SlideShare a Scribd company logo
1 of 128
Finanças Urbanas e 
Municipais 
Roberto Ellery Jr 
ECO/UnB
Objetivo do Curso 
 Analisar as grandes questões de Administração 
Pública, em particular da Municipal. Assim como, os 
principais aspectos ligados ao processo 
orçamentário e financeiro. Abordar os conceitos 
fundamentais utilizados pela contabilidade pública, 
com ênfase na análise de balanços tendo em vista 
capacitar os participantes na utilização do 
instrumental teórico de análise da situação fiscal de 
um ente público. Examinar as Legislações em vigor 
que estabelecem limites ao endividamento de um 
estado ou municípios.
Estrutura do Curso 
 Unidade I: Administração Pública 
 Estrutura do Setor Público 
 Tributos: Impostos, Taxas e Contribuições 
 Estrutura do Poder Legislativo 
 Licitação
Estrutura do Curso 
 Unidade II: Planejamento Público 
 Gasto Público 
 Leis Orçamentárias 
 Características do Orçamento Público no 
Brasil 
 Receita Pública
Estrutura do Curso 
 Unidade III: Gestão Fiscal 
 Federalismo Fiscal 
 Lei de Responsabilidade Fiscal 
 Dívida Pública
Critérios de Avaliação 
 Serão feitas duas avaliações, a primeira 
consistirá em um trabalho de grupo e a 
segunda será uma prova individual aplicada 
ao final da disciplina. A média final será 
obtida a partir das duas notas, a primeira 
valerá 40% do total e a segunda 
corresponderá aos outros 60%, sendo assim 
a média final será dada por: 
 Média Final = 0,4*Nota do Trabalho em 
Grupo + 0,6*Nota da Prova Individual
Bibliografia 
 Biderman, Ciro e Paulo Arvate (org.). Economia do 
Setor Público no Brasil. Ed. Campus, 2005. 
 Giambiagi, Fábio e Cláudia Além. Finanças 
Públicas: Teoria e Prática no Brasil. Ed. Campus, 
2001. 
 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: Teoria e 
Prática. Ed. Atlas, 1987. 
 Rezende, Fernando. Finanças Públicas. Ed. Atlas, 
2001. 
 Stiglitz, Joseph. Economics of the Public Sector. 
IE-WW Norton, 2000.
Unidade I 
Administração Pública
Definição de Administração 
Pública 
 Administração Pública é todo o aparelhamento do 
Estado, preordenado à realização de seus serviços, 
visando à satisfação das necessidades coletivas. 
 Administrar é gerir os recursos públicos; significa não 
só prestar serviços, executá-lo, como também dirigir, 
governar, exercer a vontade com o objetivo de obter 
um resultado útil.
Administração Pública X 
Administração Privada 
 A administração pública difere de forma fundamental 
da administração privada. Seu objetivo é atender de 
forma continuada às necessidades mais essenciais 
da coletividade, ela tem a obrigatoriedade de atender 
as necessidades públicas. 
 Na Administração Pública não há liberdade pessoal. 
Enquanto na administração particular é lícito fazer 
tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública 
só é lícito fazer o que a lei autoriza.
Administração Pública 
 A administração pública está intrinsecamente 
relacionada ao serviço público e ambos estão ligados 
à idéia de governo e de Estado. O Estado brasileiro, 
de acordo com o artigo 18 da Constituição Federal, é 
organizado como uma República Federativa sendo 
composto por três níveis de governo: Governo 
Federal (União), os Governos Estaduais e os 
Governos Municipais. Compõem também a 
Federação o Distrito Federal e os Territórios.
Administração Pública 
 Os Estados e o Distrito Federal gozam de 
autonomia perante a União, entretanto não 
possuem soberania. Os Municípios são 
dotados de autonomia administrativa, uma 
característica peculiar da Federação 
Brasileira. A Federação é caracterizada, 
portanto, pela união indissolúvel de seus 
entes federados.
Administração Pública 
 As atribuições e competências dos Estados 
Federados são definidas no Capítulo III da 
Constituição Federal. 
 As atribuições e competências dos 
Municípios são definidas no Capítulo IV da 
Constituição Federal. 
 As atribuições e competências do Distrito 
Federal e dos Territórios são definidas no 
Capítulo V da Constituição Federal.
Administração Pública 
 A estrutura administrativa de cada estado e município é definida 
pelos próprios governos estaduais e municipais. 
 As prefeituras e os governos estaduais tem seus serviços 
organizados em Secretarias, com subordinação ao Prefeito ou 
ao Governador do Estado. 
 As Prefeituras também poderão prestar serviço público por 
meio de Subprefeituras e Administrações Distritais. 
 Os serviços de responsabilidade dos Governos Estaduais e 
Municipais poderão ser realizados pela administração direta, 
pela administração indireta ou ainda por particulares mediante 
concessão a partir de processo licitatório.
Administração Pública 
 A administração direta ou centralizada é constituída 
dos serviços integrados na estrutura administrativa 
do Gabinete do Governador e Secretarias de Estado, 
no âmbito estadual, e, na administração municipal, 
no Gabinete do Prefeito e nas Secretarias 
Municipais. 
 A administração indireta ou descentralizada é 
aquela atividade administrativa, caracterizada como 
serviço público ou de interesse público, transferida 
ou deslocada do Estado, para outra entidade por ele 
criada ou cuja a criação é por ele autorizada.
Administração Indireta 
 Autarquias 
 Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
de direito público interno, com patrimônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da 
administração pública. 
 Entidades Paraestatais 
 Ente disposto paralelamente ao Estado, para executar 
atividades de interesse do estado,mas não privativo do 
Estado.
Entidades Paraestatais 
 Empresas Públicas 
 Entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com patrimônio próprio e capital 
exclusivamente governamental, criação autorizada por 
lei, para exploração de atividade econômica ou 
industrial, que o governo seja levado a exercer por 
força de contingência ou conveniência administrativa. 
 Sociedades de Economia Mista 
 Entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com patrimônio próprio, criação autorizada 
por lei para a exploração de atividade econômica ou 
serviço, com participação do poder público e de 
particulares no seu capital e na sua administração.
Entidades Paraestatais 
 Fundações 
 Instituídas pelo poder público são entidades dotadas de 
personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio 
próprio, criação autorizada por lei, escritura pública e 
estatuto registrado e inscrito no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, com objetivos de interesse coletivo (geralmente 
de educação, ensino, pesquisa, assistência social e etc) 
com a personificação de bens públicos, sob o amparo e o 
controle permanente do Estado. 
 Serviços Sociais Autônomos 
 Autorizados por lei, com personalidade de direito privado, 
com patrimônio próprio e administração particular, com 
finalidade específica de assistência ou ensino a certas 
categorias sociais ou determinadas categorias profissionais, 
sem fins lucrativos.
Exemplos de Autarquias 
 Autarquias Previdenciárias 
 Instituto de Previdência do Estado de São Paulo 
 Autarquias Profissionais 
 Ordem dos Advogados do Brasil 
 Autarquias Industriais 
 Depto. Nacional de Estradas e Rodagens 
 Depto. Estadual de Águas e Energia Elétrica 
 Autarquias Especiais 
 Banco Central do Brasil 
 Comissão Nacional de Energia Nuclear
Teoria de Finanças Públicas 
 A alocação de recursos determinada pelo 
mercado livre é desejável? 
 Existe espaço para que a intervenção do 
estado melhore a vida das pessoas?
Medida de Bem-Estar 
 Excedente do Consumidor = Valor para o 
comprador – Quantia paga pelo comprador. 
 Excedente do Produtor = Quantia recebida 
pelo vendedor – Custo de produção. 
 Excedente Total = Excedente do Consumidor 
+ Excedente do Produtor 
 Excedente Total = Valor para compradores – 
Custo de produção.
Excedente do Consumidor 
Preço 
10 
5 
Quantidade 
100 
Excedente do 
Consumidor 
Dispêndio 
Efetivo
Excedente do Produtor 
Preço 
10 
5 
Quantidade 
100 
Excedente do 
Produtor
Excedente Total 
Preço 
10 
5 
Quantidade 
100 
Excedente do 
Consumidor 
Excedente do 
Produtor
Excedente Total e Eficiência de 
Mercado 
Preço 
10 
5 
Quantidade 
100 
6 
80 
Peso 
Morto
Excedente Total e Eficiência de 
Mercado 
Preço 
10 
5 
Quantidade 
100 
4 
60 
Peso 
Morto
Excedente Total e Eficiência de 
Mercado 
 O preço e a quantidade determinados pelo 
mercado maximizam o excedente total. Em 
outras palavras, a alocação determinada pelo 
livre mercado é eficiente.
Para que Políticas Públicas? 
 “Do nascimento à morte, nossas vidas são afetadas 
de inúmeras maneiras pelas atividades do governo. 
Nascemos em hospitais subsidiados, quando não 
públicos... Muitos de nós recebemos uma educação 
pública... Virtualmente todos nós, em algum 
momento de nossas vidas, recebemos dinheiro do 
governo, como crianças – por exemplo, através de 
bolsas de estudo –; como adultos, se estamos 
desempregados ou incapacitados; ou como 
aposentados; e todos nós nos beneficiamos do 
serviço público” 
 Joseph Stiglitz
Ineficiência de Mercado 
 Os mercados competitivos apresentam 
desvio e ineficiência devido a cinco razões 
básicas: 
 Poder de mercado; 
 Informação incompleta; 
 Externalidades; 
 Bens públicos; e 
 Recursos comuns
Poder de Mercado 
 Na existência de poder de mercado o 
produtor determina a quantidade produzida 
para qual a receita marginal seja igual ao 
custo marginal e venderá uma quantidade 
menor e por um preço mais elevado do que 
em um mercado competitivo.
Poder de Mercado 
 No Brasil, com a privatização dos serviços de 
utilidade pública – Telecomunicações e 
Energia Elétrica – o governo criou a Agência 
Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e 
a Agência Nacional de Energia Elétrica 
(ANEEL), com o intuito de regular as 
atividades destes setores, por natureza 
pouco competitivos e que prestam um 
serviço essencial à população.
Informação Assimétrica 
 É comum que alguma parte envolvida em 
uma transação, geralmente o consumidor, 
não possua informação completa sobre o 
produto que está negociando. Nestes casos 
o governo deve agir obrigando que toda 
informação relevante a respeito de um 
determinado produto seja conhecida por 
todos os participantes do mercado.
Externalidades 
 Uma externalidade ocorre quando alguma 
atividade de produção ou consumo possui 
efeitos indiretos sobre outras atividades de 
produção ou de consumo que não estejam 
diretamente refletidas nos preços de 
mercado.
Externalidades 
 O termo “externalidade” é empregado porque 
os efeitos sobre os outros itens (custos ou 
benefícios) são externos ao mercado. Por 
exemplo, uma usina que despeje seus 
poluentes num rio, tornando sua água 
inadequada para consumo, pesca ou natação 
das comunidades próximas, estará 
produzindo externalidades negativas (custos) 
para elas.
Externalidades 
 Na presença de uma externalidade negativa 
da produção o custo social é maior que o 
custo privado, de forma que a “oferta social” 
fica a esquerda da oferta privada. O 
resultado é que a produção do mercado é 
maior do que a socialmente desejável.
Externalidades 
 Na presença de uma externalidade positiva 
da produção o custo privado é maior que o 
custo social, de forma que a “oferta social” 
fica a direita da oferta privada. O resultado é 
que a produção do mercado é menor do que 
a socialmente desejável.
Externalidades 
 Teorema de Coase: 
 Se os agentes privados puderem negociar 
sem custos a respeito da alocação de 
recursos, eles podem resolver por si próprios 
o problema das externalidades. 
 Imposto de Pigou: 
 Imposto implementado para corrigir os efeitos 
de uma externalidade negativa.
Bens Públicos e Recursos Comuns 
 Bens gratuitos (tipo segurança pública) são 
um desafio para a análise econômica. Para 
os bens alocados em mercado, que são a 
maioria em nossa economia, os preços são 
os sinais que guiam as decisões de 
compradores e vendedores. Entretanto, 
quando os bens são gratuitos as forças de 
mercado deixam de funcionar e não servem 
como guia.
Bens Públicos e Recursos Comuns 
 Bem Excluível: 
 Aquele em que é possível impedir uma 
pessoa de usá-lo. 
 Bem Rival: 
 Um bem é dito rival quando o uso por uma 
pessoa ou firma prejudica seu uso por outras 
pessoas ou firmas.
Bens Públicos e Recursos Comuns 
Bens privados Monopólios naturais 
Recursos comuns Bens públicos 
Excluível? 
Rival? 
sim 
sim 
não 
não 
•Roupas 
•Carros 
•Estradas congestionadas com 
pedágio. 
•Corpo de bombeiros 
•TV a cabo 
•Estradas não congestionadas 
com pedágio. 
•Peixes no mar 
•Meio ambiente 
•Estradas congestionadas sem 
pedágio. 
•Defesa nacional 
•Justiça 
•Estradas não congestionadas 
sem pedágio.
Problema do Carona (Free-Rider) 
 Uma pessoa que se utiliza de um bem mas se 
recusa a pagar por ele. Um exemplo é alguém que 
se recuse a pagar uma taxa para a queima de fogos 
no final do ano mas sempre assiste ao espetáculo. 
 Devido ao problema do carona o setor privado não 
consegue ofertar bens públicos em uma quantidade 
socialmente desejável. 
 O governo pode resolver o problema da provisão de 
bens públicos produzindo estes bens e financiando 
os custos por meio de tributação.
Lei de Wagner 
 A medida que a economia se desenvolve aumenta a 
necessidade de bens públicos tais como segurança, 
educação e saúde. Isto faz com que os gastos do 
governo sejam maiores em economias mais 
desenvolvidas. 
 Lei de Wagner: À medida que cresce o nível de 
renda em países industrializados, o setor público 
cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma 
que a participação relativa do governo na economia 
cresce com o próprio ritmo de crescimento 
econômico do país.
Recursos Comuns 
 Tragédia dos comuns: 
 Uma parábola que ilustra porque os recursos 
comuns são mais utilizados do que seria 
desejável do ponto de vista social. 
 A solução para o problema de uso excessivo 
de recursos comuns é descer direito de 
propriedade. Caso não seja possível o 
governo pode criar impostos que diminuam o 
uso do recurso.
Resumo 
 Em geral as alocações determinadas pelo 
mercado são eficientes; 
 Entretanto existem casos onde o mercado 
falha em determinar a alocação socialmente 
ótima; 
 Nestes casos o governo deve agir ou 
regulando o mercado ou ofertando 
diretamente alguns bens.
Tipos de Tributos 
 O Código Tributário Nacional define tributo em seu Art. 3 da 
seguinte forma: 
 Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de 
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
 Os tributos podem tomar a forma de impostos, taxas 
contribuições de melhorias e contribuições sociais. 
 Apesar de não aparecer como tributo nem na Constituição Federal 
nem no Código Tributário Brasileiro as contribuições sociais são 
consideradas como tributos por vários autores. Isto decorre da 
importância crescente que estas contribuições passaram a ter no 
Brasil.
Tributos 
 Para poder funcionar regulando atividades do 
mercado e ofertando bens públicos o estado 
precisa de receitas. Estas receitas são obtidas 
por meio de tributos. 
 A implementação de um tributo deve 
considerar dois aspectos fundamentais: a 
neutralidade e a equidade.
Tributos 
 A equidade deve ser de tal forma que garanta 
que indivíduos iguais recebam o mesmo 
tratamento – equidade horizontal – e que 
exista algum critério capaz de diferenciar 
indivíduos de modo que pessoas diferentes 
recebam um tratamento diferente – 
equidade vertical.
Critérios de Equidade 
 Critério do Benefício: Propõe atribuir a cada 
indivíduo um ônus equivalente aos benefícios 
que ele usufrui dos programas 
governamentais. 
 Critério da Capacidade de Contribuição: 
Defende que a repartição do ônus tributário 
