDIO,
ROTADOR CURTO, ROTADOR LONGO e
do MÚSCULO TRANSVERSO DO
ABDOME é independente da direção ou
velocidade do distúrbio postural.
58. Lombalgia
Lombalgia é dor, de duração variável, sensação de
desconforto, tensão muscular ou rigidez localizada
pela margem dorsal e acima da prega glútea
inferior, com ou sem dor isquiática.
59. Cervicalgia
Síndrome caracterizada por dor e rigidez transitória na
região da coluna cervical, na maioria das vezes auto
limitada. Acomete 12 a 34% de uma população
adulta em alguma fase da vida, tendo maior
incidência no sexo feminino.
60. Zona Neutra (Coluna Neutra)
Área que fica na ADM média
de um segmento da coluna
onde nenhuma estrutura
osteoligamentar passiva é
tensionada. Na coluna a Zona
Neutra é relativamente
pequena e é controlada
sobretudo pela tensão
dinâmica da musculatura
intrínseca.
61. Zona Neutra
O aumento da Zona Neutra apresentará
instabilidade e pode ser decorrente de
múltiplos fatores, tais como:
• Alterações Estruturais:
•Degeneração Discal;
•Espondilólise;
•Espondilolistese;
•Frouxidão Ligamentar;
•Baixo Controle Neuromuscular:
•Fadiga;
•Padrão de recrutamento alterado;
•Inibição reflexa (dor/patologia)
62. Princípios de Prevenção e
Suporte Passivo: Tratamento
Suporte externo com o
objetivo de gerar
estabilidade e reduzir a a
iminência de dor em
situações de retorno
parcial a atividade em
paralelo com
treinamento dinâmico
da musculatura
intrínseca.
* Suporte Ativo.
64. Princípios de Prevenção e Tratamento
Coluna Lombar
Ativação da Musculatura
Ativar Transverso do Intrínseca:
abdome e Multífido Estímulos verbais;
(Períneo). Estímulos táteis;
Manguito de
Coluna Cervical
pressão/Eletromiografia
Ativar Reto anterior e (biofeedback);
lateral da cabeça e o Longo Ultra-som.
do pescoço.
65. Diretrizes da Estabilização Segmentar
Desenvolver a percepção das contrações musculares e posição
da coluna;
Desenvolver controle em padrões de exercícios simples;
Desenvolver controle em padrões de exercícios complexos;
Desenvolver controle em atividades funcionais simples;
Desenvolver controle em atividades funcionais complexas;
Desenvolver controle em atividades funcionais complexas não
planejadas.
66. Diretrizes da Estabilização Segmentar
1. Comece treinando a conscientização de
movimentos seguros da coluna e a posição neutra;
2. Faça o individuo aprender a ativar a musculatura
estabilizadora profunda (intrínseca) enquanto
estiver na posição neutra;
3. Acrescente movimentos dos membros para
oferecer uma carga à musculatura global enquanto
mantém a posição neutra estável da coluna
(estabilização dinâmica);
67. Diretrizes da Estabilização Segmentar
4. Aumente as repetições para melhorar a capacidade
de sustentação (resistência a fadiga) na musculatura
estabilizadora; aumente a carga (modifique o braço
de alavanca ou acrescente resistência) para
melhorar a força enquanto mantém a coluna em
uma posição estável;
5. Use contrações isométricas alternantes e técnicas
de estabilização rítmica para favorecer a
estabilização e o equilíbrio com cargas flutuantes;
68. Diretrizes da Estabilização Segmentar
6. Progrida para o movimento de uma posição para
outra com movimentos dos membros, ao mesmo
tempo mantendo a coluna em posição neutra e
estável;
7. Use superfícies instáveis para melhorar a resposta
estabilizadora e o equilíbrio.
69. Estágio 1
O treinamento cinestésico para o senso de movimentos e
posições seguras precisa preceder o treinamento de
estabilização. É importante reconhecer que essa posição
não é estática; nem é a mesma para todas as pessoas e
pode mudar a medida que a flexibilidade aumenta
70. Estágio 2
A ativação dos músculos estabilizadores profundos (intrínsecos) do
tronco, especificamente do Transverso do Abdome e Multífido,
em geral encontra-se atrasada ou ausente. Aprender a ativar de
maneira consciente os estabilizadores intrínsecos sem contrair a
musculatura global é o primeiro passo para a estabilização
habitual de coluna. Esta contração deve ser realizada durante
todas as atividades.
