2. Introdução
Depois da década de 1950 a arte brasileira evoluiu em novas e
variadas direções. Ganham destaque importantes
gravuristas, pintores e fotógrafos que se ligaram a
diferentes movimentos artísticos. Além deles, diversos
escultores experimentaram novos materiais e
renovaram entre nós a arte da escultura.
3. A gravura
contemporânea
Renina Katz (1926) estudou pintura
na escola nacional de Belas Artes, no
Rio de Janeiro gravura em metal e
xilogravura. Estabeleceu-se em São
Paulo em 1951, onde lecionou
desenho e gravura no Museu de Arte
de São Paulo - MASP - e
programação Visual na faculdade de
arquitetura e urbanismo da
Universidade de São Paulo.
4. Data decriação:1994
Tiragem: 19/80
Autores:Renina Katz
Técnica: litografia
sobrepapel
Dimensões: 61.00cmx
40.00 cm
Acervo:Coleçãodo
artista
Litografia ou litogravura: é um tipo
de gravura que envolve a criação de
marcas (ou desenhos) sobre uma
matriz (pedra calcária ou placa de
metal) com um lápis gorduroso. A
base dessa técnica é o princípio da
repulsão entre água e óleo. Ao
contrário das outras técnicas da
gravura, a Litografia é planográfica,
ou seja, o desenho é feito através do
acúmulo de gordura sobre a
superfície da matriz, e não através
de fendas e sulcos na matriz, como
na xilogravura e na gravura em
metal. Seu primeiro nome foi
"poliautografia", significando a
produção de múltiplas cópias de
manuscritos e desenhos originais.
5. A gravura
contemporânea
Marcelo Grassmann (1925-2013) é
internacionalmente reconhecido como
um dos Artistas gráficos mais
importantes da atualidade. Desenhista e
gravurista dominou os vários processos
da gravação.
Observe nessa obra a presença de
animais estranhos e um cavaleiro
igualmente estranho: são figuras que
participam de uma cena em comum e
misteriosa, que instiga a nossa
imaginação.
6. Sem título (s.d.)
de Marcelo
grassmann,
Dimensões 39,1 cm
X 49 cm (mancha)
51,5 cm x 70,4 cm
(papel)
Acervo Banco Itaú
S.A.,São Paulo.
7. A gravura
contemporânea
Aldemir Martins (1922- 2006) Manteve-se sempre
fiel aos temas mais populares: as flores, as frutas,
os Animais, as pessoas, as paisagens, o sol e o mar
do nordeste brasileiro. Isso, porém não impediu
que ele evoluísse bastante na gravura e na pintura.
Observe nessa obra a precisão do desenho.
Sobre ela, Jorge Amado escreveu: “Estou parado
antes o desenho de Aldemir Martins, glorificação
da jaca, tão belo e poderoso como a bela e
poderosa fruta brasileira, a rainha-mãe de
nossas frutas. Sinto nas narinas o perfume
adocicado como se o desenho o contivesse
também, ali está a jaca revelada em toda a sua
natureza” (Texto de apresentação da obra
Balaio, de Aldemir Martins, Rio de Janeiro:
civilização brasileira, 1964.)
9. A gravura
contemporânea
Maria Bonomi (1935) nasceu na Itália e fixou residência
em São Paulo em 1944. Estudou artes no Brasil e
também nos Estados Unidos, onde se dedicou
especialmente ao curso de gravura e as artes gráficas.
Note nessa obra a delicadeza da representação dos
fios de cabelo presos nos dentes de um pente. Veja
como é interessante o título da gravura: de fato,
podemos associar aos cabelos que vão ficando em
um pente a passagem do tempo na vida de uma
pessoa.
11. A gravura
contemporânea
Gilvan Samico (1928-2013) iniciou-se na
pintura como autodidata e depois estudou
gravura. Uma das suas intenções é usar suas
gravuras como ilustrações da narrativa
populares nordestinas, repletas de
religiosidade, pássaros, pavões, bois,
serpentes, dragões e guerreiros.