deve ser feita em função das respectivas 
capacidades individuais de contribuição.
Classificação dos Tributos 
 Progressivo: O valor da contribuição 
aumenta de forma mais que proporcional à 
renda. 
 Proporcional: O valor da contribuição 
aumenta de forma proporcional à renda. 
 Regressivo: O valor da contribuição 
aumenta de forma menos que proporcional à 
renda.
Classificação dos Tributos 
 Diretos: Os contribuintes são os mesmos 
que arcam com o ônus da respectiva 
contribuição. Em geral são impostos que 
incidem sobre o patrimônio ou a renda. 
 Indiretos: Os contribuintes podem transferir 
total ou parcialmente o ônus da contribuição 
para terceiros. Em geral são impostos cujo a 
base é transação com mercadorias e/ou 
serviços.
Principais Tributos no Brasil 
 Tributos sobre o Patrimônio: ITR, IPTU, 
IPVA. 
 Tributos sobre Fluxos de Renda: IRPF, 
IRRF, Contribuição para Previdência Social, 
IRPJ, IOF. 
 Tributos sobre Vendas de Mercadorias e 
Serviços: ICMS, PIS, Cofins, II, IPI, ISS.
Imposto sobre a Renda Pessoal 
 O imposto sobre a renda pessoal incide 
sobre a renda das famílias ou indivíduos. Sua 
principal vantagem é permitir o desenho de 
um sistema progressivo compatível com o 
princípio da equidade. Uma crítica importante 
é o desestimulo ao trabalho causado por 
alíquotas muito elevadas.
Imposto sobre a Renda Pessoal 
 O imposto sobre a renda é dito geral quando 
submete, indistintamente, todas as espécies de 
rendimento à mesma escala para pagamento de 
tributos. 
 A renda pessoal pode ser advinda do trabalho, do 
capital ou da posse da terra. O imposto sobre a renda 
do tipo geral ignora tais diferenças. 
 O imposto sobre a renda é dito parcial quando 
permite, diretamente ou por meio de isenções, a 
exclusão do pagamento por determinadas espécies 
de rendimentos.
Imposto sobre a Renda Pessoal 
 Um alto imposto sobre a renda advinda do 
trabalho tende a reduzir o total de horas 
trabalhadas. No caso de esquemas 
fortemente progressivos o efeito é maior 
sobre os trabalhadores mais qualificados.
Imposto sobre a Renda do Trabalho 
Salário 
Oferta de 
trabalho 
Demanda 
por trabalho 
Horas 
trabalhadas 
Cunha 
tributária 
Salário 
pago 
Salário 
recebido 
Peso morto
Imposto sobre a Renda do Capital 
 Alíquotas muito altas sobre a renda do capital 
tendem a reduzir os incentivos para que as 
famílias poupem. Este é problema é 
particularmente grave em países em 
desenvolvimento que precisam de poupança 
interna para financiar seu investimento.
Imposto sobre a Renda do Capital 
Juros 
Oferta de 
recursos 
Cunha (poupança) 
tributária 
Demanda por 
recursos 
(investimento) 
Recursos 
emprestados 
Juros 
pagos 
Juros 
recebidos 
Peso morto
Imposto sobre a Venda de Mercadorias 
e Serviços 
 Existem vários tipos de impostos sobre 
vendas de mercadoria e serviços. Estes se 
diferenciam devido a amplitude de sua base, 
o estágio do processo de produção e 
comercialização onde o tributo incide e a 
forma de apuração da base de cálculo do 
imposto.
Imposto sobre a Venda de Mercadorias 
e Serviços 
Amplitude da Base de 
Cálculo 
Estágio de 
Cobrança 
Apuração da Base de Cálculo 
Gerais Uniformes 
Parciais Seletivos 
Produção 
Atacadista 
Varejista 
Todos os Estágios 
Específicos Quantidade 
Valor da Venda 
Ad Valorem 
Valor Adicionado
Imposto sobre a Venda de Mercadorias 
e Serviços 
 Impostos gerais são aqueles que incidem 
amplamente sobre determinado conjunto de 
transações. Especiais são impostos cobrados sobre 
a compra e a venda de determinado bem ou serviço. 
 A estrutura da alíquota classifica os impostos gerais 
em uniformes ou seletivos. Uniformes apresentam 
alíquotas únicas e seletivos são aqueles que 
diferenciam a alíquota do imposto conforme a 
natureza do produto. Os impostos especiais, por sua 
natureza, são seletivos.
Imposto sobre a Venda de Mercadorias 
e Serviços 
 O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) tributa 
apenas o valor adicionado em cada estágio 
da produção. Existe uma equivalência entre o 
IVA e o Imposto sobre Vendas a Varejo 
(IVV). 
 Um imposto pode ser cobrado “por dentro” 
ou “por fora”. O cálculo do imposto “por 
dentro” inclui o imposto na base tributária do 
valor do mesmo, enquanto o cálculo “por 
fora” exclui o imposto da fórmula.
IVA e IVV “por fora” 
IVA IVV 
Estágio 1 
Valor Adicionado pela Firma A 100,00 100,00 
Imposto Recolhido por A 10,00 0,00 
Preço de Venda da Firma A 110,00 100,00 
Estágio 2 
Valor Adicionado pela Firma B 50,00 50,00 
Imposto Recolhido por B 5,00 15,00 
Preço de Venda da Firma B 165,00 165,00 
Total de Imposto Recolhido 15,00 15,00
IVA e IVV “por dentro” 
IVA IVV 
Estágio 1 
Valor Adicionado pela Firma A 100,00 100,00 
Imposto Recolhido por A 11,11 0,00 
Preço de Venda da Firma A 111,11 100,00 
Estágio 2 
Valor Adicionado pela Firma B 50,00 50,00 
Imposto Recolhido por B 5,55 16,66 
Preço de Venda da Firma B 166,66 166,66 
Total de Imposto Recolhido 16,66 16,66
Quem Paga um Imposto sobre as 
Vendas? 
Preço 
10 
5 
Oferta com 
imposto 
Oferta 
Quantidade 
100 
6 
80 
Peso 
Morto 
Demanda 
4,5 
Transferência ao 
consumidor
Quem Paga um Imposto sobre as 
Vendas? 
 A quantidade de imposto paga pelo 
consumidor será tanto maior quanto menor 
for a elasticidade preço da demanda e maior 
for a elasticidade preço da oferta. Nos casos-limite, 
o ônus será totalmente transferido 
para o consumidor quando a demanda for 
perfeitamente inelástica e totalmente 
suportado pelo produtor quando a oferta for 
totalmente inelástica.
Elasticidade-Preço da Demanda 
 A elasticidade-preço da demanda mede a 
intensidade com que a quantidade 
demandada responde a variações no preço 
do bem. 
Elasticidade-preço 
da demanda 
Variação percentual da qtde. demandada 
Variação percentual do preço 
=
Elasticidade-Preço da Oferta 
 A elasticidade-preço da oferta mede a 
intensidade com que a quantidade ofertada 
de um bem responde à variações no preço 
do próprio bem. 
Elasticidade-preço 
da oferta 
Variação percentual da qtde. ofertada 
Variação percentual do preço 
=
Curva de Laffer 
 Gráfico que mostra como o nível de alíquotas 
afeta a receita tributária (devido ao 
economista americano Arthur Laffer). Com 
base nessa curva é que alguns defendem a 
redução de alíquotas como forma de 
aumentar a receita tributária. A partir de certo 
ponto, maiores alíquotas reduziriam a 
arrecadação.
Curva de Laffer 
Arrecadação 
Alíquota
Tributos e Distribuição de Renda 
 Distribuição Funcional: Quanto da renda do 
setor privado assumirá a forma de lucros e 
quanto de salários; 
 Distribuição Pessoal: Que percentual da 
renda ficará com cada percentil da 
população; 
 Distribuição Regional: Como se distribuem 
os recursos entre as diversas unidades 
federativas.
Estrutura do Poder Legislativo 
 A estrutura do Poder Legislativo Federal é definida 
no Capítulo I do Título IV da Constituição Federal. 
 O Poder Legislativo a nível federal é exercido pelo 
Congresso Nacional, sendo este composto pela 
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. 
 A Câmara dos Deputados é composta por 
representantes do povo, eleitos pelo sistema 
proporcional em cada Estado, em cada Território e 
no Distrito Federal. 
 O Senado Federal é composto por representantes 
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos pelo 
princípio majoritário.
Estrutura do Poder Legislativo 
 Cabe ao Congresso Nacional a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta. 
 A fiscalização deverá ocorrer em relação à 
legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de 
receitas. 
 O Tribunal de Contas da União deverá 
auxiliar o Congresso Nacional a realizar o 
controle externo.
Tribunal de Contas da União 
 As competências do Tribunal de Contas da União estão 
definidas no Art. 71 da Constituição Federal, entre elas 
destacam-se: 
 julgar as contas dos administradores e demais responsáveis 
por dinheiros, bens e valores públicos da administração 
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as 
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. 
 fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados 
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros 
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município. 
 aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de 
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas 
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa 
proporcional ao dano causado ao erário
Poder Legislativo nos Estados 
 O poder legislativo nos Estados é exercido pela Assembléia 
Legislativa. O número de Deputados à Assembléia Legislativa 
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara 
dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será 
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais 
acima de doze. 
 Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu 
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua 
secretaria, e prover os respectivos cargos. 
 Outras atribuições da Assembléia Legislativa são definidas 
pelos Estados. As atribuições da Assembléia Legislativa de São 
Paulo podem ser encontradas na página: 
http://www.al.sp.gov.br/portal/site/alesp/menuitem.0774a36fcc9 
b5ea4176679cd560041ca/
Poder Legislativo nos Municípios 
 Nos Municípios a função legislativa é 
exercida pelas Câmaras Municipais. Esta é 
composta por vereadores que são eleitos a 
cada quatro anos. 
 Além da função legislativa cabe à Câmara 
Municipal fiscalizar a executivo municipal. 
 O controle externo da Câmara Municipal será 
exercido com o auxílio dos Tribunais de 
Contas dos Estados ou do Município ou dos 
Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios, onde houver.
Câmara Municipal 
 Cabe a Câmara Municipal regulamentar o 
vencimentos dos vereadores, respeitados os 
limites impostos pelos incisos VI e VII do Art. 
29 da Constituição Federal. 
 O Art. 29-A da Constituição Federal, incluído 
pela Emenda Constitucional nº 5 de 2000 
estabelece os limites para os gastos das 
Câmaras Municipais.
Licitação 
 A licitação é um instituto extremamente 
formal, de rigor excessivo. É através dele que 
a Administração Pública efetuará concessões, 
permissões, obras e aquisições. É um ato 
estritamente vinculado à Lei 8666/93. 
 O parágrafo único do art. 1.º da Lei 8666/93 
estabelece que são obrigados a lançar mão 
desse instituto os órgãos da administração 
direta, os fundos especiais, as Autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e demais 
entidades controladas direta ou indiretamente 
pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios
Princípios da Licitação 
 Igualdade 
 veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência 
em favor de determinados licitantes, em detrimento dos demais. 
Garante, assim, a igualdade aos participantes do processo na 
seleção da proposta mais vantajosa. 
 Legalidade 
 a licitação deverá ser processada e julgada em estrita observância 
à lei. Assim, o licitante que se sinta lesado pela inobservância da 
norma pode impugnar judicialmente o processo. 
 Impessoalidade 
 o processo de licitação deve ter julgamento impessoal, sem 
favorecimentos. Deve a Administração, em suas decisões, pautar-se 
por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições 
pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as 
expressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório. 
 Moralidade 
 para processar e julgar as propostas, a administração deve 
possuir um comportamento não apenas lícito, mas também 
consoante com a moral, os bons costumes e os princípios de 
justiça e eqüidade.
Princípios da Licitação 
 Publicidade 
 deve haver divulgação do processo para o conhecimento de todos 
os interessados. Além disso, os atos da administração praticados 
nas várias fases do processo, devem ser abertas aos 
interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar 
sua legalidade. 
 Probidade Administrativa 
 trata-se de um dever do agente. Deve-se processar e julgar a 
licitação de maneira honesta, de acordo com os interesses da 
Administração Pública, possuindo um comportamento consoante 
com as regras de boa administração e com a idéia comum de 
honestidade no seu modo de proceder. 
 Vinculação ao Instrumento Convocatório 
 o edital constitui a regra da licitação. A Administração Pública, no 
processamento e julgamento da licitação, deve estar estritamente 
vinculada ao edital, não podendo descumprir suas normas e 
condições, sob pena de nulidade do processo. 
 Julgamento Objetivo 
 a licitação deve ser julgada nos termos do edital, sem qualquer 
discricionariedade por parte do agente. O julgamento das 
propostas deverá ser objetivo, de acordo com os critérios 
previamente estabelecidos no ato convocatório e conforme os 
fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar 
sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle
Fases da Licitação 
 Edital 
 primeira fase da licitação, onde são estabelecidas as regras. 
Cumpridas todas as exigências da fase externa do edital, os 
interessados vão se habilitar a fornecer o que a Administração 
Pública pretende, entregando a ela suas propostas. O art. 27, da 
Lei 8666/93 estabelece as exigências para a habilitação, dispondo 
sobre a documentação necessária para a participação no certame. 
 Julgamento 
 apresentados os documentos e obedecidas as exigências, haverá 
o julgamento das propostas, de acordo com o aspecto subjetivo 
(análise dos documentos) e objetivo (qualificação técnica do 
produto e capacidade do participante de fornecê-lo). Nos casos de 
exclusão de participantes, eles tem direito à apresentação de 
recursos, conforme dispõe o art. 109, da Lei 8666/93. 
 Homologação 
 verificado o vencedor da licitação, a Administração Pública 
homologará o resultado. 
 Adjudiação 
 a Administração Pública assume o compromisso de adquirir o 
produto
Modalidades de Licitação 
 Concorrência 
 É a modalidade de licitação utilizada para aquisições 
de grande porte e que se realiza com ampla 
publicidade para assegurar a participação de 
quaisquer interessados que preencham os requisitos 
previstos no edital (art. 22, parágrafo 1.º). 
 A publicidade, nos termos do art. 21, Lei 8666/93, é 
assegurada pela publicação do aviso do edital, no 
mínimo uma vez. 
 A universalidade significa a possibilidade de 
participação de quaisquer interessados que, na fase 
inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir 
os requisitos mínimos de qualificação exigidos no 
edital para execução de seu objeto (art. 22, 
parágrafo 1.º, Lei 8666/93).
Modalidades de Licitação 
 Tomada de Preços 
 É a modalidade de licitação utilizada para 
aquisições de médio porte e que se realiza entre 
interessados previamente cadastrados ou que 
preencham os requisitos para cadastramento 
até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação (art. 22, parágrafo 2.º, 
Lei 8666/93). 
 Concurso 
 É a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante a instituição de 
prêmio ou remuneração aos vencedores (art. 
22, parágrafo 4.º, Lei 8666/93).
Modalidades de Licitação 
 Convite 
 É a modalidade de licitação utilizada para aquisições de 
pequeno porte e que se realiza entre, no mínimo, três 
interessados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou 
não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e 
da qual podem participar também aqueles que, não sendo 
convidados, estiverem cadastrados na correspondente 
especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência 
de 24 horas da apresentação das propostas (art. 22, 
parágrafo 3.º, Lei 8666/93). É a única modalidade de licitação 