Lombar – “Encolher a barriga”
Cervical – “Crescer a cabeça e encaixar o queixo”
71. Estágio 3
Os movimentos dos membros são acrescentados ao
programa de estabilização para reforçar a ativação
muscular intrínseca e coordenar a atividade
muscular global. Os movimentos são feitos dentro
da tolerância dos músculos do tronco ou cervical
para controlar a posição neutra.
72. Estágio 3
Os exercícios que requerem estabilização contra forças
rotacionais no plano transverso sobre a pelve
ativam, de modo mais constante, mais músculos
oblíquos do abdome e estabilizadores profundos da
coluna do que as forças resistivas no plano sagital.
73. Estágio 4
Assim que o controle da posição for estabelecido e o
paciente puder ativar os músculos estabilizadores,
aumentam-se as repetições dos movimentos e
aplica-se cargas desafiadoras progressivas dentro
da habilidade de controlar a posição neutra.
74. Estágio 4
A fadiga é determinada pela inabilidade dos músculos do
tronco e cervical de estabilizar a coluna em posição
neutra.
Comece com uma atividade que possa ser
mantida por 30 a 60 segundos; progrida até
atingir 3 minutos.
Avance aumentando o braço de alavanca dos
membros; inicialmente diminua o tempo e
depois avance outra vez, realizando a nova
atividade por 1 a 3 minutos;
75. Estágio 4
Outro modo de desenvolver resistência nos
músculos intrínsecos é começar o exercício no nível
mais difícil para aquele individuo e passar para
níveis mais simples de resistência à medida que ele
comece a fadigar-se. Importante que nunca perca o
controle da posição funcional.
76. Estágio 5
Contrações isométricas alternantes entre antagonistas
e estabilização rítmica dos músculos do tronco
contra resistência aumentam as contrações
estabilizadoras. Quando feitas na posição sentada
ou bi-pedestação desenvolvem o controle do
equilíbrio.
77. Estágio 6
Uma estabilização de transição se desenvolve à medida
que o individuo passa de uma posição para outra
com os movimentos dos membros. Isso requer
contrações graduadas e ajustes entre flexores e
extensores do tronco e exige maior percepção e
contração.
78. Estágio 7
A Atividade de perturbação (equilíbrio), em que o
exercício é feito contra forças desestabilizadoras ou
em superfícies instáveis, desenvolve as respostas
neuromusculares para melhora do equilíbrio.
79. Tipos de Intervenções
Técnicas de alongamento;
Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treino de resistência a fadiga;
Técnicas de mobilização articular;
Técnicas de inibição e facilitação e treino de percepção
postural;
Exercícios de estabilização;
Treinamento funcional.
Uma Estrutura é estável desde que a linha de gravidade do centro de massa localize-se dentro da base de apoio
Segundo Panjabi10, a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Segundo Panjabi10, a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Bergmark12propôsoconceito de váriosmúsculos com diferentespapéisnaestabilidadedinâmica. A hipóteseéquehádoissistemasatuandonaestabilidade. O global consiste de grandesmúsculosprodutores de torque, atuando no troncoenacolunasemseremdiretamenteligados a ela. São elesoreto do abdome (RA), ooblíquoexterno (OE) e a parte torácica do iliocostallombar. Fornecemestabilidadeaotronco, nãosendocapazes de influenciardiretamente a coluna. O sistema local éformadopormúsculosligadosdiretamenteàvértebraeresponsáveispelaestabilidadeecontrolesegmentar. Taismúsculossãoomultífidolombar (ML), otransverso do abdome (TA) e as fibrasposteriores do oblíquointerno (OI). O quadradolombar (QL) também tem funçõesestabilizadoras, discutidasabaixo.MultífidolombarnaestabilidadeOs músculoslombaresestabilizamosegmento lombar12. Alguns, contudo, têm um potencialmaiorecontribuemmaisespecificamentenaestabilidade. Um estudomostrouqueo ML écapaz de fornecerrigidezecontrole de movimentonazona neutra13. Consisteempequenosfeixesdirigidos do sacroà C2, atingindoseumáximodesenvolvimentonalombar. No sacro, origina-se dasuperfície