12. Criação - homem
e mulher
1993
deGilvan samico
Dimensões : 97,5
cm x 60,5 cm
Acervo Banco
ItaúS.A.,São
Paulo.
Note os interessantes aspectos dessa
gravura: no alto um rosto de olhos
fechados; um homem e uma mulher
mergulhando no espaço, envoltos em
um coração; abaixo um rosto com olhos
abertos encimado por uma espécie de
cocar indígena e ladeado por uma ave e
uma cobra, Mais abaixo reaparecem o
homem e a mulher, agora com coração
vermelho entre eles. O título da obra e
as características narrativas da arte de
Gilvan Samico nos levam a pensar que a
gravura ilustra a criação do ser humano
por uma divindade, representada no
ponto mais alto da cena. Repare
também nos detalhes primorosos desse
trabalho: as linhas de fundo, o cocar, a
plumagem da ave e o corpo da cobra.
14. A pintura e a
escultura
contemporâneas.
Os pintores e os escultores brasileiros da
segunda metade do século XX
trabalharam com técnicas, materiais e
temas muito diversificados. É
interessante conhecer alguns exemplos
dessa produção.
15. Tomie Ohtake nasceu no Japão em 1913 (
falecimento 2015) e veio para o Brasil aos
10 anos de idade. Sua obra caracteriza-se
pela liberdade na combinação de cores e
linhas. Dde modo geral sua pintura
expressa-se em cores vivas e em
pinceladas rápidas.
Note que essa obra constitui-se em um
puro trabalho com linhas e cores, isto
é, com as matérias-primas da pintura.
20. A pintura e a
escultura
contemporâneas.
Rosângela Rennó (1962) tem formação em
arquitetura e artes plásticas. É autora de
objetos e instalações criados com imagens
fotográficas e textos jornalísticos.
Nessa instalação vemos molduras retangulares
e sobrepostas segundo o tamanho. Note o
contraste entre a simplicidade de suas linhas e
as linhas torneadas da mesa com detalhes
decorativos. Sobre a mesa há um álbum de
retratos, objeto comum em muitas casas
brasileiras. O conjunto nos leva a pensar que,
independente dos retratos, o importante é o
objeto “álbum” em si, pois de guarda por meio
de registros visuais a história dos nossos entes
queridos.
22. A pintura e a
escultura
contemporâneas.
João Câmara (1944) nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba.
No nordeste teve a sua formação artística e sempre esteve ligado
a instituições culturais e ateliês artísticos. Entre 1974 e 1976 criou
uma das suas obras mais conhecidas: a série Cenas da vida
brasileira - 1930-1954, um conjunto de 10 painéis e sem litografias
cujo tema é o período em que o Brasil foi governado por Getúlio
Vargas.
Nessa obra João Câmara pintor sobre madeira - e não sobre
tela, como seria de esperar - seu autorretrato de corpo inteiro,
de frente e costas. Trata-se de duas peças de madeira grande:
2,10 m x 67 cm x 52 cm - um tipo de obra chamado objeto. Note
como o desenho do artista que sempre se interessou em
retratar o corpo humano - é feito com realismo, pois
percebemos estar diante de um homem real. Mas a visão das
duas figuras, embora realista, nos causam estranhamento.
24. Arcangelo Ianelli
(1922-2009)
iniciou-se no desenho como autodidata.
Estudou com outros artistas em São Paulo e, na
década de 1950, fez parte de um grupo de
artistas. A partir da década de 1960 voltou-se
para pintura abstrata, preocupado em
trabalhar os efeitos das cores.
26. Frans Krajcberg
(1921)
Polonês naturalizado brasileiro, é uma
presença é ímpar na arte contemporânea do
país por ser um profundo interesse em
recriar artisticamente elementos da
natureza. Por meio de diferentes técnicas,
utiliza pedras, terra colorida, cipós
trançados, troncos de árvore já mortas e
relevos deixados pelo mar areia dura da
praia.
Um sopro de vida essa escultura feita de
troncos de árvores queimadas em Mato
Grosso revela as ideias de um artista muito
ligada à natureza brasileira o trabalho de
krajcberg consiste em desenvolver a vida há
elementos naturais mortos.