em que a lei não exige publicação de edital, já que a 
convocação se faz por antecedência, por meio da chamada 
carta-convite. 
 Leilão 
 É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou 
de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para 
a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem possa 
oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação (art. 
22, parágrafo 5.º, Lei 8666/93).
Dispensa e Inexigibilidade 
 A dispensa pode ocorrer, por exemplo, em casos de 
extrema urgência, para o atendimento de situações de 
calamidade pública, ou grave perturbação da ordem. 
 A inexigibilidade pode ocorrer, por exemplo, nos casos 
de contratação de pessoa conhecida do meio artístico, 
ou ainda nos casos em que a aquisição de materiais, 
equipamentos ou gêneros só possam ser fornecidos por 
um produtor, dada a exclusividade do produto. 
 A diferença básica entre os dois casos está no fato de 
que, na dispensa, há possibilidade de competição que 
justifique a licitação; de modo que a lei faculta a 
dispensa, que fica inserida na competência discricionária 
da administração. Nos casos de inexigibilidade, não há 
possibilidade de competição, porque só existe um 
objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da 
Administração Pública; a licitação é, portanto, inviável.
Penalidades 
 A não observância dos dispositivos da Lei 
8666/93 acarretas penas que vão desde 
Sanções Administrativas a pena de 
Detenção. 
 Uma listagem completa destas punições 
encontra-se no Cap. 4 da Lei 8666/93. As 
penas são descritas nos artigos 89 a 99.
Exercício de Sala 
 Liste e explique três justificativas econômicas para a existência de um 
governo. 
 O que são externalidades? Por que a existência de externalidades 
negativas na produção faz com que a quantidade de mercado seja 
maior que a socialmente ótima? Como o governo pode agir para 
corrigir este problema? 
 Defina excedente do produtor, excedente do consumidor e excedente 
total. Com o auxílio de um gráfico mostre como a implementação de 
um imposto afeta o excedente total. 
 Explique os conceitos de equidade e neutralidade na aplicação de um 
tributo. Por que o imposto de renda é dito atender o critério de 
equidade mas não o de neutralidade? 
 Represente graficamente a cunha fiscal sobre os salários. Por que 
mudanças na legislação trabalhista podem reduzir (ou aumentar) a 
cunha fiscal? 
 De tempos em tempos empresários da FIESP pedem a redução da 
cunha fiscal sobre a taxa de juros. Explique o que eles desejam. 
 Explique os conceitos de equidade e neutralidade na aplicação de um 
tributo. Por que o imposto de renda é dito atender o critério de 
equidade mas não o de neutralidade?
Unidade II 
Planejamento Público
Gasto Público 
 Tipos de Classificação do Gasto Público 
 Pela finalidade do gasto. 
 Pela natureza do dispêndio. 
 Pelo agente encarregado da execução do 
gasto. 
 Quanto à finalidade, os gastos são normalmente 
classificados em funções, programas e 
subprogramas, dependendo do grau de agregação 
adotado. A classificação das despesas por funções é 
necessária para efetiva implantação da técnica do 
orçamento-programa, que objetiva aumentar a 
eficiência e a eficácia na programação dos dispêndios 
governamentais.
Gasto Público 
 Função: maior nível de agregação das diversas áreas de 
despesa que competem ao setor público. 
 Subfunção: Partição da função, visando agregar 
determinado subconjunto de despesa do setor público. 
Pode ser combinada com funções diferentes daquelas a 
que esteja vinculada na forma do Anexo da Portaria nº 
42/99 do MOG. 
 Programa: Instrumento de organização da ação 
governamental que visa à concretização dos objetivos 
pretendidos, sendo mensurado por indicadores 
estabelecidos no plano plurianual.
Gasto Público 
 A classificação quanto a natureza do gasto é feita a 
partir de quatro categorias: 
 Custeio; 
 Investimento; 
 Transferências; 
 Inversões Financeiras; 
 A classificação das despesas por categoria econômica 
inspira-se no esquema estabelecido na Contabilidade 
Nacional e objetiva dimensionar a participação do 
dispêndio governamental nos principais agregados da 
análise macroeconômica.
Classificação da Despesa por 
Categoria Econômica 
 Despesas Correntes 
 Pessoal e Encargos Sociais 
 Juros e Encargos da Dívida 
 Outras Despesas Correntes 
 Transferências a Estados, DF e Municípios 
 Benefícios Previdenciários 
 Outras 
 Despesas de Capital 
 Investimentos 
 Inversões Financeiras 
 Amortização da Dívida 
 Outras Despesas de Capital
Gasto Público 
 Em termos agregados, a distribuição por 
categoria de gasto depende da distribuição 
da despesa por finalidade. Em princípio , 
quanto maior a parcela das despesas públicas 
destinadas a produção de bens públicos (ou 
semelhantes), maior a despesa com pessoal 
no total do orçamento. Uma participação 
mais elevada do investimento costuma estar 
associada a uma ênfase em programas de 
melhoria e expansão da infraestrutura 
econômica.
Despesa Não-Financeira do Governo 
Federal (% do PIB) 
1969 média 90/94 média 95/98 
Bens Públicos 13,18 17,97 18,06 
Seguridade Social 40,33 43,08 53,03 
Saúde e Educação 14,22 21,72 17,31 
Infra-estrutura Econômica 27,32 2,50 2,33
Política Fiscal 
 A arrecadação e o gasto do governo, além de 
viabilizar projetos importantes e corrigir 
externalidades, afetam a produção de uma 
determinada economia. Este é o aspecto 
macroeconômico das finanças públicas. O 
uso da tributação e do gasto para afetar a 
economia como um todo é chamado de 
política fiscal.
Déficit Nominal 
 O déficit nominal corresponde ao total de 
gastos do governo menos o total arrecadado. 
O déficit nominal pode ser calculado pelo 
método “acima da linha” ou “abaixo da linha”, 
quando é calculado pelo último método 
costuma ser chamado de Necessidade de 
Financiamento do Setor Público (NFSP).
Cálculo do Déficit Nominal 
 Método “acima da linha”: Consiste no 
cálculo do déficit por meio dos fluxos de 
receitas e despesas. 
 Método “abaixo da linha”: Consiste no 
cálculo do déficit por meio da variação na 
dívida pública.
Déficit Primário 
 O déficit primário é obtido a partir do déficit 
nominal. Seu cálculo exclui as despesas e 
receitas financeiras. Como o governo 
brasileiro paga mais juros do que recebe o 
déficit nominal é maior que o primário. 
 Nos últimos anos as contas brasileiras 
apresentam superávit primário e déficit 
nominal.
Resultado do Setor Público no Brasil 
25 
20 
15 
10 
5 
0 
1995 01 
1995 06 
1995 11 
1996 04 
1996 09 
1997 02 
1997 07 
1997 12 
1998 05 
1998 10 
1999 03 
1999 08 
2000 01 
2000 06 
2000 11 
2001 04 
2001 09 
2002 02 
2002 07 
2002 12 
2003 05 
2003 10 
2004 03 
2004 08 
2005 01 
2005 06 
2005 11 
-5 
-10 
Déf icit Nominal 
Déf icit Primário
Déficit Operacional 
 O déficit operacional é igual ao déficit 
primário acrescido do pagamento de juros 
reais. Este conceito foi muito usado no Brasil 
nos períodos de inflação elevada.
Gasto Público e Demanda Agregada 
 Quando o governa aumenta seus gastos ocorre um 
aumento da despesa total que causa um 
deslocamento para direita da demanda agregada. 
 De acordo com os economistas keynesianos o 
deslocamento da demanda agregada causa um 
aumento da produção, pelo menos no curto prazo. 
Economistas das escolas clássica e novo-clássica 
acreditam que o deslocamento da demanda 
agregada apenas aumenta o nível geral de preços. 
 Na perspectiva keynesiana um ajuste fiscal tende a 
reduzir o PIB, pelo menos no curto prazo. Na 
perspectiva clássica um ajuste fiscal tende a liberar 
mais recursos para o setor privado e pode aumentar 
o PIB.
Determinação do Produto e do Preço 
DA’ 
P 
Q 
OA 
DA 
OA 
Q 
DA’ 
DA 
P 
Caso Clássico Caso 
OA 
Keynesiano 
Caso Keynesiano 
Extremo 
Q 
DA’ 
DA 
P
Déficit Público e Taxa de Juros 
 Quando o governo gasta mais do que 
arrecada, o déficit orçamentário resultante 
reduz a poupança nacional. 
 Isto reduz a oferta de fundos emprestáveis a 
disposição das firmas e das famílias.
Déficit Público e Taxa de Juros 
Taxa 
de 
juros 
Fundos 
emprestáveis 
Nova oferta 
Oferta 
Demanda
Inflação e Déficit Público 
 Para financiar seus gastos sem aumentar os 
impostos nem vender títulos no mercado o 
governo pode imprimir moeda. 
 A “receita” obtida com a impressão de moeda 
é chamada senhoriagem. 
 Imprimir moeda para financiar gastos causa 
inflação. A inflação pode ser vista como um 
imposto sobre as pessoas que guardam 
dinheiro.
Curva de Laffer para o Imposto 
Inflacionário 
Arrecadação 
Máximo de arrecadação 
do Imposto Inflacionário 
Inflação
Inflação e Déficit Público 
 Efeito Oliveira-Tanzi 
 O aumento da inflação reduz o valor real da 
arrecadação de outros impostos devido a 
existência de uma defasagem entre o fato 
gerador do imposto e a sua coleta. 
 Efeito Patinkin 
 Taxas de inflação altas ajudam a reduzir o 
déficit público devido a queda do valor real 
dos gastos públicos.
Leis Orçamentárias (C.F. art. 165) 
 Plano Plurianual (PPA): Estabelece o 
planejamento de médio prazo (quatro anos). 
 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): Faz 
a ligação entre o plano e o orçamento do 
ano. 
 Lei Orçamentária Anual (LOA): Trata-se do 
orçamento propriamente dito, com a previsão 
de toas as receitas e despesas do ano.
Leis Orçamentárias 
 Até o dia 31 de agosto do primeiro ano de mandato 
presidencial, o Poder Executivo envia o projeto do PPA ao 
Congresso Nacional, que vigorará de seu segundo ano de 
mandato até o fim do primeiro ano de mandato do próximo 
Presidente da República. 
 O projeto da LDO é encaminhado ao Congresso até 15 de abril 
de cada ano. Entre outras atribuições, essa lei estabelece metas 
e prioridades para a elaboração do orçamento, limita as 
despesas de capital e estabelece as políticas de aplicações das 
agências financeiras oficiais para o ano seguinte. 
 O Poder Executivo envia o projeto de LOA ao Congresso 
Nacional até 31 de agosto de cada ano, acompanhado de 
mensagem em que se analisam a macroeconomia e a situação 
fiscal do país. Esse projeto de lei engloba o orçamento fiscal, o 
orçamento da seguridade social e o orçamento de investimento 
de empresas que a União, direta ou indiretamente, detenha a 
maioria do capital com direito a voto.
Unidades 
Orçamentárias 
Órgãos 
Setoriais 
SOF 
Presidente da 
República 
Congresso 
Nacional 
Processo Orçamentário
Classificação dos Processos 
Orçamentários 
 Processo Hierárquico: O ministro das 
finanças possui poder sobre os demais 
ministros e os parlamentares não podem 
alterar o total de gastos, apenas sua 
distribuição. 
 Processo Colegiais: Existe igualdade entre 
os ministros setoriais e o ministro das 
finanças. No Legislativo, os parlamentares 
poderiam aumentar o total dos gastos e o 
déficit público.
História do Planejamento no Setor 
Público Brasileiro 
 Plano SALTE: Adotado em 1947 no governo do 
presidente Eurico Dutra. Foi o pioneiro do 
planejamento público no Brasil. Priorizava as áreas 
de Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (esta a 
razão do nome). Previa financiamento dos gastos 
com recursos da Receita Federal e com empréstimos 
externos. 
 Plano de Metas: Implementado no governo do 
presidente Juscelino Kubitschek. Avançava na idéia 
de submeter o desenvolvimento do país a ação do 
estado. Tinha como alvos os setores de energia e 
transporte, a indústria intermediária, as indústrias 
produtoras de equipamentos e a construção de 
Brasília.
História do Planejamento no Setor 
Público Brasileiro 
 I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND): Implementado 
no início dos anos 70 pelo governo Médici marcou o período 
conhecido como Milagre Brasileiro. Caracterizava-se pelos 
grandes projetos de integração nacional e pela expansão das 
fronteiras de desenvolvimento. 
 II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND): Elaborado no 
governo Geisel tinha como foco a indústria de base e a busca 
de autonomia em insumos básicos. Mostrava clara 
preocupação com a questão energética, estimulando a 
pesquisa em energias alternativas (e.g. energia nuclear e 
programa do álcool) e realizando a construção de novas 
hidrelétricas. A crise do petróleo que ocorreu no final dos anos 
setenta inicia um longo período de estagnação na economia 
brasileira e marca o fim dos grandes programas de 
planejamento do desenvolvimento.
A Constituição de 1988 e o PPA 
 A Constituição de 1988, em seu artigo 165, 
estabelece que, por iniciativa do Poder 
Executivo, deve ser elaborado o Plano 
Plurianual (PPA). 
 O PPA deve estabelecer, de forma 
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas 
da administração pública federal para 
despesas de capital e outras delas decorrentes 
e para as despesas relativas a programas de 
duração continuada. 
 A vigência do PPA inicia-se no segundo ano do 
mandato presidencial e termina no primeiro 
ano do mandato seguinte.
A Constituição de 1988 e o PPA 
 PPA 1991 – 1995: Elaborado apenas como forma de obedecer 
a Constituição, não apresentou características marcantes 
quanto ao planejamento público. 
 PPA 1996 – 1999: Introduziu novos conceitos no planejamento 
federal, entre eles os eixos de integração e desenvolvimento 
(referência espacial das políticas de desenvolvimento) e o 
conceito de projetos estruturantes. 
 PPA 2000 – 2003: Sua marca registrada é o conceito de gestão 
por resultados. Adotou o programa como unidade de gestão, 
integrou plano, orçamento e gestão, e estabeleceu critérios 
para gerenciamento e avaliação de desempenho nos 
programas federais. 
 PPA 2004 – 2007: Este PPA ainda encontra-se em execução e, 
portanto, não pode ser avaliado. Para detalhes a respeito deste 
PPA clique aqui. 
 Conheça os PPAs a partir de 1996
Orçamento Programa 
 Na primeira fase do planejamento público (1940 – 1980) o foco 
estava em grandes programas de desenvolvimento. Na 
segunda fase (1988 até hoje) a questão central é a gestão dos 
recursos públicos. 
 A necessidade de garantir que os gastos públicos tenham a 
maior eficiência possível exige o uso de novos métodos de 
decisão orçamentária. Tais métodos, conhecidos como 
“orçamento-programa” juntamente com o uso de métodos 
privados de gerenciamento contribuem para um melhor uso dos 
recursos públicos. 
 A principal característica do orçamento-programa, que o 
distingue dos chamados métodos tradicionais, é a ênfase no 
objetivo do gasto, em vez de preocupação com a categoria do 
dispêndio.
Orçamento Programa 
 A necessidade de garantir que os gastos públicos 
tenham a maior eficiência possível exige o uso de 
novos métodos de decisão orçamentária. Tais 
métodos, conhecidos como “orçamento-programa” 
juntamente com o uso de métodos privados de 
gerenciamento contribuem para um melhor uso dos 
recursos públicos. 
 A principal característica do orçamento-programa, 
que o distingue dos chamados métodos tradicionais, 
é a ênfase no objetivo do gasto, em vez de simples 
preocupação com a categoria do dispêndio.
Exigências para Implementação do 
Orçamento Programa 
 Avaliação e comparação dos diferentes programas 
desenvolvidos pelo governo em termos de sua 
contribuição para os objetivos nacionais; 
 Determinação de como os objetivos preestabelecidos 
podem ser atingidos com um mínimo de dispêndio de 
recursos; 
 Projeção das ações governamentais para um 
horizonte de tempo superior ao período usual de um 
ano; e 
 Revisão dos objetivos, programas e orçamentos à 
luz da experiência passada e de modificações na 
conjuntura.
Razão Custo Benefício 
 O critério da razão custo/benefício consiste 
na comparação do valor presente dos 
benefícios com o valor presente dos custos. 
 