posterior e medial daespinhailíacapóstero-superior eligamentossacroilíacosposteriores. Na inserção, abrangeduas a quatrovértebras, inserindo-se no processoespinhoso de umavértebra acima14.Wilkeet al.15observaramque, próximoà L4-L5, o ML contribui com 2/3 do aumentodarigidezsegmentarresultantedacontração. Assim, qualquerlesão no segmentopodecomprometer a estabilidade16. Evidenciou-se uma forte relação entre a máfuncionalidade do ML e a recorrênciadadorapóscirurgia discal17.Estudos16,18,19mostraramqueocorreumadisfunção do ML após um primeiroepisódio de lombalgia unilateral. Umarápidaatrofia no ML foidemonstradaipsilateralmenteao local de dorpormeio de ultra-som18. Hides et al.16notaramque a recuperação do ML nãoocorreespontaneamentenaremissãodador. Acredita-se quepossíveismecanismospara a atrofiasejam a inibiçãoreflexaou a inibiçãodador via arco reflexo18. Emvirtude dos efeitosindiretosdainibiçãoteremsidovistosnaausência de dor, omecanismomaisprovávelfoioreflexo de inibição19.Uma das explicaçõespara a altataxa de recidivasemlombálgicospode ser ofato de o ML nãorecuperaro volume mesmoapós a reduçãodador, comprometendo a estabilidade16. Hides et al.20mostraramqueosexercíciosespecíficos de ESL parao ML podemaumentarseu volume emlombálgicos, diminuindo a atrofia. Nesseestudo, indivíduos com oprimeiroepisódio de lombalgia unilateral com atrofia do ML foramdivididosemgrupocontrole, recebendoorientação postural ecuidados, etratadosrealizandotreinamentoespecíficoparao ML. Nosdoisgruposnotaram-se melhorasnadoremquatrosemanas. No controle, a área de secçãotransversa (AST) do ML permaneceuinalteradaapósquatrosemanas, aopassoque, no tratado, a AST voltouaosníveisnormaisapósquatrosemanas de tratamento. Um acompanhamentoemlongoprazorevelouque 84% dos pacientes do controletiveramrecorrência dolorosa em um ano, contrastando com 30% do tratado. Ainda, ocontrolemostrounovevezesmais chances de recidiva do queogruposubmetidoà ESL, apóstrêsanos.Transverso do abdomecomoestabilizadorO TA atuaprimariamentenamanutençãodapressão intra-abdominal (PIA), aoconferirtensãoàvértebralombarpormeiodafásciatoracolombar (FTL)21. As fibras do TA corremhorizontalmenteaoredor do abdome, ligando-se via FTL aoprocessotransverso de cadavértebra lombar22. O aumentona PIA enatensãoda FTL foiinicialmenteatribuídoàdiminuiçãodacarganacolunapormeiodaprodução de um momento extensor do tronco23. Essateoriafoi largamente refutada24e, subseqüentemente, cresceu a idéia de que a contração do TA pudesseaumentar a estabilização25. McGill e Norman25sugeriramque a contração do TA cria um cilindro, resultandoemrigidezespinhal. Do mesmomodo, espera-se que a tensão lateral pormeio do processotransversodavértebraresulteemlimitaçãodatranslaçãoedarotação vertebral26.Háevidencias de queo TA eosmúsculosprofundoslombaressãopreferencialmenteafetadosnapresença de lombalgia16, dorlombar crônica27e instabilidade28. Hodges e Richardson29observaramqueo TA se ativa antes do deltóidenaflexão, extensãoeabdução do ombroemindivíduossemlombalgia, demonstrando a antecipaçãodessemúsculonaregiãolombarparaosmovimentos do membro superior. Emsujeitoslombálgicos, a ativação do TA foimaislentaqueodeltóidenosmesmosmovimentos. Notou-se queo RA, OE e OI raramenteprecediamomovimento do membro. Houveentão fortes indicativos de quehádiferença de função entre osabdominaissuperficiaiseprofundos no sentidoda ESL.O TA tem um papel fundamental naantecipação. Previamenteàexecução de movimentosgerais, essemúsculoativa-se, evitandoperturbaçõesposturais. Essasrespostasqueantecedemomovimentopodem ser pré-programadaspelosistemanervoso central einiciadascomo parte de um comando motor para a ação.Hides et al. observaram, correlacionando ultra-someressonânciamagnética, que a corretacontração do TA melhorava a estabilidade lombar30. Emoutrotrabalho, a ativação do TA diminuiusignificativamente a lassidãosacroilíaca, oquenãofoiobservadoquandoosoutrosmúsculosabdominais se contraíram31.