28. Takashi
fukushima
Takashi fukushima (1950) filho do pintor
tikashi fukushima, teve sua formação em
arquitetura e artes plásticas no Brasil.No Japão
frequentou a universidade Nacional de artes e
música deTóquio.
As Três Graças segundo fukushima o título
dessa interessante obra sobre tela e madeira é
uma referência as figuras das três jovens que
aparecem na pintura a Primavera de Botticelli
de contraste entre o desenho detalhado das
plantas a direita e a vegetação apenas
sugeridas à esquerda.
30. Glauco
Rodrigues
(1929-2004)
começou como autodidata em 1945, no Rio Grande do Sul. Mais
tarde frequentou a escola nacional de Belas Artes, no Rio de
Janeiro. na década de 1950 fundou o clube de gravura em Bagé,
sua cidade natal, e participou do grupo de gravura de Porto
Alegre. Nos anos 1960 passou a morar no Rio de Janeiro.
As cores utilizadas nesse quadro são representativas do Brasil:
verde, amarelo, azul e branco. Uma das características desse
pintor é justamente expressar na pintura seu modo de ver o Brasil.
Mas note como as cores são distribuídas: áreas inteiras da cena
são ocupadas por apenas uma delas, principalmente a verde, que
recobre até a moldura.
32. Iole de Freitas
(1945)
estudou dança contemporânea e design. Como desenhista
Industrial foi para Itália, onde desenvolveu trabalhos em artes
plásticas. Interessou-se por temas relacionados à expressão
corporal e pelo emprego de recursos audiovisuais na criação
artística - fotos, filmes e instalações. Na década de 1980 ao seu
trabalho voltou-se mais para escultura.
Esta obra é composta de tubos de aço inoxidável e de superfícies
de policarbonato, tipo de plástico muito resistente, rígido e
transparente. Note a relação estabelecida entre a obra e o espaço
em que ela é exposta: parece que ele não será capaz de contê-la
entre as suas paredes e ela poderá transbordar por outra sala.
33. Detalhe de
obra sem título
2000
Iole de Freitas.
Dimensões
1,40 m x 2,30
m x 2,20 m
34. Francisco
Brennand
(1927)
É ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro e gravurista
Teve sua formação inicial em pintura e escultura no Brasil. No fim
dos anos 1940 viajou para a França e aí completou seus estudos e
conheceu importantes artistas. No Brasil restaurou uma velha
olaria pertencente à sua família e a transformou em um grande
ateliê com áreas fechadas para exposição e áreas abertas com
algumas obras expostas.
Na mitologia grega, Atena, nascida da cabeça de Zeus e vestida
com uma armadura, é a deusa da justiça. Dotada de grande
inteligência e para o planejamento e a estratégia, lutou a favor da
verdade e da civilização, protegendo os heróis que também
abraçaram esses ideais. Note que nessa representação não há
muito detalhe: apenas vemos parte do rosto, quase todo em
coberto por uma armadura. Parece-nos uma figura antiga e ao
mesmo tempo moderna. Antiga porque representa uma deusa da
mitologia grega; moderna pela simplicidade das linhas.
36. ArteAfro-
brasileira
Heitor dos Prazeres (1898-1966) nasceu no Rio de
Janeiro e foi músico e pintor. Como músico participou
da fundação das primeiras escolas de samba cariocas,
entre elas a Estação Primeira de Mangueira. Também
na música, é inesquecível sua composição “pierrô
apaixonado” em parceria com Noel Rosa.
Observe como essa tela nos revela um artista que
soube fundir o gosto pela pintura e pelo samba, nossa
música mais popular. Veja as figuras masculinas que
tocam instrumentos - uma Cuíca e um chocalho - e
parecem dançar ao ritmo das figuras femininas em seus
alegres e elegante vestidos rodados. É quase possível
ouvir o som desse Samba...