 
0 
 
 
B 
(1  
) 
i 
C 
 
 
n 
t 
t 
t 
t 
n 
t 
t 
t 
t 
t 
i 
R 
0 
(1 ) 
razão custo - benefício 
R 
B benefícios totais no ano 
t 
C custos totais no ano 
t 
 
 
 
período de duração do objeto do gasto 
taxa social de desconto 
t 
t 
 
 
n 
t 
t 
i
Razão Custo Benefício 
 Em geral projetos que apresentam uma 
razão custo-benefício maior do que um são 
considerados como justificáveis.
Problemas com Análise Custo- 
Benefício 
 Como identificar e medir custos e benefícios? 
 Qual a taxa apropriada para descontar estimativas 
futuras de custos e benefícios no cálculo dos 
respectivos valores atuais? 
 Como estabelecer o período em que se fazem notar 
os custos e os benefícios dos projetos? 
 Como agregar custos e benefícios de vários projetos 
complementares, tendo em vista estender a análise 
no nível de programas executados pelo governo?
Orçamento Programa e PPA 
 Ao implementar o orçamento-programa 
tornou-se essencial avaliar com mais cuidado 
as características dos programas contidos no 
PPA. 
 Desta forma os programas são divididos em 
ações, que por sua vez, dividem-se em 
projetos e atividades. 
 As Orientações para Elaboração do PPA 
2004/2007 do Governo do Piauí exemplificam 
bem a lógica de funcionamento do PPA.
PPA, LDO e LOA 
 A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. Uma das principais 
funções da LDO será a de selecionar dentre os 
programas incluídos no PPA aqueles que terão prioridade 
na execução do orçamento subseqüente. 
 A elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (PLDO) deverá ser realizada pelo Poder 
Executivo e submetida à apreciação e aprovação do 
Poder Legislativo. 
 No caso de municípios, o prazo de encaminhamento e 
aprovação da LDO deve contar na Lei Orgânica do 
Municipal (LOM). Caso não esteja previsto nenhum prazo 
na LOM, o Executivo poderá encaminhá-la a qualquer 
tempo, desde que se garanta um prazo razoável para sua 
apreciação e aprovação e não se comprometa a 
elaboração orçamentária.
Lei de Diretrizes Orçamentárias 
 A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e 
prioridades da administração pública federal, incluindo as 
despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, 
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre 
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política 
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
(Constituição Federal, Art. 165) 
 Além de dispor sobre estes tópicos, a LDO deverá conter dois 
Anexos, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais. 
O Art. 63 da Lei de Responsabilidade Fiscal faculta aos 
Municípios com menos de 50 mil habitantes elaborar os 
referidos anexos apenas a partir de 2005. 
 Exemplos da LDO para o Município do Rio de Janeiro, inclusive 
os anexos, podem ser encontrados aqui.
Lei Orçamentária Anual 
 O Orçamento Anual (estabelecido pela LOA) visa concretizar os objetivos e 
metas propostas no PPA, segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO. 
 A proposta de LOA compreende os três tipos distintos de orçamento da União, 
a saber: 
 Orçamento Fiscal: compreende os poderes da União, os Fundos, os Órgãos, Autarquias, 
inclusive as especiais e Fundações instituídas e mantidas pela União; abrange, também, as 
empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e que recebam desta 
quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamentos de 
serviços prestados, transferências para aplicação em programas de financiamento 
atendendo ao disposto na alínea "c" do inciso I do art. 159 da CF e refinanciamento da 
dívida externa. 
 Orçamento de Seguridade Social: compreende todos os órgãos e entidades a quem 
compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam 
da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público; compreende, ainda, os demais subprojetos ou subatividades, não 
integrantes do Programa de Trabalho dos Órgãos e Entidades mencionados, mas que se 
relacionem com as referidas ações, tendo em vista o disposto no art. 194 da CF 
 Orçamento de Investimento de Empresas Estatais: previsto no inciso II, parágrafo 5º do 
art. 165 da CF, abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a 
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Exemplo de LOA 
 LOA do Município do Rio de Janeiro; 
 Texto do Projeto de Lei 
 Metas Fiscais 
 LOA do Município de Foz do Iguaçu; 
 LOA do Estado de São Paulo; 
 LOA da União 
 Página do Senado Federal 
 Página da Câmara dos Deputados 
 Um guia para elaboração da LOA pode ser encontrado 
aqui. 
 Diretrizes para Elaboração da Lei Orçamentária de 
2004.
Plano Diretor do Município 
 O Política de Desenvolvimento Urbano, executada 
pelo poder público municipal, é implementada no 
Capítulo II do Título VII da Constituição Federal (Art. 
182 e Art. 183). 
 Seu objetivo é ordenar o pleno desenvolvimento das 
funções sociais das cidades e garantir o bem-estar 
de seus habitantes. 
 O instrumento para a Política de Desenvolvimento 
Urbano é o Plano Diretor dos Município. 
 Veja aqui o Plano Diretor do Município de Maceió
Problemas com a Elaboração do Plano 
Diretor 
 Segundo o Prof. Roberto Braga da UNESP 
os Planos Diretores tem apresentado 
problemas em decorrência de dois pontos 
básicos: 
 A lei, ao obrigar as prefeituras a realizar um 
plano diretor, não conscientizou os agentes 
públicos da importância do planejamento. 
 Os planos são elaborados por pessoas 
estranhas à administração pública local.
Problemas com a Elaboração do Plano 
Diretor 
 O último ponto gera três problemas com os 
Planos Diretores: 
 Os planos são tecnicamente adequados mas 
politicamente inviáveis. 
 A falta de conhecimento da realidade local 
compromete o plano tanto técnica quanto 
politicamente. 
 O Plano Diretor torna-se estranho à 
administração local, que não tem interesse em 
implementá-lo. 
 Veja o texto completo aqui.