Segundo Panjabi10, a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Sugere-se que os três sistemas de estabilização, passivo, ativo e neural, sejam interdependentes, e que um sistema possa compensar défices em outro. A instabilidade poderia ser o resultado de uma lesão tecidual, tornando o segmento mais instável, com força ou resistência (endurance) insuficientes, ou fraco controle muscular10. Instabilidade pode ser definida como diminuição na capacidade de estabilizar os sistemas da coluna para manter as zonas neutras dentro de limites fisiológicos, sem deformidade, sem deficit neurológico ou sem dor incapacitante.A instabilidade lombar tem sido sugerida como causa de desordens funcionais e tensões, assim como dor. A força de deformação dos ligamentos e dos discos induzida por cargas passivas da coluna dessensibiliza os mecanoceptores teciduais, diminuindo ou eliminando a força estabilizadora muscular reflexa no ML34. Panjabi propôs que a disfunção muscular ao longo do tempo pode levar à lombalgia crônica via lesão adicional de mecanoceptores e inflamação do tecido neural35
ExercíciosespecíficosparaosestabilizadoreslombaresHáevidências de queosexercíciostradicionaisprescritospara a lombalgiatenham um importantecomponente lesivo34. Um exemploé a realização de retroversãodapelveduranteexercíciospara a colunalombar, queaumentaorisco de lesãoporcomprimir as articulaçõeseaumentar a carganasestruturaspassivas. McGill6concluiuqueexercíciosemsériepara a lombar, realizadosemaparelhos com carga, podemproduzirherniações.Músculosmais fortes parecemnãoter valor profiláticonaredução de problemaslombares. Os músculos de resistência (endurance) têmsidoevidenciadoscomoprotetores. Maiormobilidadedacolunalombar, aocontrário do que se pensava, aumenta as chances de problemas no segmento36. McGill6sugeriuqueomaisseguromodelo de estabilizaçãolombarnãoseriaoexercício de força, massimo de resistência, quemanteria a colunaemumaposiçãoneutra, enquantoencorajariaopaciente a co-contrações dos estabilizadores.Emvirtude das evidênciasdaimportância dos músculoslocais TA, ML e QL naestabilização, assimcomosuasdisfunçõesemepisódios de lombalgia, sugere-se focar a atenção nesses músculos8. O desenvolvimento de testes eexercíciosreprodutíveisnaclínicaestabeleceu a ESL comoprática no tratamento de disfunções lombares37. O treino de estabilização local tem sidoaplicadotambémnareabilitação do ombropormeio de exercíciosparaosmúsculosdabainharotatóriae escápula39, bemcomo dos flexoresprofundos do pescoço40.O papel dos estabilizadoressegmentaresconsisteemfornecerproteçãoesuporteàsarticulaçõespormeio do controlefisiológicoetranslacionalexcessivo do movimento41. Os músculosglobaisatuamencurtando-se oualongando-se egerando torque emovimentoàsarticulações. Os locaisligam-se de vértebra a vértebraesãoresponsáveispelamanutençãodaposição dos segmentoslombaresdurantemovimentosfuncionais. Essasdemandasindicamqueexercíciosisométricossãomaisbenéficosporatuaremnareeducação dos músculosprofundos. Em um estágiomaisavançado de treino, a isometriapode ser combinada com exercíciosdinâmicosparaoutraspartes do corpo8.A co-contraçãoe a estabilidadeA co-contraçãoéoutromecanismoquepodefornecerrigidezpormeio de músculosantagonistase, assim, manter a estabilidadenapresença de cargasexternaseinternasnas articulações42.Háposiçõesemque a co-contração dos músculosprofundospode ser realizadaenquanto se mantêmosglobaisrelaxadose a colunaemposição neutra8. A co-ativaçãopode ser alcançadapelainibiçãoativa dos interneurôniosemvias recíprocas43. A co-contração dos antagonistas do troncoénecessáriaparamanteroequilíbriomecânico estável4. O controle do equilíbrioeestabilidademecânicarequerrecrutamento muscular apropriadoe tempo ótimo de recrutamento muscular (timing). Disfunção muscular eerros no controle motor têmsidosugeridoscomopossíveiscausas de desordensagudase crônicas44. McDonald et al.45questionam a falta de evidênciasda co-contração do TA e do ML duranteatividadesabdominais.