38. ArteAfro-
brasileira
Rubem
Valentim
Rubem Valentim (1920-1991) nasceu em Salvador, Bahia, e como
autodidata iniciou sua carreira de escultor, pintor e gravurista. Na
década de 1950 fez suas primeiras exposições. Em 1966 participou
de um evento importante: o festival mundial de artes negras em
Dacar, no Senegal,África.
Esse artista escolheu com o tema os símbolos das tradições
populares dos negros da Bahia. Mais do que reproduzi-los, ele os
recria em pinturas e esculturas, com cores e linhas de figuras
geométricas.
40. ArteAfro-
brasileira
Mestre Didi
Mestre Didi (1917-2013) nasceu em Salvador, onde produz objetos
inspirados em ritos religiosos da tradição afro-brasileira. Estudioso
dessa cultura, fundou em 1980, em Salvador, a sociedade cultural
e Religiosa ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun. É também
coordenador do Conselho religioso do Instituto Nacional da
tradição e cultura afro-brasileira.
Observe como são elaboradas essas obras. Trabalhando com
diversos tipos de materiais – Búzios, contas, tecidos, fibras
vegetais - o artista criou uma escultura com formas e cores que
lembram objetos usados em rituais. Percebemos nela os traços de
uma cultura que recorre com sabedoria à natureza para exprimir-
se Religiosa e artisticamente.
43. A fotografia
contemporânea
Na segunda metade do século XX dois fatos deram um
grande impulso à fotografia brasileira. O primeiro deles
foi o desenvolvimento do fotojornalismo, na década de
1950. Hoje esses recursos é comum em nossa
imprensa: jornais e revistas publicam fotos criativas na
primeira página que atraem a atenção do leitor. O
segundo fato foi a criação da revista especializada com
orientações sobre técnicas e equipamentos
fotográficos, discussões sobre questões importantes
para os fotógrafos e imagens fotográficas.
Tudo isso contribui para tornar a arte fotográfica
familiar ao grande público. Vamos conhecer o trabalho
de alguns fotógrafos importantes para fotografia
brasileira.
44. A fotografia
contemporânea
Maureen
Bisilliat
Maureen bisilliat (1931) nasceu na Inglaterra, estudou em Paris e
em Nova York e fixou Residência no Brasil em 1957. Seu belo
trabalho fotográfico baseou-se em obras de escritores como
Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha, João Cabral de
Melo Neto, Jorge Amado Adélia Prado e Mário de Andrade.
Em algumas cidades do Brasil ainda são comuns as procissões
religiosas durante a semana santa, quando algumas crianças são
vestidas de anjo. Observe nessa imagem a roupa branca, a coroa
de flores e as penas das asas, das quais vemos apenas uma parte.
Note a luz sobre a parte do rosto da Criança e sobre o branco da
roupa e dos acessórios. O que chama a nossa atenção nessa
“criança-anjo”, porém, é o olhar que parece revelar cansaço,
tristeza, mas também doçura. A capacidade de captar tudo isso
mostra principalmente a sensibilidade da fotógrafa.
46. A fotografia
contemporânea
Cristiano
Mascaro
Cristiano mascaro (1944) teve formação em fotografia e
arquitetura. Daí seu interesse pelas cenas urbanas. Trabalhou
como fotógrafo da revista Veja e lecionou fotojornalismo e
comunicação visual.
É comum associar o movimento do centro de uma grande cidade
como São Paulo ao um imenso formigueiro. Nessa foto tirada do
alto as pessoas parecem tão pequenas que parecem formigas
movendo-se em várias direções, mas há outro aspecto a destacar
nela: a forte impressão de movimento; à sombra das pessoas nas
calçadas e ruas; algumas pessoas que andam sozinhas ainda que
entre tantas outras. Note ainda as que estão conversando,
paradas, e as que estão abraçados ou de mão dadas.
48. A fotografia
contemporânea
SEBASTIÃO
SALGADO
Cabe também citar Sebastião Salgado (1944), um dos fotógrafos
brasileiros mais conhecidos e premiados no Brasil e no exterior.
Como fotojornalista documentou a vida da população pobre da
América Latina, da África e da Índia.