More Related Content

What's hot

Aula fgv gv law - 03.10 - espécies de contribuições
Aula fgv   gv law - 03.10 - espécies de contribuiçõesAula fgv   gv law - 03.10 - espécies de contribuições
Aula fgv gv law - 03.10 - espécies de contribuiçõesJulia De Menezes Nogueira
 
Privatização das funções do Estado (Universidade de Coimbra 2013) Professor...
Privatização das funções do Estado   (Universidade de Coimbra 2013) Professor...Privatização das funções do Estado   (Universidade de Coimbra 2013) Professor...
Privatização das funções do Estado (Universidade de Coimbra 2013) Professor...A. Rui Teixeira Santos
 
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicas
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicasSUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicas
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicasDeputado Paulo Rubem - PDT
 
Sector Público - Manual Reduzido
Sector Público - Manual ReduzidoSector Público - Manual Reduzido
Sector Público - Manual Reduzidobatistapaulo7
 
Governadores rebatem bolsonaro covid
Governadores rebatem bolsonaro covidGovernadores rebatem bolsonaro covid
Governadores rebatem bolsonaro covidMatheusSantos699
 
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social Disciplin...
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social  Disciplin...Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social  Disciplin...
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social Disciplin...LOCIMAR MASSALAI
 
politica de seguridade social ok
 politica de seguridade social ok politica de seguridade social ok
politica de seguridade social okraymaravilha
 
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]Geraldo Lourenço
 
Contribuições dos trabalhadores abril.2014
Contribuições dos trabalhadores abril.2014Contribuições dos trabalhadores abril.2014
Contribuições dos trabalhadores abril.2014Fernanda Parisi
 
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃO
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃOFife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃO
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃORosana Setor
 
Apostila faceca 2013 1º sem
Apostila   faceca 2013 1º semApostila   faceca 2013 1º sem
Apostila faceca 2013 1º semedycrasytp
 
A intervencao do estado na economia
A intervencao do estado na economiaA intervencao do estado na economia
A intervencao do estado na economiaCalculos Na Veia
 

What's hot (20)

Aula fgv gv law - 03.10 - espécies de contribuições
Aula fgv   gv law - 03.10 - espécies de contribuiçõesAula fgv   gv law - 03.10 - espécies de contribuições
Aula fgv gv law - 03.10 - espécies de contribuições
 
A Seguridade Social Como Politica De Estado
A Seguridade Social Como Politica De EstadoA Seguridade Social Como Politica De Estado
A Seguridade Social Como Politica De Estado
 
Privatização das funções do Estado (Universidade de Coimbra 2013) Professor...
Privatização das funções do Estado   (Universidade de Coimbra 2013) Professor...Privatização das funções do Estado   (Universidade de Coimbra 2013) Professor...
Privatização das funções do Estado (Universidade de Coimbra 2013) Professor...
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
Contribuições sociais epd - 2011.1
Contribuições sociais   epd - 2011.1Contribuições sociais   epd - 2011.1
Contribuições sociais epd - 2011.1
 
Princípios constitucionais tributários ii
Princípios constitucionais tributários iiPrincípios constitucionais tributários ii
Princípios constitucionais tributários ii
 
Serviços publicos
Serviços publicosServiços publicos
Serviços publicos
 
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicas
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicasSUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicas
SUS e Seguridade: Retomar a cidadania e construir novas políticas econômicas
 
Sector Público - Manual Reduzido
Sector Público - Manual ReduzidoSector Público - Manual Reduzido
Sector Público - Manual Reduzido
 
Governadores rebatem bolsonaro covid
Governadores rebatem bolsonaro covidGovernadores rebatem bolsonaro covid
Governadores rebatem bolsonaro covid
 
Atualidadespolitica
AtualidadespoliticaAtualidadespolitica
Atualidadespolitica
 
Seguridade social no Brasil
Seguridade social no BrasilSeguridade social no Brasil
Seguridade social no Brasil
 
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social Disciplin...
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social  Disciplin...Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social  Disciplin...
Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná Curso de Serviço Social Disciplin...
 
politica de seguridade social ok
 politica de seguridade social ok politica de seguridade social ok
politica de seguridade social ok
 
Etapa 04 constitucional
Etapa 04 constitucionalEtapa 04 constitucional
Etapa 04 constitucional
 
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]
Financiamento da seguridade social no brasil [modo de compatibilidade]
 
Contribuições dos trabalhadores abril.2014
Contribuições dos trabalhadores abril.2014Contribuições dos trabalhadores abril.2014
Contribuições dos trabalhadores abril.2014
 
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃO
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃOFife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃO
Fife 2014 UM BRASIL PARA TODOS REFLEXÃO
 
Apostila faceca 2013 1º sem
Apostila   faceca 2013 1º semApostila   faceca 2013 1º sem
Apostila faceca 2013 1º sem
 
A intervencao do estado na economia
A intervencao do estado na economiaA intervencao do estado na economia
A intervencao do estado na economia
 

Similar to financas-urbanas-e-municipais

Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01
Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01
Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01Roniboy Almeida
 
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptx
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptxAula II - FP-Características Bens Públicos.pptx
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptxMuniro Mussa
 
Organizações Públicas e Privadas.pptx
Organizações Públicas e Privadas.pptxOrganizações Públicas e Privadas.pptx
Organizações Públicas e Privadas.pptxJoefersonDelfino2
 
Nocoes administracao publica_sergio_dias
Nocoes administracao publica_sergio_diasNocoes administracao publica_sergio_dias
Nocoes administracao publica_sergio_diasAlerssia Martins
 
Fundamentos gestão de pessoas e materiais
Fundamentos gestão de pessoas e materiaisFundamentos gestão de pessoas e materiais
Fundamentos gestão de pessoas e materiaisCleiton Blos
 
Governo e administração publica governo e sociedade
Governo e administração publica   governo e sociedadeGoverno e administração publica   governo e sociedade
Governo e administração publica governo e sociedadeDaniele Rubim
 
Power point modulo5 economia
Power point modulo5 economiaPower point modulo5 economia
Power point modulo5 economiaCarlos Brandao
 
Noções básicas de administração pública pg33
Noções básicas de administração pública pg33Noções básicas de administração pública pg33
Noções básicas de administração pública pg33kisb1337
 
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...Maria Aparecida Durã FRANCELINO
 
02 finanças públicas - unifra
02   finanças públicas - unifra02   finanças públicas - unifra
02 finanças públicas - unifrateser
 
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...A. Rui Teixeira Santos
 
Intervenção do Estado na Economia .pptx
Intervenção do Estado na Economia .pptxIntervenção do Estado na Economia .pptx
Intervenção do Estado na Economia .pptxNome Sobrenome
 
ServiçO PúBlico Sem AnimaçãO
ServiçO PúBlico   Sem AnimaçãOServiçO PúBlico   Sem AnimaçãO
ServiçO PúBlico Sem AnimaçãORajiv Nery
 
Direito admin. para concursos
Direito admin. para concursosDireito admin. para concursos
Direito admin. para concursosu2218878
 

Similar to financas-urbanas-e-municipais (20)

Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01
Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01
Apostiladecontabilidadesitecursinhos 100306100227-phpapp01
 
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptx
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptxAula II - FP-Características Bens Públicos.pptx
Aula II - FP-Características Bens Públicos.pptx
 
Organizações Públicas e Privadas.pptx
Organizações Públicas e Privadas.pptxOrganizações Públicas e Privadas.pptx
Organizações Públicas e Privadas.pptx
 
Classificaçao das pessoas juridicas
Classificaçao das pessoas juridicasClassificaçao das pessoas juridicas
Classificaçao das pessoas juridicas
 
Contabilidade g publica
Contabilidade g publicaContabilidade g publica
Contabilidade g publica
 
Nocoes administracao publica_sergio_dias
Nocoes administracao publica_sergio_diasNocoes administracao publica_sergio_dias
Nocoes administracao publica_sergio_dias
 
Fundamentos gestão de pessoas e materiais
Fundamentos gestão de pessoas e materiaisFundamentos gestão de pessoas e materiais
Fundamentos gestão de pessoas e materiais
 
Governo e administração publica governo e sociedade
Governo e administração publica   governo e sociedadeGoverno e administração publica   governo e sociedade
Governo e administração publica governo e sociedade
 
Power point modulo5 economia
Power point modulo5 economiaPower point modulo5 economia
Power point modulo5 economia
 
2ªapresentação
2ªapresentação2ªapresentação
2ªapresentação
 
Noções básicas de administração pública pg33
Noções básicas de administração pública pg33Noções básicas de administração pública pg33
Noções básicas de administração pública pg33
 
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...
Curso gest o_p_blica_sp_ao_inserir_esse_me_avise_pois_vamos_ocultar_o_antigo_...
 
Papel do estado na economia pdf
Papel do estado na economia pdfPapel do estado na economia pdf
Papel do estado na economia pdf
 
Aula unidade 1 2 e 3
Aula unidade 1 2 e 3Aula unidade 1 2 e 3
Aula unidade 1 2 e 3
 
02 finanças públicas - unifra
02   finanças públicas - unifra02   finanças públicas - unifra
02 finanças públicas - unifra
 
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...
Organização pública e privada do desporto 1 parte (30OUT2021) PROFESSOR DOU...
 
Intervenção do Estado na Economia .pptx
Intervenção do Estado na Economia .pptxIntervenção do Estado na Economia .pptx
Intervenção do Estado na Economia .pptx
 
070718 pfe arq_formatos
070718 pfe arq_formatos070718 pfe arq_formatos
070718 pfe arq_formatos
 
ServiçO PúBlico Sem AnimaçãO
ServiçO PúBlico   Sem AnimaçãOServiçO PúBlico   Sem AnimaçãO
ServiçO PúBlico Sem AnimaçãO
 
Direito admin. para concursos
Direito admin. para concursosDireito admin. para concursos
Direito admin. para concursos
 

More from Fabio Apolinario

Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdf
Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdfIntroduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdf
Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdfFabio Apolinario
 
conceitos-e-tecnologias-de-redes
conceitos-e-tecnologias-de-redesconceitos-e-tecnologias-de-redes
conceitos-e-tecnologias-de-redesFabio Apolinario
 
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-Logicas
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-LogicasRaciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-Logicas
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-LogicasFabio Apolinario
 
TOP Middleware-Basico-20181023.pdf
TOP Middleware-Basico-20181023.pdfTOP Middleware-Basico-20181023.pdf
TOP Middleware-Basico-20181023.pdfFabio Apolinario
 
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2Fabio Apolinario
 
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6Estudo de caso (grupo saude 1000) v6
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6Fabio Apolinario
 

More from Fabio Apolinario (11)

redes-parte-1
redes-parte-1redes-parte-1
redes-parte-1
 
Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdf
Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdfIntroduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdf
Introduc-a-o-a-Lo-gica-de-Primeira-Ordem.pdf
 
conceitos-e-tecnologias-de-redes
conceitos-e-tecnologias-de-redesconceitos-e-tecnologias-de-redes
conceitos-e-tecnologias-de-redes
 
redes.pdf
redes.pdfredes.pdf
redes.pdf
 
Redes-Parte-II
Redes-Parte-IIRedes-Parte-II
Redes-Parte-II
 
Libreoffice-Calc.pdf
Libreoffice-Calc.pdfLibreoffice-Calc.pdf
Libreoffice-Calc.pdf
 
analise-combinatoria
analise-combinatoriaanalise-combinatoria
analise-combinatoria
 
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-Logicas
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-LogicasRaciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-Logicas
Raciocinio-Logico-Matmatica-Estruturas-Logicas
 
TOP Middleware-Basico-20181023.pdf
TOP Middleware-Basico-20181023.pdfTOP Middleware-Basico-20181023.pdf
TOP Middleware-Basico-20181023.pdf
 
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2
Homolog net passo-a-passo-intranet-1-0-fev_2010-2
 
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6Estudo de caso (grupo saude 1000) v6
Estudo de caso (grupo saude 1000) v6
 

financas-urbanas-e-municipais

  • 1. Finanças Urbanas e Municipais Roberto Ellery Jr ECO/UnB
  • 2. Objetivo do Curso  Analisar as grandes questões de Administração Pública, em particular da Municipal. Assim como, os principais aspectos ligados ao processo orçamentário e financeiro. Abordar os conceitos fundamentais utilizados pela contabilidade pública, com ênfase na análise de balanços tendo em vista capacitar os participantes na utilização do instrumental teórico de análise da situação fiscal de um ente público. Examinar as Legislações em vigor que estabelecem limites ao endividamento de um estado ou municípios.
  • 3. Estrutura do Curso  Unidade I: Administração Pública  Estrutura do Setor Público  Tributos: Impostos, Taxas e Contribuições  Estrutura do Poder Legislativo  Licitação
  • 4. Estrutura do Curso  Unidade II: Planejamento Público  Gasto Público  Leis Orçamentárias  Características do Orçamento Público no Brasil  Receita Pública
  • 5. Estrutura do Curso  Unidade III: Gestão Fiscal  Federalismo Fiscal  Lei de Responsabilidade Fiscal  Dívida Pública
  • 6. Critérios de Avaliação  Serão feitas duas avaliações, a primeira consistirá em um trabalho de grupo e a segunda será uma prova individual aplicada ao final da disciplina. A média final será obtida a partir das duas notas, a primeira valerá 40% do total e a segunda corresponderá aos outros 60%, sendo assim a média final será dada por:  Média Final = 0,4*Nota do Trabalho em Grupo + 0,6*Nota da Prova Individual
  • 7. Bibliografia  Biderman, Ciro e Paulo Arvate (org.). Economia do Setor Público no Brasil. Ed. Campus, 2005.  Giambiagi, Fábio e Cláudia Além. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. Ed. Campus, 2001.  Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: Teoria e Prática. Ed. Atlas, 1987.  Rezende, Fernando. Finanças Públicas. Ed. Atlas, 2001.  Stiglitz, Joseph. Economics of the Public Sector. IE-WW Norton, 2000.
  • 9. Definição de Administração Pública  Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.  Administrar é gerir os recursos públicos; significa não só prestar serviços, executá-lo, como também dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil.
  • 10. Administração Pública X Administração Privada  A administração pública difere de forma fundamental da administração privada. Seu objetivo é atender de forma continuada às necessidades mais essenciais da coletividade, ela tem a obrigatoriedade de atender as necessidades públicas.  Na Administração Pública não há liberdade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é lícito fazer o que a lei autoriza.
  • 11. Administração Pública  A administração pública está intrinsecamente relacionada ao serviço público e ambos estão ligados à idéia de governo e de Estado. O Estado brasileiro, de acordo com o artigo 18 da Constituição Federal, é organizado como uma República Federativa sendo composto por três níveis de governo: Governo Federal (União), os Governos Estaduais e os Governos Municipais. Compõem também a Federação o Distrito Federal e os Territórios.
  • 12. Administração Pública  Os Estados e o Distrito Federal gozam de autonomia perante a União, entretanto não possuem soberania. Os Municípios são dotados de autonomia administrativa, uma característica peculiar da Federação Brasileira. A Federação é caracterizada, portanto, pela união indissolúvel de seus entes federados.
  • 13. Administração Pública  As atribuições e competências dos Estados Federados são definidas no Capítulo III da Constituição Federal.  As atribuições e competências dos Municípios são definidas no Capítulo IV da Constituição Federal.  As atribuições e competências do Distrito Federal e dos Territórios são definidas no Capítulo V da Constituição Federal.
  • 14. Administração Pública  A estrutura administrativa de cada estado e município é definida pelos próprios governos estaduais e municipais.  As prefeituras e os governos estaduais tem seus serviços organizados em Secretarias, com subordinação ao Prefeito ou ao Governador do Estado.  As Prefeituras também poderão prestar serviço público por meio de Subprefeituras e Administrações Distritais.  Os serviços de responsabilidade dos Governos Estaduais e Municipais poderão ser realizados pela administração direta, pela administração indireta ou ainda por particulares mediante concessão a partir de processo licitatório.
  • 15. Administração Pública  A administração direta ou centralizada é constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa do Gabinete do Governador e Secretarias de Estado, no âmbito estadual, e, na administração municipal, no Gabinete do Prefeito e nas Secretarias Municipais.  A administração indireta ou descentralizada é aquela atividade administrativa, caracterizada como serviço público ou de interesse público, transferida ou deslocada do Estado, para outra entidade por ele criada ou cuja a criação é por ele autorizada.
  • 16. Administração Indireta  Autarquias  Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade de direito público interno, com patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública.  Entidades Paraestatais  Ente disposto paralelamente ao Estado, para executar atividades de interesse do estado,mas não privativo do Estado.
  • 17. Entidades Paraestatais  Empresas Públicas  Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental, criação autorizada por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial, que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa.  Sociedades de Economia Mista  Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica ou serviço, com participação do poder público e de particulares no seu capital e na sua administração.
  • 18. Entidades Paraestatais  Fundações  Instituídas pelo poder público são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei, escritura pública e estatuto registrado e inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, com objetivos de interesse coletivo (geralmente de educação, ensino, pesquisa, assistência social e etc) com a personificação de bens públicos, sob o amparo e o controle permanente do Estado.  Serviços Sociais Autônomos  Autorizados por lei, com personalidade de direito privado, com patrimônio próprio e administração particular, com finalidade específica de assistência ou ensino a certas categorias sociais ou determinadas categorias profissionais, sem fins lucrativos.
  • 19. Exemplos de Autarquias  Autarquias Previdenciárias  Instituto de Previdência do Estado de São Paulo  Autarquias Profissionais  Ordem dos Advogados do Brasil  Autarquias Industriais  Depto. Nacional de Estradas e Rodagens  Depto. Estadual de Águas e Energia Elétrica  Autarquias Especiais  Banco Central do Brasil  Comissão Nacional de Energia Nuclear
  • 20. Teoria de Finanças Públicas  A alocação de recursos determinada pelo mercado livre é desejável?  Existe espaço para que a intervenção do estado melhore a vida das pessoas?
  • 21. Medida de Bem-Estar  Excedente do Consumidor = Valor para o comprador – Quantia paga pelo comprador.  Excedente do Produtor = Quantia recebida pelo vendedor – Custo de produção.  Excedente Total = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor  Excedente Total = Valor para compradores – Custo de produção.
  • 22. Excedente do Consumidor Preço 10 5 Quantidade 100 Excedente do Consumidor Dispêndio Efetivo
  • 23. Excedente do Produtor Preço 10 5 Quantidade 100 Excedente do Produtor
  • 24. Excedente Total Preço 10 5 Quantidade 100 Excedente do Consumidor Excedente do Produtor
  • 25. Excedente Total e Eficiência de Mercado Preço 10 5 Quantidade 100 6 80 Peso Morto
  • 26. Excedente Total e Eficiência de Mercado Preço 10 5 Quantidade 100 4 60 Peso Morto
  • 27. Excedente Total e Eficiência de Mercado  O preço e a quantidade determinados pelo mercado maximizam o excedente total. Em outras palavras, a alocação determinada pelo livre mercado é eficiente.
  • 28. Para que Políticas Públicas?  “Do nascimento à morte, nossas vidas são afetadas de inúmeras maneiras pelas atividades do governo. Nascemos em hospitais subsidiados, quando não públicos... Muitos de nós recebemos uma educação pública... Virtualmente todos nós, em algum momento de nossas vidas, recebemos dinheiro do governo, como crianças – por exemplo, através de bolsas de estudo –; como adultos, se estamos desempregados ou incapacitados; ou como aposentados; e todos nós nos beneficiamos do serviço público”  Joseph Stiglitz
  • 29. Ineficiência de Mercado  Os mercados competitivos apresentam desvio e ineficiência devido a cinco razões básicas:  Poder de mercado;  Informação incompleta;  Externalidades;  Bens públicos; e  Recursos comuns
  • 30. Poder de Mercado  Na existência de poder de mercado o produtor determina a quantidade produzida para qual a receita marginal seja igual ao custo marginal e venderá uma quantidade menor e por um preço mais elevado do que em um mercado competitivo.
  • 31. Poder de Mercado  No Brasil, com a privatização dos serviços de utilidade pública – Telecomunicações e Energia Elétrica – o governo criou a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com o intuito de regular as atividades destes setores, por natureza pouco competitivos e que prestam um serviço essencial à população.
  • 32. Informação Assimétrica  É comum que alguma parte envolvida em uma transação, geralmente o consumidor, não possua informação completa sobre o produto que está negociando. Nestes casos o governo deve agir obrigando que toda informação relevante a respeito de um determinado produto seja conhecida por todos os participantes do mercado.
  • 33. Externalidades  Uma externalidade ocorre quando alguma atividade de produção ou consumo possui efeitos indiretos sobre outras atividades de produção ou de consumo que não estejam diretamente refletidas nos preços de mercado.
  • 34. Externalidades  O termo “externalidade” é empregado porque os efeitos sobre os outros itens (custos ou benefícios) são externos ao mercado. Por exemplo, uma usina que despeje seus poluentes num rio, tornando sua água inadequada para consumo, pesca ou natação das comunidades próximas, estará produzindo externalidades negativas (custos) para elas.
  • 35. Externalidades  Na presença de uma externalidade negativa da produção o custo social é maior que o custo privado, de forma que a “oferta social” fica a esquerda da oferta privada. O resultado é que a produção do mercado é maior do que a socialmente desejável.
  • 36. Externalidades  Na presença de uma externalidade positiva da produção o custo privado é maior que o custo social, de forma que a “oferta social” fica a direita da oferta privada. O resultado é que a produção do mercado é menor do que a socialmente desejável.
  • 37. Externalidades  Teorema de Coase:  Se os agentes privados puderem negociar sem custos a respeito da alocação de recursos, eles podem resolver por si próprios o problema das externalidades.  Imposto de Pigou:  Imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa.
  • 38. Bens Públicos e Recursos Comuns  Bens gratuitos (tipo segurança pública) são um desafio para a análise econômica. Para os bens alocados em mercado, que são a maioria em nossa economia, os preços são os sinais que guiam as decisões de compradores e vendedores. Entretanto, quando os bens são gratuitos as forças de mercado deixam de funcionar e não servem como guia.
  • 39. Bens Públicos e Recursos Comuns  Bem Excluível:  Aquele em que é possível impedir uma pessoa de usá-lo.  Bem Rival:  Um bem é dito rival quando o uso por uma pessoa ou firma prejudica seu uso por outras pessoas ou firmas.
  • 40. Bens Públicos e Recursos Comuns Bens privados Monopólios naturais Recursos comuns Bens públicos Excluível? Rival? sim sim não não •Roupas •Carros •Estradas congestionadas com pedágio. •Corpo de bombeiros •TV a cabo •Estradas não congestionadas com pedágio. •Peixes no mar •Meio ambiente •Estradas congestionadas sem pedágio. •Defesa nacional •Justiça •Estradas não congestionadas sem pedágio.
  • 41. Problema do Carona (Free-Rider)  Uma pessoa que se utiliza de um bem mas se recusa a pagar por ele. Um exemplo é alguém que se recuse a pagar uma taxa para a queima de fogos no final do ano mas sempre assiste ao espetáculo.  Devido ao problema do carona o setor privado não consegue ofertar bens públicos em uma quantidade socialmente desejável.  O governo pode resolver o problema da provisão de bens públicos produzindo estes bens e financiando os custos por meio de tributação.
  • 42. Lei de Wagner  A medida que a economia se desenvolve aumenta a necessidade de bens públicos tais como segurança, educação e saúde. Isto faz com que os gastos do governo sejam maiores em economias mais desenvolvidas.  Lei de Wagner: À medida que cresce o nível de renda em países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país.
  • 43. Recursos Comuns  Tragédia dos comuns:  Uma parábola que ilustra porque os recursos comuns são mais utilizados do que seria desejável do ponto de vista social.  A solução para o problema de uso excessivo de recursos comuns é descer direito de propriedade. Caso não seja possível o governo pode criar impostos que diminuam o uso do recurso.
  • 44. Resumo  Em geral as alocações determinadas pelo mercado são eficientes;  Entretanto existem casos onde o mercado falha em determinar a alocação socialmente ótima;  Nestes casos o governo deve agir ou regulando o mercado ou ofertando diretamente alguns bens.
  • 45. Tipos de Tributos  O Código Tributário Nacional define tributo em seu Art. 3 da seguinte forma:  Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.  Os tributos podem tomar a forma de impostos, taxas contribuições de melhorias e contribuições sociais.  Apesar de não aparecer como tributo nem na Constituição Federal nem no Código Tributário Brasileiro as contribuições sociais são consideradas como tributos por vários autores. Isto decorre da importância crescente que estas contribuições passaram a ter no Brasil.
  • 46. Tributos  Para poder funcionar regulando atividades do mercado e ofertando bens públicos o estado precisa de receitas. Estas receitas são obtidas por meio de tributos.  A implementação de um tributo deve considerar dois aspectos fundamentais: a neutralidade e a equidade.
  • 47. Tributos  A equidade deve ser de tal forma que garanta que indivíduos iguais recebam o mesmo tratamento – equidade horizontal – e que exista algum critério capaz de diferenciar indivíduos de modo que pessoas diferentes recebam um tratamento diferente – equidade vertical.
  • 48. Critérios de Equidade  Critério do Benefício: Propõe atribuir a cada indivíduo um ônus equivalente aos benefícios que ele usufrui dos programas governamentais.  Critério da Capacidade de Contribuição: Defende que a repartição do ônus tributário deve ser feita em função das respectivas capacidades individuais de contribuição.
  • 49. Classificação dos Tributos  Progressivo: O valor da contribuição aumenta de forma mais que proporcional à renda.  Proporcional: O valor da contribuição aumenta de forma proporcional à renda.  Regressivo: O valor da contribuição aumenta de forma menos que proporcional à renda.
  • 50. Classificação dos Tributos  Diretos: Os contribuintes são os mesmos que arcam com o ônus da respectiva contribuição. Em geral são impostos que incidem sobre o patrimônio ou a renda.  Indiretos: Os contribuintes podem transferir total ou parcialmente o ônus da contribuição para terceiros. Em geral são impostos cujo a base é transação com mercadorias e/ou serviços.
  • 51. Principais Tributos no Brasil  Tributos sobre o Patrimônio: ITR, IPTU, IPVA.  Tributos sobre Fluxos de Renda: IRPF, IRRF, Contribuição para Previdência Social, IRPJ, IOF.  Tributos sobre Vendas de Mercadorias e Serviços: ICMS, PIS, Cofins, II, IPI, ISS.
  • 52. Imposto sobre a Renda Pessoal  O imposto sobre a renda pessoal incide sobre a renda das famílias ou indivíduos. Sua principal vantagem é permitir o desenho de um sistema progressivo compatível com o princípio da equidade. Uma crítica importante é o desestimulo ao trabalho causado por alíquotas muito elevadas.
  • 53. Imposto sobre a Renda Pessoal  O imposto sobre a renda é dito geral quando submete, indistintamente, todas as espécies de rendimento à mesma escala para pagamento de tributos.  A renda pessoal pode ser advinda do trabalho, do capital ou da posse da terra. O imposto sobre a renda do tipo geral ignora tais diferenças.  O imposto sobre a renda é dito parcial quando permite, diretamente ou por meio de isenções, a exclusão do pagamento por determinadas espécies de rendimentos.
  • 54. Imposto sobre a Renda Pessoal  Um alto imposto sobre a renda advinda do trabalho tende a reduzir o total de horas trabalhadas. No caso de esquemas fortemente progressivos o efeito é maior sobre os trabalhadores mais qualificados.
  • 55. Imposto sobre a Renda do Trabalho Salário Oferta de trabalho Demanda por trabalho Horas trabalhadas Cunha tributária Salário pago Salário recebido Peso morto
  • 56. Imposto sobre a Renda do Capital  Alíquotas muito altas sobre a renda do capital tendem a reduzir os incentivos para que as famílias poupem. Este é problema é particularmente grave em países em desenvolvimento que precisam de poupança interna para financiar seu investimento.
  • 57. Imposto sobre a Renda do Capital Juros Oferta de recursos Cunha (poupança) tributária Demanda por recursos (investimento) Recursos emprestados Juros pagos Juros recebidos Peso morto
  • 58. Imposto sobre a Venda de Mercadorias e Serviços  Existem vários tipos de impostos sobre vendas de mercadoria e serviços. Estes se diferenciam devido a amplitude de sua base, o estágio do processo de produção e comercialização onde o tributo incide e a forma de apuração da base de cálculo do imposto.
  • 59. Imposto sobre a Venda de Mercadorias e Serviços Amplitude da Base de Cálculo Estágio de Cobrança Apuração da Base de Cálculo Gerais Uniformes Parciais Seletivos Produção Atacadista Varejista Todos os Estágios Específicos Quantidade Valor da Venda Ad Valorem Valor Adicionado
  • 60. Imposto sobre a Venda de Mercadorias e Serviços  Impostos gerais são aqueles que incidem amplamente sobre determinado conjunto de transações. Especiais são impostos cobrados sobre a compra e a venda de determinado bem ou serviço.  A estrutura da alíquota classifica os impostos gerais em uniformes ou seletivos. Uniformes apresentam alíquotas únicas e seletivos são aqueles que diferenciam a alíquota do imposto conforme a natureza do produto. Os impostos especiais, por sua natureza, são seletivos.
  • 61. Imposto sobre a Venda de Mercadorias e Serviços  O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) tributa apenas o valor adicionado em cada estágio da produção. Existe uma equivalência entre o IVA e o Imposto sobre Vendas a Varejo (IVV).  Um imposto pode ser cobrado “por dentro” ou “por fora”. O cálculo do imposto “por dentro” inclui o imposto na base tributária do valor do mesmo, enquanto o cálculo “por fora” exclui o imposto da fórmula.
  • 62. IVA e IVV “por fora” IVA IVV Estágio 1 Valor Adicionado pela Firma A 100,00 100,00 Imposto Recolhido por A 10,00 0,00 Preço de Venda da Firma A 110,00 100,00 Estágio 2 Valor Adicionado pela Firma B 50,00 50,00 Imposto Recolhido por B 5,00 15,00 Preço de Venda da Firma B 165,00 165,00 Total de Imposto Recolhido 15,00 15,00
  • 63. IVA e IVV “por dentro” IVA IVV Estágio 1 Valor Adicionado pela Firma A 100,00 100,00 Imposto Recolhido por A 11,11 0,00 Preço de Venda da Firma A 111,11 100,00 Estágio 2 Valor Adicionado pela Firma B 50,00 50,00 Imposto Recolhido por B 5,55 16,66 Preço de Venda da Firma B 166,66 166,66 Total de Imposto Recolhido 16,66 16,66
  • 64. Quem Paga um Imposto sobre as Vendas? Preço 10 5 Oferta com imposto Oferta Quantidade 100 6 80 Peso Morto Demanda 4,5 Transferência ao consumidor
  • 65. Quem Paga um Imposto sobre as Vendas?  A quantidade de imposto paga pelo consumidor será tanto maior quanto menor for a elasticidade preço da demanda e maior for a elasticidade preço da oferta. Nos casos-limite, o ônus será totalmente transferido para o consumidor quando a demanda for perfeitamente inelástica e totalmente suportado pelo produtor quando a oferta for totalmente inelástica.
  • 66. Elasticidade-Preço da Demanda  A elasticidade-preço da demanda mede a intensidade com que a quantidade demandada responde a variações no preço do bem. Elasticidade-preço da demanda Variação percentual da qtde. demandada Variação percentual do preço =
  • 67. Elasticidade-Preço da Oferta  A elasticidade-preço da oferta mede a intensidade com que a quantidade ofertada de um bem responde à variações no preço do próprio bem. Elasticidade-preço da oferta Variação percentual da qtde. ofertada Variação percentual do preço =
  • 68. Curva de Laffer  Gráfico que mostra como o nível de alíquotas afeta a receita tributária (devido ao economista americano Arthur Laffer). Com base nessa curva é que alguns defendem a redução de alíquotas como forma de aumentar a receita tributária. A partir de certo ponto, maiores alíquotas reduziriam a arrecadação.
  • 69. Curva de Laffer Arrecadação Alíquota
  • 70. Tributos e Distribuição de Renda  Distribuição Funcional: Quanto da renda do setor privado assumirá a forma de lucros e quanto de salários;  Distribuição Pessoal: Que percentual da renda ficará com cada percentil da população;  Distribuição Regional: Como se distribuem os recursos entre as diversas unidades federativas.
  • 71. Estrutura do Poder Legislativo  A estrutura do Poder Legislativo Federal é definida no Capítulo I do Título IV da Constituição Federal.  O Poder Legislativo a nível federal é exercido pelo Congresso Nacional, sendo este composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.  A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.  O Senado Federal é composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos pelo princípio majoritário.
  • 72. Estrutura do Poder Legislativo  Cabe ao Congresso Nacional a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.  A fiscalização deverá ocorrer em relação à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.  O Tribunal de Contas da União deverá auxiliar o Congresso Nacional a realizar o controle externo.
  • 73. Tribunal de Contas da União  As competências do Tribunal de Contas da União estão definidas no Art. 71 da Constituição Federal, entre elas destacam-se:  julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.  fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.  aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário
  • 74. Poder Legislativo nos Estados  O poder legislativo nos Estados é exercido pela Assembléia Legislativa. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.  Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.  Outras atribuições da Assembléia Legislativa são definidas pelos Estados. As atribuições da Assembléia Legislativa de São Paulo podem ser encontradas na página: http://www.al.sp.gov.br/portal/site/alesp/menuitem.0774a36fcc9 b5ea4176679cd560041ca/
  • 75. Poder Legislativo nos Municípios  Nos Municípios a função legislativa é exercida pelas Câmaras Municipais. Esta é composta por vereadores que são eleitos a cada quatro anos.  Além da função legislativa cabe à Câmara Municipal fiscalizar a executivo municipal.  O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
  • 76. Câmara Municipal  Cabe a Câmara Municipal regulamentar o vencimentos dos vereadores, respeitados os limites impostos pelos incisos VI e VII do Art. 29 da Constituição Federal.  O Art. 29-A da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº 5 de 2000 estabelece os limites para os gastos das Câmaras Municipais.
  • 77. Licitação  A licitação é um instituto extremamente formal, de rigor excessivo. É através dele que a Administração Pública efetuará concessões, permissões, obras e aquisições. É um ato estritamente vinculado à Lei 8666/93.  O parágrafo único do art. 1.º da Lei 8666/93 estabelece que são obrigados a lançar mão desse instituto os órgãos da administração direta, os fundos especiais, as Autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios
  • 78. Princípios da Licitação  Igualdade  veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de determinados licitantes, em detrimento dos demais. Garante, assim, a igualdade aos participantes do processo na seleção da proposta mais vantajosa.  Legalidade  a licitação deverá ser processada e julgada em estrita observância à lei. Assim, o licitante que se sinta lesado pela inobservância da norma pode impugnar judicialmente o processo.  Impessoalidade  o processo de licitação deve ter julgamento impessoal, sem favorecimentos. Deve a Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório.  Moralidade  para processar e julgar as propostas, a administração deve possuir um comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons costumes e os princípios de justiça e eqüidade.
  • 79. Princípios da Licitação  Publicidade  deve haver divulgação do processo para o conhecimento de todos os interessados. Além disso, os atos da administração praticados nas várias fases do processo, devem ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.  Probidade Administrativa  trata-se de um dever do agente. Deve-se processar e julgar a licitação de maneira honesta, de acordo com os interesses da Administração Pública, possuindo um comportamento consoante com as regras de boa administração e com a idéia comum de honestidade no seu modo de proceder.  Vinculação ao Instrumento Convocatório  o edital constitui a regra da licitação. A Administração Pública, no processamento e julgamento da licitação, deve estar estritamente vinculada ao edital, não podendo descumprir suas normas e condições, sob pena de nulidade do processo.  Julgamento Objetivo  a licitação deve ser julgada nos termos do edital, sem qualquer discricionariedade por parte do agente. O julgamento das propostas deverá ser objetivo, de acordo com os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e conforme os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle
  • 80. Fases da Licitação  Edital  primeira fase da licitação, onde são estabelecidas as regras. Cumpridas todas as exigências da fase externa do edital, os interessados vão se habilitar a fornecer o que a Administração Pública pretende, entregando a ela suas propostas. O art. 27, da Lei 8666/93 estabelece as exigências para a habilitação, dispondo sobre a documentação necessária para a participação no certame.  Julgamento  apresentados os documentos e obedecidas as exigências, haverá o julgamento das propostas, de acordo com o aspecto subjetivo (análise dos documentos) e objetivo (qualificação técnica do produto e capacidade do participante de fornecê-lo). Nos casos de exclusão de participantes, eles tem direito à apresentação de recursos, conforme dispõe o art. 109, da Lei 8666/93.  Homologação  verificado o vencedor da licitação, a Administração Pública homologará o resultado.  Adjudiação  a Administração Pública assume o compromisso de adquirir o produto
  • 81. Modalidades de Licitação  Concorrência  É a modalidade de licitação utilizada para aquisições de grande porte e que se realiza com ampla publicidade para assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos previstos no edital (art. 22, parágrafo 1.º).  A publicidade, nos termos do art. 21, Lei 8666/93, é assegurada pela publicação do aviso do edital, no mínimo uma vez.  A universalidade significa a possibilidade de participação de quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, parágrafo 1.º, Lei 8666/93).
  • 82. Modalidades de Licitação  Tomada de Preços  É a modalidade de licitação utilizada para aquisições de médio porte e que se realiza entre interessados previamente cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, parágrafo 2.º, Lei 8666/93).  Concurso  É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores (art. 22, parágrafo 4.º, Lei 8666/93).
  • 83. Modalidades de Licitação  Convite  É a modalidade de licitação utilizada para aquisições de pequeno porte e que se realiza entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas (art. 22, parágrafo 3.º, Lei 8666/93). É a única modalidade de licitação em que a lei não exige publicação de edital, já que a convocação se faz por antecedência, por meio da chamada carta-convite.  Leilão  É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem possa oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação (art. 22, parágrafo 5.º, Lei 8666/93).
  • 84. Dispensa e Inexigibilidade  A dispensa pode ocorrer, por exemplo, em casos de extrema urgência, para o atendimento de situações de calamidade pública, ou grave perturbação da ordem.  A inexigibilidade pode ocorrer, por exemplo, nos casos de contratação de pessoa conhecida do meio artístico, ou ainda nos casos em que a aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros só possam ser fornecidos por um produtor, dada a exclusividade do produto.  A diferença básica entre os dois casos está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração Pública; a licitação é, portanto, inviável.
  • 85. Penalidades  A não observância dos dispositivos da Lei 8666/93 acarretas penas que vão desde Sanções Administrativas a pena de Detenção.  Uma listagem completa destas punições encontra-se no Cap. 4 da Lei 8666/93. As penas são descritas nos artigos 89 a 99.
  • 86. Exercício de Sala  Liste e explique três justificativas econômicas para a existência de um governo.  O que são externalidades? Por que a existência de externalidades negativas na produção faz com que a quantidade de mercado seja maior que a socialmente ótima? Como o governo pode agir para corrigir este problema?  Defina excedente do produtor, excedente do consumidor e excedente total. Com o auxílio de um gráfico mostre como a implementação de um imposto afeta o excedente total.  Explique os conceitos de equidade e neutralidade na aplicação de um tributo. Por que o imposto de renda é dito atender o critério de equidade mas não o de neutralidade?  Represente graficamente a cunha fiscal sobre os salários. Por que mudanças na legislação trabalhista podem reduzir (ou aumentar) a cunha fiscal?  De tempos em tempos empresários da FIESP pedem a redução da cunha fiscal sobre a taxa de juros. Explique o que eles desejam.  Explique os conceitos de equidade e neutralidade na aplicação de um tributo. Por que o imposto de renda é dito atender o critério de equidade mas não o de neutralidade?
  • 88. Gasto Público  Tipos de Classificação do Gasto Público  Pela finalidade do gasto.  Pela natureza do dispêndio.  Pelo agente encarregado da execução do gasto.  Quanto à finalidade, os gastos são normalmente classificados em funções, programas e subprogramas, dependendo do grau de agregação adotado. A classificação das despesas por funções é necessária para efetiva implantação da técnica do orçamento-programa, que objetiva aumentar a eficiência e a eficácia na programação dos dispêndios governamentais.
  • 89. Gasto Público  Função: maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público.  Subfunção: Partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. Pode ser combinada com funções diferentes daquelas a que esteja vinculada na forma do Anexo da Portaria nº 42/99 do MOG.  Programa: Instrumento de organização da ação governamental que visa à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual.
  • 90. Gasto Público  A classificação quanto a natureza do gasto é feita a partir de quatro categorias:  Custeio;  Investimento;  Transferências;  Inversões Financeiras;  A classificação das despesas por categoria econômica inspira-se no esquema estabelecido na Contabilidade Nacional e objetiva dimensionar a participação do dispêndio governamental nos principais agregados da análise macroeconômica.
  • 91. Classificação da Despesa por Categoria Econômica  Despesas Correntes  Pessoal e Encargos Sociais  Juros e Encargos da Dívida  Outras Despesas Correntes  Transferências a Estados, DF e Municípios  Benefícios Previdenciários  Outras  Despesas de Capital  Investimentos  Inversões Financeiras  Amortização da Dívida  Outras Despesas de Capital
  • 92. Gasto Público  Em termos agregados, a distribuição por categoria de gasto depende da distribuição da despesa por finalidade. Em princípio , quanto maior a parcela das despesas públicas destinadas a produção de bens públicos (ou semelhantes), maior a despesa com pessoal no total do orçamento. Uma participação mais elevada do investimento costuma estar associada a uma ênfase em programas de melhoria e expansão da infraestrutura econômica.
  • 93. Despesa Não-Financeira do Governo Federal (% do PIB) 1969 média 90/94 média 95/98 Bens Públicos 13,18 17,97 18,06 Seguridade Social 40,33 43,08 53,03 Saúde e Educação 14,22 21,72 17,31 Infra-estrutura Econômica 27,32 2,50 2,33
  • 94. Política Fiscal  A arrecadação e o gasto do governo, além de viabilizar projetos importantes e corrigir externalidades, afetam a produção de uma determinada economia. Este é o aspecto macroeconômico das finanças públicas. O uso da tributação e do gasto para afetar a economia como um todo é chamado de política fiscal.
  • 95. Déficit Nominal  O déficit nominal corresponde ao total de gastos do governo menos o total arrecadado. O déficit nominal pode ser calculado pelo método “acima da linha” ou “abaixo da linha”, quando é calculado pelo último método costuma ser chamado de Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP).
  • 96. Cálculo do Déficit Nominal  Método “acima da linha”: Consiste no cálculo do déficit por meio dos fluxos de receitas e despesas.  Método “abaixo da linha”: Consiste no cálculo do déficit por meio da variação na dívida pública.
  • 97. Déficit Primário  O déficit primário é obtido a partir do déficit nominal. Seu cálculo exclui as despesas e receitas financeiras. Como o governo brasileiro paga mais juros do que recebe o déficit nominal é maior que o primário.  Nos últimos anos as contas brasileiras apresentam superávit primário e déficit nominal.
  • 98. Resultado do Setor Público no Brasil 25 20 15 10 5 0 1995 01 1995 06 1995 11 1996 04 1996 09 1997 02 1997 07 1997 12 1998 05 1998 10 1999 03 1999 08 2000 01 2000 06 2000 11 2001 04 2001 09 2002 02 2002 07 2002 12 2003 05 2003 10 2004 03 2004 08 2005 01 2005 06 2005 11 -5 -10 Déf icit Nominal Déf icit Primário
  • 99. Déficit Operacional  O déficit operacional é igual ao déficit primário acrescido do pagamento de juros reais. Este conceito foi muito usado no Brasil nos períodos de inflação elevada.
  • 100. Gasto Público e Demanda Agregada  Quando o governa aumenta seus gastos ocorre um aumento da despesa total que causa um deslocamento para direita da demanda agregada.  De acordo com os economistas keynesianos o deslocamento da demanda agregada causa um aumento da produção, pelo menos no curto prazo. Economistas das escolas clássica e novo-clássica acreditam que o deslocamento da demanda agregada apenas aumenta o nível geral de preços.  Na perspectiva keynesiana um ajuste fiscal tende a reduzir o PIB, pelo menos no curto prazo. Na perspectiva clássica um ajuste fiscal tende a liberar mais recursos para o setor privado e pode aumentar o PIB.
  • 101. Determinação do Produto e do Preço DA’ P Q OA DA OA Q DA’ DA P Caso Clássico Caso OA Keynesiano Caso Keynesiano Extremo Q DA’ DA P
  • 102. Déficit Público e Taxa de Juros  Quando o governo gasta mais do que arrecada, o déficit orçamentário resultante reduz a poupança nacional.  Isto reduz a oferta de fundos emprestáveis a disposição das firmas e das famílias.
  • 103. Déficit Público e Taxa de Juros Taxa de juros Fundos emprestáveis Nova oferta Oferta Demanda
  • 104. Inflação e Déficit Público  Para financiar seus gastos sem aumentar os impostos nem vender títulos no mercado o governo pode imprimir moeda.  A “receita” obtida com a impressão de moeda é chamada senhoriagem.  Imprimir moeda para financiar gastos causa inflação. A inflação pode ser vista como um imposto sobre as pessoas que guardam dinheiro.
  • 105. Curva de Laffer para o Imposto Inflacionário Arrecadação Máximo de arrecadação do Imposto Inflacionário Inflação
  • 106. Inflação e Déficit Público  Efeito Oliveira-Tanzi  O aumento da inflação reduz o valor real da arrecadação de outros impostos devido a existência de uma defasagem entre o fato gerador do imposto e a sua coleta.  Efeito Patinkin  Taxas de inflação altas ajudam a reduzir o déficit público devido a queda do valor real dos gastos públicos.
  • 107. Leis Orçamentárias (C.F. art. 165)  Plano Plurianual (PPA): Estabelece o planejamento de médio prazo (quatro anos).  Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): Faz a ligação entre o plano e o orçamento do ano.  Lei Orçamentária Anual (LOA): Trata-se do orçamento propriamente dito, com a previsão de toas as receitas e despesas do ano.
  • 108. Leis Orçamentárias  Até o dia 31 de agosto do primeiro ano de mandato presidencial, o Poder Executivo envia o projeto do PPA ao Congresso Nacional, que vigorará de seu segundo ano de mandato até o fim do primeiro ano de mandato do próximo Presidente da República.  O projeto da LDO é encaminhado ao Congresso até 15 de abril de cada ano. Entre outras atribuições, essa lei estabelece metas e prioridades para a elaboração do orçamento, limita as despesas de capital e estabelece as políticas de aplicações das agências financeiras oficiais para o ano seguinte.  O Poder Executivo envia o projeto de LOA ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano, acompanhado de mensagem em que se analisam a macroeconomia e a situação fiscal do país. Esse projeto de lei engloba o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de investimento de empresas que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital com direito a voto.
  • 109. Unidades Orçamentárias Órgãos Setoriais SOF Presidente da República Congresso Nacional Processo Orçamentário
  • 110. Classificação dos Processos Orçamentários  Processo Hierárquico: O ministro das finanças possui poder sobre os demais ministros e os parlamentares não podem alterar o total de gastos, apenas sua distribuição.  Processo Colegiais: Existe igualdade entre os ministros setoriais e o ministro das finanças. No Legislativo, os parlamentares poderiam aumentar o total dos gastos e o déficit público.
  • 111. História do Planejamento no Setor Público Brasileiro  Plano SALTE: Adotado em 1947 no governo do presidente Eurico Dutra. Foi o pioneiro do planejamento público no Brasil. Priorizava as áreas de Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (esta a razão do nome). Previa financiamento dos gastos com recursos da Receita Federal e com empréstimos externos.  Plano de Metas: Implementado no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Avançava na idéia de submeter o desenvolvimento do país a ação do estado. Tinha como alvos os setores de energia e transporte, a indústria intermediária, as indústrias produtoras de equipamentos e a construção de Brasília.
  • 112. História do Planejamento no Setor Público Brasileiro  I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND): Implementado no início dos anos 70 pelo governo Médici marcou o período conhecido como Milagre Brasileiro. Caracterizava-se pelos grandes projetos de integração nacional e pela expansão das fronteiras de desenvolvimento.  II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND): Elaborado no governo Geisel tinha como foco a indústria de base e a busca de autonomia em insumos básicos. Mostrava clara preocupação com a questão energética, estimulando a pesquisa em energias alternativas (e.g. energia nuclear e programa do álcool) e realizando a construção de novas hidrelétricas. A crise do petróleo que ocorreu no final dos anos setenta inicia um longo período de estagnação na economia brasileira e marca o fim dos grandes programas de planejamento do desenvolvimento.
  • 113. A Constituição de 1988 e o PPA  A Constituição de 1988, em seu artigo 165, estabelece que, por iniciativa do Poder Executivo, deve ser elaborado o Plano Plurianual (PPA).  O PPA deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para despesas de capital e outras delas decorrentes e para as despesas relativas a programas de duração continuada.  A vigência do PPA inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e termina no primeiro ano do mandato seguinte.
  • 114. A Constituição de 1988 e o PPA  PPA 1991 – 1995: Elaborado apenas como forma de obedecer a Constituição, não apresentou características marcantes quanto ao planejamento público.  PPA 1996 – 1999: Introduziu novos conceitos no planejamento federal, entre eles os eixos de integração e desenvolvimento (referência espacial das políticas de desenvolvimento) e o conceito de projetos estruturantes.  PPA 2000 – 2003: Sua marca registrada é o conceito de gestão por resultados. Adotou o programa como unidade de gestão, integrou plano, orçamento e gestão, e estabeleceu critérios para gerenciamento e avaliação de desempenho nos programas federais.  PPA 2004 – 2007: Este PPA ainda encontra-se em execução e, portanto, não pode ser avaliado. Para detalhes a respeito deste PPA clique aqui.  Conheça os PPAs a partir de 1996
  • 115. Orçamento Programa  Na primeira fase do planejamento público (1940 – 1980) o foco estava em grandes programas de desenvolvimento. Na segunda fase (1988 até hoje) a questão central é a gestão dos recursos públicos.  A necessidade de garantir que os gastos públicos tenham a maior eficiência possível exige o uso de novos métodos de decisão orçamentária. Tais métodos, conhecidos como “orçamento-programa” juntamente com o uso de métodos privados de gerenciamento contribuem para um melhor uso dos recursos públicos.  A principal característica do orçamento-programa, que o distingue dos chamados métodos tradicionais, é a ênfase no objetivo do gasto, em vez de preocupação com a categoria do dispêndio.
  • 116. Orçamento Programa  A necessidade de garantir que os gastos públicos tenham a maior eficiência possível exige o uso de novos métodos de decisão orçamentária. Tais métodos, conhecidos como “orçamento-programa” juntamente com o uso de métodos privados de gerenciamento contribuem para um melhor uso dos recursos públicos.  A principal característica do orçamento-programa, que o distingue dos chamados métodos tradicionais, é a ênfase no objetivo do gasto, em vez de simples preocupação com a categoria do dispêndio.
  • 117. Exigências para Implementação do Orçamento Programa  Avaliação e comparação dos diferentes programas desenvolvidos pelo governo em termos de sua contribuição para os objetivos nacionais;  Determinação de como os objetivos preestabelecidos podem ser atingidos com um mínimo de dispêndio de recursos;  Projeção das ações governamentais para um horizonte de tempo superior ao período usual de um ano; e  Revisão dos objetivos, programas e orçamentos à luz da experiência passada e de modificações na conjuntura.
  • 118. Razão Custo Benefício  O critério da razão custo/benefício consiste na comparação do valor presente dos benefícios com o valor presente dos custos.   0   B (1  ) i C   n t t t t n t t t t t i R 0 (1 ) razão custo - benefício R B benefícios totais no ano t C custos totais no ano t    período de duração do objeto do gasto taxa social de desconto t t   n t t i
  • 119. Razão Custo Benefício  Em geral projetos que apresentam uma razão custo-benefício maior do que um são considerados como justificáveis.
  • 120. Problemas com Análise Custo- Benefício  Como identificar e medir custos e benefícios?  Qual a taxa apropriada para descontar estimativas futuras de custos e benefícios no cálculo dos respectivos valores atuais?  Como estabelecer o período em que se fazem notar os custos e os benefícios dos projetos?  Como agregar custos e benefícios de vários projetos complementares, tendo em vista estender a análise no nível de programas executados pelo governo?
  • 121. Orçamento Programa e PPA  Ao implementar o orçamento-programa tornou-se essencial avaliar com mais cuidado as características dos programas contidos no PPA.  Desta forma os programas são divididos em ações, que por sua vez, dividem-se em projetos e atividades.  As Orientações para Elaboração do PPA 2004/2007 do Governo do Piauí exemplificam bem a lógica de funcionamento do PPA.
  • 122. PPA, LDO e LOA  A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. Uma das principais funções da LDO será a de selecionar dentre os programas incluídos no PPA aqueles que terão prioridade na execução do orçamento subseqüente.  A elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) deverá ser realizada pelo Poder Executivo e submetida à apreciação e aprovação do Poder Legislativo.  No caso de municípios, o prazo de encaminhamento e aprovação da LDO deve contar na Lei Orgânica do Municipal (LOM). Caso não esteja previsto nenhum prazo na LOM, o Executivo poderá encaminhá-la a qualquer tempo, desde que se garanta um prazo razoável para sua apreciação e aprovação e não se comprometa a elaboração orçamentária.
  • 123. Lei de Diretrizes Orçamentárias  A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (Constituição Federal, Art. 165)  Além de dispor sobre estes tópicos, a LDO deverá conter dois Anexos, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais. O Art. 63 da Lei de Responsabilidade Fiscal faculta aos Municípios com menos de 50 mil habitantes elaborar os referidos anexos apenas a partir de 2005.  Exemplos da LDO para o Município do Rio de Janeiro, inclusive os anexos, podem ser encontrados aqui.
  • 124. Lei Orçamentária Anual  O Orçamento Anual (estabelecido pela LOA) visa concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO.  A proposta de LOA compreende os três tipos distintos de orçamento da União, a saber:  Orçamento Fiscal: compreende os poderes da União, os Fundos, os Órgãos, Autarquias, inclusive as especiais e Fundações instituídas e mantidas pela União; abrange, também, as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e que recebam desta quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamentos de serviços prestados, transferências para aplicação em programas de financiamento atendendo ao disposto na alínea "c" do inciso I do art. 159 da CF e refinanciamento da dívida externa.  Orçamento de Seguridade Social: compreende todos os órgãos e entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda, os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes do Programa de Trabalho dos Órgãos e Entidades mencionados, mas que se relacionem com as referidas ações, tendo em vista o disposto no art. 194 da CF  Orçamento de Investimento de Empresas Estatais: previsto no inciso II, parágrafo 5º do art. 165 da CF, abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
  • 125. Exemplo de LOA  LOA do Município do Rio de Janeiro;  Texto do Projeto de Lei  Metas Fiscais  LOA do Município de Foz do Iguaçu;  LOA do Estado de São Paulo;  LOA da União  Página do Senado Federal  Página da Câmara dos Deputados  Um guia para elaboração da LOA pode ser encontrado aqui.  Diretrizes para Elaboração da Lei Orçamentária de 2004.
  • 126. Plano Diretor do Município  O Política de Desenvolvimento Urbano, executada pelo poder público municipal, é implementada no Capítulo II do Título VII da Constituição Federal (Art. 182 e Art. 183).  Seu objetivo é ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais das cidades e garantir o bem-estar de seus habitantes.  O instrumento para a Política de Desenvolvimento Urbano é o Plano Diretor dos Município.  Veja aqui o Plano Diretor do Município de Maceió
  • 127. Problemas com a Elaboração do Plano Diretor  Segundo o Prof. Roberto Braga da UNESP os Planos Diretores tem apresentado problemas em decorrência de dois pontos básicos:  A lei, ao obrigar as prefeituras a realizar um plano diretor, não conscientizou os agentes públicos da importância do planejamento.  Os planos são elaborados por pessoas estranhas à administração pública local.
  • 128. Problemas com a Elaboração do Plano Diretor  O último ponto gera três problemas com os Planos Diretores:  Os planos são tecnicamente adequados mas politicamente inviáveis.  A falta de conhecimento da realidade local compromete o plano tanto técnica quanto politicamente.  O Plano Diretor torna-se estranho à administração local, que não tem interesse em implementá-lo.  Veja o texto completo aqui.